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AULA 1 A 10 - conteudo - apresentacao, conteudo, atividades e testes

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Prévia do material em texto

Didática 
Aulas ministradas pela Conteudista Therezinha de Jesus 
Conde Pinto - Faculdade Estácio de Sá. Contém as atividades 
do Conteúdo interativo Teste de Conhecimento. 
Janel Lucena 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Apresentação 
A disciplina de Didática mostra sua relevância na medida em que permite abrir um espaço de 
reflexão sobre os fundamentos da prática docente, permitindo que o professor em formação 
consiga se responder sobre o sentido de sua própria prática, o sentido da educação e do 
aprendizado. 
Podemos dizer que a disciplina de Didática tem como objeto de estudo o processo de ensino-
aprendizagem, os fenômenos educativos, bem como o cotidiano escolar. 
Assuntos como os fundamentos da Didática são temas inerentes à disciplina, assim como discutir 
sobre planejamento de ensino e seus elementos constituintes: objetivos educacionais, conteúdos 
escolares, metodologia de ensino, recursos didáticos e avaliação da aprendizagem. 
Objetivos 
• Interiorizar acerca dos fundamentos da Didática; 
• Operacionalizar o processo de aprendizagem que envolve o planejamento de ensino e seus 
elementos constituintes; 
• Desenvolver a visão crítica sobre a docência e o reconhecimento sobre o papel do professor 
na sociedade atual. 
 
 
Aula 1: Didática, fundamentos e práticas 
 
Introdução 
 
A disciplina traz o seguinte questionamento: Todo professor tem didática? O questionamento se 
faz pertinente, pois é muito comum encontrarmos estudantes afirmando que certos professores 
não têm didática e, normalmente, isso ocorre porque o professor não apresenta características 
ou meios de ensino que correspondam às suas necessidades. 
O fato é que, enquanto alguns alunos afirmam que os professores X, Y ou Z não possuem didática, 
outros não concordam, apontando outros professores que, em suas concepções, não possuem tal 
competência. Mas, para respondermos ao questionamento inicial, se faz necessário problematizar 
o conceito de Didática, compreender o que vem a ser didática para, em seguida, afirmarmos se, 
de fato, está correto dizer que um professor não tem didática. 
Objetivos 
• Identificar e problematizar o conceito de Didática; 
• Identificar o objeto de estudos; 
• Avaliar as tensões e as perspectivas que se colocam no debate da Didática hoje; 
• Reconhecer o sentido da Didática; 
• Identificar os saberes necessários à docência. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Conceito de didática 
 
Antes de iniciarmos nossos estudos, vejamos o vídeo a seguir: 
A partir da cena que acabamos de ver, você conseguiria afirmar se o professor do filme tem 
didática para convencer seus alunos a lerem e escreverem poesia? 
 
 
É muito comum ouvirmos de alunos de que nem todo professor tem didática. Será que essa 
afirmativa é verdadeira? O que está se entendendo por didática? O fato é que o conceito de 
Didática vem se modificando ao longo dos tempos. 
Normalmente, os alunos, independentemente do nível de escolaridade, associam o conceito de 
Didática à capacidade do professor de transmitir um conhecimento com clareza, de modo que ele 
se faça entender, que o professor faça o aluno assimilar o conteúdo, ou seja, compreender a 
matéria. 
Nesse sentido, as pessoas que compreendem a Didática como transmissão e assimilação de 
conteúdos tendem a concluir, sobre aqueles professores que não alcançam o objetivo de fazer 
com que o aluno compreenda os assuntos referentes às disciplinas, que eles não possuem 
didática. 
Talvez, essa conclusão seja um pouco precipitada, pois o conceito de Didática não se resume 
apenas à mera transmissão e assimilação do saber. 
Há muito mais a ser compreendido sobre esse conceito e é o que desejamos para você, aluno do 
curso de formação docente; que amplie os seus olhares acerca da Didática, rompendo com um 
pensamento reducionista que poderá comprometer o processo de aprendizagem, na medida em 
que não se reconhece outras ações e competências inerentes ao papel do professor. 
Diante disso, esperamos despertar em você o sentido da Didática, o desejo de buscar novas 
respostas sobre ela, não se fechando em um único conceito, sob o risco de empobrecermos a 
relação pedagógica entre alunos e professores. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Conversa com os alunos: realidades e compreensões 
 
A partir de um diálogo e questionamento sobre o conceito de Didática, com os alunos do curso de formação 
docente, nas modalidades presencial e a distância, nas salas de aula da Universidade Estácio de Sá, é comum 
escutarmos, lermos nos fóruns algumas compreensões. 
Selecionamos algumas falas de alunos que poderão representar você, na medida em que poderá apresentar 
ideias semelhantes. 
Bem, vamos às “deles”, “delas”, “nossas”, “suas” falas? 
 
São os procedimentos de ensino adotados pelo professor. É a capacidade do professor 
de transmitir um assunto, fazer com que o aluno compreenda as explicações. 
 
 
A Didática é um conjunto de técnicas e estratégias ou normas de ensino; é a teoria do 
ensino. 
 
 
É a forma como o professor transmite o conhecimento, visando à assimilação do 
mesmo pelo aluno; é passar conhecimento. 
 
É o caminho que o professor traça para trabalhar o conteúdo, quando um professor domina um 
assunto e explica de forma fácil para que o aluno entenda e apresente bons resultados. 
 
Talvez, o desafio esteja em apresentarmos a nossa própria resposta sobre a didática, sobre a 
docência, porém, tomando por base algumas referências. Com base nessa linha de pensamento, 
convidamos você a vivenciar uma aventura que se chama aprender. 
Responsabilidade do aluno no processo de aprendizagem 
 
Pensando nas falas que acabamos de ver, podemos dizer que se tratam de definições clássicas, 
na medida em que a responsabilidade pelo ensino recai, predominantemente, sobre o professor. 
Mas podemos também questionar: 
E por que não falar também sobre a responsabilidade de aprendizagem do aluno? Vejamos a 
charge a seguir: 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Comentário 
Diante do que acabamos de ver na charge, você concorda que a responsabilidade pelo 
aprendizado do aluno é apenas do professor? 
E quanto ao ensino? Apenas o professor ensina ou ele também pode aprender com os seus alunos 
e, aí, nesse caso, os alunos também ensinam? 
Podemos nos questionar também sobre o pensamento a respeito dessa relação pedagógica entre 
alunos e professores. Os alunos, por sua vez, será que também podem aprender com os próprios 
colegas de turma? 
Então, nesse caso, não é mais o professor apenas que ensina, certo? 
A relação entre aluno e professor deve ser verticalizada, como uma via de mão única ou pode ser 
uma via de mão dupla? 
A seguir, aprofundaremos nossos conhecimentos para que possamos nos posicionar com mais 
fundamento quanto a isso. 
 
Reflexões a partir das falas significativas de nossos alunos, professores 
em formação 
A partir das falas, podemos dizer que o professor é considerado o centro do processo de ensino-
aprendizagem e o aluno é aquele que tem a função de assimilar, de receber passivamente a 
informação; isto é, de reter o máximo de conteúdos em sua mente. 
Esse é um modelo linear de ensino em que o conhecimento é transmitido de alguém para outra 
pessoa, do professor para o aluno, hierarquicamente e como verdade absoluta, em via de mão 
única. 
A ênfase é no conhecimento que o professor apresenta, em sua prática de tornar compreensivo, 
explícito o que está ensinando. 
Nessa perspectiva, o professor é o único detentor do saber e o aluno é considerado “sem luz” até 
que ele aprenda o que o professor tem para lhe ensinar. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Construindo conhecimento sobre o conceito de didática, problematizando-o 
 
Podemos afirmar que a Didática vai muito além do que essa definição clássica mencionada 
anteriormente, pois, talvez, os alunos também possam aprender com os seus próprios colegas e 
não apenas com o professor em sala de aula. 
A propósito, talvez, possamos afirmar que o próprio professortambém pode aprender com seus 
alunos. 
Como se pode perceber, o assunto é polêmico; e construir um conceito de Didática dependerá de 
aprofundamento teórico, de estudarmos os fundamentos da Educação, o que faz pensar que não 
existe um único conceito, padrão, correto, pois, afinal, correto pra que e pra quem; não é mesmo? 
 
Compreensão acerca do conceito de Didática à luz de alguns autores 
 
Diante disso, que tal partirmos de algumas referências, de estudiosos que se dedicaram a essa 
área do conhecimento? Vamos ver o que dizem os especialistas nesse assunto: 
. 
Libâneo 
Didática: É um dos ramos de estudo da Pedagogia [...] É uma disciplina que estuda os objetivos, 
os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades 
educacionais, que são sempre sociais [...] se caracteriza como mediação entre as bases teórico-
científicas da educação escolar e a prática docente [...] pode constituir-se em teoria do ensino 
[...] a Didática se baseia numa concepção de homem e sociedade (LIBANEO, 2013). 
 
Haidt 
Curso De Didática Geral: A Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos 
conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento [...] é definida 
como a ciência e a arte do ensino (HAIDT, 2006). 
 
Candau 
A Didática Em Questão: “Uma reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas 
da prática pedagógica” (CANDAU, 2004). 
 
Cordeiro 
A Didática: A palavra didática tem sua origem na expressão grega techné didaktiké que significa 
ensino, instrução [...] de maneira mais abreviada é a arte de transmitir conhecimentos, trazendo 
o sentido da orientação, condução, guia [...] definição essa que data do século XIX, considerada 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula1.html#collapseOne
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula1.html#collapseTwo
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula1.html#collapseThree
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula1.html#collapsefour
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
tradicional, portanto, sendo ultrapassada por outras abordagens mais modernas e avançadas 
(CORDEIRO, 2007). 
Piletti 
Didática Geral: É comum a associação da Didática com o como ensinar, ou seja, com métodos e 
técnicas, mas, ressalta sobre a importância da reflexão sobre os seus fundamentos, sobre as 
razões de seu emprego, pois, caso contrário, corre-se o risco de nos convertermos em escravos 
dos instrumentos (PILETTI, 2010). 
 
