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Hipertensão após a 20ª semana com proteinúria. Hipertensão ≥140/90. Proteinúria (≥1+ ou ≥300mg/24h). Hipertensão e proteinúria devem estar presentes em duas ocasiões, em intervalo maior que 6 horas. Edema generalizado ou severo não é mais critério diagnóstico. Agressão ao “endotélio vascular” (mediada por mecanismos imunológicos). O dano endotelial causa vasoconstricção e elevação da resistência vascular periférica. Etiologia 1. Implante da placenta com invasão trofoblástica anormal dos vasos uterinos; 2. Má adaptação da tolerância imunológica entre os tecidos materno, paterno (placentário) e fetal; 3. Má adaptação materna às alterações cardiovasculares ou inflamatórias da gravidez normal; 4. Fatores genéticos, como os genes predisponentes herdados, além das influências epigenéticas. Fatores de risco para PE Nuliparidade;— Idade materna > 40 anos;— Gestação gemelar;— Pré-eclâmpsia em gestação anterior;— Hipertensão crônica;— Doença renal crônica;— Síndrome antifosfolípides;— IMC elevado;— Diabetes mellitus.— Suprimento sanguíneo endometrial Préeclâmpsia quarta-feira, 18 de março de 2020 14:14 Página 1 de Risco Obstétrico A implantação normal é caracterizada por remodelação extensa das arteríolas espiraladas dentro da decídua basal. Os trofoblastos endovasculares substituem os revestimentos muscular e endotelial vasculares para aumentar o diâmetro vascular. — As veias são invadidas apenas superficialmente. No entanto, na pré-eclâmpsia, pode haver invasão trofoblástica incompleta. Com essa invasão superficial, os vasos deciduais, mas não os vasos miometriais, tornam-se revestidos com trofoblastos endovasculares. As arteríolas miometriais mais profundas não perdem seu revestimento endotelial e tecido musculoelástico, sendo o seu diâmetro externo médio apenas metade daquele dos vasos nas placentas normais (Fisher, 2014). — Em geral, a magnitude da invasão trofoblástica defeituosa correlaciona-se à gravidade do distúrbio hipertensivo (Madazli, 2000). As alterações precoces da pré-eclâmpsia iniciais incluíam o dano endotelial, insudação dos constituintes plasmáticos nas paredes vasculares, proliferação das células miointimais e necrose medial. Os lipídeos acumulam-se primeiramente nas células miointimais e, em seguida, dentro dos macrófagos. Dessa forma, é provável que a luz arteriolar espiralada anormalmente estreita prejudique o fluxo sanguíneo placentário. Pressupõe-se que a placentação defeituosa provoca o desenvolvimento de hipertensão gestacional, pré-eclãmpsia, parto prematuro, restrição de crescimento fetal e/ou descolamento da placenta em mulheres grávidas suscetíveis. — Quando ocorre uma invasão eficiente das arteríolas espiraladas maternas pelo trofoblasto, há perda dos neurotransmissores simpáticos presentes na parede vascular, promovendo uma denervação funcional. — Estas arteríolas tornadas insensíveis às substâncias vasoativas, não permitem a instalação da hipertensão.— Fatores Imunológicos A gravidez é condição fisiológica que provoca mudanças imunoendócrinas com a finalidade de facilitar a tolerância do— organismo materno aos antígenos paternos e fetais.— Na gravidez humana normal, existe uma relativa supressão de citocinas tipo Th1 na resposta dos linfócitos, levando a uma— prevalência na resposta do tipo Th2.— Durante o processo imunológico da gestação normal, é observada uma maior prevalência da resposta Th2.— Falha no reconhecimento das células de histocompatibilidade do feto direciona a uma resposta Th1, com ativação das células NK e conseqüências deletérias ao tecido trofoblástico. — A PE é mais comum em nulíparas.— Mais comum quando há mudança de parceiro e menor tempo de coabitação sexual entre os parceiros.— O sexo oral e o sexo sem preservativo com o mesmo parceiro antes da concepção agem como fator de proteção.— O risco é maior em gestações que ocorrem após inseminação artificial com sêmen de doador.— Essas características sugerem que um tempo menor de exposição aos antígenos paternos aumentam o risco da doença.