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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS II EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO CMOC Internacional Brasil Ltda N453HF4 – Alice Lorraine Gomes de Souza N3863E4 – Diana Cavalcante During F002063 – Leonardo Paixão dos Santos D9320A1 – Marcela Fadel Martins da Silva F02FAH6 – Tamiris Nascimento Farias D9981H7 – Thaysa Lourena Melo Alves SANTOS 2019 Alice Lorraine Gomes de Souza Diana Cavalcante During Leonardo Paixão dos Santos Marcela Fadel Martins da Silva Tamires Nascimento Farias Thaysa Lourena Melo Alves ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – APS II EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO Trabalho de Atividade Prática Supervisionado apresentado ao Instituto de Ciências Sociais e Comunicação da Universidade Paulista, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador: Prof. Dr. Evandro SANTOS 2019 II RESUMO III ABSTRACT IV LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Desenho de mastabas .............................................................................. 10 Figura 2 - Pirâmide escalonada de Saqqara, Egito, cerca de 2.630 a.C. .................. 11 Figura 3 - Pirâmide, Gisé, Egito, cerca de 2550 – 2460 a.C. .................................... 12 Figura 4 - Sistema numérico egípcio ......................................................................... 13 Figura 5 - Linha do Tempo - Fatos Históricos ........................................................... 24 Figura 6 - Pirâmide de Maslow .................................................................................. 70 Figura 7 - Comparativo das teorias X e Y de McGregor ............................................ 72 Figura 8 - Iceberg da Cultura Organizacional .......................................................... 101 Figura 9- Quadro de classificação de porte ............................................................. 115 V SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8 2. HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMEDES DO EGITO ........................... 9 3. CONSTRUÇÃO DA GRANDE MURALHA DA CHINA ...................................... 15 4. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ...................................................................... 17 5. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................ 19 6. REVOLUÇÃO FRANCESA ................................................................................ 22 7. LINHA DO TEMPO ............................................................................................. 24 8. HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ................................................ 25 9. PRINCIPAIS IDEALIZADORES DA TEORIA .................................................... 27 10. CONCEITOS E PRINCÍPIOS ............................................................................. 28 11. CONTRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA ................................... 30 12. APLICAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA NAS EMPRESAS ............ 31 13. CRITICAS A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ................................................... 33 14. HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO CLASSICA .................................................. 35 15. PRINCIPAIS AUTORES DA TEORIA CLASSICA ............................................. 37 16. CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA TEORIA CLÁSSICA...................................... 38 17. CONTRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO NAS EMPRESAS ........................... 41 18. CRITICAS A TEORIA CLÁSSICA ..................................................................... 43 19. HISTÓRIA DA TEORIA BUROCRÁTICA .......................................................... 45 20. AUTORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA TEORIA BUROCRÁTICA ............... 46 21. DEFINIÇÕES E PRINCÍPIOS DA ESCOLA BUROCRÁTICA ........................... 50 22. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA BUROCRÁTICA NAS EMPRESAS ................ 51 23. CRÍTICAS À TEORIA BUROCRÁTICA ............................................................. 53 24. HISTÓRIA DA TEORIA DAS RELAÇOES HUMANAS ..................................... 55 25. PRINCIPAIS AUTORES QUE CONTRIBUÍRAM COM A TEORIA .................... 57 VI 26. CONCEITOS E PRINCÍPIOS ............................................................................. 58 27. APLICAÇÕES DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ............................... 60 28. CONTRIBUIÇÕES E CONCLUSÕES TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS . 62 29. CRITICAS A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ........................................ 64 30. HISTÓRIA DA ABORGAGEM COMPORTAMENTAL E A MOTIVAÇÃO HUMANA .................................................................................................................. 67 31. CONCEITO DE HOMO COMPLEXUS ............................................................... 68 32. PRINCIPAIS FIGURAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA TEORIA COMPORTAMENTAL .............................................................................................. 69 33. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA COMPORTAMENTAL PARA ADMINISTRAÇÃO .................................................................................................... 74 34. PRÁTICA DA TEORIA COMPORTAMENTAL APLICADA NA UESB .............. 76 35. ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A TEORIA COMPORTAMENTAL ........................ 77 36. SURGIMENTO DA TEORIA DOS SISTEMAS ................................................... 78 37. PRINCIPAIS AUTORES CONTRIBUINTES DA TEORIA .................................. 79 38. CONCEITOS E PRINCIPIOS DA TEORIA DOS SISTEMAS ............................. 80 39. COLABORAÇÃO DA TEORIA DO SISTEMA PARA A ORGANIZAÇÃO ......... 82 40. APLICAÇÃO DA TEORIA NO ESTUDO DE ERIC TRIST ................................. 85 41. CRÍTICAS À TEORIA DOS SISTEMAS ............................................................. 86 42. HISTÓRIA DA TEORIA MATEMATICA DA ADMINISTRAÇÃO ....................... 88 43. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA, TECNICAS E APLICAÇÕES ......................... 91 44. CRÍTICAS À TEORIA MATEMATICA DA ADMINISTRAÇÃO .......................... 93 45. INICIO DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL NAS NOVAS ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................................... 95 46. PRINCIPAIS IDEALIZADORES DA TEORIA .................................................... 96 47. PROCESSO DE MUDANÇA .............................................................................. 97 48. CONTRIBUIÇÕES DAS NOVAS ABORDAGENS ............................................. 99 49. TÉCNICAS PARA A MUDANÇA ..................................................................... 102 VII 50. CRITICAS AS NOVAS ABORDAGENS DA ADMINISTRAÇÃO ..................... 103 51. HISTÓRIA DA TEORIA NEOCLASSICA ......................................................... 104 52. PRINCIPAIS IDEALIZADORES DA TEORIA .................................................. 106 53. OBJETIVOS, PRINCIPIOS E CARACTERISTICAS DA TEORIA NEOCLÁSSICA 108 54. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA NEOCLÁSSICA ............................................ 110 55. CRÍTICAS A TEORIA NEOCLASSICA ............................................................ 112 56. DESCRIÇÃO ORGANIZACIONAL................................................................... 114 57. ORGANOGRAMA DA EMPRESA ................................................................... 117 58. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 1188 1. INTRODUÇÃO 9 2. HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DAS PIRÂMEDES DO EGITO A história do Egito, começou por volta de 3.000 a.C., quando o faraó Menes unificou o alto e o baixo Egito, onde estabelece sua capital em Mênfis. Menes era um soberano e considerado a manifestação de Hórus, uma divindade dos faraós. Quando um faraó morria, este era identificado com Osíris, pai de Hórus e senhor do submundo. Na teologia egípcia, Hórus e Osíris eram associados a Rá, o deus do sol, simbolizado pela pedra cônica benben (Figura 1), que tinha o estilo de uma pirâmide. Essa pedra era usada no topo de obeliscos e nas próprias pirâmides simbolizando visualmente a conexão entre o soberano e o deus-sol (FAZIO, MOFFETT e WODEHOUSE, 2011). Segundo Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), a história do Egito está dividida em 30 dinastias que envolvem desde o período da ascensão do faraó Narmer ao trono à conquista do Egito por Alexandre o Grande. O que mais sabemos desse período, vem das grandes construções dos monumentos funerários que eram focados na transição do mundo dos vivos para o mundo dos mortos. Os egípcios acreditavam na existência de uma vida após a morte, onde a força vital se reunia com a manifestação física para se tornar um espírito. Para garantir o sucesso dessa transformação, diversos rituais eram realizados dentro de câmaras mortuárias adequadas, além de ter a sua disposição objetos cotidianos, servos pessoais, comida e bebida. Quando esses procedimentos eram realizados de maneira inadequada para a pós vida, acreditava-se que a força vital de uma pessoa importante, como um faraó, poderia vagar insatisfeita pelo mundo fazendo maldade para os vivos. Em decorrência disso, a sociedade preocupava-se em oferecer um bom tratamento ao espirito e corpo de faraó, levando então a construção de duradouros túmulos para as realezas e a prática da mumificação para preservar esse corpo. De acordo com Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), os primeiros túmulos foram construídos como habitação eterna para os mortos com base nos projetos das construções dos vivos conhecidos como mastabas. Essas construções eram feitas de blocos de tijolos apoiadas no solo para tivessem uma duração maior, continha uma sala para oferendas ao espírito do morto e outra para o corpo e a estátua do falecido (Figura 1). 