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1 ASSOCIAÇÃO DA INFECÇÃO POR PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) COM LESÕES ONCOLÓGICAS NA CAVIDADE ORAL ASSOCIATION OF INFECTION HUMAN PAPILLOMAVIRUS (HPV) WITH INJURIES ONCOLOGICAL IN ORAL CAVITY JANAÍNA MIRANDA BARBOSA1 WBIRATAN DE LIMA SOUZA2 RESUMO O câncer é um problema de saúde pública, especialmente entre os países em desenvolvimento. Em razão das mudanças no comportamento sexual, é observado um aumento nas taxas de incidência da infecção pelo papilomavírus humano - HPV associada ao desenvolvimento dos tipos de câncer na cavidade oral, principalmente, dos cânceres de orofaringe, amígdala e base da língua, especialmente entre a população de adultos jovens. Este estudo teve como objetivo descrever a associação da infecção por - HPV com lesões oncológicas na cavidade oral. Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura de caráter exploratório. Do ponto de vista clínico, após a infecção da pele ou da mucosa pelo HPV, três situações são possíveis: latência, lesão subclínica e doença clínica. O papiloma escamoso, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial focal são proliferações do epitélio escamoso estratificado induzido por vírus. Portanto, a associação da infecção por HPV com lesões oncológicas se dá através de tabagismo, alcoolismo, exposição ao sol dentre outros fatores endógenos e exógenos, a depender da vulnerabilidade e condições socioambientais do paciente, sendo imprescindível que os enfermeiros realizem nos pacientes uma avaliação e exame físico céfalo podálico detalhado, não deixando de avaliar de forma específica a cavidade oral no intuito de prevenir, diminuir a incidência de câncer na cavidade oral, bem como realizar rastreamento precoce. PALAVRAS-CHAVE: Cavidade oral. Neoplasias. HPV. _____________ 1 Graduanda do Curso Bacharel em Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes – UNIT/Maceió – AL Graduada em Bacharel do curso em Psicologia no Centro Universitário de Ciências Humanas – CCH – CESMAC, Especialização – Psicologia Clínica – CESMAC , Formação em Psicoterapia Breve – Centro de Psicologia Hospitalar do Nordeste – CPHD , e-mail: janainamirandabarbosa@hotmail.com 2 Orientador, Docente, Enfermeiro Especialista em Enfermagem do Trabalho – IBPEX, Esp. em Obstetrícia- FIP, Esp. em Emergência Geral – UNCISAL (Modalidade Residência), Esp. em Saúde Pública – CEAP, Esp. Pediatria e Neonatologia – FIP, Esp. Dermatologia – FIP, Mestrado em Enfermagem – UFF (NITEROI – RJ), Docente da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Centro Universitário Tiradentes – UNIT e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, e-mail: wbiratansouza@yahoo.com.br 2 ABSTRACT Cancer is a public health problem, especially among developing countries. Because of changes in sexual behavior, it is observed an increase in the incidence rates of HPV infection associated with the development of cancers in the oral cavity, mainly of oropharyngeal cancers, tonsil and base of the tongue, especially among the adult population young. This study aimed to describe the association of infection by human papillomavirus - HPV with oncological lesions in the oral cavity. This is an exploratory literature review of research. From a clinical standpoint, after infection of the skin or mucosal HPV, three situations are possible: latency, subclinical and clinical disease lesion. The squamous papilloma, verruca vulgaris, condyloma acuminata and focal epithelial hyperplasia are proliferations of stratified squamous epithelium induced by viruses. Therefore, the association of infection by HPV with oncological injuries is through smoking, alcohol, sun exposure, among other endogenous and exogenous factors, depending on the vulnerability and environmental conditions of the patient, it is indispensable that nurses perform in patient assessment and physical cerebro podalic detailed examination, not failing to evaluate specifically the oral cavity in order to prevent, reduce the incidence of cancer in the oral cavity as well as perform early screening. KEY WORDS: Oral cavity. Neoplasms. HPV. 1 INTRODUÇÃO Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer no mundo aponta para um aumento de 10 milhões de novos casos no ano de 2000 para cerca de 15 milhões de casos em 2020. Aproximadamente de seis em cada cem casos de câncer ocorrem na boca e é o sexto tipo de câncer mais comum em todo o mundo (PINTO, 2013). Dentre os diversos tipos na última década, tem-se dado ao câncer na cavidade oral por sua incidência crescente, onde os dados estatísticos apontam que as maiores taxas de incidência ocorrem nos países do Brasil, Índia, França e Paquistão, onde o câncer bucal corresponde a quarenta de cada cem casos diagnosticados (CAMPANA & GOIATO, 2013). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer - INCA (2015), existem vários tipos de tumores que podem ocorrer na cavidade oral, tais como: os tumores salivares (das glândulas salivares menores e da sublingual), os sarcomas (os de origem vascular, os musculares e os ósseos) e o melanoma de mucosa. Por isso, o prognóstico de pacientes com câncer de cavidade oral depende da área comprometida e da classificação de tumores malignos. Diante disso, é importante para um diagnóstico precoce que o profissional de saúde conheça aspectos anatomofisiológicos da cavidade bucal, a qual está dividida 3 nas seguintes áreas: lábios, 2/3 anteriores da língua, mucosa jugal, assoalho da boca, gengiva inferior, gengiva superior, área retromolar e palato duro (INCA, 2015). Segundo o mesmo autor, é importante ressaltar os tipos de HPV que afetam a cavidade bucal são: papiloma escamoso, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial, sendo o carcinoma de células escamosas o mais frequente na cavidade oral. O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna, que se classifica em: bem diferenciado, moderadamente diferenciado e pouco diferenciado, com origem no epitélio de revestimento da boca, sendo responsável por cerca de 95% das lesões malignas nesta região (BRENER et al., 2007). Estudos do INCA (2016) informam que sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer da cavidade oral em homens na região nordeste tem incidência de 6,86% e ocupa a quinta posição. Para as mulheres, é o nono tipo de câncer mais comum, com 4,11% mais frequente na região nordeste. Em Alagoas a estimativa para o câncer da cavidade oral no ano de 2016 foi para os homens 13,23% e para as mulheres é 7,62%. Sabe-se que nos últimos anos a infecção pelo HPV vem sendo associada ao desenvolvimento dos tipos de câncer na cavidade oral, principalmente, dos cânceres de orofaringe, amígdala e base da língua (INCA, 2015). Uma das associações relacionadas ao aumento da evidência é a razão ao comportamento sexual que durante esses anos passou de um padrão de relacionamento tradicional para a liberdade sexual entre os casais. Durante esse movimento, podemos destacar o aumento das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), onde aumentaria os casos (COSTA & GOLDENBERG, 2013). É observado um aumento nas taxas de incidência desses tipos de tumores entre a população de adultos jovens. A frequência de presença de ácido desoxirribonucleico (DNA) do HPV em tumores de orofaringe pode chegar a 70% (INCA, 2015). Esse estudo justifica-se pela deficiência de produções e publicações associadas entre o HPV e o câncer na cavidade oral, por isso, busca-se descrever sobre a associação da infecção por papilomavírus humano (HPV) com lesões oncológicas na cavidade oral, buscando facilitar o plano de atendimento ao paciente. 4 Destacando a necessidade de identificar o tumor precocemente e iniciar o tratamento imediatamente, acerca de acervo de informações sobre esta. Assim, teve-se comoobjetivo descrever a associação da infecção por papilomavírus humano (HPV) com lesões oncológicas na cavidade oral. 2 METODOLOGIA Este estudo refere-se a uma pesquisa de revisão de literatura de caráter exploratório. O levantamento bibliográfico sucedeu-se por meio de materiais que foram publicados e analisados através de meios eletrônicos e escritos, como artigos científicos e livros. Como meios de consulta para esta revisão foram utilizadas como fontes de dados, as seguintes bases científicas: LILACS (Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Base de Dados de Enfermagem), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e MEDLINE (Medical Literature Analysisand Retrieval System Online), assim como consultas ao acervo da biblioteca do Centro Universitário Tiradentes UNIT–AL (Campus Amélia Maria Uchôa). A busca eletrônica e seleção dos artigos utilizaram-se como palavras chave: “cavidade oral”, “neoplasia”; e “HPV”. A partir das palavras chave foram estabelecidos os seguintes cruzamentos: “cavidade oral” AND “neoplasia”, “cavidade oral” AND “HPV”, objetivando realizar o máximo de cruzamentos possíveis em cada base de dados. Como critérios de inclusão utilizaram-se artigos com publicações entre 2010 a 2015, completos e que atendessem o objetivo do estudo, excluindo os artigos com títulos que não se relacionava diretamente com o tema da pesquisa, ou que não possuíam dados relacionados com o objeto do estudo. No LILACS a busca utilizando o cruzamento “cavidade oral” AND “neoplasia” resultou em 16 artigos encontrados, sendo 13 artigos excluídos e 03 artigos selecionados onde contemplava o tema do estudo e ao que se relaciona ao cruzamento “cavidade oral” AND “HPV” resultou em 15 artigos encontrados, porém todos os artigos foram excluídos, pois não contemplavam o objetivo do estudo. 