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Cirurgia Semestre VI 2020 FAM - SP HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Ambiente cirúrgico • Setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas, visando atender a resolução de intercorrências, por meio de uma equipe integrada. • Realizadas técnicas estéreis para garantir a segurança do paciente, quanto ao controle de infecções; • O ambiente cirúrgico e as atitudes dos participantes do ato operatório são peculiares. • Calmo e silencioso; • Atenção com detalhes próprios e sistematização; • Paramentação; • Escovação das mãos e antebraços; • Conhecimento dos materiais cirúrgicos. Localização • Deve ocupar uma área independente da circulação geral, de preferencia de um andar separada; • Livre de trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço; • Mínimo ruído possível; • Fácil acesso de pacientes provenientes das Unidades de internação cirúrgicas, pronto socorro e UTI. Equipe • Composta por médicos, cirurgiões, anestesistas, instrumentadores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e pessoal da limpeza; • Integração com laboratório, radiologia, banco de sangue, anatomia patológica [...]. Áreas do centro cirúrgico Área não restrita: área de acesso, onde os profissionais podem circular livremente por estas áreas, sem roupas especiais. Vestiário, secretaria e corredor de entrada. Área semi-restrita: área de atendimento assistencial no pré e pós operatório. Permite a circulação de pessoal com roupa privativa do CC e gorro; de modo a não intervir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. Expurgo, sala de limpeza/preparo de material, posto de enfermagem, conforto médico e sala de recuperação anestésica. Área crítica: permite a circulação de pessoal com roupa privativa, gorro e máscara. Utilizada de maneira rigorosa a fim de diminuir os riscos de infecção. Salas de cirurgia, lavabos, sala de depósito de materiais esterilizados. Intervenção/Operação cirúrgica • É o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o cirurgião executa, na intenção da realização de ato cruento, com finalidade terapêutica, diagnóstica ou estética. • Operações fundamentais são atos cirúrgicos simples, que associados permitem a execução de cirurgias complexas. Paramentação • Utilização de roupas especiais – pijama cirúrgico. • Remover joias, pulseiras, anéis e relógios. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello ESCOVAÇÃO • Mais usados: Clorexidina ou PVPI degermante (tipo um sabonete, pois produz bastente espuma); • Deve remover a flora transitória da pele, e parte da flora residente; Flora transitória também chamada de flora de contaminação: é formada por microorganismos de tipo e virulência variadas, que não demonstram esterem consistentemente em todas as pessoas, depositando-se na superfície da pele e sendo facilmente removidos. Flora residente conhecida por flora de colonização: é contituida por microorganismos persistentes isolados na pele da maioria das pessoas, que sobrevivem e se multiplicam nos folículos pilosos e são de remoção facil. • Novas soluções antissépticas possuel maior efeito residual e diminuem o tempo de escovação; • Existem alguns produtos que despensa a escovação, só nessecitando uma lavavem cirúgica. • Escovação: 3-5 minutos (5 min na primeira escovação; 3 min nas próximas escovações entre uma e outra cirurgia). 1. Inicialmente, lavar as mãos e espalhar os antisséptico; 2. Dividir a mão e antebraço em 3 partes; 3. Escovar as unhas e pontas dos dedos; 4. Escovar as palmas e dorso das mãos; 5. Escovar cada um dos dedos; 6. Escovar o terço distar do antebraços e depois o terço proximal e cotovelos; 7. Enxaguar com a água correndo em direção do cotovelo; LAVAGEM CIRÚRGICA COLOCAÇÃO DO AVENTAL CIRÚRGICO • Não pode encostar o avental no próprio corpo, somente na parte interna ou na gola. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello COLOCAÇÃO DAS LUVAS • Somente pegar na parte dobrada da luva; Preparação Antisséptica da Pele • Realiza-se a aplicação de antissépticos sobre a região a ser operada, imediatamente antes do ato cirúrgico; • Em direção da área mais central para a periferia; • De acordo com a área a ser preparada, com a condição da pele e de hipersensibilidades do paciente conhecidas; • Soluções à base do álcool devem ser evitados em mucosas e feridas abertas; • Deve-se ter o cuidado de evitar o acúmulo de soluções sob o paciente (risco de queimaduras químicas). ASSEPSIA • Exclusão total de micro-organismos; • Conjunto de medidas que visa diminuir o número de micro-organismos e evitar sua disseminação ou contaminação de uma área ou objeto estéril; • Precaução da contaminação de artigos, superfícies ou tecidos que se supõe estéreis. • Exclusão de micro-organismos que produzem infecção; ANTISSEPSIA • Procedimento de supressão ou inibição do crescimento de micro-organismos da pele ou mucosas, utilizando-se substancias antissépticas. • Medidas que vida diminuir o crescimento de micro- organismos mediante a aplicação de um agente germicida; • Na forma alcoólica, ideal para antissepsia de campo operatória (pele íntegra); • Utilizado na forma tópica para antissepsia de mucosas e feridas abertas. Os antissépticos são substâncias hipoalergênicas de baixa causticidade, que matam ou inibem o crescimento de micro-organismos, quando aplicados sobre a pele ou mucosas; Perdem sua efetividade sobre a influencia da luz, temperatura e tempo; Estas substâncias antimicrobianas devem possuir propriedades como: - Rápida ação de início; - Persistente ação residual; - Não ser irritante para a pele. ÁLCOOL ETÍLICO 70% - Sua ação é imediata e age até três horas após a exposição; - Não possui efeito residual; - É indicado para desinfetar artigos semi-críticos, e superfícies fixas; - Antssepsia das mãos após lavagem; - Antissepsia da pele antes de venopunção; CLOREXIDINA - Degermante, tópico e alcoólico; - Sua ação inicia-se com 15 segundos de fricção e o efeito residual é 5 a 6 horas; - Tem sua ação diminuída por sabão, soro, sangue e detergente; - Usado na escovação cirúrgica de mãos e antebraço (degermante); - Usada na degermação de campo cirúrgico (tópico ou alcóolica); - Usada para banho de RN; - Em caso de alergia ao PVPI. POLIVINIL PIRROLIDONA IODO (PVPI) - Degermante, tópico e alcoólico; - Necessita de 2 minutos para começar a agir e efeito residual é de 6 a 8 horas; - Contra-indicado seu uso em RN; - Utilizado para escovação cirúrgica pré-operatória (degermante); - Usado na degermação de campo cirúrgico. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Colocação de campos cirúrgicos • Posicionado ao redor do local da operação; • É uma barreira para proteger os tecidos expostos da contaminação por micro-organismos; • Proteção da equipe cirúrgica de contaminação de fluídos corporais dos pacientes; • Dois tipos: - Reutilizável: feitos de tecido com trama pesada, algodão com tratamento químico; - Descartável: material sintético, de uso único. → Inferior primeiro, superior depois, um lado e outro lado. Posicionamento da equipe cirúrgica HABILIDADES CIRÚRGICAS Cicatrização “O processo de cicatrização tem como objetivo limitar o dano tecidual e permitir o restabelecimento da integridade e funções dos tecidos afetados.” Reparação (cicatrização) x regeneração: • Cicatrização (reparação): o tecido lesado é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado (tecido de granulação), isso ocorre na maior parte dos órgãos. Ex: pele, sistema nervoso e cartilagens. • Regeneração: é um processo maisraro. O tecido lesado será substituído por um tecido morfo-funcionalmente idêntico. Ex: tecidos hematopoiéticos, ossos e fígado. Fases da cicatrização: - Fase inflamatória; - Fase proliferativa ou de fibroplasia; - Fase de maturação ou remodelação. Todas essas fases ocorrem imbricadas, ou seja, uma é parcialmente coberta pela anterior e assim cobre a subsequente. • A duração de cada uma das fases depende do grau da lesão! Fase inflamatória • Duração: aproximadamente de 1 a 4 dias; A célula lesada libera histamina, serotonina, bradicinina [...] → tais mediadores inicialmente - no momento da lesão, causam uma vasoconstrição (visa gerar uma hemostasia) → posteriormente ocorre uma vasodilatação (aumento de fluxo de sanguíneo para região). • No momento da vasodilatação: ↑ permeabilidade capilar, extravasamento de líquidos para o espaço extracelular → edema local → hiperemia (rubor e calor local) + sensibilidade aumentada (dor no local). Fase proliferativa • Duração: aproximadamente 3-15 dias; • Visa o fechamento da lesão – preencher o espaço morto com tecido de granulação que é rico em fibroblastos – produz colágenos; Durante toda a cicatrização ocorre a produção de colágeno que ocupa o espaço vazio onde ocorreu a lesão → tecido então vai sendo preenchido pelo colágeno, que inicialmente é produzido aleatóriamente e posteriormente é produzido em melhor qualidade durante a fase de maturação. 