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Habilidades cirúrgicas

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Cirurgia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Semestre VI 
 
2020 
FAM - SP 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Ambiente cirúrgico 
• Setor do hospital onde se realizam intervenções 
cirúrgicas, visando atender a resolução de intercorrências, 
por meio de uma equipe integrada. 
• Realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do 
paciente, quanto ao controle de infecções; 
• O ambiente cirúrgico e as atitudes dos participantes do 
ato operatório são peculiares. 
• Calmo e silencioso; 
• Atenção com detalhes próprios e sistematização; 
• Paramentação; 
• Escovação das mãos e antebraços; 
• Conhecimento dos materiais cirúrgicos. 
Localização 
• Deve ocupar uma área independente da circulação geral, 
de preferencia de um andar separada; 
• Livre de trânsito de pessoas e materiais estranhos ao 
serviço; 
• Mínimo ruído possível; 
• Fácil acesso de pacientes provenientes das Unidades de 
internação cirúrgicas, pronto socorro e UTI. 
Equipe 
• Composta por médicos, cirurgiões, anestesistas, 
instrumentadores, enfermeiros, técnicos de enfermagem 
e pessoal da limpeza; 
• Integração com laboratório, radiologia, banco de sangue, 
anatomia patológica [...]. 
Áreas do centro cirúrgico 
 Área não restrita: área de acesso, onde os profissionais 
podem circular livremente por estas áreas, sem roupas 
especiais. Vestiário, secretaria e corredor de entrada. 
 Área semi-restrita: área de atendimento assistencial no 
pré e pós operatório. Permite a circulação de pessoal com 
roupa privativa do CC e gorro; de modo a não intervir nas 
rotinas de controle e manutenção da assepsia. Expurgo, 
sala de limpeza/preparo de material, posto de 
enfermagem, conforto médico e sala de recuperação 
anestésica. 
 Área crítica: permite a circulação de pessoal com roupa 
privativa, gorro e máscara. Utilizada de maneira rigorosa 
a fim de diminuir os riscos de infecção. Salas de cirurgia, 
lavabos, sala de depósito de materiais esterilizados. 
 
Intervenção/Operação cirúrgica 
• É o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o 
cirurgião executa, na intenção da realização de ato 
cruento, com finalidade terapêutica, diagnóstica ou 
estética. 
• Operações fundamentais são atos cirúrgicos simples, que 
associados permitem a execução de cirurgias complexas. 
Paramentação 
• Utilização de roupas especiais – pijama cirúrgico. 
• Remover joias, pulseiras, anéis e relógios. 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
ESCOVAÇÃO 
• Mais usados: Clorexidina ou PVPI degermante (tipo um 
sabonete, pois produz bastente espuma); 
• Deve remover a flora transitória da pele, e parte da flora 
residente; 
 Flora transitória também chamada de flora de 
contaminação: é formada por microorganismos de tipo e 
virulência variadas, que não demonstram esterem 
consistentemente em todas as pessoas, depositando-se 
na superfície da pele e sendo facilmente removidos. 
 Flora residente conhecida por flora de colonização: é 
contituida por microorganismos persistentes isolados na 
pele da maioria das pessoas, que sobrevivem e se 
multiplicam nos folículos pilosos e são de remoção facil. 
• Novas soluções antissépticas possuel maior efeito residual 
e diminuem o tempo de escovação; 
• Existem alguns produtos que despensa a escovação, só 
nessecitando uma lavavem cirúgica. 
• Escovação: 3-5 minutos (5 min na primeira escovação; 3 
min nas próximas escovações entre uma e outra cirurgia). 
1. Inicialmente, lavar as mãos e espalhar os 
antisséptico; 
2. Dividir a mão e antebraço em 3 partes; 
3. Escovar as unhas e pontas dos dedos; 
4. Escovar as palmas e dorso das mãos; 
5. Escovar cada um dos dedos; 
6. Escovar o terço distar do antebraços e depois o terço 
proximal e cotovelos; 
7. Enxaguar com a água correndo em direção do 
cotovelo; 
 
 
 
 
 
LAVAGEM CIRÚRGICA 
 
COLOCAÇÃO DO AVENTAL CIRÚRGICO 
• Não pode encostar o avental no próprio corpo, somente 
na parte interna ou na gola. 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
COLOCAÇÃO DAS LUVAS 
• Somente pegar na parte dobrada da luva; 
 
 
 
Preparação Antisséptica da Pele 
• Realiza-se a aplicação de antissépticos sobre a região a ser 
operada, imediatamente antes do ato cirúrgico; 
• Em direção da área mais central para a periferia; 
• De acordo com a área a ser preparada, com a condição da 
pele e de hipersensibilidades do paciente conhecidas; 
• Soluções à base do álcool devem ser evitados em mucosas 
e feridas abertas; 
• Deve-se ter o cuidado de evitar o acúmulo de soluções sob 
o paciente (risco de queimaduras químicas). 
ASSEPSIA 
• Exclusão total de micro-organismos; 
• Conjunto de medidas que visa diminuir o número de 
micro-organismos e evitar sua disseminação ou 
contaminação de uma área ou objeto estéril; 
• Precaução da contaminação de artigos, superfícies ou 
tecidos que se supõe estéreis. 
• Exclusão de micro-organismos que produzem infecção; 
ANTISSEPSIA 
• Procedimento de supressão ou inibição do crescimento de 
micro-organismos da pele ou mucosas, utilizando-se 
substancias antissépticas. 
• Medidas que vida diminuir o crescimento de micro-
organismos mediante a aplicação de um agente 
germicida; 
• Na forma alcoólica, ideal para antissepsia de campo 
operatória (pele íntegra); 
• Utilizado na forma tópica para antissepsia de mucosas e 
feridas abertas. 
 
 Os antissépticos são substâncias hipoalergênicas de baixa 
causticidade, que matam ou inibem o crescimento de 
micro-organismos, quando aplicados sobre a pele ou 
mucosas; 
 Perdem sua efetividade sobre a influencia da luz, 
temperatura e tempo; 
 Estas substâncias antimicrobianas devem possuir 
propriedades como: 
- Rápida ação de início; 
- Persistente ação residual; 
- Não ser irritante para a pele. 
ÁLCOOL ETÍLICO 70% 
- Sua ação é imediata e age até três horas após a 
exposição; 
- Não possui efeito residual; 
- É indicado para desinfetar artigos semi-críticos, e 
superfícies fixas; 
- Antssepsia das mãos após lavagem; 
- Antissepsia da pele antes de venopunção; 
CLOREXIDINA 
- Degermante, tópico e alcoólico; 
- Sua ação inicia-se com 15 segundos de fricção e o efeito 
residual é 5 a 6 horas; 
- Tem sua ação diminuída por sabão, soro, sangue e 
detergente; 
- Usado na escovação cirúrgica de mãos e antebraço 
(degermante); 
- Usada na degermação de campo cirúrgico (tópico ou 
alcóolica); 
- Usada para banho de RN; 
- Em caso de alergia ao PVPI. 
POLIVINIL PIRROLIDONA IODO (PVPI) 
- Degermante, tópico e alcoólico; 
- Necessita de 2 minutos para começar a agir e efeito 
residual é de 6 a 8 horas; 
- Contra-indicado seu uso em RN; 
- Utilizado para escovação cirúrgica pré-operatória 
(degermante); 
- Usado na degermação de campo cirúrgico. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Colocação de campos cirúrgicos 
• Posicionado ao redor do local da operação; 
• É uma barreira para proteger os tecidos expostos da 
contaminação por micro-organismos; 
• Proteção da equipe cirúrgica de contaminação de fluídos 
corporais dos pacientes; 
• Dois tipos: 
- Reutilizável: feitos de tecido com trama pesada, algodão 
com tratamento químico; 
- Descartável: material sintético, de uso único. 
→ Inferior primeiro, superior depois, um lado e outro lado. 
 
Posicionamento da equipe cirúrgica 
 
 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 Cicatrização 
“O processo de cicatrização tem como objetivo limitar o dano 
tecidual e permitir o restabelecimento da integridade e 
funções dos tecidos afetados.” 
 Reparação (cicatrização) x regeneração: 
• Cicatrização (reparação): o tecido lesado é substituído 
por um tecido conjuntivo vascularizado (tecido de 
granulação), isso ocorre na maior parte dos órgãos. Ex: 
pele, sistema nervoso e cartilagens. 
• Regeneração: é um processo maisraro. O tecido lesado 
será substituído por um tecido morfo-funcionalmente 
idêntico. Ex: tecidos hematopoiéticos, ossos e fígado. 
 
 Fases da cicatrização: 
- Fase inflamatória; 
- Fase proliferativa ou de fibroplasia; 
- Fase de maturação ou remodelação. 
 Todas essas fases ocorrem imbricadas, ou seja, uma 
é parcialmente coberta pela anterior e assim cobre a 
subsequente. 
 
• A duração de cada uma das fases depende do grau da 
lesão! 
Fase inflamatória 
• Duração: aproximadamente de 1 a 4 dias; 
 A célula lesada libera histamina, serotonina, bradicinina 
[...] → tais mediadores inicialmente - no momento da 
lesão, causam uma vasoconstrição (visa gerar uma 
hemostasia) → posteriormente ocorre uma 
vasodilatação (aumento de fluxo de sanguíneo para 
região). 
• No momento da vasodilatação: ↑ permeabilidade capilar, 
extravasamento de líquidos para o espaço extracelular → 
edema local → hiperemia (rubor e calor local) + 
sensibilidade aumentada (dor no local). 
Fase proliferativa 
• Duração: aproximadamente 3-15 dias; 
• Visa o fechamento da lesão – preencher o espaço morto 
com tecido de granulação que é rico em fibroblastos – 
produz colágenos; 
Durante toda a cicatrização ocorre a produção de 
colágeno que ocupa o espaço vazio onde ocorreu a 
lesão → tecido então vai sendo preenchido pelo 
colágeno, que inicialmente é produzido 
aleatóriamente e posteriormente é produzido em 
melhor qualidade durante a fase de maturação. 
 
