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RESUMAO FERIDAS - NATHÁLIA

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INFECÇÕES CIRURGICAS 
 Conjunto de fenômenos biológicos que se desenvolvem no organismo, por 
ação de microorganismos e suas toxinas, caracterizado por um processo de 
defesa orgânica com reações locais e gerais. 
 São afecções localizadas frequentes, e entre elas estão o abscesso e o 
flegmão. 
 
 Em todas elas acontece o processo de supuração, que começa com uma 
intensa diapedese leucocitária para a região do trauma, da infecção; junto com 
a destruição dos glóbulos vermelhos, o que resulta em necrose tecidual, 
formação de exsudato espesso e turvo, que é o pus. 
 
 
1. Abscesso 
 Coleção de pus em cavidade neoformada, em cavidade neoformada que lhe 
confere uma característica circunscrita. Pode ocorrer em qualquer tecido do 
organismo. 
 Os traumas podem ser causados por: 
o Reações a medicamentos, vacinas (geralmente muito oleosas e geram 
ações proteolíticas; relacionado também a técnicas de antissepsia); 
o De origem piogênica: via sanguínea ou linfática, e/ou por objetos 
perfurantes. 
 Classificados como: agudo ou quente, crônico ou frio. E com localização 
superficial ou profunda. 
Sinais clínicos dependem da causa, podem ser: 
 Sintomáticos (decorrente de enfermidade, como o garrotilho); 
 Idiopático ou primário (traumatismo ou infecção localizada); 
 Metastático (secundário a uma infecção, como a onfaloflebite). 
Os principais sinais clínicos são edema, mudança na coloração cutânea, calor, 
sensibilidade, centro duro e periferia mole, e, com a evolução, centro flutuante e 
periferia dura. 
Os sinais sistêmicos são incomuns e de pouca importância, exceto em abscessos 
profundos, localizados em órgãos. Eles incluem hipertermia e inapetência, 
dependendo da localização e intensidade da reação inflamatória. 
Um abcesso imaturo é todo firme, e quando é maturo tem sempre um ponto 
flutuante. 
Diagnostico: um edema deve ser realizado o teste de Godet, que é colocar o 
dedo no local do edema e quando tirar o dedo vai ficar a marca do dedo. Se não 
ficar, não é edema. 
Empiema: é um acumulo de pus em uma cavidade que já existe no corpo do 
animal, como as bolsas guturais no cavalo. 
O diagnóstico de abscessos superficiais é feito pela anamnese, inspeção, 
palpação, punção. Deve ser feito diagnostico diferencial para cistos, hematomas e 
hérnias. 
O diagnóstico de abscessos profundos é feito pela anamnese relacionada ao 
distúrbio funcional, e exames complementares como raios-X, ultrassom e 
laparotomia exploratória. 
O tratamento envolve favorecer a formação do pus (compressa quente, bolsa de 
água quente, demi gel), promover a drenagem, combater a inflamação e a 
infecção e orientar a cicatrização local. 
Abcesso imaturo: estimular a maturação com tricotomias, pomadas, compressas 
ou duchas quentes e realizar antibioticoterapia de houver sinais sistêmicos de 
infecção. 
Abscesso maturo: ponto flutuante. 
Pré-operatório: avaliação, tricotomia, antissepsia, anestesia. 
Transoperatório: fazer incisão ampla, curetagem, lavagem com antisséptico. 
Pós-operatório: realizar limpeza, anti-inflamatório e antibioticoterapia. 
 
 
 
2. Flegmão 
 Processo supurativo do tecido conjuntivo, de natureza infecciosa, sem 
tendência a se circunscrever, caracterizando-se por uma coleção de pus e 
tecido necrótico sem formação de cápsula. 
 Pode ser causado por agentes bacterianos de natureza piogênica, debilidade 
orgânica e contusões graves. 
 Têm como porta de entrada feridas, corpos estranhos, agulhas. 
A evolução é dividida em 4 etapas: 
1. Período inflamatório: sinais graves de inflamação (aumento volume, 
temperatura, mudança na coloração); 
2. Período de supuração: multiplicação do agente, produção de toxinas, 
necrose e formação de pus; 
3. Período de esfacelo: difusão do processo podendo drenar para o exterior; 
4. Período de reparação: infiltração fibrosa com cicatrização defeituosa. 
Sinais Clínicos Locais: Edema difuso, aumento de temperatura, 
linfoadenomegalia, dor, mudança na cor. 
Sinais Clínicos Sistêmicos: febre, anorexia, abatimento, toxemia / septicemia. 
Os sinais sistêmicos são mais comuns nos casos de flegmão pela ausência da 
capsula. 
Diagnóstico: anamnese, inspeção, palpação, punção diagnóstica, exames 
complementares. 
Tratamento Local: 
 Drenagem cirúrgica (o sucesso não é o mesmo dos abscessos); 
 Limpeza com curetagem e aplicação de antissépticos. 
Tratamento Sistêmico: antibioticoterapia e anti-inflamatorio.
 