1ª fase: hemostasia • Vasoconstrição (dura poucos minutos) + agregação plaquetária + ativação da coagulação, com formação de uma rede de fibrina; - Rede de fibrina irá aprisionar as hemácias, plaquetas → formando um tampão que irá ocluir os vasos para controlar o sangramento. 2ª fase: inflamatória – vasodilatação • Vasodilatação que ocorre decorrente de mediadores químicos; → chegada de um grande número de células para o local - leucócitos, neutrófilos, monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos. - Neutrófilos: primeiras células a chegar no local → combate e previne bactéria. - Os monócitos, que estão dentro do vaso, ao saírem do vaso e migrarem para o tecido se tornaram macrófagos→ irão fazer a limpeza da ferida através de fagocitose. Os macrófagos são imprescindíveis para o processo da cicatrização. 3ª fase – início da epitelização • A epitelização só ocorre efetivamente no final da fase de fibroplasia, porém tem seu início na fase inflamatória. • 12 horas após a lesão; • Objetiva o fechamento da ferida. HABILIDADES CIRÚRGICAS • Fibroblasto é a principal célula; • Ocorre angiogênese, que permite a formação de novos vasos dentro do tecido de granulação; Angiogênese é estimulada pela hipóxia; proveniente dos capilares das margens da ferida. Os mediadores químicos que estão presente na fase: VEGF, FGF, EGF [...]. • Fibroblastos + vasos neoformados + base de sustentação formada por colágeno → tecido de granulação (tecido vermelho vivo, muito vascularizado); • O colágeno que está sendo formado → colágeno tipo III; • Continua a epitelização superficialmente; • No final da fase proliferativa alguns fibroblastos começam a se transformar em miofibroblastos – visando a próxima fase. EPITELIZAÇÃO: termina quando um epitélio de um lado encosta no epitélio do outro lado → inibição por contato Um distúrbio de cicatrização pode causar uma cicatriz hipertrófica ou quelóide – “cicatriz mais alta” → ocorre quando não há inibição por contato adequadamente. Maturação • Duração: Aproximadamente 7 dias a meses; • Remodelação, contração da ferida e ganho de força tênsil; • Evolução da cicatriz que se torna mais claro e plana; • Diminuição progressiva da vascularização, dos fibroblastos e macrófagos; aumento do colágeno. • Substituição do colágeno tipo III → colágeno tipo I; - O colágeno tipo I é mais rígido e tem disposição em um único sentido; já o colágeno tipo III é produzido aleatoriamente e tem disposição em vários sentidos. A força de tração é recuperada: - 3% em 1 semana; - 20% em 3 semanas; - 80% em 3 meses. Tipos de cicatrização • Cicatrização por primeira intenção: bordas da ferida são aproximadas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo. → Tecido de granulação não visível. • Cicatrização por segunda intenção: ferida aberta, ocorre perda excessiva de tecido e presença de infecção; processo mais demorado, com tecido de granulação exuberante - presença de detritos dentro da ferida, (pedra, asfalto, grama, terra...), então opta-se por não fechar a ferida. • Preocupação principal: infecção; estética em 2º plano. • Cicatrização por terceira intenção: ferida não suturada inicialmente; em um primeiro momento fica aberta e após a melhora do quadro infeccioso tem suas bordas aproximadas e suturadas, no intuito de diminuir o tecido de granulação. • Poucos pontos, mais largos – para diminuir a área de cicatriz, mas nunca se compara a uma cicatriz em “fio de cabelo”. HABILIDADES CIRÚRGICAS Importância do tecido de granulação • Muito resistente à infecção; • Sobre ele o epitélio migra para fechar a superfície da ferida; • Suprimento dos fibroblastos que produzem colágeno; • Favorece o processo de contração da ferida – pele fecha de fora para dentro. Fatores que afetam a cicatrização • Fatores locais: - Corpo estranho, sujidades, material de sutura, implantes, tecido necrosado ou isquêmico; - Infecção; - Temperatura; - Coleção de líquidos: hematoma e seroma; - Espaço morto; - Material de incisão: bisturi (muito mais delicado) x tesoura; abrir a pele com o bisturi elétrico não é o mais adequado, pois ele queima a pele; - Uso de eletrocautério; - Tempo transcorrido entre o trauma e o tratamento; - Bandagens; - Área de tesão ou movimento – indicado fazer uma maior imobilização do local. • Fatores locais: - Uso de corticosteróides; - Radioterapia ou quimioterapia; - Idade; - Diabetes melitus descompesada; - Hiperadrenocorticismo; - Fumo; - Hipoproteinemia; - Hepatopatia: deficiência de fatores de coagulação (a primeira fase da cicatrização não ocorre como deveria); - Choque hipovolêmico; - Uso de anti-inflamatórios – no pós operatório é interessante o uso para o controle da dor, porém, por poucos dias, para não atrapalhar o processo cicatricial; - Oxigênio hiperbárico e fototeratia. Cicatrização patológica 1. Coloração; 2. Malignização; 3. Cicatrização excessiva. TRANSTORNOS DA PIGMENTAÇÃO Hiperpigmentação: cicatriz fica mais corada. Pode ocorrer em qualquer raça, mas é mais comum na raça negra. Despigmentação: produz melanócitos no meio da ferida; existe geralmente uma tendência genética, ou quando ocorre várias lesões no mesmo lugar. HABILIDADES CIRÚRGICAS Fenômeno de Koebner: quando ocorre uma ferida/cicatriz em um indivíduo que possui uma doença de pele prévia (psoríase, vitiligo e líquen plano ...). O trauma ocorreu, por exemplo, no tórax e o paciente possui as feridas da doença de pele nos cotovelos e joelhos; no local da cicatrização aparece a doença de pele que ele tem. MALIGNIZAÇÃO • Ocorre quando há feridas crônicas, dificuldade de cicatrizar – acomete geralmente diabéticos, pacientes com insuficiência vascular; • Essa úlcera que não cicatriza ao longo do tempo pode gerar uma alteração da inibição por contato da celularidade quando encosta uma borda naoutra → Pode formar carcinomas de células escamosas na ferida. CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA • Vários fatores podem influenciar: infecção, desnutrição, hipóxia, irradiação, idade e drogas (corticosteróides, beta- aminopropionitrila, D-penicilamidacochicina, colchicina e agentes quimioterápicos). CICATRIZAÇÃO EXCESSIVA Cicatriz hipertrófica e queloide: são praticamente iguais – ocorrem em estágios diferentes. • Incidência: - Raça negra e amarela; - Jovens entre 10 e 30 anos; - Hereditariedade: inconclusivo; - Regiões torácica anterior e posterior, e deltóidea; - Raro: pálpebras, genitais, região palmar e plantar. CICATRIZ HIPERTRÓFICA • Cicatrizes mais elevadas, avermelhadas e pouco pruriginosas; • É mais elevada, mas não ultrapassa a área do trauma; • Podem regredir espontaneamente; • Boa resposta ao tratamento. QUELOIDE • Estágio avançado de cicatriz hipertrófica; • Elevado, avermelhado e muito pruriginoso; • Ultrapassa o limite do trauma; • Invade o tecido normal adjacente de forma irregular; • Não tem tendência à regressão; • Pouca resposta ao tratamento. Cicatriz hipertrófica x queloide HABILIDADES CIRÚRGICAS • TRATAMENTO: - Cirúrgico; - Corticóides; - Placas de silicone que fazem pressão local para cicatriz hipertrófica; - Radioterapia local; HABILIDADES CIRÚRGICAS Instrumentação Cirúrgica Cirurgia • É o conjunto de gestos manuais ou instrumentais que o cirurgião executa, na intenção da realização de ato cruento, com finalidade terapêutica, diagnóstica ou estética. • Operações fundamentais são atos cirúrgicos simples, que associados permitem a execução de cirurgias complexas. Técnica operatória: geral e especial • Técnica Operatória Geral: estuda as manobras operatórias básicas ou gerais.Compreende diversos métodos e instrumentais ordenados em sequência lógica e harmônica. ▪ Métodos consagrados, que vão evoluindo ao longo dos anos; ▪ Que apresentam os melhores resultados. ▪ São conhecimentos gerais necessários a todo cirurgião (inclui paramentação, escovação cirúrgica, antissepsia e colocação de campos, posição da equipe, vestuário, anestesia...). • Técnica Operatória Especial: estuda cada intervenção em particular - Feito de maneira específica; - Sobre determinada região anatômica; - Dividida por especialidades cirúrgicas; - Exemplo: gastectomia, pleurodese, nasoplastia, craniotomia [...]