Atenção 
De fato, o conceito é amplo e os autores citados aprofundam em suas obras. Vale à pena conferir 
e aprofundar o conhecimento sobre didática, pois, essa é uma ação formal, do professor: buscar 
os fundamentos da didática, visando posteriormente organizar a sua própria ação, que deverá 
ser pensada e consciente sobre o que se está fazendo e por que. 
Bem, isso é o que esperamos de um professor, mas quando ele apenas reproduz a prática de 
outro professor ou o conhecimento que consta nos livros didáticos, talvez, a sua prática não seja 
tão consciente, pois faltou a ele ser autor do que faz. 
 
Atividade 
1. Diante do que vimos até aqui, você consegue responder de que formas podemos compreender 
a Didática? 
Didática é o processo pela qual o professor transmiti todo os saberes com clareza, onde o aluno 
possa entender e assimila com facilidade o conteúdo 
ou seja, a compreensão da matéria. 
Gabarito 
Se compreendermos que a Didática é o ato de transmitir algo a alguém, então, nossa concepção 
sobre seu conceito é linear e tradicional, pois, nesse caso, apenas o professor é o protagonista 
do processo de aprendizagem; ele detém o saber que é legitimado pelo mundo acadêmico, 
escolarizado. 
Mas, podemos dizer, também, que se trata de uma prática, de uma ação do professor, do seu 
fazer pedagógico, do trabalho docente; do “estar aqui” tratando o conhecimento, dialogando com 
você, problematizando o conceito, a temática de estudo em questão e, aí, percebemos que o 
conceito começa a se tornar mais complexo. 
 
 
 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula1.html#collapsefive
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Competências, saberes, características esperadas no professor no 
mundo atual 
 
Além da apropriação crítica esperada no professor, bem como da autonomia nas ações 
pedagógicas, acrescentamos que a criatividade é uma característica fundamental ao professor 
para que ele crie, elabore sua prática com “mãos próprias” e não reproduza modelos 
pedagógicos/teóricos de outras pessoas. 
Vejamos uma cena do filme Sociedade dos Poetas Mortos. 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Comentário 
Percebeu o impacto causado pelo professor reflexivo em sua classe? 
Logo, se faz necessário que o professor esteja comprometido com um projeto de 
educação transformador, pois, dessa forma, ele poderá contribuir para a formação, 
igualmente, crítica e emancipada das novas gerações. 
Entretanto, ser reprodutor ou transformador é uma questão de concepção acerca da 
educação. Trata-se do olhar, da visão de educação que o professor desenvolveu ao longo 
de sua carreira, o que se refletirá na forma como ele vai atuar e trabalhar o 
conhecimento, bem como se relacionar com alunos, colegas e superiores. 
Leia sobre O que é esperado do professor no mundo atual. 
 
 
 
 
 
 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/galeria/aula1/anexo/professor_mundo_atual.pdf
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Leitura 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Atividade 
 
Afim de reforçar o que vimos até aqui, vamos fazer uma atividade? 
2. Faça uma pesquisa procurando outras definições para Didática. Analise cada uma das 
definições coletadas e depois elabore o seu próprio conceito de didática. 
Didática é fazer e pensar a educação, é o trabalho docente, apresentar uma proposta de ensino, 
visando a objetivos educacionais; é pensar no que desejamos para os alunos e por que; é se 
envolver com a construção de um projeto de sociedade. 
 
3. A partir da citação a seguir, você deverá (re)elaborar o texto com as suas próprias 
palavras. 
“O futuro professor pode-se ver, aí, não como um manipulador de instrumentos, executor de 
atividades das quais nem participa de sua elaboração. Com a prática da reflexão sobre a 
prática vivida e concebida teoricamente, são abertas perspectivas de futuro proporcionadas 
pela postura crítica, mais ampliada, que permitam perceber os problemas que permeiam as 
atividades e a fragilidade da prática” (PICONEZ, 2003, 27). 
Não se trata de reproduzir modelos teóricos/pedagógicos alheios e sim resgatar a condição de 
professor, sujeito autônomo que dá conta de sua prática, tendo consciência sobre o que está 
fazendo e porque, cabendo a ele estabelecer um diálogo entre as duas lógicas — teoria e prática 
— e buscar a sua própria resposta de como ser professor, porém, não uma resposta, uma prática 
qualquer e sim uma prática fundamentada. Trata-se de confrontar, dialeticamente, o 
conhecimento teórico com o cotidiano, com a realidade escolar e apresentar uma nova 
possibilidade do lugar que estiver ocupando na sociedade. 
 
Referências 
 
 
CANDAU, Vera Maria. Da didática fundamental ao fundamental da didática. In: OLIVEIRA, R. N. 
S.; ANDRÉ, M. E. D. (Org.). Alternativas do ensino da didática. São Paulo: Papirus, 2004. 
CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007.FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: 
saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.HAIDT, Regina Celia C. 
Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2006. 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2013.PILETTI, Claudino. Didática geral. São 
Paulo: Ática, 2010. 
TARDIF, Maurice; RAYMOND, Danielle.Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no 
magistério. In: Revista Educação & Sociedade, ano XXI, n. 73. Dezembro, 2000. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Teste de conhecimento da aula 1 
 
 
 
 
 
O rompimento da Didática instrumental na perspectiva de Vera Candau seria por meio do que a 
autora conceituou por multidimensionalidade que levaria a um processo de ensino e 
aprendizagem: 
 
 
Explicação: Vera Candau é até hoje uma das principais referências em Didática no Brasil. Na 
década de 1980, Candau recontextualiza as teorias sobre a Didática no Brasil ao considerar que 
era necessário fundamentar os processos de ensino e aprendizagem em dimensões humanista 
(relação interpessoal), técnica (organização do sistema de ensino em conteúdos, objetivos e 
avaliações) e político-social (relaciona a cultura e sociedade nas decisões do ensino e da 
aprendizagem) 
 
 
(Questão adaptada do TJPE, 2009). Segundo CANDAU (1983) "A análise do papel da didática na 
formação de educadores tem suscitado uma discussão intensa. Exaltada ou negada, a didática, 
como reflexão sistemática e busca de alternativas para os problemas da prática pedagógica, está, 
certamente, no momento atual colocada em questão" (p. 12). Em relação aos pressupostos 
teóricos do ensino da didática, está INCORRETO afirmar que: 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Hoje, com as intensas transformações ocorridas nos processos sociais de produção e de difusão 
de informação, novas reflexões sobre o papel da educação e das organizações educacionais 
tomam cada vez mais espaço na vida social. O mundo moderno marcado pela globalização da 
economia vem exigindo cada vez mais mudança no perfil do trabalhador. Autonomia, saber 
trabalhar em equipe, capacidade de argumentação, visão crítica de mundo são algumas 
competências que o professor deve mobilizar em seus alunos. Entretanto, para que o professor 
desenvolva essas competências, é preciso que, ele igualmente, busque sua emancipação social e 
se aproprie criticamente acerca de modelos teóricos/pedagógicos já existentes. Sendo assim, é 
preciso que o professor seja: 
 
 
 
Dewey foi um grande defensor da educação pela ação, pois para ele o homem é um ser 
eminentemente social. Partindo dessa concepção, o conceito central de seus pressupostos se 
fundamenta na: 
 
Explicação: Dewey é um filósofo que concebe a experiência como um elemento central em sua 
filosofia. Conforme a perspectiva deweyana, a experiência é sinônimo de vida e educação para 
os seres humanos porque, ao se fazer contínua e sucessivamente em suas vivências, possibilita 
contínuos e sucessivos aprendizados. Portanto, a experiência é um fenômeno na natureza, pois 
faz parte dela, ao mesmo tempo em que, em sua essência, também é social, visto que em meio 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
às interações sociais ela pode ser compartilhada e ampliada. John Dewey defende a educação 
como um processo de reconstrução e reorganização das experiências adquiridas que irão 
influenciar as experiências futuras. Desta forma, tudo são experiências e possibilidades na 
educação pelo movimento do educando na ação. 
 
 
 
Na tentativa de superação da encruzilhada, na qual competência técnica e compromisso político 
se contrapunham, CANDAU (1996) apresentou uma proposta de ultrapassar uma visão 
meramente instrumental da Didática através da construção de uma perspectiva que ela 
denominou de: 
 
Explicação: A Didática fundamental é concebida como ¿um saber de mediação e garante sua 
especificidade pela preocupação com a compreensão do processo ensino-aprendizagem e a busca 
de intervenção na prática pedagógica, concebida como prática social, articulando sempre o “fazer” 
com o sentido ético e político de todo projeto educativo¿ (CANDAU, 2003, p. 74). 
 
