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UNIVERSIDADE PAULISTA – AQUI VOCÊ PODE CURSO DE ENFERMAGEM PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2005 A 2010 MANAUS – AM 2014 JANAINA DA SILVA SERRA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2005 A 2010 Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Bacharelado em Enfermagem, da Universidade Paulista – UNIP, como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeiro. Orientadora: Enfª. Esp. Pabloena da Silva Pereira MANAUS –AM 2014 TEMA: Câncer de Colo de Útero TITULO: Prevenção ao Câncer de Colo de Útero: Uma Revisão Bibliográfica 2005 à 2010 1. PROBLEMÁTICA Por que o alto indicie de mulheres que não se previnem contra o câncer de colo de útero no Brasil e principalmente no Amazonas? 2. QUESTÕES NORTEADORAS ● O que os autores dizem sobre o conhecimento sobre o câncer de colo de útero? ● Quais as medidas que os autores relatam para prevenção do Câncer de Colo de Útero? 3. INTRODUÇÃO Trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a prevenção ao Câncer de Colo de Útero, com intuito de analisa como está atualmente o câncer de colo de útero no Brasil e especialmente no Amazonas. O câncer de colo de útero é uma doença que atualmente vem sendo intensamente divulgada pra prevenção de adolescente e para mulheres que já praticam relações sexuais por meio do exame de preventivo. “O câncer de colo de útero, também chamado de cervical, demora muitos anos para se desenvolver. As alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolaou), por isso é importante a sua realização periódica. A principal alteração que pode levar a esse tipo de câncer é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos” (INCA, 2013). O interesse pelo assunto dado, pois é uma patologia que bastante preocupa a população feminina e sendo que a prevenção do câncer se dá de inicio orientando e divulgando como as mulheres atualmente devem fazer para não ser acometidas por esta patologia. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2010) no Brasil, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia maligna que acomete as mulheres, apenas superado pelos cânceres de pele não melanoma e da mama. Foram estimados cerca de dezoito mil novos casos para os anos de 2012 e 2013. Sua frequência é variável conforme a região e implica em que ocupe as seguintes posições no país: norte – primeira; centro-oeste e nordeste – segunda; sudeste – terceira e no sul a quarta. considerando-se somente a população feminina que está em segundo lugar e representa cerca de 15 % de todos os tipos de câncer. O estudo se justifica pelo interesse de prevenção de mortalidade de mulheres por câncer de colo de útero, e tem como objetivo geral: analisar bibliografias sobre a prevenção do câncer de colo de útero, e os objetivos específicos: identificar quantos autores de enfermagem faz referencia ao câncer de colo de útero e que medidas os autores que relatam para prevenção do câncer colo de útero. 4. OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL Analisar bibliografias sobre a prevenção ao câncer de colo de útero. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Identificar quantos autores de enfermagem faz referencia ao Câncer de Colo de Útero. ● Que medidas os autores relatam para amenizar os altos indicie de câncer de colo de útero. 5. JUSTIFICATIVA O câncer de colo de útero tem se tornado um grande vilão da atualidade para as mulheres, e se justifica para destacar a prevenção dessa doença para mulheres que ainda tem a chance de não adquirirem. A enfermagem tem um papel importante para com essas mulheres pois, sob orientações poderão ter noção de fazendo o preventivo, exames ginecológicos são importantes, para detecção precoce dessa doença. Contudo, sabemos que é um tema preocupante, mais que podemos ter bons resultados se tiver um alcance grande de mulheres sobre a prevenção de câncer do colo de útero. 