. Operações fundamentais → Diérese: toda manobra destinada a criar descontinuidade de tecidos. Quando implica na retirada de tecido ou órgão, chama-se exérese; → Hemostasia: Toda manobra destinada a evitar ou estancar uma hemorragia; → Síntese: É a aproximação adequada dos tecidos, visando apressar a cicatrização. • Tática cirúrgica: estuda as vantagens e desvantagens da aplicação de um dos métodos, entre os vários existentes: - De acordo com a situação; - Aspectos clínicos e anestésicos do paciente; - Alterações anatômicas locais; - Opção do cirurgião – visando o melhor para o paciente; - Exemplo: escolhe uma gastrostomia ao invés de uma gastrectomia ou determinada via de acesso. Diérese Processo de divisão dos tecidos que possibilita o acesso à região a ser operada; - Incisão: ato de separar os tecidos com corte inciso; - Secção: ato de cortar com a tesoura; - Divulsão: ato de separar os tecidos sem corte, com tesoura (parte romba), mixter, pinças; - Serração: ato de serrar estruturas duras; - Punção: Instrumento perfurante, diversas finalidades. - Dilatação: Aumento do diâmetro de canais ou orifícios diversos. Se possível, seguir as linhas de Langer ou Kraissil - linhas de forças da pele. São perpenpendiculares as fibras musculares → importância estética e movimentação do membro. INSTRUMENTOS • Bisturi – principal instrumento da diérese. → Segurar em modo empunhadura! - Tipo lápis: maior delicadeza e precisão, em incisões pequenas e/ou curvas; - Tipo arco de violino: incisões longas retilíneas ou curvas suaves. HABILIDADES CIRÚRGICAS Incisão: feita de uma vez só, em um único movimento. Iniciar perpendicular ao tecido, prosseguir em 45º e terminar vertical (entra em 90º, puxa em 45º e termina em 90º). - A incisão deve ser feita em um único movimento, de uma vez só, sem levantar o bisturi – movendo o pulso ao mesmo tempo que traciona o braço. Nº 3 tem uma incisão mais delicada que o nº 4 • Tesura: Secção - ato de cortar com tesoura, serra ou bisturi elétrico. - Metzembaum: utilizada para divulsionar tecidos orgânicos e fios na cavidade. Menos traumática, com extremidades finas e delicadas. - Mayo: mais traumático; para secção de fios na superfície e para cortar tecidos não orgânicos (gaze, fio). A tesoura de Metzenbaum, apesar de ser maior que a de Mayo, é mais delicada. - Tesoura vascular de Potts-smits: tem pontas finas e anguladas em vários ângulos - cortar vasos. - Tesoura de Íris: pequena e delicada, para cirurgia oftalmológica - Bisturi elétrico: ato de cortar com corrente elétrica; gera calor. Pode ser monopolar ou bipolar: ▪ Bisturi monopolar: o Corrente através do paciente; o Hemostasia rápida e efetiva; o Mais agressivo; o Necessita placa (terra); o Dispersa mais energia; o Maior risco de queimadura; ▪ Bipolar: o Corrente entre duas mandíbulas; o Corrente não dispersa no paciente; o Mais lento; o Maior precisão de coagulação; o Permite uso próximo a estruturas delicadas; o Área coagulada é menor; o Menor risco de lesão; o Não corta, apenas coagula; - Bisturi à laser: secção – ato de cortar com luz em determinado comprimento de onda; gera calor. - Bisturi Ultrassônico: secção – a ativação ultrassônica do instrumento é gerada por um conjunto de cerâmicas que vibram numa frequência de 55 mil vezes por segundo. Coagulação à baixas temperaturas. HABILIDADES CIRÚRGICAS ▪ Vantagens: lesão mínima aos tecidos; menos fumaça; sela vasos de 5 mm; sem corrente elétrica no paciente. - Bisturi de Argônio: secção – ato de cortar com gás ionizado. Coagulação mais homogênea e pouco profunda. A energia térmica produz calor superficial e de maneira uniforme, coagulando os vasos superficiais. ▪ Vantagens: lesão mínima aos tecidos; torna o procedimento menos invasivo ou traumático; usado na hemostasia da superfície hepática; usado em cirurgias de córnea e retina. - Serra: serração – ato de serrar tecidos duros. Rugina Doyen: para costelas Serra de Gigli: ossos de grosso calibre (fêmur) - Tesoura, mixter, pinças ou afastadores: divulsão – ato de separar os tecidos sem corte. - Instrumento perfurante: punção – diversas finalidades; Drenagem de coleção líquida, colheita de fragmentação de tecido e de líquidos orgânicos, injeção de contraste ou medicamentos. - Dilatação: aumento do diametro de canais ou orifícios diversos. Usados para aumentar o diâmetro de canais e orifícios naturais ou de trajetos fistulosos. Vela de Hegar Dilatador uretral HABILIDADES CIRÚRGICAS Hemostasia • Processo que tem por objetivo impedir ou coibir a hemorragia.• A recuperação da hemostasia eficiente ultrapassa a própria duração da cirurgia. - Evita perde excessiva de sangue; - Propicia melhores condições técnicas pra cirurgia; - Favorece a cicatrização da ferida; - Previne a infecção e deiscências; - Evita reoperação para drenagem de hematomas. TIPOS DE HEMOSTASIA • Temporária: executada no campo operatório ou a distância, sendo restabelecido o fluxo sanguíneo a seguir. Pode ser cruenta ou não; → Pinçamento: Com pinças hemostáticas atraumáticas, por curto tempo; → Compressão: Cruenta ou à distância, digital (entre indicador e polegar) ou contra a superfície óssea; → Garroteamento: é incruento. Faixa de Smarch, manguito pneumático; → Ação farmacológica: Drogas hipotensoras ou hemostáticas (vasoconstritoras) → Parada circulatória com hipotermia: Sofisticado, de aplicação limitada. Ex: Cirurgia cardíaca; → Oclusão endovascular: Balão introduzido na luz do vaso. Ex: Cirurgia vascular • Definitiva: interrompe a circulação permanentemente; → Ligadura: Com fio cirúrgico ou clipes; → Cauterização: Com bisturi elétrico, com bisturi de argônio, calor ou substância química; → Foto coagulação: Com bisturi à laser; → Sutura: Engloba ou rafia o vaso; → Obturação: Substâncias exógenas para obstruir a luz do vaso; → Tamponamento: Compressão da área com compressas ou gazes; • Preventiva: executada antes de abordar a região a ser operada. Para evitar que o sangramento ocorra. Feita antes da cirurgia. • Corretiva: quando o sangramento já está ocorrendo. Durante o ato operatório ou após o trauma ter ocorrido. • Fisiológica: hemostasia – cascata de coagulação. INSTRUMENTOS • Kelly: possui entalhe na matade anterior da pinça; - Pinçamento de vasos – curva; - Pinçamento de fios – reta. • Crile: entalhe em toda a pinça; - Pinçamento de vasos viscerais – curva; - Repara de fios – reta. • Halsted: mosquito, pequeno e delicado, entalhe em toda a pinça → A mais delicada. - Pinçamento de vasos pequenos superficiais – curva; - Reparo de fios mais delicados – reta. • Rochester: mais grossa e firme, entalhe em toda a pinça; - Para pedículos de vasos mais calibrosos, tudos ou alças intestinais ressecadas – curva; - Menos delicada – reta. HABILIDADES CIRÚRGICAS ESPECIAIS • Mixter: pinça hemostática mais longa e curva, entalhe parcial na pinça; - Para pinçamento de vasos mais profundos e pedículos vasculares e também para dissecção de tecidos e passagens de fios cirúrgicos. • Crawfoord: pinça longa e com discreta curva, com entalhe em toda a pinça. - Para hemostasia profunda ou extensa. Kocher: possui dentes, maior capacidade de se fixar aos tecidos, mais traumática. NÃO É HEMOSTÁTICA – instrumento de preensão. Síntese • Aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados. - Manutenção da contiguidade dos tecidos; - Visa facilitar o processo de cicatrização; - Deve resistir às trações e tensões; - A síntese deve resistir até que a cicatrização esteja com resistência suficiente para unir os tecidos; - Suturas, grampos e adesivos cirúrgicos. INSTRUMENTOS PORTA AGULHAS • Porta agulha Hegar – principal porta agulha do cirurgião geral. OBS: Toda vez que uma pinça tem o cabo dourando, significa que é um equipamento de maior delicadeza, maior qualidade, maior precisão; • Porta agulha Mathieu • Porta agulha Castroviejo: muito delicado, utilizado em cirurgias oftalmológicas. PINÇAS DE DISSECÇÃO: utilizadas para segurar o tecido durante a síntese; mas são utilizadas também durante a diérese, por exemplo. • Pinça anatômica HABILIDADES CIRÚRGICAS • Pinça dente de rato: “dentinho” que favorece uma melhor preensão do tecido – segura mais que a pinça anatômica • Pinça de Adson: mais curta e delicada; usada para segurar a pele. • Pinça Debaky: intermediária, entre a anatômica e a dente de rato; possui um dente muito pequeno e delicado. Pinça de boa preensão e ao mesmo tempo delicada → Cirurgia vascular; suturar algum vaso. • Pinça de algodão AGULHAS - Instrumentos afiados e pontiagudos, usados para perfurar os tecidos carregando um fio cirúrgico; - Confeccionados de aço inoxidável ou aço carbono; - Disponíveis em grande variedade de tipos, formas, comprimentos e espessuras. A agulha é dividida em três partes: olho, corpo e a ponta: Ponta: pode ser cilíndrica ou triangular cortante. - Cilíndrica: só a ponta dela que fura o tecido; para tecidos mais delicados – fígado, alça intestinal. - Triangular cortante: a ponta e suas laterais são cortantes; usado para tecidos mais rígidos – pele. Corpo: classificado conforme o tamanho. Pode ser curvo, semi-curo ou reto. - As agulhas mais utilizadas são as: ½ círculo, 3/8 de círculo e 5/8 de círculo. - As de ¼ de círculo são mais delicadas – cirugias oftalmológicas Olho (fundo): traumático ou atraumático. - Atraumática: fio vem pré-montado; não traumatiza o tecido. - Traumática: precisa passar o fio, logo, elas são mais largas na parte do fundo, portanto, traumatiza mais o tecido. • Posição da agulha no Porta agulha: Preensão do porta agulha um ou dois milímetros para trás da metade da agulha HABILIDADES CIRÚRGICAS • Para suturar: entrar com a ponta da agulha em 90º (pega mais quantidade de tecido) e depois faz a curva. - Sempre surturar tipo “interrompida”: entra em uma borda, sai no meio, e depois entra na outra borda – para pegar quantidades simétricas de tecido. Instrumentos especiais - Ficam no 4º quadrante da mesa cirúrgica; - Instrumentos com finalidades variadas e de acordo com a especialidade cirúrgica; - Podem auxiliar na apresentação do campo operatório, vedar a saída de líquidos ou secreções corpóreas, auxiliar na hemostasia, levar fios ao campo cirúrgico, variam amplamente com o tipo de cirurgia. INSTRUMENTOS • AFASTADORES MANUAIS 1. Afastador de Farabeuf: mais comum; utilizado na pele, subcutâneo e músculos. 