10 Figura 1 - Desenho de mastabas Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011) Essas construções em pedras além de serem indicadores cronológicos, elas também mostram os grandes avanços das técnicas aplicadas no aperfeiçoamento da estrutura direcionada ao sepultamento, a fabricação e acabamento de bens funerários. A construção desses monumentos, mostram a posição do faraó sobre o povo, tornando esse poder o grande desenvolvedor da sociedade. A posição do faraó exercia sobre a sociedade a soberania em diferentes aspectos como, religioso, administrativo e político (JOÃO, 2015). De acordo com João (2015), a administração do antigo Egito é entendida através dos títulos dos oficiais de maior e menor escala hierárquica, sendo os cargos de alta patente, Chefe dos escribas, Chefe da grande mansão (Corte), Chefe dos celeiros, Chefes do café, Chefe dos tesouros e Chefe dos trabalhos, além dos subcargos que estão submetidos aos seis cargos altos apresentados, determinando assim uma administração egípcia rígida e especializada. Quanto a construção das tumbas, nas III Dinastia, as tumbas de oficiais e cortesões, eram erguidas fora do complexo da pirâmide, já na IV Dinastia, a construção dessas tumbas passaram a ser mais próximas da pirâmide dos faraós. Já as tumbas que ficavam mais próximas do rei, eram destinadas a família real, pois estes exerciam os mais altos cargos administrativos, sendo essas decoradas e construídas por artesões dos ateliês do palácio, trabalho este que foi desenvolvido em 11 larga escala. A respeito dos ornamentos das calçadas, tumbas, paredes não eram apenas decorativos, mas tinham como objetivo de expressar conceitos sobre a realeza divina e provimento das necessidades que pudessem ocorrer na pós vida (MÁLEK, 2003). Segundo Fazio, Moffett e Wodehouse (2011), as primeiras pirâmides no início, tinha o formato escalonada e vertical onde seu pico recebia os primeiros raios solares pela manhã, representando assim o nascimento diário e anual no decorrer de toda uma eternidade. O projeto da primeira pirâmide foi atribuído a Imhotep em Saqqara (Figura 2), arquiteto da III Dinastia, responsável pelo complexo funerário do faraó Djoser (2630-2611 a.C.) Figura 2 - Pirâmide escalonada de Saqqara, Egito, cerca de 2.630 a.C. Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011) A primeira pirâmide de Saqqara, foi a primeira monumental construção em pedra no Egito. A construção da planta na parte baixa, tem a forma de um retângulo que cobre 14 hectares cercada por uma muralha de 10 metros de altura e 1.600 metros em sua extensão. Para chegar na forma atual, sua construção se deu em várias etapas até chegar ao volume de seis níveis. Desde seu primeiro surgimento em Saqqara, a evolução das pirâmides passou por três gigantescos projetos antes de chegar a sua eminência dos túmulos da IV Dinastia, em Gisé, Cairo. Essas três pirâmides de Gisé (2550 – 2460 a.C.) são obras dos descendentes de Sneferu. A 12 maior pirâmide dentre as três, foi planejada e construída primeiro para ser uma pirâmide verdadeira, com sua base de 230,1 x 230,1, chegando a uma altura de 146,6 metros. Grande parte dessa construção foi feita em calcário e sua câmara em granito. Conforme imagem abaixo (Figura 3), a pirâmide de Queóps é que está ao fundo, logo à direita está a pirâmide de Quéfren e em frente fica a pirâmide de Miquerinos (FAZIO, MOFFETT e WODEHOUSE, 2011). Figura 3 - Pirâmide, Gisé, Egito, cerca de 2550 – 2460 a.C. Fonte: Fazio, Moffett e Wodehouse (2011) Segundo Eves (2004), a pirâmide de Queóps levou em média 30 anos para ser construída, envolvendo a organização do trabalho de 100.000 homens. Nessas construções foram envolvidos diversos problemas matemáticos e de engenharia, tamanha a perfeição dessas construções. As informações desses problemas eram inscritas em papiros e a resolução, envolvia o uso de operações aritméticas. O sistema numérico utilizado pelos egípcios eram símbolos que presentavam um valor específico independente da ordem escrita (Figura 4). 13 Figura 4 - Sistema numérico egípcio Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br De acordo com Pinsky (2011), as pirâmides foram construídas em imensos blocos de pedras, através do imenso esforço de grande parte da população. Na construção da pirâmide de Queóps, as pedras que foram utilizadas para edifica-la, eram trazidas de longa distância, pois Gisé, onde foi levantada a pirâmide, trata-se de uma área deserta onde não há existência desse material. As pedras vinham de Tura que ficava a margem do rio Nilo, essas eram trazidas em balsas, rio abaixo e depois arrastadas por uma espécie de rampas até onde estava localizada a pirâmide. Toda a população que trabalhava nessa grande empreitada, não usavam ferramentas, apenas o básico. Essas pedras de Tura eram cortadas, polidas com areia e em seguida, erguida por manivelas e colocadas em seu devido lugar. O sucesso da construção não se resumia apenas na questão do trabalho, mas também da competência de seus arquitetos e da organização. Por não se tratar de um edifício qualquer, pois conteria a tumba de faraós, portanto questões místicas envolvidas nessas construções, suas proporções deveriam ser respeitadas e suas medidas minunciosamente controladas. Segundo a história, o projeto levou cerca de dez anos para ser preparado e vinte para sua execução utilizando cerca de cem mil homens trabalhando constantemente, por turnos e muitos atémorrendo devido ao peso das imensas pedras. 14 Ainda segundo o autor, forma utilizados métodos científicos para essas grandes construções como: a matemática, geometria, mecânica entre outras fontes de conhecimento sem a qual não seria possível tal empreendimento. Apesar da grandiosidade dos monumentos, tal construção provocou o esgotamento do povo, sendo necessária o constante envio de mão-de-obra para manter a construção em atividade. Foi necessária uma administração rígida a custas de muito esforços e submissão massacrante, porém esse foi o primeiro modelo de administração centralizada do mundo que se tornou patrimônio da humanidade (PINSKY, 2011). 15 3. CONSTRUÇÃO DA GRANDE MURALHA DA CHINA De acordo com Maximiano (2000), no século 221 a.C. ocorreu a unificação da china. O rei do povo chamado Shih Huang-Ti "Primeiro imperador soberano" iniciou dois projetos importantes. O primeiro a construção de uma rede de estradas. O segundo foi a conclusão das muralhas que protegiam as fronteiras do Norte. Centenas de milhares de pessoas foram empregadas nessa construção que é provavelmente o maior projeto da história. Em cada 10 anos foram construídos 1500 quilômetros de muralha. Lovell (2008), conta que a construção iniciou-se em 220 a.C. e finalizada durante a dinastia Ming, no seculo XVI na construção segundo historiadores, foram necessários milhares de pessoas. O motivo da construção foi mostrar que a china era uma só. A construção, entretanto, persistiu durante as dinastias Zhou, Qin, Han e Ming, com objetivo de proteger o pais contra invasores, além de empregar os soldados que ficaram sem trabalho com o fim das guerras. O imperador Liu Bang, durante a dinastia Han, fez uso da construção não apenas para a proteção, mas buscando ter um controle mais preciso com relação ao comercio. A construção foi feita ao longo das dinastias, é feita de blocos, tijolos e taipas. Conta com aproximadamente 8851,8 km de extensão, 7,5 metros de altura e 3,75 metros de largura. É considerada uma das construções mais fantásticas do mundo. A grande muralha foi criada como barreira que isolaria o império de Qin. Não tendo nenhum registro sobre as técnicas de construção utilizadas ou sobre o número exato de quantos trabalhadores se dedicaram a obra. A obra reaproveitou uma grande quantidade de fortificação que haviam sido construídas em reinados anteriores. A construção ocupa 3 mil quilômetros de extensão destinados a conter invasões de povos que ocupavam as terras ao norte do país. O imperador Qin cobrava pesadas taxas e impostos do povo para sustentar suas extensas campanhas e projetos de construção. Os trabalhos das grandes muralhas foram paralisados e só voltaram por volta do ano 205 a.C. quando a dinastia Han subiu ao poder. Foi no século XVI que perdeu sua função estratégica e terminou por ser abandonada. Em 1980 foi promovida como símbolo do país (COUTO, 2008). 16 No seculo XXIV a.C, os chineses estavam aplicando inovadoras soluções em sua administração pública. O imperador Yao, que teria reinado entre 2350 e 2256 a.C., empregou princípios de assessoria. O mesmo reunia-se com os seus principais colaboradores, como forma de aproximar as regiões do governo central. Os governantes seguintes levaram a diante o uso da assessoria, delegando poder aos seus ministros para conduzir negócios do governo. Essa técnica de aconselhar-se com assessores e delegar-lhes autoridades para resolver problemas, tornou-se tradicional na administração pública na china. A dinastia Chou escrita por volta de 1100 a.C., é um exemplo de como os chineses praticavam a administração (COUTO, 2008). 