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 6.1 MAGNITUDE DO CÂNCER A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima, a partir do ano 2020, o diagnóstico de 15 milhões de novos casos anuais de câncer de todos os tipos, no mundo. Com a aplicação do conhecimento científico atual, cerca de um quarto de todos os cânceres poderia ser evitado e a terça parte deles curada. Porém, 70% desses tumores ocorrem em países com poucos recursos para o controle da doença. Neste contexto, o câncer de colo do útero, por ser passível de prevenção, tem a sua ocorrência diretamente vinculada ao grau de desenvolvimento do país. O câncer de colo do útero é o terceiro câncer mais comum no mundo. Estima-se que são diagnosticados mais de 471.000 casos novos anuais. Nos países desenvolvidos, tem sido observada uma redução na incidência e mortalidade da doença nos últimos 50 anos, devido, principalmente, a programas de rastreamento sistemáticos em população de risco. Nestes países, as taxas médias de incidência anuais padronizadas por idade são baixas, com valores inferiores a 14 casos para cada 100.000 mulheres (INCA, 2005). 6.2 O VÍRUS DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO O Papiloma Vírus Humano (HPV), é uma grande família de pequenos vírus (estruturas acelular que só efetuam suas atividades no interior de células vivas) medindo aproximadamente 52 a 55nm (nanômetro) de diâmetro e 8Kb (kilobases), não envelopados (não possui membrana lipídica que envolve a estrutura viral), que se replicam no epitélio escamoso da pele ou da mucosa (GONZALEZ-LOSA et. al., 2008). Atualmente mais de 16 tipos de HPV são considerados de alto risco para câncer de colo de útero (BADANO et. al., 2011). O vírus HPV passou a ser associado ao câncer do colo do útero em meados de 1949, quando introduzido pelo médico patologista George Papanicolau o exame que viria a ser, e ainda é, o indicativo para a presença do vírus através de alterações celulares encontradas em “esfregaços” realizados em lâminas com o material colhido no colo uterino (NAKAGAWA et. al., 2010). Na década de 70 o infectologista alemão Haroldo Hausen constatou que a presença de um agente etiológico de transmissão sexual estaria associada ao câncer do colo do útero, e que este agente poderia ser o Papiloma Vírus Humano (HPV), que inicialmente era associado à condilomas (verrugas genitais produzidas pelo vírus HPV), sendo que anos mais tarde foi efetivamente relacionado ao carcinoma (câncer maligno que surge nas células epiteliais) uterino, o que hoje representa a segunda causa de morte entre as mulheres ocasionadas pelo câncer, provocando assim, uma alta taxa de mortalidade (PINTO et al., 2011). Os papilomavírus consistem em uma única molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico) em espiral de dupla hélice presente em uma proteína esférica, o capsídeo. O capsídeo é formado por outras duas proteínas estruturais a L1 (proteína viral capaz de arranjar-se em partículas) a maior delas medindo 55 Kb e representa cerca de 80% da proteína viral total, e também a proteína L2 com peso molecular de 70 Kb. As duas proteínas, L1 e L2 são codificadas viralmente, contudo, a L2 tem papel importante no vírus, pois ela é responsável pela encapsidação do DNA viral transformando-o em capsídeo viral, e, com isso, promove uma potencialização do poder de infectividade dos viriões (forma infectiva do vírus) do HPV (RIVOIRE, 2006). O HPV possui seu genoma sequenciado, diante disso, descobriu-se que o DNA é formado em dupla hélice que levam a lesões hiperproliferativas do epitélio cutâneo e da mucosa. Outra característica importante do papilomavirus é um tipo tropismo (característica para infectar uma determinada célula ou tecido) exclusivo para células epiteliaisescamosas (BRAGA, 2012). Os diversos tipos de HPV têm em comum a característica de se replicar unicamente no núcleo da célula hospedeira. Em lesões ocasionadas pela infecção de peles benignas que estão diretamente relacionadas ao HPV, o DNA viral está separado do DNA celular do tecido infectado e aparecem em forma de plasmídio (moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do DNA cromossômico) (RIVOIRE, 2006). Já em casos em que há malignidade na infecção, principalmente em lesões associadas aos HPV 16 e 18, neste caso, o DNA viral se associa aos cromossomos hospedeiros. Para unir-se ao DNA celular, é preciso que ocorra uma quebra no gene do vírus (PITTA et. al., 2010). Segundo parecer médico, após infectar a pele ou a mucosa o HPV pode desenvolver três tipos de processos infecciosos: a latência (o DNA do vírus HPV é detectado, mas não é sucedido de por nenhuma lesão); lesão subclínica (o DNA do vírus HPV é detectado como também algumas lesões, porém somente quando se utiliza métodos que aumentem o campo de visão) e doença clínica (estágio em que as lesões apresentam malignidade ou comprometimento orgânico) (Figura 3). A relação entre o HPV e seu hospedeiro é uma complexa interação onde há uma pequena ocorrência de infecções produtivas, transformadoras com potencial oncogênico (FERRARO et. al., 2011). No Brasil, a prevalência da infecção pelo HPV tem variado entre 15% a 27% e foram detectados por Captura Híbrida ou PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em estudos realizados nos serviços de saúde para a triagem do câncer de colo do útero. No entanto, em doentes que apresentaram cancro (células que cresce e se divide sem respeitar os limites normais) no colo do útero, a detecção do DNA do HPV variou de 55,2% a 91%, dependendo do tipo de material biológico e o método utilizado (FREITAS et. al., 2007). A prevenção e combate ao câncer de colo de útero obtiveram expressivos avanços depois da comprovação do papel etiológico do vírus sobre a doença. Importantes pesquisas no meio científico foram desenvolvidas a partir da década de 80, possibilitando o conhecimento mais aprofundado sobre a resposta imunológica ao HPV, e assim, por consequência, o desenvolvimento de vacinas altamente imunogênicas (induz a reação imunológica). Sabe-se que o processo infeccioso natural não confere em nenhum grupo específico proteção imunológica, para isso, é necessária a vacinação. Porém, esta vacina é utilizada apenas como meio de prevenção ao câncer do colo uterino em mulheres que não iniciaram sua vida sexual. Alheio a este contexto, o câncer cervical é combatido através da identificação de lesões precursoras e seu tratamento clínico (NAKAGAWA, et. al., 2010). Para que haja um trabalho de prevenção adequado, se faz urgente a utilização de diagnósticos que permitam a detecção do Papiloma Vírus Humano (HPV) e que esteja acessível à população já que se trata de um diagnóstico de alto custo (ALIGIERI, 2007) . Dentre os diagnósticos para a detecção do HPV, a biópsia foi um exame precursor que permitiu o estudo anatomopatológico de amostras retiradas de lesões, porém sem a capacidade de identificar, classificar ou tipar o HPV, o que é possível apenas pelas técnicas de biologia molecular. Outros métodos mais modernos surgiram e, hoje, a hibridização molecular tornou-se o método mais eficiente e seguro na identificação precoce do HPV (LETO et. al., 2011). A Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) caracteriza-se pela amplificação de pequenas quantidades de DNA-alvo em milhões de vezes. Para isso são necessários à utilização de primers (segmentos de ácidos nucléicos, com 1 a 60 nucleotídeos, sequência complementar, utilizados no início da replicação do DNA) (DINC et. al. 2010). No entanto, existe uma nova tecnologia, também PCR, que realiza uma dupla amplificação da amostra para que se torne ainda mais sensível. Esta tecnologia é conhecida como PCR-Nested, processo de duas PCRs realizadas uma mesma amostra, uma após a outra em sequência (TRISTÃO et. al., 2012). De acordo com Lima Junior et. al. (2011), a Nested-PCR é fundamentada em duas fases, a primeira é idêntica à PCR convencional, onde é utilizado primers que amplificará uma região específica do DNA, derivando em pequenas frações amplificadas do gene selecionado pelo primer. A segunda parte usa primers internos na região que