2. Afastador de Richardson: mais profundo e mais largo que o Farabeuf 3. Afastador de Langenbeck: mais comprido e estreito, logo, pode atingir planos mais profundos. – Corte pequeno e profundo é adequando. 4. Afastador de Volkmann: possui garras na parte curta, dando mais aderência aos tecidos. Usado para áreas superficiais. 5. Afastador de Doyen: para cavidade abdominal – de maior empunhadura. • AFASTADORES AUTOSTÁTICOS – possuem mecanismo de trava, permanecendo abertos. 1. Afastador de Gosset: usado para parede abdominal – vem na caixa de laparotomia exploratória; 2. Afastador de Finochietto: usado em cirurgia de tórax para abertura dos espaços intercostais ou médio-esternal – vem somente na caixa de toracotomia. 3. Afastador de Balfour: parecido com o de Gosset, porém há uma válvula supra púbica acoplado nele; essa válvula serve para abaixar a bexiga, então fica voltada para cavidade pélvica. Enquanto as garras laterais abrem a parede abdominal no sentido transversal, a válvula puxa a bexiga para baixo, apresentando melhor a cavidade pélvica e o útero. HABILIDADES CIRÚRGICAS 4. Afastador de Weitlaner: menor, utilizado em apendicectomia. Possui garras para aplicação na pele e músculos. Instrumentos especiaisde hemostasia - Posicionados no 4º quadrante! • Mixter: pinça hemostática longa e curva, com angulação de quase 90º (pode ser de 90º ou próxima); para hemostasia profunda ou passagem de fios cirúrgicos; • Crawfoord: pinça longa, parecida com o mixter – diferem- se na angulação (mixter tem a angulação próxima de 90º e crawfoord tem uma curva suave e homogênea). Para hemostasia profunda e/ou extensa – órgãos mais profundos; • Satinsky: pinça com duas curvas – ótima para pedículos vasculares. Pode camplear artéria e veia calibrosas ao mesmo tempo → Muito boa para momentos emergências; • Buldog: pinça hemostática de pequenos vasos; • Moyniham: parece com o crawfoord, porém o crawfoord tem uma maior área de ranhura, e a moyniham é mais comprida. Usado para levar o fio até o campo cirúrgico! NÃO É UMA PINÇA HEMOSTÁTICA. HABILIDADES CIRÚRGICAS Instrumentos especiais de Preensão • Babcock: delicado – para preensão atraumática. Alça de intestino, por exemplo. • Allis: pequenos “dentinhos” nas pontas; tem poder de preensão melhor, porém é traumática. • Collin: área de preensão é ovalada. • Duval: área de preensão é triangular. Outros instrumentos • Cheron: pinça de antissepsia de campo cirúrgico; • Backhaus: pinça bem agressiva, não pode pegar na pele do paciente pois pode machucar. Utilizada para fixar estruturas ao campo cirúrgico; • Clamp intestinal: evitar extravasamento de secreções. Quando há uma alça intestinal que será cortada, prende- se antes; • Espátulas: tipo de afastadores de estruturas; formatos variados. - Espátula de Reverdin – sapata; - Espátula maleável; - Espátula de Deaver. HABILIDADES CIRÚRGICAS SINAIS MESA DE INSTRUMENTAÇÃO Posição em relação ao paciente e ao cirurgião. Do instrumento mais delicado para o menos delicado. Ponta virada para baixo. - Especiais: 4º quadrante; - Síntese: 3º quadrante (encostado no paciente); - Hemostasia: 2º quadrante; - Diérese: 1º quadrante. (encostado no paciente); • 1º quadrante: bisturi cabo 3 e 4; tesoura íris; tesoura Mezenbaum; tesoura Mayo (voltada para o instrumentador, pois ele que usa); • 2º quadrante: Halsted curva; Halsted reta; Crile curva e reta; Kelly curva e reta; Rochester. - Finalizado com a Kocher, apesar de não ser para hemostasia. • 3º quadrante: pinças, porta agulhas e fio cirúrgico. Afastador Farabeuf fica entre o 1º e 3º quadrante, pois é usado tanto na diérese quanto na síntese. • 4º quadrante: instrumentos especiais HABILIDADES CIRÚRGICAS Ferimentos e feridas Qualquer lesão ou perturbação produzida em qualquer tecido por um agente externo. Classificação Fechado: Causados por objetos contundentes que danificam subcutâneo, sem ocorrer o rompimento da pele. • Edema: extravasamento de líquido, é a elevação e palidez da pele. Surge 1 a 3 minutos após o trauma (sem extravasamento de sangue); • Equimose: extravasamento de sangue no tecido subcutâneo (rompimento de capilares) sem ocorrer aumento de volume, mesmo que atinja a pele não causa abaulamento. Coloração preto azulada; • Hematoma: extravasamento de sangue entre os tecidos, com aumento de volume, pela ruptura de um vaso mais calibroso. Aberto: São ferimentos que rompem a integridade da pele, expondo tecidos internos, geralmente com sangramento; também são denominados feridas. • Incisivo (ou cortante): são aquelas produzidas por um instrumento cortante. Ferida linear, com bordas regulares e pouco traumatizadas (o próprio objeto já corta – faca, p. ex). As feridas limpas geralmente são fechadas por suturas. • Contuso: são produzidas por objeto rombo (que não é afiado), capaz de romper a integridade da pele, produzindo feridas com bordas traumatizadas. Lesão de partes moles, hemorragia e edema. • Perfurante: trauma por objeto fino e pontiagudo, são caracterizadas por pequenas feridas abertas na pele e profundas. Por ex.: feridas feitas por arma de fogo (perfurocontuso) ou ponta de faca (perfurocortante). Perfurocortante: nunca tirar o objeto, pois ele pode estar tamponando um vaso de grande calibre e ao tirar ocorre uma hemorragia - apenas estabilizar o ferimento. Perfurocontuso: geralmente são os ferimentos com arma de fogo – no OS quando chega um paciente com ferimento de arma de fogo, deve-se anotar todos os orifícios encontrados → localizações de entrada e saída: orifícios de entrada tende a ser mais retilínio, regular e apresentar queimadura; já o orifício de saída, como o projétil perde força em contato com os tecidos, ele sai rasgando (mais irregular). HABILIDADES CIRÚRGICAS • Penetrantes: atinge uma cavidade natural do organismo, geralmente tórax ou abdome. Habitualmente linear ou puntiforme. • Lacerações: são aqueles com margens irregulares, com mais de um ângulo (dois ou três eixos), causadas por pressão ou tração excessiva no tecido. Por ex.: acidente de carro, lacerações por arame farpado, estilhaços de vidro ou mordida de animal. • Escoriações: ferimento produzido pelo atrito de uma superfície áspera e dura contra a pele. Por ex.: queda de moto. • Avulsão ou amputação: parte do corpo é cortada ou arrancada – Membros, orelha, nariz, entre outros. Grau de Contaminação Feridas Limpas: em ambientes internos (em cirurgia, p. ex), não apresentam inflamação e não são atingidos os tratos respiratórios, digestivo, genital ou urinário – que podem conter bactérias; Risco de infecção 1-2%; Feridas Potencialmente Contaminadas: ambientes externos - são considerados potencialmente contaminados os ferimentos com menos de 6 horas, ou cirurgias nas quais os tratos respiratório, alimentar ou urinário são atingidos, porém em condições controladas; Risco de infecção 7-10%; Feridas Contaminadas: ferimentos externos com mais de 6 horas de evolução, e cirurgias em que a técnica asséptica não foi respeitada devidamente (rompimento de alça de intestino que vasou secreção fecal para cavidade, p. ex); Risco de infecção 15-20%. Feridas Infectadas ou sujas: aquelas nas quais os microrganismos já estavam presentes antes da lesão; (terra, pus, pó de café, pasta de dente, pedregulho, grama, fragmentos metálicos). Risco de infecção 50% Grau de Comprometimento Tecidual Estágio I: caracteriza-se pelo comprometimento da epiderme, porém com pele íntegra; formação de hiperemia, descoloração ou endurecimento da epiderme; COMO PROCEDER NO LOCAL DO ACIDENTE • Controle do ABC é a prioridade como em qualquer outra vítima de trauma. Ferimentos com sangramento importante exigem controle já no passo C; • Avaliação do ferimento, informando-se sobre a natureza e a força do agente causador, de como ocorreu a lesão e do tempo transcorrido até o atendimento; • A inspeção da área lesada deve ser cuidadosa. Pode haver contaminação por presença de corpo estranho e lesões associadas. O ferimento deve ser exposto e, para isso, pode ser necessário cortar as roupas da vítima - evite movimentos desnecessários com a vítima (por ex.: desvestir a vítima); • Limpeza da superfície do ferimento para a remoção de corpos estranhos livres e detritos - utilizar uma gaze estéril com luva pararemoção mecânica delicada e aplicação de soro fisiológico, sem provocar atrito; • Objetos penetrantes não devem ser removidos, mas sim imobilizados para que permaneçam fixos durante o transporte ao hospital; • Proteção da lesão com gaze estéril que deve ser fixada com atadura de crepe. HABILIDADES CIRÚRGICAS Estágio II: ocorre perda tecidual e comprometimento da epiderme, derme ou ambas; abrasão, bolha (pele íntegra, mas atingiu a derme) ou úlcera artificial; Estágio III: caracteriza-se por presença de lesão profunda, com comprometimento total da pele, atingindo o tecido subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia muscular; Estágio IV: extensa destruição de tecido, ferida em cavitação, profunda que atinge músculos, tendões e/ou ossos, podendo ocorrer necrose. Pele Maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% do peso corporal. Apresenta grandes variações ao longo de sua extensão. • Epiderme: Tecido avascular com células dispostas em múltiplas camadas. Possui os melanócitos, que são responsáveis pela pigmentação da pele e os queratinócitos que produzem a queratina, que fornece resistência à atritos e variações de temperatura Camada mais externa; Composta por 4 extratos de epitélio escamoso: - Córneo (mais externo); - Granuloso; - Espinhoso (mais espesso); - Basal (mais interno) – onde a pele é formada; Queratinócitos; Espessura: varia com a localização, idade ou sexo; Período de regeneração: + ou – 4 semanas • Derme: Camada vascularizada que possui uma rica rede nervosa, corpúsculos sensitivos, além das glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos. Possui vários tipos de células: fibroblastos, fibrócitos, macrófagos, mastócitos, e leucócitos sanguíneos, particularmente neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e monócitos. Camada intermediaria; Também conhecida como cório ou pele verdadeira Composta de 2 estratos - Papilar: mais próximo a epiderme; - Reticular. • Hipoderme – tecido celular subcutâneo: Camada vascularizada e formada por tecido adiposo, envolvida na termorregulação, reserva nutricional e provisão de energia. Compõe-se de fibras de tecidos conjuntivos, que sustentam o tecido adiposo; É atravessada por vasos sanguíneos mais calibrosos; Ocorre o metabolismo dos carboidratos e a lipogênese (síntese de ácidos graxos e triglicérides, que serão armazenados subsequentemente no fígado e no tecido adiposo); HABILIDADES CIRÚRGICAS É uma camada de ligação e isolante do frio e calor exacerbados; Funções da pele • Proteção: barreira física; • Sensibilidade: dor, pressão, tato, calor e frio; • Termorregulação: vasoconstrição, vasodilatação, sudorese; • Excreção: eletrólitos e água • Metabolismo: síntese de vitamina D e formação óssea • Imagem corporal: detalha a aparência. Feridas É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, podendo ser superficial ou profunda, e que deve se fechar em até 6 semanas; • Úlcera: É a ferida que não cicatrizou em 6 semanas. Classificação quanto ao tipo de tecido • Tecido necrótico: isquemia, tecido não viável; • Escara: quando a necrose é dura e seca, de cor preta ou marrom; • Esfacelo: tecido mucóide e macio, de cor amarelada ou cinza, com aderência frouxa ou firme, formado por fibrina. • Tecido de granulação: tecido muito vascularizado, de cor vermelho viva; tecido cicatricial. • Tecido de epitelização: redução da vascularização e um aumento do colágeno, contração da ferida. Tecido róseo. Classificação quanto a causa • Traumática ou cirúrgica: resultante de trauma ou cirurgia; • Patológica: consequente a uma patologia – Por ex.: úlcera de pressão (escara), neoplasia, úlceras venosas e arteriais; • Iatrogênica: resultante de procedimentos ou tratamentos; ex.:radioterapia feita em quantidade muito intensa. Classificação quanto a evolução • Aguda: feridas de fácil resolução, há o rompimento do tecido com desencadeamento imediato da hemostasia; ex.: cortes - incisas, lacerações, queimaduras; • Crônica: feridas de longa duração, com desvio do processo cicatricial fisiológico (Por ex.: diabetes crônico.) O termo ferimento é usado mais para acidentes; o termo feridas é usado quando se acompanha cronicamente. HABILIDADES CIRÚRGICAS Classificação quanto ao comprometimento tecidual Estágio I: pele íntegra com hiperemia, descoloração ou endurecimento; Estágio II: epiderme e derme estão rompidas, com hiperemia; Estágio III: perda total da pele (epiderme, derme e subcutâneo), úlcera profunda com ou sem necrose. Não acomete fáscia muscular; Estágio IV: grande destruição tecidual, com necrose, atingindo músculos, tendões e/ou ossos. Crateras fundas ou túneis. HABILIDADES CIRÚRGICAS Fios de sutura • São materiais flexíveis, de secção circular, com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento, utilizados para aproximar tecidos incisados cirurgicamente, lacerados em traumatismos ou para ligar vasos sanguíneos; • As suturas favorecem a cicatrização de ferimentos ou incisões por primeira intenção; • Tem como objetivo manter a aproximação das bordas de tecidos seccionados, com materiais que resistam as tensões e trações da ferida, até pelo menos a segunda fase da cicatrização (fibroplasia). - Se for absorvível, ter seu tempo de absorção previsível; - Se for inabsorvível, que seja encapsulado sem complicações. Fio ideal • Alta resistência à ruptura; • Ser flexível; • Facilidade de manuseio; • Boa segurança do nó (nó que “trava” bem; o fio de Propileno, por exemplo, não trava muito bem); • Baixa reação tecidual; • Não provocar reações alérgicas; • Boa visualização, mesmo quando molhados de sangue; • Baixo custo. Escolha do fio • O fio de sutura deve ter força proporcional ao tecido que está sendo suturado; • A perda de resistência do fio deve ser compensada pelo ganho de resistência da cicatriz; • As alterações biológicas provocadas no processo de cicatrização pelo fio de sutura devem ser conhecidas; • Tipo de tecido a ser suturado; • Localização do tecido a ser suturado (área de movimentação, tensão) • Espessura do tecido a ser suturado; • Tamanho da incisão; • Tempo necessário para a cicatrização do tecido; • Se há tensão sobre o tecido; • Características do paciente (idade, estado nutricional, doenças); • Preferência do cirurgião. A medida que o fio vai perdendo resistência o tecido deve manter as bordas aproximadas; • 3.500 anos A.C. já haviam referências às suturas; • 1.000 anos A.C. uso de mandíbulas de formigas; • Século IV A.C uso de tendão como fio; • Século II A.C, Galeano usou intestino de herbívoros como fio. • Século XIX, Lister desinfetava os fios cirúrgicos com ácido carbólico; • 1900 Amplo uso de suturas: intestino animal, seda e tendões de canguru; • Na I Guerra Mundial aconteceu grande salto na industrialização e esterilização dos fios cirúrgicos; • A partir da segunda metade do século XX (1970), produzidos os fios sintéticos absorvíveis. HABILIDADES CIRÚRGICAS Classificaçãoquanto à origem • Biológicos: origem animal e origem vegetal; • Metálicos; • Sintéticos. Classificação quanto à estrutura • Monofilamentar: cada fio é composto de um único filamento compacto; • Multifilamentar: cada fio é composto por vários filamentos traçados ou torcidos entre si. Classificação quanto à absorção • Absorvíveis: o fio é reabsorvido com o passar do tempo, por fagocitose ou hidrólise. → Origem animal: Categut simples e cromado (feitos de intestino de animais). → Origem sintética: - Ácido Poliglicólico – Dexon - Poliglactina – Vicryl - Poligliconato – Maxon - Poliglecaprona – Monocril * - Polidiaxanona – PDS * *São os mais sofisticados, mantém a resistência tênsil por um tempo mais prolongado, logo, são mais caros. • Inabsorvíveis: o fio não se modifica com o tempo. → Origem animal: Seda; → Origem vegetal: algodão (barato e muito utilizado); → Origem sintética: - Poliamida – Nylon - Poliéster – Mersilene e Ethibond - Polipropileno – Prolene (muito utilizado); → Origem metálica: Prata, cobre, ouro, aço, ligas metálicas. Diâmetro do fio • O diâmetro do fio é determinado em milímetros e expresso em zeros; • Quanto menor o calibre do fio, maior o número de zeros. • Usa-se fios mais finos, em tecidos mais delicados e sem tensão; E fios mais grossos em tecidos mais grosseiros ou com mais tensão. • O fio 7-0 e 6-0 são da espessura do cabelo humano. Força tênsil Varia entre 1 semana e 6 semanas; • Capacidade de manter os tecidos coaptados – por quanto tempo o fio consegue manter o tecido unido; • É determinada dividindo-se a força necessária pra romper o fio pelo seu diâmetro; • Afetada por composição do fio, diâmetro e técnica do nó; • Nem todos os fios com mesmo número de zeros, tem o mesmo diâmetro; • Em fios de mesmo material, quanto maior o calibre, maior a resistência; • Já em fios de mesmo calibre, porém de materiais diferentes, a força tênsil varia. Fios inabsorvíveis são mais resistentes. Capilaridade Não é uma boa propriedade para o fio ter. • É determinada pela capacidade que o fio tem de absorver fluídos; • Aumenta o risco de infecção do sítio cirúrgico; • Os fios multifilamentares como a seda e algodão tem maior capilaridade e absorção de fluídos; • Os multifilamentares favorecem a migração de microrganismos através de sua trama, sendo mais propensos a infecção – quando já tem alguma infecção no sítio evita-se os fios multifilamentares; • Os monofilamentares têm muito pouca capacidade de absorver fluídos; HABILIDADES CIRÚRGICAS Elasticidade • É a capacidade que o fio tem de retornar à sua forma e tamanho originais após tração; • Quando se comparam fios de mesmo material, os mais finos são mais elásticos. Memória/plasticidade • É a capacidade que o fio tem de manter-se sob nova forma após tracionado; • Dificuldade de