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Classificação da posse

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DIFERENÇA ENTRE POSSE DIRETA E POSSE INDIRETA
Preliminarmente, é de suma importância introduzir a conceituação de possuidor, o qual tem fulcro no artigo 1196 do Código Civil Brasileiro:
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
De acordo com o artigo 1196, é perceptível que o Código Civil brasileiro adota a teoria Objetiva de Ihering como a mais adequada relativa a posse. Para Ihering, somente o “corpus” (poder de fato sobre a coisa) seria necessário para a existência da posse, não sendo necessário o “animus” que a teoria de Savigny coloca como pilar da possibilidade de expressão possessória.
  	O artigo 1.197 inicia as disposições relativas às classificações da posse, trazendo a denominação da posse direta e indireta. 
POSSE DIRETA
Detém a posse direta aquele que possui materialmente a coisa, ou seja, aquele que tem a coisa em seu poder como, por exemplo, o locatário. A posse direta, exercida temporariamente, não exclui a posse indireta do titular da propriedade. Cumpre ressaltar que ela pode se desdobrar quando, por exemplo, o usufrutuário, que já possuí a posse direta, resolve locar o bem a terceiro, caso em que também ficará com a posse indireta.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
A posse direta seria a de quem exerce o poder de uso, ou seja, poder de fato sobre a coisa. O exemplo supracitado alude à situação do locatário em relação ao locador: o locatário exerce o poder de uso, está ocupando o imóvel e sobre ele exerce a posse, nesse caso, a direta.
Fundamentação:
· Art. 1.197 do CC
· Art. 125, I, do CPC
POSSE INDIRETA
	Exerce a posse indireta o proprietário da coisa, o qual, apesar de possuir o domínio do bem, concede ao possuidor direto o direito de possuí-la temporariamente. Note-se que, embora tanto o possuidor direto como o indireto possam invocar proteção possessória contra terceiro, apenas este poderá adquirir a propriedade por meio de usucapião, uma vez que o possuidor direto não possui ânimo de dono.
	Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.
A posse indireta é aquela exercida por quem detém todos os outros direitos, a não ser o de uso (já que esse é exercido em nome do possuidor direto). Trata-se do verdadeiro proprietário do bem, que possui a ampla gama de poderes relacionados à propriedade e sobre eles tem poder de decisão. Novamente, utiliza-se o exemplo da locação, porém, quem exerce a posse indireta é o locador, que detém os poderes de gozo, disposição e o direito de reaver a coisa, mas não o de uso.
Fundamentação:
· Art. 1.197 do CC
· Art. 125, I, do CPC
OBSERVAÇÃO
A possibilidade da proteção possessória do possuidor direto contra o indireto, é referente a um dos efeitos da posse. Quem tem sua posse turbada, esbulhada ou ameaçada tem o direito de fazer uso dos interditos possessórios para proteger ou reaver a sua posse; as ações possessórias podem ser: o interdito possessório (em caso de ameaça, concreta, iminente à posse), a manutenção de posse (em caso de turbação, uma dificuldade no exercício total da posse) e a reintegração de posse (em caso de esbulho, perda total da posse em face do esbulhador).
  	Portanto, não há necessidade de ser proprietário do bem para poder se proteger em caso de agressão à posse, pois à ela é concedida diversos efeitos jurídicos particulares, sendo um deles a proteção possessória. Podendo assim, o possuidor direto (quem detém o poder de fato), em situação de posse justa, em caso de ameaça de turbação ou esbulho, ajuizar ação possessória contra terceiros, e até mesmo contra o possuidor indireto. A recíproca também é verdadeira, desde que a posse do primeiro se torne injusta, o proprietário poderá fazer uso dos interditos possessórios.
DIFERENÇA ENTRE POSSE JUSTA E POSSE INJUSTA
POSSE JUSTA
	O conceito de posse justa é trazido pelo Código Civil, de forma negativa. O artigo 1.200 conceitua posse justa como sendo a posse que não é violenta, clandestina ou precária, ou seja, é aquela desprovida de qualquer vício. 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
POSSE INJUSTA
	Posse injusta seria aquela que decorre de atos de violência, clandestinidade ou se perfazem de forma precária. 
