Buscar

Direito das Sucessões: Transmissão de Patrimônio

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito das Sucessões
SUCESSÃO: Direito sucessório é um modo de transferência do patrimônio. Destino do patrimônio de alguém que tenha falecido. Abre-se com a morte, seja ela natural ou presumida, pela lei vigente no momento. Aceitar ou não a herança. Tendo capacidade sucessória, demonstrada pelo título que permite demonstrar que é herdeiro:
Existem dois modos de transmissão de patrimônio:
 MODO DERIVADO: O passado se transmite na aquisição. Vai transmitir patrimônio*: modo derivado – sucessões.
 MODO ORIGINÁRIO: A aquisição do direito. Ex. Usucapião. O passado não apresenta vinculação com o futuro.
*Patrimônio: conjunto de todas as situações positivas e negativas. Aquele que é herdeiro só irá suportar as dívidas do crédito transmitido. As obrigações dos herdeiros limitam-se ao patrimônio transmitido. Inexigível: dívida – se limita a suportar os créditos transmitidos. Se quiserem os herdeiros podem pagar as dividas, mas não há incidência, se trata de uma mera obrigação natural. Os herdeiros só respondem pelos débitos do falecido até o limite da herança. Se o herdeiro paga a dívida excedente, é mera obrigação natural.
A sucessão é sempre um modo derivado de aquisição do patrimônio, isso significa que existe uma vinculação entre as situações antecedentes e as que advêm da sucessão. 
ESPÉCIES DE SUCESSÃO: Como vai destinar o patrimônio? Existem 3 maneiras:
Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
1) Sucessão Legitima: é fundada exclusivamente nos parâmetros da lei: quando o de cujus faleceu sem testamento, ou se seu testamento é ineficaz ou caducou; se houver herdeiro necessário, obrigando à redução da disposição testamentária para respeitar a quota reservatória. Aqui, os descendentes do de cujus são herdeiros por excelência, pois são chamados em primeiro lugar, em atenção ao que dispõe a norma que estabelece a ordem da vocação sucessória. 
2) Sucessão Testamentária: fundada em um testamento: decorre da última vontade do autor da herança, ou seja, de testamento ou codicilo. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite-se a herança a seus herdeiros legítimos, expressamente indicados na lei de acordo com uma ordem preferencial (de vocação hereditária).
3) Sucessão Hibrida/Mista: Fundada em parte no texto da lei e em parte no testamento.
*Se patrimônio houver, na morte, 50% são dos herdeiros legítimos (Ascendentes, descendentes e cônjuges/ companheiro)
Verificar 2 regras: quando ocorre a sucessão e qual a regra a ser aplicada:
-Quando se considera aberta a sucessão? No momento em que ocorre a morte, sendo a morte natural ou presumida. Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
 O novo código civil ampliou as hipóteses em que não se precisa da declaração de ausência: Art. 7º CC: Morte presumida. Ex. Voo da TAM- 36 corpos não foram localizados, então foram declarados mortos por estarem na lista de passageiros.. Jornalista da rede globo (Tim Lopes), Deputado Ulisses Guimarães – helicóptero tombou.
-A lei que rege a sucessão é a lei da data da abertura da sucessão. Ela ocorre com a morte, natural ou presumida.
Regras vigentes no momento da morte:
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela
12/01/2003- morto – CC1916
13/01/2003 – morto – CC2002
Lei 9278/96
Lei 8971/94
COMO SE DÁ A TRANSMISSÃO:
SAISENE é o princípio do direito francês que faz com que toda a transmissão sucessória ocorra de pleno direito, sem nenhum interregno. Transmissão de pleno direito de tudo aquilo que o falecido tinha. Assim, com a morte, todo o patrimônio se transmite aos sucessores, de pleno direito. O patrimônio do cônjuge sobrevivente não é transmitido com a morte, pois já é dele. O companheiro pode ser meeiro e herdeiro.
A meação é sempre definida pelo direito de família, enquanto que a herança, pelo de sucessões. 
Se alguém estiver morrendo, é no momento exato da morte que os herdeiros passarão a ser os possuidores, pelas dívidas inclusive, daquilo que foi disposto pelo morto. Transmissão de pleno direito daquilo tudo que o falecido detinha. Nosso sistema não estabelece qualquer espaço temporal sem dono. Sucessão legítima e testamentária.
É no momento da morte que eles tornam-se proprietários, passando a ser uma propriedade em condomínio, quando mais de um sucessor. Pode ficar ad eternum ou até que eles partilhem, por escritura publica ou ???
Não se depende de uma decisão judicial ou negócio jurídico para se tornar proprietário: ou seja, é pela morte. Em algumas hipóteses, a morte não coincide com um fato natural, como a morte dos ausentes, então depende de decisão judiciária. 
Situações afetivas com efeitos diretos:
CÔNJUGE:
Somente quem tem relação matrimonializada. (não é companheiro – quem tem relação decorrente de união estável. Há, ainda, o concubino , que é toda e qualquer relação que não tem proteção do direito civil (já é mitigado, inclusive pelos tribunais daqui): é alem do casamento, além da união estável. Quem tem união estável pode ter concubino também.
Há casos em que o concubinato é protegido: quando os três socializam e se gostam. (concubinas históricas).
A princípio, concubinos não tem qualquer direito. Não se pode testar em favor de amantes, (testamento é nulo) nem se pode doar para amantes. 
Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros nem legatários
III - o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos
Art. 1.803. É lícita a deixa ao filho do concubino, quando também o for do testador.
Todas essas pessoas tem uma organização patrimonial: uma forma de organizar o patrimônio. 
OBS: 
*BEM COMUM: aquele que se comunicou, ou seja, se for em comunhão universal de bens, em principio, só possuem bens comuns. Nesse caso, não há bens particulares.
*BEM PARTICULAR: aquele que em decorrência do casamento ou da união estável, não se comunicou para o cônjuge ou companheiro. (casos de comunhão parcial de bens, com um automóvel anterior ao casamento. Esse carro não se comunica. Se eles compram algo, será dividido entre os dois.)
UNIÃO ESTÁVEL:
Sistema anterior ao atual CC, e o vigente. A diferença é que no atual, quando não há acordo entre as partes, o sistema legal de comunicação é mais amplo que no anterior. Casamento e união estável. 
Quando um falece, uma parte não vai para a sucessão e sim, para o direito de família.
Ex: Falece Maria, mulher de João, que tinham um terreno. Meio terreno já é propriedade de João, então não vai pra sucessão. É preciso distinguir aquilo que é objeto de meação (integralmente regida pelas regras do direito de família) e o que vai ser de herança (direito sucessório). A parte do patrimônio vai ser regida pelo direito de família, quando ainda houver um cônjuge sobrevivente. Aquilo que já pertence ao cônjuge, por ser ele o titular da meação, não vai ser transmitido pela sucessão. Já é dele pela relação afetiva.Quando for casado, ou viver em união estável, a parte que se comunicou devido a união estável ou casamento, não entra para o companheiro ou cônjuge sobrevivente na sucessão.
Se o meeiro adquiriu o imóvel antes do falecimento, é importante pela questão do IR.
Implicação tributária: imposto de transmissão. Não haverá parte quando for meação, pois não há aquisição, então não há imposto ou custas. Aquilo já é do cônjuge/companheiro. Precede o que entra na herança. (tem que ver o que vai para a meação. O que sobra - se sobra - é para a sucessão.) Tudo o que é parte da meação não ocorre transmissão, então não há incidência tributária.
MEAÇÃO DO COMPANHEIRO:
A Lei diz que todos os bens adquiridos na constância do matrimônio se comunicam. Marco inicial e final, presume-se o esforço comum,ou seja, pouco importa quem suportou o ônus financeiro. No entanto, em caso de união estável, deve-se analisar se o momento da morte se deu antes ou após 2003. Até 2002, as uniões se regiam pelo contrato de convivência, onde se escolhia um regime, ou na sua ausência, se presumia o esforço comum dos bens adquiridos na constância da relação. Após o CC/2002, aplica-se o contrato de convivência ou o regime de comunhão parcial de bens, por expressa previsão legal do art. 1725.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens
Na antiga lei, todo o patrimônio adquirido na constância da união estável se presumia comum; no novo código civil, há o art. 1725: aplica-se na união estável o que couber ao regime da comunhão parcial de bens. Ou seja, no regime da comunhão parcial, além daquilo que foi adquirido na constância da convivência comum, há mais coisas adquiridas que se comunicam (ver artigo 1660):
Art. 1660: Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.
Exemplo: Ele tinha aplicado 100 mil ações. Todos os dividendos seriam investidos em novas ações. Todo o período de convivência de união estável, das 100 viraram 300. A companheira terá direito (art. 1660, inciso IV e V): as primeiras 100 mil ações são só dele. As outras serão partilhadas entre ambos. Das 300 mil, ele tem direito 100 particular, 200 comuns. 200 comuns, 100 dele e 100 dela.