17 4. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE A contabilidade surgiu, de certa forma com a própria humanidade, com a vontade de monitorar aquilo que se detém. Eurico Eleuterio da Luz apud Ludicibus (2010) A noção intuitiva de conta (e, portanto, de contabilidade) e talvez tão antiga quanto a origem do Homo Sapiens, ou seja, é essencial ao ser humano preocupar-se com seus bens; sendo assim não é indevido considerar a origem da contabilidade desta forma. Claramente a contabilidade era feita de forma primaria, a formação de riqueza particular e a necessidade de se preservar e controlar bens que garantiam a condição de sustento impulsionaram a civilização a buscar meios de registro e controle. Ainda segundo o autor a obra de Luca Pacioli representou um marco na história da contabilidade o apontar que a teoria contábil de débito e crédito corresponde a teoria dos números positivos e negativos, marcando assim o início da fase moderna da contabilidade. (LUZ, 2015). De acordo com Strathern (2001), com a utilização do Ábaco e com a não existência do número zero, era matematicamente impossível compreender a ideia de números negativos, por volta de 1.200 com o surgimento do Zero, os cálculos comercias mais intricados passaram a ser efetuados por escrito, e era possível obter resultados negativo, nascia assim a contabilidade. Em meados do século 14, as atividades comerciais de toda a Europa, eram controladas por bancos comerciais, utilizava-se livros- razões em Bruges, para registrar as atividades econômicas com o intuito de se cobrar tributos que deveriam ser pagos ao Papa. Strathern (2001), também cita Luca Pacioli como o homem responsável em grande parte pela propagação da contabilidade. Com a apresentação da Contabilidade de Partidas Dobradas, que propunha que cada transação fosse introduzida no livro razão duas vezes – como débito na coluna da esquerda e como crédito na coluna da direita -. Podendo assim, traçar linha sob ambas as colunas a fim de se perceber erros nas contas. O método facilitou o entendimento do cálculo de lucro e prejuízo, deixando assim o processo de negócio sujeito a análise e controle matemático. A difusão da contabilidade de partidas dobradas pela Europa foi vista como o nascimento do capitalismo. 18 No Brasil a atividade contábil surgiu no período do Brasil Colônia (1500 -1808). Entre 1500 e 1530 as expedições marítimas portuguesas eram intensas devido a exploração de grande quantidade de matéria prima brasileira, temendo que as ameaças de invasão estrangeiras se concretizassem, Portugal intensificava o registro e fiscalização dos navios que transportavam pedras preciosas, ouro, madeira, derivados de cana dentre outros. Em 1549 com a criação dos armazéns alfandegários Gaspar Lamego tornou-se o 1o contador -geral das terras do Brasil. No período de 1679- 1761 as receitas e despesas da união eram rigorosamente documentados pela Casa dos Contos do Reino, sendo substituído então pela implantação do Erário Régio que adotou o uso das partidas dobrada, o órgão era composto por um presidente com funções de inspetor geral, um contador e um procurador fiscal, que realizavam toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal. Com o objetivo de regulamentar os procedimentos contábeis, Dom Pedro II criou em 1850 o código Comercial Brasileiro, com o intuito de obrigar as empresas a obrigatoriedade da escrituração dos livros com fatos patrimoniais, seguindo a legislatura da época (lei no 556, art 290), baseando-se nos códigos de comercio de Portugal, França e Espanha. No entanto com a promulgação da lei no 1083 em 1860, as empresas da época passaram a publicar e reportar ao governo, nos prazos e método estabelecido em seus regulamentos, os balanços, as demonstrações e os documentos determinados. Na segunda metade do século XIX, surgiu a profissão de ́ ́ Guarda-Livros``, expressão que se refere a atual profissão de contador. Sua principal função era escriturar, manter a boa ordem dos livros mercantis das empresas comerciais, elaborar contratos e distrato e controlar a entrada e saída de dinheiro, em 1869 com a criaçãoda Associação dos Guarda-Livros da corte, a Associação tornou- se a mais antiga instituição profissional e cultural da ciência contábil do Brasil. (STRATHERN, 2001) 19 5. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Segundo Graeml e Petnado (2007), a revolução industrial teve como berço a Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, quando industrias e a invenção das máquinas a vapor alavancaram o que o mercantilismo havia começado. O surgimento de um novo tipo de organização, a empresa industrial, proporcionou a mudança para o processo de produção mecânica e fabril, substituindo o processo de produção manual, o que acabou por provocar influências nunca antes imaginadas nas técnicas de produção e de administração. A Revolução Industrial passou a ser, naturalmente, considerada o marco inicial do processo gerador da administração da produção conforme conhecida nos dias de hoje, porque esta exigiu novas técnicas gerenciais de produção, específicas para a indústria. Conforme o mesmo autor, cita alguns personagens de grande importância, e suas contribuições para o avanço da administração: Tabela 1 - Linha do tempo Revolução Industrial 1767 James Hargreaves Invenção da primeira máquina de fiar A máquina consistia em diversos fusos dispostos verticalmente e movidos por uma roda, além de um gancho que segurava diversos novelos. 1776 Adam Smith Introdução de uma nova doutrina econômica Em sua célebre obra “A riqueza das nações” Smith advogava que o governo não precisava intervir na economia. Ele achava que, se os empresários tivessem liberdade de procurar seus próprios interesses, o mercado produziria bens na quantidade e no preço que a sociedade esperasse, levado por uma “mão in- visível”, que atuaria adequadamente se não houvesse impedi- mento ao livre comércio 20 1776 James Watt Aperfeiçoamento do motor a vapor O aperfeiçoamento do motor a vapor de Watt permitiu o seu usoprático na indústria. Instalada, inicialmente, em fábricas de arte- fatos de ferro, a máquina a vapor foi o gatilho que disparou a revolução industrial, mecanizando tarefas anteriormente manuais 1790 Eli Whitney Criação do conceito da utilização de peças intercambiáveis O conceito de intercâmbio de peças foi originalmente aplicado à Fabricação de mosquetes5 vendidos ao exército americano, mas acabou por permitir o processo de produção em massa, com estações de trabalho e fluxo ininterrupto de produção nas mais diversas indústrias. Whitney talvez seja mais conhecido pela invenção da Cotton gin, uma máquina revolucionária de processamento de algodão, que aumentou a produtividade da industria têxtil, incentivando as plantações de algodão no sul dos Estados Unidos. 1822 Charles Babbage Criação da primeira calculadora mecânica Babbage concebeu a primeira calculadora mecânica e prática do mundo. Depois disto, Babbage desenvolveu a idéia do “mo.tor analítico”, que serviu de base para as implementações dos computadores eletrônicos, mais de um século depois, quando, finalmente, a IBM conseguiu desenvolver a tecnologia ne- cessária para colocar em prática os conceitos do inventor inglês. Em seu livro On the economy of machinery and manufac- tures, lançado em 1832, Babbage fornece idéias revolucionárias de administração da produção, que também vieram a ser exploradas no século seguinte Fonte: Criado com base no livro Administração da Produção, 2007 21 Segundo (Maximiano, 2000) as práticas administrativas no início da revolução industrial eram rudimentares, entretanto o surgimento de experiências e ideias, notou- se que a administração encontrava condições favoráveis para se transformar em num corpo organizado de conhecimento, alcançando a estatura de uma disciplina. A eficiência era um ponto chave do qual as grandes fabricas almejavam, consequentemente atraíram a atenção de pessoas que lançaram as bases da ciência econômica e das teorias da administração. Durante a segunda revolução industrial o processo de industrialização se alastrou da Grã-Bretanha para vários países, devido ao aprimoramento dos meios de transporte, e assim a produção não se apoiava mais no pioneirismo do setor têxtil e sim, na difusão das novas tecnologias e formas de organização, estimulada pela industrialização do setor de bens de capital. (FERREIRA, et al 1997) Paralelamente, a implantação do sistema parlamentarista legitimou a profusão da burguesia política. Era o poder do novo capital sobrepujando a tradição hierárquica secular (FERREIRA, et al 1997). As organizações emergentes passaram a dar todas as atenções para a mecanização do trabalho. Maiores quantidades e menores custos na produção eram resultados de aprimoramentos tecnológicos e mecânicos, possibilitando aumentar o mercado potencial da organização e reduzir os preços praticados. A perspectiva empresarial passa, então a ser abrangente, sistemática e de mais longo prazo (FERREIRA, et al 1997). 