— Pacientes com história familiar positiva tem risco 3 vezes maior de apresentar a doença.— O risco de apresentar PE tem origem tanto materna quanto paterna.— O risco de uma paciente cuja mãe teve PE é 3 vezes maior.— O risco quando o pai da gestação atual também nasceu de uma gestação com PE é duas vezes maior.— Existe o chamado “homem de risco”: se o cônjuge masculino já teve uma gestação anterior que resultou em PE, na gestação com a nova parceira o risco de PE é 80% maior. — Existe uma tolerância imune materna aos antígenos derivados da placenta e do feto. A perda dessa tolerância, ou talvez Página 2 de Risco Obstétrico Existe uma tolerância imune materna aos antígenos derivados da placenta e do feto. A perda dessa tolerância, ou talvez sua desregulação, é outra teoria citada como contribuinte para a pré-eclâmpsia. Alguns dos fatores possivelmente associados à desregulação incluem "imunização" a partir de uma gravidez prévia, haplótipos de antígeno leucocitário humano herdado (HLA) e de receptores de células natural killer, e possivelmente genes de suscetibilidade compartilhada com diabetes e hipertensão. — Também existem dados por inferência que sugerem que a pré-eclâmpsia é um distúrbio imunomediado.Por exemplo, o risco da pré-eclâmpsia é muito aumentado nas circunstâncias em que a formação de anticorpos de bloqueio para os locais antigênicos placentários pode estar comprometida. Nesse cenário, a primeira gravidez pode comportar um risco mais elevado. — A desregulação da tolerância também pode explicar um maior risco quando a carga antigênica paterna se mostra aumentada, isto é, com dois conjuntos de cromossomos paternos, uma "dose dupla". Por exemplo, as mulheres com gravidez molar apresentam alta incidência de pré-eclâmpsia de início precoce. — PE precoce e tardia O modelo de dois estágios no qual a redução da perfusão placentária (estágio 1) leva à síndrome materna (estágio 2) fornece uma descrição simplificada, mas em grande parte precisa, da origem da doença grave de início precoce, mas pode ser menos relevante para doença mais tardia. — O estabelecimento da PE ocorreria em 2 estágios: 1) Isquemia placentária absoluta ou relativa secundária a defeito de implantação por causas relacionadas a invasão trofoblástica; 2) Doença endotelial difusa. Ativação de radicais livres A manutenção do revestimento muscular da artéria espiralada pode levar à perfusão placentária intermitente, porque as artérias espirais reteriam a suscetibilidade às influências do constritor neuronal e humoral da mãe; — A oclusão trombótica seguida de dissolução do coágulo pode levar a um insulto repetido de hipóxia/reoxigenação na placenta afetada. — A hipoxia/reoxigenação é um estímulo potente para a ativação da xantina oxidase, uma importante fonte de geração de superóxido, que é abundantemente expressa em citotrofoblastos, sinciciotrofoblastos e células estromais vilosas; — O tecido placentário de mulheres com PE demonstra expressão aumentada e atividade desta enzima;— A hipóxia/reoxigenação in vitro na placenta normal no terceiro trimestre leva ao dano tecidual induzido por radicais livres;— Como resultado da má perfusão, processos aponecróticos podem levar à deportação de microvesículas do sinciciotrofoblastos para a circulação materna; — Essas micropartículas, normalmente presentes na circulação na gravidez, mostraram aumentar a PE e estão diretamente ligadas à ativação de neutrófilos maternos, o que, por sua vez, pode contribuir para a ativação do endotélio vascular. — Página 3 de Risco Obstétrico ligadas à ativação de neutrófilos maternos, o que, por sua vez, pode contribuir para a ativação do endotélio vascular. Estresse oxidativo na PE O estresse oxidativo é um fenômeno normal na gravidez normotensa; na PE o estresse oxidativo é exagerado;— A PE se desenvolve à medida que o estresse oxidativo atinge um nível limiar/ponto sem retorno;— A intervençãoantioxidante no início da gravidez pode impedir o