DISTROFIAS CIRURGICAS 
1. Fístula 
 Trajeto acidental que une a superfície da pele com a de uma mucosa ou que 
ocorre entre 2 superfícies mucosas; 
 É revestido por tecido cicatricial (granulação ou epitelial). 
 
 A fístula tem que ter um conduto com um orifício em cada extremidade, 
geralmente de bordas endurecidas. 
 Pode ser patológica (perianal, dental, teto) e experimental (esôfago, rúmen, 
duodeno). 
Tratamento: remover o trajeto, fazer debridamento cirúrgico, reconstituição 
anatômica, antibioticoterapia, analgésicos e anti-inflamatórios. 
 
 
 
2. Sinus 
 Conduto tubular que drena secreção e não cicatriza pela presença de tecido 
necrosado ou corpo estranho (trajeto revestido por tecido de granulação); 
 Caracterizado por orifício (bordas endurecidas), trajeto (tecido de granulação) 
e fundo (situa-se o corpo estranho ou glândula comprometida – pode ser fio de 
sutura, sujidade, esquírola óssea). 
 Diagnóstico: inspeção para diagnosticar o trajeto, exames complementares 
(raio-X). 
Tratamento: fator irritante deve ser removido, remover trajeto até onde se localiza 
o fator etiológico, antibioticoterapia, analgésico e anti-inflamatório. 
3. Gangrena 
 Ocorre em casos de mortificação, esfacelo ou necrose de uma zona de tecido; 
falta de vitalidade tissular e pode ser associada a infecções que acarretam 
putrefação. 
Causas sépticas: infecção, edemaciação da região, os tecidos apresentam 
consistência mole e pode ocorrer a presença de gás. 
Causas assépticas: 
 Diretas: traumatismos, onde ocorre necrose por separação das 
terminações vasculares. 
 Indiretas: trauma nervoso ou lesão nos vasos, onde ocorre alterações no 
fluxo sanguíneo. 
Patogenia: a gangrena ocorre por alteração na integridade anatômica, 
impedimento na nutrição regular dos tecidos, lesão dos nervos tróficos e 
vasomotores. 
Apresentação: 
1. Seca: alteração primária na circulação arterial, onde as artérias não recebem 
sangue e perdem líquido por reabsorção venosa ou linfática; 
2. Úmida: alteração primária na circulação venosa, onde ocorre estase e 
transudação. 
Evolução: 
 Mortificação (necrose): 
 Seca: fica um aspecto de pergaminho, muda de coloração e fica insensível; 
 Úmida: fica um aspecto pastoso, úmido, frio e às vezes com presença de 
pus ou gases. 
 Eliminação é o processo necrótico separando a parte sadia da parte 
desvitalizada. 
 Reparação é a cicatrização a partir dos tecidos adjacentes vascularizados. 
 
 
 
Diagnóstico: 
 3 sinais básicos: 
 Variação na coloração; 
 Resfriamento do local, pela falta de vascularização; 
 Insensibilidade pelo comprometimento nervoso local. 
Anamnese: procurar possíveis causas, inspeção de sinais clínicos; 
Podem ser solicitados exames complementares, como cultura e antibiograma. 
 
Tratamento: 
 Eliminar possíveis causas relacionadas na etiologia, fazer os cuidados 
tópicos; 
 Debridamento cirúrgico. 
 Antibioticoterapia, anti-inflamatório e analgésico; 
 Prevenir a incidência de choque séptico. 
 
 
PARATOPIAS 
1. Hérnia 
 Protrusão de um órgão ou parte dele de sua cavidade natural por abertura 
congênita ou adquirida - HÉRNIA. 
Classificação da Hérnia: 
 Umbilical: pode sair intestino delgado, omento ou qualquer estrutura da 
cavidade abdominal, sofre protrusão através da parede abdominal e fica 
sob a pele da região umbilical. 
 