1ª fase: hemostasia 
• Vasoconstrição (dura poucos minutos) + agregação 
plaquetária + ativação da coagulação, com formação 
de uma rede de fibrina; 
- Rede de fibrina irá aprisionar as hemácias, plaquetas 
→ formando um tampão que irá ocluir os vasos para 
controlar o sangramento. 
2ª fase: inflamatória – vasodilatação 
• Vasodilatação que ocorre decorrente de mediadores 
químicos; → chegada de um grande número de 
células para o local - leucócitos, neutrófilos, 
monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos. 
- Neutrófilos: primeiras células a chegar no local → 
combate e previne bactéria. 
- Os monócitos, que estão dentro do vaso, ao saírem 
do vaso e migrarem para o tecido se tornaram 
macrófagos→ irão fazer a limpeza da ferida através 
de fagocitose. 
 Os macrófagos são imprescindíveis para o processo 
da cicatrização. 
3ª fase – início da epitelização 
• A epitelização só ocorre efetivamente no final da fase 
de fibroplasia, porém tem seu início na fase 
inflamatória. 
• 12 horas após a lesão; 
• Objetiva o fechamento da ferida. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
• Fibroblasto é a principal célula; 
• Ocorre angiogênese, que permite a formação de novos 
vasos dentro do tecido de granulação; 
 Angiogênese é estimulada pela hipóxia; proveniente 
dos capilares das margens da ferida. Os mediadores 
químicos que estão presente na fase: VEGF, FGF, EGF [...]. 
• Fibroblastos + vasos neoformados + base de sustentação 
formada por colágeno → tecido de granulação (tecido 
vermelho vivo, muito vascularizado); 
• O colágeno que está sendo formado → colágeno tipo III; 
• Continua a epitelização superficialmente; 
• No final da fase proliferativa alguns fibroblastos 
começam a se transformar em miofibroblastos – visando 
a próxima fase. 
 EPITELIZAÇÃO: termina quando um epitélio de um lado 
encosta no epitélio do outro lado → inibição por contato 
 Um distúrbio de cicatrização pode causar uma cicatriz 
hipertrófica ou quelóide – “cicatriz mais alta” → ocorre 
quando não há inibição por contato adequadamente. 
Maturação 
• Duração: Aproximadamente 7 dias a meses; 
• Remodelação, contração da ferida e ganho de força tênsil; 
• Evolução da cicatriz que se torna mais claro e plana; 
• Diminuição progressiva da vascularização, dos 
fibroblastos e macrófagos; aumento do colágeno. 
• Substituição do colágeno tipo III → colágeno tipo I; 
- O colágeno tipo I é mais rígido e tem disposição em um 
único sentido; já o colágeno tipo III é produzido 
aleatoriamente e tem disposição em vários sentidos. 
 A força de tração é recuperada: 
- 3% em 1 semana; 
- 20% em 3 semanas; 
- 80% em 3 meses. 
 
 
 
Tipos de cicatrização 
• Cicatrização por primeira intenção: bordas da ferida são 
aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência 
de infecção e edema mínimo. → Tecido de granulação não 
visível. 
 
• Cicatrização por segunda intenção: ferida aberta, ocorre 
perda excessiva de tecido e presença de infecção; 
processo mais demorado, com tecido de granulação 
exuberante - presença de detritos dentro da ferida, 
(pedra, asfalto, grama, terra...), então opta-se por não 
fechar a ferida. • Preocupação principal: infecção; estética 
em 2º plano. 
 
 
• Cicatrização por terceira intenção: ferida não suturada 
inicialmente; em um primeiro momento fica aberta e após 
a melhora do quadro infeccioso tem suas bordas 
aproximadas e suturadas, no intuito de diminuir o tecido 
de granulação. • Poucos pontos, mais largos – para 
diminuir a área de cicatriz, mas nunca se compara a uma 
cicatriz em “fio de cabelo”. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
 
Importância do tecido de granulação 
• Muito resistente à infecção; 
• Sobre ele o epitélio migra para fechar a superfície da 
ferida; 
• Suprimento dos fibroblastos que produzem colágeno; 
• Favorece o processo de contração da ferida – pele fecha 
de fora para dentro. 
Fatores que afetam a cicatrização 
• Fatores locais: 
- Corpo estranho, sujidades, material de sutura, implantes, 
tecido necrosado ou isquêmico; 
- Infecção; 
- Temperatura; 
- Coleção de líquidos: hematoma e seroma; 
- Espaço morto; 
- Material de incisão: bisturi (muito mais delicado) x 
tesoura; abrir a pele com o bisturi elétrico não é o mais 
adequado, pois ele queima a pele; 
- Uso de eletrocautério; 
- Tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento; 
- Bandagens; 
- Área de tesão ou movimento – indicado fazer uma maior 
imobilização do local. 
• Fatores locais: 
- Uso de corticosteróides; 
- Radioterapia ou quimioterapia; 
- Idade; 
- Diabetes melitus descompesada; 
- Hiperadrenocorticismo; 
- Fumo; 
- Hipoproteinemia; 
- Hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação (a 
primeira fase da cicatrização não ocorre como deveria); 
- Choque hipovolêmico; 
- Uso de anti-inflamatórios – no pós operatório é 
interessante o uso para o controle da dor, porém, por 
poucos dias, para não atrapalhar o processo cicatricial; 
- Oxigênio hiperbárico e fototeratia. 
Cicatrização patológica 
1. Coloração; 
2. Malignização; 
3. Cicatrização excessiva. 
TRANSTORNOS DA PIGMENTAÇÃO 
 Hiperpigmentação: cicatriz fica mais corada. Pode ocorrer 
em qualquer raça, mas é mais comum na raça negra. 
 
 Despigmentação: produz melanócitos no meio da ferida; 
existe geralmente uma tendência genética, ou quando 
ocorre várias lesões no mesmo lugar. 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 Fenômeno de Koebner: quando ocorre uma 
ferida/cicatriz em um indivíduo que possui uma doença de 
pele prévia (psoríase, vitiligo e líquen plano ...). O trauma 
ocorreu, por exemplo, no tórax e o paciente possui as 
feridas da doença de pele nos cotovelos e joelhos; no local 
da cicatrização aparece a doença de pele que ele tem. 
 
MALIGNIZAÇÃO 
• Ocorre quando há feridas crônicas, dificuldade de 
cicatrizar – acomete geralmente diabéticos, pacientes 
com insuficiência vascular; 
• Essa úlcera que não cicatriza ao longo do tempo pode 
gerar uma alteração da inibição por contato da 
celularidade quando encosta uma borda naoutra → Pode 
formar carcinomas de células escamosas na ferida. 
CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA 
• Vários fatores podem influenciar: infecção, desnutrição, 
hipóxia, irradiação, idade e drogas (corticosteróides, beta-
aminopropionitrila, D-penicilamidacochicina, colchicina e 
agentes quimioterápicos). 
CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA 
 Cicatriz hipertrófica e queloide: são praticamente iguais – 
ocorrem em estágios diferentes. 
• Incidência: 
- Raça negra e amarela; 
- Jovens entre 10 e 30 anos; 
- Hereditariedade: inconclusivo; 
- Regiões torácica anterior e posterior, e deltóidea; 
- Raro: pálpebras, genitais, região palmar e plantar. 
CICATRIZ HIPERTRÓFICA 
• Cicatrizes mais elevadas, avermelhadas e pouco 
pruriginosas; 
• É mais elevada, mas não ultrapassa a área do trauma; 
• Podem regredir espontaneamente; 
• Boa resposta ao tratamento. 
 
 
QUELOIDE 
• Estágio avançado de cicatriz hipertrófica; 
• Elevado, avermelhado e muito pruriginoso; 
• Ultrapassa o limite do trauma; 
• Invade o tecido normal adjacente de forma irregular; 
• Não tem tendência à regressão; 
• Pouca resposta ao tratamento. 
 
 
Cicatriz hipertrófica x queloide 
 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
• TRATAMENTO: 
- Cirúrgico; 
- Corticóides; 
- Placas de silicone que fazem pressão local para cicatriz 
hipertrófica; 
- Radioterapia local; 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Instrumentação Cirúrgica 
Cirurgia 
• É o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o 
cirurgião executa, na intenção da realização de ato 
cruento, com finalidade terapêutica, diagnóstica ou 
estética. 
• Operações fundamentais são atos cirúrgicos simples, que 
associados permitem a execução de cirurgias complexas. 
Técnica operatória: geral e especial 
• Técnica Operatória Geral: estuda as manobras 
operatórias básicas ou gerais.Compreende diversos 
métodos e instrumentais ordenados em sequência lógica 
e harmônica. 
▪ Métodos consagrados, que vão evoluindo ao longo dos 
anos; 
▪ Que apresentam os melhores resultados. 
▪ São conhecimentos gerais necessários a todo cirurgião 
(inclui paramentação, escovação cirúrgica, antissepsia e 
colocação de campos, posição da equipe, vestuário, 
anestesia...). 
• Técnica Operatória Especial: estuda cada intervenção em 
particular 
- Feito de maneira específica; 
- Sobre determinada região anatômica; 
- Dividida por especialidades cirúrgicas; 
- Exemplo: gastectomia, pleurodese, nasoplastia, 
craniotomia [...]. 
Operações fundamentais 
→ Diérese: toda manobra destinada a criar descontinuidade 
de tecidos. Quando implica na retirada de tecido ou 
órgão, chama-se exérese; 
→ Hemostasia: Toda manobra destinada a evitar ou 
estancar uma hemorragia; 
→ Síntese: É a aproximação adequada dos tecidos, visando 
apressar a cicatrização. 
 
 
• Tática cirúrgica: estuda as vantagens e desvantagens da 
aplicação de um dos métodos, entre os vários existentes: 
- De acordo com a situação; 
- Aspectos clínicos e anestésicos do paciente; 
- Alterações anatômicas locais; 
- Opção do cirurgião – visando o melhor para o paciente; 
- Exemplo: escolhe uma gastrostomia ao invés de uma 
gastrectomia ou determinada via de acesso. 
Diérese 
Processo de divisão dos tecidos que possibilita o acesso à 
região a ser operada; 
- Incisão: ato de separar os tecidos com corte inciso; 
- Secção: ato de cortar com a tesoura; 
- Divulsão: ato de separar os tecidos sem corte, com 
tesoura (parte romba), mixter, pinças; 
- Serração: ato de serrar estruturas duras; 
- Punção: Instrumento perfurante, diversas finalidades. 
- Dilatação: Aumento do diâmetro de canais ou orifícios 
diversos. 
 Se possível, seguir as linhas de Langer ou Kraissil - linhas 
de forças da pele. São perpenpendiculares as fibras 
musculares → importância estética e movimentação do 
membro. 
 
INSTRUMENTOS 
• Bisturi – principal instrumento da diérese. 
→ Segurar em modo empunhadura! 
- Tipo lápis: maior delicadeza e precisão, em incisões 
pequenas e/ou curvas; 
 
- Tipo arco de violino: incisões longas retilíneas ou curvas 
suaves. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Incisão: feita de uma vez só, em um único movimento. Iniciar 
perpendicular ao tecido, prosseguir em 45º e terminar vertical 
(entra em 90º, puxa em 45º e termina em 90º). 
- A incisão deve ser feita em um único movimento, de uma 
vez só, sem levantar o bisturi – movendo o pulso ao 
mesmo tempo que traciona o braço. 
 
