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Disciplina: Direito do Consumidor Aluno: TATYANE DA SILVA FERREIRA DE SOUZA Matrícula:C925578 Turma: 9P Data: 25-03-2020 TRABALHO: Após a leitura dos textos, respondam as 12 questões abaixo: 1) Esclareça quais são os objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo? principais objetivos: o atendimento às necessidades dos consumidores; o respeito à sua dignidade, saúde e segurança; a proteção de seus interesses econômicos; a melhoria da sua qualidade de vida; a transparência e harmonia nas relações de consumo. busca estabelecer um equilíbrio e uma compatibilização entre os interesses dos fornecedores e as necessidades dos consumidores. Visa ainda à proteção do meio ambiente, com o intuito de assegurar o desenvolvimento tecnológico, social e econômico de toda a sociedade. Objetivo importante dessa política é também a postura do Estado de garantir a melhoria da qualidade de vida da população consumidora, quer exigindo o respeito à sua dignidade, quer assegurando a presença no mercado de produtos e serviços não nocivos à vida, à saúde e à segurança dos adquirentes e usuários, quer, por fim, coibindo os abusos praticados e dando garantias de efetivo ressarcimento, no caso de ofensa a seus interesses econômicos 2) Explique a relação entre o princípio da transparência e o princípio da boa-fé no âmbito do Direito do Consumidor. O princípio da transparência decorre do princípio da boa-fé objetiva, também indicado no caput do art. 4.º do CDC, esse princípio exige que as partes da relação de consumo atuem com estrita boa-fé, ou seja, com veracidade, lealdade, seriedade, sinceridade, transparência e clareza. Considerando o princípio da transparência como corolário do princípio da boa-fé 3) Destaque e esclareça quais são os Princípios norteadores da Política Nacional das Relações de Consumo. -Princípio da Vulnerabilidade - primeiro princípio e um dos mais importantes. Diz respeito ao reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor diante do fornecedor. Vulnerabilidade esta que se manifesta, conforme já estudado anteriormente, de forma tríplice: técnica, econômica e fática -Princípio do Dever Governamental - não cabe ao Estado, uma vez reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor perante o fornecedor, apenas editar leis. É dever dele, também, protegê-lo de forma efetiva, fiscalizando os produtos e serviços posto no mercado -Princípio da Harmonização dos Interesses e da Garantia de Adequação - conforme explica Leonardo de Medeiros Garcia, "o objetivo da política nacional das relações de consumo deve ser a harmonização entre os interesses dos consumidores e dos fornecedores, compatibilizando a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico com a defesa do consumidor". -Princípio do Equilíbrio nas Relações de Consumo - como visto, o fundamento para que se criasse o CDC veio na busca da verdadeira igualdade substancial. Percebeu-se que o consumidor é vulnerável perante o consumidor. Tendo isso em mente, essa busca por uma igualdade deve sempre nortear o legislador na hora de criar leis e o magistrado na hora de interpretá-las e aplicá-las. -Princípio da Boa-fé Objetiva - o CDC inovou quando trouxe o princípio da boa-fé objetiva, o qual posteriormente foi trazida pelo Código Civil de 2002. -Princípio da Educação e Informação dos Consumidores - cabe não só ao Estado, mas também às entidades de defesa do consumidor, educar e informar o consumidor acerca de seus direitos, com vistas à melhoria do mercado de consumo. É que quanto maior for o grau de informação e educação existente, menor será o índice de conflitos nas relações de consumo e, com isso, criar-se-ia uma sociedade mais justa e equilibrada, uma vez que isto se trata de um dos objetivos da República Federativa do Brasil -Princípio do Incentivo ao Autocontrole (ou Controle de Qualidade e Mecanismos de Atendimento pelas Próprias Empresas) - O Estado deve incentivar os fornecedores a tomarem medidas para solução de eventuais conflitos, visando assim maior proteção ao consumidor. É com base nisso que as empresas devem sempre manter um controle qualitativo em seus produtos e serviços juntamente com o atendimento aos consumidores. -Princípio da Coibição e Repressão de Abuso no Mercado - O que se quer neste princípio já está fundamentado na Constituição Federal, em seu artigo 170, tratado no título da ordem econômica e financeira. Tal princípio visa proteger a ordem econômica, possibilitando, assim, uma concorrência leal, sempre denunciando o monopólio para que a empresa monopolizadora não aja com abusividade perante os consumidores, pois ela seria "dona" do mercado. -Princípio do Estudo das