Posse violenta é aquela que será exercida somente mediante o emprego da força (coação física ou moral) mesmo que não diretamente contra o possuidor, mas seja ofensivo o bastante para viciar a posse, sem a permissão do mesmo e contra a sua vontade.
Já a posse clandestina é aquela que se dá às ocultas, sem que o possuidor ou o proprietário da coisa tenha conhecimento. Ressalta-se que a clandestinidade é vício de origem por excelência, e assim, caso a posse seja pública no início e ocultada posteriormente, não configura posse injusta por clandestinidade. Não se examina aqui o animus do agente de ocultar a realidade, mas tão somente a constatação de que o real possuidor não tinha ciência da situação concreta.
A posse precária, por sua vez, é aquela que decorre de uma relação de confiança, em que a pessoa tem a obrigação de restituir a coisa, mas se nega a fazê-lo. 
Sempre dependerá de uma relação jurídica pré-existente, em que o real possuidor entrega a coisa a outrem em confiança, num prazo determinado, podendo a qualquer momento pedir que seja restituído. É o caso do contrato de depósito, de locação, de comodato, dentre outros.
Não se confunde a posse precária com os atos de mera permissão ou tolerância, uma vez que na primeira há uma relação jurídica anterior que vincula as partes, e no segundo caso não há qualquer relação entre eles.
DIFERENÇA ENTRE POSSE DE BOA-FÉ E POSSE DE MÁ-FÉ
POSSE DE BOA-FÉ
O Código Civil, em seu art. 1.201, trata de definir a primeira como aquela em que o “possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa”. Ou seja, é aquela em que o possuidor a exerce na crença, e na certeza de que é o proprietário da coisa, uma vez que desconhece qualquer vício ou impedimento para a sua aquisição.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
Importante dizer que a lei apresenta uma ressalva, pois a posse deixará de ser de boa-fé quando a situação indicar que o possuidor tinha ciência de algum vício. Nesse sentido dispõe o art. 1202 do CC:
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
POSSE DE MÁ-FÉ
A posse de má-fé, portanto, raciocinando-se a “contrario sensu”, é aquela em que há a ciência do vício que macula a situação jurídica do possuidor. 
Ou seja, a posse é de má-fé quando aquele que a está exercendo sabia ou não ignorava o vício, ou o obstáculo que impedia a aquisição da coisa. Um exemplo clássico deste tipo de posse, é quando o adquirente da coisa (móvel ou imóvel), por negligência grosseira, sabia ou não ignorava que a coisa não pertencia ao alienante.
REFERÊNCIAS:
DIREITONET. Posse direta - Novo CPC – Lei nº 13.105/15. 2017. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/862/Posse-direta-Novo-CPC-Lei-no-13105-15. Acesso em: 22 mar. 2020.
DIREITONET. Posse indireta - Novo CPC – Lei nº 13.105/15. 2017. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/863/Posse-indireta-Novo-CPC-Lei-no-13105-15. Acesso em: 22 mar. 2020.
PARREIRA, Isabel. Classificações da posse (direta e indireta) e mera detenção. 2018. Disponível em: https://isabelparreirap.jusbrasil.com.br/artigos/625013413/resumo-classificacoes-da-posse-direta-e-indireta-e-mera-detencao. Acesso em: 22 mar. 2020.
ZULIANI, MatheusStamillo Santarelli. Posse justa e posse injusta: aplicações práticas e teóricas. aplicações práticas e teóricas. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/64980/posse-justa-e-posse-injusta-aplicacoes-praticas-e-teoricas. Acesso em: 22 mar. 2020.
JURISWAY. O que é posse justa e posse injusta? Disponível em: https://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=723. Acesso em: 22 mar. 2020.
DIÁRIO, Direito. Quais as consequências práticas da distinção entre posse de boa-fé e posse de má-fé? 2017. Disponível em: https://direitodiario.jusbrasil.com.br/artigos/475975455/quais-as-consequencias-praticas-da-distincao-entre-posse-de-boa-fe-e-posse-de-ma-fe. Acesso em: 22 mar. 2020.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788553608782

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