Exemplo 2: Companheiro falecido era dono de empresa. A companheira sobrevivente teria direito a esses lucros? Só os bens onerosamente adquiridos na constância da união estável integravam o patrimônio, então, pela antiga lei, a companheira não teria direito. Na nova lei, tem. Assim, todos os frutos de bens particulares que se colherem na constância da união estável, se comunicarão.
1660 II- caso da mega-sena. Há comunicação, mas não há direito sucessório. Esse inciso também comunica no caso de união estável. 
X tem imóveis particulares que lhe rendem aluguel. Ele não recebeu os 50 mil desse mês. Falece. Ela pode resgatar 25 mil desses bens particulares. Isso também se comunica.
Se não há nenhum contrato, aplica-se esse.
Para superar isso, deve ser feito um contrato de convivência, para reger o que o casal de companheiros entende como sendo passível de comunicação, e o que eles querem ver exclusivos de cada um. Pode-se pedir comunicação de tudo, exceto as ações do banco tal, eventuais acréscimos, frutos e dividendos sejam apenas de um. Esse contrato pode estabelecer uma maior ou menor comunicação, bem como uma exclusão total. Se o contrato da relação de união estável for exclusivamente de bens particulares, então não haverá meação. 
Em casos de união estável putativa, quando pessoas se dedicam ao transporte e tem várias mulheres ao longo dos portos. É putativa porque as duas acreditam serem exclusivas. Em tais casos, as companheiras inocentes não são prejudicadas. Aquele que impingiu a lesão a ambas é que será prejudicado. A cada companheira, retira o seu patrimônio; o que sobejar, fica para ele.
Só se pode falar em direito sucessório entre os companheiros se havia união estável existente a época da abertura da sucessão. O direito a meação subsiste. O que não existe é o direito sucessório.
*IDENTIFICAR O QUE É DA HERANÇA E O QUE É DO HERDEIRO SOBREVIVENTE (MEAÇÃO):
Ex1: João e Maria em união estável. Ele falece em 2000. E adquiriram 1000 unidades.
 –LEI VELHA: MEAÇÃO 500 E HERANÇA 500.
Ex 2: João e Maria vive em união estável . João tem 1000 unidades anteriores a união estável, e com Maria, adquiriu outras 1000 unidades. João faleceu em 2013.
- AS PRIMEIRAS 1000 SÃO HERANÇA DE BENS PATICULARES. AS 1000 ADQUIRIDAS DEPOIS – 500 HERANÇA DE BENS COMUNS E 500 MEAÇÃO – EXCLUSIVA DO ENTE SOBREVIVENTE.
Ex 3: João vive com Maria. Nada adquiriram. Sabe-se que João possui 100 mil reais em uma aplicação anterior a união estável. Quando de seu falecimento em 2015, sem que nada fosse depositado, consta um rendimento de juros de 200 mil reais. 
- OS PRIMEIROS 100 MIL SÃO BENS PARTICULARES. OS 200 MIL DE JUROS SÃO BENS COMUNS. 100 MIL DE HERANCA E 100 MIL A MEAÇAO DO COMPANHEIRO SOBREVIVENTE, POIS SE COMUNICA A ELA.
REGIME DE BENS
Pessoas casadas – regime de bens. Quem for casado, obrigatoriamente deve escolher o regime de bens; se não o fizer, a lei impõe. Em alguns casos, o regime é ditado pelo regime da lei. Três regimes:
Regime Obrigatório: art. 1641: regime de bens imposto pela lei, em determinadas circunstâncias: A separação obrigatória ou legal independe de pacto antenupcial, tendo em vista que este regime é determinado por lei. Ele ser imposto em três situações:
a) das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento: quando houver, portanto, infração às causas suspensivas previstas no artigo 1523 no cc:
a1. A pessoa casada que não ultimar o inventario do ultimo cônjuge
a2. Feito o divórcio, não tem a partilha
a3. O curador/tutor não intimar a prestação de contas com o tutelado
a4. a mulher que não pode casar-se antes de 300 dias após a extinção do matrimônio. Pode ser afastado mediante exame de gravidez.
Em tais casos, é o Regime de separação obrigatória de bens.
b) da pessoa maior de 70 anos: qualquer ou ambos os cônjuges tiverem mais de 70 anos de idade à época do matrimônio. Também é aplicável às uniões estáveis de pessoas com essa idade.
Em tais casos, é o Regime de separação obrigatória de bens. 
c) de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial: quando os nubentes casam com autorização judicial. O sistema brasileiro permite duas hipóteses para isso:
c1. Hipótese do suprimento de consentimento: Quando os nubentes têm entre 16 e 18 anos e seus responsáveis não autorizam o casamento, e negam-se, com uma negativa plausível. (se o pai não aceita porque o noivo é pobre. Isso não é plausível, e pode ser desfeito judicialmente). Se há conflitos entre os filhos e os pais, o juiz nomeia um curador (art. 9º CPC) 
c2. Hipótese de suprimento de idade. Quando em qualquer hipótese os nubentes tiverem menos de 16 anos. Casos em que a menina está grávida.
Em tais casos, é o Regime de separação obrigatória de bens.
· Em regime de separação obrigatória de bens, há a súmula 377 do STF: ainda que em separação obrigatória, os bens adquiridos na constância do matrimônio se comunicam. 
Os tribunais continuam a aplicar a súmula. Sua aplicação praticamente equipara esse regime, quando ocorrer aquisição de bens, ao regime da comunhão parcial de bens. Isso é equivocado, pois a súmula data de 1960.
Regimes eletivos: regime de bens eleito pelos cônjuges:
Exigem pacto antenupcial. Escritura pública anterior ao matrimônio, onde os nubentes, por vontade própria, escolhem o regime adequado a sua convivência. No atual CPC, tem 3 regimes de bens:
a) COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS: 
Regime pelo qual todo o patrimônio passado e presente vai se comunicar. Tudo aquilo que o casal adquirir, vai se comunicar, bens adquiridos antes do casamento, durante o casamento, doados, herdados... tudo se comunica. Neste regime resta instituído que todos os bens dos nubentes irão se comunicar após a celebração do casamento, independente de serem atuais ou futuros, e mesmo que adquiridos em nome de um único cônjuge, assim como as dívidas adquiridas antes do casamento. Somente não se comunicarão os bens doados (inter vivos ou causa mortis) com cláusula de incomunicabilidade. Por ser considerado um regime convencional, deve ser expressamentefirmado no pacto antenupcial.
A única forma de impedir um bem de alcançar o outro cônjuge são as cláusulas restritivas impostas pelo doador ou testador, que são a de incomunicabilidade ou inalienabilidade (16:10) mas se forem as legítimas, não se podem clausular livremente. É o único regime que tem meação. João casou com Maria, os aquestos (patrimônio) dos dois, unem-se, e eles passam a ser donos de 50% de tudo. Não se tem mais interesse em anular casamento, pois não há reflexos patrimoniais sobre o resultado. 
b) SEPARAÇÃO CONVENCIONAL/ TOTAL DE BENS (não é o obrigatório, da súmula 377, regime legal)
Neste regime cada cônjuge continua proprietário exclusivo de seus próprios bens, assim como se mantém na integral administração destes, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente, independente de ser o bem móvel ou imóvel. Não se fala em meação ou propriedade comum entre os cônjuges. Patrimônio de cada um dos nubentes. Nada se comunica. Nenhum patrimônio se comunica, ainda que o casal tenha comprado um apto unindo as rendas dos dois. É o único regime que permite divisões desproporcionais: Um compra 70% e outro 30%: tipo de condomínio entre os dois. Define-se a proporção de capital que cada um tem direito. 
c) PARTICIPAÇÃO FINAL DE AQUESTOS: 
Neste regime, os bens que cada cônjuge possuía ao casar serão incluídos no patrimônio próprio, assim como os por ele adquiridos, a qualquer título, desde que na constância do casamento. Cada cônjuge ficará responsável pela administração de seus bens e poderá aliená-los livremente, quando móveis. Caso ocorra a dissolução do casamento, deverá ser apurado o montante dos aquestos e excluir da soma dos patrimônios próprios dos cônjuges: os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; e as dívidas relativas a esses bens. Durante a comunhão não se comunicam os bens, apenas com sua extinção.
Importado da Alemanha, com a ideia de substituir o regime legal. Mas é parecido com o regime da comunhão parcial de bens, distinguindo-se:
a) Estabelece dois patrimônios enquanto houver casamento; Patrimônio de um e de outro. Há comunicação apenas pela morte, divórcio, separação, doação ou nulidade. Antes disso, os patrimônios são coisas distintas. Ele compra um carro. Enquanto estiver casado, é só dele. (No de parcial de bens, assim que pagar, instantaneamente, já passa a ser dele e dela). A união só ocorre ao final
b) Se um dos cônjuges, durante o patrimônio, se utilizou do capital de outro, isso pode ser imputado quando da extinção do patrimônio. Ele não tinha dinheiro, ela emprestou 200 mil. Eles serão devolvidos quando do final do casamento. (recobrar)
Regime convencional: separação parcial de bens. É o regime ofertado pela lei no silêncio dos nubentes, ou se o escolhido pelos nubentes for nulo ou ineficaz. Este regime estabelece que os bens adquiridos antes da celebração do casamento não serão considerados bens comuns entre os cônjuges. Sendo assim, ele institui a separação dos bens passados (que o cônjuge possuía antes do casamento) e comunhão quanto aos bens futuros (que virão a ser adquiridos durante o casamento).