desenvolvimento de PE, aumentando a capacidade antioxidante materna e prevenindo uma resposta inflamatória exagerada. — O tratamento desde o início da gravidez (16 a 22 semanas) até o parto com uma combinação de 1000 mg de vitamina C e 400 UI de vitamina E diariamente em uma população de alto risco reduziu a incidência de pré- eclâmpsia. em> 50% Fisiopatologia da PE CÉREBRO ❑ Comprometimento cerebral é a principal causa de morte materna; RINS ❑ “glomeruloendoteliose” – perda de proteína; ❑ Redução progressiva da capacidade de depuração → falência renal; FÍGADO ❑ Isquemia periportal levando a necrose hemorrágica; ❑ Distensão capsular (edema) ou focos hemorrágicos - dor epigástrica ou hipocôndrio direito – ruptura hepática – óbito. Página 4 de Risco Obstétrico PE: doença multissistêmica Olhos: espasmo arteriolar, hemorragia retiniana, papiledema, escotomas transitórios;— SNC: convulsão, hemorragia intracraniana, AVC, encefalopatia;— Sistema respiratório: edema pulmonar, SARA;— Fígado: hemorragia subcapsular, rotura hepática;— Sistema hematopoiético: HELLP síndrome, CIVD;— Pâncreas: pancreatite isquêmica;— Rim: falência renal aguda;— Circulação uteroplacentaria: CIUR, DPP, comprometimento fetal, óbito fetal;— Mulheres com PE grave têm extrema sensibilidade postural e quando colocadas em decúbito dorsal ocorre redução do retorno venoso, do débito cardíaco (DC) e do fluxo plasmático renal, com conseqüente redução do ritmo de filtração glomerular; — Na PE existe intensa sensibilidade vascular e ao se diminuir o DC, cai ainda mais o ritmo de filtração glomerular (RFG);— O tipo de decúbito na gestação é muito importante tanto na propedêutica quanto na terapêutica renal em mulheres com PE grave e o RFG aumenta cerca de 50% quando tais mulheres passam do decúbito dorsal para o lateral esquerdo. — Insuficiência renal na PE Na PE a insuficiência renal tem causas múltiplas: além da endoteliose típica, ocorre redução da superfície de filtração, maior reatividade vascular com vasoconstrição e diminuição do fluxo plasmático renal, redução de produção de progesterona e prostaciclinas e deficiência de outras substâncias envolvidas na manutenção do relaxamento vascular adequado. — A hipovolemia variável, a redução do DC e a maior probabilidade de sangramento ou seqüestro hídricos também colaboram para o conjunto de fatores determinantes de insuficiência renal aguda nestas gestantes. — Avaliação materna Avaliação dos sintomas— Dor de cabeça, sintomas visuais, dor no QSD e dor epigástrica;— Sinais vitais, checar reflexos a cada 15-60 minutos até estabilizar; Página 5 de Risco Obstétrico Sinais vitais, checar reflexos a cada 15-60 minutos até estabilizar;— Cateter de Foley se necessário;▫ Notificar médico se diurese < 30ml/hora;▫ Monitorar ingesta e eliminação— Mesmos exames laboratoriais que na PE moderada, mais:— LDH, esfregaço de sangue periférico, coagulograma, albumina;— PE: critérios diagnósticos Hipertensão diagnosticada geralmente depois de 20 semanas de gravidez (exceto quando associada a mola hidatiforme ou hidropisia fetal); — Proteinúria > 300 mg/24 horas (1+ pelo Labstix repetido em 2 ocasiões ou 2+ em amostra isolada);— Edema – retirado da classificação.— PE leve: critérios diagnósticos Diagnóstico de PE (hipertensão e proteinúria);— Ausência dos critérios diagnósticos de PE grave.— PE grave: critérios diagnósticos ❑ PAD ≥110 mmHg; ❑ Proteinúria ≥ 2g em 24h ou 2+ em fita urinária; ❑ Oligúria < 500ml/dia ou 25ml/h; ❑ Níveis séricos de creatinina >1,2/dL; ❑ Sinais de encefalopatia hipertensiva (cefaléia e distúrbios visuais). Aumento da creatinina plasmática Na gravidez, o ritmo de filtração glomelular (RFG) eleva-se a partir do segundo mês de gestação, com incremento de 50% no termo; — Esta elevação, junto com a elevação do volume plasmático materno, determina que os níveis fisiológicos de creatinina na gestação normal variem entre 0,6 e 0,7 mg/dL; — Elevações aparentemente pequenas na creatinina plasmática em gestantes correspondem a quedas substanciais