 
A educação nos acompanha por toda a vida. A todo o momento estamos aprendendo, ensinando, 
nos educandos e participando da educação de alguém. Assim, a educação é um processo que 
guarda múltiplas dimensões: pessoal, social, econômica, política, filosófica. Diz respeito a 
processos individuais e coletivos de aprendizagem, a dinâmicas de grupos e culturas, a 
determinantes e estruturas de produção e poder, a concepções de mundo e de homem. Nesse 
sentido, responder sobre o conceito de educação não é tarefa fácil, pois: 
 
 
 
Segundo Bianchetti e Freire (1998), os indivíduos são categorizados segundo o problema que 
causam a sociedade. A designação desses tipos de discriminação resulta da aplicação, por outras 
pessoas que constituem a elite dominante, de regras ou sanções ao diferente; ou seja, de sanções 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
aplicadas aqueles que não se enquadram no sistema, que não dominam a cultura elaborada 
acumulada passada de geração para geração. Esta citação deixa claro que: 
 
Explicação: Pela citação de Bianchetti e Freire (1998), aponta que na sociedade as pessoas são 
consideradas pela posição que ocupam de acordo com as regras impostas pela elite dominante, 
pelas regras ou sanções ao diferente, que são aplicadas à aqueles que não se enquadram ao 
padrão imposto pelo sistema, levando em conta aqueles que não dominam a cultura letrada. 
Portanto, a única resposta que atende o enunciado da questão é a primeira: "A questão das 
diferenças entre as pessoas e das desigualdades delas resultantes não se restringe apenas as 
suas características individuais. É bem mais complexa, envolvendo a cultura e as condições em 
que vivem, segundo regiões e países". 
 
 
Pedagogo alemão que teve grande influência na Didática e na prática docente. Defendeu a 
Educação como fator determinante no desenvolvimento do intelecto e do caráter. Suas ideias 
vigoraram entre o final do século XVIII e as décadas iniciais do XIX. Trata-se de: 
 
 
Explicação: Johann Friedrich Herbart - Pedagogo alemão que teve grande influência na Didática 
e na prática docente. Defendeu a Educação fator determinante no desenvolvimento do intelecto 
e do caráter. As ideias vigoraram entre o final do século XVIII e as décadas iniciais do XIX. 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada vez mais, movimentos e organizações têm questionado o universo escolar. Tem sido 
discutido o quanto é preciso reinventar a escola tornando-a mais que um espaço de disseminação 
do conhecimento socialmente produzido, um lócus diferenciado de diálogo, intercâmbio de 
diferentes experiências educativas. Espaço dinâmico de articulação entre os vários agentes 
educativos que se encontram numa determinada comunidade. Espaço para o exercício do debate, 
da análise crítica, para o fortalecimento de uma visão plural e histórica de diferentes saberes e 
linguagens. Logo, o professor respaldado nessa linha de pensamento deve ser aquele que adota 
a prática da: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Didática é reconhecida como um campo de estudo que se dedica a compreender as práticas 
pedagógicas, bem como a buscar alternativas e caminhos para que a aprendizagem se realize de 
forma ativa e significativa. Sendo assim, assinale a alternativa correta: 
 
 
 
2 
2 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Explicação: A Didática também investiga as condições materiais e sociais que permeiam as 
relações entre a docência e a aprendizagem e, se preocupa em conhecer e estudar as teorias da 
educação. 
 
 
Qual das opções abaixo indica as palavras chave da tendência libertadora (Paulo Freire): 
 
 
 
Segundo estudos desenvolvidos por Candau (2002), a Didática fundamental deve assumir a 
multidimensionalidade do processo ensino/aprendizagem. Deve ainda promover no centro de sua 
discussão uma articulação entre algumas dimensões. De acordo com autora, essas dimensões, 
são: 
 
Explicação: Pensando na multidimensionalidade dos aspectos didáticos, Candau (2000) enfatiza 
três dimensões: a humana, a técnica e a político-social. A dimensão humana, que deve estar 
presente na condução didático-pedagógica, dos processos ensino-aprendizagem, refere-seà 
necessidade de contemplar as relações interpessoais, entre professores e alunos, por meio de 
demonstrações de empatia, carinho, atenção e afeto. A dimensão técnica deve enfatizar o aspecto 
racional, aquele em que destaca o conhecimento e a autoridade docente no fazer pedagógico, por 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
meio de construção de confiança, despertar de curiosidade e de reflexão sobre o conhecimento a 
ser construído. A dimensão político-social impõe um posicionamento didático baseado em um 
ensino ¿situado¿, ou seja, aquele que possibilita um retorno para a comunidade em que o 
estudante está inserido. É a dimensão que permite, ao estudante, atuar e transformar o ambiente 
em que vive. Trata-se de formar o sujeito que promove uma transformação no local e tempo em 
que vive. Para a autora, um ensino que se mostra eficiente se faz mediante a articulação das três 
dimensões: humana, técnica e político-social. 
 
 
As ideias pedagógicas dos pensadores Comênio e Herbart de um lado e Rousseau, Pestalozzi e 
Maria Montessori formam as bases do pensamento pedagógico europeu, disseminando-se 
posteriormente por todo o mundo e definindo as concepções pedagógicas, que na atualidade são 
conhecidas como: 
 
Explicação: As ideias pedagógicas dos pensadores Comênio e Herbart de um lado e Rousseau, 
Pestalozzi e Maria Montessori formam as bases do pensamento pedagógico europeu, 
disseminando-se posteriormente por todo o mundo e definindo as concepções pedagógicas, que 
na atualidade são conhecidas como Tradicional e Renovadora respectivamente. 
 
 
Sobre a Didática na perspectiva progressista, assinale verdadeiro (V) ou falso (F): 
( ) É um campo de estudo que se dedica a compreender as práticas pedagógicas, sem perder de 
vista a dialética entre teoria e prática. 
( ) Busca alternativas e caminhos para que a aprendizagem se realize de forma ativa e 
significativa. 
( ) Investiga as condições materiais e sociais que permeiam as relações entre a docência e a 
aprendizagem. 
( ) Preocupa-se em conhecer e estudar um manual técnico sobre como o professor deve proceder. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Explicação: A Didática é reconhecida como um campo de estudo que se dedica a compreender 
as práticas pedagógicas, bem como a buscar de alternativas e caminhos para que a aprendizagem 
se realize de forma ativa e significativa. Também investiga as condições materiais e sociais que 
permeiam as relações entre a docência e a aprendizagem e, ainda, se preocupa em conhecer e 
estudar as Teorias da educação, as quais norteiam as diretrizes da atividade profissional dos 
professores (LIBÂNEO, 1994). 
 
 
"As tendências pedagógicas originam-se de movimentos sociais e filosóficos, num dado momento 
histórico, que acabem por propiciar a união das práticas didático-pedagógicas, com os desejos e 
aspirações da sociedade de forma a favorecer o conhecimento, sem, contudo, querer ser uma 
verdade única e absoluta". (Fonte: http://www.cedap.assis.unesp.br/cantolibertario) Com base 
nesse conceito, o autor Libâneo classificou as tendências pedagógicas na prática escolar em dois 
grupos pedagógicos - liberal e progressista. No primeiro grupo estão as tendências não-críticas e 
que não levam em conta a desigualdade sociais. São exemplos de práticas pedagógicas liberais: 
 
 
 
No contexto escolar, as análises de Bourdieu (2002 apud CHINALIA, 2006) ajudam-nos a 
compreender alguns dos critérios utilizados pela escola em relação à sua organização e ao seu 
funcionamento, que são fornecedores das desigualdades e da exclusão. Por que o autor analisa 
o contexto escolar como um lugar de exclusão? 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Didática estuda o processo de ensino com suas finalidades educacionais e que estes são sempre 
sociais. A prática educativa deverá considerar o conhecimento acumulado pela sociedade, bem 
como os saberes dos educandos, visando o processo formativo que ocorre como necessária à 
atividade humana. Nesse sentido podemos afirmar que: 
 
 
 
 
 
Considerando o planejamento educacional como uma ferramenta estratégica para subsidiar a 
busca de alternativas para a solução dos problemas e conflitos vivenciados na intervenção do 
professor progressista, assinale a opção correta. 
 
 
3 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Explicação: Mediar 2 objetivos apenas? não se trata de uma visão reducionista; a ênfase é na 
coletividade; recurso didático é apenas um instrumento e não solução mágica para todos os 
problemas que surgem no cotidiano escolar e quando o professor está fundamentado, ele não 
perde o foco com ou sem recurso didático sofisticado ou não; não se trata apenas da informação 
e sim da formação integral e reconhecer que os conflitos de ideias são bem-vindos. 
 
 
 
 
 
A escolarização básica constitui instrumento indispensável à construção da sociedade 
democrática, porque tem como função a socialização daquela parcela do saber sistematizado que 
constitui o indispensável à formação e ao exercício da cidadania crítica e emancipada. Marque a 
alternativa que segue essa linha de pensamento: Sobre esta afirmação é correto dizermos que: 
 
 
 
 
Informe se é falso (F) ou verdadeiro (V) o que se afirma abaixo. Sobre o educador reflexivo: 
( ) Conquista seu lugar como membro da comunidade educativa. 
( ) Tem uma atuação flexível e descontextualizada. 
( ) Mobiliza e reconstrói o saber. 
( ) Já percorreu seu processo de aprendizagem. 
( ) Reflete na e sobre a ação. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Explicação: Sim, o professor reflexivo resgata sua autonomia, e sujeito e não mero objeto do 
processo, pois não reproduz conhecimentos de outros; sua prática é contextualizada, pois reflete 
sobre o conhecimento na perspectiva do aluno; mobiliza, desmistifica a ciência e reconstrói seu 
saber, pois parte de referenciais teóricos e não os reproduz alienadamente; está sempre em 
formação e reflete sobre o que está fazendo na própria prática; toma sua realidade escolar como 
seu objeto de estudos, é um professor pesquisador que não é aquele que se atualiza apenas no 
conteúdo de ensino, conteúdos que ministra aulas. 
 
