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Estudo dirigido de Cultura e Subjetividade

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Disciplina: Cultura e Subjetividade – EAD
Professora: Eliane de Augustinis
Estudo dirigido para preparação das provas presenciais
1. O assassinato do pai da pré-história, segundo o mito freudiano, gerou nos filhos como apresentado no texto “Totem e Tabu” (1913) um sentimento de harmonia capaz de vencer a ambivalência afetiva (amor-ódio) o que dá partida a uma nova ordem social. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa é falsa porque o assassinato do pai da pré-história do mito freudiano trouxe um forte sentimento de culpa que, negando o parricídio pela operação do recalque primário, instauraram a civilização. Segundo o texto freudiano proposto, a origem da civilização ocorre a partir de um ato de ódio, que leva a um assassinato mítico. Este ato cai sob a barra do recalque primário, mas continua a trazer para os sujeitos inseridos na cultura, um forte sentimento de culpa inconsciente. O intenso remorso dos filhos produz o início do processo civilizatório, pois impõe uma lei, de que ninguém mais ocupe o lugar vazio do pai. Desse modo, a nova ordem social possui uma desarmonia em sua base devido à ambivalência afetiva.
2. No texto “Psicologia de Massas e análise do Eu” (1923), o que Freud considerou a respeito da relação do grupo em relação ao líder refere-se ao fato de que na estrutura libidinal do grupo, o que é mais importante é o laço entre os sujeitos e cada um destes com o chefe. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa está correta porque segundo o texto freudiano proposto, a coletividade se une em torno de uma estrutura inconsciente pautada na pulsão. O laço de união pelo amor se estabelece por uma relação psíquica onde a sexualidade, a partir de sua energia pulsional, a libido, leva a uma identificação imaginária de amor entre os seus membros e uma identificação de todos com o líder, ou seja, é preciso que exista um ideal, em referência ao lugar paterno. 
(PROVA-0,5) - De acordo com o texto extraído da obra Psicologia de Massas e análise do eu, identifique o que Freud considerou a respeito da relação do grupo no que se refere ao líder:
Na estrutura libidinal do grupo, o que é mais importante é o laço entre os sujeitos e cada um destes com o chefe.
3. Freud ao avaliar o conflito entre Estados modernos percebeu que eram ainda mais cruéis e implacáveis que aqueles que o precediam, ainda mais destrutivos, isto porque, Freud pretendia explicar a guerra a partir da psicanálise de modo a poder construir um processo de prevenção contra os estados de destruição social. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa é falsa, porque Freud buscava nos fatos da cultura os fundamentos necessários para explicar a realidade psíquica apreendida na genera de seus pacientes. Segundo o texto freudiano proposto, o objetivo de Freud ao estudar os fenômenos da cultura, foi o de encontrar nos eventos sociais e civilizatórios, as mesmas bases pulsionais e inconscientes encontradas no sujeito individual com o qual já havia teorizado tais conceitos. Freud não queria prevenir os fenômenos sociais destrutivos, pois sua teoria o levava a crer em um mal-estar inexorável onde o mal permanece na cultura. Mesmo as conquistas intelectuais e científicas são insuficientes para diminuir a violência de modo que sempre há um retorno dos estados de barbárie de modo que o homem civilizado não é superior ao homem das cavernas.
(PROVA) Qual objetivo Freudiano ao estudar os fenômenos da cultura? (Vale 0,5)
Buscar nos fatos da cultura os fundamentos necessários para explicar a realidade psíquica apreendida na escuta de seus pacientes.
4. Freud define o sentimento religioso em Mal-estar da civilização (1920) pelo fato desse sentimento derivar do desamparo infantil e da nostalgia do pai por ser um sentimento conservado na vida adulta pelo medo ante o superior poder do destino. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa é verdadeira, porque segundo o texto freudiano proposto, o sentimento religioso é resultado das necessidades inconscientes e infantis de encontrar um amparo diante das figuras que, durante a infância, era percebida como aquela que protegeria o indivíduo contra todos os males. O pai torna-se a figura de proteção e é substituído pela figura da divindade, como nas culturas religiosas patriarcais, o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. A fé é para Freud, um modo ilusório de encontro com o objeto perdido não havendo uma verdade psicológica, pois somos desamparados desde o nascimento. O homem sente-se a fragilidade do corpo e da própria natureza como insuficientes para se defender e a religião vem como uma ilusão de proteção. A religião não liberta o desejo, mas ao contrário, seu triunfo sobre a ciência tampona o desejo ao apresentar uma verdade externa que prescinde uma busca por uma verdade singular do sujeito. 
5. A relação feita por Freud entre a cultura e a feminilidade refere-se ao fato de que demasiada lógica fálica da cultura atual superou a necessidade do encontro com a feminilidade e a diferença que nas sociedades primitivas era necessária para a produção da subjetividade nos laços sociais. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa é falsa porque A feminilidade é entendida por Freud como “a coisa mais deliciosa que o mundo tem a nos oferecer” e representante de Eros na civilização. Segundo o livro base de Betty Fuks, Freud e a cultura, em referência a textos freudianos, apresenta a feminilidade, diferentemente do gênero feminino, faz parte da diferença sexual ao mostrar, como alteridade na cultura, a parcel de impossibilidade de completude de satisfação como a lógica fálica vem apresentar nos laços sociais. A feminilidade mostra o ponto de castração necessário para que seja possível lidar com o desejo, tornando-se ao mesmo tempo, ponto de delícia erótica como causadora de um horror ao feminino para os sujeitos envolvidos excessivamente pela lógica do ter empregada na sociedade narcísica atual. A sociedade contemporânea possui o mesmo horror à feminilidade das sociedades antigas, pois é a feminilidade que promove a diferença sexual entre as massas. O grande problema dos tempos atuais é a lógica fálica sobrepujar o encontro com a diferença sexual onde a feminilidade funciona como alteridade da cultura. Sendo assim, a feminilidade é tamponada no discurso capitalista que não quer o confronto do sujeito com os seus desejos, mas iludi-lo com objetos de consumo. 
6. Os aspectos destacados por Freud em Psicologia de Massas e análise do eu sobre a formação dos grupos sociais, referem-se ao fato do fenômeno cultural não ser efeito sugestivo do grupo sobre o indivíduo, mas refere-se ao inconsciente e a pulsão. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativa é verdadeira, porque segundo Freud no texto proposto, a união entre os sujeitos incluídos nos laços sociais como a destrutividade existente no campo social, são fruto de instâncias inconscientes e pulsionais e não apenas um fenômeno próximo à hipnose, onde o hipnotizador possui uma influência sugestiva sobre o hipnotizado de modo que os teóricos da época freudiana, sugeriam que havia no campo social, uma influência sugestiva da liderança do grupo sobre o indivíduo semelhante à sugestão hipnótica. Para Freud, a massa se mantém unida graças ao poder de Eros e mesmo que o ódio seja mais antigo que o amor, os grupos sociais podem ser capazes de se unir pelo amor. O ódio amplia o narcisismo causando disputas e rivalidades e, portanto, é o amor ao líder que faz com que a massa se una em torno desse representante do pai assassinado e do qual o sentimento de culpa permanece. 
7. Segundo os pressupostos teóricos correspondentes ao pensamento de Freud em “Mal estar da civilização” (1930) As nações mais civilizadas tornam-se menos bárbaras e agressivas com o retorno de uma figura simbólica do pai ao instituir a relação entre a lei e o desejo. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. 