Nº 3 tem uma incisão mais delicada que o nº 4 
• Tesura: Secção - ato de cortar com tesoura, serra ou 
bisturi elétrico. 
- Metzembaum: utilizada para divulsionar tecidos 
orgânicos e fios na cavidade. Menos traumática, com 
extremidades finas e delicadas. 
 
- Mayo: mais traumático; para secção de fios na superfície 
e para cortar tecidos não orgânicos (gaze, fio). 
 
 
A tesoura de Metzenbaum, apesar de ser maior que a de 
Mayo, é mais delicada. 
- Tesoura vascular de Potts-smits: tem pontas finas e 
anguladas em vários ângulos - cortar vasos. 
 
 
- Tesoura de Íris: pequena e delicada, para cirurgia 
oftalmológica 
 
- Bisturi elétrico: ato de cortar com corrente elétrica; gera 
calor. Pode ser monopolar ou bipolar: 
▪ Bisturi monopolar: 
o Corrente através do paciente; 
o Hemostasia rápida e efetiva; 
o Mais agressivo; 
o Necessita placa (terra); 
o Dispersa mais energia; 
o Maior risco de queimadura; 
▪ Bipolar: 
o Corrente entre duas mandíbulas; 
o Corrente não dispersa no paciente; 
o Mais lento; 
o Maior precisão de coagulação; 
o Permite uso próximo a estruturas delicadas; 
o Área coagulada é menor; 
o Menor risco de lesão; 
o Não corta, apenas coagula; 
 
- Bisturi à laser: secção – ato de cortar com luz em 
determinado comprimento de onda; gera calor. 
 
- Bisturi Ultrassônico: secção – a ativação ultrassônica do 
instrumento é gerada por um conjunto de cerâmicas que 
vibram numa frequência de 55 mil vezes por segundo. 
Coagulação à baixas temperaturas. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
▪ Vantagens: lesão mínima aos tecidos; menos fumaça; 
sela vasos de 5 mm; sem corrente elétrica no 
paciente. 
 
- Bisturi de Argônio: secção – ato de cortar com gás 
ionizado. Coagulação mais homogênea e pouco profunda. 
A energia térmica produz calor superficial e de maneira 
uniforme, coagulando os vasos superficiais. 
 
▪ Vantagens: lesão mínima aos tecidos; torna o 
procedimento menos invasivo ou traumático; usado 
na hemostasia da superfície hepática; usado em 
cirurgias de córnea e retina. 
- Serra: serração – ato de serrar tecidos duros. 
 
 
 
 
 
 
 
Rugina Doyen: para costelas 
 
 
Serra de Gigli: ossos de grosso calibre (fêmur) 
 
- Tesoura, mixter, pinças ou afastadores: divulsão – ato de 
separar os tecidos sem corte. 
 
- Instrumento perfurante: punção – diversas finalidades; 
Drenagem de coleção líquida, colheita de fragmentação 
de tecido e de líquidos orgânicos, injeção de contraste ou 
medicamentos. 
- Dilatação: aumento do diametro de canais ou orifícios 
diversos. Usados para aumentar o diâmetro de canais e 
orifícios naturais ou de trajetos fistulosos. 
 
Vela de Hegar 
 
Dilatador uretral 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
Hemostasia 
• Processo que tem por objetivo impedir ou coibir a 
hemorragia.• A recuperação da hemostasia eficiente ultrapassa a 
própria duração da cirurgia. 
- Evita perde excessiva de sangue; 
- Propicia melhores condições técnicas pra cirurgia; 
- Favorece a cicatrização da ferida; 
- Previne a infecção e deiscências; 
- Evita reoperação para drenagem de hematomas. 
TIPOS DE HEMOSTASIA 
• Temporária: executada no campo operatório ou a 
distância, sendo restabelecido o fluxo sanguíneo a seguir. 
Pode ser cruenta ou não; 
→ Pinçamento: Com pinças hemostáticas atraumáticas, por 
curto tempo; 
→ Compressão: Cruenta ou à distância, digital (entre 
indicador e polegar) ou contra a superfície óssea; 
→ Garroteamento: é incruento. Faixa de Smarch, manguito 
pneumático; 
→ Ação farmacológica: Drogas hipotensoras ou 
hemostáticas (vasoconstritoras) 
→ Parada circulatória com hipotermia: Sofisticado, de 
aplicação limitada. Ex: Cirurgia cardíaca; 
→ Oclusão endovascular: Balão introduzido na luz do vaso. 
Ex: Cirurgia vascular 
 
• Definitiva: interrompe a circulação permanentemente; 
→ Ligadura: Com fio cirúrgico ou clipes; 
→ Cauterização: Com bisturi elétrico, com bisturi de argônio, 
calor ou substância química; 
→ Foto coagulação: Com bisturi à laser; 
→ Sutura: Engloba ou rafia o vaso; 
→ Obturação: Substâncias exógenas para obstruir a luz do 
vaso; 
→ Tamponamento: Compressão da área com compressas ou 
gazes; 
• Preventiva: executada antes de abordar a região a ser 
operada. Para evitar que o sangramento ocorra. Feita 
antes da cirurgia. 
• Corretiva: quando o sangramento já está ocorrendo. 
Durante o ato operatório ou após o trauma ter ocorrido. 
• Fisiológica: hemostasia – cascata de coagulação. 
INSTRUMENTOS 
• Kelly: possui entalhe na matade anterior da pinça; 
- Pinçamento de vasos – curva; 
- Pinçamento de fios – reta. 
 
• Crile: entalhe em toda a pinça; 
- Pinçamento de vasos viscerais – curva; 
- Repara de fios – reta. 
 
• Halsted: mosquito, pequeno e delicado, entalhe em toda 
a pinça → A mais delicada. 
- Pinçamento de vasos pequenos superficiais – curva; 
- Reparo de fios mais delicados – reta. 
 
• Rochester: mais grossa e firme, entalhe em toda a pinça; 
- Para pedículos de vasos mais calibrosos, tudos ou alças 
intestinais ressecadas – curva; 
- Menos delicada – reta. 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 ESPECIAIS 
• Mixter: pinça hemostática mais longa e curva, entalhe 
parcial na pinça; 
- Para pinçamento de vasos mais profundos e pedículos 
vasculares e também para dissecção de tecidos e 
passagens de fios cirúrgicos. 
 
• Crawfoord: pinça longa e com discreta curva, com entalhe 
em toda a pinça. 
- Para hemostasia profunda ou extensa. 
 
 Kocher: possui dentes, maior capacidade de se fixar aos 
tecidos, mais traumática. NÃO É HEMOSTÁTICA – 
instrumento de preensão. 
 
Síntese 
• Aproximação das bordas de tecidos seccionados ou 
ressecados. 
- Manutenção da contiguidade dos tecidos; 
- Visa facilitar o processo de cicatrização; 
- Deve resistir às trações e tensões; 
- A síntese deve resistir até que a cicatrização esteja com 
resistência suficiente para unir os tecidos; 
- Suturas, grampos e adesivos cirúrgicos. 
INSTRUMENTOS 
PORTA AGULHAS 
• Porta agulha Hegar – principal porta agulha do cirurgião 
geral. 
OBS: Toda vez que uma pinça tem o cabo dourando, 
significa que é um equipamento de maior delicadeza, 
maior qualidade, maior precisão; 
 
• Porta agulha Mathieu 
 
• Porta agulha Castroviejo: muito delicado, utilizado em 
cirurgias oftalmológicas. 
 
PINÇAS DE DISSECÇÃO: utilizadas para segurar o tecido 
durante a síntese; mas são utilizadas também durante a 
diérese, por exemplo. 
• Pinça anatômica 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
• Pinça dente de rato: “dentinho” que favorece uma 
melhor preensão do tecido – segura mais que a pinça 
anatômica 
 
• Pinça de Adson: mais curta e delicada; usada para segurar 
a pele. 
 
 
• Pinça Debaky: intermediária, entre a anatômica e a dente 
de rato; possui um dente muito pequeno e delicado. Pinça 
de boa preensão e ao mesmo tempo delicada → Cirurgia 
vascular; suturar algum vaso. 
 
 
• Pinça de algodão 
 
AGULHAS 
- Instrumentos afiados e pontiagudos, usados para perfurar 
os tecidos carregando um fio cirúrgico; 
- Confeccionados de aço inoxidável ou aço carbono; 
- Disponíveis em grande variedade de tipos, formas, 
comprimentos e espessuras. 
A agulha é dividida em três partes: olho, corpo e a ponta: 
 Ponta: pode ser cilíndrica ou triangular cortante. 
 
- Cilíndrica: só a ponta dela que fura o tecido; para tecidos 
mais delicados – fígado, alça intestinal. 
- Triangular cortante: a ponta e suas laterais são 
cortantes; usado para tecidos mais rígidos – pele. 
 
 Corpo: classificado conforme o tamanho. Pode ser curvo, 
semi-curo ou reto. 
- As agulhas mais utilizadas são as: ½ círculo, 3/8 de círculo 
e 5/8 de círculo. 
- As de ¼ de círculo são mais delicadas – cirugias 
oftalmológicas 
 
 Olho (fundo): traumático ou atraumático. 
- Atraumática: fio vem pré-montado; não traumatiza o 
tecido. 
- Traumática: precisa passar o fio, logo, elas são mais largas 
na parte do fundo, portanto, traumatiza mais o tecido. 
 
• Posição da agulha no Porta agulha: Preensão do porta 
agulha um ou dois milímetros para trás da metade da 
agulha 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
• Para suturar: entrar com a ponta da agulha em 90º (pega 
mais quantidade de tecido) e depois faz a curva. 
- Sempre surturar tipo “interrompida”: entra em uma 
borda, sai no meio, e depois entra na outra borda – para 
pegar quantidades simétricas de tecido. 
Instrumentos especiais 
- Ficam no 4º quadrante da mesa cirúrgica; 
- Instrumentos com finalidades variadas e de acordo com a 
especialidade cirúrgica; 
- Podem auxiliar na apresentação do campo operatório, 
vedar a saída de líquidos ou secreções corpóreas, auxiliar 
na hemostasia, levar fios ao campo cirúrgico, variam 
amplamente com o tipo de cirurgia. 
INSTRUMENTOS 
• AFASTADORES MANUAIS 
1. Afastador de Farabeuf: mais comum; utilizado na pele, 
subcutâneo e músculos. 
 
2. Afastador de Richardson: mais profundo e mais largo 
que o Farabeuf 
 
3. Afastador de Langenbeck: mais comprido e estreito, 
logo, pode atingir planos mais profundos. – Corte 
pequeno e profundo é adequando. 
 