5 No BDENF não houve artigos correspondentes a “cavidade oral” AND “neoplasia” e ao que se relaciona ao cruzamento “cavidade oral” AND “HPV” durante a pesquisa não foi encontrado artigos correspondentes a temática em estudo. No banco de dados SCIELO, a busca utilizando o cruzamento “cavidade oral” AND “neoplasia” resultou em 30 artigos encontrados, sendo 29 artigos excluídos e 01 artigo selecionado onde contemplava o tema do estudo e ao que se relaciona ao cruzamento “cavidade oral” AND “HPV” resultou em 18 artigos encontrados, 13 artigos foram excluídos e 05 artigos foram selecionados onde correspondiam com os anos selecionados para estudo. No banco de dados MEDLINE não houveram artigos que fossem evidenciados relacionados às estratégias de busca. Para finalizar o nosso estudo, totalizamos 79 artigos encontrados, 70 artigos excluídos e 09 artigos foram selecionados para elaboração do estudo, segundo o objetivo, todos esses dados estão disponíveis em síntese no Quadro 1. BASE DE DADOS CRUZAMENTO ARTIGOS ENCONTRADOS ARTIGOS EXCLUÍDOS ARTIGOS SELECIONADOS LILACS Cavidade oral AND neoplasia 16 13 03 Cavidade oral AND HPV 15 15 0 BDENF Cavidade oral AND neoplasia 0 0 0 Cavidade oral AND HPV 0 0 0 SCIELO Cavidade oral AND neoplasia 30 29 01 Cavidade oral AND HPV 18 13 05 MEDLINE Cavidade oral AND neoplasia 0 0 0 Cavidade oral AND HPV 0 0 0 TOTAL 79 70 09 QUADRO 1 – IDENTIFICAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS PARA O ESTUDO. 6 Baseado na leitura e análise crítica-reflexiva dos estudos da associação da infecção por HPV com lesões oncológicas na cavidade oral foi elencado as seguintes categorias para fundamentação teórica: aspectos biológicos da infecção; aspectos clínicos; aspectos histopatológicos; tipos que afetam a cavidade bucal (papiloma escamoso, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial); tipos de tratamento preconizados (agentes imunomoduladores, vacina, agentes tópicos ceratolíticos, cirúrgico, radioterapia e antiviral) e atuação da enfermagem ao câncer na cavidade oral, sendo apresentados a seguir, visando atender o objetivo do estudo. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 ASPECTOS BIOLÓGICOS DA INFECÇÃO O HPV é um vírus de DNA circular de fita dupla, não revestido, não envelopado, de pequeno diâmetro com (50-60 nm), este pertence a família do papillomaviridae. Conferindo com uma morfologia esférica à microscopia eletrônica, o capsídeo viral do HPV é constituído por 72 capsômeros (ESQUENAZI et al., 2010). “[...] As lesões orais benignas estão associadas ao HPV de baixo risco, tipo 2, 4, 6, 7, 11, 13 e 32, que apresenta baixo potencial de transformação maligna. As lesões orais malignas estão associadas ao HPV de alto risco tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 42, 45, 51, 52, 56, 58 e 66. Sendo os 6 e 11 os mais frequentes nas cavidade oral [...] .” (ESQUENAZI et al. 2010, p. 02). Foram identificados e sequenciados mais de 120 tipos de HPV e de seus nucleotídeos. Dessa forma os HPV foram classificados em alto ou baixo risco, seguindo o oncogênico, ou seja, a forma da sua capacidade de transformação neoplásica (SILVA, 2011). 7 DOENÇA TIPOS DE HPV Verrugas plantares 1, 2, 4, 63 Verrugas comuns 1, 2, 3, 4, 7, 10, 26, 27, 28, 29, 41, 57, 65, 77 Verrugas vulgares ( planas) 6, 7, 16, 30, 33, 36, 37, 38, 41, 49, 75, 76 Lesões Cutâneas epidérmicos Carcinoma de laringe 6, 11, 16, 30, 33, 36, 37, 38, 41, 46, 60, 72, 73 Epidermo displasia verruciformis 2, 3, 10, 5, 6, 9, 12, 14, 15, 17, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 36, 37, 38, 47, 50 Papilomatose respiratória recorrente 6, 11 Papilomas Carcinomas conjuntivos 6, 11, 16 Condiloma acuminado (verrugas genitais) 6, 11, 30, 42, 43, 45, 51, 54, 55, 70 Neoplasia Intraepitelial Cervical 30, 34, 39, 40, 53, 57, 59, 61, 62, 64, 66, 67, 68, 69 Carcinoma cervical 16, 18, 31, 45, 33, 35, 39, 51, 52, 56, 58, 66, 68, 70 Baixo Risco - (NIC I) - 6, 11, 16, 18, 31, 33, 35, 42, 43, 44, 45, 51, 52, 74 Alto Risco – (NICII) - 16, 18, 6, 11, 31, 34, 33, 35, 39, 42, 45, 51, 52, 56, 58, 66 Obs: (NIC)- Neoplasia Intraepitelial Cervical. A numeração indica a frequência relativa. Fonte: Borges, M.T- 198810 QUADRO 2 – Relação entre o tipo do HPV e a Lesão Associada. 