São decorrentes ou do silêncio (quando o casal vai ao registro civil e nada se manifesta, o oficial coloca o regime da comunhão parcial de bens) ou quando for escolhido pelos casais, por ser mais conveniente ou adequado ao casal.
Ele não exige um pacto antenupcial, basta haver a verbalização perante o registrador. Escolheu esse regime, por ser o mais adequado. Característica: trabalha com a ideia de bens particulares e bens comuns. 
· PARTICULARES: Exclusivo de cada um: 
1º- patrimônio anterior ao casamento; 
2º- bens na constância do matrimônio sejam sub-rogados à constância anterior ao casamento; 
3º- bens doados a um dos cônjuges, 
4º- todos os bens advindos em decorrência de herança.
· COMUNS: 
1º- adquiridos na constância do matrimônio, gratuito ou oneroso, por ambos os cônjuges, 
2º- todos os bens que se comunicam por força do art. 1660 do atual CC:
Art. 1660: Entram na comunhão:
I – os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges;
II – os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III – os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V – os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA
Meação, herança: Aberta a sucessão, abre-se um momento para que os herdeiros possam ou aceitar ou renunciar herança. 
Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança.
A renúncia ou aceitação implica em um ato: se aceito, aceito todo o patrimônio. Se eu não aceitar, renuncio a totalidade do patrimônio. A aceitação/renúncia engloba a totalidade do patrimônio, não podem ser ato parciais. Ou aceito em sua totalidade, ou não. Ou renuncio a tudo, ou não. 
A ACEITAÇÃO pode se dar de duas formas: 
Art. 1.805. A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão somente de atos próprios da qualidade de herdeiro.
 § 1.º Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração e guarda provisória.
 § 2.º Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros.
1º: TÁCITO: quando se praticam atos incompatíveis com a renúncia. Por exemplo, são incompatíveis com a ideia de não querer a herança, o herdeiro perceber alugueis que o falecido recebia. O fato de receber tais aluguéis evidencia que ele quer aceitar a herança. 
2º EXPRESSA: praticar atos, dizendo expressamente que quer a herança (abre o inventário ou coisas do gênero). O patrimônio incorpora-se no patrimônio daquele que aceitou. Implica na incidência tributária: há imposto de transmissão. 
Não pode ser parcial, deve se aceita a herança em sua integralidade.
RENÚNCIA:
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial
Pode acontecer de o herdeiro não querer a herança, então ele pode renunciar a ela. Retroage à data da abertura de sucessão, ao período de delação, período em que se tem quando o herdeiro renuncia a abertura da sucessão. Os efeitos da renúncia retroagem a data de abertura da sucessão. Como se nunca houvesse ocorrido a transmissão da herança para o beneficiário. Duas implicações: o patrimônio do beneficiário da herança é devolvido ao monte mor, para ser partilhado entre os demais herdeiros, 2º como não ocorreu por ficção legal transmissão, na renúncia não vai existir incidência tributária. Aquele herdeiro é tido como se nunca tivesse sido herdeiro. O patrimônio é devolvido ao monte mor, e os herdeiros pagarão os impostos. Por escritura pública (pois a sucessão aberta é um imóvel por força de lei – art.80 II: os imóveis por natureza ou por força de lei; como é por força de lei, segue o art. 108 do CC) ou termo nos autos.
Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.
Art. 1.808. Não se pode aceitar ou renunciar a herança em parte, sob condição ou a termo.
* INEFICÁCIA DA RENÚNCIA: É ineficaz a renúncia perante os credores do renunciante, pois esses podem aceitar a herança em até 30 dias após a renúncia dos limites do seu crédito, conforme art. 1813. A venda de um bem também ocasiona fraude a credores. Essa fraude será presumida, cabendo contra ela, ação pauliana.Art. 1813: quando o herdeiro prejudicar os seus credores, renunciando à herança, poderão eles, com autorização do juiz, aceitá-la em nome do renunciante.
§1º a habilitação dos credores se fará no prazo de trinta dias seguintes ao conhecimento do fato;
§2º pagas as dívidas do renunciante, prevalece a renúncia quanto ao remanescente, que será devolvido aos demais herdeiros.
(Podem terceiros ser prejudicados com a renúncia. Em tais casos, fala-se em credores do renunciante. Nessas situações, a lei estabelece que os credores dos herdeiros podem aceitar a herança renunciada nos limites do seu crédito. Não é nulidade ou anulabilidade: a renúncia é ineficaz frente aos credores do herdeiro. Ele tem dividas de 1 milhão. Recebe herança de 1 e meio. Para não pagar, renuncia à dívida. O credor vai pegar a herança de 1 milhão, nos 30 dias subsequentes, aceitando a herança nos limites do seu crédito, assegurando receber o necessário. O restante volta ao monte mor, para os outros herdeiros.
O devedor renuncia, e tinha dois irmãos. Os dois fizeram escritura de partilha, e já está tudo em nome dos irmãos. O banco pode ingressar com a ação pauliana, pela fraude a credores, que é presumida. Não precisa provar, pois há inversão do ônus. O ato fraudulento é presumido. Além disso, é necessário que (art. 54, I, lei 13097/2015: AGORA É OBRIGATÓRIO, PARA QUESTÕES DE TERCEIROS DE BOA-FÉ. SE NÃO ESTIVER NO REGISTRO DE IMÓVEIS, NÃO SE PODE ALEGAR MAIS. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO REGISTRAL.) se registre a citação dessa ação, em todos os imóveis que se quer ver sobre partilhados. Para que possa se alegar isso em relação a terceiros, que os irmãos não se desfaçam dos outros imóveis.
CAPACIDADE SUCESSÓRIA
QUANDO ACEITA, é preciso verificar a CAPACIDADE SUCESSÓRIA, ou seja, ter o título que o habilite a herdar aquela herança. Geralmente é o filho que herda dos pais, desde que tenha sido reconhecido como tal (certidão de nascimento). O título pode ser destruído: pode-se perder a condição de herdeiro/ possuidor de capacidade sucessória:
1ª: DECLARAÇÃO DE INDIGNIDADE:
A indignidade é pena civil causada por ato reprovável cometido contra o autor da herança, em desfavor do herdeiro ou legatário, o que significa que poderá ser aplicada tanto na sucessão legítima como na testamentária. Ex. Susane Rishtoffen.
As hipóteses são estritamente aquelas que estão na lei. Somente aquelas podem ser hipóteses de indignidade. Não se pode criar outra hipótese. Está nos estritos termos da lei.
Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença. 
Parágrafo único. O direito de demandar a exclusão do herdeiro ou legatário extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão.
Parágrafo único. O excluído da sucessão não terá direito ao usufruto ou à administração dos bens que a seus sucessores couberem na herança, nem à sucessão eventual desses bens
*Não podem ser simplesmente alegadas, devem ser declarados por sentença. Deve-se promover a ação de indignidade. Reconhecimento em juízo de alguma das hipóteses do art. 1814 (atentar com a vida, injúria ou ...). 
* Deve ter interesse jurídico, e não meramente econômico. *Pode, em tese, ser proposta pelo município. 
*Prazo: decadencial de quatro anos contados da abertura da sucessão. (09/12/2015 até 09/12/2019). Pode acontecer de a declaração ser feita depois de intimado o inventário. (Hipótese de chantagem: o pai tem dois filhos, e tem uma identidade sexual dupla. Um dos filhos descobre que o pai está fazendo o testamento para o amante, chantageia-o. O pai cede, e faz um testamento. Se descoberto e provado, declaração de indignidade para o que chantageou)
*Efeitos: pessoais. Ou seja, não podem passar daquele que for declarado indigno. Permite que eventualmente os descendentes daquele que foi declarado indigno possam herdar a herança da qual o indigno foi afastado, em decorrência dos efeitos pessoais, por representação. Os efeitos pessoais excluem para todo o sempre, o direito do indigno de ter a herança. Ex. Os netos herdam, o pai era indigno. Se os netos falecem, e o indigno seria do pai, não poderá ser transmitida aos pais, pois essa parcela é herança de indigno, então deve-se encontrar outro herdeiro. Aqueles que representação não forem maiores, a administração desse patrimônio deverá ficar a cargo de um administrados especialmente encarregado para cuidar desse patrimônio. A declaração de indignidade em relação aquele patrimônio, equivale a uma morte civil do indigno.
OBSERVAÇÃO: Os netos devem estar concebidos antes de aberta a sucessão, para serem representado (herdeiro por representação não pode ser concebido depois). Concebido e, pelo menos, ter nascido com vida, para transmitir seu patrimônio para a mãe ou para outro herdeiro.