4. Afastador de Volkmann: possui garras na parte curta, 
dando mais aderência aos tecidos. Usado para áreas 
superficiais. 
 
5. Afastador de Doyen: para cavidade abdominal – de 
maior empunhadura. 
 
• AFASTADORES AUTOSTÁTICOS – possuem mecanismo de 
trava, permanecendo abertos. 
1. Afastador de Gosset: usado para parede abdominal – vem 
na caixa de laparotomia exploratória; 
 
2. Afastador de Finochietto: usado em cirurgia de tórax para 
abertura dos espaços intercostais ou médio-esternal – 
vem somente na caixa de toracotomia. 
 
3. Afastador de Balfour: parecido com o de Gosset, porém 
há uma válvula supra púbica acoplado nele; essa válvula 
serve para abaixar a bexiga, então fica voltada para 
cavidade pélvica. Enquanto as garras laterais abrem a 
parede abdominal no sentido transversal, a válvula puxa a 
bexiga para baixo, apresentando melhor a cavidade 
pélvica e o útero. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
4. Afastador de Weitlaner: menor, utilizado em 
apendicectomia. Possui garras para aplicação na pele e 
músculos. 
 
 
Instrumentos especiaisde hemostasia 
- Posicionados no 4º quadrante! 
 
• Mixter: pinça hemostática longa e curva, com angulação 
de quase 90º (pode ser de 90º ou próxima); para 
hemostasia profunda ou passagem de fios cirúrgicos; 
 
 
• Crawfoord: pinça longa, parecida com o mixter – diferem-
se na angulação (mixter tem a angulação próxima de 90º 
e crawfoord tem uma curva suave e homogênea). Para 
hemostasia profunda e/ou extensa – órgãos mais 
profundos; 
 
 
 
• Satinsky: pinça com duas curvas – ótima para pedículos 
vasculares. Pode camplear artéria e veia calibrosas ao 
mesmo tempo → Muito boa para momentos 
emergências; 
 
• Buldog: pinça hemostática de pequenos vasos; 
 
 
• Moyniham: parece com o crawfoord, porém o crawfoord 
tem uma maior área de ranhura, e a moyniham é mais 
comprida. Usado para levar o fio até o campo cirúrgico! 
NÃO É UMA PINÇA HEMOSTÁTICA. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Instrumentos especiais de Preensão 
• Babcock: delicado – para preensão atraumática. Alça de 
intestino, por exemplo. 
 
 
• Allis: pequenos “dentinhos” nas pontas; tem poder de 
preensão melhor, porém é traumática. 
 
 
• Collin: área de preensão é ovalada. 
 
 
• Duval: área de preensão é triangular. 
 
 
 
 
 
Outros instrumentos 
• Cheron: pinça de antissepsia de campo cirúrgico; 
 
 
• Backhaus: pinça bem agressiva, não pode pegar na pele 
do paciente pois pode machucar. Utilizada para fixar 
estruturas ao campo cirúrgico; 
 
 
• Clamp intestinal: evitar extravasamento de secreções. 
Quando há uma alça intestinal que será cortada, prende-
se antes; 
 
 
• Espátulas: tipo de afastadores de estruturas; formatos 
variados. 
- Espátula de Reverdin – sapata; 
 
- Espátula maleável; 
- Espátula de Deaver. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
SINAIS 
 
 
 
MESA DE INSTRUMENTAÇÃO 
Posição em relação ao paciente e ao cirurgião. Do instrumento 
mais delicado para o menos delicado. Ponta virada para baixo. 
 
 
- Especiais: 4º quadrante; 
- Síntese: 3º quadrante (encostado no paciente); 
- Hemostasia: 2º quadrante; 
- Diérese: 1º quadrante. (encostado no paciente); 
 
 
• 1º quadrante: bisturi cabo 3 e 4; tesoura íris; tesoura 
Mezenbaum; tesoura Mayo (voltada para o 
instrumentador, pois ele que usa); 
• 2º quadrante: Halsted curva; Halsted reta; Crile curva e 
reta; Kelly curva e reta; Rochester. 
- Finalizado com a Kocher, apesar de não ser para 
hemostasia. 
• 3º quadrante: pinças, porta agulhas e fio cirúrgico. 
 Afastador Farabeuf fica entre o 1º e 3º quadrante, pois é 
usado tanto na diérese quanto na síntese. 
• 4º quadrante: instrumentos especiais 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Ferimentos e feridas
Qualquer lesão ou perturbação produzida em qualquer tecido 
por um agente externo. 
Classificação 
 Fechado: Causados por objetos contundentes que 
danificam subcutâneo, sem ocorrer o rompimento da 
pele. 
• Edema: extravasamento de líquido, é a elevação e palidez 
da pele. Surge 1 a 3 minutos após o trauma (sem 
extravasamento de sangue); 
 
• Equimose: extravasamento de sangue no tecido 
subcutâneo (rompimento de capilares) sem ocorrer 
aumento de volume, mesmo que atinja a pele não causa 
abaulamento. Coloração preto azulada; 
 
• Hematoma: extravasamento de sangue entre os tecidos, 
com aumento de volume, pela ruptura de um vaso mais 
calibroso. 
 
 Aberto: São ferimentos que rompem a integridade da 
pele, expondo tecidos internos, geralmente com 
sangramento; também são denominados feridas. 
• Incisivo (ou cortante): são aquelas produzidas por um 
instrumento cortante. Ferida linear, com bordas regulares 
e pouco traumatizadas (o próprio objeto já corta – faca, p. 
ex). As feridas limpas geralmente são fechadas por 
suturas. 
 
• Contuso: são produzidas por objeto rombo (que não é 
afiado), capaz de romper a integridade da pele, 
produzindo feridas com bordas traumatizadas. Lesão de 
partes moles, hemorragia e edema. 
 
 
• Perfurante: trauma por objeto fino e pontiagudo, são 
caracterizadas por pequenas feridas abertas na pele e 
profundas. Por ex.: feridas feitas por arma de fogo 
(perfurocontuso) ou ponta de faca (perfurocortante). 
Perfurocortante: nunca tirar o objeto, pois ele pode estar 
tamponando um vaso de grande calibre e ao tirar ocorre uma 
hemorragia - apenas estabilizar o ferimento. 
 
Perfurocontuso: geralmente são os ferimentos com arma de 
fogo – no OS quando chega um paciente com ferimento de 
arma de fogo, deve-se anotar todos os orifícios encontrados 
→ localizações de entrada e saída: orifícios de entrada tende 
a ser mais retilínio, regular e apresentar queimadura; já o 
orifício de saída, como o projétil perde força em contato com 
os tecidos, ele sai rasgando (mais irregular). 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
• Penetrantes: atinge uma cavidade natural do organismo, 
geralmente tórax ou abdome. Habitualmente linear ou 
puntiforme. 
 
• Lacerações: são aqueles com margens irregulares, com 
mais de um ângulo (dois ou três eixos), causadas por 
pressão ou tração excessiva no tecido. Por ex.: acidente 
de carro, lacerações por arame farpado, estilhaços de 
vidro ou mordida de animal. 
 
• Escoriações: ferimento produzido pelo atrito de uma 
superfície áspera e dura contra a pele. Por ex.: queda de 
moto. 
 
• Avulsão ou amputação: parte do corpo é cortada ou 
arrancada – Membros, orelha, nariz, entre outros. 
 
 
 
Grau de Contaminação 
 Feridas Limpas: em ambientes internos (em cirurgia, p. 
ex), não apresentam inflamação e não são atingidos os 
tratos respiratórios, digestivo, genital ou urinário – que 
podem conter bactérias; Risco de infecção 1-2%; 
 Feridas Potencialmente Contaminadas: ambientes 
externos - são considerados potencialmente 
contaminados os ferimentos com menos de 6 horas, ou 
cirurgias nas quais os tratos respiratório, alimentar ou 
urinário são atingidos, porém em condições controladas; 
Risco de infecção 7-10%; 
 Feridas Contaminadas: ferimentos externos com mais de 
6 horas de evolução, e cirurgias em que a técnica asséptica 
não foi respeitada devidamente (rompimento de alça de 
intestino que vasou secreção fecal para cavidade, p. ex); 
Risco de infecção 15-20%. 
 Feridas Infectadas ou sujas: aquelas nas quais os 
microrganismos já estavam presentes antes da lesão; 
(terra, pus, pó de café, pasta de dente, pedregulho, 
grama, fragmentos metálicos). Risco de infecção 50% 
Grau de Comprometimento Tecidual 
 Estágio I: caracteriza-se pelo comprometimento da 
epiderme, porém com pele íntegra; formação de 
hiperemia, descoloração ou endurecimento da epiderme; 
 COMO PROCEDER NO LOCAL DO ACIDENTE 
• Controle do ABC é a prioridade como em qualquer 
outra vítima de trauma. Ferimentos com sangramento 
importante exigem controle já no passo C; 
• Avaliação do ferimento, informando-se sobre a 
natureza e a força do agente causador, de como 
ocorreu a lesão e do tempo transcorrido até o 
atendimento; 
• A inspeção da área lesada deve ser cuidadosa. Pode 
haver contaminação por presença de corpo estranho 
e lesões associadas. O ferimento deve ser exposto e, 
para isso, pode ser necessário cortar as roupas da 
vítima - evite movimentos desnecessários com a 
vítima (por ex.: desvestir a vítima); 
• Limpeza da superfície do ferimento para a remoção de 
corpos estranhos livres e detritos - utilizar uma gaze 
estéril com luva pararemoção mecânica delicada e 
aplicação de soro fisiológico, sem provocar atrito; 
• Objetos penetrantes não devem ser removidos, mas 
sim imobilizados para que permaneçam fixos durante 
o transporte ao hospital; 
• Proteção da lesão com gaze estéril que deve ser fixada 
com atadura de crepe. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 Estágio II: ocorre perda tecidual e comprometimento da 
epiderme, derme ou ambas; abrasão, bolha (pele íntegra, 
mas atingiu a derme) ou úlcera artificial; 
 Estágio III: caracteriza-se por presença de lesão profunda, 
com comprometimento total da pele, atingindo o tecido 
subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia 
muscular; 
 Estágio IV: extensa destruição de tecido, ferida em 
cavitação, profunda que atinge músculos, tendões e/ou 
ossos, podendo ocorrer necrose. 
 
 
Pele 
Maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% 
do peso corporal. Apresenta grandes variações ao longo de sua 
extensão. 
 