 Perineal: vísceras da cavidade abdominal são encontradas entre o musculoesfíncter anal esterno, coccígeo lateral e obturador interno. 
 
 
 Inguinal: intestino, útero, ligamento largo, bexiga ou outros órgãos sofrem 
protrusão pelo canal inguinal. O anel inguinal fica na virilha do animal. 
 
 Inguino-Escrotal: conteúdo abdominal sofre protrusão pelo conduto 
inguinal, nos machos, permanecendo na bolsa escrotal. Ocorre por 
aumento de pressão abdominal, em animais adultos tem maior risco de 
encarceramento porque o anel é menor. Quando é congênita, a chance de 
encarcerar é pequena pois o anel é grande e existe a chance do mesmo se 
fechar, por isso não opera imediatamente (espera em torno de 5 meses). 
 
 
 Diafragmática: órgãos da cavidade abdominal sobrem protrusão através de 
abertura no diafragma para a cavidade torácica. 
 
 Incisional: ocorre por deiscência de sutura. 
 Abdominal: protrusão de vísceras pela parede abdominal, em qualquer 
lugar que não seja o umbigo e o anel inguinal. 
 
Classificação: 
 Hérnia Verdadeira: 
Anel herniário: porção fibrosa ou muscular que circunscreve a abertura 
herniária; 
Saco herniário: porção que contém as vísceras (orifício, colo, corpo e fundo); 
Conteúdo herniário: vísceras. 
 
 Diferenciar hérnia de: 
Eventração: abertura da parede abdominal com saída das vísceras, mas 
recobertas por pele e/ou peritônio. 
Evisceração: exposição das vísceras por um corte, deiscência de sutura. 
Prolapso: saída de víscera por aberturas naturais, acompanhadas de inversão. 
 
 Alteração funcional: 
Hérnia redutível: conteúdo herniário pode ser reposto para a cavidade de 
origem (quando aperta a víscera volta para o seu local). 
Hérnia irredutível: consequente à dilatação, aderência, encarceramento, 
inflamação ou estrangulamento do conteúdo e não se consegue a redução. 
 
 Conforme o conteúdo: simples ou múltiplo. 
 Conforme a etiologia: congênita, adquirida, hereditária, traumática. 
 
Sinais clínicos: 
 Tumefação (abertura anatômica com volume variável e de consistência 
mole – exceto quando há estrangulamento); 
 Redutibilidade (parcial ou totalmente redutíveis); 
 Volume (hérnia permanente ou transitória); 
 Elementos de formação; 
 Complicações de acordo com a localização. 
Diagnóstico: 
 Anamnese (congênita, adquirida ou hereditária), ultrassom; 
 Tratamento: independente da hérnia, redução do conteúdo herniario e 
reconstituição do defeito na parede abdominal. 
 Herniorrafia umbilical em potros: animal em decúbito dorsal, fazer incisão 
elíptica, divulsão do subcutâneo encontrando o saco herniário. 
Pode fazer a técnica fechada, onde empurra o saco herniado, no peritônio, 
para baixo sem tirar ele e faz a sutura (jaquetão ou X) na musculatura 
pegando também o anel herniado; 
Técnica aberta, onde retira o saco herniado e fecha a musculatura. Usar fio 
inabsorvivel (nylon, prolene). 
 Herniorrafia umbilical em bovinos: não se faz uma incisão elíptica porque 
se quer preservar a pele umbilical (umbigo penduloso), se faz por cima da pele 
do umbigo, divulsionar até encontrar o saco herniado, na hora da sutura fazer 
várias camadas da sutura zigue zague para reduzir o espaço morto. 
 
Bovinos: xilazina + lidocaína local 
Equinos: se for com xilazina, tem que fazer no bloco cirúrgico, pois só com 
isso ele não deita. Xilazina + Ketamina + EGG (éter-gliceril-guaiacol - 
miorrelaxante) – em potros. 
Técnica aberta: nesse procedimento iremos abrir o saco herniário, encontrando a 
cavidade abdominal. Essa técnica é mais interessante em casos de hérnias 
grandes ou em casos de inflamações, infecções, o que nos possibilita verificar se 
não há infecção no saco herniário e na cavidade abdominal. Tem como 
desvantagem o risco de contaminação, por ser mais invasiva. 
Colocação da tela de polipropileno: normalmente usa-se em hérnias que já 
foram reduzidas e voltaram, quando a hérnia é muito grande, hérnias incisionais. 
Quando colocar a tela, não há necessidade de suturar, pois ela segura e distribui 
a tensão no lugar da sutura. Ela é colocada em baixo da musculatura e fazemos a 
sutura da pele com a musculatura. 
 