[OBSERVAÇÃO: Sucessão por direito próprio: quando sucedo por meu direito: sucedi a herança do meu pai. Posso herdar, também, por representação: quando aquele que deveria herdar por direito próprio faleceu antes da abertura dessa sucessão: o sujeito faleceu dia 7/7.2015, deixando João e Pedro. Pedro faleceu em 7/4/2014, deixando dois filhos. Os netos vão herdar por representação a herança que o seu pai receberia do seu avô. O direito de representação só existe na linha descendente –jamais na ascendente, ou entre cônjuges- e na linha colateral quando tios e sobrinhos concorrerem.]
Exemplos:
a) por volta de 2000, um menino matou a pauladas seus pais, enquanto dormiam. É declarado indigno e perde sua capacidade sucessória.
b) caso da Suzane Rischtoffen. Foi declarada indigna e perdeu seus direitos sucessórios em favor do irmão.
TRÊS SITUAÇÕES PREVISTAS NO ART. 1814 CC
1814: são excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I – que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente – homicídio culposo fica excluído dessa hipótese.
O sujeito matou ou tentou matar de forma dolosa o ascendente, companheiro, cônjuge, pai genitor, companheiro, esposa, ou ascendente do ascendente, descendente (vô, irmão...). Exclui-se a modalidade culposa de homicídio, pois esta não comporta a tentativa. Não se pode cogitar a ideia de que menor possa ser declarado indigno: se tem 17 anos, pode ser declarado indigno: a ideia do homicídio não está para crime, mas sim para se tirar a vida de alguém. Não seria justo ele ficar 3 anos na fase e sair rico. 
· Precisa-se aguardar o trânsito em julgado? Basta o indiciamento criminal para se fazer a ação de declaração de indignidade. No entanto, em alguns casos, é necessário esperar a ação penal terminar. No tribunal do júri, ele é declarado como não autor, mas ai já perdeu a herança, pois a ação rescisória já terá precluído. É necessário, portanto, aguardar o término da ação criminal, pois há casos que fazem coisa julgada no cível também (paradoxo). Apenas pode-se estender por um ano a ação cível.
II – que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; crime contra a honra: caluniosamente/honra do cônjuge, companheiro. Ou calúnia em juízo, ou crime contra a honra.
III – que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. não deixar livremente testar, ou seja, se não deixar testar livremente, pode ser declarada indigna. É necessário provar que houve a chantagem (é difícil).
A exclusão do herdeiro ou legatário em qualquer desses casos, será declarada por sentença. 
Fora isso, não há possibilidade de alguém ser declarado indigno.
Ela pode ser aplicada a qualquer uma das quatro classes de herdeiros (ascendente, descendente, cônjuge, companheiro e colaterais); e os efeitos serão pessoais. O direito de demandarexclusão do indigno extingue-se em quatro anos, contados da abertura da sucessão. Pode ser proposta mesmo depois de encerrado o processo de partilha ou inventário, fazer o disposto no artigo 54 da lei 1397/2015, tornando litigioso todos os bens que pretenderem ver sobrepartilhados.
2ª: DESERDAÇÃO:
As hipóteses são estritamente aquelas que estão na lei. Somente aquelas podem ser hipóteses de deserdação. Não se pode criar outra hipótese: está nos estritos termos da lei. Artigos 1961, 1962 e 1963.
Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
 I - ofensa física;
 II - injúria grave;
 III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
 IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
 I - ofensa física;
 II - injúria grave;
 III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
 IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser ordenada em testamento.
Art. 1.965. Ao herdeiro instituído, ou àquele a quem aproveite a deserdação, incumbe provar a veracidade da causa alegada pelo testador.
 Parágrafo único. O direito de provar a causa da deserdação extingue-se no prazo de quatro anos, a contar da data da abertura do testamento
PETIÇÃO DE HERANÇA
QUANDO NÃO SE TEM TÍTULO, MAS SE É HERDEIRO
Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua
Nos casos em que pretensamente se é herdeiro e não há título:
Uma pessoa que, formalmente não tem título, mas é herdeira do falecido. Neste caso há a possibilidade de se propor a petição de herança, que será dada a todo aquele que se diz herdeiro, mas que não tem formalmente reconhecida essa condição. Exemplos mais clássicos são dados aos filhos em investigação de paternidade (o filho intenta a petição) e companheiros em ação declaratória de união estável.
Petição de herança: efeito patrimonial prescreve em 10 anos a contar da abertura da sucessão. (não confundir com o direito de buscar as origens: O direito de buscar suas origens é imprescritível!!) Efeitos patrimoniais de sucessão, e que não tenha título, tem 10 anos para reclamar. Pode ser feita ação de investigação de paternidade, mas nenhum efeito patrimonial decorrerá disso. O pai nunca se declarou pai, e o filho milionário morre. O pai pode intentar ação de reconhecimento de paternidade, cumulada com petição de herança.
Declaração de união estável: ?
Meu irmão não foi reconhecido. Ele falece, solteiro, possui herança. Seus pretensos irmãos podem intentar ação declaratória, para que em juízo se declare que eles são irmãos para fins sucessórios.
1º: observar o prazo de 10 anos a partir da morte;
2º observar o momento em que se encontra a partilha:
a) Se já estiver o inventário em curso, qualquer herdeiro pode postular a herança, ainda que sem título. 
Verificando a falta de título, o juízo aplica o artigo 1001 do Código de Processo Civil: ou seja, defere uma cautelar de ofício, reservado o quinhão desse herdeiro, e determina que a parte vá propor a ação necessária (investigação de paternidade....).
Deve-se habilitar no inventário, e nesse caso, o suposto herdeiro será remetido às vias ordinárias para intentar ação de paternidade e o juiz irá reservar seu quinhão na herança do inventário. Se os bens da herança não forem divisíveis na prática, a ação de inventário ficará parada até se resolver a ação de paternidade.
b) se o inventário já estiver ultimado, depois de efetuada a partilha neste caso, há duas possibilidades:
b1) se o patrimônio já estiver com terceiros, e os terceiros forem de boa-fé (os 2 irmãos venderam para terceiros), a eventual petição de herança não faz retornar ao status quo, resolve-se por indenização de perdas e danos (indenização pecuniária)
b2) se o patrimônio ainda se encontra com os herdeiros, é necessário que todos esse patrimônio se faça tornar coisa litigiosa (registro .. se não fizer isso, os outros podem vender aquilo que está sendo buscado), para que aqueles determinados patrimônios possam ser sobrepartilhados. Para tornar um bem litigioso, deve-se proceder de forma judicial com uma ação cautelar ou um protesto contra alienação dos bens, ou de forma extrajudicial (mais efetiva), juntando na matricula do registro dos imóveis a citação de investigação de paternidade, a fim de que nenhum credor de boa-fé compre o bem.
Se tiver patrimônio e transferir tudo a título não oneroso, será má-fé presumida.
A petição de herança atribui título para quem ainda não tem título para se habilitar como herdeiro.
CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS:
MANEIRAS DE SE DISPOR DA HERANÇA: JÁ É herdeiro, e quer dispor da herança: RENÚNCIA, CESSAO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
 § 1.º Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita anteriormente
 § 2.º É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
 § 3.º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade
A cessão de direitos hereditários é o contrato mediante o qual se opera a transmissão de direitos provenientes de sucessão, enquanto não dados à partilha, que declarará a partição e deferimento dos bens da herança entre os herdeiros (legítimos ou testamentários) e aos cessionários.
Diferentemente da renúncia, pressupõe a aceitação da herança. Só pode ceder os direitos hereditários quem previamente tenha aceitado a condição de herdeiro. Se na renúncia abdica-se da condição de herdeiro, na cessão, só se pode fazer depois de se ter aceito a herança. Cessão de futuros direitos sucessórios: não se pode negociar sobre herança enquanto estiver vivo: vedado o pacto sob herança por sua vida. Doação não é herança. A cessão, só depois da aceitação, não se pode prometer a cessão dos direitos hereditários e é proibida a cessão de direitos hereditários sobre bens singularmente considerados [Cessão a título universal: tanto pode ser parcial como total, mas não vai individualizar o patrimônio: cedo para ele 50 % do patrimônio deixado pelo meu pai, ou cedo o patrimônio, sem identificar os bens. Cessão a título singular: ceder a casa localizada na rua 23]
Não se pode fazer singularmente, pois eles podem não ser todos os herdeiros, e estarem omitindo algum herdeiro do tabelião. Um herdeiro pode ceder 20% da herança, mas não pode ser a “casa da rua x”, pois estaria escolhendo o patrimônio, e pode não ser isso o acordo que sairá na partilha. Só se admitem cessões a título universal. 
Art. 1.794. O coerdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto por tanto:
É possível ou não fazer-se a cessão livremente: não existe cessão livremente operada. Toda a cessão a estranhos, quando for onerosa, depende de prévia oferta aos demais herdeiros. X quer ceder metade dos seus direitos hereditários por 500 mil, então deve ofertar aos demais. Se for doação, não precisa. É obrigado a fazer a prévia oferta. Se não o fizer, a sanção é de se contar 6 meses a partir do ato de cessão. 