 
• Epiderme: Tecido avascular com células dispostas em 
múltiplas camadas. Possui os melanócitos, que são 
responsáveis pela pigmentação da pele e os 
queratinócitos que produzem a queratina, que fornece 
resistência à atritos e variações de temperatura 
 Camada mais externa; 
 Composta por 4 extratos de epitélio escamoso: 
- Córneo (mais externo); 
- Granuloso; 
- Espinhoso (mais espesso); 
- Basal (mais interno) – onde a pele é formada; 
 Queratinócitos; 
 Espessura: varia com a localização, idade ou sexo; 
 Período de regeneração: + ou – 4 semanas 
 
 
• Derme: Camada vascularizada que possui uma rica rede 
nervosa, corpúsculos sensitivos, além das glândulas 
sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos. Possui vários 
tipos de células: fibroblastos, fibrócitos, macrófagos, 
mastócitos, e leucócitos sanguíneos, particularmente 
neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos. 
 Camada intermediaria; 
 Também conhecida como cório ou pele verdadeira 
 Composta de 2 estratos 
- Papilar: mais próximo a epiderme; 
- Reticular. 
 
• Hipoderme – tecido celular subcutâneo: Camada 
vascularizada e formada por tecido adiposo, envolvida na 
termorregulação, reserva nutricional e provisão de 
energia. 
 Compõe-se de fibras de tecidos conjuntivos, que 
sustentam o tecido adiposo; 
 É atravessada por vasos sanguíneos mais calibrosos; 
 Ocorre o metabolismo dos carboidratos e a 
lipogênese (síntese de ácidos graxos e triglicérides, 
que serão armazenados subsequentemente no 
fígado e no tecido adiposo); 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 É uma camada de ligação e isolante do frio e calor 
exacerbados; 
Funções da pele 
• Proteção: barreira física; 
• Sensibilidade: dor, pressão, tato, calor e frio; 
• Termorregulação: vasoconstrição, vasodilatação, 
sudorese; 
• Excreção: eletrólitos e água 
• Metabolismo: síntese de vitamina D e formação óssea 
• Imagem corporal: detalha a aparência. 
Feridas 
É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, 
podendo ser superficial ou profunda, e que deve se fechar em 
até 6 semanas; 
• Úlcera: É a ferida que não cicatrizou em 6 semanas. 
 
Classificação quanto ao tipo de tecido 
• Tecido necrótico: isquemia, tecido não viável; 
 
• Escara: quando a necrose é dura e seca, de cor preta ou 
marrom; 
 
• Esfacelo: tecido mucóide e macio, de cor amarelada ou 
cinza, com aderência frouxa ou firme, formado por fibrina. 
 
 
• Tecido de granulação: tecido muito vascularizado, de cor 
vermelho viva; tecido cicatricial. 
 
 
• Tecido de epitelização: redução da vascularização e um 
aumento do colágeno, contração da ferida. Tecido róseo. 
 
Classificação quanto a causa 
• Traumática ou cirúrgica: resultante de trauma ou cirurgia; 
• Patológica: consequente a uma patologia – Por ex.: úlcera 
de pressão (escara), neoplasia, úlceras venosas e arteriais; 
• Iatrogênica: resultante de procedimentos ou 
tratamentos; ex.:radioterapia feita em quantidade muito 
intensa. 
Classificação quanto a evolução 
• Aguda: feridas de fácil resolução, há o rompimento do 
tecido com desencadeamento imediato da hemostasia; 
ex.: cortes - incisas, lacerações, queimaduras; 
 
• Crônica: feridas de longa duração, com desvio do 
processo cicatricial fisiológico (Por ex.: diabetes crônico.) 
 
 
 
O termo ferimento é usado mais para acidentes; o termo 
feridas é usado quando se acompanha cronicamente. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Classificação quanto ao comprometimento 
tecidual 
 Estágio I: pele íntegra com hiperemia, descoloração ou 
endurecimento; 
 Estágio II: epiderme e derme estão rompidas, com 
hiperemia; 
 Estágio III: perda total da pele (epiderme, derme e 
subcutâneo), úlcera profunda com ou sem necrose. Não 
acomete fáscia muscular; 
 Estágio IV: grande destruição tecidual, com necrose, 
atingindo músculos, tendões e/ou ossos. Crateras fundas 
ou túneis. 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Fios de sutura 
• São materiais flexíveis, de secção circular, com diâmetro 
muito reduzido em relação ao comprimento, utilizados 
para aproximar tecidos incisados cirurgicamente, 
lacerados em traumatismos ou para ligar vasos 
sanguíneos; 
• As suturas favorecem a cicatrização de ferimentos ou 
incisões por primeira intenção; 
• Tem como objetivo manter a aproximação das bordas de 
tecidos seccionados, com materiais que resistam as 
tensões e trações da ferida, até pelo menos a segunda 
fase da cicatrização (fibroplasia). 
- Se for absorvível, ter seu tempo de absorção 
previsível; 
- Se for inabsorvível, que seja encapsulado sem 
complicações. 
 
Fio ideal 
• Alta resistência à ruptura; 
• Ser flexível; 
• Facilidade de manuseio; 
• Boa segurança do nó (nó que “trava” bem; o fio de 
Propileno, por exemplo, não trava muito bem); 
• Baixa reação tecidual; 
• Não provocar reações alérgicas; 
• Boa visualização, mesmo quando molhados de sangue; 
• Baixo custo. 
 
 
Escolha do fio 
• O fio de sutura deve ter força proporcional ao tecido que 
está sendo suturado; 
• A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo 
ganho de resistência da cicatriz; 
• As alterações biológicas provocadas no processo de 
cicatrização pelo fio de sutura devem ser conhecidas; 
• Tipo de tecido a ser suturado; 
• Localização do tecido a ser suturado (área de 
movimentação, tensão) 
• Espessura do tecido a ser suturado; 
• Tamanho da incisão; 
• Tempo necessário para a cicatrização do tecido; 
• Se há tensão sobre o tecido; 
• Características do paciente (idade, estado nutricional, 
doenças); 
• Preferência do cirurgião. 
A medida que o fio vai perdendo resistência o tecido deve 
manter as bordas aproximadas; 
 
 
 
• 3.500 anos A.C. já haviam referências às suturas; 
• 1.000 anos A.C. uso de mandíbulas de formigas; 
• Século IV A.C uso de tendão como fio; 
• Século II A.C, Galeano usou intestino de herbívoros como 
fio. 
• Século XIX, Lister desinfetava os fios cirúrgicos com ácido 
carbólico; 
• 1900 Amplo uso de suturas: intestino animal, seda e 
tendões de canguru; 
• Na I Guerra Mundial aconteceu grande salto na 
industrialização e esterilização dos fios cirúrgicos; 
• A partir da segunda metade do século XX (1970), 
produzidos os fios sintéticos absorvíveis. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Classificaçãoquanto à origem 
• Biológicos: origem animal e origem vegetal; 
• Metálicos; 
• Sintéticos. 
Classificação quanto à estrutura 
• Monofilamentar: cada fio é composto de um único 
filamento compacto; 
 
• Multifilamentar: cada fio é composto por vários 
filamentos traçados ou torcidos entre si. 
 
Classificação quanto à absorção 
• Absorvíveis: o fio é reabsorvido com o passar do tempo, 
por fagocitose ou hidrólise. 
→ Origem animal: Categut simples e cromado (feitos de 
intestino de animais). 
→ Origem sintética: 
- Ácido Poliglicólico – Dexon 
- Poliglactina – Vicryl 
- Poligliconato – Maxon 
- Poliglecaprona – Monocril * 
- Polidiaxanona – PDS * 
*São os mais sofisticados, mantém a resistência tênsil por 
um tempo mais prolongado, logo, são mais caros. 
 
• Inabsorvíveis: o fio não se modifica com o tempo. 
→ Origem animal: Seda; 
→ Origem vegetal: algodão (barato e muito utilizado); 
→ Origem sintética: 
- Poliamida – Nylon 
- Poliéster – Mersilene e Ethibond 
- Polipropileno – Prolene (muito utilizado); 
→ Origem metálica: Prata, cobre, ouro, aço, ligas 
metálicas. 
Diâmetro do fio 
• O diâmetro do fio é determinado em milímetros e 
expresso em zeros; 
• Quanto menor o calibre do fio, maior o número de zeros. 
• Usa-se fios mais finos, em tecidos mais delicados e sem 
tensão; E fios mais grossos em tecidos mais grosseiros ou 
com mais tensão. 
 
 
• O fio 7-0 e 6-0 são da espessura do cabelo humano. 
Força tênsil 
Varia entre 1 semana e 6 semanas; 
• Capacidade de manter os tecidos coaptados – por quanto 
tempo o fio consegue manter o tecido unido; 
• É determinada dividindo-se a força necessária pra romper 
o fio pelo seu diâmetro; 
• Afetada por composição do fio, diâmetro e técnica do nó; 
• Nem todos os fios com mesmo número de zeros, tem o 
mesmo diâmetro; 
• Em fios de mesmo material, quanto maior o calibre, maior 
a resistência; 
• Já em fios de mesmo calibre, porém de materiais 
diferentes, a força tênsil varia. 
 
 Fios inabsorvíveis são mais resistentes. 
Capilaridade 
Não é uma boa propriedade para o fio ter. 
• É determinada pela capacidade que o fio tem de absorver 
fluídos; 
• Aumenta o risco de infecção do sítio cirúrgico; 
• Os fios multifilamentares como a seda e algodão tem 
maior capilaridade e absorção de fluídos; 
• Os multifilamentares favorecem a migração de 
microrganismos através de sua trama, sendo mais 
propensos a infecção – quando já tem alguma infecção no 
sítio evita-se os fios multifilamentares; 
• Os monofilamentares têm muito pouca capacidade de 
absorver fluídos; 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
Elasticidade 
• É a capacidade que o fio tem de retornar à sua forma e 
tamanho originais após tração; 
• Quando se comparam fios de mesmo material, os mais 
finos são mais elásticos. 
Memória/plasticidade 
• É a capacidade que o fio tem de manter-se sob nova forma 
após tracionado; 
• Dificuldade de manuseio; 
• Os nós ficam torcidos; 
• Fios Monofilamentares apresentam mais memória. 
Coeficiente de atrito 
• Fios com alto coeficiente de atrito tendem a não deslizar 
nos tecidos, mas também são mais difíceis de desatar o nó 
cirúrgico espontaneamente; 
• Os fios monofilamentares, em geral, tem mais facilidade 
em desatar seus nós (menor coeficiente de atrito) – 
suturar um vaso. 
Reação tecidual 
• É o grau de reatividade causada pelo fio. Varia conforme 
o material e o calibre do fio; 
• Fios inabsorvíveis dão menor reação tecidual; 
• Reação tecidual excessiva, favorece a infecção. 
 