A afirmativaé falsa, pois na civilização há uma carga de pulsão de morte, mas também uma carga libidinal de pulsão de vida capaz de refazer os projetos culturais e produzir, posteriormente à destruição, grandes novidades. Segundo Freud no texto proposto, há a pulsão de morte e a pulsão de vida trabalham juntas de modo que quando elas se desatrelam, surge fenômenos de violência e destrutividade. Entretanto, a força pulsional é capaz de reintegra-se e produzir novidades diante da devastação. Exatamente porque não há uma ideia na psicanálise de harmonia absoluta possível nas relações individuais e coletivas que aquilo que causa destruição pode ser revertido em criações novas e ainda melhores para a cultura. O equilíbrio entre a pulsão de vida e a pulsão de morte é necessário ao sujeito e à civilização, pois sua desfusão levaria a destruição em estado puro. Com a desfusão pulsional as nações mais civilizadas tornam-se mais bárbaras e agressivas com o retorno de uma figura de excesso que impede a relação entre a lei e o desejo. A civilização cria fortes identificações entre as pessoas, de modo a mobilizar um alto grau de libido inibida de sua meta, para favorecer as relações de amizade. A libido é mobilizada para que o grupo se identifique de modo que a pulsão de morte que trabalha em silêncio não triunfe sobre a pulsão de vida que une o grupo.
8. Através dos argumentos de Joel Birman em “Mal estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação” o que a psicanálise entende sobre o mundo contemporâneo e o narcisismo a auto-exaltação da individualidade no mundo do espetáculo produz uma diminuição dos valores de solidariedade. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, segundo Birman em seu livro baseado na construção teórica de Freud no texto “Mal estar da civilização” (1930), a sociedade atual vive um momento de grande ênfase narcísica que leva a uma busca de completude imaginária tanto do corpo próprio quanto da satisfação a ser extraída da relação com o outro como com os grupos sociais. Esta ilusão leva o homem contemporâneo a voltar-se para seus próprios interesses de satisfação pessoal desligando-se dos interesses coletivos. O que justamente caracteriza a subjetividade na cultura do narcisismo é a impossibilidade do sujeito poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não consegue se descentrar de si mesma. Referindo-se sempre ao outro, como imagem especular de seus ideais narcísicos, o sujeito encara o outro como um objeto o que levaria ao horizonte macabro de um corpo a ser infinitamente manipulado para o gozo que o outro se apresenta para o sujeito no horizonte da atualidade. Nesse mesmo tipo de relação com o outro, os atuais processos de medicalização do social, mediados pela psicofarmacologia levam a paralização da sociedade capitalista na medida em que promove a ciência para os seus interesses e não para saber aquilo que nos falta o que promoveria o desejo. O outro serve na sociedade do espetáculo como objeto de gozo de modo a impedir o encontro com a feminilidade conforme Freud destacou em sua obra, ou seja, a beleza feminina mostra o quanto à sociedade atual não está preparada para aceitar as diferenças para além da questão de gênero indo em direção à impossibilidade produção da subjetividade.
9. Segundo o entendimento dado por Freud ao Tabu na cultura em articulação a lei que introduz o sujeito na civilização A psicanálise demonstra que o recalque quanto ao desejo incestuoso e assassino é a base do direito do indivíduo à filiação simbólica. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois segundo Freud em seu texto “Totem e Tabu” (1913), a entrada dos sujeitos na cultura se deu através da interdição do gozo absoluto, pois este traria uma destrutividade entre os sujeitos que impediria a organização social. Portanto, o ato de assassinato mítico do pai que gozava de todas as mulheres sem exceção, veio impor leis que recalcavam uma parcela desse gozo. Para que isso ocorresse, o grupo social manteve o lugar do pai excessivo morto pelo ato praticado pelos filhos, se mantivesse vazio e nenhum outro poderia ocupá-lo. Esta lei uniu-se a impossibilidade de que apenas um tivesse acesso a todas as mulheres produzindo o tabu do incesto como universal e regido pela instância inconsciente. Com isso, surge a hierarquia familiar, onde os filhos podem se relacionar com seus pais através de uma herança simbólica onde a lei é transmitida de geração para geração. A psicanálise postula a natureza conciliadora entre Lei e desejo, pois o tabu é uma ação impedida cuja realização possui inclinação inconsciente. A lei social de proibição ao incesto é um ato de impedimento de satisfação irrestrita dos apetites sexuais do homem.
10. Verifica-se que a sociedade contemporânea vêm passando por grande descriminação e violência contra mulheres, negros, trabalhadores, gays e pobres entre uma enorme gama de excluídos. Isto porque o discurso capitalista promove os laços sociais, sendo uma saída do processo discriminatório através dos parceiros conectável e desconectável das redes sociais utilizadas pelos jovens da atualidade onde o reino do “eu ideal” faz predominar a imagem sobre o simbólico. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é falsa, pois No discurso capitalista, todos perdem sua condição de sujeitos autônomos e viram consumidores-objetos. O racismo, ao discriminar o sujeito por uma única característica a qual é reduzido, torna o sujeito um mero objeto a ser consumido. Segundo a teoria dos discursos de Jacques Lacan, o discurso capitalista é o único que não promove o laço social devido ao tamponamento do desejo causado pelos objetos de consumo e do excesso que substitui a busca pela almejada satisfação sempre de um objeto perdido e que os objetos de consumo produzem como ilusão ao “tudo ter”. Isso leva a uma diminuição das construções subjetivas promovidas pelas leis simbólicas e leva a um imaginário no qual a importância é dada ao “ter” e não ao “ser”. Os próprios consumidores são tratados no discurso capitalista como objetos, pois lhe é exigido o consumo como forma de gozo e não de desejo. Sendo assim, o outro não é mais aquele para onde a busca de satisfação se dirige no encontro com a falta e o desejo, mas torna-se igualmente objeto de consumo a ser explorado e descartado. Isso leva ao aumento da violência e discriminação e o racismo, pois este, ao apresentar uma mínima diferença da massa homogênea que não leva a questionamentos, torna-se o outro estrangeiro a ser excluído. O discurso capitalista não promove os laços sociais de modo a tratar o trabalhador como objeto de uso na posição do escravo explorado e descriminado que possuía antes dessa virada discursiva. 
(PROVA – 1,0) Verifica-se que a sociedade contemporânea vem passando por grande descriminação e violência contra mulheres, negros, trabalhadores, gays e pobres entre uma enorme gama de excluídos. Diante do exposto, indique a alternativa que apresenta a relação correta entre o discurso capitalista e a discriminação:
No discurso capitalista, todos perdem sua condição de sujeitos autônomos e viram consumidores-objetos. O racismo, ao discriminar o sujeito por uma única característica a qual é reduzido, torna o sujeito um mero objeto a ser consumido. Segundo a teoria dos discursos de Jacques Lacan, o discurso capitalista é o único que não promove o laço social devido ao tamponamento do desejo causado pelos objetos de consumo e do excesso que substitui a busca pela almejada satisfação sempre de um objeto perdido e que os objetos de consumo produzem como ilusão ao “tudo ter”...