8 3.2 ASPECTOS CLÍNICOS Quando ocorre a infecção da pele ou da mucosa através do HPV, podemos identificar três tipos: latência, lesão subclínica e doença clínica. No estado latente é quando ocorre há detecção do DNA do HPV, mas a lesão é identificada; no estado subclínico ocorre quando há detecção do DNA do HPV e as lesões aparecem por métodos que utilizem o aumento da imagem (microscopia óptica); e na doença clínica apresenta-se com diferentes graus, ou seja, comprometimento orgânico (FERRARO et al ., 2011). Segundo o mesmo autor, o papiloma escamoso, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial focal são proliferações do epitélio escamoso estratificado induzido por vírus. Todas apresentam em comum a origem epitelial, o crescimento acima da superfície, são assintomáticas, podem ser pediculadas e não possuem capacidade de locomoção onde a superfície pode variar de granular à papilar. O indivíduo que tem a lesão do HPV a transmissão ocorre pelo contato direto ou indireto. Após a inoculação, o período de incubação varia de três semanas a oito meses (LETO et al., 2011). O papiloma escamoso é a proliferação mais frequente e ocorre na mesma proporção em homens e mulheres, com frequência na língua e no palato. A verruga vulgar ocorre na pele e em crianças, é raramente na boca, afeta mais os lábios e destaca-se pela base estreitae pelas longas projeções digitiformes brancas e mais firmes, reflexo da papilomatose e da intensa ceratinização (FERRARO et al., 2011). O condiloma acuminado é transmitido por autoinoculação e pela prática de sexo oral. Ele se manifesta como lesão única, múltipla, de maior crescimento no eixo horizontal, semelhante a couve-flor. A hiperplasia epitelial focal, também chamada de doença de heck, é a que mais se distancia do padrão verrucoso, apresentando- se como pápulas ou nódulos, arredondadas ou plana, com limites mais nítidos que as demais e frequentemente normocrômicas (FERRARO et al .,2011). 9 3.3 ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS De acordo com Ferraro et al., (2011), existem outras lesões verrucosas da mucosa oral com características clínicas semelhantes, onde possam apresentar variação no tratamento, forma e aspecto da superfície, em função do tempo da evolução e da condição imunológica. Anterior ao planejamento terapêutico, busca-se o diagnóstico onde a realização da biópsia e a análise histopatológica podem ser decisivas para a definição. Segundo os tipos de HPV: papiloma escamoso, verruga vulgar, condiloma acuminado e hiperplasia epitelial focal apresentam em comum hiperplasia epitelial, principalmente a acantose, acompanhada ou não de hiperplasia da camada basal, da camada granulosa e ceratinização. Outro aspecto comum entre as quatro lesões é a papilomatose, diretamente proporcional ao crescimento vertical da lesão (FERRARO et al., 2011). 3.3.1 Tipos de HPV que afetam a cavidade bucal 3.3.1.1 Papiloma escamoso O papiloma escamoso bucal é usado para incluir crescimentos papilares e verrucosos. É a lesão papilar mais comum da mucosa bucal, incluindo a parte do vermelhão do lábio, constituindo aproximadamente 3,0% das lesões de boca (BARRETO et al ., 2014). FIGURA 1: Papiloma escamoso bucal (palato duro). 10 Este tipo de HPV é o mais comum diagnosticado em pessoas a partir dos 25 anos de idade, tendo uma diminuição de ocorrência após os 50 anos, ocorrendo com a mesma frequência, em homens e mulheres. Os locais de predileção incluem a língua principalmente na borda lateral, palato duro e mole, mas qualquer superfície de mucosa oral poderá ser afetada (BARRETO et al., 2014). O papiloma escamoso é uma lesão firme, indolor e normalmente exofítica pediculada, com numerosas projeções semelhantes a “dedos” na superfície, que lhe dão uma aparência de “couve-flor” ou “verrugas” lesões podem ser brancas, vermelho-claras, ou de cor normal, ocorre de acordo com a quantidade de ceratinização da superfície. Os papilomas são normalmente solitários e caracteristicamente aumentam de modo rápido para o tamanho máximo de 0,5 cm, com pequena ou nenhuma mudança depois disso. Entretanto, têm sido notícia das lesões que chegam a 3 cm de diâmetro (BARRETO et al., 2014). 3.3.1.2 Verruga vulgar A verruga vulgar tem crescimento vagaroso, e geralmente menos de 1 cm de tamanho. A porção exofítica da lesão é estreita em comparação com a base larga. Inicialmente a infecção viral afeta as mãos e os dedos de crianças e adultos jovens. Nas regiões bucal e peri bucal as verrugas apresentam a borda com um vermelhão dos lábios, no palato e no terço anterior da língua. Geralmente o resulta do contato direto com lesões nas mãos ou com as mãos servindo como vetor de lesões em outras partes do corpo (BARRETO et al., 2014). FIGURA 2: Verruga vulgar (região bucal/lábios). 