Agulhas de sutura 
• Quanto à ponta: 
→ Cilíndrica 
 
→ Prismática/cortante/triângular 
 
• Quanto a forma: 
- Mais utlizadas: ½ círculo, 3/8 e 5/8. 
 
• Quanto ao fundo: 
- Traumática: deve-se montar o fio na agulha; 
 
- Atraumática: fio já vem montado na agulha e o calibre 
do fio não é maior que o próprio calibre da agulha. 
 
 
Características dos fios 
• Catgut Simples (embalagem amarela): 
- Feito a partir de fitas de colágeno da submucosa do 
intestino delgado de carneiro; 
- Biológico, Absorvível, Multifilamentar - não indicados; 
muito pouco usados; 
- Simples mantém força tênsil por 7 dias e absorção em 
10-14 dias; 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
• Catgut Cromado: 
- Catgut Cromado (sais de Cromo) mantém força tênsil 
por 10 dias e absorção em 90 dias; 
- Desencadeiam reação inflamatória tecidual intensa ao 
seu redor, mais evidente no simples. Reação de corpo 
estranho. Quebradiço, se ressecado. 
- Cada vez menos usado, usado em pele, mucosas, em 
ginecologia. 
- Único fio que vem embebido no álcool – para manter o 
fio hidratado. 
 
• Poliglactina 910 – Vicryl (embalagem violeta) (muito 
utilizado) 
- Obtido pela polimerização do ácido glicólico; 
- Sintético, Absorvível, Multifilamentar; 
- Fio de cor violeta e branca; 
- Maior resistência que o categute; 
- Resistência tênsil por 14-20 dias e absorção em 60 - 90 
dias; 
- Usado em cirurgias gastrointestinais, urológicas, 
ginecológicas e oftalmológicas; suturas de músculos, 
fáscias, tecido celular subcutâneo; 
- Pouca reação tecidual por ser sintético. 
 
• Ácido Poliglicólico – Dexon (embalagem dourada): 
- Obtido pela polimerização do ácido glicólico; 
- Sintético, Absorvível, Multifilamentar – bom fio assim 
como Vicryl; 
- Maior resistência que o categute; 
- Na teoria era pra ter uma resistência maior que o vicryl, 
mas na prática acaba sendo a mesma: Resistência tênsil 
por 14-20 dias e absorção em 60 - 90 dias; 
- Usado em suturas de músculos, fáscias, tecido celular 
subcutâneo; 
- Pouca reação tecidual. 
 
 Paciente que tem uma boa cicatrização pode-se usar 
Vicryl ou Dexon para sutura de fáscia, mas se for um 
paciente que esteja um pouco mais desnutrido, idoso – 
será que 21 dias é o suficiente? 
 
• Poliglecaprone 25 - Monocryl, Caprofyl, Midsorb 
(embalagem rosa): 
- Sintético, Absorvível, Monofilamentar – vantagens de ser 
monofilamentar: menor chances de infecção, pode ser 
usado em um sítio infeccioso; 
- Perda total da resistência tênsil em 14 dias e absorção em 
90 - 120 dias; 
- Indicado na pele e em suturas em tecidos delicados em 
geral – fio de escolha para sutura intradérmica; 
- Pouca reação tecidual. 
 
• Poligliconato - Maxon, Maxsorb (embalagem prata): 
- Sintético, Absorvível, Monofilamentar; 
- Possui uma absorção lenta com manutenção da 
resistência tênsil por 28 dias (mais duradoura dos 
fios absorvíveis). Absorção lenta - 180 dias; 
- Indicado em suturas de tendões, músculos, fáscias, e 
fechamento da parede abdominal; 
- Usado em tecidos com tempo de cicatrização lento – 
diabéticos, idosos, pacientes com câncer; 
- Pouca reação tecidual; 
- Fio de alto custo. 
 
• Polidioxanona – PDS (embalagem prata): 
- Sintético, Absorvível, Monofilamentar; 
- Possui uma absorção lenta com manutenção da 
resistência tênsil por 28 dias (a mais duradoura dos fios 
absorvíveis); 
- Indicado em suturas de tendões, músculos, fáscias, e 
fechamento da parede abdominal; 
- Pouca reação tecidual; 
- Fio de alto custo. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
• Seda (embalagem azul, mas o fio é preto ou branco): 
- Biológico, Inabsorvível, Multifilamentar; 
- Provém do casulo do bicho da seda; 
- Resistência tênsil por 21 dias e absorção em 60 - 90 dias; 
- Nós firmes; 
- Usado em cirurgia oftálmica e microcirurgia – ligadura de 
vasos; 
- Reação de corpo estranho. 
 
• Algodão – muito utilizado (embalagem rosa): 
- Biológico, Inabsorvível, Multifilamentar; 
- Origem vegetal; 
- Resistênciatênsil: 50% em 6 meses e 70% em 2 anos; 
- Usado em ligadura de vasos e praticamente em qualquer 
tecido; 
- Reação de corpo estranho; 
- Não deve ser usado na pele, pois gera muita reação; 
- Fácil manuseio e nós seguros. 
 
• Poliamida – Nylon (embalagem verde): 
- Sintético, Inabsorvível, Monofilamentar; 
- Derivado das poliamidas; 
- Grande resistência tênsil, perde 20% ao ano; 
- De difícil manipulação, duro, não produz nó firme (firmar 
bem o 3º semi nó); 
- Elástico e resistente a água; 
- Muito usado em sutura da pele; 
- Pouca reação tecidual. 
 
 
• Poliéster - Ethibond, Mersilene (embalagem laranja): 
- Sintético, Inabsorvível, Multifilamentar; 
- Derivado do poliéster; 
- Grande resistência tênsil (permanente); 
- Nós não muito seguros; 
- Usado em sutura de aponeuroses, tendões e vasos. 
Ortopedia e cardiovascular; 
- Fios de cor branca, verde e azul; 
- Pouca reação tecidual. 
 
• Polipropileno – Prolene (embalagem azul) - muito 
utilizado: 
- Sintético, Inabsorvível, Monofilamentar; 
- Derivado do poliéster; 
- Mantém sua resistência tênsil por vários anos 
(permanente); 
- Fio de cor azul brilhante ou incolor (para suturas 
intradérmicas); 
- Usado em sutura vascular e aponeuroses. E sutura 
intradérmica; 
- Também em cirurgias gastrointestinais, urológicas, 
ginecológicas e oftalmológicas; suturas de músculos, 
fáscias, tecido celular subcutâneo; 
- Pouca reação tecidual. 
 
• Aço - Aciflex 
- Biológico, Inabsorvível, Monofilamentar; 
- Composto por ferro, cromo, níquel e molibdênio; 
- Maior resistência tecidual de todos os fios, permanente; 
- Tendência a cortar os tecidos, manuseio difícil, pode se 
quebrar; 
- Pode ocorrer necrose tecidual pelo trauma das pontas; 
- Nós muito seguros; 
- Usado em tecidos de cicatrização lenta. Cirurgia 
ortopédica; 
- Ausência de reação tecidual. 
 
Indicações de uso: 
• Para pele: Nylon ou Poliglecaprone (Monocryl, Caprofyl, Midsorb); 
• Para fechar aponeurose ou suturas intestinais: Vicryl (indivíduo 
jovem, com boa condição física) ou prolene (indivíduos com uma 
cicatrização ruim); 
• Vias urinárias, vias biliares: PDS 
HABILIDADES CIRÚRGICAS 
 
 Em verde claro para indivíduos com uma boa 
cicatrização. Em verde escuro para indivíduos com 
déficit de cicatrização. 
Fenômenos tardios que podem ocorrem 
• Abscessos locais; 
• Formação de cavidades (sinus) – em volta do fio fica um 
“oco”, “vazio”, que o organismo não consegue fagocitar o 
fio; 
• Eliminação espontânea dos fios, associada à descarga de 
material seroso ou purulento – ocorre habitualmente nos 
fios inabsorvíveis multifilamentares; 
• Formação de granuloma de corpo estranho em volta do 
fio. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Anestésicos Locais
 
• Drogas que injetadas localmente, interrompem de forma 
transitória os impulsos nervosos em células 
neuroexcitáveis, sem produzir inconsciência. 
• Substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma 
reversível. 
→ Nativos dos Andes – Mastigavam folhas de Erythoxylon 
coca (cocaína) –dormência na língua; 
→ Carl Koller (1884) – Cocaína como anestésico tópico para 
cirurgias oftálmicas; 
→ Halstead popularizou sua aplicação na infiltração e 
anestesia; 
→ Substituição da cocaína (toxicidade e propriedades 
estimulantes); 
→ Procaína – Substituo sintético da cocaína em 1905; 
• Lidocaína – xilocaína atual 
 
Aplicação 
Podem ser administrados por injeção ou de forma tópica, na 
área das fibras nervosas a serem bloqueadas. 
 
Infiltração direta – sob o local; 
 
 
 
Anestésicos locais 
 
 
 
Mecanismo de ação 
• Agem na membrana celular dos nervos, bloqueando o 
processo de excitação - condução; 
• Interrompem a condução do estímulo nervoso por 
bloquearem a condutância dos canais de sódio da 
membrana, impedindo a deflagração do potencial de 
ação; 
• São bases fracas que carregam uma carga positiva no 
grupo amida, em pH fisiológico → se tiver um pH ácido o 
anestésico não tem uma boa ação. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
• Apesar dos AL serem bases fracas, os preparados 
farmacêuticos são levemente ácidos. 
• Nos tecidos orgânicos - pH alcalino (pH = 7,4), há 
tamponamento do ácido e liberação da base não-
ionizada, passível de ser absorvida; 
• Quando o pH do meio é ácido, como nos tecidos 
inflamados, a absorção do AL fica prejudicada, 
prejudicando sua ação; 
• Suplementação excessiva de doses no mesmo local, 
determina menor resposta, pois esgota a capacidade de 
tamponamento do meio, não liberando a base; 
• Dependendo da dose podem provocar paralisia motora. 
 
• Age através do bloqueio da despolarização da membrana; 
• Através do canal de Na, o Ca entra, fica positivo dentro e 
o estímulo percorre; 
• Na outra parte do nervo onde o estimulo já passou a 
membrana repolariza. 
 
 
→ Sem o uso do anestésico local e com o uso. 
• Se não tiver despolarização da célula não ocorre o 
estímulo. 
 
 
 Os anestésicos locais podem atuar dentro da membrana e 
fora; 
 
→ A membrana celular é feita de gordura – é suscetível a 
ação do anestésico local. 
 