11. O sujeito toxicômano diante de uma sociedade que vem vivido um crescimento do uso de drogas, lícitas e ilícitas, nas últimas décadas. Trata-se de um sujeito que se apresenta unificado por um modo de gozo específico e que parece não estar dividido pelos conflitos psíquicos na tentativa de tamponar a relação com a falta. Diga se a afirmativaé falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, trata-se de um sujeito que se oferece como objeto para o gozo do Outro a fim de completar a falta que aparece como insuportável: ele se faz o produto do gozo do Outro. De acordo com as proposições discursivas de Jacques Lacan, o discurso da sociedade contemporânea, exclui a relação do sujeito com o desejo, sempre movido por uma falta que leva sempre a continuidade da busca por algo que venha satisfazer. Ao iludir o sujeito atual de poder satisfazer-se em sua completude, as drogas tornam-se um aliado a ilusão de satisfação e fuga dos conflitos sem poder elaborar seus sintomas e encontrar saídas menos deletérias. Por isso, as drogas oferecem um modo de gozo específico, onde a satisfação imediata e efêmera é oferecida ao consumidor das drogas abafando seu encontro com sua própria divisão subjetiva. Lembrar que para a psicanálise o sujeito do inconsciente é sempre dividido entre sua razão e os desejos que regem seu inconsciente. Quanto à segunda afirmativa correta, o próprio sujeito toxicômano acaba por tornar-se um objeto de consumo da sociedade (o Outro social) que lhe exige uma relação de excesso com os objetos de consumo como as drogas. Portanto, trata-se de um sujeito que não se empenha lidar com a castração e a feminilidade instaurada pelo tempo edipiano que orienta o desejo, que goza da droga para, de alguma forma, desligar-se do Outro e assim, desfazer o laço social.
12. O entendimento psicanalítico sobre o complexo de Édipo para aplicá-lo na organização dos laços familiares, Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual, Eros, no cerne da lei de aliança e da filiação. A família é para a psicanálise uma necessidade sob a qual a civilização repousa. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois O complexo de Édipo trouxe um modelo psicológico capaz de lançar o paradigma do advento da família ao fazer desta uma estrutura psíquica universal apoiada em uma organização das leis da aliança que institui o princípio do interdito do incesto. Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual, Eros, no cerne da lei de aliança e da filiação. A família é para a psicanálise uma necessidade sob a qual a civilização repousa. Freud, ao apresentar o complexo de Édipo como universal, apresenta a família não como uma estrutura social, mas como uma organização psíquica inconsciente e necessária para que o sujeito possa aceitar o recalque necessário de suas pulsões. Nesse sentido, as figuras, pai, mãe, filho são estruturas de linguagem sob a qual o inconsciente trabalha e cria como forma de barrar o excesso de gozo diante da sexualidade e da morte. Nesse sentido, a aliança de parentesco vem impor os limites da lei simbólica causada pelo assassinato mítico do pai da pré-história e lançar o incesto como o primeiro tabu universal das civilizações. A família edipiana é definida por Freud como força universal independente da época. Portanto, a psicanálise não contribuiu para o entendimento das famílias patriarcais monogâmicas, pois sendo seu modelo regido pela construção psíquica dessa família, permite pensarmos uma sociedade onde surjam novos modelos de parentalidade, de famílias “recompostas” ou “monoparentais”.
(PROVA – 1,0) – A partir do entendimento psicanalítico sobre o complexo de édipo, indique a alternativa que mostra a sua aplicação na organização dos laços familiares:
Freud cria uma estrutura psíquica de parentesco que inscreve o desejo sexual. Eros, no cerne da lei de aliança e filiação. A família é, para a psicanálise, uma necessidade sob a qual a civilização repousa.
13. Segundo a afirmativa de que “O líder diante de uma massa é dotado de um poder que normalmente ninguém teria”, é possível afirmar que uma massa primária como o exército e a igreja, que são guiadas por um líder, possui uma quantidade de indivíduos que puseram um único objeto no lugar de seu ideal e, em conseqüência, identificaram-se uns com os outros em seu Eu. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, segundo Freud, “O líder diante de uma massa é dotado de um poder que normalmente ninguém teria” está correta de acordo com o entendimento de Freud em Psicologia das massas e análise do eu de 1921, onde o líder é entendido como um representante do pai na proteção do grupo o que lhe confere um poder atribuído às figuras de autoridade como Cristo e o general. Toda a massa irá identificar-se entre si em um amor grupal que coloca o líder no centro em torno do qual todos se unem. Como o líder ocupa o lugar de ideal, a identificação ao líder faz o grupo ser submisso a sua autoridade e expulsar a agressividade do seu interior e direcioná-la para outros grupos. 
14. “Em “Psicologia de Massas e análise do Eu” (1923), Freud retorna ao tema da horda primitiva trabalhado em Totem e Tabu (1913). Com base nessa releitura Freud procura demonstrar que traços dessa horda permanecem na história da linhagem humana. Em especial o totemismo, o qual traz em si os primórdios da religião, da moralidade e da organização social”, porque a coesão entre os membros do grupo se dá, necessariamente, por força da coação interna que prescinde de um ideal. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é falsa porque não se justifica pelo fato de Freud atribuir a uma origem mítica o início da organização social onde o assassinato do pai da pré-história causou remorso e um sentimento de culpa no ato praticado e recalcado. Com isso, foi às regras religiosas vêm unir os sujeitos de cultura ao pai morto com rituais de expiação de idolatria, além de restringir as pulsões devido ao recalque produzindo normas moralizantes e leis sociais que regulam as ações do homem civilizado. Desse modo, a explicação dada à afirmativa inicial não é correta, pois o assassinato do pai levou a uma união do grupo pelo amor fazendo do líder que se torna representante do pai morto, um ideal imprescindível para que por força de uma identificação todos possam se submeter aos limites pulsionais que as organizações sociais impõem.
(PROVA – 1,0) – Analise a relação entre as afirmativas a seguir: A identificação do sujeito desempenha um papel na história primitiva do complexo de Édipo. A identificação do pai em um grupo primário coloca um só objeto (o líder) no lugar de seu ideal do eu e a identificação entre os membros do grupo. PORQUE a coesão entre os membros do grupo e a organização da religiosidade e da moralidade só ocorrem pela força do medo do pai da horda primitiva, o que prescinde de um ideal ou regulação simbólica. Analisando as afirmativas, conclui-se que:
A primeira é verdadeira e a segunda é falsa
15. Sobre a sociedade do espetáculo e a cultura do narcisismo, Joel Birman, em seu livro: “Mal estar na atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação” afirma que este ideal está pautado nas formulações de Lasch e Debord sobre a existência de uma cultura do narcisismo e da sociedade do espetáculo, Birman desarticula os atuais processos de medicalização e psiquiatrização do social, e a construção empresarial do narcotráfico. Para ele, essas duas operações sociopolíticas são historicamente díspares. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é falsa, pois a auto exaltação da individualidade no mundo do espetacular faz crescer uma diminuição dos valores de solidariedade. Cada um por si e dane-se o resto parece ser o lema que define a ética (o ethos) da atualidade, já que não podemos, além disso, contar mais com a ajuda de Deus em nosso mundo desencantado. A solidariedade seria fundamentada exatamente pelo sujeito reconhecer o outro em sua diferença e singularidade, atributos da alteridade (Estado ou qualidade do que é outro, distinto, diferente). O que justamente caracteriza a subjetividade na cultura do narcisismo é a impossibilidade de poder admirar o outro em sua diferença radical, já que não consegue se descentrarde si mesma. A sociedade contemporânea preza pela exaltação da autoimagem narcísica o que leva o investimento libidinal ligado mais ao eu do que aos objetos externos. Isso leva ao aumento do individualismo regido por uma maior dificuldade de subjetivação das relações nas quais as diferenças permitem lidar com as insatisfações e os limites de satisfação ilusórios. Dessa forma, a relação com a lei simbólica também fica diminuída levando o homem contemporâneo a uma sensação de desamparo e desencanto quanto a um futuro promissor. Voltado para si mesmo e destituído dos valores grupais incrementados por Eros, o sujeito contemporâneo tenta defender-se contra os outros deixando de admirara-los. A auto exaltação da individualidade no mundo do espetacular faz diminuir os valores de solidariedade. Cada um por si e dane-se o outro, parece ser o lema que define a ética (o ethos) da atualidade, já que não podemos, além disso, contar mais com a ajuda de Deus em nosso mundo desencantado. O outro serve na sociedade do espetáculo como instrumento para o incremento da autoimagem, podendo ser eliminado por não ter função na constituição do desejo do sujeito e não permitir o ultra passamento do desamparo. Pautado nas formulações de Lasch e Debord sobre a existência de uma cultura do narcisismo e da sociedade do espetáculo, Birman articula os atuais processos de medicalização e psiquiatrização do social, e a construção empresarial do narcotráfico. Para ele, essas duas operações sociopolíticas são historicamente semelhantes.