na função renal; — Uma grávida com 1,2 mg/dL de creatinina, por exemplo, apresenta redução de aproximadamente 50% no ritmo de filtração glomelular; — PE grave: critérios diagnósticos ❑ Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito ❑ Evidência clínica ou laboratorial de coagulopatia ❑ Plaquetopenia (< 100.000/mm3) ❑ Aumento de enzimas hepáticas (AST ou TGO, ALT ou TGP, DHL e de bilirrubinas) ❑ Presença de esquizócitos em esfregaço de sangue periférico PE grave: exames complementares Uréia, Creatinina, Ácido úrico— Proteinúria 24 horas— Clearance de creatinina— ❑ Hemograma Rastreamento de HELLP— Página 6 de Risco Obstétrico ❑ Hemograma ❑ Transaminases ❑ Bilirrubinas ❑ DHL PE grave Coagulograma— ECG – avaliação cardiológica— Fundoscopia— Outros exames ❑ Perfil lipídico ❑ GTT ❑ Pesquisa de SAAF e trombofilias ❑ (PE grave de segundo trimestre) Avaliação laboratorial (após 20 semanas) ❑ hemoconcentração sinaliza para PE sobreposta, com Ht >36%; valores diminuídos podem significar hemólise associada HEMATÓCRITO E HEMOGLOBINA ❑ trombocitopenia sugere PE grave PLAQUETAS ❑ proteinúria sugere PE sobreposta PROTEINÚRIA DE 24 HORAS ❑ quando aumentado, sugere PE sobreposta (>4,5 mg/dL) ÁCIDO ÚRICO Avaliação laboratorial ❑ quando aumentada e associada a oligúria, sugere PE grave CREATININA SÉRICA ❑ quando aumentadas sugerem comprometimento hepático da PE TRANSAMINASES ❑ aumenta na presença de hemólise associada à PE DESIDROGENASE LÁTICA (DHL) ❑ alteram quando ocorre coagulopatia de consumo PROVAS DA COAGULAÇÃO Teste de Wiener Aspirar 10ml de sangue com seringa seca e agulha de grosso calibre— Não aspirar o sangue sob pressão— O sangue aspirado é depositado, cuidadosamente em tubo seco e mantido a 370C— Observar por período mínimo de uma hora, sem agitar o tubo Página 7 de Risco Obstétrico Observar por período mínimo de uma hora, sem agitar o tubo— Durante o período de observação, é aceitável abraçar o tubo de ensaio com a mão para se manter a temperatura necessária. — A formação do coágulo ocorre por 2 mecanismos: ❑ Mecanismo extrínseco: trauma do tecido; ❑ Mecanismo intrínseco: trauma do sangue ou contato do sangue com colágeno; ❑ Plaquetas: 200.000 a 400.000 plaquetas por mm3; Formação do coágulo Interpretação do teste de Wiener Coagulação e lise Correlação com a dosagem de fibrinogênio Coágulo em 5 a 10 minutos, que permanece firme Normal (200 a 400mg%) Coágulo normal em 10 minutos com lise parcial em 1 hora 100 a 150 mg% Coágulo mole e frouxo, dissolvido totalmente no prazo de 1 hora 60 a 100mg% Não se forma coágulo < 60mg% Presença de esquizócitos A hemólise é detectada pelo número dos eritrócitos e hemoglobina, pela ocorrência de reticulocitose no sangue periférico, pela elevação da bilirrubinemia indireta, da desidrogenase láctica sérica e níveis da haptoglobina sérica; — Quando a hemólise intravascular é do tipo mecânica, como ocorre na forma microangiopática da síndrome HELLP, esquizócitos podem ser detectados no sangue periférico, resultantes de sua passagem pelos vasos sangüíneos constritos ou que sofreram lesão endotelial e da camada íntima. — Haptoglobina sérica O marcador mais sensível da hemólise é a dosagem da haptoglobina sérica, já que a redução dos seus níveis têm sido observada em todos os casos de síndrome HELLP; — Também se propõe a dosagem de haptoglobina + contagem de reticulócitos como parâmetros mais sensíveis na vigência dequadros hemolíticos; — É uma alfa-2-proteína responsável pelo transporte de hemoglobina nas células do sistema mononuclear fagocitário para que haja a recuperação do íon ferro; — Página 8 de Risco Obstétrico Outros efeitos propostos incluem a modulação da função de linfócitos e macrófagos;— A concentração da haptoglobina aumenta em processos inflamatórios agudos,estresse e, às vezes, durante processos neoplásicos recentes. — Reticulócitos Precursores dos eritrócitos; contagens elevadas indicam que a medula óssea está sob estímulo da eritropoiese;— O estímulo é dependente do grau de anemia: numa pessoa com hematócrito de 45%, o reticulócito demora 1 dia no sangue periférico para se transformar em eritrócito; — Em pessoas com hematócritos de 35%, 25% ou 15%, o reticulócitodemora 1,5 dia, 2 dias e 2,5 dias, respectivamente, para se transformar em eritrócitos no sangue periférico; — Uma pessoa normal apresenta de 0,5 a 1,8% de reticulócitos circulantes;— Desidrogenase lática (DHL) A DHL catalisa a conversão reversível de ácido láctico muscular em ácido pirúvico— Está presente em quase todos os tecidos corpóreos e uma lesão celular faz com que a DHL sérica total se eleve— Assim, a medição de DHL tem valor diagnóstico limitado— DHL Total: 240 – 480 U/L — Critérios para admissão hospitalar PA ≥ 160/110 mmHg— Proteinúria ≥ 2g/24h ou ≥ ++ em testes semiquantitativos— Anasarca— Sinais de insuficiência cardíaca ou respiratória— Níveis de creatinina sérica crescentes ou acima de 1,2 mg/dL— Ácido úrico >7,0 mg % — Plaquetas <100.000/mm (HELLP)— Anemia microangiopática (HELLP)— Elevação enzimas hepáticas (HELLP)— Epigastralgia e/ou cefaléia e/ou escotomas e/ou alterações de— comportamento— Oligúria <25 ml/h— CIUR <10º percentil → sinais cardiotocográficos de risco fetal— Dopplervelocimetria revelando diástole zero— Ecografia mostrando oligohidramnia — Emergência hipertensiva É entidade clinica onde há aumento súbito da PA (≥ 180 x 120mmHg), acompanhada de sintomas, que poderão ser leves (cefaléia, tontura, zumbido) ou graves (dispnéia, dor precordial, coma e até morte), com ou sem lesão aguda de orgãos-alvo Nos sintomas forem leves e não acompanhados de lesão aguda de órgãos-alvo, define-se a urgência hipertensiva Nos sintomas com risco a vida do paciente e lesão aguda de órgãos-alvo, tem-se a emergência hipertensiva Outros sinais de gravidade da PE Acidente vascular cerebral— Sinais de insuficiência cardíaca ou cianose— Presença de RCIU (restrição de crescimento intrauterino ou oligoâmnio — Eclâmpsia Página 9 de Risco Obstétrico Eclâmpsia Caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma, em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva; Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. Eclâmpsia sem pré-eclâmpsia A convulsão eclâmptica não ocorre apenas em mulheres com pré- eclâmpsia Somente 50% das mulheres que desenvolvem eclâmpsia apresentam sinais e sintomas que antecedem a convulsão, como cefaléia, distúrbios visuais, dor epigástrica ou no quadrante superior direito do abdome; Iminência de eclâmpsia DIAGNÓSTICO ❑ Manifestações visuais e/ou cerebrais persistentes: amaurose, turvação visual, escotomas, diplopia, cefaléia, torpor, obnubilação ❑ Dor em hipocôndrio direito e/ou epigastralgia ❑ Oligúria/cilindrúria ❑ Exaltação dos reflexos tendinosos Classificação da eclâmpsia ECLÂMPSIA NÃO COMPLICADA ❑ Convulsão sem outras intercorrências ECLÂMPSIA COMPLICADA ❑ Convulsão associada com coagulopatia; insuficiência respiratória; insuficiência cardíaca; icterícia; insuficiência renal aguda; pressão arterial diastólica ≥120mmHg; temperatura ≥38oC ECLÂMPSIA DESCOMPENSADA ❑ Convulsão associada a choque; coma; hemorragia cerebral; necessidade de assistência ventilatória Síndrome HELLP É uma das formas clínicas da pré eclâmpsia grave, com alta taxa de mortalidade O termo HELLP é um acrômio ❑ H = “hemolysis” (hemólise) ❑ EL = “elevated liver functions tests” (elevação das enzimas hepáticas ❑ LP = “low platelets count” (plaquetopenia) A síndrome HELLP ocorre em cerca de 0,5 a 0,9% de todas as gestações e em 10 a 20% dos casos com pré-eclâmpsia grave Em cerca de 70% dos casos, a síndrome HELLP se desenvolve antes do parto com um pico de frequência entre a 27ª e a 37ª semana de gestação 10% ocorrem antes da 27ª semana de gestação 20% ocorrem além da 37ªa semana Deficiência na fetalização dos vasos Na HELLP Síndrome, a remodelação vascular incompleta da placenta durante as semanas 16-22, com a segunda onda de invasão trofoblástica, resulta em perfusão placentária inadequada; A placenta hipóxica libera vários fatores placentários