11 Segundo o mesmo autor, características distintas entre a verruga e o papiloma escamoso, pois as primeiras têm um crescimento mais vagaroso e múltiplas verrugas de lábio podem sugerir a possibilidade de condiloma acuminado ou hiperplasia epitelial focal, mas essas condições multifocais são tipicamente limitadas à superfície “úmida” da mucosa. 3.3.1.3 Condiloma acuminado O condiloma acuminado é uma proliferação alterada por vírus do epitélio escamoso estratificado da genitália, região perianal, boca e laringe. Parece estar associado ao HPV 6, 11, 16 e 18, entre outros. É considerada uma doença DST, com lesões desenvolvendo-se no local do contato sexual ou em regiões que sofreram traumas. O intervalo entre a exposição e a evidência clínica varia de quatro semanas a oito meses, se não permanecer latente (BARRETO et al ., 2014). FIGURA 3: condiloma acuminado FIGURA 4: condiloma acuminado É transmitido por autoinoculação e pela prática de sexo oral. Ele se manifesta como lesão única e múltipla, de maior crescimento no eixo horizontal, formando uma massa semelhante à couve-flor (FERRARO et al., 2011). 12 3.3.1.4 Hiperplasia Epitelial A hiperplasia epitelial é uma proliferação localizada e induzida por vírus no epitélio escamoso oral, produz subtipos do HPV 13 e 32. As causas variam da irritação local e da baixa intensidade às deficiências vitamínicas. Algumas sugestões de fatores genéticos, porém sem comprovação. Essa doença apresenta pápulas e placas achatadas, com coloração igual mucosa normal, mas também podem apresentar em ser pálidas ou raramente brancas. Raramente, as lesões mostram uma leve mudança na superfície papilar. As lesões individuais são pequenas (0,3 a 1 cm), discretas e bem demarcadas, mas frequentemente se encontram tão aglutinadas que toda a área fica com uma aparência pavimentada ou fissurada (BARRETO et al., 2014). FIGURA 5:Hiperplasia Epitelial FIGURA 6:Hiperplasia Epitelial (pápula) As lesões de proliferações apresentam de em assintomáticas e sua superfície é finamente granular. Raramente são detectadas em exames de rotina sem existência de nenhuma queixa por parte do paciente ou familiares. O condiloma acuminado é a condição de maior semelhança com a hiperplasia epitelial focal (BARRETO et al., 2014). 13 3.4 TIPOS DE TRATAMENTO PRECONIZADOS De acordo com Barreto et al., (2014), os tipos de tratamento preconizados sugeridos para o câncer na cavidade oral são: agentes imunomoduladores, vacina, agentes tópicos ceratolíticos, cirúrgico e antiviral. A cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia são, isoladas ou associadas, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca (SILVA et al., 2011). 3.4.1 Agentes imunomoduladores O tratamento com imunomoduladores reduz a carga viral em mais de 90% e auxilia no desenvolvimento de memória imunológica, o que poderia auxiliar no combate a recidivas (BARRETO et al., 2014). 3.4.2 Vacina A vacina contra o HPV está liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2006. Existem dois tipos de vacina contra o HPV que são utilizadas no mundo todo. A quadrivalente (que protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18) e a bivalente (contra os 16 e 18). Os subtipos 6 e 11 são os que causam a verruga genital. Já os 16 e 18 são os que ocasionam o câncer de colo de útero. De acordo com Barreto et al. (2014), a vacina quadrivalente contra HPV 6, 11, 16 e 18 vem sendo pesquisada através de estudos clínicos randomizados, cegos em todo mundo. Segundo Zardo et al. (2014), visando no combate e na disseminação do vírus e o controle das lesões HPV induzidas, foramdesenvolvidos dois tipos de vacinas contra o HPV, a profilática e a terapêutica, porém esta última ainda se mostra com baixa eficácia. A vacina profilática estimula a resposta humoral, baseada no contato com "partículas semelhantes ao vírus" ou virus-like particles (VLP), que se caracterizam com morfologia semelhante ao vírus sem, contudo, conter o DNA viral, responsável pelos danos da infecção por esse agente. 