16. Os mitos na psicanálise são mais do que uma simples montagem ou uma ilustração. Os mitos são tomados por Freud como um modelo inabitual do pensamento científico atribuindo um valor entre mito e logos (razão). Desse modo os filhos da horda primitiva descritos no mito científico de Freud em Totem e Tabu, pois, Instauram o totem como o primeiro representante simbólico do pai morto. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, o mito freudiano anterior à entrada do homem na cultura, expressa o momento no qual a lei simbólica é instaurada a fim de dar início à civilização. De acordo com o mito científico freudiano, havia um pai do excesso e do gozo que tomava para si todas as mulheres. Os filhos revoltados assassinam o pai e em consequência sentem-se remorso o que leva a um sentimento de culpa. Apresentam ao grupo de irmãos uma primeira lei, de não ocuparem mais o lugar do pai morto. Esse lugar vazio permite que figuras representativas e simbólicas que encarnam o pai simbólico dando origem a uma nova ordem social, de modo que sejam instauradas as leis em torno das quais o grupo civilizatório circula. Sendo assim, o totem, foi à primeira manifestação primitiva de religiosidade onde as forças da natureza tornaram-se protetoras como o pai e temidas. Todo o grupo torna-se obediente a essa lei simbólica que restringe suas satisfações pulsionais como necessário a manutenção dos laços de amor e contenção da agressividade. Isso é possível, pois, diferentemente dos animais, os homens não são regidos apenas pelo instinto, mas pelo que Freud denominou de pulsões, recalcadas parcialmente, por sermos sujeitos de linguagem. Após o ato de assassinato o recalque primário permite o início à civilização.
17. Segundo o texto de Vera Pollo, Transexualidade e transgêneros: o gozo sexual da falante vivemos numa época em que já é possível mudar cirurgicamente o sexo anatômico. Cirurgias de construção de próteses e de ablação de órgãos são realizadas até mesmo em hospitais públicos e a medicina busca possíveis respostas para este tema. De acordo com os pressupostos teóricos da psicanálise, podemos elaborar que a ênfase midiática da transexualidade vem adquirindo uma vertente sintomática da contemporaneidade como uma das formas mais recentes do mal-estar na civilização, transformando o corpo em objeto desse gozo acéfalo que enuncia: "Mude sua forma, seu tamanho, seu peso e, por que não? sua anatomia! Não o submeta a nenhuma amarra! Invente-lhe, se for possível, novas funções", isto porque diferentemente do que a psicanálise apresenta como necessária a manutenção da civilização, é necessário que a sexualidade também seja mantida pela diferença sexual na qual há sempre algo que falta ante a possível completude de satisfação a ser encontrada no objeto. Sendo assim, com o advento da psicanálise com Freud retira a sexualidade de parâmetros puramente morais de uma determinada cultura ou época ao desnaturalizar o sexo e a sexualidade determinando que é a linguagem que rege o posicionamento do sujeito no lado feminino ou masculino, e não o gênero sexual. Entretanto, a sexualidade dentro do discurso atual vem eliminar a relação do sujeito com sua alteridade e diferença e leva a tentativa de busca por um ideal ilusório mantido pela ciência que envolvida nessa forma discursiva, vêm, através das cirurgias de mudança de sexo, garantir o encontro do sujeito com uma sexualidade anatômica que viria resolver suas questões quanto ao encontro com o Outro sexo. A mudança de sexo pode ser uma necessidade para alguns sujeitos, mas deve ser averiguado mediante uma elaboração subjetiva e não apenas como saída da angústia promovida pela sociedade do excesso. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, com o advento da psicanálise, a sexualidade foi vista a partir do conceito de pulsão e da sexualidade infantil desnaturalizando o sexo e a sexualidade dos seres de linguagem ao afirmar que a relação homem-mulher é inexistente do ponto de vista subjetivo e o ato sexual, quando tem lugar, não relaciona um sujeito-homem a um sujeito-mulher e vice-versa, mas, sim, um sujeito dividido e alguém que encarna o objeto da fantasia deste mesmo sujeito. A psicanálise entende que as formas de relação com o corpo são múltiplas e nem sempre uma questão de necessidade cirúrgica. Há transexuais que se satisfazem apenas com tratamentos hormonais e com o transvestimento do próprio corpo segundo o sexo com que se identificam; há sujeitos que desejam se fazer operar para que ressaltem os órgãos supostamente inclusos do sexo diferente ao da genitália externa, mas antes de qualquer intervenção médica é preciso escutar esse sujeito a fim de distinguir entre as certezas subjetivas e as fantasias inconscientes e a partir daí levá-lo a escolhas de acordo com o seu desejo.
18. Segundo a resenha crítica de Gurski & Umpierre, a educação contemporânea deve ser pensada na atualidade. É muito recorrente que os professores paralisem-se narcisicamente frente às dificuldades dos alunos. Ao se deixarem levar pela simplificação da noção de educação e, muitas vezes, confundirem o ato de ensinar e o ato de educar, acabam por se sentirem meros instrumentos da absorção de conhecimentos. Tal processo os coloca em posição de não implicação com as dificuldades escolares do aluno. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, educar é a prática social discursiva responsável pela imersão da criança na linguagem, tornando-a capaz por sua vez de produzir discurso, ou seja, de dirigir-se ao outro fazendo laço social. A educação sob o ponto de vista da psicanálise visa à transmissão do desejo de saber e não apenas uma mera apreensão de conteúdos o que leva a necessária posição do professor na função de promoção da construção dos laços sociais dos alunos onde a relação com o outro permite a promoção subjetiva do seu lugar no mundo. Sendo assim, educar vai além de reprodução de conhecimento, mas uma prática social onde o discurso não pode estar à mercê dos interesses da sociedade do excesso e do tamponamento do desejo ao oferecer objetos que o sujeito por “ter”. Nesse sentido, o próprio conteúdo pode entrar nesse processo de “ter” conhecimento, ao invés de levar o aluno em busca de seu “ser”. A pedagogia deveria apostar na educação por meio de professores dispostos fornecer saber ao invés de mero conteúdo e levar a construção subjetiva ao invés de deixar ascrianças desamparadas em sua fala. As crianças possuem capacidade psíquica para pensarem por si mesmas. Trata-se de repensar a educação, a fim de mudar de estratégia pedagógica com a intenção em propor modos de lidar com o inexorável mal-estar na educação, pois o mal-estar é o que permite a criação da cultura e da civilização.