já passou por uma primeira amplificação, ou seja, a amostra é submetida à outra reação de PCR, este é o ponto principal da técnica, que busca sequências presentes nos fragmentos antes amplificados, diminuindo o número de bandas inespecíficas e ampliando a eficiência do método. COSER et. al. (2011) diz que a PCR-nested têm provado ser mais sensível na detecção do vírus HPV que os métodos de PCR com base em apenas uma amplificação, ou simplesmente PCR simples. O método foi usado em grandes estudos epidemiológicos para a detecção do HPV em amostras do colo do útero. No entanto, as técnicas de PCR-nested requerem procedimentos adicionais de sequenciamento ou hibridização para identificar com precisão os tipos de HPV. De acordo com estudos realizados, a PCR-Nested não apresentou resultados com significativa superioridade em relação aos demais métodos de detecção tendo como princípio a técnica PCR. A diferença evidenciada está na sensibilidade dos primers utilizados para a detecção e tipagem do HPV. Porém, a técnica apresentou a capacidade de tipar um número maior de vírus, no entanto, é necessária a utilização de primers adequado para obtenção de melhores resultados (LIMA JUNIOR et. al., 2011). Acredita-se que as diferentes técnicas para detecção do vírus HPV são importantes e adequadas para o diagnóstico quando combinadas com diagnósticos moleculares, pois possuem alta sensibilidade. Contudo, é importante que novos estudos corroborem com a necessidade, na prática, da utilização destes diagnósticos em países em desenvolvimento, assim como o Brasil, e ainda, em países subdesenvolvidos. 6.3 CONTÁGIO E DESENVOLVIMENTO DO HPV NO CORPO HUMANO A transmissão do HPV se dá principalmente pelo ato sexual, através da fricção dos orgãos genitais. Ele se aloja na superfície do epitélio escamoso do colo uterino devido à microtraumas causados neste local pela relação sexual. Quando atinge o epitélio pavimentoso, o vírus perde seu invólucro protéico e o genoma viral atinge o núcleo da célula, onde se estabelece a forma epissomal provocando uma resposta celular local e sistêmica que induz à produção de anticorpos das células de langerhans ativando os linfócitos T. Esta é a primeira linha de defesa humana, porém a resposta humoral não é suficiente para acabar com o processo infeccioso, pois dependerá também do estado imunológico de cada pessoa, e sua resposta celular efetiva (PALO et al. 2006). Estudos observados pela FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS SOCIEDADES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA (2007) mostraram que o risco de uma mulher desenvolver neoplasia de colo uterino aumenta em 19 vezes quando ela é infectada com o vírus HPV, e que associados ao tipo 18, 31 ou 33 aumenta em 50 vezes. Quando é relacionado ao HPV 16 este risco sobe para mais de 100 vezes. Isto quando comparado a mulheres não infectadas. Também foi demonstrado que a soroposividade do HPV 16 é fortemente associada com a detecção repetida do DNA HPV 16 na cérvix. Isto demonstra que o HPV 16 mantém uma forte relação com a persistência das LIE com a sugestão dele ser um agente infeccioso de ação prolongada (RAMA et al. 2006). Em um relato clínico de CASTRO & DUARTE (2006), foi diagnosticado evidências de HPV em cavidade oral dos tipos, 0, 1, 2, 4, 6, 11, 13, 16, 18, 30, 31, 32 e 57. Estes tipos virais são os mesmos que atingem outras regiões do corpo como as mucosas e a pele. Nesta pesquisa é ressaltada a presença do subtipo 16 como prevalente em lesões neoplásicas,porém, afirmando que é o 18 o tipo mais agressivo nestas lesões, e que o 6 e o 11 são encontrados nas lesões condilomatosas. 