14 Já a vacina terapêutica após a produção de outras proteínas que têm sido propostas como antígenos vacinais, principalmente E6 e E7. Estas proteínas estão envolvidas no descontrole da proliferação e transformação celulares, induzindo a resposta celular do sistema imune, sensibilizando células imunocompetentes para combater à infecção viral (ZARDO et al.,2014). No Brasil, encontram-se disponíveis há alguns anos, duas vacinas para HPV que atualmente integram o calendário de vacinação de crianças e pré adolescentes em mais de 40 países: a vacina bivalente para HPV 16 e 18, produzida pelo laboratório GSK e conhecida internacionalmente como Cervarix HPV 2 e a vacina quadrivalente para HPV 6,11,16,18 produzida pelo laboratório MSD, conhecida internacionalmente como Gardasil HPV 4 (ZARDO et al., 2014). Ambas foram licenciadas e aprovadas com esquema padrão de 3 doses aplicadas dentro de um período de 6 meses em qualquer idade em que seja feita a vacinação. Apesar da excelente eficácia protetora verificada com estas vacinas, existem barreiras que tem limitado o sucesso dos programas de vacinação em países que incluíram a vacinação para HPV em seus calendários: o alto custo e as dificuldades logísticas de operacionalizar esquemas de três doses, principalmente na faixa etária alvo dos programas de vacinação para HPV (ZARDO et al., 2014). Segundo Barreto et al., (2014), em muitos países tem havido pouca adesão e baixas taxas de cobertura vacinal. Nos Estados Unidos, por exemplo, os registros mostram que somente 1/3 das jovens de 13 a 17 anos receberam pelo menos uma dose de vacina, e 30% das que iniciaram, não completaram a vacinação. Já no Reino Unido e Austrália, países nos quais a vacinação foi implementada com programas junto às escolas, as coberturas vacinais tem sido bem mais elevadas. O uso potencial de esquema de vacinação para HPV com número menor de doses, poderia melhorar as barreiras e contribuir para o sucesso dos programas. A resposta imunológica mais robusta em menores de 15 anos (justamente a faixa etária alvo dos programas de vacinação) verificadas em estudos anteriores somado às barreiras mencionadas acima motivaram discussões sobre a possibilidade de reduzir o esquema para apenas duas doses em meninas nesta faixa etária, e isso motivou a realização de estudos que avaliassem essa possibilidade (BARRETO et al., 2014). 15 O primeiro estudo que avaliou esquema de duas doses com a vacina quadrivalente (HPV4) foi realizado por Dobson no Canadá. O objetivo primário era verificar se o esquema de duas doses preenchia os critérios de não inferioridade imunológica em relação ao esquema de 3 doses em jovens de 16 a 26 anos (ZARDO et al.,2014). Segundo o mesmo autor, os investigadores compararam os títulos geométricos médios (TGM) em meninas de 9 e13 anos com 2 doses aplicadas aos 0 e 6 meses, com os obtidos em mulheres jovens de 16 a 26 anos que receberam 3 doses seguindo o esquema padrão ( 0 - 2 - 6 meses), grupo esse para o qual já foi comprovada a eficácia da vacina. Outro objetivo deste estudo foi avaliar a não inferioridade dos títulos para HPV 6 e 11 no grupo de meninas de 9 a 13 anos com duas doses, em relação aos obtidos em jovens de 16 a 26 anos, com três doses. Compararam também os TGM em meninas da mesma idade (9 a 13 anos), com esquema de duas e três doses, comprovando a eficácia apenas com duas doses da vacina, por isso, o Brasil adotou em seu esquema de vacina apenas duas doses pensando em adesão e custos (ZARDO et al., 2014). 3.4.3 Agentes tópicos ceratolíticos O ácido tricoloroacético de 50% a 90% é aplicado uma vez por semana, durante quatro semanas ou até o desaparecimento da lesão. Indicado nos casos de verrugas externas. Atingem índices de até 80% o sucesso terapêutico e as taxas variam de entre 30% e 60% com o uso tópico de ácido bi ou tricoloroacético (BARRETO et al., 2014). 3.4.4 Cirúrgico O método cirúrgico pode ser empregado a exérese com bisturi de lâminas e a eletrocoagulação da lesão. Para as lesões orais é indicada a excisão cirúrgica conservadora, porém podem ser removidas por crioterapia, eletrocirurgia ou mesmo ablação a laser. O contato com o tecido circunvizinho deve ser evitado durante a remoção, a fim de minimizar a possibilidade de inoculação viral. A recorrência é 16 bastante rara e o encaminhamento ao médico é obrigatório para a remoção das lesões de pele (BARRETO et al., 2014). Em crianças as verrugas não se transformam em lesões malignas, e dois terços desaparecem espontaneamente dentro de 2 anos (BARRETO et al., 2014). 3.4.5 Radioterapia A radioterapia em doses letais para as células cancerígenas também causa alterações nas células normais circunjacentes, podendo causar eritema e queimação moderada no local do tratamento (BARBOSA et al., 2012). De acordo com Paiva et al.,(2010), na radioterapia interfere o tipo de radiação empregada, a dose, o esquema de fracionamento são fatores que interferem no tratamento. Interferem no paciente o processo do estado nutricional, fatores psicológicos, sociais e o seu estado geral de saúde, além dos cuidados com a higiene oral e assistência recebida, antes, durante e após tratamento. 