19. Segundo Antônio Quinet em “A ciência psiquiátrica nos discursos da contemporaneidade”, na psiquiatria, os objetos produzidos pelo saber da neurociência são os medicamentos que podem facilmente virar objetos de consumo quando a psiquiatria entra no discurso do capitalista. Mediante esta afirmativa, podemos concluir que a evolução da ciência na psiquiatria tem produzido cada vem menos remédios para novos males para que os pacientes sejam tratados menos por medicamentos que a indústria fabrica. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é falsa, porque, a evolução da ciência na psiquiatria produz novos remédios para novos males; ou ela produz os “males”, pseudos novos males, para que sejam tratados por medicamentos que ela fabrica. Para que o diagnóstico psiquiátrico não seja uma etiqueta ou um simples procedimento classificatório é necessário que ele cumpra a função de remeter à estrutura que o condiciona é na construção do caso clínico - a partir de um saber sobre a subjetividade particular de cada paciente que a psicanálise permite elaborar um diagnóstico. Dentro do entendimento de estarmos sob uma sociedade que bane o desejo em busca de próteses sociais que tragam a ilusão de completude de satisfação pelos objetos que se possui, a crítica feita por Antônio Quinet, recai no sentido de apresentar a ciência se unindo ao discurso do excesso de gozo ao unir-se a máquina industrial dos medicamentos. Isso tampona o desejo na medida em anestesia o sujeito sem promover uma análise pessoal dos sintomas e angústias. O diagnóstico de saúde mental não pode ser apenas classificatório de acordo com os fenômenos físicos detectados no sujeito em sofrimento, e sim, uma escuta desse sujeito em sua singularidade e na construção subjetiva que é capaz de fazer sobre sua realidade. A psiquiatria, em semelhança a psicanálise deve apoiar-se no discurso do sujeito do inconsciente e deixar de privilegiar o uso de medicações cada vez menos eficazes. Ao substituir as doenças próprias da psiquiatria clássica por transtornos opta-se pela descrição e pela comunicação desses fenômenos entre colegas tomados pela preocupação de se constituir uma língua comum entre psiquiatras de todo o mundo, essa iniciativa não pode efetivamente terminar com o mal-entendido próprio à comunicação.
20. Segundo Betty Fuks, em seu livro “Freud e a cultura”, duas figuras de alteridade assombravam a Viena de Freud: feminilidade e judeidade. De uma maneira geral, o pânico da feminização vivido na modernidade vienense correspondia ao horror de sua judeização. Infere-se a partir disso, que a feminilidade e a judeidade resgataram a atribuição de exclusão necessária à civilização sobre o fato da mulher ter trazido o pecado ao mundo e o judeu o perigo de degeneração do órgão sexual masculino, pela circuncisão. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é falsa, pois, longe de fazer uma analogia entre o Judeu e o Feminino, Freud demonstra que a vivência diante da circuncisão é homóloga à impressão inquietante causada pelo sexo da mulher. Ambas provocam um horror à castração. Quando, em psicanálise, falamos de horror à castração, estamos nos referindo à angústia que a diferença causa. É esse afeto a raiz comum entre o anti-feminismo e o anti-semitismo. Freud trabalha o longo de toda sua obra a questão “o que quer uma mulher?”. O desejo feminino torna-se um enigma que causa desejo de saber devido à falta que abre na busca por um objeto desde sempre perdido. Portanto, Freud apresenta a mulher como um representante da castração, ou seja, aquela que apresenta uma diferença necessária para que a alteridade do sujeito estabeleça com o Outro, na partilha dos sexos. O encontro com o real traz o desejo, dentro do campo social, bem como uma recusa de lidar com essa falta que se por um lado abre as possibilidades desejantes, por outro, leva a queda do lugar onipotente do Outro e do próprio sujeito. Desse modo, o rechaço da mulher dentro dos processos civilizatórios sendo restritas as funções familiares e procriativas, é um modo de apresentação social do horror do feminino. O rechaço social do judeu, também mostra algo da castração que incomoda uma sociedade narcísica e por isso, sua exclusão em vários momentos históricos. Através do paradigma da figura do judeu e da mulher, Freud afirma o necessário é o horror a aceitação da diferença que levaria a partilha dos sexos o que causa a violência contra essas figuras, pois isso respaldaria pensarmos a feminilidade e a judeidade como os causadores do mal social ao considerarmos a mulher como aquela que teria efetivamente trazido o pecado ao mundo e o judeu que teria trazido o perigo de degeneração do órgão sexual masculino, pela circuncisão.
21. Segundo Katja Plotz Fróis em “Globalização e cultura a identidade no mundo de iguais”, a afirmação de identidades é o outro lado da moeda do caráter econômico da globalização, desse modo, podemos concluir que quando se fala em globalização, em geral o senso comum cria a imagem de um mundo com bases não só políticas e econômicas, mas no entendimento dos conceitos de cultura, identidade, globalidade, nacionalidade onde a conformação de uma cultura global comunitária heterogênea é alterada por uma harmonia social almejada. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique. (Questão valendo 2,0 prova)
A afirmativa é falsa, pois, quando se fala em globalização, em geral o senso comum cria a imagem de um mundo com bases não só políticas e econômicas, mas no confronto dos conceitos de cultura, identidade, globalidade, nacionalidade onde a conformação de uma cultura global comunitária homogênea é impraticável. A globalização pressupõe a ideia de desterritorialização e desinstitucionalização, em um movimento em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica na perda das referências, que tornam o sujeito sem um elo de pertencimento a um território, sem um elo de identificação que lhe permite poder compartilhar de crenças, convicções ou ideais. A globalização representa, interconexão marcada pela supremacia do capital e do mercado, entre estados nacionais que não potencializa a singularidade e nem por espaço para a diferença, ou seja, nas instâncias culturais o processo encontra mínima aceitação quanto à perda das identidades e à anulação de culturas. O termo globalização é um atraso em termos de construção das identidades porque se refere, acima de tudo, a interconexões no nível da economia e das comunicações, que envolve a constituição de uma ideologia global de comunidade onde se pretende a ilusão de banimento das diferenças.
(PROVA – 2,0) Segundo Katja Plotz Fróis em “Globalização e cultura a identidade no mundo de iguais”, a afirmação de identidades é o outro lado da moeda do caráter econômico da globalização, desse modo, podemos concluir que:
A globalização pressupõe a ideia em direção a um mundo sem fronteiras. Isso implica na perda das referências, que tornam o sujeito sem um elo de pertencimento a um território
22. O artigo de Cerruti & Rosa “Em busca de novas abordagens para a violência de gênero: a desconstrução da vítima” vem interrogar o quanto um discurso articulado em uma lógica binária de opostos – forte/fraco, vítima/agressor - é suficiente e eficaz para a compreensão do fenômeno, bem como até que ponto ele não acaba por perpetuar aquilo que visa combater: a visão da mulher como um ser fraco e vulnerável, que necessita de proteção. As autoras do artigo avaliam a impossibilidade de se buscar estabelecer uma conduta homogeneizante entre homens e mulheres, pois se deve levar em consideração a condição subjetiva na qual o sujeito dividido capaz de encontrar saídas da subjugação do outroe assim, levar as mulheres, vítimas de violência a saírem de uma rememoração incessante da cena de violência onde sustentam uma posição fixada na vitimização e deslocar-se para novas formas de atuação social. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, As autoras do artigo julgam que os dispositivos públicos acabam por difundir uma visão maniqueísta desses impasses relativos à violência entre homens e mulheres de modo a sedimentar padrões de conduta específicos (homens violentos/mulheres vítimas). Há vítimas, contudo deve-se debate se o caminho mais promissor para combater a violência é perpetuar uma visão dicotômica entre vítima/agressor. As autoras do artigo criticam que nos dispositivos públicos prevaleça um status político à mulher onde a atuação seja de cunho predominantemente jurídico. Isso porque a fixa no lugar de vítima sem que possa encontrar formas de deslocar-se para lugares de maior ação política contra a violência. Desse modo, as autoras do artigo não apoiam a ideia de que as políticas públicas de assistência à violência entre homens e mulheres no ambiente doméstico devem abordar a construção social da mulher como vítima em sua posição subjetiva em paralelo discurso jurídico, contribuindo para a vitimização da mulher.