6.4 PATOLOGIA DO HPV As infecções por HPV podem ser sintomáticas quando “a forma clinica é evidenciável, ou seja, com observação a olho nu” (PALO et al. 2006) ou assintomáticas. As lesões podem aparecer na forma de verrugas genitais e serem chamadas de diversas maneiras, desde condilomas ou mais popularmente como crista de galo, figueira, cavalo de crista ou jacaré de crista (MURTA, 2008). Surgem em regiões como vulva, períneo, colo, vagina e região perianal na mulher. E no homem há possibilidade de aparecer na glande e sulco bálano- prepucial (BRASIL, 2006; MURTA, 2008). Menos freqüentemente podem estar presentes em áreas extragenitais como conjuntivas, mucoso-nasal, oral e laríngea (BRASIL, 2006). Quando assintomáticas podem ser classificadas de duas maneiras, subclínicas ou latentes. Na forma subclínica são evidenciáveis apenas sob técnicas de magnificação (lentes) e ápos aplicação de reagentes como o ácido acético (BRASIL, 2006). A forma latente é evidenciável apenas através de técnicas de hibridação do DNA em indivíduos com tecidos clínicos e histológicamente normais. O termo refere-se, portanto, aos casos em que, na ausência de evidência clínica, colposcópica, citológica e histológica de lesão, são individualizadas, geralmente em material citológico, em seqüências de HPV-DNA com técnicas de hibridação molecular (PALO et al. 2006). As lesões condilomatosas podem apresentar diversas formas no local de alteração, podendo ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas e de tamanhos variável. Dependendo do tamanho e localização, podem ser dolorosas, friáveis e/ou pruriginosas, de crescimento exofítico, papilar, frondoso ou róseo (BRASIL, 2006; CASTRO & DUARTE, 2004). Segundo Brasil (2006a), o tratamento do HPV poderá ser feito de diversas maneiras, dependendo da morfologia, local da lesão e quantidade de verrugas. Os medicamentos utilizados são a podofilina, o ácido tricloroacético (ATA), podofilotoxina, imiquimod, interferon. Existem também outros métodos como a eletrocauterização, criocauterização, vaporização a laser, exerese cirúrgica, todo com objetivo de remoção dos condilomas. 6.5 CÂNCER DE COLO DE ÚTERO NO NORTE O câncer já foi considerado a quinta causa mais frequente de morte no Brasil e hoje é a segunda, perdendo para as mortes ocasionadas por doença cardiovasculares (NAKASHIMA et al., 2006). O câncer de colo de útero (CCU), também chamado de câncer cervical, é passível de prevenção e controle por meio da triagem e do tratamento precoce, mas pode ter sua taxa de mortalidade aumentada em 10% nos próximos dez anos, caso essas ações não sejam realizadas (AZEVEDO, 2010). Segundo o MINISTÉRIO da SAÚDE (2009), o rastreamento da população feminina utilizando do exame de Papanicolaou, também chamado de colpocitologia oncótica, pode reduzir em 80% o índice de mortalidade por CCU. No entanto, a cada ano surgem aproximadamente 500 mil novos casos no mundo, dos quais 70% ocorrem em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil. O CCU é o segundo câncer mais incidente em mulheres no Brasil, após o câncer de pele não melanoma. Diverge deste cenário a grande maioria dos estados da Região Norte, incluindo o Estado do Pará, onde o CCU é o mais incidente na população feminina (MINISTÉRIO da SAÚDE, 2009). A taxa de mortalidade pelo CCU tem demonstrado uma tendência de queda nas capitais dos estados de todas as regiões geográficas brasileiras, porém tem aumentado em municípios do interior das Regiões Norte e Nordeste do Brasil (AZEVEDO, 2010). A persistência da infecção pelo papilomavírus humano (HPV) de alto risco, associada ao rastreamento deficiente da população feminina, são os principais fatores responsáveis pelo desenvolvimento do CCU. No perfil comportamental das mulheres que desenvolvem este câncer, destacam-se a idade precoce na primeira relação sexual, a multiplicidade de parceiros com história de infecções sexualmente transmissíveis, o uso de anticoncepcionais orais, a multiparidade, a precocidade na primeira gestação, além do tabagismo e da alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta caroteno e folato (CASARIN, 2011). O CCU ainda é um problema de saúde pública no Brasil, onde as maiores taxas de prevalência e mortalidade são encontradas em mulheres com condições sociais e econômicas menos favorecidas e naquelas que têm dificuldade no acesso aos serviços de saúde para detecção e/ou