22 6. REVOLUÇÃO FRANCESA Segundo Frederic (1951), as ideias de liberdade e igualdade vão marcar profundamente a vida dos franceses. Elas vão encontrar no final do século XVIII um cenário de grave crise econômica em toda a França. Esta crise era marcada pela falência do modelo econômico Frances, sustentado pela agricultura. Frederic (1951), afirma que este modelo já dava conta de suprir as necessidades básicas da sociedade. Desta forma, fome, desemprego, miséria eram parte de cenário de uma França em decadência. Para piorar ainda mais a situação, o Estado Absolutista Frances gastava muito mais do que podia arrecadar. Esta crise econômica associava-se a uma grave crise social, marcada por intenso desemprego e por uma insatisfação generalizada. A burguesia francesa não aceitava mais sustentar com o pagamento de pesados tributos uma nobreza e um Estado gastador (FRÉDÉRIC, 1951). Segundo Vovelle (1933), a burguesia conquistava um papel cada vez maior na organização econômica da França, e mostrava-se insatisfeita com a sociedade estamental presente, somado a isso as condições de vida do povo, tanto dos camponeses quanto dos trabalhadores das cidades era cada vez pior, altos impostos, inchaço das cidades, elevação do preço dos alimentos aumentavam o descontentamento do terceiro estado. Vovelle (1933), afirma ainda que os ideais iluministas se baseavam na organização de um estado e igualdade mais representativo e legitimado por toda a população, estes estavam presentes na base ideológica da burguesia francesa. Segundo Saldanha (1933), a sociedade era hierarquizada e dividida em estamentos. No topo da pirâmide estava situado o clero, em seguida a nobreza. A base dessa sociedade era formada pelos desempregados que, em número, aumentavam em grande proporção estes eram classificados como o Terceiro Estado. 23 Saldanha (1933), afirma que os trabalhadores tinham uma vida miserável e a burguesia almejava uma participação política maior e mais liberdade econômica, mesmo tendo uma condição de vida melhor. Com seu reinado em crescente endividamento, Luis XVI procurou adaptar várias formas de mudança para se livrar da situação. Entretanto suas tentativas fracassaram. Surgiram, então tumultos de ordem popular. Diante da adversidade, o monarca decidiu convocar os “Estados Gerais” para solucionar a crise do país. Devido à crise começou a despontar das camadas intermediárias do Terceiro Estado, indivíduos com agitação política impregnados de ideias iluministas. Por toda a França, atos semelhantes se espalharam até mesmo nas áreas rurais (SALDANHA, 1933). 24 7. LINHA DO TEMPO Figura 5 - Linha do Tempo - Fatos Históricos Fonte: Elaborado com base nos eventos históricos abordados no texto 25 8. HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICASegundo Filho e Silva (2008), a administração Científica surgiu no final do século XIX, naquele momento histórico, surgia a ideia de racionalidade, quando toda atividade humana teria que ser estruturada como Ciência e Administração não fugia a regra. Muitas invenções vinham se acumulando desde a chamada 2° fase da Revolução Industrial e de grande acúmulo de riqueza do sistema colonial. Segundo Maximiano (2000), O berço da Administração científica foi a sociedade Americana dos Engenheiros mecânicos, fundada em 1880, da qual Taylor era sócio e chegou a presidente. Foi no ano de 1901, Taylor retornou a Filadélfia, dedicando- se a divulgação de suas ideias. Em 1910, foi criada a Sociedade para a promoção da Administração Científica, que se tornou em 1915, ano de sua morte, Sociedade Taylor (MAXIMIANO, 2000). Com a expansão acelerada de empresas nos Estados Unidos e na Europa no século XX, partiu daí a necessidade de lidar com a eficiência das enormes quantidades de recursos que essas empresas e governos passaram a mobilizar. (MAXIMIANO, 2000). De acordo com Maximiano (2000), Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que liderou o movimento da Administração Científica, esse movimento, em essência, propunha combate ao desperdício, especialmente por meio do resenho do trabalho para aumentar a eficiência. A ideias de Taylor deixou, para resolver esses problemas, são usadas até hoje e provavelmente continuarão a ser por muito tempo ainda. A Revolução Industrial trouxe profundas mudanças na sociedade da época. A migração da zona rural para as cidades cresceu de maneira desordenada, trazendo caos social para a região urbana. Tal crescimento também aconteceu com as organizações. Indústrias cada vez maiores recrutavam muitos trabalhados que cumpriam jornada de trabalho de 14 hr, recebendo salários muito baixos, e sem nenhum tipo de benefício social. Estes cenários representavam problemas sociais muito graves, condição de trabalho insalubres e uma produtividade muito irregular, 26 sendo agravada por uma alta taxa de rotatividade pessoal. Para tentar reverter essa situação, alguns estudiosos começaram a desenvolver metodologias, em busca de diminuir a ineficiência do processo produtivo nas organizações, dando início a Administração Científica (ROBBINS e COULTER, 1998). 27 9. PRINCIPAIS IDEALIZADORES DA TEORIA Para Filho e Silva (2008), Frederick Winslow Taylor (1856-1915), engenheiro americano, é considerado “ O pai da Administração Científica “. Quando tinha 23 anos de idade inventou um método de cortar aço que permitiu a utilização das ferramentas por três vezes mais, o que melhorou bastante o desempenho. Procurou resolver problemas relacionados com salários. Criou remuneração pelo serviço feito e depois os incentivos à produção, objetivando eficiência, baixo custo, alta produtividade, menos esforço físico, maior remuneração, divisão social do trabalho. Segundo Maximiano (2000), em torno das ideias de Administração Cientifica, congregaram-se diversos seguidores e colaboradores de Frederick Taylor. Frank e Lillian Gilbert, Henry Gantt e Hugo Munsterberg. Frank Bunker Gilbert nasceu em 1968. Embora tivesse sido admitido no Massachusetts, decidiu abandonar os estudos para aprender o ofício de pedreiro. Trabalhando em uma empresa de construção, chegou a superintendente aos 27 anos. Começou a fazer observações sobre os movimentos e inventou os andaimes móveis, que facilitavam o trabalho da colocação de tijolos. Henry Gantt nasceu em 1961. Em 1884, formou-se em engenharia mecânica. Em 1887, se tornou assistente no departamento de engenharia. Em 1988, tornou-se assistente de Taylor. Em 1901, estabeleceu-se como consultor em administração. Foi um dos primeiros especialistas em eficiência a entra no ramo (MAXIMIANO, 2000). Segundo Robbins e Goulter (1998), o principal representante desse período foi Frederick W. Taylor, que ficou conhecido como pai da administração científica. Taylor revolucionou os processos tradicionais dos métodos de trabalho, aplicou métodos científicos em várias empresas norte-americanas. Taylor não possuía treinamento em administração e se baseava somente em suas investigações sobre o que deveria ser feito. 28 10. CONCEITOS E PRINCÍPIOS Segundo Filho e Silva (2008), Taylor elaborou quatro grandes princípios da Administração Científica: Desenvolvimento de uma ciência de trabalho, os chefes não podem se queixar da incapacidade de seus operários, estes sabiam exatamente o que se espera que eles façam; Seleção e desenvolvimento Científico do empregado. Para atingir o nível de remuneração prevista, o estudo de tempo determina que o operário first-class-man precisa preencher certos requisitos pela seleção; Combinação da Ciência do Trabalho com a seleção pessoal. Taylor observou que os operários estão dispostos a aprender a fazer um bom trabalho; Cooperação entre Administração e Empregados, somente uma constante e íntima cooperação possibilitará a observação e medida sistemática do trabalho, que permitirá a fixação dos níveis de produção e incrementos financeiros. Segundo Maximiano (2000), os princípios da Administração Científica estão divididos em 3 fatores: 1° Fase: Ataque ao problema dos salários; Estudo sistemático do tempo; Definição de tempos – padrão sistema de administração de tarefas. 2° Fase: Ampliação de escopo da tarefa para a administração; Definição de princípios de administração do trabalho. 3° Fase: Consolidação dos princípios; Proposição de divisão de autoridade e responsabilidades dentro da empresa; 29 Distinção entre técnicas e princípios. Segundo Robbins e Goulter (1998), Taylor então ao investigar, começou a aplicar novas técnicas que além de proporcionar maiores lucros aos patrões e de valorizar trabalho dos operários, isso assegurou a todos uma prosperidade mútua, que se refletiu satisfatoriamente na própria riqueza do país. Taylor culpou a administração, e não os operários, porque era função dos gerentes projetar atividades de maneira apropriada a oferecer incentivos adequados para estimular a produção dos operários. Entre as contribuições de Taylor as mais conhecidas são as seguintes: O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos custo de produção; Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefa; Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e treinados, de maneira que as pessoas e tarefas fossem compatíveis; Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação entre a administração e os trabalhadores para garantir um ambiente psicológico favorável desses princípios. 