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Trabalho do corpo e movimento na escola.

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PEDAGOGIA
 LETICIA PALOSQUE COSTA
PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL
“Trabalho do corpo e movimento na escola.”
Catanduva-Sp
2019
 
PRODUÇÃO TEXTUAL INDIVIDUAL
“Trabalho do corpo e movimento na escola.”
Trabalho de Pedagogia apresentado a Universidade Pitágoras Unopar como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Corpo e Movimento, Avaliação na Educação, Filosofia para crianças, Fundamentos, Organização e Metodologia da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Seminário Interdisciplinar I, Estágio Curricular Obrigatório II: Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Orientador: Prof. Eloise Werle de Almeida, Mari Clair Moro Nascimento, Okcana Battini, Jaqueline Rodrigues Gonçalves Guerreiro, Natalia Gomes dos Santos e Natalia da Silva Buança. Tutor à distância: Camila Rodrigues Gonçalves Machado.
Catanduva
2019 
 SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO	4
CORPO E MOVIMENTO NO AMBIENTE ESCOLAR.................................................5
PROPOSTA DE TRABALHO DE ENSINO.................................................................8
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................11
REFERÊNCIAS.........................................................................................................12
INTRODUÇÃO
 O presente trabalho tem como objetivo aprofundar sobre a temática “Trabalho do corpo e movimento na escola”, onde será relatado o que é corpo e o que é movimento, sua respectiva importância na nossa vida e no contexto escolar. 
Abordaremos a visão de Paulo Freire, sobre o ensino, onde o que ele descreve como “Educação Bancaria” e “Educação Liberadora”. 
Qual o papel da escola e dos docentes, em relação ao ensino de aprendizagem e qualidade, a importância de um currículo escolar baseado nas interdisciplinaridades. 
Relevância ao se trabalhar as diferentes áreas do conhecimento, (Corpo e Movimento, Avaliação na Educação, Filosofia para crianças, Fundamentos, Organização e Metodologia da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, Seminário Interdisciplinar, Estágio Curricular Obrigatório II: Anos Iniciais do Ensino Fundamental) 
que juntas fornecem um amplo caminho do conhecimento tanto para o ambiente escolar, quanto para os futuros pedagogos. Certamente, ao utilizar desses recursos, obteremos resultados satisfatórios. 
 Seguiremos como referencial o que é exigido por lei, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Como referencial teórico, a pesquisa parte de estudos realizados no âmbito da teoria literária, por autores como, Freire (1989), STRAZZACAPPA (2001), OSTETTO (2004) e OLIVEIRA, Marcus Aurelio Taborda.
Traremos um exemplo de plano de aula, onde será trabalhado uma aula indisciplinar, que trará como eixo principal o trabalho com o corpo. Ao trabalhar com essa atividade proposta, especificando os objetivos gerais e específicos e qual método de avaliação que será utilizado na atividade. 
CORPO E MOVIMENTO NO AMBIENTE ESCOLAR 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9.394/96 prevê que o ensino de arte passa a ser obrigatório na educação básica, e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) apontam que há quatro linguagens artísticas que são (música, dança, teatro e artes visuais). 
Diante Lei, devemos nos perguntar como trabalhar e inserir essas quatro linguagens artísticas no ambiente escolar, fazendo a utilização do corpo e do movimento, diante ao cenário escolar. 
STRAZZACAPPA, 2001 diz “A noção de disciplina na escola sempre foi entendida como “não movimento”. As crianças educadas e comportadas eram aquelas que simplesmente não se moviam. O modelo escolar-militar da primeira metade do século XX era aplicado desde o momento em que a criança chegava na escola. As filas por ordem de tamanho para se dirigirem às salas de aula, o levantar-se cada vez que o diretor ou supervisor de ensino entrava na sala etc.”. 
Nas escolas há uma concepção de que o ensino é para passar o conhecimento e para isso haja obediência e o autoritarismo dos professores, nessa concepção para se transmitir o conhecimento, as crianças, devem ficar sentadas sem se mover, onde a prática do movimento e da diversão se limita ás aulas de educação física e ao intervalo. 