tratamento da doença, por motivos econômicos, geográficos, culturais e/ou insuficiência dos serviços PCCU, ou exame de Papanicolaou, consistiu na preparação de um esfregaço para cada mulher, confeccionado com células colhidas da parede e fundo de saco vaginal, região ectocervical e região endocervical (CASARIN, 2011). Os esfregaços citológicos foram colhidos com espátula de Ayre e escova endocervical, estendidos em lâminas de vidro, fixados em álcool e corados pela coloração de Papanicolaou. Os resultados citológicos encontrados foram classificados de acordo com a Nomenclatura Brasileira para Laudos Cervicais e Condutas Preconizadas , como: esfregaço dentro dos limites da normalidade (normal), alterações benignas (esfregaços inflamatórios); atipias de células escamosas de significado indeterminado, possivelmente não neoplásicas (ASC- US); atipias de células escamosas de significado indeterminado, onde não se pode afastar lesão intraepitelial escamosa de alto grau (ASC-H); lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL); e lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) (DUARTE et al., 2010). Para identificar a ocorrência de fatores de risco associados ao desenvolvimento do CCU, foram coletados dados referentes à idade, escolaridade, hábito de fumar, início da atividade sexual, uso de preservativos e de anticoncepcionais, número de parceiros sexuais, filhos, abortos e a realização prévia do PCCU. As informações coletadas foram inseridas em planilha, a partir da qual foram geradas figuras e tabelas. No programa BioEstat, foram realizadas as análises descritivas e o teste de normalidade das idades, pelo método de Lilliefors (RAMA, 2008). 6.6 PREVENÇÃO A prevenção das DSTs em geral, é o meio mais importante de evitar tais transtonos, e existem inúmeras maneiras de evitar tais doenças. No caso do HPV deve-se considerar o relevante fator de que não existe tratamento que realmente cure (BRASIL, 2006). Os meios de prevenção mais comuns são os usos de preservativos, os quais diminuem o índice de contaminação pelo HPV, mas, não os impede. Valendo ressaltar que, a abstinência de qualquer prática sexual, é o meio mais seguro de prevenção (NADAL & NADAL, 2008). Exame citopatológico ou papanicolau como é mais conhecido, deve ser feito anualmente. Outras formas de identificação da doença são os exames, imunoistoquímico, microscopia eletrônica e o reconhecimento do tipo de DNA (BRASIL, 2006). Entretanto vale ressaltar que o exame citopatológico não detecta exatamente a infecção pelo HPV e nem mesmo o seu tipo, mas ajuda muito no diagnóstico precose de um câncer cervical, pois a citologia ajuda a diferir prováveis células do vírus. Quando diagnosticados NIC II ou NIC III, há uma recomendação de exames específicos para o vírus HPV como a colposcopia e a histopatologia (BRASIL, 2006). Atualmente já existem meios de vacinação como método de prevenção, sendo a Gardasil a primeira vacina aprovada no Brasil. É recomendada na faixa etária de 9 a 26 anos de idade em três doses e sua duração é em torno de cinco anos e meio. Protege contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18), causadores de verrugas e câncer cervical (OLIVEIRA, 2008). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), já aprovou a segunda vacina contraHPV no Brasil, a Cervarix (nome comercial) recomendada na idade de 10 a 25 anos. Ela também é quadrivalente, aplicada em três doses, porém não será disponível no sistema público assim como a Gardasil (CAMPBELL, 2008). 