30 11. CONTRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA Filho e Silva (2008), apontam importantes contribuições da teoria para a administração. Falam que a teoria contribuiu com a resolução dos problemas salariais, propondo que quem produzisse mais ganharia de acordo com sua produtividade; objetivou a eficiência, de baixo custo, alta produtividade remuneração conforme produção; divisão social do trabalho e na possibilidade de atenuar interesses entre o capital e o trabalho; estabeleceu planejamento e defendeu a racionalidade da organização; criou normas para melhorar a produção e defendeu o treinamento em serviço. Taylor deu início a estruturação da administração e muitos princípios criados por ele ainda está em evidência em outras teorias. Ribeiro (2016), mostra que Taylor estabeleceu princípios destinados a generalização daquilo que atingira por meio de experimento. O autor aponta três contribuições da teoria: Atribuição das tarefas para os trabalhadores, de acordo com suas habilidades; Solicitou aos trabalhadores metas igual oumaior ao que foi estipulado; Atribuiu remuneração diferente por unidade produzida, que seria pago somente para aqueles que cumprissem a meta ou para quem as superassem. De acordo com Bonome (2009), as condições de trabalho que mais preocupavam os pesquisadores da teoria eram as maquinas e equipamentos que deveriam obedecer a perspectiva de racionalização do fluxo de produção, os instrumentos e equipamentos desenvolvidos para diminuir o esforço do trabalhador e minimizar as perdas na execução da tarefa, projeção de equipamentos para cargos específicos, melhoria do ambiente físico de trabalho, iluminação, ruídos, conforto geral no trabalho para que os trabalhadores não reduzissem a eficiência. A teoria contribui com a padronização das ferramentas, instrumentos de trabalho matérias-primas dos equipamentos e maquinas, buscando reduzir a instabilidade no processo. 31 12. APLICAÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA NAS EMPRESAS Ribeiro (2016), diz que Taylor empenhado em alcançar a máxima produção começou a aplicar o estudo de tempos em movimento. Substituiu a improvisação pela prática científica; Classificação escolheu os trabalhadores e os treinou para produzir mais, com melhor qualidade; Controlar o trabalha o trabalho para ter certeza que está sendo feito de acordo com o que foi determinado; distribuir as tarefas e as responsabilidade, preparo, planejamento e o controle de trabalho, estudar cada tarefa antes de determinar como devem serem feitas; estudar o trabalho dos operários, cronometrando cada um de seus movimentos para eliminar os inúteis; treinar os agentes nas respectivas atribuições; estabelecer maior remuneração quando as metas forem atingidas ou superadas; padronizar as ferramentas de trabalho, para sua correção e aperfeiçoamento; classificar de forma prática os equipamentos, processos e os matérias a serem usados. Taylor focou seus estudos no trabalho dos operários procurando dividir as tarefas em seus elementos básicos, passando a cronometrar o tempo necessário para sua execução, acabando com os movimentos inúteis e com os desperdícios de tempo. Bonome (2009), fala que para Taylor a organização deve ser entendida e colocada em prática de modo cientifico e não experimental, como era feito de um modo improvisado e que deveria dar lugar a ação de planejamento baseando-se nesse pensamento, defendia que as aplicações da teoria são o estudo de tempo e dos padrões de produção; supervisão funcional; padronização de ferramentas e instrumentos, princípios de execução, utilização de cálculos e de instrumentos para economizar tempo; instrução de serviço; prêmios pela eficiência da execução da tarefa e definição da rotina de trabalho. Sobral e Peci (2013), mostram um conjunto de aplicações em busca de gestão de trabalho eficiente, que por meio de treinamentos rápidos e adequados, poderiam executar uma tarefa no tempo determinado para sua execução. Para cada elemento de trabalho, desenvolver uma ciência com normas rígidas, padronização de ferramentas e condições de trabalho; selecionar treinar e aperfeiçoar o trabalhador; remuneração diária e articulando o trabalho com os princípios da ciência 32 desenvolvida; divisão de trabalho e responsabilidade e entre administradores e operários. Para Taylor maneira correta para desempenho da tarefa com mais eficiência e assegurando o máximo rendimento é analisar é analisar o trabalhador em suas diferentes fases e estudar os movimentos necessários para sua execução para simplificados e reduzi-los. 33 13. CRITICAS A ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Segundo Maximiano (2000), a acolhida às ideias de Taylor teve altos e baixos. Na indústria e no governo, despertava entusiasmo. Entre os trabalhadores, a imprensa e os políticos, provocou reações desfavoráveis. A sociedade fundamentou a crítica em dois receios: Aumentar a eficiência provocaria desemprego. A administração científica nada mais era do que uma técnica para fazer o operário trabalhar mais e ganhar menos. Sobral e Peci (2013), fala que por motivos de grande repercussão, em 1911 Taylor foi convocado a fazer um depoimento no Congresso américa a respeito da administração científica. Um dos congressistas mostrou a Taylor que uma técnica aplicada por Gilbreth havia aumentado a eficiência do pedreiro em 300%, mas seus rendimentos haviam crescido apenas 30%. Houve então um inquérito que terminou com a proibição do uso de cronômetros e pagamento de incentivos, mas as demais técnicas da administração foram preservadas. O resultado foi de grandes ganhos de eficiência na produção de armas e munições, o que fez aumentar o entusiasmo dos militares americanos quando a primeira guerra começou. Sobral e Peci (2013), diz que a teoria via o trabalhador como máquina e não considerava o lado humano, tratava o trabalhador como uma engrenagem do sistema de produção. Embora a teoria apresente abordagem científica, ela não teve a capacidade de gerar princípios aplicáveis em todo contextos administrativos. Para Bonome (2009), apesar das contribuições de Taylor, a organização racional e seus desdobramentos causaram algumas consequências que não foram previstas. O autor aponta a abordagem de sistema fechado, analisava as organizações sem considerar a relação existente entre elas e o meio ambiente, abordagem incompleta da organização que analisa somente os problemas de produção, não tratando as demais áreas da empresa, especialização do trabalhador era dado através das tarefas fracionadas, tornou supérflua a sua qualificação, 34 desprezando suas habilidades, visão microscópica do trabalhador, o trabalhador é um anexo da máquina, a serviço da máquina que trabalha de acordo com o ritmo imposto pela máquina. 35 14. HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO CLASSICA Segundo Maximiano (2011), na passagem do século XIX para o século XX, a aceleração da revolução industrial e as ideias dos pioneiros da escola clássica deixaram plantadas as sementes de uma grande transformação. No campo das teorias, essa transformação foi representada tanto pela evolução das ideias clássicas quanto pelo surgimento de novas concepções sobre como administrar as organizações. Os administradores das empresas criadas na passagem para o século XX perceberam que, para crescer e aproveitar as oportunidades de mercado, era necessário ir além da organização da linha de montagem e da eficiência operacional das fábricas. Eram necessárias estratégias para crescer. Com a expansão da atividade industrial e o crescimento no número e tamanho das organizações, surgiu a necessidade de administrá-las com sucesso. Foi então, mediante a essas necessidades que se desenvolveu a teoria da administração. Foi esse esforço que resultou na definição da administração que é estudada na atualidade (MAXIMIANO, 2011). Conforme Maximiano (2011), as pessoas não eram negligenciadas pelas teorias Clássicas, mas eram consideradas recursos dos processos produtivo. Essa maneira prescritiva de lidar com os problemas organizacionais é entendida pela inexistência de referências da época. Segundo Filho e Silva (2008), a Abordagem Clássica da Administração surgiu no final do século XIX alicerçada pelas ideias positivistas de Augusto Comte (1798- 1857). Naquele momento imperava a ideia de racionalidade, quando toda a atividade humana teria que ser estruturada como ciência e a Administração não fugiu à regra. Para o Positivismo, a razão está acima de tudo e de todas as áreas do conhecimento. Desde a segunda fase da Revolução Industrial, todo esse quadro foi acompanhado de grande avanço tecnológico, muitas invenções vinham se acumulando. A igreja Católica já se encontrava organizada e servia de exemplo para as grandes empresas, que também se espelhavam naestruturação das organizações 36 militares. As empresas cresciam muito e daí surgiu a necessidade de organizar o trabalho produtivo (FILHO e SILVA, 2008). Segundo Motta e Vasconcelos (2008), no século XVII, Descartes negou todo conhecimento recebido com base apenas em costumes e tradições e salientou o poder da razão para resolver qualquer espécie de problema. Era a substituição do tradicional pelo racional. Havia um campo, no entanto, que ainda não tinha sido afetado pela racionalização. Esse campo era o do trabalho. O advento das máquinas tornou o trabalho evidentemente mais eficiente, porém ainda não havia provocado a racionalização da organização e execução do trabalho (MOTTA e VASCONCELOS, 2008). Motta e Vasconcelos (2008), afirma que, no início do século XX, surgiram os pioneiros da racionalização do trabalho, e também ideias semelhantes. O pensamento centra da escola Clássica pode ser resumido na afirmação de que alguém será um bom administrador à medida que seus passos forem planejados, organizados e coordenados de maneira cuidadosa e racional. 