 
 
O procedimento de ensino pode ser entendido como será a execução da aula e uma boa aula é 
quando se torna significativa e não mecanizando, cabendo ao professor fazer avanços e recuos. 
Nessa perspectiva, marque V (verdadeiro) ou F (falso) e depois marque a alternativa correta. 
( ) O professor pode encerrar sua aula com um jogo (coletivo), mas continuar a temática de 
estudos em dias posteriores; 
( ) Um seminário pode ser exemplo do próprio procedimento metodológico da aula; 
( ) Empenho e interesse dos alunos não fazem a diferença em relação ao alcance dos objetivos 
educacionais; 
( ) Um bom exemplo de aula pode ser: o professor realiza sua aula com base em repetições e ao 
final faz uma roda de conversa com os alunos sobre o que eles entenderam; 
( ) Uma aula na qual o professor utiliza o procedimento de aula expositiva dialogada pode ser 
entendida como uma aula na linha crítica em que o objeto de estudos é problematizado. 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
A transversalidade refere-se a um recurso pedagógico cujo intuito é ajudar o aluno a adquirir 
uma visão mais compreensiva e crítica da realidade, assim como sua inserção e participação 
nessa realidade. A metodologia de ensino pautada na elaboração e organização coletiva de 
projetos como prática curricular interdisciplinar e transversal possibilita uma melhor compreensão 
e vivência desta abordagem. Nesta perspectiva, espera-se que a avaliação dos trabalhos seja 
construída coletivamente pelos participantes dos projetos temáticos. De acordo com esta 
abordagem, os currículos da educação básica pressupõem uma formação pautada 
 
 
 
Comenius é reconhecido como o pai da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século 
XVII. Ele escreveu a Didáctica Magna, definida como "tratado da arte universal de ensinar tudo atodos", entretanto, hoje recebe críticas de educadores progressistas por considerar que o seu 
método trabalha o conhecimento de forma: 
 
 
 
Esse tipo de escola tem como objetivo preparar o aluno intelectualmente, transmitindo a ele 
conteúdos e desejando o seu domínio. As avaliações, de modo geral, adotam o modelo formal 
das provas, testes e questões conteudistas. Essa descrição se refere à: 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2: Breve retrospectiva histórica da Didática 
 
 
Apresentação 
 
Nesta aula, apresentaremos uma breve retrospectiva histórica da Didática, situando momentos 
históricos que tiveram uma importância significativa na construção da área, sobretudo, em seus 
princípios fundamentais. Apresentaremos a retrospectiva separando por etapas, facilitando a 
compreensão e apontando seus pensadores representantes, estrangeiros ou que ofereceram 
contribuições para o sistema educacional brasileiro. 
Ressaltamos que é fundamental a leitura crítica acerca dos modelos pedagógicos/teóricos, uma 
vez que nos encontramos em outros contextos. E se desejamos contribuir para a formação 
emancipada das novas gerações, devemos nos emanciparmos como docentes, entretanto, 
conforme já mencionado na aula anterior, não é suficiente que essa informação seja passada de 
uma pessoa para a outra, logo, enfatiza-se que a apropriação crítica, acerca dos modelos que já 
estão postos, envolve aprofundamento teórico por parte do professor em formação, o que não 
significa que, após anos de experiência, o professor esteja isento de buscar novos conhecimentos, 
ficando evidente que a atualização é fundamental. 
Acrescenta-se, também, que o fato de conhecermos novas referências não implica em 
abandonarmos as fontes iniciais, uma vez que, conforme já mencionado, representadas por seus 
pensadores, deixaram suas nobres contribuições. 
Bons Estudos! 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Objetivos 
• Reconhecer as nuances da prática pedagógica, do fazer docente, tendo em vista o contexto 
sócio histórico; 
• Avaliar as contribuições de pensadores para o sistema educacional brasileiro. 
 
Antiguidade 
Nesse período, podemos destacar Sócrates1, Platão e Aristóteles, considerados os primeiros 
educadores, representando algumas expressões filosóficas. 
Esses pensadores, no interior de seus tempos históricos, desenvolveram e difundiram concepções 
de educação do homem que ligam o desenvolvimento humano a finalidades colocadas em um 
modelo ideal de humanidade: de formação de caráter, de moral, de hábitos, do domínio das 
paixões, da justiça, do desenvolvimento religioso-intelectual, físico e artístico. 
 
 
Idade Média 
Na idade média, a partir de influências religiosas da Igreja Católica, a educação enfatizou a 
formação do homem como ser incompleto em busca da perfeição. O homem deveria merecer a 
vida sobrenatural, desenvolver princípios cristãos a partir da salvação de sua alma e respeitar o 
dogma da Igreja como representante terrena da autoridade divina. 
A Bíblia era o livro consagrado na pedagogia da escolástica, e os princípios fundamentais desse 
modelo de educação podem ser encontrados na obra de Santo Tomás de Aquino e na Ratio 
Studiorum dos jesuítas que foram os principais educadores de quase todo o período colonial. 
Você deve estar se questionando: como era o processo de aprendizado? 
 
1 Sócrates, apesar de ser uma referência tão antiga, parece muito atual, na medida em que, em praça 
pública, instigava o povo à reflexão, ao pensamento crítico, indagando, buscando respostas. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/aula2.html
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Veremos, a seguir. 
 
O estudo era privado, em que o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria e o horário; as 
aulas eram ministradas de forma expositiva, os exames eram orais e o discípulo deveria 
memorizar, repetir o que decorou. O enfoque era centrado em seu caráter meramente formal, 
tendo por base o intelecto, o domínio do conhecimento. 
Nessa época, a educação era restrita à elite, aos filhos de brancos e colonos, padres, monges que 
enquanto estudavam, estavam isentos do trabalho; e enquanto os pobres trabalhavam, estavam 
excluídos da escola, cujo significado do termo se refere ao “lugar do ócio”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comentário 
Diante disso, surgem os questionamentos: 
• Até que ponto evoluímos? 
• Será que, nos dias atuais, ainda encontramos essa prática de ensino nas escolas públicas 
e privadas? 
• Será que, atualmente, apenas, os ricos têm acesso à escola? 
• E a qualidade das escolas? 
• Há diferenças entre escolas públicas e privadas? 
 
Idade Moderna 
 
Você sabia que Comenius (1592-1670) é considerado o Pai da Didática Magna? 
Comenius criticou o dogmatismo da Igreja, a pedagogia da escolástica, afirmando que todos os 
jovens, independente do sexo, deveriam ter acesso à escola e propôs a reformulação do ensino 
e da cristandade. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
O Tratado Universal da Didática Magna se referia à arte de ensinar tudo a todos, sem se 
desvincular totalmente das ideias religiosas, Comenius propõe que o aluno deveria ser instruído 
para os bons costumes, desenvolver virtudes para viver em sociedade, visando o progresso da 
nação. 
Tal proposta pedagógica tinha como objetivo instrumentalizar o homem para o trabalho produtivo 
dirigido às finalidades de uma sociedade capitalista. 
Assim, questiona-se: até que ponto é possível ensinar tudo a todos através de um método 
universal que, talvez, se aplique a todos e a ninguém ao mesmo tempo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comenius, devido as suas propostas de ensinar tudo a todos, de sistematizar o ensino, com 
ênfase na economia do tempo e da energia, bem como no individualismo, passou a ser 
reconhecido, mais tarde, por educadores, estudiosos contemporâneos como um dos 
representantes da pedagogia tradicional. 
Martins (2012), ao se referir a Comenius, em sua obra, ressalta que para viabilizar o método 
único de ensinar tudo a todos proposto por Comenius no século XII, era preciso centralizar o 
ensino em um único professor e que atendesse a um grande número de alunos. O trabalho seria 
organizado na escola, de modo que o aluno obedecesse a uma hierarquia, sendo o professor 
considerado um “inspetor supremo”, o qual deveria com uma “habilidosa vigilância” controlar o 
desempenho da turma por meio de atuação direta dos seus auxiliares, “os chefes de turma”. 
Comenius, citado por Martins afirmava: 
 
 
“Não é necessário que o professor ouça sempre todos os alunos, nem que examine sempre os 
cadernos e os livros de todos, pois tendo como ajudantes os chefes de turma, estes estarão 
atentos a que os alunos, colocados sob sua responsabilidade, procedam como devem.” 
Comenius 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Como se pode constatar, o processo de ensino aprendizagem é controlado pelo professor, 
esperando-se que o aluno se comporte, apresentando uma resposta ou uma conduta 
previamente determinada. 
Idade Contemporânea 
 
Herbart (1766-1841), foi considerado o Pai da Pedagogia Tradicional. Podemos dizer que Herbart 
e Comenius são os principais representantes do modelo tradicional de ensino. 
Herbart propôs o método da transmissão-assimilação, tomando por base os estudos da Filosofia 
e da Psicologia. 
Com o foco no desenvolvimento moral e intelectual da criança, formulou um esquema a ser 
seguido pelo professor na instrução que Martins (2012) apresenta em sua obra. 
Mas em quê consistiu esse esquema? 
O esquema consiste em cinco passos. São eles: 
 
01 
Preparação do aluno: que pode se dar com a recordação da lição anterior, o despertar do 
interesse, a proposição de linhas gerais dentro das quais se situa a matéria que vai ser 
apresentada; recordar os conhecimentos aprendidos; apresentar o novo conhecimento; 
 
02 
Apresentação pelo professor do conteúdo a ser assimilado pelo aluno pela técnica da exposição(aulas expositivas); 
 
03 
Assimilação pelo aluno do novo conteúdo por meio da comparação do conhecimento novo com o 
conhecimento ao velho, partindo sempre do mais simples para o mais complexo; 
 
04 
Sistematizar o conhecimento visando à generalização; 
 
05 
Aplicação através de exercícios. 
 
No modelo tradicional de ensino, o professor tende a repassar o conteúdo como verdade absoluta, 
não se abre espaço para o questionamento na sala de aula; e o professor é o detentor do saber. 
O aluno, por sua vez, é aquele que não tem luz, apenas deve receber passivamente, absorvendo 
a massa de conteúdos que o professor lhe deposita em sua mente. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
O ensino é centrado no professor que transmite o conhecimento verticalmente para o aluno, 
ficando claro o formato de um modelo linear de ensino, via de mão única. 
 