manuseio; • Os nós ficam torcidos; • Fios Monofilamentares apresentam mais memória. Coeficiente de atrito • Fios com alto coeficiente de atrito tendem a não deslizar nos tecidos, mas também são mais difíceis de desatar o nó cirúrgico espontaneamente; • Os fios monofilamentares, em geral, tem mais facilidade em desatar seus nós (menor coeficiente de atrito) – suturar um vaso. Reação tecidual • É o grau de reatividade causada pelo fio. Varia conforme o material e o calibre do fio; • Fios inabsorvíveis dão menor reação tecidual; • Reação tecidual excessiva, favorece a infecção. Agulhas de sutura • Quanto à ponta: → Cilíndrica → Prismática/cortante/triângular • Quanto a forma: - Mais utlizadas: ½ círculo, 3/8 e 5/8. • Quanto ao fundo: - Traumática: deve-se montar o fio na agulha; - Atraumática: fio já vem montado na agulha e o calibre do fio não é maior que o próprio calibre da agulha. Características dos fios • Catgut Simples (embalagem amarela): - Feito a partir de fitas de colágeno da submucosa do intestino delgado de carneiro; - Biológico, Absorvível, Multifilamentar - não indicados; muito pouco usados; - Simples mantém força tênsil por 7 dias e absorção em 10-14 dias; HABILIDADES CIRÚRGICAS • Catgut Cromado: - Catgut Cromado (sais de Cromo) mantém força tênsil por 10 dias e absorção em 90 dias; - Desencadeiam reação inflamatória tecidual intensa ao seu redor, mais evidente no simples. Reação de corpo estranho. Quebradiço, se ressecado. - Cada vez menos usado, usado em pele, mucosas, em ginecologia. - Único fio que vem embebido no álcool – para manter o fio hidratado. • Poliglactina 910 – Vicryl (embalagem violeta) (muito utilizado) - Obtido pela polimerização do ácido glicólico; - Sintético, Absorvível, Multifilamentar; - Fio de cor violeta e branca; - Maior resistência que o categute; - Resistência tênsil por 14-20 dias e absorção em 60 - 90 dias; - Usado em cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas e oftalmológicas; suturas de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo; - Pouca reação tecidual por ser sintético. • Ácido Poliglicólico – Dexon (embalagem dourada): - Obtido pela polimerização do ácido glicólico; - Sintético, Absorvível, Multifilamentar – bom fio assim como Vicryl; - Maior resistência que o categute; - Na teoria era pra ter uma resistência maior que o vicryl, mas na prática acaba sendo a mesma: Resistência tênsil por 14-20 dias e absorção em 60 - 90 dias; - Usado em suturas de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo; - Pouca reação tecidual. Paciente que tem uma boa cicatrização pode-se usar Vicryl ou Dexon para sutura de fáscia, mas se for um paciente que esteja um pouco mais desnutrido, idoso – será que 21 dias é o suficiente? • Poliglecaprone 25 - Monocryl, Caprofyl, Midsorb (embalagem rosa): - Sintético, Absorvível, Monofilamentar – vantagens de ser monofilamentar: menor chances de infecção, pode ser usado em um sítio infeccioso; - Perda total da resistência tênsil em 14 dias e absorção em 90 - 120 dias; - Indicado na pele e em suturas em tecidos delicados em geral – fio de escolha para sutura intradérmica; - Pouca reação tecidual. • Poligliconato - Maxon, Maxsorb (embalagem prata): - Sintético, Absorvível, Monofilamentar; - Possui uma absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por 28 dias (mais duradoura dos fios absorvíveis). Absorção lenta - 180 dias; - Indicado em suturas de tendões, músculos, fáscias, e fechamento da parede abdominal; - Usado em tecidos com tempo de cicatrização lento – diabéticos, idosos, pacientes com câncer; - Pouca reação tecidual; - Fio de alto custo. • Polidioxanona – PDS (embalagem prata): - Sintético, Absorvível, Monofilamentar; - Possui uma absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por 28 dias (a mais duradoura dos fios absorvíveis); - Indicado em suturas de tendões, músculos, fáscias, e fechamento da parede abdominal; - Pouca reação tecidual; - Fio de alto custo. HABILIDADES CIRÚRGICAS • Seda (embalagem azul, mas o fio é preto ou branco): - Biológico, Inabsorvível, Multifilamentar; - Provém do casulo do bicho da seda; - Resistência tênsil por 21 dias e absorção em 60 - 90 dias; - Nós firmes; - Usado em cirurgia oftálmica e microcirurgia – ligadura de vasos; - Reação de corpo estranho. • Algodão – muito utilizado (embalagem rosa): - Biológico, Inabsorvível, Multifilamentar; - Origem vegetal; - Resistênciatênsil: 50% em 6 meses e 70% em 2 anos; - Usado em ligadura de vasos e praticamente em qualquer tecido; - Reação de corpo estranho; - Não deve ser usado na pele, pois gera muita reação; - Fácil manuseio e nós seguros. • Poliamida – Nylon (embalagem verde): - Sintético, Inabsorvível, Monofilamentar; - Derivado das poliamidas; - Grande resistência tênsil, perde 20% ao ano; - De difícil manipulação, duro, não produz nó firme (firmar bem o 3º semi nó); - Elástico e resistente a água; - Muito usado em sutura da pele; - Pouca reação tecidual. • Poliéster - Ethibond, Mersilene (embalagem laranja): - Sintético, Inabsorvível, Multifilamentar; - Derivado do poliéster; - Grande resistência tênsil (permanente); - Nós não muito seguros; - Usado em sutura de aponeuroses, tendões e vasos. Ortopedia e cardiovascular; - Fios de cor branca, verde e azul; - Pouca reação tecidual. • Polipropileno – Prolene (embalagem azul) - muito utilizado: - Sintético, Inabsorvível, Monofilamentar; - Derivado do poliéster; - Mantém sua resistência tênsil por vários anos (permanente); - Fio de cor azul brilhante ou incolor (para suturas intradérmicas); - Usado em sutura vascular e aponeuroses. E sutura intradérmica; - Também em cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas e oftalmológicas; suturas de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo; - Pouca reação tecidual. • Aço - Aciflex - Biológico, Inabsorvível, Monofilamentar; - Composto por ferro, cromo, níquel e molibdênio; - Maior resistência tecidual de todos os fios, permanente; - Tendência a cortar os tecidos, manuseio difícil, pode se quebrar; - Pode ocorrer necrose tecidual pelo trauma das pontas; - Nós muito seguros; - Usado em tecidos de cicatrização lenta. Cirurgia ortopédica; - Ausência de reação tecidual. Indicações de uso: • Para pele: Nylon ou Poliglecaprone (Monocryl, Caprofyl, Midsorb); • Para fechar aponeurose ou suturas intestinais: Vicryl (indivíduo jovem, com boa condição física) ou prolene (indivíduos com uma cicatrização ruim); • Vias urinárias, vias biliares: PDS HABILIDADES CIRÚRGICAS Em verde claro para indivíduos com uma boa cicatrização. Em verde escuro para indivíduos com déficit de cicatrização. Fenômenos tardios que podem ocorrem • Abscessos locais; • Formação de cavidades (sinus) – em volta do fio fica um “oco”, “vazio”, que o organismo não consegue fagocitar o fio; • Eliminação espontânea dos fios, associada à descarga de material seroso ou purulento – ocorre habitualmente nos fios inabsorvíveis multifilamentares; • Formação de granuloma de corpo estranho em volta do fio. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Anestésicos Locais • Drogas que injetadas localmente, interrompem de forma transitória os impulsos nervosos em células neuroexcitáveis, sem produzir inconsciência. • Substâncias que bloqueiam a condução nervosa de forma reversível. → Nativos dos Andes – Mastigavam folhas de Erythoxylon coca (cocaína) –dormência na língua; → Carl Koller (1884) – Cocaína como anestésico tópico para cirurgias oftálmicas; → Halstead popularizou sua aplicação na infiltração e anestesia; → Substituição da cocaína (toxicidade e propriedades estimulantes); → Procaína – Substituo sintético da cocaína em 1905; • Lidocaína – xilocaína atual Aplicação Podem ser administrados por injeção ou de forma tópica, na área das fibras nervosas a serem bloqueadas. Infiltração direta – sob o local; Anestésicos locais Mecanismo de ação • Agem na membrana celular dos nervos, bloqueando o processo de excitação - condução; • Interrompem a condução do estímulo nervoso por bloquearem a condutância dos canais de sódio da membrana, impedindo a deflagração do potencial de ação; • São bases fracas que carregam uma carga positiva no grupo amida, em pH fisiológico → se tiver um pH ácido o anestésico não tem uma boa ação. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello • Apesar dos AL serem bases fracas, os preparados farmacêuticos são levemente ácidos. • Nos tecidos orgânicos - pH alcalino (pH = 7,4), há tamponamento do ácido e liberação da base não- ionizada, passível de ser absorvida; • Quando o pH do meio é ácido, como nos tecidos inflamados, a absorção do AL fica prejudicada, prejudicando sua ação; • Suplementação excessiva de doses no mesmo local, determina menor resposta, pois esgota a capacidade de tamponamento do meio, não liberando a base; • Dependendo da dose podem provocar paralisia motora. • Age através do bloqueio da despolarização da membrana; • Através do canal de Na, o Ca entra, fica positivo dentro e o estímulo percorre; • Na outra parte do nervo onde o estimulo já passou a membrana repolariza. → Sem o uso do anestésico local e com o uso. • Se não tiver despolarização da célula não ocorre o estímulo. Os anestésicos locais podem atuar dentro da membrana e fora; → A membrana celular é feita de gordura – é suscetível a ação do anestésico local. Ação sobre os nervos • Os AL agem em todos os nervos, porém a ação depende do tamanho (diâmetro) e da mielinização: - Fibras menores (aferentes da dor) são bloqueadas primeiro; - Fibras maiores (função motora e tato) são bloqueadas depois; - Fibras mielinizadas também são mais sensíveis. Ação sobre outras membranas excitáveis - Junções neuro/efetoras (músculo estriado) são sensíveis as ações bloqueadoras dos AL, mas sem um significado clínico – músculo pode paralisar, mas por uma paralisia dos nervos motores. - As ações sobre as fibras cardíacas têm importância (ação antiarrítmica) – um paciente que tem bradicardia se usar anestésico local, pode ter uma ação maior da bradicardia. (Xilocáina, por ex, tem ação antiarrítimica); HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Sequência de bloqueio • Dor; • Frio – teste da sensibilidade (gaze embebido em álcool para testar); • Calor; • Tato e compressão profunda; • Função motora. Fatores que interferem na ação • Tamanho molecular: Moléculas menores desprendem mais facilmente dos receptores; • Solubilidade lipídica: Atravessam a bainha de mielina; • Tipo de fibra bloqueada: Fibras finas e de condução lenta - efeito mais rápido; Fibras grossas e de condução rápida - efeito mais lento; • PH do meio: Forma hidrossolúvel x lipossolúvel; • Concentração do anestésico; • Associação com vasoconstritores: Prolongamento do efeito anestésico. Classificação • Ésteres - Cocaína (não é utilizada); - Procaína – Novocaína; - Cloroprocaína – Nesacaína; - Tetracaína (uso tópico); - Benzocaína (uso tópico) – pastilhas para gargante, por exemplo. • Amidas (mais modernos) - Lidocaína; - Prilocaína; - Ropivacaína; - Bupivacaína; - Mepivacaína. → Os dois grupos bloqueiam canal de sódio; → Degradado no próprio local que foi infiltrado; Os vasos próximos possuem a colinesterase que degrada os ésteres → ação reduzida. → A degradação não ocorre no local, precisa cair na corrente sanguínea, ir para o fígado para ser degradado. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Características • Potência: relação direta com a lipossolubilidade da droga – quanto mais ela consegue entrar na membrana da célula; • Duração: relação direta com o grau de ligação com proteínas plasmáticas – quanto mais ela se liga às proteínas plasmática mais vai durar; • Velocidade de ação: relação inversa com o grau de ionização – quanto mais ioniza a droga menor vai ser a velocidade Farmacologia → Injeção intra-raquidiana tem um rápido início de ação; → Injeção no plexo braquial tem início de ação lentoHABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Não usar anestésicos locais com vasoconstrição em extremidades. Efeitos adversos • Ações Cardiovasculares: - Redução da frequência cardíaca; - Colapso cardíaco • Ações Centrais - Ansiedade com tremores, euforia e agitação; - Convulsões; - Depressão respiratória • Reações Alérgicas → Essas toxicidades ocorrem em pequenas cirurgias (retalho, enxerto..) Reaplicações no local. → Ação local (periférica) sobre o SNA; Toxicidade • Taxa de absorção sistêmica depende do local da injeção: Intravenosa > Intratraqueal > Intercostal > Caudal > Paracervical > Epidural> Plexo Braquial > Isquiático > Subcutâneo • Ocorre quando o anestésico local atinge outras membranas excitáveis em quantidade suficiente para causar bloqueio; • Quanto mais potente, maior sua toxicidade! Tratamento de toxicidade • Suporte clínico - Ventilação - Oxigenação à 100% • Evitar drogas depressoras! • Manter débito cardíaco - Combater taquicardia; • Corrigir acidose; • Abortar convulsões; Em caso de PCR: - A ressuscitação deve seguir o ACLS; - A massagem cardíaca deve ser mais prolongada (30 a 60 minutos) - até efeito do anestésico liberar; HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello - De difícil reversão, em especial a PCR que ocorre com bupivacaína Gestantes • O AL mais seguro para a gestante é a lidocaína associada a vasoconstritor (adrenalina ou noradrenalina) a 1:200.000; • Os vasoconstritores felipressina e fenilefrina são contraindicados por apresentarem ação ocitóxica; • A prilocaína pode provocar meta hemoglobinemia fetal, com sérias consequências; • A ropivacaína só foi suficientemente avaliada em bloqueios peridurais, até agora com bons resultados; • Lidocaína em casos de suturas de emergência; Doses máximas de anestésicos locais Associação com a adrenalina: Diminui o efeito tóxico Principais anestésicos locais: Lidocaína, Bupivacaína, Ropivacaína Lidocaína • Início de ação: rápido (1-5 minutos); • Tempo de ação: - Sem Vasoconstritor: curto (30-60 minutos); - Com Vasoconstritor: médio (120-360 minutos); • Dose máxima: - Sem Vasoconstritor: 4,5 mg/kg; - Não exceder 300mg - Com Vasoconstritor: 7 mg/kg Bupivacaína • Início de ação: em média 15 minutos; • Tempo de ação: - Sem Vasoconstritor: médio (120-240 minutos); - Com Vasoconstritor: longo (180-420 minutos) • Dose máxima: - Sem Vasoconstritor: 2,5 mg/kg - Não exceder 175mg; - Com Vasoconstritor: não exceder 225mg Ropivacaína • Início de ação: lento (10-30 minutos); • Tempo de ação: médio (120-360 minutos); • Dose máxima: não exceder 200mg Como realizar uma anestesia local 1. Colocação de luvas e utilização de material estéril; 2. Antissepsia da pele 3. Com Cloroxedina ou iodopovidine; 4. Introdução da agulha à 30 ou 45 graus; 5. Em toda a borda da ferida, logo abaixo da pele; 6. E em toda a profundidade do ferimento - Aspirar, tracionando o embolo da seringa, antes de injetar Lidocaína é a droga mais utilizada HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello • Anestesia de um lado e depois do outro; • Como a agulha tem um comprimento médio de 5 cm consegue se anestesia 5 cm de um lado e 5 cm de outro; • Para procedimento de 20 cm por exemplo, anestesia a partir do último ponto anestesiado; ir fazendo infiltrações sequenciais. • No mesmo furo, anestesia um lado e o outro; • Pode se entrar com a agulha por dentro do corte. HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Apendicite aguda • É a causa mais comum de abdome agudo cirúrgico; • É a causa mais comum de abdome agudo inflamatório não traumático; • Patologia mais importante do apêndice cecal; • Ocorre em qualquer idade, mais comum entre 20-40 anos; • Acomete 7-10% da população; • Incidência semelhante entre os sexos; • 10% das apendicectomias são desnecessárias – difícil diagnóstico ANATOMIA • Localizada no FID; • É um divertículo intestinal com fundo cego; • Massa de tecido linfoide; • Origem na face póstero-medial do ceco, inferior a junção ileocecal; • Inervação: plexo mesentérico superior; • Fibras simpáticas e parassimpáticas. • O apêndice é a extremidade do ceco, é a confluência das 3 tênias, logo abaixo da válvula ileocecal (normalmente); • Comprimento varia entre 4-20 cm; • Diâmetro 5-10 mm (6 mm) - varia com o tamanho da pessoa; • Espessura da parede: 4 mm; Vascularização Artéria mesentérica (seu primeiro ramo é a cólica média e o segundo ramo é a cólica direita); → Cólica direita → ramo: artéria íleo-ceco-apêndico-cólica → ramo: artéria apendicular . Drenagem Veia apendicular → veia íleo-ceco-apendico-cólica → Veia cólica direita → Veia mesentérica superior → veia porta • Estruturas próximas do apêndice: - Ceco; - Íleo; - Sigmoide; - Ovário; - Bexiga; Localizações do apêndice • Posição clássica: Fossa ilíaca direita – Subcecal; • Retrocecal – fica atrás do ceco (bloqueado): o quadro clínico é mais insidioso e com diagnóstico tardio; • Pélvica (mais longo); • Pré-ileal; • Pós-ileal • Subcecal HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello • Também tem apêndices que descem para a região do hipogástrio, podendo encostar nos ovários, útero; apêndices mais altos, que a dor migra da FID para o flanco direito (ocorre muito em mulheres gravidas, quando o útero empurra o ceco, gerando dor em flanco direito ou hipocôndrio direito); HISTOLOGIA • Mucosa - Epitélio cilíndrico simples - Células caliciformes em grande quantidade; • Submucosa - Presença de nódulos linfáticos – quando hipertrofiados gera a obstrução da luz do apêndice; • Camadas musculares; • Serosa FISIOPATOLOGIA Obstrução do lúmen do apêndice → acúmulo de secreção, estase e proliferação bacteriana → aumento da pressão intraluminal → edema, obstrução linfática e vascular → isquemia, necrose e perfuração (processo que leva cerca de 48h); • A principal causa de obstrução do lúmen do apêndice é a hiperplasia linfoide (60%); • 40 – 35% por fecalitos; • 4% por corpo estranho, parasitas, sementes, bário (exame Enema opaco – pode ressecar e obstruir); • 1% por estenose; Tumores apendiculares ou cecais. DIAGNÓSTICO ❖ Clínico • primeiro sintoma é habitualmente perda de apetite, anorexia; • A dor começa no mesogástrio (dor visceral) e depois migra para a FID (dor parietal); • Náuseas e vômitos; • Alteração do hábito