23. No vídeo de Antônio Quinet, “Sexuação e identidade” o entendimento da psicanálise sobre a sexualidade explica que o termo “sexuação” cunhado por Lacan, é relativo à partilha dos sexos na quais homens e mulheres se posicionam a partir da experiência do inconsciente e da economia do gozo pulsional estabelecido pela diferença sexual. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira, pois, a homossexualidade, para a psicanálise não é uma perversão, pois, inicialmente, todos os seres humanos fizeram uma opção sexual homossexual, o que não quer dizer que todos pratiquem a homossexualidade, pois sublimamos uma parcela da nossa sexualidade. Para a psicanálise a cultura se estabelece, a partir da construção subjetiva onde a diferença sexual posiciona o sujeito na regulação do desejo. Com o advento da psicanálise, a sexualidade foi vista a partir do conceito de pulsão e da sexualidade infantil desnaturalizando o sexo e a sexualidade dos seres de linguagem ao afirmar que a relação homem-mulher é inexistente do ponto de vista subjetivo e o ato sexual, quando tem lugar, não relaciona um sujeito-homem a um sujeito-mulher e vice-versa, mas, sim, um sujeito dividido e alguém que encarna o objeto da fantasia deste mesmo sujeito. Sendo assim, a escolha de objeto sexual não é determinada pela biologia e definição anatômica dos sexos, mas pelas identificações inconscientes. A bissexualidade é constitutiva para todos os seres de linguagem como Freud apresenta a partir de seu texto “Três ensaios da sexualidade”. O sexo é algo que não é normatizado pela moral sexual civilizada por sermos seres de cultura e a escolha de objeto homossexual é retirada por Freud como perversão. A sexualidade humana visa à incompletude de satisfação relativa ao objeto que permite a circulação do desejo dentro da cultura isto porque, ao entrarmos da cultura, algo nos falta e uma parcela de gozo é recalcada podemos lidar com a lei simbólica e o desejo. 
24. “O vídeo de Antônio Quinet, Shakespeare e o racismo”, descreve a relação entre a cultura e a exclusão de modo que, a partir do conceito de pulsão de morte, entende-se que o homem pode fazer do outro não somente objeto de sua pulsão sexual, mas de uma pulsão de crueldade que todos possuem, fazendo do outro, objeto do seu gozo da crueldade. Diga se a afirmativa é falsa ou verdadeira e justifique.
A afirmativa é verdadeira e a crueldade é um dos componentes do racismo que ocorre quando se pega uma única característica de um sujeito, considerada desprezível pelo sujeito que possui o discurso racista, e o reduzir a ela. A figura do judeu, negros, gays, estrangeiros e mulheres são vítimas de racismo. A cultura exclui o outro por ser necessária a união pelo amor e identificação como o seu grupo. A pulsão de crueldade é dirigida para fora do grupo fazendo com que uma pequena diferença narcísica faça do outro um inimigo. O racismo é uma pequena diferença que exclui sem que o grupo que discrimina tenha subjetivado as relações de diferença com o outro, sendo assim, inúmeras são as formas de segregação como judeu, negro, mulher, gays entre tantos outros que podem surgir. A crueldade apresentada por Shakespeare em sua obra “O Mercador de Veneza”, refere-se a um judeu que é vítima de um discurso racista. Freud reformulou sua teoria e determinou que o racismo faz parte da humanidade sendo a maldade parte integrante da natureza humana.
25. Relate como Freud apresenta a organização dos grupos sociais em seu texto Psicologia de massas e análise do eu.
A leitura do texto “Psicologia de massas e análise do eu” (1921) apresenta o modo como Freud entende a formação dos grupos e os motivos libidinais que podem levar a organização como às desordens dos laços sociais. Freud em “Psicologia de massas e análise do eu” mostrou que o grupo social se une pelo amor. Baseado nas ideias de “alma coletiva” de Le Bon e da “organização dos grupos” de Mac Dougall, Freud verificou que há um poder que emana dos reis e chefes que concentra o grupo em seu redor. Como o objeto tabu causava temor e admiração no homem primitivo, o líder encarna esse poder divino para o grupo. Assim, a massa é muito afetiva, sua capacidade intelectual individual diminui, todos passam a se orientar pelos mesmos pensamentos e há uma tendência maior em executar imediatamente os mesmos propósitos e ainda ocorre um predomínio do psiquismo inconsciente. Desse modo, os impulsos podem ser, conforme as circunstâncias, nobres ou cruéis, heroicos ou covardes, mas o ideal do grupo torna-se imperioso impedindo qualquer interesse pessoal. Como a massa não tem dúvidas quanto ao que é verdadeiro ou falso e tem consciência quanto ao seu poder, é ao mesmo tempo intolerante e crente na autoridade exigindo de seus líderes fortaleza e até violência. Para Freud o fenômeno cultural não é um efeito sugestivo, mas pulsional e a massa se mantém unida graças à pulsão sexual. Como no interior do grupo a ambivalência amor-ódio subsiste, para preservar o grupo, o ódio passa a ser deslocado para outro grupo e encontra no estrangeiro o objeto de seu ódio mantendo a coesão do grupo.
26. Recorde o que Freud apresenta em Totem e Tabu sobre o tabu do incesto. 
Reverenciar a figura onipotente do pai através de seu representante - o Totem - trouxe intensos ganhos imaginário de proteção, abrigo e alívio à culpa. Se tabu significa excesso de proibição, é porque se trata de um sinal de excesso do desejo. Diante desta premissa, Freud dá um primeiro passo: a lei social de proibição do incesto não surgiu naturalmente ou por conta de uma vontade coletiva, mas é efeito do ato de coibir a satisfação irrestrita de apetites sexuais e assassínios do homem. O segundo passo foi o de postular a natureza solidária entre lei e desejo. A psicanálise demonstra, assim, que recalcar o desejo de incesto e do assassinato é à base do direito do indivíduo à filiação simbólica, que o inscreve na rede das genealogias por meio do nome e o insere no sistema de trocas com o semelhante.
27. Descreva a relação existente entre o mito da horda primitiva e a origem da civilização de acordo com o entendimento freudiano. 
Freud ao analisar sua sociedade, percebeu que havia uma forte relação entre um mundo condenado à opressão e aos impasses da desorganização social e apresentou em Totem e Tabu um mito científico para falar da origem da civilização. Será esse evento mítico que dará origem a uma nova ordem social onde a lei simbólica é instaurada e consequentemente vem suprimir as paixões e os atos de destruição incompatíveis às premissas da civilidade. O mito criado por Freud apresenta o momento pré-histórico no qual o homem vagava pelo mundo sob a existência de um pai tirânico e cruel. Este pai pelouso da força teria expulsado os filhos de seu hábitat, tomando para si a posse absoluta de todas as mulheres. Afetados pelo ódio, esses filhos se rebelam contra seu excesso e, num ato de violência coletiva, matam aquele chefe selvagem. Em seguida devoram o cadáver numa tentativa de incorporação da potência do objeto que haviam assassinado. Assim, ao lado de tão intenso ódio, nasce o amor por aquele, certamente, em se tratando do mais forte do bando, poderia proteger a todos. Surge então, uma ambivalência de sentimentos, amor e ódio pelo pai, que acabou gerando intensos remorsos e um forte sentimento de culpa nos filhos que, negando o parricídio pela operação do recalque primário, ou seja, colocando o ato cometido em esquecimento instauraram a civilização.
28. Explique a exclusão e violência na pós-modernidade de acordo com o entendimento da forma como a cultura constrói sua subjetividade segundo a psicanálise. 