Art. 1.795. O coerdeiro, a quem não se der conhecimentoda cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão
Como esse ato pode ser realizado em qualquer tabelionato, como se pode saber que foi feita essa cessão? Aí se perde o direito. A interpretação mais razoável é de se contar 6 meses a partir da publicização, conhecimento da cessão. (Para que o herdeiro preterido exerça seu direito de herança através do processo de adjudicação compulsória.) Se não for feito isso, a cessão é ineficaz por 6 meses em relação ao cessionário, e ao herdeiro preterido. Por 6 meses o herdeiro preterido poderá proporá ação de adjudicação compulsória, depositar em juízo o valor necessário, para ficar com o bem.
2 formas de se fazer a cessão de direitos hereditários:
a) Através de uma escritura pública: 
b) Através de termo nos autos: 
2 impostos: estadual, de causa mortis (da aceitação) (Ver NOVA LEI!!), e inter vivos (???)
HERDEIRO > CONCEBIDO NO MOMENTO DA SUCESSAO > ACEITA/NÃO> RECUSA RETROAGE. PATRIMONIO RECUSADO VAI A TODOS OS HERDEIROS PARA SEREM PARTILHADOS > SE ACEITA, PODE CEDER OU NÃO
HERDEIROS NECESSÁRIOS:
É o nome que se dá aos herdeiros obrigatórios. Eles não podem ser alijados de uma parte do direito sucessório. Ninguém tem direito a herança, ser herdeiro, exigir de alguém a herança. Mas toda pessoa que morrer, deve deixar metade de seu patrimônio para algumas classes de herdeiros:
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários,de pleno direito,a metade dos bens da herança,constituindo a legítima
a) descendentes (qualquer um)
b) ascendentes, na falta do a;
HERDEIROS OBRIGATÓRIOS/LEGÍTIMOS/NECESSÁRIOS
c) cônjuge, na falta do b.
Direito de perceber 50% do patrimônio: LEGÍTIMA. Esta vai integrar aquilo que é chamado de patrimônio indisponível. João tem Pedro e Paulo. Quer deixar em testamento, um patrimônio para a amiga Joana: Deixar 50% para Joana, o restante, para os herdeiros necessários. Só se pode afastar herdeiros necessários se estiver frente a uma hipótese de deserdação. Herdeiro necessário só perde a legitima se houver alguma circunstância que permita o testador afasta-lo pela deserdação (indignidade é um exemplo + 1961 e 1962).
Herdeiros legítimos: têm direito a receber 50% do patrimônio.
· PATRIMONIO DISPONIVEL: 50%, livremente disposto em testamento ou doação.
· PATRIMONIO INDISPONÍVEL: 50% não pode ser objeto de disposição nem por doação nem por testamento. Só se tiver hipóteses de deserdação, para alterar isso, tendo sido declarada, e a deserdação tendo sido reconhecida por decisão judicial..
Isso somente vale para atos gratuitos. Se o pai quer vender tudo e gastar tudo, pode. Se tiver herdeiros necessários, só pode dispor de 50% gratuitamente (doação ou testamento)
Ineficácia é só no que exceder a disposição (aquilo que era disponível, o que passa dos 50%: era 2 milhões, deu 1.200 milhões. Os 200 milhões excedentes são ineficazes).
A legítima é patrimônio intocável e indisponível. 
CLAUSULAS RESTRITIVAS
Art. 1.848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima
§ 1.º Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa.
 § 2.º Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros
Possibilidade de impor cláusulas restritivas nas doações ou testamentos. Podem ser impostas pelo testador ou doador
a) Inalienabilidade – impossibilidade de alienação em quaisquer termos. Compreende as outras duas:
b) Incomunicabilidade – serve apenas para pessoas casadas em regime universal, impossibilidade de comunicar os aquestos
c) Impenhorabilidade – impossibilidade de ser objeto de penhora.
Cláusulas restritivas:
Modificações – até legislação passada, em casos de doação ou testamento, as cláusulas restritivas poderiam ser livremente apostas em contrato gratuito. No novo Código Civil, será livre para se apor a herdeiros não necessários e para a parte disponível dos herdeiros necessários. Logo:
Herdeiros necessários: a liberdade só existe na parte disponível, em relação às cláusulas restritivas. Na parte indisponível, também chamada de legítima, só é possível clausular restritivamente se houver um JUSTO MOTIVO.
Esse justo motivo acarreta num duplo sentido:
1º: JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL: Deve-se identificar o que é isso. Por exemplo, para preservar o patrimônio da filha, que é casada com um viciado em jogo; um alcoólatra ou viciado: clausular o patrimônio para preservá-lo. Não pode ser em casos de “vai casar com alguém de cor, pobre ou de outra religião”.
2º: POSSIBILIDADE DE SER QUESTIONADO EM JUÍZO: Permitir que o judiciário avalie se há ou não o justo motivo. 
Assim, quem clausula terá o ônus da prova.
Art. 2042. Hoje, em todo e qualquer testamento, a cláusula é tida como não escrita, se não for justificada.
**COMPANHEIROS: não são tratados como herdeiros necessários no novo código civil. Afasta a concorrência do 1790, se deixou tudo para os filhos.
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente
Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.
Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.
Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes
Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra
Significa que alguém vai herdar por alguém que deveria herdar, mas morreu antes.
João faleceu 
Filho 1
Filho 2 – faleceu
Neto 1
antes de João
Neto 2
Os netos herdarão por representação. A herança será dividida por 2, inicialmente (50% para o Filho 1 e 50% para o filho 2; estes 50% serão divididos entre os dois netos, restando 25% para cada um.
1º: Herda-se por direito próprio quando se apresenta o título; no entanto, se meu pai (FILHO C) ia herdar, mas faleceu, então a lei permite que eu exerça os direitos sucessórios dele por representação.
2º: A linha de representação é sempre descendente. Ascendente herda sempre por direito próprio (jamais será por representação: avô <bisavô<trisavô, se vivos, apenas o avô é quem vai herdar.)
3º: Na linha colateral, também se pode representar, mas apenas quando houver exclusivamente o concurso entre tios e sobrinhos (FILHO C está morto. FILHO A morre, sem deixar herdeiros necessários. O FILHO B (tio) e os NETOS 1 e 2 (sobrinhos) disputarão a herança de A. Como não são necessários, o FILHO A poderia ter disposto todo o seu patrimônio a qualquer um.
SUPRESSÃO DE LINHA
Quando há na linha algum herdeiro com direito próprio, não há maiores problemas. 
Pode, no entanto, ocorrer que toda uma linha seja suprimida, seja por morte anterior à sucessão, declaração de indignidade, renúncia ou deserdação. Neste caso, não há mais direito de representação: cada um dos netos herdará por direito próprio:
Assim, se a herança do Avô fosse de 160 mil, ficaria 16 mil para cada neto. Caso essa regra não existisse, e valesse o direito de representação, os netos provenientes do filho A herdariam 50 % (80 mil), e dividiriam entre si, totalizando 8 mil para cada um, e os netos provenientes do filho B herdariam os outros 50% (80 mil), e dividiriam entre si, totalizando 40 mil para cada um.
OBSERVAÇÃO: Em caso de RENÚNCIA, não haverá representação, assim, ao renunciar, o patrimônio é devolvido ao monte-mor,e, portanto, os filhos desse herdeiro não poderão receber nada.
VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão
A ordem da vocação hereditária encontra-se no artigo 1829, no atual CC, e no 1603 no antigo. 
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge
III - ao cônjuge sobrevivente
IV - aos colaterais.
Nas inseminações artificiais pós mortem, como essa questão fica? Ainda que não seja pacificado, a melhor maneira de interpretar isso é relacionando com o direito de petição de herança e seu prazo, de 10 anos. Assim, os filhos devem ser concebidos em até 10 anos do falecimento, para que seja possível reclamar alguma herança. 
Regras de concorrência entre cônjuges e ascendentes e descendentes:
1º: Examinar quando o cônjuge pode ter status de herdeiro e quando o companheiro pode ter esse mesmo status: todo o capítulo sucessório só possui dois artigos (1790 e 1844) sobre companheiros.
COMPANHEIROS:
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança
a) se for casado, recebe tudo. Se for companheiro, enfrenta litígio com a prefeitura. Apenas bens onerosamente adquiridos é que podem ser transferidos/herdados (há, nesse caso, uma restrição ao tipo de patrimônio sujeito à comunhão: Bens passíveis de ficarem sujeitos à herança: comuns e onerosamente adquiridos no curso da união estável. Se eram bens particulares ou adquiridos gratuitamente, esses bens não terão a participação do companheiro sobrevivente). Assim, se o companheiro ganhou na mega sena, foi gratuitamente adquirido. Terá direito à meação, mas não à herança. 
Obs. Lei de sucessão de 1996: entre companheiros não há a distinção patrimonial que hoje se faz.
b) conforme o 1790, a companheira, para ser herdeira, deve ter união estável quando da abertura da sucessão da herança.
CÔNJUGES: quais podem ser herdeiros (art. 1830)1829
Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente.
a) aquele que, à época da abertura da sucessão estava vivendo junto com o falecido.
b) aquele separado de fato, a não mais de 2 anos, ou seja, que deixou a vida em comum sem intervenção judicial, do poder público.
c) aquele que, separado de fato, por mais de 2 anos, tenha sido inocente na separação, ou seja, aquele que não cometeu nenhuma infração aos deveres matrimoniais. 