Hérnia inguinal ou Inguino-escrotal: o acesso é feito na região inguinal, a 
cirurgia transcorre como as outras, porém, nesses casos é recomendada a 
castração do animal, pois ele pode passar isso para os descendentes. 
As hérnias que se mostram irredutíveis indicam que as alças estão necrosadas ou 
estrangulando; nesses casos, além de herniorrafia temos que fazer uma 
enterectomia. 
 
MANEJO DE FERIDAS EM GRANDES ANIMAIS 
 Ferida é a interrupção da continuidade de um tecido corpóreo, em maior ou 
menor extensão, causada por qualquer tipo de trauma físico, químico, 
mecânico ou desencadeado por uma afecção clínica, que aciona as frentes de 
defesa orgânica para contra o ataque. 
Classificação das feridas: 
 Fechadas: não atingem a espessura total da pele, como abrasões, 
contusões, hematomas. 
 Abertas: penetram a derme e comumente envolvem estruturas mais 
profundas, como incisões, lacerações, perfurações. 
Fases da reparação tecidual: 
 Fase inflamatória: onde temos as respostas vasculares (vasoconstrição, 
adesão das plaquetas ao colágeno que secretam substancias 
vasoconstritoras) e celulares (macrófagos e neutrófilos, que fagocitam os 
debris celulares resultantes da injúria); 
 Fase de debridamento: (inicio 6 horas após a formação da ferida, dura até 12 
horas) após a fagocitose dos neutrófilos, as enzimas dos mesmos contribuem 
com o processo inflamatório, ajudando os macrófagos na remoção de tecidos 
mortos. 
 Fase de reparação: primeiras 12horas; 
 Epitelização (mitose das células epiteliais, cessando quando há contato 
de célula com célula – é lenta, 1cm ao mês, – começa dentro das 
primeiras 12 horas); 
 Fibroplasia (decorrente da inflamação há a produção de fibrinogênio, que 
é degradado em fibrina, formando a rede, onde existe multiplicação e 
acumulo de fibroblastos – células do tecido conjuntivo, que ajuda na 
produção de colágeno, dando resistência à tensão da ferida); 
 Granulação (começa do 3º-6º dia, composto por muitos vasos 
sanguíneos, protege contra infecções, forma um leito para as células 
epiteliais se multiplicarem, apenas atrapalha se cresce em excesso); 
 Contração (os fibroblastos tem miofibroblastos, que fazem a contração 
das miofibrilas, onde as fibras de colágeno se sobrepõem e se interlaçam 
– em equinos, o crescimento é de 1 a 2mm/dia). 
 Fase de maturação, onde começa a redução do número dos fibroblastos, 
reduzir a produção de colágeno, aumenta a resistência da ferida, pois as fibras 
de colágeno estão mais alinhadas, redução do conteúdo aquoso da matriz 
juntamente com o aumento da agregação das fibras de colágeno – essa fase 
pode levar até um ano, e a resistência de tensão da cicatriz é 20% menor. 
 
 
Tipos de reparação de feridas 
 Cicatrização por 1ª intenção: É indicada quando não há grandes perdas de 
tecidos, onde faremos a sutura. Após incisões cirúrgicas não complicadas, em 
feridas sem risco de tensão excessiva e infecção. Esse tipo reduz a 
quantidade de colágeno necessário para epitelização e contração. Para 
decidir, devemos saber o tempo entre a lesão e a realização de sutura. Se 
passar de 8 horas, não é recomendado fazer a sutura. 
 
 Cicatrização por 2ª intenção: É indicada quando não é possível o 
fechamento por 1ª intenção. Devemos escolher visando o grau de 
contaminação, as perdas de tecidos, falha no fechamento primário. Nesse 
caso, necessitamos do tecido de granulação até que a epitelização e 
contração aconteçam. Também haverá formação de maior cicatriz e possível 
perda funcional. 
 
Avaliação da ferida: Diferenciar contaminação de infecção - todas as lesões de 
ocorrência natural são consideradas contaminadas, mas nem todas se tornam 
infectadas. A manipulação dos tecidos afetados não deve promover contaminação 
ou infecção. Devemos utilizar técnicas de higiene e antissepsia.Preparação do paciente e da ferida: 
 Podemos dar instruções ao proprietário, como jogar água gelada, lavar 
com sabão neutro, se estiver sangrando muito enrolar o ferimento em uma 
toalha limpa, fazendo uma bandagem. Sempre fazer antissepsia e 
tricotomia. 
 Remoção do tecido necrótico, desvitalizado e contaminantes. 
 Limite do debridamento é importante – parar quando começar a sangrar. 
 