Atenção 
E qual é a finalidade desse modelo de ensino? 
A finalidade educacional é que o aluno se ajuste à sociedade, se desenvolvendo moral e 
intelectualmente. Segundo Herbart, o fim da educação é a moralidade, atingida através da 
instrução educativa [...] A principal tarefa da instrução é introduzir ideias corretas na mente dos 
alunos. O professor é um arquiteto da mente. Ele deve trazer à atenção dos alunos aquelas ideias 
que deseja que dominem em suas mentes (LIBANEO, 2013). 
Normalmente, o professor que respalda a sua prática nessa concepção de ensino, tende a 
controlar o processo de aprendizagem, determinando as respostas que o aluno deverá apresentar 
nas avaliações, geralmente, testes e provas, através da memorização, da repetição, com ênfase 
no resultado, na quantificação e não no processo de aprendizagem. 
Predomina a cultura do silêncio, a autoridade do mestre e a disciplina baseada no medo da 
punição. Podemos dizer que a docência, quando é respaldada nessa perspectiva, a ênfase se dá 
mais na informação e menos na formação integral, mais na reprodução e menos na 
transformação, mais no aluno como objeto e menos no aluno como sujeito, mais na linearidade 
e menos na dialética. 
 
 
Diante desse quadro, questiona-se se: 
É possível, com essa prática tradicional, contribuir para que as novas gerações apresentem 
competências, tais como autonomia, visão crítica de mundo, capacidade de argumentação, de 
modo que correspondam às demandas do mundo atual? 
 
O sistema educacional brasileiro 
 
De 1700 a 1900, aproximadamente, pensadores europeus e norte-americanos, também podem 
ser citados como referências de modelos teóricos que contribuíram e continuam contribuindo para 
o sistema educacional brasileiro, na medida em que se preocuparam com o desenvolvimento da 
criança e com a necessidade de um método de ensino em que o aluno fosse sujeito ativo e 
interativo. 
Dentre os pensadores da época, podemos destacar: 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Rousseau 
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) — “O 
homem é bom no seu estado natural”. O papel do 
educador: afastar a criança dos vícios da 
sociedade, permitindo-lhe desabrochar 
espontaneamente suas potencialidades inatas; 
não impor e sim desenvolver a curiosidade, a 
sabedoria. 
 
 
Pestalozzi 
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) — 
Defendia a doutrina naturalista: que o homem 
nasce bom e que o seu caráter era formado pelo 
ambiente que o rodeia. Aplicou as ideias de 
Rousseau. “Para sua época, esta ideia era um 
tanto inovadora porque, na segunda metade do 
século XVIII, a concepção corrente era de que as 
transformações revolucionárias seriam o remédio 
que curaria todos os males sociais. Por isso, ao 
advogar a ideia de que a educação era um meio 
de regenerar a sociedade, ele estava 
introduzindo um elemento novo no ideário 
pedagógico de seu tempo” (HAIDT, 2000, p. 18). 
 
 
 
 
 
 
Froebel 
Friedrich Wilhelm August Froebel (1782-1852) — Criador do 
Jardim de Infância, em 1837, dizia que “as crianças são como 
as plantas, cujo desenvolvimento futuro é uma consequência 
do tratamento que recebem nos primeiros anos de vida. Por 
isso, elas devem crescer à luz da natureza, lançando raízes 
sobre a sua terra, alimentando-se do seu próprio ambiente”. 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
Decroly 
Jean-Ovide Decroly (1871-1932) — A escola ideal: ambiente 
onde a criança pudesse observar, diariamente, os fenômenos 
da natureza e a manifestação de todos os seres humanos; 
além de conhecer o meio social em que vive. 
 
 
 
 
 
 
Maria Montessori 
Maria Montessori (1870-1952) — Em 1912, elaborou o 
método montessoriano (escola primária de sucesso 
internacional). Montessori dava importância à educação 
sensorial e recusava as técnicas didáticas fixas. Opunha-se à 
Pedagogia tradicional, católica. O método montessoriano é 
centrado na autoeducação por meio de brinquedos 
educativos (corrente vitalista). “A principal ideia que 
sustenta as ideias de Maria Montessori é a de que a criança 
tem que ser posta em primeiro lugar e considerada nas suas 
especificidades. Na sua concepção, a infância é uma idade 
própria, com características particulares, o que não permite 
reduzir a criança a um adulto em miniatura” (CORDEIRO, 
2007, p. 175). 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Dewey 
John Dewey (1859-1952) — “Agir como uma meta 
é agir inteligentemente. Aprender fazendo”. Ação 
precede o conhecimento e o pensamento. “Antes 
de existir como um ser pensante, o homem é um 
ser que age”. “Sua pedagogia baseia-se nas 
noções de experiência e atividade. Pondo-se 
contra as proposições de Herbart, Dewey insiste 
em que só se pode realmente aprender aquilo que 
corresponde a um interesse verdadeiro e 
espontâneo, que conecta o indivíduo ao objeto do 
conhecimento” (CORDEIRO, 2007, p. 172-173). 
 
 
 
 
 
 
 
Kilpatrick 
William Heard Kilpatrick (1871–1965) — 
Organismo intervém em toda a atividade: o 
pensar, o sentir, os impulsos (o objetivo, a 
necessidade é que impulsiona o indivíduo), 
ação corporal, secreções glandulares. 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Freinet 
Célestin Freinet (1896-1966) — É a favor da não 
ruptura entre escola e meio social (vida e escola). 
O educador precisa tornar a escola uma 
continuidade da vida. O professor deve considerar 
os interesses de seus alunos, permitindo a livre 
expressão deles: conversas livres, composição de 
pequenos textos e desenhos livres. Exemplo: pedir 
ao aluno que desenhe ou narre oralmente 
acontecimentos de sua vida, assim como 
observações e experiências; encorajar o aluno a 
produzir textos e desenhos livres; levar o aluno a 
falar e a escrever melhor. 
 
 
 
 
 
 
Piaget 
Jean William Fritz Piaget (1896-1980) — Foi 
convidado por Claparède para assumir a direção 
dos estudos do Instituto Jean Jacques Rousseau 
em 1923. Em 1929, assumiu a diretoria do centro 
internacional de educação, órgão que passou a ser 
filiado à UNESCO. Escola: oferecer ensinamentos 
sobre a educação moral, social, cívica. É 
considerado interacionista e conhecido pelos seus 
estudos sobre os estágios cognitivos/estágios de 
desenvolvimento intelectual da criança. 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Esses pensadores foram considerados desenvolvimentistas na medida em que concentraram seus 
estudos no desenvolvimento natural e espontâneo da criança, com ênfase nos fatores internos 
(biológicos/maturação orgânica) e fatores externos (o meio imediato, tal como a família e a 
escola). 
De alguma forma, apresentam pontos convergentes, apesar de suas respectivas particularidades. 
Acrescenta-se a isso, a influência que o modelo escolanovista, no Brasil, década de 1930, recebeu 
de tais pensadores, ressaltando-se que esse foi um movimento que veio para superar a Pedagogia 
tradicional, tendo como representantes, aqui, em nosso país, Anísio Teixeira, Fernando Azevedo, 
Lourenço Filho, Cecília Meireles e outros, considerados os pioneiros no manifesto da educação 
renovada. 
Saiba mais 
Conheça um pouco mais sobre a Trajetória histórica da Didática.Leitura 
 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/galeria/aula2/anexo/trajetoria_historica_didatica.pdf
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Surgimento da Educação a Distância 
Nesse contexto, ressalta-se também o surgimento do ensino a distância que, com o advento das 
novas tecnologias (leia-se Informática), surge um potencial de mensagem. Nada mais é fixo, 
estático, tratando-se das multimídias, do hipertexto (conjunto de textos, imagens, sons, enfim, 
estímulos) como se fosse um caleidoscópio, conforme nos ensina Pierre Levy (1994). 
Dessa forma, o espaço cibernético está se tornando um lugar essencial para construção do saber, 
uma vez que abre infinitas possibilidades. Surge, então, uma nova cultura de aprendizagem com 
a emergência de uma nova inteligência, a inteligência coletiva (LEVY, 1994) — tudo isso graças 
a essa nova forma de cooperação e coordenação em tempo real. 
Segundo Pinto e Pinto (2011) apesar de um desafio instigante, tendo em vista os recursos 
tecnológicos atuais, cada vez mais sofisticados, há que se cuidar, sobretudo, para que não 
represente um instrumento de opressão, mas sim de libertação, pois, apesar da redução de tempo 
e custo no ensino a distância, é preciso que se questione, de fato, o nível de formação que se 
pretende oferecer. 
O discurso ideológico para que as pessoas continuem acreditando que sua posição social se deve 
à falta de escolarização, falta de capacidade, habilidade, aptidão, e não às injustiças intrínsecas 
à própria sociedade capitalista, deveria fazer parte das discussões sobre a EAD. 
Mas, quais dificuldades a EAD poderá enfrentar? 
saiba mais 
Entre o discurso teórico e as ações pedagógicas poderá existir, segundo Silva (2003), de fato, 
forte discrepância. Ainda que os defensores da EAD garantam que a qualidade de ensino será 
mantida, é preciso ter olhar crítico, não fechar os olhos para interesses mercadológicos, 
colonizadores, próprios do processo de globalização que vivenciamos. 
Assim, não há como deixar de pensar nas possíveis precariedades próprias da EAD apontadas 
por Marco Silva (2003), ou seja, o risco de se banalizar a educação, fazer desse espaço virtual 
por excelência, na construção de conhecimento e competências, “algo” que vá na contramão da 
proposta inovadora, consistente e de qualidade da EAD, conseguindo, com isso, resultados 
exatamente antagônicos aos esperados, como, por exemplo, a boa colocação dos formandos no 
mundo do trabalho. 
Sobre essa modalidade de ensino, iremos aprofundá-la em aulas posteriores. 
 