Esse modelo de ensino, onde as crianças apenas ficam sentadas e que o objetivo é só receber o conhecimento, foi duramente criticada por Paulo Freire, onde nomeou como Educação Bancária, onde esse modelo de educação o aluno nada sabe e o professor é detentor do saber. O Educador, sendo o que possui todo o saber, é o sujeito da aprendizagem, aquele que deposita o conhecimento. O educando, então, é o objeto que recebe o conhecimento. Com essa base de educação, querendo ou não, forma indivíduos acomodados, que não questionam e se submetem à estrutura do poder vigente. 
Paulo Freire defende a educação libertadora, onde afirma que não existe uma separação entre educador e educando, ambos são educadores e educando no processo de ensino aprendizado. Cada um transmitindo seu conhecimento e aprendendo juntos. Essa forma de educação libertadora abre espaço para o diálogo, a comunicação, o questionamento sobre as coisas e acima de tudo, uma busca para a transformação.
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STRAZZACAPPA, 2001 “O indivíduo age no mundo através de seu corpo, mais especificamente através do movimento. É o movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos” 
Partindo dessa percepção, no ambiente escolar não é diferente, é através do movimento corporal, das brincadeiras, dos repertórios e da interdisciplinaridade de conteúdo, do lúdico, etc., que se obtêm uma educação de qualidade. 
De Acordo com a Base Nacional Comum Curricular, as práticas corporais devem ser abordadas na escola em suas diversas formas de codificação e significação social, e, ainda, podem ser entendidas como forma de manifestação das possibilidades expressivas dos sujeitos e grupos sociais no decorrer da história (BRASIL, 2017).
Através dos documentos, é possível observar que a partir de práticas de movimento, o aluno constrói um repertório de conhecimento, cria autonomia, desenvolve seus gostos, consciência corporal, desenvolve sua corporeidade, amplo universo cultural, diversidade em vocabulário motor, experimentando saberes artísticos, culturais, sociais e expressivos.
OSTETTO, 2004 Afirma que “é tarefa da escola, da creche e da pré-escola, sim, colocar à disposição e ao conhecimento de todos os meninos e meninas, adolescentes, jovens, homens e mulheres que nela convivem e são educados, o melhor dentre tudo o que já foi produzido e criado pela humanidade”. 
Sendo papel da escola e principalmente dos docentes, é possível fazer uma educação de qualidade, onde o aprendizado e valores são concretizados. 
É fundamental que os professores possam oferecer a oportunidade através de atividades e diferentes métodos de ensino, para que a criança possa vivenciar múltiplas experiências, que estimulem a criatividade, as experiências múltiplas, que estimule à experimentação, a imaginação, que desenvolva as distintas linguagens expressivas e possibilitem a interação com outras pessoas.
Em nossos currículos escolares em que momento são abordadas as questões referentes aos preconceitos raciais, às divergências étnicas, aos conflitos de classe manifestos no corpo, às relações de gênero e à definição dos papéis sexuais no contexto societário, à violência, à sexualidade, ao consumo de drogas? Não são essas questões presentes no modelo de sociedade que desenvolvemos, a qual nossos alunos estão expostos? Não são questões que conformam novas formas de relação e convívio social? Não são relações que se manifestam através de práticas corporais? (OLIVEIRA,Marcus Aurelio Taborda. Licenciatura em Educação Física: que curso é esse? Synopsis. (Curitiba), v. 7, p. 118-129, dez. 1996). 
É notório a importância dos temas como movimento, motricidade, jogo e brincadeira, no século XXI. Vários pesquisadores enfatizam a importância da vivencia de jogos e esportes para a incorporação do sentido e da atitude da corporeidade em alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Sendo uma educação prazerosa, lúdica, onde haja a participação das crianças, não as desmotivando. Essas atividades fazendo parte do dia a dia dos alunos, transmiti o conhecimento é participação, responsabilidade, objetivos comuns a serem atingidos, bem como facilitam aos discentes conhecer e saborear princípios fundamentais para o ato educativo como determinação, criatividade, sentimento de pertença ao grupo.
A temática “Corpo e Movimento” é de extrema importância ser abordada no âmbito de disciplinas curriculares, pois oportuniza impactos positivos na formação de valores, na visão de diversidade do mundo, gerando valorização, respeito e solidariedade entre os alunos.
Para a efetivação de uma proposta interdisciplinar, é preciso integrar diferentes áreas do conhecimento, utilizando a interdisciplinaridade. O professor deve fazer um Planejamento de Material Didático que é utilizado na área da educação, para apoiar e auxiliar no processo de ensino e aprendizado, o material pode compreender recursos e produtos pedagógicos que apoiam o processo de ensino aprendizagem, tido como contexto social, político e econômico de cada momento histórico. 