37 15. PRINCIPAIS AUTORES DA TEORIA CLASSICA Segundo Maximiano (2011), há autores que dominam de escola neoclássica o conjunto de teorias que evoluíram da escola clássica de Taylor, Fayol e Ford. A teoria Clássica foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a excessiva unidade de comando e responsabilidade. Paralelamente aos estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração. Segundo Motta e Vasconcelos (2008), em 1916, foi publicado na França o livro Administração geral e industrial, de Henri Fayol, que, embora também fosse engenheiro, era mais um administrador de cúpula, tendo mesmo, como diretor-geral, salvado da falência uma grande empresa metalúrgica. O estilo Fayol é esquemático e bem – estruturado. É dele a clássica divisão de funções do administrador em planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. Não menos notável foi Henry Gantt, que, seguindo de perto os trabalhos de Taylor, chegou às conclusões próprias quanto a problemas de administração. Gantt reconheceu a eficiência de incentivos não monetários (MOTTA e VASCONCELOS, 2008) Segundo Filho e Silva (2008), o criador da teoria clássica da administração foi Henri Fayol, nasceu em Constantinopla, em 1841, onde vivenciou transformações da Revolução Industrial. Com o passar dos anos, se formou em engenharia de minas, o que fez ingressar em uma empresa siderúrgica e carbonífera, na qual fez grande parte de sua carreira. Fayol partiu de uma abordagem mais simples e global, para uma abordagem mais anatômica e estrutural das organizações, que rapidamente ofuscou a teoria trazida por Frederick Taylor. 38 16. CONCEITOS E PRINCÍPIOS DA TEORIA CLÁSSICA Conforme Maximiano (2011), Fayol relacionou 14 princípios básicos que podem ser complementados aos de Taylor: Divisão do trabalho: especialização dos funcionários desde ao topo da hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção e aumentando a produtividade; Autoridade e responsabilidade: direito de os superiores darem ordens que teoricamente serão obedecidas, responsabilidade é contrapartida da autoridade; Unidade de comando: um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe, evitando contra-ordens; Unidade de direção: o controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos; Disciplina: necessita de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas para todos os funcionários; Prevalência dos interesses gerais: os interesses gerais das organizações devem prevalecer sobre os interesses individuais; Remuneração: deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da própria organização; Centralização: as atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas; Hierarquia: defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de autoridade fixa; Ordem: deve ser mantida em toda a organização, preservando um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar; Equidade: A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa; Estabilidade dos funcionários: uma rotatividade alta tem consequências negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários. 39 Iniciativa: deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo; Espírito de equipe: o trabalho deve ser conjunto, facilitado pela comunicação dentro da equipe. Os integrantes do mesmo grupo precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. Segundo Motta e Vasconcelos (2008), Fayol entende o ato de administrar como uma junção de cinco atividades ou funções corporativas. Elas são consideradas o exercício de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Essas funções administrativas englobam os principais elementos da ciência da administração, atuando como delineador das atividades do administrador. Fayol definiu o que seriam os principais princípios da administração, sendo eles: a divisão do trabalho, a autoridade responsabilidade, a disciplina, a unidade de comando, a unidade de direção, a subordinação dos interesses individuais aos gerais, a remuneração do pessoal, a centralização, a cadeia escalar (linha de autoridade), a ordem, a equidade, a estabilidade, a iniciativa e o espírito de equipe (MOTTA e VASCONCELOS, 2008). Segundo Filho e Silva (2008), Fayol em seus estudos e prática, partiu do princípio de que a administração é uma função distinta de outras funções da empresa, como produção, finanças, distribuição etc. Acreditava que a administração tem 5 funções principais, que são: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e controlar. Na concepção de Fayol, a administração está presente em todas as organizações de seres humanos. Defendeu que as empresas devem ser divididas de acordo coma s atividades, relacionando-se com as finalidades estipuladas e com as funções de administrar. Fayol relacionou 14 princípios da Administração, que são: Divisão do trabalho; Autoridade e responsabilidade; Disciplina; Unidade de comando; Unidade de direção; 40 Interesse Geral; Remuneração do pessoal; Centralização; Linha de autoridade; Ordem; Equidade; Estabilidade do pessoal; Iniciativa; Espírito de equipe. Esses princípios devem estar integrados para o desenvolvimento, manutenção e harmonia. É a soma de esforços e talentos e não a divisão. Fayol estabeleceu que os trabalhadores estariam classificados para as tarefas conforme; Habilidade, destreza e qualidades físicas de cada um; O desenvolvimento cognitivo da pessoa; O senso de responsabilidade e formação moral; A cultura geral de cada um; As experiências acumuladas. 41 17. CONTRIBUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO NAS EMPRESAS De acordo com Maximiano (2011), Fayol dizia que a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos que sempre exigem algum grau de planejamento e organização, comando, coordenação e controle. Fayol dedicou-se a construir um modelo gerencial onde, por vários anos, levou em consideração sua própria experiência de desenvolvimento nesse modelo administrativo, onde classifica alguns deveres que todos os gerentes deveriam seguir: Assegurar cuidadosamente preparação dos planos e sua rigorosa execução; Cuidar para que a organização humana e material seja coerentecomo objetivo, os recursos e os requisitos da empresa; Estabelecer uma autoridade construtiva, competente, enérgica e única; Harmonizar atividades e coordenar esforços; Formular decisões de forma simples, nítida e precisa; Organizar a seleção eficiente do pessoal; Definir claramente as obrigações; Encorajar a iniciativa e o senso de responsabilidades; Recompensar justa e adequadamente os serviços prestados; Usar sanções contra falta e erros; Manter a disciplina; Subordinar os interesses individuais ao interesse geral; Manter unidade de comando; Supervisionar a ordem material e humana; Ter tudo sob controle; Combater o excesso de regulamentos, burocracia e papelada. Seguindo cuidadosamente esses deveres os gerentes estariam otimizando e criando uma gerência eficaz e de poucos problemas. Segundo Motta e Vasconcelos (2008), Fayol afirmava que as pessoas dentro da empresa deveriam se especializar em uma determinada função, pois assim cada pessoa estaria cada vez mais apta a fazer, com mais prática e de forma otimizada, suas tarefas. Para isso todo funcionário deveria ter uma função específica para 42 determinado setor. Para os gerentes atuais isso é um ponto de discussão. Algumas empresas encaram essa especialização como mais ágeis os processos administrativos. Motta e Vasconcelos (2008), deixa claro que a multifuncionalidade pode ser fonte de produtividade ou não, alguns gerentes utilizam essa especialização outros não. Segundo a definição de Fayol, a centralização era como a diminuição da importância do papel do subordinado, enquanto a descentralização era a elevação desta importância (MOTTA, 2008). Segundo Filho e Silva (2008), a divisão de trabalho constitui a base de toda organização, atuando como a razão da mesma. É um princípio que conduz à especialização, diferenciando as tarefas e aumentando a eficiências das atividades. Nesse caso a teoria Clássica busca atingiras unidades, setores e departamentos da organização. O princípio possui duas direções, sendo uma vertical (níveis de autoridade) e a outra horizontal (tipos de atividade), que também é conhecida por departamentalização. A coordenação é a junção de todas as atividades e esforços aplicados em uma organização. Se a subdivisão do trabalho é indispensável, a coordenação é obrigatória. Ela precisa ser baseada em uma junção de interesse, indicando um objetivo comum a ser alcançado por todos. É certo dizer que quanto maior for a organização, maior será a necessidade de existir processos coordenados que garantam sua máxima eficiência (FILHO e SILVA, 2008). 43 18. CRITICAS A TEORIA CLÁSSICA Segundo Maximiano (2011), a teoria clássica preocupou-se apenas com a organização formal, ignorando o lado informal e social que existia dentro das empresas e indústrias da época. A ênfase na estrutura levava ao exagero, ocasionando uma falha no tratamento dos grupos informais. Nesse caso a teoria trata a organização como um sistema fechado, composto de algumas variáveis conhecidas e previsíveis. A teoria clássica ficou conhecida como teoria das máquinas, uma vez que trabalhava os conceitos organizacionais apenas sob o foco no comportamento mecânico e não social (MAXIMIANO, 2011). Segundo Motta e Vasconcelos (2008), o ato de ignorar o homem com quem se vai trabalhar na organização é um contrassenso. A ênfase deve, no parecer dessa escola, ser dada aos grupos primários; para ela, a organização informal é de grande importância. Nesse caso é dado ênfase às relações formal e informal e, por meio de pesquisas demonstram que a maioria dos operários não pertence a grupos informais dentro do trabalho. No que se refere à aprendizagem, critica-se o fato que se propões uma visão restritiva dela: o operário deveria obedecer e preocupar-se em desenvolver apenas as habilidades estritamente necessárias ao cumprimento de sua função e à obediência das ordens localizadas. A qualificação profissional acima de certo nível era vista como prejudicial dentro de um sistema em que os operários executavam tarefas mecanizadas e metódicas. Os problemas provocados pela falta de visão do todo e a limitação do desenvolvimento das habilidades dos indivíduos foram sendo percebidos com o passar do tempo (MOTTA e VASCONCELOS, 2008). Segundo Filho e Silva (2008), a ênfase na estrutura visualiza a organização como uma disposição das partes (órgãos) que a constituem, sua forma e o inter- relacionamento entre essas partes. Essa teoria da organização restringe-se apenas à organização formal. Para tratar racionalmente a organização, esta deve se caracterizar por uma divisão do trabalho e correspondente especialização das partes 44 que a constituem. A medida que ocorre a divisão de trabalho e especialização, deve haver coordenação para garantir a harmonia do conjunto e, consequentemente, a eficácia da organização. Entretanto, a abordagem simplificada da organização formal, deixando de lado a organização informal; a ausência de trabalhos experimentais para dar base às suas afirmações e princípios; o mecanismo da abordagem lhe valeu o nome da teoria da máquina; a abordagem incompleta da organização e a visualização da organização como se fosse um sistema fechado (FILHO e SILVA, 2008). 