6.6.1 EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO DO ÚITERO (PAPANICOLAU) O exame citopatológico (Papanicolaou) é o exame preventivo do câncer do colo do útero. Ele consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e da endocérvice que são extraídas por raspagem do colo do útero. A coleta do exame é realizada durante uma consulta ginecológica de rotina, após a introdução do espéculo vaginal, sem colocação de nenhum lubrificante (pode ser usado apenas o soro fisiológico). Normalmente não é doloroso, mas um desconforto variável pode acontecer, de acordo com a sensibilidade individual de cada paciente. As mulheres devem ter sido previamente orientadas a não terem relações sexuais ou fazerem uso de duchas, medicamentos ou exames intravaginais (como por exemplo a ultra-sonografia) durante as 48 horas que precedem o exame (INCA, 2006). O exame deve ser realizado fora do período menstrual, pois o sangue dificulta a leitura da lâmina, podendo até tornar o esfregaço inadequado para o diagnóstico citopatológico. Isto não quer dizer que, diante de um sangramento anormal, a coleta não possa ser realizada em algumas situações particulares. A periodicidade do exame citopatológico (Papanicolaou) a ser adotada nos programas de rastreamento do câncer do colo do útero será de três anos, após a obtenção de dois resultados negativos com intervalo de um ano (INCA, 2006). O procedimento de coleta propriamente dito deve ser realizado na ectocérvice e na endocérvice. No caso de mulheres histerectomizadas que comparecerem para a coleta, deve ser obtido um esfregaço de fundo de saco vaginal. No caso de pacientes grávidas, a coleta endocervical não é contra- indicada, mas deve ser realizada de maneira cuidadosa e com uma correta explicação do procedimento e do pequeno sangramento que pode ocorrer após o procedimento. Como existe uma eversão fisiológica da junção escamo-colunar do colo do útero durante a gravidez, a realização exclusiva da coleta ectocervical na grande maioria destes casos fornece um esfregaço satisfatório para análise laboratorial. Durante o momento do exame especular, na coleta do exame citopatológico, pode ser evidenciado no colo do útero alguma lesão que necessite de tratamento, algumas vezes independente do resultado do exame citopatológico. A visualização de um colo com aspecto tumoral é uma indicação de encaminhamento direto à colposcopia, mesmo na vigência de um resultado citopatológico negativo para malignidade (a coleta pode ter sido efetuada em área necrótica, onde o resultado poderá ser falso-negativo) (INCA, 2006). 7. METODOLOGIA Este estudo é do tipo bibliográfico descritivo de prevenção de câncer de colo de útero. Que mostra os principais meios de prevenção ao câncer de colo de útero, visando a saúde da mulher. A coleta de dados será feita, a partir de autores da área da saúde e que visam o bem – estar da mulher, foi coletados dados de 26 artigos e usados 15 artigos neste estudo. Resultando em concordância todos os autores a respeito da prevenção precoce de câncer de colo de útero, podendo assim ter a baixa incidência de casos de mortalidade no Brasil e no Amazonas. 8. CRONOGRAMA nº DESCRIÇÃO Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 01 Levantamento bibliográfico x x X x X x x x x X 02 Análise final dos dados com base em referenciais teóricos x x x x X x x x 03 Coleta de dados X x x x X x X 04 Analise de dados x 05 Elaboração final do projeto X 06 Preparação para apresentação final x 9. ORÇAMENTO Nº DESCRIÇÃO VALOR 01 Computador 900,00 02 Impressão 20,00 03 Pen-drive 20,00 04 Transporte 50,00 05 Alimentação 60,00 06 TOTAL 1.050,00 10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO E SILVA G, GIRIANELLI VR, GAMARRA CJ, BUSTAMANTE- TEIXEIRA MT. Cervical cancer mortality trends in Brazil, 1981-2006. Cad Saude Publica. 2010 BADANO, I. et al . Human papillomavirus (HPV) detection and Papanicolaou cytology in low-resource women in Posadas city, Misiones. Argentina. Rev. Argent. Microbiol., Ciudad Autónoma de Buenos Aires, v. 43, n. 4, dic. 2011. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis DST. 4ª ed. Brasília. 2006, p. 11, 12, 86-89 BRAGA, J. C. T. et al. Buschke -Loewenstein tumor: identification of HPV type 6 and 11. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 87, n. 1, Feb. 2012. CASTRO, Therezita M.P.P.G.; DUARTE, Maria Luisa. Condiloma lingual: a case reportrelato de caso clínico. Rev. Bras. Otorrinolaringol. , São Paulo, v. 70, n. 4, 2004. 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