 Se aprofundar nos Fundamentos, Organização e Metodologia da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, assim como utilizar da Filosofia com as crianças, que é importante nos espaços escolares, onde a escola passa a ser um espaço de diálogo e discussão coletiva, desenvolvendo nas crianças uma postura participativa e colaborativa. A Filosofia com as crianças, possibilita desenvolver uma consciência e um diálogo investigativo. O diálogo investigativo se relaciona também com a autocorreção e a auto avaliação do estudante, auxiliando na correção dos caminhos e da aprendizagem.
Para o estudante de Pedagogia, além da importância dos conteúdos dito acima, tem como ênfase o Estágio Curricular, que é a possibilidade de aprender na prática escolar, nos ambientes formais e não formais tudo o que foi aprendido, ao longo do curso. O Seminário Interdisciplinar, que o estudo para as práticas realizadas com as crianças, um aprofundamento de todo conteúdo aprendido, uma preparação para a avaliação de proficiência que é realizado. 
	Proposta de trabalho de ensino
	Identificação da escola: Crianças do amanhã 
	Professor: Letícia Costa 
	Turma: 3º Ano
	Período: Matutino
	Alunos: 23
	Data: 25/10
	Título/tema da atividade: “A Cigarra e a Formiga”
	Objetivos: O aluno poderá perceber e experimentar:
• O corpo é um importante meio de comunicação e integração entre as pessoas;
• A experimentação da linguagem corporal como forma de comunicação;
• A criatividade na formação de movimentos corporais;
• Expressar-se corporalmente.
	Objetivo geral da atividade: 
· Transmitir conhecimentos sobre o corpo e suas funções
· Trabalhar em equipe
	Objetivos específicos da atividade: 
· Perceber diferentes pesos e formatos de objetos desenvolvendo maneiras criativas de equilibrá-los em diversas partes do corpo
· Variar as situações entre equilíbrio-desequilíbrio-equilíbrio com os objetos escolhidos para a atividade, lançando-os e retomando o equilíbrio destes.
· Exercitar o maior número possível de partes do corpo
	Percurso metodológico: 1º momento: Iniciar a aula com algumas reflexões acerca dos movimentos convencionados:
• Se eu lhes fizesse esse movimento (movimento de Oi com a mão), o que vocês acham que eu quero transmitir?
O professor poderá repetir a pergunta com outros movimentos conhecidos (positivo, mais ou menos, OK, negativo, vem cá, etc.). Eu não lhes disse o que eu queria transmitir, porém vocês interpretaram meus movimentos e descobriram. Isso quer dizer que eu posso transmitir informações sem usar a escrita ou a fala. O corpo é um importante veículo de transmissão de informações, e também se reflete nele as marcas de sua cultura, seja na forma de se comportar socialmente, de se vestir, de se maquiar, de se tatuar, etc.
2ºmomento: Vocês sabem me dizer alguns casos onde o corpo é fundamental nessa tarefa?
-Transmissão de sentimentos (tristeza, alegria, medo, etc.);
-Pessoas com deficiência na fala e auditiva;
-Na dança, onde o artista transmite sua interpretação da música através de movimentos do corpo.
3º momento: Duas equipes jogam (uma equipe por vez). Cada rodada um representante diferente da equipe vem à frente. Esse representante joga o dado e o número decidirá sua tarefa: 1 – mímica de um filme, 2 - mímica de um título de música, 3 - mímica de uma novela ou série de TV, 4 - mímica de um desenho animado, 5 – Passa a vez para a outra equipe, 6 – Escolhe o tema e vale o dobro de pontos para a sua equipe no caso de acerto.
O número retirado no dado será o número que o aluno buscará na carta de baralho retirada. (no caso do Nº05, não retira carta e no caso do Nº06, retira a carta e escolhe o número que lhe interessar).
O baralho: O professor poderá utilizar um baralho comum, colando na face principal das cartas um papel contendo uma numeração de 1 a 4 onde no número 1 ele colocará o nome de um filme, no número 2 ele colocará o título de uma música (nacional), no número 3 ele colocará o nome de uma novela ou série de TV e no número 4 ele colocará o nome de um desenho animado. Cada carta deverá conter nomes e títulos diferentes.
