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Disciplina: Auditoria e Controladoria AD 1 – A Improbidade administrativa e o exercício do controle Social no Brasil existem? Conforme a Lei 8.429/92, os atos de improbidade administrativa podem importar enriquecimento ilícito, causar prejuízo ao erário, advir de ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário, e também atentar contra os princípios da administração pública (BRASIL, 1992). Na definição de (WIKIPEDIA, 2020), improbidade administrativa é o ato ilegal ou contrário aos princípios básicos da Administração Pública no Brasil, cometido por agente público, durante o exercício de função pública ou decorrente desta. Diante dessas definições fica claro que a improbidade administrativa não só existe como também é uma prática recorrente e enraizada na cultura nacional, tanto pela certeza de impunidade por parte do agente quanto pelo imaginário da população e sociedade em geral que a considera um mal corriqueiro e sem solução. Apesar de a legislação brasileira tratar sobre a punição dos atos ilícitos típicos de improbidade administrativa de todos os poderes e esferas do Poder Público, prevendo punição tanto em matéria cível como penal, a execução dessas leis fica prejudicada pela falta de denúncias, por apuração ineficaz ou simplesmente omissão. O Ministério Público e as entidades de controle interno estatal, como as agências reguladoras e também as controladorias, seja na esfera federal, estadual e municipal, para serem eficazes na detecção de irregularidades e controle dos recursos, necessitam da atuação efetiva dos sociedade, pois só com a participação da população, controlando, fiscalizando e denunciando, é possível obter um controle social satisfatório. Quando encarado com uma importante e indispensável ferramenta à disposição da sociedade para evitar que os atos de improbidade fiquem impunes, o controle social acaba por atuar efetivamente na correta distribuição dos gastos públicos, inibindo a prática da corrupção por parte do gestor ou agente desonesto, tendo em vista que ele percebe o risco de ser responsabilizado. Deve, portanto, ser incentivado, organizado e difundido de modo que toda a sociedade esteja atenta e fiscalize de modo sistêmico os atos dos agentes públicos. Para tanto é importante não se omitir deixando de lado o receio de ser admoestado, de sofrer retaliações ou alijamento, especialmente os cidadãos mais vulneráveis socialmente, e exercer de forma atuante e incansável na tentativa de mudar esse nefasto quadro em que a corrupção é vista como algo normal e impossível de ser monitorado. Enfim, admite-se então que o controle social no Brasil existe, mas é exercido timidamente pelos motivos expostos, razão que prejudica a detecção e apuração dos atos caracterizados como de improbidade administrativa causando a impressão de que o país está mergulhado há anos em uma crise ética e moral sem fim. Pode parecer tentador obter vantagem ilícita em certas ocasiões, assim, se manter probo é um grande desafio, mas não tão difícil de cumprir quando o indivíduo possui boa índole, se manifesta com boa conduta, prioriza o interesse público, respeita e segue os princípios legais e éticos. Na tentativa de mudar esse quadro, cada cidadão deve se conscientizar de seu papel na sociedade e exercê-lo, individualmente e em conjunto com os seus pares e entidades, contribuindo para que os gastos públicos sejam geridos seguindo os princípios fundamentais da lealdade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, além de agir com dignidade, ética e respeito. Referências: CRUZ, Flavio da. Auditoria e controladoria. Brasília: CAPES: UAB, 2012. 182 p. ISBN 978-85-7988-167-1. Acesso em: 26 fev. 2020. BRASIL. Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992. Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.htm>. Acesso em: 28 fev. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 28 fev. 2020. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/ index.php?title=Improbidade_administrativa&oldid=57594067>. Acesso em: 28 fev. 2020.
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