3.4.6 Antiviral O antiviral mais utilizado é o cidofovir, que atua impedindo a síntese do DNA pela inibição do DNA polimerase, diminuindo a duplicação do vírus, age principalmente nos vírus que causam doenças cutâneas (BARRETO et al., 2014). Este autor ainda acrescenta que o uso tópico em forma de creme ou intralesional é tido como efetivo no tratamento e prognóstico das infecções. 3.5 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM AO CÂNCER NA CAVIDADE ORAL Segundo Oliveira et al. (2013), a literatura evidencia um baixo nível de conhecimento dos profissionais de enfermagem e odontologia sobre a associação do HPV com o câncer na cavidade oral, percebendo-se a deficiência no rastreamento precoce. 17 O enfermeiro é um dos profissionais que atua nos três níveis de atenção: primária, secundária e terciária. Diante disso, vale ressaltar que o mesmo deve conhecer a Resolução Conselho Federal de Enfermagem - COFEN 159/1993, referente à consulta de enfermagem, já que esta é o ponto de partida no rastreamento. A Sistematização da assistência de enfermagem implementada através do processo de enfermagem, seguindo os princípios da Resolução COFEN 358/2009, respeitando assim o código de deontogia pela lei nº 7.498 de 25 de 06 de 1986 e do decreto em nº 94.406/87 que regulamenta a profissão. Diante disso, o enfermeiro pode desempenhar um papel social, planejando e executando ações educativas dirigidas à eliminação ou ao controle dos fatores de risco; ensinando ao autoexame de boca; participando na detecção precoce de lesões neoplásicas através do exame da boca (oroscopia indireta) e da região cervical (palpação); estendendo seu conhecimento a outros parceiros da saúde desde a atenção primária a terciária (BARBOSA et al., 2012). O enfermeiro bem como auxiliares e técnicos de enfermagem podem aplicar em sua prática assistencial, seus conhecimentos sobre os fatores de risco para o câncer como também medidas de prevenção. Deve informar sobre os sinais e sintomas de alerta para o câncerque podem levantar, com isso, suspeita diagnóstica, orientar e encaminhar os pacientes aos serviços de saúde (BARBOSA et al., 2012). Assim, evidencia-se que o ponto de partida no diagnóstico precoce se dá por uma anamnese (entrevista clínica) e o exame físico específico, bem como de exames complementares e de um direcionamento e acompanhamento de uma equipe interdisciplinar formadas por médicos clínicos, oncologistas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, visando o tratamento integral a clientela assistida. Vale ressaltar que o INCA (2015), descreve que não há evidências científicas de que o autoexame seja suficientemente efetivo como medida preventiva contra o câncer de boca, já que a população muitas vezes desconhece de sinais que identifiquem anormalidades nestas regiões, por isso, a importância do trabalho em equipe e exames complementares diagnósticos, bem como que a população em geral seja informada e saiba diferenciar lesões potencialmente malignas em áreas 18 anatômicas normais, facilitando a procura dos serviços de saúde para o rastreamento ainda precoce da doença. 4 DISCUSSÃO Diante deste estudo, percebe-se que quando falamos em câncer na cavidade oral, os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento de câncer incluem as DSTs, tabaco e o álcool. Corroborando com essa informação INCA (2016), descreve-se que em geral, o etilismo, o tabagismo e as infecções pelo HPV, principalmente pelos tipos 16 e 18, são os principais fatores de risco para esse grupo de tumores. O risco de desenvolver câncer de cavidade oral atribuído ao tabagismo e etilismo é de aproximadamente 65%. Quando esses dois fatores estão juntos, é observada a existência de um sinergismo entre eles, fazendo com que esse risco aumente ainda mais. A exposição à radiação ultravioleta solar também é um importante fator de risco para o câncer de lábio. Ele se desenvolve a partir da progressão de uma hiperplasia epitelial, passando para um carcinoma in situ e depois para a forma invasora. Entretanto, nem todos os carcinomas passam por esses estágios. Ações para controlar os fatores de risco, bem como o exame clínico feito por profissional de saúde capacitado, são consideradas as melhores formas de diminuir a incidência e a mortalidade da doença. A identificação de lesões precursoras ou do câncer em estágios iniciais possibilita um melhor tratamento, com menos agressividade e, consequentemente, uma melhor sobrevida (INCA, 2016). Existe um debate sobre carcinoma de células escamosas em pacientes jovens, focando os fatores etiológicos associados ao desenvolvimento