OBS: art. 1830: aqueles que não podem ser herdeiros: separados judicialmente, divorciados, ou separados de fato por mais de 2 anos que forem culpados.
(obs. A culpa caiu em desuso para determinar a separação. Pode-se simplesmente, pelo direito potestativo, postular a separação ou divórcio.) Repercussão econômica: o marido faleceu, tinha um filho, comunhão parcial de bens. O marido tem 100 milhões de herança, recebido do pai. Discussão entre a mãe e o filho para ver que recebe (se este conseguiu afastar a mãe, ele recebe 100 milhões). Se ela afastar a inocência, a mulher receberá 50 milhões. (deve haver um culpado e um inocente. Se ambos forem inocentes, não vale. E o acusado de ser culpado é aquele que está morto.)
Para o artigo, portanto, não podem ser herdeiros, aqueles cônjuges 
a) Separados judicialmente; 
b) Divorciados;
c) Separados há mais de dois anos, que forem culpados.
RESUMO: SÃO HERDEIROS:
CÔNJUGE: se o cônjuge sobrevivente for divorciado, ele não será herdeiro. Casal sem filhos, com ascendentes mortos, e um cônjuge, divorciado. A herança, ainda que não tenha ocorrido a partilha no divórcio, não vai para o cônjuge. Se já estiver divorciado, vai para um colateral. Uma coisa é a partilha, que o cônjuge sempre terá direito (meação, direito de família), e a outra é a sucessão. Se o cônjuge for separado judicialmente, também não terá direito.
Cria-se um paradoxo: Separado de fato, e quando da separação, sem patrimônio algum. Sem filhos, ou ascendentes. Um ano depois de deixar a esposa, acumulou uma fortuna. Um ano e meio depois, 3 milhões de reais. O herdeiro desses três milhões será, pelo atual sistema, o cônjuge sobrevivente. Se tivesse ficado vivo, o cônjuge sobrevivente não teria direito a nada, pois a comunicação dos aquestos cessa quando cessa a vida em comum. (ainda que seja de fato).
Numa mesma relação sucessória pode ter harmonicamente a ex esposa e a companheira. O homem tem, antes da união estável, um terreno, de outra relação. Casou com alguém e se separou de fato para viver com a Marisete. Engravidou Marisete, configurando a união estável. Antes de dois anos de separação de fato de sua esposa, com a Marisete, adquiriu um imóvel (casa) e, depois, faleceu. Do terreno anterior, herdeiro é filho e primeira esposa. Do imóvel comprado, a companheira e o filho.
Ordem da vocação hereditária ocorre com uma pequena modificação em relação ao código anterior:
Art. 1603 – primeiro descendentes, ascendentes e cônjuges – e também companheiros. Companheiro e cônjuge recebiam, quando houvesse descendentes, o usufruto vidual = 25% da herança. Ex. os descendentes recebessem imóveis, que dessem a eles 10 mil de alugueis. Assim, o cônjuge ou companheiro, alem da sua meação, teria 25 % de usufruto no patrimônio da herança, ou seja, receberia mais 2.500 reais de alugues. No caso do casamento, casais casados regime da comunhão universal de bens eram excluídos do usufruto vidual. Caso houvesse ascendentes, os cônjuges, além da meação, receberiam 50% por usufruto vidual (então, pelo exemplo, receberiam 5.000 de alugueis recebidos, além da meação). Se só houvesse cônjuge ou companheiro, receberiam 100%. 
No novo CC, a grande modificação é que se abandonou o sistema de usufruto, seja em favor do cônjuge ou do companheiro; para que isso fosse possível, surgiu o sistema de concorrência, que em relação aos descendentes é bastante complexo.
Forma pela qual se dá a sucessão legitima de companheiros e cônjuges, próxima aula.
1830 – quando o cônjuge pode ser herdeiro (1603 usufruto, no antigo. No atual, foi abandonado pelo sistema de concorrência.)
1829, I do CC:
CONCORRÊNCIA ENTRE CÔNJUGES E DESCENDENTES:
Deve-se verificar se o cônjuge pode ser considerado herdeiro (situações do 1830). Estabelece a concorrência com descendentes. Essa concorrência tem uma particularidade: toda a concorrência vai ser disciplinada pelo regime de bens vigente quando da morte do cônjuge ao qual se refere a transmissão da herança. 
Não existe a concorrência, não obstante o cônjuge possa ser considerado herdeiro:
1º: se o casal era unido pela comunhão universal de bens. Se houver descendentes, nesse caso, não vai existir a concorrência do sobrevivente, pois aquele unido por esse regime, já possui 50% de todo o patrimônio. Se ele já é proprietário daquilo tudo que o casal tinha, não se justifica mais um “plus” hereditário daquilo que o casal tinha. Dois filhos, universal de bens. Morreu, tinha 2 mil unidades. Neste caso, a herança vai para os descendentes. A meação do cônjuge sobrevivente é de 1 mil unidades. Cada filho irá perceber 500 unidades.O regime de bens só é determinante na classe dos descendentes
2º: quando o casal é unido pelo regime da separação obrigatória de bens. Não há concorrência com os descendentes do cônjuge sobrevivente. Observar a súmula 377 do STF.
3º: se o casal era unido pelo regime da comunhão parcial de bens e existam exclusivamente bens comuns.direito a uma meação sobre os bens comuns, e o restante dos bens comuns será distribuído aos descendentes. 
Haverá concorrência entre cônjuges e descendentes:
1º: no regime da comunhão parcial de bens se houver bens particulares. (os comuns estabelecem a meação e os particulares, a concorrência)
2º no regime da separação convencional de bens.
3º regime da participação final de aquestos (sem base legal) indefinição de como se dá isso: se sobre todos ou apenas aos particulares.
Nanci Andrigues: Não existe concorrência qual for o regime de separação de bens, pois se o casal quis manter a separação antes do matrimonio; concorrência entre cônjuge e regime parcial de bens. Para ela, só há participação neste regime, nos bens comuns, pois se o casal não queria que os bens particulares não se compartilhasse, isso não deveria ser feito após a morte.
ESTABELECIMENTO DA CONCORRENCIA, QUANDO HOUVER, DOS CONJUGES COM OS FILHOS:
3 situações, duas claramente no CC.
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer
1ª: quando o cônjuge concorre com filhos do autor da herança ou de sua pessoa (filhos bilaterais). Filhos do falecido e do sobrevivente. Neste caso, o cônjuge sobrevivente sempre tem o direito de pelo menos ¼ (no mínimo)da herança ser seu.
Ex.:o casal teve 10 filhos. O cônjuge sobrevivente vai receber 25%. Cada filho recebe o resto, divididos entre si (7,5%). Se é um filho, 50% para cada. Se são 3, 1/3 para cada um. Se são 4, 25% para cada um. 
?Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes.
2ª quando houver filhos unilaterais: quando os filhos são só do pai ou mãe falecido, e o sobrevivente é um terceiro. Quando o sobrevivente não tiver vínculos biológicos com os descendentes, a ele será assegurado uma cota igual. Divide-se a herança, acrescendo-se a cabeça do cônjuge sobrevivente. (4 filhos do morto, divide por 5 a herança).
3ª: quando há, simultaneamente, filhos bilaterais e unilaterais. Obedecer o principio da necessidade de se manter a igualdade entre os filhos, qual seja a sua origem. Os filhos vão ter que ser mantidos com parcelas iguais.(Não está disciplinado no CC). Atribuir uma cota igual ao cônjuge. Nesse caso, aplica-se a regra dos filhos unilaterais.
NÃO EXISTINDO DESCENDENTES, PROCURA-SE POR ASCENDENTES:
Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente
§ 1.º Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas
§ 2.º Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna
Pais do falecido, os avós, linha materna ou paterna, e assim, sucessivamente.
1ª regra: na linha colateral: a concorrência não vai observar o regime de bens. É suficiente a existência de cônjuge que possa ser herdeiro (que vivia com o falecido à época da morte, não estava separado há mais de dois anos, de fato; ou separado de fato há mais de dois anos, sendo o inocente). Estes estão aptos a concorrer com qualquer ascendente. O regime de bens é irrelevante!!!
Basta o cônjuge ter o status de herdeiro. Não há concorrência se o cônjuge sobrevivente estiver divorciado, separado de direito ou separado de fato por mais de dois anos, for o culpado.
2ª regra: sempre afastam-se os mais longínquos. Os herdeiros sempre serão os mais próximos: o pai está morto, mas tem avós paternos estão vivos e a mãe. A mãe herda, que é a mais próxima.
Divisão patrimonial: 3 regras para se disciplinar quanto de patrimônio vai ser atribuído ao cônjuge em concorrência com os ascendentes:
Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau
1ª: se o cônjuge concorrer com ascendentes de 1º grau (pai e mãe do transmitente da herança) – sogro e sogra: cada um deles vai receber 1/ 3 da herança. 