 
Referências 
 
ALBUQUERQUE, Marluce Jacques de. Retrospectiva histórica da didática e o educador. In: Revista 
Educação: teorias e práticas. Universidade Católica de Pernambuco. Ano 2, n. 2, dezembro de 
2002. 
ALVES, Tiago Soares. A didática na formação dos futuros professores: algumas considerações. 
In: Anais do II Seminário de Pesquisa do NUPEPE Uberlândia/MG p. 477-484, 21 e 22 de maio 
2010. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
ARROYO, M.G. Experiências de inovação educativa: o currículo na prática da escola. In: MOREIRA, 
A. F. (org.). Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999. p. 131– 164. 
CAMURRA, Luciana; TERUYA, Teresa Kazuco. Escola pública: manifesto dos pioneiros da educação 
nova e o direito à educação. In: I Simpósio Nacional de Educação. XX Semana de Pedagogia na 
Universidade Estadual de Maringá, nov. 2008. 
CANDAU, V. M. Reformas educacionais hoje na América Latina. In: MOREIRA, A. F. (org.). 
Currículo: políticas e práticas. São Paulo: Papirus, 1999. p. 29–42. 
CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007. 
GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais. Rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 
HAIDT, Regina Célia C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2000. 
LEVY, P. A emergência do cyber espace e as mutações culturais. In: Festival Usina de Arte e 
Cultura I, Porto Alegre, outubro, 1994. 
LIBANEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 2013. 
LINGUARD, B. É ou não é: globalização vernacular, política e reestruturação educacional. In: 
BURBULES, N.C. & TORRES, C.A. Globalização e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. p. 
59-76 
MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. Curitiba: Intersaberes, 2012. 
PARO, V. H. Parem de preparar para o trabalho!!! Reflexões acerca dos efeitos do neoliberalismo 
sobre a gestão e o papel da escola básica. In. FERRETTI, C.J., SILVA JUNIOR, J. R., OLIVEIRA, 
M.R.N.S. (orgs.). Trabalho, formação e currículo. Para onde vai a escola? São Paulo: Xamã, 1999. 
p. 101–120. 
PINTO, Therezinha de Jesus Conde; PINTO, Ana Maria Conde. EAD: desafios à docência. In: 
Revista Conhecimento e diversidade. Tecnologias e conhecimento. La Salle, Institutos Superiores. 
n. 5, jan a jun. Rio de Janeiro, 2011. 
SILVA, M. Educação na cibercultura: o desafio comunicacional do professor presencial e online. 
In: Revista da FAEEBA, Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 12, n. 20, p. 261-271, 
jul./dez., 2003. 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Didática: uma retrospectiva histórica. In: Repensando a didática. 
Campinas, São Paulo: Papirus, 2011, p. 33-54. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
TESTE DE CONHECIMENTO – AULA 2 
 
 
 
 
Os princípios subjacentes ao ideal pedagógico de Comenius, educador do século XVII, sustentam-
se nos ideais de uma escola na qual todas as classes sociais sejam educadas para se 
desenvolverem intelectual e moralmente, assim como Herbart, a partir de seu método único de 
ensino. Na perspectiva desses pensadores, analise as alternativas abaixo e marque a resposta 
CORRETA: 
I - Buscam por um método de ensino mais racional, ordenado, sistematizado e mais apropriado 
para garantir que os indivíduos se acomodem ao sistema escolar. 
II - Buscam pela construção de uma sociedade democrática, a partir da educação transformadora. 
III - defendem uma escola universal, partindo do pressuposto da generalização, da linearidade e 
da aplicação do conhecimento assimilado passivamente pelo aluno. 
IV - Promovem a construção de um projeto educativo que seja inclusivo e que respeite a 
pluralidade cultural. 
 
 
 
Acerca da trajetória da Didática compreendida no processo histórico da educação, pode-se afirmar 
que: 
I - Independente do tempo ou época histórica, a Didática constitui um elemento neutro na prática 
pedagógica. 
II - Apesar de preservar sua característica de neutralidade, a didática se diferencia com base nos 
conteúdos do ensino. 
1 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
III - as diferenças constituídas nas concepções de educação nos diferentes tempos históricos 
deixam marcas também distintas na Didática: 
 
 
 
O século XXI chegou e com ele inúmeros movimentos sociais reivindicando reconhecimento e 
valorização mais efetivos das respectivas identidades culturais. Nessa perspectiva temos que: 
I) Buscar caminhos para incorporar positivamente a diversidade cultural no cotidiano escolar. 
II) Atribuir status de disciplina aos temas transversais. 
III) Trabalhar conteúdos para efetivação do preconceito. 
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns): 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O verbo ensinar é transitivo e admite tanto complemento direto, respondendo à pergunta: 
"ensino o quê?", quanto indireto, indicando "a quem" ensino. Ora, essa função de ensinar algo 
a alguém vai encontrar seu território preferencial na escola. Nesta, assume seu aspecto formal 
e as situações didáticas são organizadas, planejadas, deliberadas, escalonadas em etapas e 
subdivididas conforme as características dos produtos do ensino" (CASTRO; CARVALHO, 2002, 
p. 16). O que garante a eficiência do ensino quando respaldado na perspectiva progressista, 
crítica é: 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Todasociedade tem um projeto de desenvolvimento e, dentro dele, idealiza um papel para a 
educação. Por exemplo, uma política ou projeto educacional conservador tende a reproduzir a 
forma como a sociedade está organizada. Tem como objetivo principal garantir que os sujeitos 
se tornem aptos a trabalhar pela continuidade desse sistema, gerando assim harmonia, 
ajustamento aos padrões sociais. Isso significa dizer que a educação é instrumento de: 
 
 
 
Explicação: Instrumento de manutenção da ordem, da realidade posta, da sociedade que está 
aí presente, do status quo. 
 
 
 
A palavra Didática provém do grego “didaktike”, século XVII, para inaugurar um campo de 
estudos na Educação, deixando de ser intuitiva da prática vigente para tornar-se um campo de 
reflexão de filósofos e pensadores que participam da história das ideias pedagógicas. Assim, 
podemos concluir que o conceito de Didática mudou com a influência das diferentes tendências 
pedagógicas. Seguindo preceitos da tendência contemporânea, a Didática pode ser identificada 
como 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Explicação: Nesta perspectiva há uma preocupação em organizar o processo pedagógico 
baseado no aluno contemporâneo e suas necessidades, como sujeito do mundo moderno. 
 
 
Trata-se de um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja 
impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum 
enfado ou aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para 
uns e para outros. O trecho refere-se a: 
 
 
 
 
 
Estudos sobre a Didática no Brasil revelam relações existentes entre a história da Didática e as tendências 
pedagógicas. Em relação às tendências pedagógicas, elas podem se classificadas em duas correntes, são 
elas: 
 
 
 
 
Explicação: Estudos sobre a Didática no Brasil, de acordo com Libâneo (1994, 2002), revelam as 
relações existentes entre a história da Didática e as tendências pedagógicas. Segundo o autor, 
essas tendências podem ser classificadas em duas correntes: a liberal e a progressista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Os princípios subjacentes ao ideal pedagógico de Comenius, educador do século XVII, 
sustentam-se nos ideais de uma escola na qual todas as classes sociais sejam educadas para 
se desenvolverem intelectual e moralmente, assim como Herbart, a partir de seu método único 
de ensino. Na perspectiva desses pensadores, analise as alternativas abaixo e marque a 
resposta CORRETA: 
I - Buscam por um método de ensino mais racional, ordenado, sistematizado e mais apropriado 
para garantir que os indivíduos se acomodem ao sistema escolar. 
II - Buscam pela construção de uma sociedade democrática, a partir da educação 
transformadora. 
III - defendem uma escola universal, partindo do pressuposto da generalização, da linearidade 
e da aplicação do conhecimento assimilado passivamente pelo aluno. 
IV - Promovem a construção de um projeto educativo que seja inclusivo e que respeite a 
pluralidade cultural. 
 
 
 
Acerca da trajetória da Didática compreendida no processo histórico da educação, pode-se 
afirmar que: 
I - Independente do tempo ou época histórica, a Didática constitui um elemento neutro na 
prática pedagógica. 
II - Apesar de preservar sua característica de neutralidade, a didática se diferencia com base 
nos conteúdos do ensino. 
2 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
III - as diferenças constituídas nas concepções de educação nos diferentes tempos históricos 
deixam marcas também distintas na Didática: 
 
 
 
O século XXI chegou e com ele inúmeros movimentos sociais reivindicando reconhecimento e 
valorização mais efetivos das respectivas identidades culturais. Nessa perspectiva temos que: 
I) Buscar caminhos para incorporar positivamente a diversidade cultural no cotidiano escolar. 
II) Atribuir status de disciplina aos temas transversais. 
III) Trabalhar conteúdos para efetivação do preconceito. 
Está(ão) correto(s) o(s) item(ns): 
 
 
 
 
 
 
"O verbo ensinar é transitivo e admite tanto complemento direto, respondendo à pergunta: 
"ensino o quê?", quanto indireto, indicando "a quem" ensino. Ora, essa função de ensinar algo 
a alguém vai encontrar seu território preferencial na escola. Nesta, assume seu aspecto formal 
e as situações didáticas são organizadas, planejadas, deliberadas, escalonadas em etapas e 
subdivididas conforme as características dos produtos do ensino" (CASTRO; CARVALHO, 2002, 
p. 16). O que garante a eficiência do ensino quando respaldado na perspectiva progressista, 
crítica é: 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
Toda sociedade tem um projeto de desenvolvimento e, dentro dele, idealiza um papel para a 
educação. Por exemplo, uma política ou projeto educacional conservador tende a reproduzir a 
forma como a sociedade está organizada. Tem como objetivo principal garantir que os sujeitos 
se tornem aptos a trabalhar pela continuidade desse sistema, gerando assim harmonia, 
ajustamento aos padrões sociais. Isso significa dizer que a educação é instrumento de: 
 
 
 
Explicação: Instrumento de manutenção da ordem, da realidade posta, da sociedade que está 
aí presente, do status quo. 
 