45 19. HISTÓRIA DA TEORIA BUROCRÁTICA A teoria da burocracia originou-se a partir da grande necessidade que as organizações possuíam em manter um crescimento contínuo em estrutura e na diversidade de suas operações. A partir desse entendimento, Max Weber conclui que se faz necessário a aplicação de um modelo racional de organização, que compreenda o envolvimento de diversas variáveis, além do comportamento dos sócios e funcionários, aplicando-se não apenas em fábrica, mas também em outras áreas de atividades da empresa. A partir desse ponto de vista racional, é possível entender que o tamanho da estrutura e o trabalho de uma empresa, influenciam o nível da burocracia nas organizações, onde afirma que quanto maior empresa, mais burocrática (SILVA, 2008). De acordo com Meireles e Paixão (2003), Weber já configurava as organizações como estrutura burocráticas. Ao contrário do ponto de vista da teoria das relações humanas, que evidenciava haver harmonia organizacional, Weber e outros autores, reconheceram que a organização é uma unidade social complexa onde interagem diversos grupos sociais. A partir dessa interação, surgiram-se os conflitos, sendo estes observados entre as necessidades da organização e a de pessoal. Weber estudava a burocracia como uma espécie de dominação ou poder, dominação essa de natureza racional. Segundo Maximiano (2011), o cientista social alemão Max Weber foi pioneiro ao estudar sobre as burocracias. De acordo com Weber, as organizações e a sociedade modernas são sistemas normas impessoais. Weber não buscou definir nem ao menos estabelecer padrões de administração para que pudessem seguir, pois entendia que o modelo ideal não é prescritível, mas uma abstração descritiva. A burocracia é um esquema que procura resumir os pontos comuns na maioria das organizações formalmente modernas. 46 20. AUTORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA TEORIA BUROCRÁTICA De acordo com Meireles e Paixão (2003), o desenvolvimento da administração burocrática foi responsável pela origem do moderno Estado Ocidental dominante até os dias atuais. Foi com base nas análises se Max Weber e de tanto outros autores que a teoria foi desenvolvida. Max Weber: foi sociólogo e economista, lecionou na Universidade de Friburgo e na Universidade de Munique. Weber passou a ser conhecido pela teoria dos tipos ideias. Pretendeu unir o método histórico e tipológico, onde chamou de método compreensivo. Escreveu teses como a de doutorado sobre a história das companhias de comérciono período da Idade Média e sobre a história das instituições agrárias. Logo ao início da Primeira Guerra Mundial, como capitão, encarregou-se de administrar e organizar nove hospitais de Heidelberg. Publicou o livro História econômica geral. Como cientista social, Weber preocupava-se com a natureza das burocracias, onde significava uma eficiência praticamente maquinal que uma organização humana poderia alcançar. Ainda segundo Weber, os elementos mais genuínos de burocracia são regras e procedimentos formais, tarefas especializadas, promoção conforme mérito, hierarquia, punições e recompensas padronizadas, garantia de trabalho como recompensa mediante dedicação à empresa e lazer e trabalho nitidamente separados. Peter Blau e Richard Scott: Peter Blau estudou na Universidade de Chicago e Richard Scott na Universidade de Stanford. Em parceria escreveram o livro Organizações formais, obra está que examinou um grande número de empresas a partir dos conceitos de Max Weber, identificando e apresentando três impasses principais da organização formal como: coordenação entre comunicação livre, iniciativa entre planejamento administrativo, especialização profissional entre disciplina burocrática. Motta e Vasconcelos (2008), apresenta diversas linhas estruturalistas, porém seu livro concentra-se no estruturalismo fenomenológico de Max Weber que inspirou autores como: Merton, Gouldner, Selznick, entre outros. 47 Merton: criador da obra de grande influência como a Teoria social e estrutura social. Para Merton, a estrutura burocrática principia transformações na personalidade dos seus integrantes que induzem a rigidez, à ineficiência e complicação no atendimento aos clientes, responsáveis pelas consequências ocasionais. Merton entende que toda ação social provoca uma oposição básica ocasionando em consequências contraditórias, pois para cada efeito desejado de determinada ação, existirá uma série de efeitos complementares não previstos, não desejados pelo administrador. Com a existência dessas contradições não desejadas à ação social, geram tensões nas organizações, conduzindo a manifestação da resistência organizacional e conflitos. Em seu livro The bureaucratic personality, ele escreve dizendo que o comportamento do homem nas organizações é enxergado como meio para alcançar determinado objetivo. Em seu livro, Merton ainda diz que o comportamento do indivíduo no ambiente organizacional, produzem resultados indesejáveis e inesperados, questionando a eficiência da lógica instrumental nas organizações burocráticas. Em seu outro estudo O soldado americano, aplicado no exército americano, chegou na seguinte conclusão que à medida que os aspirantes e oficiais se adequassem à normas e padrões da corporação, mais rápido seriam elevados aos níveis hierárquicos da corporação. O estudo foi realizado em três grupos de soldados recrutas do batalhão mostrando que veracidade da hipótese, pois os oficiais e aspirantes que mantinham uma conduta mais convencional, eram promovidos mais rápido, mostrando que a aprovação se baseava na forma de comportamento e valores informais e não às normas e regras estabelecidas. Gouldner: este autor fez diversos estudos em uma mina de gesso, onde constatou que os integrantes de uma organização não possuem os mesmos interesses e objetivos. Este propôs que as leis burocráticas representavam o interesse de parte dos indivíduos da organização, conflitando com os interesses de outros indivíduos do sistema, ocasionando ao surgimento do ajustamento das regras. Gouldner diz que o grau de burocratização é uma função do nível de resistência à introdução de regras no sistema. Segundo seu estudo, há influencias sociais que necessitam de maior nível de burocratização enquanto outras resistem a estipulação de novas normas e regras. Em seu livro Patterns of industrial bureaucracy, faz referência a três tipos de estrutura 48 burocrática como: a falsa burocracia, onde as regras são artificiais, existindo apenas para representar, mas que não são obedecidas, pois contem regras que não representam o interesse de nenhum grupo dentro da organização. A burocracia representativa, são regras e normas que representam interesses sólidos a todos os grupos de uma organização, regras essas que são cuidadosamente seguidas de maneira escrito e reforçada pelos indivíduos. Por fim a burocracia autocrática, que tem como base as regras elaboradas por gestores com objetivo de trazer punição a condutas problemáticas. Setznick: criador da obra Liderança na administração – uma interpretação sociológica, Setznick enxerga no nível da delegação de autoridade, forças que geram problemas quanto a eficiência na burocracia, pela elaboração de condições favoráveis à divisão de interesses. A base de seu estudo, se deu em 1949, no Tennessee Valley Authority (TVA), empresa criada para fabricação de fertilizante e uma usina elétrica, onde descreve como o excesso de valorização à regra acaba levando ao não atingimento dos objetivos da organização. Tanto a usina como a fábrica de fertilizantes, foram inauguradas durante a Primeira Guerra Mundial. Como a estrutura formal da empresa era pequena, eles adotavam uma forma democrática para administrar, onde contava-se com o auxílio da sociedade local para tomada de decisões nas questões referente a alocação de recursos, distribuição do produto produzido, compra de imóveis e contratação de funcionários. Setznick conclui descrevendo que as ações dos indivíduos nas organizações como uma ação obstinada e indecisa. Segundo ele, os indivíduos fazem parte de uma totalidade onde não pode ser reduzida a operação em torno de um papel especificamente social. Para Setznick, o homem não deixa de lado a sua personalidade quando vai trabalhar todos os dias, apesar de ser uma ideia da teoria burocrática. Na verdade, os indivíduos não eliminam outros aspectos de sua personalidade na ação e escolhas na organização. Setznick entende que as empresas são sistemas que condicionam os indivíduos em suas atitudes ao mesmo tempo que as organizações são construídas a partir desse processo de enação do grupo organizacional. Chester: ganhou uma bolsa para estudar economia em Harvard, mas desistiu para ingressar ao departamento de estatística de AT&T. Presidiu New Jersey Bell Telephone Company em 1930. Chester foi discipulado por Pareto, Weber 49 e Kurt. Escreveu a obra As funções do executivo, onde explica a maneira pela qual as organizações operam, relatando o desequilíbrio que existiam entre as teorias administrativas. Em seu estudo, Bernard entende que a pessoa tem motivações individuais e uma vez que concordam em cooperar entre si com objetivo em comum, forma-se uma organização. Bernard defende a importância de uma estrutura informal, funcionando como meio de comunicação, coesão e proteção de integridade individual, pois entende que dentro das organizações formais encontram-se as informais, sendo vitais para manter uma empresa (Sobral, 2008). 