2ª: se o cônjuge sobrevivente concorrer exclusivamente com o pai ou a mãe do autor da herança: o cônjuge sobrevivente recebe 50% e o ascendente, os outros 50%.
3ª: se a concorrência do cônjuge sobrevivente se der com qualquer ascendente de segundo ou grau superior, o cônjuge sempre terá direito a 50% e os outros 50% serão partilhados entre os eventuais ascendentes. (2º grau: até 4 – o cônjuge, 50%, e os 4, 12,5%) 8 bisavôs e 1 avô: o avô recebe tudo, pois não há direito de representação entre ascendentes.
QUANDO NÃO HOUVER DESCENDENTES E ASCENDENTES, O CONJUGE VAI RECOLHER TODA A HERANÇA.
Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente
· Nesses casos, o cônjuge recolhe a herança, independente da origem do patrimônio do falecido (particular ou comum)
· O único pressuposto para o cônjuge ser herdeiro, é que não tenha descendentes ou ascendentes, e que não tenha testamento.
· Ele é herdeiro necessário, então só pode ser afastado se for deserdado.
Atualmente, só pode ser deserdado nas mesmas hipóteses a ser declarado indigno. (o CC apenas legisla sobre descendentes e ascendentes para serem deserdados: 1961 e 1962)
QUANDO NÃO HÁ HERDEIROS NECESSÁRIOS:
4ª HIPÓTESE SUCESSÓRIA: LINHA COLATERAL, que pode ser livremente afastada por testamento.
Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau
Art. 1.850. Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar
Em casos em que há os colaterais, herdeiros facultativos, pode-se dispor aos herdeiros parentes até no máximo 4º grau. 
1ª regra: Os colaterais têm a mesma regra dos ascendentes. Os mais próximos afastam os mais distantes. Irmãos antes dos tios e dos primos.
Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos
Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios.
 § 1.º Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça.
§ 2.º Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles.
§ 3.º Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual.
2ª regra: entre IRMÃOS: irmãos unilaterais (só pai ou só mãe em comum) e bilaterais (de pai e mãe comum). Se for só unilaterais ou só bilaterais, todos recebem igualmente. Se concorrerem bilaterais e unilaterais, os bilaterais recebem o dobro dos unilaterais.
Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar
Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais
Herança de 100 unidades: 2 bilaterais e 1 unilateral: Os bilaterais recebem 40% e os unilaterais, 20% (art. 1829)
* Sucessão entre companheiros (art. 1790).
Este artigo tem uma arguição de inconstitucionalidade que ainda não foi julgada pelo STF. Novo sistema sucessório para os companheiros: 
1ª: só existe direito sucessório se a união estável ainda era vigente quando da abertura da sucessão. (direito à meação tem, o que não tem é direito sucessório);
2ª: restrição ao tipo de patrimônio que o companheiro sobrevivente terá direito de herança do companheiro falecido. Apenas bens onerosamenteadquiridos podem ser objetos de sucessão. Particulares e obtidos gratuitamente, não entram em bens passiveis de serem herdados por companheiros. Se aquele falecido tem bens particulares e comuns, haverá duas linhas sucessórias: uma para os bens particulares e outra para os bens onerosamente adquiridos. Paradoxo que ainda não tem solução: hipótese de alguém que vivia em união estável, o falecido tinha bens particulares, mas não tinha herdeiros. Nos estritos termos da lei, esse patrimônio vai para o poder público (município ou DF). Se o companheiro não fez testamento para contemplar o outro, chega-se a esse paradoxo: não existindo outros herdeiros, os bens particulares do falecido, haverá choque de interesses entre o companheiro sobrevivente e o poder público. Ex. da mega sena – patrimônio que não se enquadra no caput: a mulher ficaria com a meação dos 5 milhões, e o município, com os outros 5 (se analisar exclusivamente pela lei). Se eles fossem casados, recolheriam toda a herança, independente de serem bens particulares.
Concorrência entre companheiros
Entre companheiros, também há o sistema de concorrência, mas há muitos problemas:
1ª concorrência: do companheiro com descendentes: art. 1790:
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança
a) INCISO I: se ocorrer com filhos comuns do companheiro sobrevivente e transmitente da herança, o companheiro tem direito a uma cota igual ao que vai ser transmitido aos filhos.
EX. Bens comuns, 1000 unidades, e um filho. A mulher, como meeira, 500 unidades. Como herdeira, 250. O filho, 250 restante.
b) INCISO II: se ocorrer com filhos unilaterais, estes receberão o dobro da companheira:
Ex. 100 de herança, dois filhos e uma companheira. Cada um dos filhos recebe 40 e a companheira, recebe 20.
c) não é prevista em lei, quando há mistura. Aos filhos não pode ser dado tratamento desigual. GRANDE PROBLEMA!
Para alguns, aplica-se o inciso I, pois o segundo tem “só” em seu texto. (ao final, os filhos bilaterais vão ganhar mais, pois os unilaterais deverão buscar em sua mãe ou pai o restante.)
Para outros, para ser mais justo, deveria dar uma cota igual a todos os filhos, e metade para o sobrevivente.
Nenhum será justo. O mais preferível, seria dando a metade à companheira, para ser justo com os outros filhos (unilaterais).
Antes da união estável, tinha 1000 unidades. Durante, 1000 (tira-se a meação, art. 1790). Das primeiras unidades, só os herdeiros participarão (a não ser que haja testamento). Bens particulares e gratuitos compõem um acervo patrimonial.
Um filho antes da união estável e um durante a união estável. Uma casa de antes da união estável (partilhada entre os dois filhos). Se eles tivessem 100 mil reais (50 mil vai pra ela, por meação; os outros 50 irá aplicar o 1790, inciso I dividindo por 3, ou inciso II, por 5 e dá peso dois para os filhos, dando 20 para cada um e 10 para a companheira).
d) INCISO III: parentes sucessíveis (ascendentes e colaterais): quando concorrerem com outros parentes sucessíveis, terão direito a sucessão de 2/3.
Absurdo: o companheiro perdendo direito sucessório para sobrinhos. X e Y, com patrimônio de 200 mil. Sem filhos e pais mortos. Sobrinho na boa esperança. O sobrinho leva 133 mil reais. Se fosse casado, ganharia tudo. Como é companheira, só leva 66 mil.
X é casado, morreu antes dos dois anos de separação, engravidou outra e configurou união estável, e a separação não teve ainda. Vai pra mulher, e para o companheiro só o que adquiriu onerosamente durante a união estável (tirando, inicialmente, a meação). 
e) INCISO IV: Questão polêmica: existência de bens comuns e particulares:
COMPANHEIROS SEM HERDEIROS:
O companheiro vai receber todos os bens onerosamente adquiridos. Em relação aos particulares, o companheiro deveria receber todo o patrimônio, mas do ponto de vista legal, o companheiro só percebe os onerosamente adquiridos. Os particulares, nessa situação sem descendentes, ascendentes, colaterais, poderia-se cogitar desse patrimônio ser destinado ao município. Nesta circunstancia, deve-se fazer um esforço de interpretação, para que tudo possa ser destinado ao companheiro sobrevivente. Alguns sustentam que o 1824 poderia de alguma forma ensejar que só não existindo descendentes ascendentes, cônjuges e companheiros é que os bens particulares deveriam ir para os cofres públicos, mas esse artigo 1844 apresenta uma fragilidade, não pode ser interpretado desgarrado do caput do 1790. Aí, chega-se ao mesmo problema: bens particulares, só existindo companheiros, ...(?)
Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal
DIREITO REAL DE HABITAÇÃO
DIREITO SUCESSÓRIO dado aos companheiros e cônjuges, que diz respeito ao direito real de habitação. Esse direito real de habitação, pelo art 1831, é conferido exclusivamente ao cônjuge. Ocorre quando o cônjuge sobrevivente ocupa uma das residências, que não vai lhe pertencer em decorrência da sucessão, mas passa a ter um direito real de habitação, ainda que o imóvel seja de outro herdeiro (pela partilha, não será dado ao cônjuge a propriedade da casa que ele ocupa). Isso só vale para cônjuges. No entanto, o art 1831, ao estabelecer exclusivamente o direito de habitação para quem é casado, deve ser combatido pelo fato de o art. 7º 9278/96 não se encontrar revogado, ou por uma interpretação conforme a CF, que se possa a partir do direito real de habitação. Se a todos é assegurado o direito de habitação, não pode haver lei infraconstitucional que trate diferentemente cônjuges e companheiros.
Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.
HERANÇA JACENTE:
ART. 1819 e seguintes: Ausência de alguma das classes que possam herdar: quando não houver descendentes, ascendentes, cônjuges ou companheiros, nem colaterais ou testamento, estaremos frente a uma situação em que o patrimônio vai ser destinado ao poder público. 
Art. 1.819. Falecendo alguém sem deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração de sua vacância
Art. 1.820. Praticadas as diligências de arrecadação e ultimado o inventário, serão expedidos editais na forma da lei processual, e, decorrido um ano de sua primeira publicação, sem que haja herdeiro habilitado, ou penda habilitação, será a herança declarada vacante
Art. 1.821. É assegurado aos credores o direito de pedir o pagamento das dívidas reconhecidas, nos limites das forças da herança
Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal
Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da sucessão.