 Ação sobre os nervos 
• Os AL agem em todos os nervos, porém a ação depende 
do tamanho (diâmetro) e da mielinização: 
- Fibras menores (aferentes da dor) são bloqueadas 
primeiro; 
- Fibras maiores (função motora e tato) são bloqueadas 
depois; 
- Fibras mielinizadas também são mais sensíveis. 
 
 Ação sobre outras membranas excitáveis 
- Junções neuro/efetoras (músculo estriado) são sensíveis 
as ações bloqueadoras dos AL, mas sem um significado 
clínico – músculo pode paralisar, mas por uma paralisia 
dos nervos motores. 
- As ações sobre as fibras cardíacas têm importância (ação 
antiarrítmica) – um paciente que tem bradicardia se usar 
anestésico local, pode ter uma ação maior da bradicardia. 
(Xilocáina, por ex, tem ação antiarrítimica); 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 Sequência de bloqueio 
• Dor; 
• Frio – teste da sensibilidade (gaze embebido em álcool 
para testar); 
• Calor; 
• Tato e compressão profunda; 
• Função motora. 
Fatores que interferem na ação 
• Tamanho molecular: Moléculas menores desprendem 
mais facilmente dos receptores; 
• Solubilidade lipídica: Atravessam a bainha de mielina; 
• Tipo de fibra bloqueada: Fibras finas e de condução lenta 
- efeito mais rápido; Fibras grossas e de condução rápida 
- efeito mais lento; 
• PH do meio: Forma hidrossolúvel x lipossolúvel; 
• Concentração do anestésico; 
• Associação com vasoconstritores: Prolongamento do 
efeito anestésico. 
Classificação 
• Ésteres 
- Cocaína (não é utilizada); 
- Procaína – Novocaína; 
- Cloroprocaína – Nesacaína; 
- Tetracaína (uso tópico); 
- Benzocaína (uso tópico) – pastilhas para gargante, por 
exemplo. 
 
• Amidas (mais modernos) 
- Lidocaína; 
- Prilocaína; 
- Ropivacaína; 
- Bupivacaína; 
- Mepivacaína. 
 
→ Os dois grupos bloqueiam canal de sódio; 
 
→ Degradado no próprio local que foi infiltrado; Os vasos 
próximos possuem a colinesterase que degrada os ésteres 
→ ação reduzida. 
 
→ A degradação não ocorre no local, precisa cair na corrente 
sanguínea, ir para o fígado para ser degradado. 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Características 
• Potência: relação direta com a lipossolubilidade da droga 
– quanto mais ela consegue entrar na membrana da 
célula; 
• Duração: relação direta com o grau de ligação com 
proteínas plasmáticas – quanto mais ela se liga às 
proteínas plasmática mais vai durar; 
• Velocidade de ação: relação inversa com o grau de 
ionização – quanto mais ioniza a droga menor vai ser a 
velocidade 
 
 
 
 
 
Farmacologia 
 
 
→ Injeção intra-raquidiana tem um rápido início de ação; 
→ Injeção no plexo braquial tem início de ação lentoHABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Não usar anestésicos locais com vasoconstrição em 
extremidades. 
 
 
Efeitos adversos 
• Ações Cardiovasculares: 
- Redução da frequência cardíaca; 
- Colapso cardíaco 
• Ações Centrais 
- Ansiedade com tremores, euforia e agitação; 
- Convulsões; 
- Depressão respiratória 
• Reações Alérgicas 
 
→ Essas toxicidades ocorrem em pequenas cirurgias 
(retalho, enxerto..) Reaplicações no local. 
 
→ Ação local (periférica) sobre o SNA; 
 
Toxicidade 
• Taxa de absorção sistêmica depende do local da injeção: 
Intravenosa > Intratraqueal > Intercostal > Caudal > 
Paracervical > Epidural> Plexo Braquial > Isquiático > 
Subcutâneo 
• Ocorre quando o anestésico local atinge outras 
membranas excitáveis em quantidade suficiente para 
causar bloqueio; 
• Quanto mais potente, maior sua toxicidade! 
Tratamento de toxicidade 
• Suporte clínico 
- Ventilação - Oxigenação à 100% 
• Evitar drogas depressoras! 
• Manter débito cardíaco - Combater taquicardia; 
• Corrigir acidose; 
• Abortar convulsões; 
Em caso de PCR: 
- A ressuscitação deve seguir o ACLS; 
- A massagem cardíaca deve ser mais prolongada (30 a 60 
minutos) - até efeito do anestésico liberar; 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
- De difícil reversão, em especial a PCR que ocorre com 
bupivacaína 
 
 Gestantes 
• O AL mais seguro para a gestante é a lidocaína associada 
a vasoconstritor (adrenalina ou noradrenalina) a 
1:200.000; 
• Os vasoconstritores felipressina e fenilefrina são 
contraindicados por apresentarem ação ocitóxica; 
• A prilocaína pode provocar meta hemoglobinemia fetal, 
com sérias consequências; 
• A ropivacaína só foi suficientemente avaliada em 
bloqueios peridurais, até agora com bons resultados; 
• Lidocaína em casos de suturas de emergência; 
Doses máximas de anestésicos locais 
 
Associação com a adrenalina: Diminui o efeito tóxico 
 
 
Principais anestésicos locais: Lidocaína, Bupivacaína, 
Ropivacaína 
 
 
Lidocaína 
• Início de ação: rápido (1-5 minutos); 
• Tempo de ação: 
- Sem Vasoconstritor: curto (30-60 minutos); 
- Com Vasoconstritor: médio (120-360 minutos); 
• Dose máxima: 
- Sem Vasoconstritor: 4,5 mg/kg; - Não exceder 300mg 
- Com Vasoconstritor: 7 mg/kg 
 
Bupivacaína 
• Início de ação: em média 15 minutos; 
• Tempo de ação: 
- Sem Vasoconstritor: médio (120-240 minutos); 
- Com Vasoconstritor: longo (180-420 minutos) 
• Dose máxima: 
- Sem Vasoconstritor: 2,5 mg/kg - Não exceder 175mg; 
- Com Vasoconstritor: não exceder 225mg 
Ropivacaína 
• Início de ação: lento (10-30 minutos); 
• Tempo de ação: médio (120-360 minutos); 
• Dose máxima: não exceder 200mg 
Como realizar uma anestesia local 
1. Colocação de luvas e utilização de material estéril; 
2. Antissepsia da pele 
3. Com Cloroxedina ou iodopovidine; 
4. Introdução da agulha à 30 ou 45 graus; 
5. Em toda a borda da ferida, logo abaixo da pele; 
6. E em toda a profundidade do ferimento - Aspirar, 
tracionando o embolo da seringa, antes de injetar 
Lidocaína é a droga mais utilizada 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
 
• Anestesia de um lado e depois do outro; 
• Como a agulha tem um comprimento médio de 5 cm 
consegue se anestesia 5 cm de um lado e 5 cm de outro; 
• Para procedimento de 20 cm por exemplo, anestesia a 
partir do último ponto anestesiado; ir fazendo infiltrações 
sequenciais. 
 
 
 
• No mesmo furo, anestesia um lado e o outro; 
• Pode se entrar com a agulha por dentro do corte. 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
Apendicite aguda 
• É a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico; 
• É a causa mais comum de abdome agudo inflamatório não 
traumático; 
• Patologia mais importante do apêndice cecal; 
• Ocorre em qualquer idade, mais comum entre 20-40 anos; 
• Acomete 7-10% da população; 
• Incidência semelhante entre os sexos; 
• 10% das apendicectomias são desnecessárias – difícil 
diagnóstico 
ANATOMIA 
• Localizada no FID; 
• É um divertículo intestinal com fundo cego; 
• Massa de tecido linfoide; 
• Origem na face póstero-medial do ceco, inferior a junção 
ileocecal; 
• Inervação: plexo mesentérico superior; 
• Fibras simpáticas e parassimpáticas. 
 
• O apêndice é a extremidade do ceco, é a confluência das 
3 tênias, logo abaixo da válvula ileocecal (normalmente); 
• Comprimento varia entre 4-20 cm; 
• Diâmetro 5-10 mm (6 mm) - varia com o tamanho da 
pessoa; 
• Espessura da parede: 4 mm; 
 
Vascularização 
Artéria mesentérica (seu primeiro ramo é a cólica média e o 
segundo ramo é a cólica direita); → Cólica direita → ramo: 
artéria íleo-ceco-apêndico-cólica → ramo: artéria 
apendicular . 
Drenagem 
Veia apendicular → veia íleo-ceco-apendico-cólica → Veia 
cólica direita → Veia mesentérica superior → veia porta 
 
• Estruturas próximas do apêndice: 
- Ceco; 
- Íleo; 
- Sigmoide; 
- Ovário; 
- Bexiga; 
 
Localizações do apêndice 
• Posição clássica: Fossa ilíaca direita – Subcecal; 
• Retrocecal – fica atrás do ceco (bloqueado): o quadro 
clínico é mais insidioso e com diagnóstico tardio; 
• Pélvica (mais longo); 
• Pré-ileal; 
• Pós-ileal 
• Subcecal 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
• Também tem apêndices que descem para a região do 
hipogástrio, podendo encostar nos ovários, útero; 
apêndices mais altos, que a dor migra da FID para o flanco 
direito (ocorre muito em mulheres gravidas, quando o 
útero empurra o ceco, gerando dor em flanco direito ou 
hipocôndrio direito); 
HISTOLOGIA 
 
• Mucosa - Epitélio cilíndrico simples 
- Células caliciformes em grande quantidade; 
• Submucosa 
- Presença de nódulos linfáticos – quando hipertrofiados 
gera a obstrução da luz do apêndice; 
• Camadas musculares; 
• Serosa 
FISIOPATOLOGIA 
Obstrução do lúmen do apêndice → acúmulo de secreção, 
estase e proliferação bacteriana → aumento da pressão 
intraluminal → edema, obstrução linfática e vascular → 
isquemia, necrose e perfuração (processo que leva cerca de 
48h); 
• A principal causa de obstrução do lúmen do apêndice é a 
hiperplasia linfoide (60%); 
• 40 – 35% por fecalitos; 
• 4% por corpo estranho, parasitas, sementes, bário (exame 
Enema opaco – pode ressecar e obstruir); 
• 1% por estenose; Tumores apendiculares ou cecais. 
DIAGNÓSTICO 
❖ Clínico 
• primeiro sintoma é habitualmente perda de apetite, 
anorexia; 
• A dor começa no mesogástrio (dor visceral) e depois migra 
para a FID (dor parietal); 
• Náuseas e vômitos; 
• Alteração do hábito intestinal; 
• Febre baixa; 
• Disúria em alguns casos – apêndice longo encostado na 
parede da bexiga; 
• Em 50% dos casos sintomas típicos; 
 
❖ Quadros clínicos atípicos: 
→ Criança: 
• Febre alta e adinamia; 
• Vômitos e diarreia; 
• Evolução rápida para perfuração; 
→ Idosos: 
• Febre baixa ou ausente; 
• Dor mais leve e insidiosa – pode permanecer dias; 
• Diagnóstico tardio – perfuração; 
 
→ Gestante: 
• Dor no flanco direito ou hipocôndrio direito; 
 
→ Imunodeprimidos: 
• Igual aos idosos. 
EXAME FÍSICO 
• Temperatura - axilar e retal (na criança tem diferença 
maior que 1 grau da retal para axilar); 
• Inspeção; 
• Palpação superficial (apendicite mais evoluída) e profunda 
(apendicite inicial); 
- Plastrão: massa inflamatória e dolorosa – apendicite 
aguda com evolução mais longa; 
- Sinal de Blumberg; 
- Sinal de Rovsing; 
- Sinal de Psoas; 
- Sinal de Obturador; 
- Sinal de Lapinski; 
- Sinal de Lenander; 
- Sinal de Dunphy (ao tossir sente uma dor na FID). 
• Toque retal – ao lado direito uma massa quente, 
endurecida e dolorida; 
• Ausculta – ruídos hidroaéreos aumentados em caso de 
diarreia ou diminuídos se não houver diarreia; 
• Exame ginecológico – algumas patologias da mulher são 
diagnósticas diferencias. 
 