50 21. DEFINIÇÕES E PRINCÍPIOS DA ESCOLA BUROCRÁTICA Segundo Motta e Vasconcelos (2008), a estrutura burocrática se baseia nos princípios de que a divisão de tarefas é realizada de modo racional, com base em normas precisas, com intuito de permitir a execução das tarefas necessárias à conclusão dos objetivos da organização. Seu membro tem deveres e direitos definido por regulamentos e regras. Regras estas, aplicadas a todos os indivíduos da organização de acordo com suas ocupações. O processo de seleção é realizado por meio de regras antecipadamente estabelecidas, garantido a igualdade formal no processo de contratação. Quanto a remuneração, esta deve ser a mesma para os que executam funções similar. Na questão de carreira e promoção, devem se basear por critérios e regulados pornormas, e não por favoritismo ou afinidade pessoal. Segundo Andrade (2011), a teoria burocrática apresenta estruturas pesadas e severas, porém vagaroso em lidar com as inovações e com rápidas mudanças. A burocracia é uma das teorias mais eficiente de organização administrativa uma vez que estabelece oportunidades e desenvolve mecanismos para tomada de decisões tecnicamente adequadas, proporcionando também uma conduta disciplinada das pessoas seguindo assim o padrão da teoria. A teoria busca de modo duradouro e estável, a cooperação de um número elevado de pessoas, exercendo contendo uma função qualificada. A teoria pode ser analisada como uma organização humana baseada na racionalidade, na apresentação de alguns propósitos pretendidos, com o intuito de alcançar um modo eficiente e eficaz de seus objetivos. Weber define a burocracia como uma empresa eficiente por primor, e para que seus objetivos sejam alcançados, a teoria prioriza o planejamento em todas as circunstâncias, em como cada situação deve ser executada. Segundo ele, a origem da teoria burocrática é entendida como uma organização humana a partir do instante em que o ser homem passou a elaborar e registrar os primeiros códigos de normatização das relações existentes entre os cidadãos, sociedade e o estado (BONOME, 2009). 51 22. CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA BUROCRÁTICA NAS EMPRESAS Segundo Silva (2008), a teoria da Burocracia sofreu grande influência nos estudos da administração pública, porém não é só na área governamental que a teoria contribui; de acordo com Max Weber, todos os tipos de atividades administrativas utilizam a burocracia. Desse modo, todos os tipos de atividade que se baseiam em papéis e documentos movimentados em sequência contínua entre as organizações têm presente a teoria da burocracia. Afirma também que para muitos teóricos de organizações, as contribuições burocráticas se aplicam em grandes empresas, caracterizando em dimensões burocráticas de formalização, especialização, padronização e centralização. De acordo com Andrade (2011), para Weber a burocracia deveria assegurar a estabilidade, a prevenção e a padronização de comportamentos, visando a máxima eficiência a partir das seguintes dimensões com suas receptivas características básicas: Normas e regulamentos: são regras gerais escritas que determinam os processos formais e definem como a organização devem funcionar; Divisão de trabalho: é uma ferramenta que possibilita a sistemática especialização de alto grau e determina o emprego de pessoas tecnicamente qualificadas, proporcionando a eficiência na organização; Hierarquia da autoridade: tem como meta proporcionar uma estrutura hierárquica na organização. As pessoas executam suas funções dentro do sistema de controle escalando do topo a base da pirâmide; Relações impessoais: são relações que se caracterizam pela individualidade sem nenhuma interferência ou preferência emocional. A obediência é ao cargo, não a pessoa; de modo que a disciplina e as decisões não ocasionem interferência alheia à racionalidade no alcance dos objetivos da organização; Especialização da administração: há uma separação entre o dono do capital e o dirigente. Quem administra a organização é um profissional qualificado para o cargo, o administrador é selecionado por sua capacidade técnica, recebe um salário e pode ser demitido. Os meios de produção não pertencem ao 52 administrador, estes estão acima dele. Sua função é gerenciar de modo racional é competente a organização em busca dos resultados destinados; Formalização da comunicação: A burocracia é uma organização ligada à comunicação, de modo que seu formalismo é indispensável. Este procedimento tem por objetivo adequar a documentação de forma que a comunicação seja interpretada univocamente; Rotinas e procedimentos: A burocracia estabelece que as regras e as normas técnicas sejam firmadas para cada cargo. Ocupantes de cada cargo está sujeito a imposições da burocracia não podendo agir de forma independente. É regulado por regras e leis dentro das quais suas atividades são executadas, seguindo o padrão previamente definido e estabelecido pelas normas técnicas; Profissionalização do participante: Na organização burocrática, os participantes são profissionais pelos seguintes motivos, cada funcionário é o especialista no seu cargo, o funcionário ocupante de cargo ele não ocupa o cargo por vaidade ou horário, mas por que é principal na atividade, é um profissional selecionado e escolhido por competência e capacidade, o funcionário é recompensado dentro da organização por um sistema de promoções por meio de um plano de carreira baseado na competência técnica; Previsibilidade do funcionamento: Todos os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e regulamentos determinados pela organização, para que seja possível obtenção da máxima eficiência possível; Competência técnica: A seleção para admissão do funcionário baseada no mérito técnico. As escolhas seguem padrões técnicos, e não preferências pessoais, todos são tratados igualmente. Conforme Bonome (2009), Teoria da Burocracia é uma organização ligada por um processo de comunicação escrito sendo todas as normas, decisões e ações administrativas, formuladas e registradas e escritas. Isso mostra que a teoria é uma organização que preconiza a separação entre a propriedade e a administração. Weber identificar alguns fatores primordiais para o desenvolvimento da administração sobre a burocracia moderna: o desenvolvimento de uma economia monetária, crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas, superioridade técnica e desenvolvimento tecnológico. 53 23. CRÍTICAS À TEORIA BUROCRÁTICA De acordo com Moraes (2004), a teoria burocrática por sua maioria recebeu suas críticas por conta de seus exageros, sua falta de flexibilidade, por extremo formalismo e papelório impossibilitando a flexibilidade organizacional criando um divisor até nas mudanças. O processo decisório se tornou lento por intermédio da sua formalidade, regras, leis e procedimentos. Outra crítica é que a teoria não considera relacionamentos informais, não levando em conta que os negócios são fruto de um relacionamento informal. O autor afirma que por sua tendência a teoria uma vez estabelecida, sua remoção é difícil, pois, as pessoas caem no comodismo do dia-a- dia dando-lhe segurança. Por fim ele completam dizendo que o sistema não se adapta em todas as organizações. Segundo Araújo e Garcia (2010), alguns autores que criticam o modelo ideal de Weber acreditam que o foco no excesso de regras, acaba em disfunções burocráticas. Para os autores, o indivíduo ao seguir as regras tem a preocupação apenas com o fim, esquecendo-se da importância do meio e início perdendo a capacidade de questionar o sistema. Ele afirma que por mais que exista regras, elas podem ocasionar transformações quando executadas, pois não conseguimos identificar como será o comportamento humano. Por outro lado, alguns autores dizem que o modelo burocrático tem suas falhas, suas regras burocráticas representam foco apenas na parte administrativa gerando conflito em outros setores, nesse sentido o autor cita três tipos de burocracia : burocracia falsa aquela que não representa interesse de nenhuma parte, e nunca é executada, a burocracia representativa é aquela que representa o interesse de todos e são cumpridas e a burocracia autocrática, aquela que só representa interesse de uma só parte da organização. Segundo Silva (2008), as críticas quanto aos princípios burocráticos se classificam na diferença entre a situação prática e a definição teórica. A teoria limita o empregador ou empregado em suas funções tirando sua flexibilidade organizacionais, muitas críticas têm sido impostas com relação ao conceito da burocracia pelas suas
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