Após jogar o dado, o aluno retira uma carta do baralho e deverá fazer a mímica para que sua própria equipe adivinhe (em um determinado tempo) qual o nome do filme, música, novela, série ou desenho que o colega está representando corporalmente.
Obs. Só vale movimentos, som ou ruído de qualquer espécie desclassifica o aluno.
4ºmomento: As atividades serão acumulativas de pontos, quem obter menos pontuação deverá realizar atividades um “circuito” onde equilibraram objetos. 
Com os objetos em mãos, distribua-os para os alunos e peçam para que tentem, parados em seus lugares, equilibrá-los em partes dos seus corpos como: palma da mão, dorso da mão, dorso do pé, dobra do cotovelo, ombro, pescoço, testa, queixo, etc.
Para cada objeto, as crianças deverão desenvolver estratégias para equilibrá-los. Uma alternativa é fazer grupos de materiais redondos, compridos, pequenos, grandes, etc. e fazer com que as crianças circulem em cada grupo.
Também pode-se sugerir que o façam ao mesmo tempo que se deslocam pela sala.
5º momento: Andando no arame imaginário (15’).
Coloquem uma linha comum no chão e peça que os alunos imaginem o arame/corda bamba do circo. Eles deverão andar sobre a corda, com os pés sempre bem em frente um ao outro, com corpo ereto, olhando para frente. Sugira que tentem também andar com os braços estendidos ao lado do corpo percebendo a diferença no equilíbrio. Faça várias filas/grupos de alunos para que eles não fiquem parados, por muito tempo, durante a aula, o que pode desmotivar os alunos.
6ºmomento: Essas atividades que a equipe que obter menor pontuação, deverá ser realizada com a ajuda que obteve maior pontuação, acumulando assim o ponto das duas equipes. Onde não haverá um campeão. Trabalhando assim o trabalho em equipe, a colaboração e não será uma atividade competitiva.
	Recursos: Um dado (grande), uma Ampulheta ou cronômetro e um Baralho personalizado pelo professor. 
linhas no chão, (qualquer material que desperte nas crianças o desejo de equilibrá-los sobre o corpo). 
	Avaliação: O professor deva considerar o desenvolvimento de cada aluno durante todo o processo de aprendizagem. Além disso, é importante considerar o envolvimento de cada um, o respeito às limitações do outro, a capacidade e o empenho no trabalho em grupos, etc. 
	Referências: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9627http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=16089
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante ao que foi exposto, podemos concluir que a transmissão do conhecimento, é feita dia a dia, onde o professor junto com seus alunos, obtém e transmitem o conhecimento. A escola, em especial nos momentos destinados à Educação Infantil e à Primeira Fase do Ensino Fundamental, tem que cumprir a missão de favorecer a explicitação de um aluno destinado a ser livre e a buscar sua vivência cidadã. 
A missão de propiciar planos de aula, onde haja o jogo, a ludicidade, a brincadeira e criatividade, não deve estar apenas atrelada à disciplina Educação Física na escola. Deve ser, isto sim, uma responsabilidade de todos os professores e constar inclusive dos projetos políticos pedagógicos das escolas. 
Ou seja, que seja em conjunto, entre escola, professores, educandos, em espaços escolares ou não. Utilizando os mais diversos conhecimentos e conteúdos o possível. 
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REFERÊNCIAS 
STRAZZACAPPA, Marcia. A educação e a fábrica de corpos: a dança na escola. Cad. Cedes, Campinas, v. 21, n. 53, p. 69-83, abr. 2001. Disponível em: Acesso em: 30 out. 2019
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC, set. 1998. 101 p. v. 3. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2016
BRASIL. Decreto de lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 20 dez. 1996. Disponível em: Acesso em: 30 out. 2019
BRASIL. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC, set. 1998. 101 p. v. 1. Disponível em: Acesso em: 30 out. 2019
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: BNCC. 2016. Proposta preliminar - segunda versão revisada. Disponível em: Acesso em: 30 out. 2019
OSTETTO, Luciana Esmeralda. Educadores na roda da dança: formação-transformação. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação. Campinas, 2005.
EDUCAÇÃO BANCÁRIA E EDUCAÇÃO LIBERTADORA. PAULO Freire Disponível em<https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2339567> Acessado: 2 de nov. 2019.

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