 
 
 
A palavra Didática provém do grego didaktike, século XVII, para inaugurar um campo de estudos 
na Educação, deixando de ser intuitiva da prática vigente para tornar-se um campo de reflexão 
de filósofos e pensadores que participam da história das ideias pedagógicas. Assim, podemos 
concluir que o conceito de Didática mudou com a influência das diferentes tendências 
pedagógicas. Seguindo preceitos da tendência contemporânea, a Didática pode ser identificada 
como 
 
 
 
Explicação: Nesta perspectiva há uma preocupação em organizar o processo pedagógico 
baseado no aluno contemporâneo e suas necessidades, como sujeito do mundo moderno. 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
Trata-se de um método universal de ensinar tudo a todos. E de ensinar com tal certeza, que seja 
impossível não conseguir bons resultados. E de ensinar rapidamente, ou seja, sem nenhum 
enfado ou aborrecimento para os alunos e para os professores, mas antes com sumo prazer para 
uns e para outros. O trecho refere-se a: 
 
 
 
 
 
 
Estudos sobre a Didática no Brasil revelam relações existentes entre a história da Didática e as tendências 
pedagógicas. Em relação às tendências pedagógicas, elas podem se classificadas em duas correntes, são 
elas: 
 
 
 
Explicação: Estudos sobre a Didática no Brasil, de acordo com Libâneo (1994, 2002), revelam as 
relações existentes entre a história da Didática e as tendências pedagógicas. Segundo o autor, 
essas tendências podem ser classificadas em duas correntes: a liberal e a progressista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
Foi o primeiro educador a formular a ideia de que o conhecimento deveria ser difundido a todos 
e a criou princípios e regras de ensino universais: 
 
 
 
Interessa à Didática tudo o que o aluno aprende na relação com o professor e com o grupo ou 
classe, bem como o processo de aprendizagem através do qual isto ocorre. O processo de 
aprendizagem se desenvolve em três dimensões que são: 
 
 
 
"O verbo ensinar é transitivo e admite tanto complemento direto, respondendo à pergunta: 
'ensino o quê?', quanto indireto, indicando 'a quem' ensino. Ora, essa função de ensinar algo a 
alguém vai encontrar seu território preferencial na escola. Nesta, assume seu aspecto formal e 
as situações didáticas são organizadas, planejadas, deliberadas, escalonadas em etapas e 
subdivididas conforme as características dos produtos do ensino" (CASTRO; CARVALHO, 2002, p. 
16). Logo, o que contribui para a eficiência do ensino é: 
 
 
 
A competência das instituições de ensino para organizar os currículos. 
 A constituição de um corpo de conhecimentos sobre o ensino, denominado Didática. 
3 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
Apenas a definiçãode conteúdos e de técnicas de aprendizagem. 
 
Apenas a utilização de métodos e técnicas de ensino em sala de aula. 
 
Apenas os conhecimentos do professor na disciplina que leciona. 
 
 
Acerca da trajetória da Didática compreendida no processo histórico da educação, pode-se 
afirmar que: 
I - Independentemente do tempo ou época histórica, a Didática constitui um elemento neutro 
na prática pedagógica 
II - Apesar de preservar sua característica de neutralidade, a didática se diferencia com base 
nos conteúdos de ensino. 
III - As diferenças constituídas nas concepções de educação nos diferentes tempos históricos 
deixam marcas também distintas na Didática: 
 
 
Explicação: As diferenças constituídas nas concepções de educação nos diferentes tempos 
históricos deixam marcas também distintas na Didática: 
 
 
No Brasil, sob influência do Movimento Escolanovista na Educação nas primeiras décadas do 
século XX, a legislação educacional e os cursos de formação docente absorvem os ideários do 
movimento, pondo em pauta os modelos sociais tradicionais, reafirmando novos valores, como 
os direitos do ser humano, a dignidade, a justiça e a liberdade de pensamento. A didática, nessa 
conjuntura, tem seus fundamentos reconfigurados, passando a centrar-se: 
 
Explicação: As ciências naturais influenciaram a psicologia que, por sua vez, influenciou a 
pedagogia escolanovista; ênfase no indivíduo, em seu desenvolvimento cognitivo. 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
O autor da didática Magna é: 
 
 
 
A consciência desses princípios fundamentais da laicidade, gratuidade e obrigatoriedade, 
consagrados na legislação universal, já penetrou profundamente os espíritos, como condições 
essenciais à organização de um regime escolar, lançado, em harmonia com os direitos do 
indivíduo, sobre as bases da unificação do ensino, com todas as suas consequências. O trecho 
acima apresenta ideias de um documento publicado em 1932 e assinado por 26 educadores 
brasileiros, entre eles Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho. Este documento 
ficou conhecido como: 
 
Explicação: Manifesto lançado em 1932 por um grupo de 26 educadores e intelectuais propondo 
princípios e bases para uma reforma do sistema educacional brasileiro. Redigido por Fernando de 
Azevedo, foi assinado entre outros por Anísio Teixeira, M. B. Lourenço Filho, Heitor Lira, Carneiro 
Leão, Cecília Meireles e A. F. de Almeida Júnior. 
 
 
 
Alguns pontos são assinalados por Libâneo (1994, p. 39) em relação ao trabalho docente em um 
contexto de desigualdade social. Analise as afirmações que se seguem, e, em seguida, assinale 
a alternativa que indique as afirmações correta. 
I. O trabalho pedagógico na escola requer a sua adequação às condições sociais de origem, às 
características individuais e socioculturais e ao nível de rendimento escolar dos alunos. 
II. A democratização do ensino supõe o princípio da igualdade, mas, junto com seu complemento 
indispensável, o princípio da diversidade. 
 
III. Para que a igualdade seja real e não apenas formal, o ensino básico deve atender à 
diversificação da clientela, tanto social quanto individual. 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
IV. Para que a igualdade seja real a escola deve interagir continuamente com as condições de 
vida da população para adaptar-se às suas estratégias de sobrevivência, visando a impedir a 
exclusão e o fracasso escolar. 
 
Explicação: A exigência atual é que o professor possa desenvolver atividades relacionadas ao 
respeito mútuo, às diferenças, à solidariedade entre os sujeitos da escola. O resultado da 
educação de valores e respeitos às diferenças na escola ajuda os alunos a se desenvolverem 
como pessoas humanas, considerando todas as questões de raça, classe social, etnia, gênero, 
religião. Isto implica ter como ponto de partida conhecimentos e experiências de vida, de modo 
que estes sejam a referência para os objetivos, conteúdos e métodos; implica que a escola deve 
interagir continuamente com a realidade dos alunos, visando impedir a exclusão e o fracasso 
escolar. Na prática, trata-se de o professor estabelecer objetivos e expectativas de desempenho 
a partir do limite superior de possibilidades reais de desenvolvimento e aproveitamento escolar 
dos alunos (LIBÂNEO, 1994, p.39). 
 
 
 
 
Aula 3: Correntes Pedagógicas Liberais 
 
Apresentação 
 
Nesta aula, apresentaremos as tendências pedagógicas liberais que se dividem em tradicional, 
escola nova e tecnicismo, sendo importante compreender porque esses três modelos foram 
agrupados dentro da perspectiva liberal de ensino. 
Além disso, destacaremos para cada uma dessas tendências, a função da escola, como a ela se 
organiza, o papel do professor e do aluno, a relação aluno-professor, os pressupostos da 
aprendizagem, os objetivos educacionais, a metodologia e a avaliação escolar. 
Objetivos 
• Diferenciar as tendências pedagógicas liberais de ensino; 
• Identificar os pontos comuns entre as tendências liberais de ensino; 
• Avaliar o sentido da didática nos diversos contextos sócio históricos, se apropriando 
criticamente acerca dos modelos teóricos; 
• Reconhecer porque as tendências liberais de ensino contribuem para a reprodução da 
sociedade; 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
• Reconhecer que a docência é um ato político e está articulada ao modelo de sociedade que 
se deseja contribuir para construir. 
 
Correntes pedagógicas liberais: tradicional, escola nova e tecnicismo 
 
Para início de conversa, é importante mencionar o porquê do termo liberal e, aí, nos reportamos 
a Dermeval Saviani que oferece a seguinte explicação: 
 
O termo liberal veio para justificar a nossa sociedade capitalista que é caracterizada pelo 
individualismo, pelo imediatismo, competitividade e o consumo. E é sob essas bases que as 
tendências pedagógicas em questão se alicerçam. 
Saviani, 2008 
Sobre as tendências pedagógicas que poderão respaldar a nossa prática, vale dizer que elas não 
se excluem, se complementam e se nos perguntarem em que ou quem fundamentamos a nossa 
prática, talvez tenhamos dificuldades para responder, pois, ora podemos respaldar a prática em 
uma teoria, ora, em outra. 
 