intestinal; • Febre baixa; • Disúria em alguns casos – apêndice longo encostado na parede da bexiga; • Em 50% dos casos sintomas típicos; ❖ Quadros clínicos atípicos: → Criança: • Febre alta e adinamia; • Vômitos e diarreia; • Evolução rápida para perfuração; → Idosos: • Febre baixa ou ausente; • Dor mais leve e insidiosa – pode permanecer dias; • Diagnóstico tardio – perfuração; → Gestante: • Dor no flanco direito ou hipocôndrio direito; → Imunodeprimidos: • Igual aos idosos. EXAME FÍSICO • Temperatura - axilar e retal (na criança tem diferença maior que 1 grau da retal para axilar); • Inspeção; • Palpação superficial (apendicite mais evoluída) e profunda (apendicite inicial); - Plastrão: massa inflamatória e dolorosa – apendicite aguda com evolução mais longa; - Sinal de Blumberg; - Sinal de Rovsing; - Sinal de Psoas; - Sinal de Obturador; - Sinal de Lapinski; - Sinal de Lenander; - Sinal de Dunphy (ao tossir sente uma dor na FID). • Toque retal – ao lado direito uma massa quente, endurecida e dolorida; • Ausculta – ruídos hidroaéreos aumentados em caso de diarreia ou diminuídos se não houver diarreia; • Exame ginecológico – algumas patologias da mulher são diagnósticas diferencias. ❖ Ponto de McBurney - Dor à palpação na FID (ponto principal onde costuma estar localizado o apendice). Terço distal da linha entra a espinha ilíaca e o umbigo.HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello ❖ Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca do abdome no ponto de McBurney. ❖ Sinal de Rovsing: dor na FID quando se comprime a FIE e FE (os gases dentro do intestino refluem e distendem o seco). ❖ Sinal do Obturador: dor no hipogástrico ao realizar a rotação interna e passiva da coxa direita flexionada, com paciente em decúbito dorsal; ❖ Sinal do Psoas: dor a extensão passiva da coxa direita, com o paciente em decúbito lateral esquerdo. ❖ Sinal de Lapinski: dor à compressão da FID, enquanto o paciente eleva o MMII esticado. ❖ Sinal de Lenander: diferença entre a temperatura retal e axilar maior que 1ºC – geralmente em criança, adultos comumente não é medida a temperatura retal. ❖ Sinal de Dunphy: piora da dor na FID com a tosse – a tosse aumenta a pressão abdominal que estimula a dor no apêndice. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Hemograma: leucocitose moderada com neutrofilia e desvio à esquerda; • PCR elevada; • Urina 1: geralmente normal, mas pode ocorrer - piúria, bacteriúria; • Beta HCG para descartar gravidez; • Pedir exames pré-operatórios – ureia, creatinina, sódio, potássio, coagulograma. - Pontuação entre 5-6: possível ser apendicite aguda; - Pontuação entre 7-8: provável ser apendicite aguda; - Pontuação >9: muito provável ser apendicite aguda. EXAME DE IMAGEM • Radiografia de abdome AP - Imagem de fecalito na FID; - Alça sentinela na FID – íleo parado; - Apagamento da sombra do psoas – processo inflamatório; - Pneumoperitôneo – perfuração do apêndice (gás fora do intestino). HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello • US de abdome total - Diâmetro do apêndice maior que 6 mm; - Líquido periapendicular; - Fecalito dentro da luz apendicular; - Apêndice não depressível. • TC de abdome total – exame de escolha se disponível - Diâmetro do apêndice maior que 8 mm; - Espessamento da parede apendicular; - Borramento da gordura periapendicular; - Fecalito dentro da luz apendicular; - Líquido periapendicular e gás extra-luminal; - Exame de maior acurácia DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Linfadenite Mesentérica; • Gastroenterites agudas; • DIPA; • Ruptura de folículo ovariano; • Gravidez ectópica; • Cisto ovariano hemorrágico; • Pielonefrite aguda; • Cólica nefrética; • Doença de Crohn; • Diverticulite de Meckel; • Úlcera péptica perfurada; • Tuberculose intestinal; • Outras. Fases da Apendicite Aguda • Fase I - Catarral ou edematosa: apêndice com hiperemia e edema; • Fase II - Flegmonosa ou supurativa: apêndice com exsudato fibroso e úlceras da mucosa; • Fase III - Gangrenosa: apêndice com necrose da parede e abcesso local; • Fase IV - Perfurativo: apêndice perfurado com peritonite. TRATAMENTO • Antibioticoterapia; • Hidratação; • Analgesia – só após confirmar o diagnóstico; • Cirurgia. ❖ O prognóstico depende do diagnóstico precoce. Apendicectomia aberta x apendicectomia laparoscópica: A literatura não é conclusiva quanto a recomendação preferencial à um dos métodos. • Indicações: - Ausência de equipamento; - Cirurgias abdominais prévias; HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello - Hérnias abdominais; - Distensão abdominal; - Peritonite difusa (?); - Coagulopatias graves; - Insuficiência cardiopulmonar. 1) Incisão de McBurney; 2) Incisão de Rockey-Davis; 3) Incisão mediana • Anestesia geral ou raquianestesia; • Incisão de 4-6 cm no ponto de McBurney; • Apêndice na junção das tênias; • Ligadura da artéria apendicular; • Ligadura e secção do colo apendicular; • Exérese do apêndice; • Sutura em bolsa – sepultamento do coto; • Limpeza da cavidade. → Mais acessível; → Menor taxa de abcessos intracavitários; → Maior taxa de infecção da ferida cirúrgica; → Menor custo HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello • Anestesia geral; • Colocação dos trocaters; • Apêndice na junção das tênias; • Ligadura da artéria apendicular com clips metálicas; • Ligadura e secção do coto apendicular com grampeador linear cortante; • Exérese do apêndice com saco coletor; • Limpeza da cavidade. • Alta hospitalar mais precoce; • Menor dor pós-operatória; • Retorno mais cedo às atividades profissionais; • Menor taxa de infecção da ferida cirúrgica; • Melhor resultado estético; • Maior custo Apêndice fase 1 Apêndice fase 2 Colocação do grampeador já ligado a artéria apendicular - costurar e cortar o apêndice do ceco Apêndice já pronto para ser retirado da cavidade HABILIDADES CIRÚRGICAS Lidiely Mello Saco coletor para retirar apêndice, que está necrosado – para não contaminar. Aspecto final COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS DA ABERTA E LAPAROSCÓPICA • Infecção do sítio cirúrgico – infecção do local de retirada do apêndice; • Abcesso cavitário; • Fístula digestiva – sutura do apêndice abrir e vasar fezes na cavidade; fístula do ceco; • Peritonite; • Deiscência de sutura da pele – infecção da sutura de McBurney; • Obstrução intestinal – alça intestinal se adere no local da cirurgia. Abdome Agudo • É uma condição clínica abdominal, que tem como principal sintoma a dor abdominal de início súbito ou de evolução progressiva, necessitando de avaliação e tratamento rápidos, seja este cirúrgico ou não; • Qualquer órgão intra ou retroperitoneal pode ser a causa; • Doença em víscera previamente normal (apendicite aguda), ou agudização de doença crônica; • O período crítico de dor é classicamente maior do que 6h, mas pode ser de 1 a 72h; • O retardo no diagnóstico e tratamento afetam negativamente o prognóstico • O diagnóstico precoce é essencial para diminuir morbimortalidade; • Anamnese detalhada e exame físico minucioso são mais importantes do que qualquer exame complementar; • A primeira avaliação é a mais importante, porque a analgesia subsequente pode alterar o exame físico; • Avaliações seriadas pelo mesmo médico, são a melhor forma de determinar a progressão ou a resolução da doença; • A conduta no paciente com abdome agudo deve ser ordenada e completa; • O tratamento adequado de pacientes com dor abdominal aguda, necessita de uma decisão em tempo hábil quanto a necessidade ou não de cirurgia; • Os médicos devem estar familiarizados com as causas mais comuns de abdome Agudo. Trauma abdominal é uma entidade a parte! Causada por mecanismos diferentes. SINTOMAS • Dor abdominal (principal sintoma); • Febre; • Sintomas associados: icterícia, colúria, acolia fecal, Hematêmese, hematoquesia; • Sintomas urinários: disúria, polaciúria, hematúria; • História ginecológica: avaliação do ciclo menstrual, uso de DIU e cirurgias prévias. Tipos de dor → Dor visceral: provocada por distensão, inflamação ou isquemia na linha média, que faz o paciente se movimentar constantemente (ex.: dor em cólica); • Ocorre no início do quadro; - Distensão, sem inflamação; - Vaga; - É difusa, mal definida; - Normalmente em linha média do abdome, tipo cólica. → Dor somática ou parietal: tem origem no peritônio parietal, é mais localizada, constante e nítida, e se acentua com os movimentos, o paciente fica imóvel (peritonite); • Ocorre na inflamação da parede abdominal - Localização da dor próxima ao órgão acometido; - Mais intensa e nítida → Dor referida ou irradiada: dor de origem intra-abdominal que se manifesta em áreas anatomicamente distantes, por compartilhar os mesmos circuitos neurais centrais. As 10 dimensões da dor 1. Tipo (em pontada, em aperto, queimação.); 2. Duração; - Tipo de dor e duração: primeiras perguntas; 3. Evolução (progressivamente, intermitente, aguda.); 4. Localização; 5. Intensidade; 6. Irradiação; 7. Relação com funções orgânicas (ao comer ou estar em
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