da doença. Isso ocorre porque os fatores de risco (fumo e álcool), que são frequentemente observados em pacientes mais velhos, não são verificados em pacientes jovens. Com isso, outros fatores devem ser investigados para explicar a etiologia do carcinoma de células escamosas em indivíduos jovens. Alguns destes podem estar envolvidos: predisposição genética, infecção viral prévia, hábitos alimentares, imunodeficiência, exposição ocupacional a fatores carcinogênicos, condição socioeconômica, higiene oral e trauma. Entre os vírus que infectam os tecidos orais 19 e que são prováveis agentes oncogênicos, citam-se o citomegalovírus, o herpes vírus e o HPV (FERRARO et.al., 2011). As infecções anogenitais pelo HPV parecem ter relação direta com fatores socioeconômicos. Segundo Oliveira et al ., (2013), uma higiene deficiente representa um risco adicional quanto ao aparecimento de câncer de boca. Não se sabe ao certo qual é a relação entre a sepses bucal e o câncer, mas está comprovado que a má higiene bucal apresenta maiores possibilidades. Por se tratar de uma infecção de transmissão vertical, o ideal seria a vacinação profilática anterior à primeira relação sexual. Então, a questão vacinal deveria ser administrada em adolescentes de ambos os sexos. De acordo com Zardo et al., (2014), é possível cogitar inclusive um segundo pico para a infecção entre a quarta e quinta décadas de vida. Não há consenso sobre a causa dessas novas infecções, especulam-se várias teorias: reativação viral, enfraquecimento da imunidade ou outro mecanismo. A infecção pelo HPV pode ocorrer em mulheres sexualmente ativas em qualquer idade, portanto o pico de incidência pode ocorrer logo após o início da vida sexual, antes dos 25 anos de idade. A partir desta idade, a taxa pode diminuir, então mulheres com idade superior a 25 anos também estão susceptíveis a infecção pelo vírus. As complicações do câncer na cavidade oral de mucosite, xerostomia, disgeusia, neurotoxidade, hipersensibilidade dentária, infecções fúngicas, infecções herpéticas, infecções bacterianas, trismo, cárie de radiação e osteorradionecrose. Segundo INCA (2016), os fatores que podem levar ao câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal ajustadas, por isso, a equipe de saúde deve está preparada para orientações de práticas seguras e hábitos saudáveis de vida, de autoexame físico, exames diagnósticos e acompanhamento preventivo em saúde, para assim conseguir diagnosticar precocemente a doença. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Evidenciou-se que é importante o conhecimento por parte da equipe de saúde, inclusive por parte da equipe de enfermagem, sobre os aspectos 20 relacionados ao câncer na cavidade oral, para que diante desse paciente, possam auxiliar e esclarecer sinais e sintomas da patologia e as etapas de tratamento. É necessário um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e preparada para lidar com os sintomas, diagnósticos e tratamento da doença. Portanto, a associação da infecção por HPV com lesões oncológicas se dá através de tabagismo, alcoolismo, exposição ao sol dentre outros fatores endógenos e exógenos, a depender da vulnerabilidade e condições socioambientais do paciente, sendo imprescindível que os enfermeiros realizem nos pacientes uma avaliação e exame físico céfalo podálico detalhado, não deixando de avaliar de forma específica a cavidade oral no intuito de prevenir, diminuir a incidência de câncer na cavidade oral, bem como realizar rastreamento precoce. Desta forma, não podemos esquecer o acompanhamento desses pacientes e seus familiares e após o tratamento para que sejam tomadas medidas de controle e prevenção. Dessa forma é comprovado com evidência científica que a vacina, em homens e mulheres, resultará na diminuição do índice de infectados e na redução de gastos com tratamentos, porém não pode ser considerada como a única ferramenta a ser utilizada na prevenção e complicações provocadas pela associação do HPV com câncer na cavidade oral, bem como se percebe a necessidade da expansão da vacina para homens já que alguns apresentam opções sexuais diversas, aumentando desta forma riscos de transmissibilidade da doença. REFERÊNCIAS ABDO, Evandro Neves; GARROCHO, Arnaldo de Almeida; AGUIAR, Maria Cássia Ferreiro de. Perfil do paciente portador de carcinoma epidermóide da cavidade bucal, em tratamento no Hospital Mário Penna em Belo Horizonte. Revista Brasileira de cancerologia, 2002, 48(3): 357-362. Disponível em:< http://www1.inca.gov.br/rbc/n_48/v03/pdf/artigo4.pdf> Acessado em: 16 de fev. 2016. 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