Lacan apresenta o inconsciente freudiano como trans-individual por não estar no sentido do eu, mas sim no campo simbólico que implica o espaço social e histórico da construção de um determinado sujeito. O mal-estar é constituinte da civilização e é anterior a modernidade causando perturbações psíquicas, violência, criminalidade, decorrente da presença da pulsão de destruição que habita as pessoas no trato consigo mesma e com os outros. Lacan traz a ausência da mediação paterna como base do desencadeamento da violência. O Nome-do-Pai como figura de mediação simbólica. O pai para Freud é visto como figura protetora do sujeito e também traz uma experiência traumática onde o sujeito se vê desamparado.
29. Empregue o conceito de pulsão de morte e pulsão de vida para demonstrar as razões pelas quais Freud entende a existência do mal-estar na civilização. 
Freud advoga o fato de que, no homem, amor e ódio intensos convivem conflitantes (ambivalência de sentimentos), e que as pulsões são aquilo que são – nem boas nem más, dependendo do destino que seguem na história do sujeito e da civilização. Ciência e tecnologia protegem o homem das forças da natureza, trazem bem-estar e mudanças consideráveis à civilização; mas, por outro lado, concede poderes desmesurados aos “lobos” o que acaba por produzir um mal-estar inevitável. Isto porque, embora a cultura forçe o deslocamento da meta pulsional sob a influência da pulsão de vida, não elimina o resto de agressividade não-erotizada que expressa, o estado puro da pulsão de morte e que não é simbolizada como o incesto, o assassinato e a guerra.
30. Examine a relação entre o consumidor de drogas e a internação compulsória e determine se deve tratar o drogadito dizendo que é um doente e retirado do convívio social em hospitais psiquiátricos. (PROVA DISCURSIVA- 1,5)
A droga como epidemia é objeto de questionamento da sociedade e uma problemática de cunho psicossocial e não um adoecimento psiquiátrico com orgânico como muitas vezes se tenta apresentar para a sociedade. Tenta-se colocar o usuário de drogas como um dependente químico no sentido orgânico quando na verdade, os usuários, em especial dos de craque, são provenientes de comunidades pobres que viveram processos de exclusão social durante décadas. Esses usuários possuem problemas de todas as ordens, como dependência química, famílias desestruturadas, impossibilidade de conseguir trabalho, e então, a droga se apresenta como um sintoma psicossocial grave. Como se vai tratar essa pessoa dizendo que é um doente que deve ser retirado do convívio social e internado compulsoriamente? Retirá-lo de seu convívio social, levá-lo a romper com os vínculos que possui e ir de encontro com todo o trabalho da reforma psiquiátrica que permitiu a reintegração dos psicóticos aos laços sociais. Os usuários de drogas não se retiram dos laços sociais como os doentes mentais, possuem seus laços sociais preservados. Mas o sistema capitalista quer repovoar os hospícios com usuários de craque. Precisam de tratamento imediato, mas sem internação compulsória. Não se podem criar políticas públicas ineficazes porque internar não quer dizer que sejam tratados de suas questões subjetivas. A droga entra como uma anestesia social que deve ser tratada.
31. Evidencie por meio de uma situação social, como as pulsões de morte e vida se relacionam ao destino da história do sujeito e da civilização.
Cresce diariamente o índice de morte de inocentes na cidade do Rio de Janeiro em virtude do alto nível de criminalidade e guerra travada entre as facções criminosas e a polícia. Neste estado de caos no qual os moradores cariocas estão submetidos entre balas perdidas que fecham quase diariamente a linha amarela e vermelha e retira a vida de mulheres, crianças e idosos, mostra o quanto a pulsão de morte pode prevalecer sobre a pulsão de vida. Segundo Freud, a destruição do pacto social em uma guerra, por exemplo, é a manifestação real de práticas pulsionais arcaicas que perpetuam a horda selvagem e os tempos da barbárie. Em nossa realidade carioca, os tempos de barbárie onde a lei e regras sociais são desrespeitadas, somente a busca por políticas públicas que diminuam a discriminação e permitam que a educação se faça presente em todas as classes sociais parece ser um modo de voltarmos à integração pulsional necessária para sairmos do avanço destrutivo da barbárie que assola nossa sociedade.
32. “Outra técnica para afastar o sofrimento reside no emprego dos deslocamentos de libido que nosso aparelho mental possibilita e através dos quais sua função ganha tanta flexibilidade. A tarefa aqui consiste em reorientar os objetivos instintivos de maneira que eludam a frustração do mundo externo. Para isso, ela conta com a assistência da sublimação dos instintos. Obtém-se o máximo quando se consegue intensificar suficientemente a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual. Quando isso acontece, o destino pouco pode fazer contra nós. Uma satisfação desse tipo, como, por exemplo, a alegria do artista em criar, em dar corpo às suas fantasias, ou a do cientista em solucionar problemas ou descobrir verdades, possui uma qualidade especial que, sem dúvida, um dia poderemos caracterizar em termos metapsicológicos. Atualmente, apenas de forma figurada podemos dizer que tais satisfações parecem ‘mais refinadas e mais altas’. Contudo, sua intensidade se revela muito tênue quando comparada com a que se origina da satisfação de impulsos instintivos grosseiros e primários; ela não convulsiona o nosso ser físico” (FREUD, S. Mal-estar da civilização, 1930, p. cap. II). 
Com base neste conceito de sublimação proposto por Freud, faça uma síntese da função do destino das pulsões que compreende sua utilização para o incremento da cultura ou o aumento da violência e destrutividade.
A função do destino da pulsão compreender a sublimação como fonte de produção das obras civilizatórias, que compreende trabalho psíquico e intelectual, a criação artística, o avanço das descobertas científicas de forma a levar a satisfações pulsionais mais refinadas e mais altas, embora as pulsões agressivas sejam mais intensas no âmbito social.
33. De 2006 a 2010 houve um aumento no uso de medicação antipsicótica entre adolescentes e adultos jovens, de acordo com um estudo publicado online na revista JAMA Psychiatry. Pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, e colegas conduziram uma análise retrospectiva descritiva de prescrições de antipsicóticos em pacientes com idades entre 1 e 24 anos utilizando dados de 2006, 2008, 2010, e um subconjunto a partir de 2009 (21 de julho de 2015 (Bibliomed) https://www.bibliomed.com.br/news/index/10442/browse/aumenta-o-uso-de-antiidentificaçãohordaticos-em-adolescentes.html).
Considere o fenômeno acima apresentado sobre o aumento da medicação psiquiátrica entre adolescentes segundo a pesquisa médica da universidade de Columbia e tendo como referencial teórico, os discursos dos laços sociais, de Jacques Lacan, formule uma hipótese das razões pelas quais há um aumento desse fenômeno na sociedade contemporânea.(PROVA DISCURSIVA – VALE 2,5)
Em Mal-estar na civilização, Freud aponta o relacionamento com o outro homem como a causa de maior sofrimento humano, portanto, mal-estar dos laços sociais refere-se à possibilidade discursiva de fazermos laços com nossos semelhantes. Lacan propõe a existência discursiva de quatro formas das pessoas se relacionarem entre si. Os quatro modelos de discurso: do mestre, do universitário, do analista e da histeria fazem laço social nas relações entre as pessoas porque permitem o aparelhamento do gozo pela linguagem ao ser necessário que no processo civilizatório tenhamos renunciado a tendência pulsional. Esta renúncia nos impede de tratarmos o outro como um objeto a ser consumido: sexualmente e fatalmente. A questão dos discursos na contemporaneidade é a de que hoje nossa sociedade expressa um adoecimento dos discursos. O antigo discurso do mestre que possuía o poder e mantinha uma relação com o desejo posto pelo discurso da histeria tomou, nos dias atuais, uma nova modalidade onde o mal-estar da civilização científica tornou-se adoecido pela predominância do discurso capitalista. O saber científico nesse discurso é capitalizado para fabricar os objetos que possam representar os objetos pulsionais tornando o sujeito em sua falta-a-ser um sujeito descapitalizado, inadimplente, sujeito de dívidas eternas. Um discurso sem lei e imperativo segrega e exclui os diferentes. Na psiquiatria, os objetos produzidos pelo saber da neurociência são os medicamentos que podem facilmente virar objetos de consumo quando a psiquiatria entra no discurso capitalista. Contra o imperativo do ter, a psicanálise propõe a ética da falta-a-ter que se chama desejo, gestão não do capital financeiro, mas do capital da libido regida pela ética da diferença. Com isso, a hipótese é de que com o menor acesso dos jovens a subjetivação das relações pela presença de uma falta estrutural, ocorre um aumento dos distúrbios psíquicos e a medicação vem numa tentativa de suprir essa falta de elaboração sobre as questões o que poderá levar a sociedade atual a um adoecimento ainda pior.