que causam disfunção endotelial; Página 10 de Risco Obstétrico O resultado é hipertensão, proteinúria e aumento da ativação e agregação plaquetária; Hemólise microangiopática A ativação da cascata da coagulação causa o consumo de plaquetas devido à adesão a um endotélio danificado e ativado, além da hemólise microangiopática causada pela cisão dos eritrócitos quando atravessam capilares estreitados pelos depósitos de plaquetas e fibrina Lesões microvasculares em múltiplos órgãos e necrose hepática causam disfunção hepática contribuem para o desenvolvimento da HELLP Síndrome Diagnóstico da síndrome HELLP Sibai e Audibert e col. propuseram uma padronização para o diagnóstico da síndrome, adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. Se define a hemólise pela redução do hematócrito, identificação de esquizócitos no esfregaço de sangue periférico, elevação da bilirrubina sérica total e aumento da DHL sérica; Síndrome HELLP: Parâmetros diagnósticos ❑ Esfregaço anormal do sangue periférico ❑ Bilirrubina > 1,2 mg% ❑ DHL > 600 U/l ❑ Elevação das enzimas hepáticas ❑ TGO > 70 U/l ❑ DHL > 600 U/l ❑ Plaquetopenia< 100.000/mm3 Hemólise Classificação Síndrome HELLP COMPLETA ❑ plaquetas <100.000/ml; DHL≥600UI/L e/ou bilirrubina ≥1,2mg/dL e/ou esquizócitos; TGO ≥ 70UI/L INCOMPLETA ❑ apenas um ou dois acima presentes Complicações relatadas na síndrome HELLP COMPLICAÇÕES OCORRÊNCIA (%) Eclampsia 4 – 9 Descolamento Prematuro de Placenta 9 a 20 Insuficiência Renal Aguda 7–36 Edema Pulmonar 3–10 Hematoma ferida/ infecção 7–14 Hematoma hepático subcapsular < 2 Ruptura do fígado 1,8 Morte materna 1-25 Morte perinatal 7,4–34 Crescimento intrauterino restrito 38–61 Parto prematuro 70 (15% com <28 sem) Trombocitopenia neonatal 15 a 50 Hematoma hepático subcapsular Página 11 de Risco Obstétrico Hematoma hepático subcapsular A HELLP Síndrome envolve alterações na ativação plaquetária, na elevação dos níveis séricos de citocinas que levam ao vasoespasmo, acarretando em obstrução sinusoidal e infarto hepático — As áreas de necrose podem sangrar, o que leva à formação de hematomas subcapsulares— Traumatismos menores, como vômitos, transporte do paciente, contrações uterinas efetivas e convulsões podem contribuir para hemorragia hepática — A síndrome é uma condição progressiva e complicações sérias são frequentes;○ O tratamento conservador (≥ 48 horas) é controverso, mas pode ser considerado em casos selecionados <34 semanas de gestação; ○ A resolução do parto é indicada se a HELLP Síndrome ocorrer após a 34ª semana de gestação ou se as condições fetais e / ou maternas se deteriorarem; ○ Conduta na HELLP Síndrome Manejo da PE moderada Conduta expectante em gestações abaixo de 37 semanas— Observar se há progressão para a forma severa• Controle pré-natal: teste de stress, medida do líquido amniótico, ecografia a cada 3 semanas• Exames laboratoriais semanais ou quinzenais: hemoglobina, plaquetas, proteinúria, creatinina, ácido úrico, AST, ALT• Parto entre 37 e 39 semanas • Prevenção da PE ❑ Suplementação de cálcio O aumento da ingesta de cálcio na dieta é benéfico em mulheres com risco aumentado de PE ❑ Baixas doses de aspirina Benefícios em mulheres com alto risco de PE (PE prévia, diabetes, hipertensão crônica e renal e doença autoimune) Suplementação de Cálcio – Alto Risco Baixas dosagens de aspirina (75 a 81mg/dia) Página 12 de Risco Obstétrico Manejo da PE grave Admissão hospitalar, monitoração ao pé do leito Objetivos do tratamento: - Prevenir convulsões - Reduzir a PA para prevenir hemorragia cerebral - Acelerar oresolução do parto, fazer balanço entre a condição materna e a maturidade fetal Hipertensão gestacional É a hipertensão sem proteinúria, após 20 semanas de gestação Esta categoria inclui: Mulheres que vão evoluir para Pré-Eclâmpsia○ Mulheres não diagnosticadas com HAS○ Hipertensão gestacional transitória○ O diagnóstico específico é retrospectivo, no pós-parto ○ Página 13 de Risco Obstétrico
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