Art. 1.823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será esta desdelogo declarada vacante.
Patrimônio sem titulares, destinado obrigatoriamente ao poder público (município ou DF, conforme a circunstância). Ideia de jacência da herança (5 anos), com consequente período de vacância (após os 5 anos, passa definitivamente ao poder público). Conflito aparente com os 10 anos para a petição, pois o estado pode pegar em 5 anos, e só pode reclamar em 10 se isso ainda não ocorreu.
EXERCÍCIOS:
1. João da Silva, casado com Maria da Silva, pelo regime de comunhão parcial de bens tiveram 2 filhos. João trouxe uma herança de 1.000 e durante o matrimônio, acumularam outras 1.000. João faleceu em 2014. 
Dos patrimônios comuns, Maria fica com 500 unidades, pela meação, e os outros 500 vão para os dois filhos, cada um recebe 250. Não concorre pois a concorrência vale apenas para os bens particulares.
Dos patrimônios particulares, há concorrência, então Maria deve ficar com parte igual aos filhos, 333,33 cada um.
2. João da Silva é casado com Maria em 1950, pelo regime da comunhão universal de bens. João e Maria acumularam 1.000. O casal teve 3 filhos: Pedro, Paulo e Otávio. Pedro casou-se em 1977, com Mariana, pelo regime da comunhão universal de bens, e tiveram 2 filhos: Sérgio e Carlos. Maria faleceu em 1988. Pedro faleceu em 1990. João faleceu em 1992. Sabe-se que o único patrimônio acumulado por todos foram as 1.000 unidades. Efetue a sucessão.
Com a morte de Maria, 500 unidades são de João, pela meação. As outras 500, vão ser divididas entre os filhos: 166,66 para cada um.
Com a morte de Pedro, sua parte da herança, 166,66, comunica-se com sua esposa, pois era comunhão universal. Então Mariana percebe 83,33 (a metade) e seus filhos, 41,66 cada.
Com a morte de João, suas 500 unidades serão divididas em 3: 166,66 para Otávio, 166,66 para Paulo e 166,66 para os netos, por representação, recebendo, portanto, 83,33 cada um.
3. Com os mesmos dados acima, mas trocando o regime de bens dos casais para o regime da comunhão parcial de bens, e a data das mortes, para 2008, 2010 e 2014, qual seria a solução?
Com a morte de Maria, 500 serão de João e os 500 restantes irão para os filhos, pois João não concorre com eles já que é bem comum, e a concorrência ocorre em bens particulares. Cada filho recebe 166,66.
Com a morte de Pedro, sua parte da herança, 166,66 é particular, então não se comunicará, mas haverá concorrência. Então será dividido por 3, para garantir a igualdade entre a mãe e os filhos. Cada um ficará com 55,5.
Com a morte de João, suas 500 unidades serão divididas entre os dois filhos e netos, que representarão seu pai. Assim, cada filho receberá 166,66 e os netos, cada um, 83,33.
4. João da Silva é casado pelo regime da comunhão universal de bens, com Maria. Casamento ocorrido em 1970. Desta união, resultaram 3 filhos: A, B e C. O casal acumulou 2.000 unidades. Em 1990, João deixa a casa para viver com Marisete, com quem acumulou 4.000 unidades, e teve outros 3 filhos: D, E e F. Em 2004, João abandona Marisete, e passa a viver com Francisco, com quem teve outros 3 filhos adotivos, J, K e L. João faleceu em 2013. Sabe-se que João e Francisco acumularam 8.000 unidades. Sabe-se que nenhum dos patrimônios anteriores foi partilhado entre o casal e os companheiros. A primeira esposa, Maria, faleceu em 2014, e Francisco, faleceu em março de 2015. 
Quando há a separação de Maria e João, 1000 unidades ficam para Maria, e 1000 para João.
Quando há a separação de Marisete e João, 1000 unidades ficam para Marisete e 1000 para João.
Quando João falece, 4000 unidades ficam com Francisco, pela meação.
Os bens comuns, que ficam em 4000, serão divididos:
ou pelo inciso I do art. 1790 (4000 dividido entre os 9 filhos e Francisco = 400 para cada)
ou pelo inciso II do art. 1790 (4000 dividido entre 9 filhos e Francisco, os filhos ganham o dobro -> 2x9+1=19: em tal caso, divide-se 4000 por 19, então os filhos ganharão 421,50 e Francisco, 210)
Os bens particulares, 3000, serão divididos apenas entre os filhos, então cada um receberá 333,33.
Com a morte de Maria, seus 3 filhos receberão 333,33, pois ela só tinha 1000.
Com a morte de Francisco, se foi considerado o inciso I, ele terá 4400, que será dividido por 3. Se foi considerado o inciso II, ele terá 4210, que será dividido pelos 3 filhos.
5. João da Silva casado com Maria pelo regime da comunhão parcial de bens. Tiveram 3 filhos: Pedro, Paulo e Carlos. Sabe-se que Pedro recebeu uma herança num montante de 1.000 unidades. Pedro faleceu solteiro, em 2007. O segundo filho tentou retirar o olho do pai com uma faca, e cortar sua jugular. O terceiro filho, Carlos, renunciou à herança. Sabe-se que Carlos possui 2 filhos e Paulo possui 4 filhos. João faleceu em 2014, e tinha acumulado com sua esposa, 1.000 unidades. Efetue a sucessão.
Com a morte de Pedro, sua herança vai para os pais. 500 para João e 500 para Maria.
Com a morte de João, seus bens comuns, 1000, serão 500 para Maria e 500 para os filhos. Um morreu. O que renunciou não recebe nada, nem seus descendentes. O que está indigno não recebe, mas seus filhos sim. Cada um receberá, então, 125. Dos bens particulares de João, os 500 da herança de seu filho,haverá concorrência entre a mulher e os netos, então, a ela, ficará garantido ¼, ou seja, receberá 125, e os 375 que sobram serão divididos entre os quatro netos, cada um recebendo 93,75.
EXERCÍCIOS:
1. João da Silva, solteiro, faleceu em 2014. Deixou como parentes vivos, dois tios-avós e dois filhos de tios já mortos. Acumulou 1.000 unidades. Efetue a sucessão.
Para o professor, primo terá privilégio sobre os tios-avós, mas no código não há isso. Então fica 500 para cada primo.
2. João da Silva, casado pela separação de bens, com Maria dos Santos. João e Maria tiveram 3 filhos e João acumulou 3.000 unidades. Maria acumulou outras 1.000 unidades. Maria faleceu em 2013. O primeiro filho faleceu em 2014. Sabe-se que o primeiro filho possui 2 filhos com Marisete. João faleceu em 2015.
Com a morte de Maria, suas 1000 unidades dividem-se entre os 3 filhos mais o marido. Há concorrência e deve ser garantido ¼ ao cônjuge sobrevivente. Cada um recebe 250.
Com a morte do primeiro filho, suas 250 unidades dividem-se entre os dois filhos, então cada um recebe 125.
Com a morte de João, suas 3250 vão para os filhos. Cada filho recebe 1083 e os netos recebem 541 cada um.
3. João da Silva é casado com Maria dos Santos, pelo regime da comunhão universal de bens. Acumularam 2.000 unidades. Tiveram 2 filhos. O primeiro filho, Henrique, tem um patrimônio de 2.000 unidades, e é casado com Otaviana, em comunhão parcial de bens. O segundo filho de João e Maria é Carlos que vive maritalmente com Nanci. Acumularam 2.000 unidades. Sabe-se que João e seus dois filhos faleceram quando o seu veículo Chevette colidiu contra uma carreta. Quando o socorro chegou, todos estavam carbonizados. Efetue a sucessão.
Questão de comoriência:
Com a morte de João, 2000 unidades ficam com Maria. (1000 de meação e 1000 de herdeira)
Com a morte de Henrique, art.1837, cabe metade, pois só há um ascendente vivo, Otaviana recebe 1000 de meação e 500 de herança, os outros 500 vão para a mãe, Maria.
Com a morte de Carlos, Nanci recebe 1000 de meação e 333,33 de herança, pois é união estável (1790, III – outros parentes sucessíveis, é 1/3 para o companheiro), e a mãe, Maria, recebe os 666,66.
4. João da Silva vive em união estável com Maria dos Santos. Sabe-se que João e Maria residiam numa casa que João recebeu por herança de seus pais. João ainda trouxe 2.000 unidades do período anterior à união estável. João possui um filho com Carla e outro filho com Paula. João faleceu em 2014. Efetue a sucessão.
Com a morte de João, as 2000 unidades serão divididas entre os dois filhos (1000 para cada um). A casa será dividida entre os filhos, mas conforme o art. 1831, será assegurado o direito real de habitação a sua companheira.
5. João da Silva casado pelo regime da comunhão parcial de bens, com Maria dos Santos. Sabe-se que eles acumularam 2.000 unidades e João trouxe para o casamento,

Continue navegando