❖ Ponto de McBurney - Dor à palpação na FID (ponto 
principal onde costuma estar localizado o apendice). 
Terço distal da linha entra a espinha ilíaca e o umbigo.HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
❖ Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca do 
abdome no ponto de McBurney. 
 
❖ Sinal de Rovsing: dor na FID quando se comprime a FIE e 
FE (os gases dentro do intestino refluem e distendem o 
seco). 
 
❖ Sinal do Obturador: dor no hipogástrico ao realizar a 
rotação interna e passiva da coxa direita flexionada, com 
paciente em decúbito dorsal; 
 
❖ Sinal do Psoas: dor a extensão passiva da coxa direita, 
com o paciente em decúbito lateral esquerdo. 
 
❖ Sinal de Lapinski: dor à compressão da FID, enquanto o 
paciente eleva o MMII esticado. 
 
❖ Sinal de Lenander: diferença entre a temperatura retal e 
axilar maior que 1ºC – geralmente em criança, adultos 
comumente não é medida a temperatura retal. 
❖ Sinal de Dunphy: piora da dor na FID com a tosse – a tosse 
aumenta a pressão abdominal que estimula a dor no 
apêndice. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
• Hemograma: leucocitose moderada com neutrofilia e 
desvio à esquerda; 
• PCR elevada; 
• Urina 1: geralmente normal, mas pode ocorrer - piúria, 
bacteriúria; 
• Beta HCG para descartar gravidez; 
• Pedir exames pré-operatórios – ureia, creatinina, sódio, 
potássio, coagulograma. 
 
- Pontuação entre 5-6: possível ser apendicite aguda; 
- Pontuação entre 7-8: provável ser apendicite aguda; 
- Pontuação >9: muito provável ser apendicite aguda. 
EXAME DE IMAGEM 
• Radiografia de abdome AP 
- Imagem de fecalito na FID; 
- Alça sentinela na FID – íleo parado; 
- Apagamento da sombra do psoas – processo inflamatório; 
- Pneumoperitôneo – perfuração do apêndice (gás fora do 
intestino). 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
• US de abdome total 
- Diâmetro do apêndice maior que 6 mm; 
- Líquido periapendicular; 
- Fecalito dentro da luz apendicular; 
- Apêndice não depressível. 
 
• TC de abdome total – exame de escolha se disponível 
- Diâmetro do apêndice maior que 8 mm; 
- Espessamento da parede apendicular; 
- Borramento da gordura periapendicular; 
- Fecalito dentro da luz apendicular; 
- Líquido periapendicular e gás extra-luminal; 
- Exame de maior acurácia 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
• Linfadenite Mesentérica; 
• Gastroenterites agudas; 
• DIPA; 
• Ruptura de folículo ovariano; 
• Gravidez ectópica; 
• Cisto ovariano hemorrágico; 
• Pielonefrite aguda; 
• Cólica nefrética; 
• Doença de Crohn; 
• Diverticulite de Meckel; 
• Úlcera péptica perfurada; 
• Tuberculose intestinal; 
• Outras. 
Fases da Apendicite Aguda 
• Fase I - Catarral ou edematosa: apêndice com hiperemia 
e edema; 
• Fase II - Flegmonosa ou supurativa: apêndice com 
exsudato fibroso e úlceras da mucosa; 
• Fase III - Gangrenosa: apêndice com necrose da parede e 
abcesso local; 
• Fase IV - Perfurativo: apêndice perfurado com peritonite. 
 
 
TRATAMENTO 
• Antibioticoterapia; 
• Hidratação; 
• Analgesia – só após confirmar o diagnóstico; 
• Cirurgia. 
❖ O prognóstico depende do diagnóstico precoce. 
Apendicectomia aberta x 
apendicectomia laparoscópica: 
A literatura não é conclusiva quanto a recomendação 
preferencial à um dos métodos. 
 
• Indicações: 
- Ausência de equipamento; 
- Cirurgias abdominais prévias; 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
- Hérnias abdominais; 
- Distensão abdominal; 
- Peritonite difusa (?); 
- Coagulopatias graves; 
- Insuficiência cardiopulmonar. 
 
1) Incisão de McBurney; 2) Incisão de Rockey-Davis; 
 3) Incisão mediana 
 
• Anestesia geral ou raquianestesia; 
• Incisão de 4-6 cm no ponto de McBurney; 
• Apêndice na junção das tênias; 
• Ligadura da artéria apendicular; 
• Ligadura e secção do colo apendicular; 
• Exérese do apêndice; 
• Sutura em bolsa – sepultamento do coto; 
• Limpeza da cavidade. 
 
→ Mais acessível; 
→ Menor taxa de abcessos intracavitários; 
→ Maior taxa de infecção da ferida cirúrgica; 
→ Menor custo 
 
 
 
 
 
 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
 
 
• Anestesia geral; 
• Colocação dos trocaters; 
• Apêndice na junção das tênias; 
• Ligadura da artéria apendicular com clips metálicas; 
• Ligadura e secção do coto apendicular com grampeador 
linear cortante; 
• Exérese do apêndice com saco coletor; 
• Limpeza da cavidade. 
 
• Alta hospitalar mais precoce; 
• Menor dor pós-operatória; 
• Retorno mais cedo às atividades profissionais; 
• Menor taxa de infecção da ferida cirúrgica; 
• Melhor resultado estético; 
• Maior custo 
 
 
 
 
Apêndice fase 1 
 
 
Apêndice fase 2 
 
Colocação do grampeador já ligado a artéria apendicular - 
costurar e cortar o apêndice do ceco 
 
 
Apêndice já pronto para ser retirado da cavidade 
HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello 
 
Saco coletor para retirar apêndice, que está necrosado – para 
não contaminar. 
 
Aspecto final 
 
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS DA ABERTA 
E LAPAROSCÓPICA 
• Infecção do sítio cirúrgico – infecção do local de retirada 
do apêndice; 
• Abcesso cavitário; 
• Fístula digestiva – sutura do apêndice abrir e vasar fezes 
na cavidade; fístula do ceco; 
• Peritonite; 
• Deiscência de sutura da pele – infecção da sutura de 
McBurney; 
• Obstrução intestinal – alça intestinal se adere no local da 
cirurgia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abdome Agudo 
 
• É uma condição clínica abdominal, que tem como 
principal sintoma a dor abdominal de início súbito ou de 
evolução progressiva, necessitando de avaliação e 
tratamento rápidos, seja este cirúrgico ou não; 
• Qualquer órgão intra ou retroperitoneal pode ser a causa; 
• Doença em víscera previamente normal (apendicite 
aguda), ou agudização de doença crônica; 
• O período crítico de dor é classicamente maior do que 6h, 
mas pode ser de 1 a 72h; 
• O retardo no diagnóstico e tratamento afetam 
negativamente o prognóstico 
• O diagnóstico precoce é essencial para diminuir 
morbimortalidade; 
• Anamnese detalhada e exame físico minucioso são mais 
importantes do que qualquer exame complementar; 
• A primeira avaliação é a mais importante, porque a 
analgesia subsequente pode alterar o exame físico; 
• Avaliações seriadas pelo mesmo médico, são a melhor 
forma de determinar a progressão ou a resolução da 
doença; 
• A conduta no paciente com abdome agudo deve ser 
ordenada e completa; 
• O tratamento adequado de pacientes com dor abdominal 
aguda, necessita de uma decisão em tempo hábil quanto 
a necessidade ou não de cirurgia; 
• Os médicos devem estar familiarizados com as causas 
mais comuns de abdome Agudo. 
 Trauma abdominal é uma entidade a parte! Causada por 
mecanismos diferentes. 
 
SINTOMAS 
• Dor abdominal (principal sintoma); 
• Febre; 
• Sintomas associados: icterícia, colúria, acolia fecal, 
Hematêmese, hematoquesia; 
• Sintomas urinários: disúria, polaciúria, hematúria; 
• História ginecológica: avaliação do ciclo menstrual, uso de 
DIU e cirurgias prévias. 
Tipos de dor 
→ Dor visceral: provocada por distensão, inflamação ou 
isquemia na linha média, que faz o paciente se 
movimentar constantemente (ex.: dor em cólica); 
• Ocorre no início do quadro; 
- Distensão, sem inflamação; 
- Vaga; 
- É difusa, mal definida; 
- Normalmente em linha média do abdome, tipo cólica. 
→ Dor somática ou parietal: tem origem no peritônio 
parietal, é mais localizada, constante e nítida, e se acentua 
com os movimentos, o paciente fica imóvel (peritonite); 
• Ocorre na inflamação da parede abdominal 
- Localização da dor próxima ao órgão acometido; 
- Mais intensa e nítida 
→ Dor referida ou irradiada: dor de origem intra-abdominal 
que se manifesta em áreas anatomicamente distantes, 
por compartilhar os mesmos circuitos neurais centrais. 
 
 
As 10 dimensões da dor 
1. Tipo (em pontada, em aperto, queimação.); 
2. Duração; 
- Tipo de dor e duração: primeiras perguntas; 
3. Evolução (progressivamente, intermitente, aguda.); 
4. Localização; 
5. Intensidade; 
6. Irradiação; 
7. Relação com funções orgânicas (ao comer ou estar em

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