 Contenção do animal -> controlar sangramento -> avaliação da ferida e 
estruturas envolvidas -> avaliar prioridades (casos especiais: obstrução 
respiratória, abertura de crânio, de abdômen/tórax, hemorragia) -> limpeza da 
ferida -> plano de tratamento (curativo simples, sutura, cuidado intensivo, 
eutanásia). 
 
Antissépticos: 
 Devem ser de baixa toxicidade, ter atividade bactericida e superar os 
efeitos deletérios ao tecido. 
 Solução fisiológica, PVPI, clorexidine álcoolica 0,05%, liquido de dakin, 
peróxido de hidrogênio. 
Pomadas: 
 Não irritantes, solúveis em água, fácil remoção, prevenir o desenvolvimento 
de resistência bacteriana, associação com soluções antissépticas e 
bandagem. 
 Sulfadiazina de prata, Nitrofurazona, Safe gel, Ricinus assept, Alantol, 
Vulketan. 
Ricinus assept: atividade debridante autolitica, facilita entrada de fatores 
de crescimento, mitose e a proliferação celular, estimula neovascularização 
e exerce efeitos quimiotáticos dos leucócitos. 
Fitoterápicos: 
 Barbatimão: contém o tanino, que precipita proteínas dos tecidos lesados, 
reduz permeabilidade e exsudação da ferida 
 Babosa: estimula a cicatrização, varredura dos radicais livres produzidos 
pelos neutrófilos, bloqueia inflamação, estimula crescimento dos 
fibroblastos. 
 
 
 
 
Controle do tecido de granulação: 
 Remoção cirúrgica do tecido de granulação em excesso; 
O tecido é removido até que sua superfície fique abaixo das margens teciduais 
cutâneas. 
Para controlar a hemorragia após a excisão, fazemos bandagem ou 
cauterização. 
 Se o tecido de granulação cresce em excesso, ele atrapalha a epitelização e a 
contração da pele para aproximação dos bordos por isso faz o debridamento. 
 No corte, deve ser feito um garrote para evitar grandes sangramentos, cortar o 
excesso com o bisturi, fatiando aos poucos. 
 
 Remoção química: utilização de agentes cáusticos, como o sulfato de cobre, 
que causa lesão tecidual por necrose de coagulação (desnaturação das 
proteínas do tecido superficial) – devemos tomar cuidado com os bordos da 
ferida, proteger com pomadas, para não queimar as bordas e prejudicar a 
epitelização. 
 Enfaixar e deixar 2 dias após a aplicação para o medicamento agir melhor. 
 
Suturas: 
 Avaliar o tipo de fio (em pele usa-se inabsorvivel), o tipo de sutura depende 
de casa situação – lembrar-se da estética. 
 Interrompido ou continuo depende da tensão no local – as suturas 
captonadas auxiliam no alivio da tensão. 
 
Bandagens: 
 Evita formação de hematomas, seromas e edemas; 
 Reduz a motilidade excessiva das bordas; 
 Diminui as perdas de calor e de água através da pele; 
 Proteção contra contaminação; 
 Sempre utilizar algodão para não garrotear a região; 
 Tomar cuidado com as articulações (nunca terminar a bandagem em cima 
de uma). 
 
 
1. Ruptura tendínea 
Os tendões mais comuns de se romper são: 
 Tendão extensor digital comum ou longo; 
 TFD superficial; 
 TFD profundo; 
 Ligamento suspensor do boleto. 
 
 Lesão de flexor as suturas são realizadas por dentro do tendão, pode-se fazer 
a de bunnel. Deve-se suturar e manter o animal com tala em torno de 60 dias. 
 
 Tendão extensor digital comum ou longo: normalmente não suturamos, faz-se 
a cicatrização por segunda intenção, isso leva mais de 6 meses e requer 
imobilização do membro. 
 
 
2. Feridas com cicatrização tardia 
 É importante estabelecer a causa (infecção, corpo estranho, sequestro ósseo); 
 É importante também estabelecer diagnósticos diferenciais, como pitiose 
(fungo, zoonose, comum em membros que tem contato com água e regiões 
alagadiças), habronemose, sarcóide (neoplasia);

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