34. Os crimes de violência contra a mulher em Uberlândia registraram queda de 16,11% em comparação aos dois últimos anos, conforme levantamento da Polícia Militar (PM), mas as estatísticas ainda preocupam. Em 2015, foram registrados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) 5.014 casos enquanto que, em 2016, foram 4.673. Ainda que a violência física lidere o número de registros, a violência doméstica está longe de se tratar apenas da agressão propriamente dita e, nesse contexto, a violência psicológica também contribui para os números expressivos. De acordo com a coordenadora da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PVD) na cidade, tenente Camila Perdigão, entender as tipificações do crime é importante para estimular as denúncias. “Às vezes até chegar às vias de fato os primeiros sinais de violência já ocorreram. A mulher precisa ter autonomia. Se ela tem o celular vigiado, não pode conversar com ninguém ou começa a ser perseguida pelo ex-companheiro após o término do relacionamento, tudo isso pode configurar violência. Mas geralmente as denúncias só chegam quando ocorreu a agressão física”,comentou. (05/03/2017 14h35 - Atualizado em 07/03/2017 12h12 Caroline Aleixo Do G1 Triângulo Mineiro in: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2017/03/violencia-fisica-e-psicologica-contra-mulher-lideram-casos-em-uberlandia.html).
A partir desse artigo de 2017 relativo à violência contra as mulheres, avalie, justificando seus argumentos se a violência doméstica e psicológica contra as mulheres deve ser interpretada literalmente de forma a impedir qualquer tipo de alteração ao modo como a sociedade tende a vitimá-las ou se cabem hipóteses relativizando essa idéia sobre esse fenômeno social. 
Avalia-se sobre a posição subjetiva da mulher na sociedade que esta, fica restrita aos meios acadêmicos enquanto os dispositivos públicos de atenção aos impasses relativos à violência entre homens e mulheres mantém a preocupação de conferir um status político à mulher tornando-a sujeito de direito em uma visão predominantemente jurídica. Os dispositivos públicos acabam por difundir uma visão maniqueísta desses impasses de modo a sedimentar padrões de conduta específicos para homens e mulheres, tais como, os homens são agressivos e violentos e as mulheres são passivas, sensíveis e frágeis. Isso não significa negar que existam vítimas, pois no ataque contra o corpo feminino onde há uma desigualdade de forças, ocorre uma ruptura de um pacto simbólico que supõe a igualdade de direitos. Justifica-se esse posicionamento crítico frente à violência contra as mulheres, no entendimento de que se torna um equívoco reduzir a dor do sujeito a uma condição vitimada, pois tal atitude pode vir a cooperar para a emergência de um sujeito que, fixado e enrijecido em uma posição, acaba por ficar apartado de qualquer implicação com sua própria narrativa. Nesta posição as mulheres demandam reconhecimento de uma identidade que, marcada pelo ressentimento, obscurecem os movimentos desejantes, a implicação subjetiva de cada um na historização dos acontecimentos, bem como perpetua uma posição de assujeitamento. O risco, aqui, é que a condição de vítima leve o sujeito a buscar uma proteção absoluta, obedecendo à gramática do narcisismo primário (Freud, 1914/1980e).
35. As secretarias estaduais de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos e de Educação firmaram uma parceria para oferecer um curso de capacitação para professores, funcionários e alunos sobre a questão da intolerância religiosa em uma unidade escolar de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, onde uma aluna foi discriminada por ser candomblecista. A medida foi decidida em um encontro, nesta terça-feira (22), entre o secretário de Direitos Humanos, Átila Nunes, e a família da vítima. “A jovem de 15 anos foi insultada por um garoto com xingamentos como gorda macumbeira” e macumbeira tem que morrer" e, quando reagiu às agressões, gerando discussão na sala de aula, somente a menina recebeu punição, sendo suspensa por sete dias. Para o pai da adolescente, Leandro Coelho, religião é algo muito pessoal que não se deve impor a ninguém. "Como pai, a orientação que dou aos meus filhos é que não imponham a religião deles a ninguém, aceite. Religião é uma coisa pessoal. Se você tiver dúvida sobre a religião do próximo, pergunte, mas impor, não", disse. Nunes lamentou o ocorrido e diz esperar que a iniciativa tomada em conjunto com a Secretaria de Educação conscientize as pessoas sobre a intolerância religiosa dentro do ambiente escolar. "Nosso maior objetivo é conseguir levar essa conscientização a toda a rede de professores. Nós sabemos que o bullying é muito presente nas escolas e no caso religioso acaba chamando mais atenção, porque é um problema de foro íntimo, então é inadmissível que uma escola aceite casos como esse e, pior ainda, puna a vítima", esclareceu o secretário. De acordo com dados do Disque 100, as denúncias de casos de intolerância religiosa aumentaram em 119% no ano passado com relação ao ano anterior. Somente na última semana, a Secretaria de Direitos Humanos fez 20 atendimentos de casos de intolerância. (22/08/2017 18:05:05. 24 hora news. In: https://www.24horasnews.com.br/entretenimento/rio-apos-discriminacao-religiosa-escola-recebecera-curso-sobre-intolerancia.html). 
Diante dessa notícia veiculada em 2017, apresente argumentos a favor (ou contra) os atos de discriminação religiosa estabelecendo relação com o entendimento sobre as pulsões, a exclusão da diferença e as origens da religião como apresentada nos textos freudianos.
Parte-se da ideia de que qualquer ato discriminatório produz aumento da violência no contexto social. Segundo Freud, a força da religiosidade humana está acima da razão, pois Possui bases inconscientes relativas ao desamparo na infância que despertou a necessidade de proteção sendo necessário aferrar-se na existência de um pai poderoso.Portanto, o argumenta-se que a religiosidade é um fenômeno universal e atemporal da condição humana, sendo a discriminação entre as diferentes formas de manifestação religiosa, fruto do narcisismo das pequenas diferenças como Freud apresentou em Psicologia das massas e análise do eu. Isso porque o fato do sujeito ser religioso, segundo Jacques Lacan, por possuir bases infantis e narcísicas, tampona a falta em uma ilusão de encontrar na figura representativa de sua religião a resposta contra o desamparo que é estrutural e constitutivo. Com isso, no mundo atual, observa-se um triunfo da religião que ao contrário da pacificação das massas e amor ao próximo, acaba por promover a discriminação atual que é ainda mais bárbara como vemos ocorrer nos episódios de intolerância religiosa que assola o contexto brasileiro. Uma das saídas do fundamentalismo religioso que vêm provocando fatos como este na escola carioca, é necessário aprender a conviver com o diferente, inclusive criticando e aceitando a crítica, mas sem que isso leve a uma intolerância.

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