Atenção 
Talvez possamos constatar o que está predominando nas ações dos profissionais da educação. 
Em outras palavras, queremos dizer que, ao observarmos uma aula de um determinado professor, 
podemos constatar como ele está trabalhando o conhecimento, assim como podemos verificar 
como esse professor se relaciona com seus alunos e os avalia; a propósito, como ele constrói 
suas questões de prova, por exemplo, e, a partir daí, ensaiar algumas considerações a respeito 
de sua prática docente. 
 
Para facilitarmos a aprendizagem sobre as tendências pedagógicas, optamos por sistematizá-las, 
apontando suas características, discutindo sobre os reflexos no espaço de sala de aula, 
lembrando, mais uma vez, que são apenas referências da prática e nunca solução definitiva sobre 
como ser professor. 
Você já imaginou se deparando com um “problema” no cotidiano escolar tal como a apatia dos 
alunos na sala de aula e, aí, procura no manual, na letra A de apatia, para saber como lidar com 
essa situação? 
Pois é, as teorias oferecem um norte, iluminam a nossa prática, porém, não são redentoras, 
cabendo ao professor comparar dialeticamente a sua realidade, a sua prática às teorias estudadas 
e apresentar sua própria prática que não será uma prática qualquer, mas fundamentada porque 
estudada, consciente e refletida. 
Vamos, então, às tendências pedagógicas liberais que poderão respaldar as nossas ações? 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Modelo Tradicional 
Esse modelo tem como representantes principais Comenius (Pai da Didática Magna) e Herbart 
(Pai da Pedagogia Tradicional) e, conforme já deve ter sido mencionado em aulas anteriores, 
nesse caso, o professor é o centro do processo de aprendizagem; ele detém o poder do 
conhecimento. Antes de aprofundarmos nossos estudosnesse modelo de abordagem, vejamos o 
vídeoclipe da música Another Brick in the Wall (Parte II), do grupo Pink Floyd: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o que acabamos de ver no vídeo da sessão anterior, no modelo tradicional, o 
aluno é considerado “sem luz”. O conhecimento é transmitido vertical e hierarquicamente do 
professor para o aluno que recebe, passivamente, uma massa de informações para arquivar em 
sua mente. 
Para Libâneo (2013), na Pedagogia tradicional, prepondera a ação de agentes externos na 
formação do aluno. A transmissão do saber é constituída na tradição e nas grandes verdades 
acumuladas pela humanidade. O ensino é compreendido como um repasse de ideias do professor 
para a cabeça do aluno; os alunos devem compreender o que o professor transmite, mas apenas 
com a finalidade de reproduzir a matéria transmitida. Com isso, a aprendizagem se torna 
mecânica, automática, não mobilizando a atividade mental, a reflexão e o pensamento 
independente e criativo dos alunos. 
 
Comentário 
Talvez, aqui, possamos identificar um dos porquês dessa abordagem ser incluída nas pedagogias 
liberais de ensino, pois, como o aluno não pode questionar seu professor, ele não exercita a 
cidadania crítica; a ciência não é desvelada, desmistificada e o aluno, por sua vez, tem que aceitar 
o que está posto e se adaptar ao sistema, se desenvolvendo intelectual e moralmente. 
Diante disso, quando o conhecimento é determinado como verdade absoluta, não se abre espaço 
para a discussão, para o debate, para a participação dos alunos. Como então formar esse aluno 
participativo na sociedade? Vejamos a charge a seguir: 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diante da charge, podemos perceber que a escola tradicional está contribuindo, apenas, para 
reproduzir o sistema, a estrutura social vigente, pois esse aluno cidadão é condicionado a 
acreditar que os fatos são inexoráveis, imutáveis. 
 
Paulo Freire criticou a Pedagogia tradicional, denominou de educação bancária, enciclopedista, 
conteudista. Ao aluno não é possível despertá-lo sobre o sentido do aprendizado. Quando há 
questionamento sobre o porquê de aprender tal conteúdo, muitas vezes, o professor tradicional 
responde que é porque cairá na prova ou porque está no programa, mas, o porquê mesmo, o 
sentido da matéria, esse professor, talvez, nem saiba responder, pois, igualmente, foi educado 
pelo método reprodutor, assumindo a condição de mero repassador de informações. 
Normalmente, se prendem aos livros didáticos, repassando o conteúdo, o conhecimento como se 
fosse seu e com essa prática, não estimula a dúvida, a busca de novas respostas. O professor, 
nesse caso, sabe o que é certo e errado e impõe que os alunos copiem, memorizem e apresentem 
mais tarde, nas provas, as respostas determinadas por ele. 
 
Quem nunca sentou nas primeiras fileiras para não perder o que o professor fala, 
escrevendo em seu caderno o conteúdo? 
 
Quem nunca desejou gravar a aula do professor para reproduzi-la posteriormente? 
 
A propósito, seu professor permite que grave sua aula? Sim, Não? Qual o motivo? Que 
tal investigar? 
 
Na verdade, são muitos questionamentos, muitas respostas que podemos buscar e identificar se 
o professor respalda a prática predominantemente na Pedagogia tradicional. 
Quer ver? 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Como o professor trabalha o conhecimento? 
Ele escreve no quadro? 
Como é o quadro do professor? 
“Ele constrói o quadro ou traz o quadro pronto?” 
Ele permite que você faça perguntas? 
Como ele reage quando o aluno faz uma pergunta sobre um determinado assunto que, 
aparentemente, não está relacionado ao conteúdo pensado pelo professor para trabalhar na aula 
naquele dia? 
Ele dá atenção ao aluno ou responde que o assunto não está previsto em seu roteiro? 
 
 
Exemplo de prática respaldada na Pedagogia tradicional 
 
A professora Carolina ensina a seus alunos do sexto ano sobre o continente europeu, os países e 
suas capitais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana, aluna da professora Carolina, tinha recebido um cartão-postal enviado de Paris por sua 
madrinha. Como estava estudando sobre aquela e outras cidades da Europa, Mariana leva o 
cartão para mostrá-lo à professora e a seus colegas. 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Logo no início da aula, Mariana tenta mostrar o cartão, mas a professora não permite a 
interrupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A professora Carolina avisa: “Nosso assunto hoje não é sobre pontos turísticos, Mariana. Por 
favor, guarde e pegue seu material para copiar o conteúdo da aula” 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mariana fica muito constrangida, guarda seu cartão dentro de um livro, e não consegue prestar 
atenção à aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
A professora tinha um roteiro previamente planejado que dizia: “no dia X fale sobre as capitais 
dos países da Europa”. Carolina estava refém do planejamento, não admitindo novas 
possibilidades, tornando sua prática inflexível. Certamente, esse foi o modo que aprendeu -- 
reproduzir o modelo alheio. 
 
 
No livro didático usado pela turma, um dos capítulos era sobre a Europa, com o seguinte objetivo: 
“levar os alunos a identificar as capitais dos países da Europa”. Carolina seguiu o planejamento 
sem permitir interrupções. 
 
 
 
 
 
Leitura 
Veja, agora, o que conta Rachel de Queiroz: Memórias de menina. 
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gra045/galeria/aula3/anexo/doc01.pdf
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Escola Nova: denominada de ativa, progressiva ou progressivista, renovada 
Esse modelo pedagógico tem como um dos representantes brasileiros Anísio Teixeira que foi aluno 
de J. Dewey e, por conta disso, Anísio teve uma formação respaldada na cultura americana, do 
aprender fazendo, do educar para a ação, do empreendedorismo, diríamos hoje. 
De fato, foi uma evolução em relação ao modelo tradicional, pois o aluno passaria a estudar, a 
aprender “colocando a mão na massa”, vendo no plano concreto o conceito abstrato, 
generalizado. Por esse motivo, também podemos dizer que J. Piaget representa esse modelo, 
uma vez que trata dos estágios cognitivos que vão desde o plano concreto – quando a criança 
precisa ter o objeto “ao vivo e a cores” em suas mãos – até que desenvolva a representação 
mental do mesmo. 
 
Na Escola Nova o professor passará a estreitar os vínculos com o aluno, se relacionando de forma 
mais amigável, centralizando o ensino no educando, permitindo, ao mesmo, mais espontaneidade 
e comportamento ativo. 
O aluno pode participar de aulas práticas, em laboratórios, experimentação, soluções de 
problemas, aulas passeio, na horta, aulas lúdicas, aprender fazendo, ou seja, constatando, na 
prática, o conceito estudado teoricamente. Em outras palavras, se debruçando sobre o objeto de 
estudos, em uma relação indivíduo-organismo/meio. 
Um modelo bastante interessante para se 
trabalhar disciplinas de ciências naturais, fazendo experimentos. (Fonte: wavebreakmedia / 
Shutterstock) 
 
Vejamos a charge a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIDÁTICA – 2o Período 
 
 
Você percebeu a ironia da charge ao afirmar que o processo de avaliação seria justo? 
Diante dessa necessidade de mudança no processo de avaliação, na Escola Nova, o professor, 
por sua vez, acompanha o ritmo cognitivo do aluno, volta-se para as potencialidades e as lacunas 
cognitivas. Observe que a ênfase ainda recai sobre o indivíduo e seu ritmo, mesmo que trabalhem 
em grupo e, quanto a isso, não houve alteração em relação ao modelo tradicional. 
No modelo escolanovista, a ênfase recaía, então, sobre o indivíduo, mesmo que o professor 
incentivasse o trabalho em grupo em sala de aula. Os alunos que conseguissem se enquadrar 
nesse sistema por apresentar domínio do conhecimento científico

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