Modificações do Mercado - a sociedade tem como característica a mutabilidade constante. Estamos em constantes evoluções sociais. A cada dia são criadas novas tecnologias, práticas, tendências, etc. Foi com base nisso que o legislador ordinário idealizou esse princípio. Um estudo dessas modificações visa evitar que as normas fiquem ultrapassadas e, consequentemente, sem eficácia -Princípio do Acesso à Justiça no Código de Defesa do Consumidor - este princípio não está positivado em um único inciso ou artigo. Ele é analisado como um sistema, por meio de artigos espalhados na lei de proteção ao consumidor. O legislador percebeu que em nada adiantaria criar todos esses direitos que o CDC dá ao consumidor, se este não tivesse como reclamar e exercer esses direitos em juízo, uma vez violados. 4) Esclareça o que é e qual é a importância do princípio da vulnerabilidade no âmbito do Direito do Consumidor. vulnerabilidade vem a ser o princípio pelo qual se reconhece (no direito positivo) a qualidade daquele ou daqueles sujeitos mais fracos na relação de consumo, tendo em vista a possibilidade de que venham a ser ofendidos ou feridos, na sua incolumidade física ou psíquica, bem como no âmbito econômico, por parte do sujeito mais potente da mesma relação. Essa proteção ao consumidor é justificada pela posição de desigualdade encontrada por ele nas relações de consumo que o torna vulnerável, quer seja pela falta de conhecimentos específicos sobre o produto ou serviço que adquire, quer seja pela ausência de conhecimentos jurídicos pertinentes à relação consumerista, ou ainda, pela diferença econômica entre ele e quem detém os meios de produção. 5) Discorra acerca dos abusos praticados no mercado de consumo. Essa medida está prevista no inciso VI do art. 1.º do CDC, como forma de garantir a coibição e repressão eficiente dos abusos ocorridos, com a punição de seus autores e o respectivo ressarcimento. Além disso, o CDC estabelece medidas preventivas, como forma de evitar a ocorrência de novas práticas abusivas que podem causar prejuízos aos consumidores, a exemplo da concorrência desleal, da utilização indevida de inventos e das criações industriais. 6) Qual é o papel da educação para o desenvolvimento e segurança do mercado consumidor? a educação é um instrumento de auxílio ao consumidor, no sentido de torná-lo mais consciente de suas responsabilidades, direitos e obrigações, protegendo-o dos enganos e fraudes. É uma forma de possibilitar-lhe o acesso efetivo à lei e aos mecanismos de reparação de danos eventualmente causados. A racionalização e a melhoria dos serviços públicos foram também inseridas no Código de Defesa do Consumidor como elementos da política nacional das relações de consumo. O objetivo foi exigir do poder público a prestação de serviços seguros e eficientes, que não atentem contra a vida, a saúde e a segurança do consumidor. Esta também é uma obrigação do setor privado. 7) O objeto de uma relação jurídica é, como se sabe, o elemento em razão do qual a relação se constitui e sobre a qual recai tanto a exigência do credor, como a obrigação do devedor, podendo ser tanto uma coisa quanto uma prestação. Esclareça qualé o o objeto na relação de consumo. o objeto da relação de consumo será o fornecimento de um produto ou a prestação de um serviço. O Código cuidou de defini-los, Produto: “é qualquer bem móvel ou imóvel, material ou imaterial”, (parágrafo 1º, do art. 3º da lei 8.078/90). Serviço: "É qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista,"(parágrafo 2º, do art. 3º da lei 8.078/90). 8) O art. 46 do CDC prevê que sem o conhecimento prévio do conteúdo contrato ou a presença de contrato cuja redação não for clara, não obriga o consumidor. Esclareça por que? Na fase pré-contratual observa-se a predominância do princípio da transparência, ou seja, informação clara e correta acerca do contrato e a respeito do produto ou serviço; e lealdade e respeito entre fornecedor e consumidor. Deve-se levar em conta o evidente desequilíbrio entre as partes, evitando-se a Lesão Enorme para um dos contratantes, Dentre os dispositivos que visam o equilíbrio contratual temos o art. 6º, VI, 1ª parte, e a norma que proscreve o destaque em caixa alta para as cláusulas restritivas dos direitos dos consumidores. 9) A relação contratual de consumo apresenta-se como um processo dividido em várias fases. Esclareça quais são e explique as diferenças entre elas. -Fase Pré- Contratual: Na fase pré-contratual observa-se a predominância do princípio da transparência, ou seja, informação clara e correta acerca do contrato e a respeito do produto ou serviço; e lealdade e respeito entre fornecedor e consumidor - Formação do Vínculo: O art. 46 do CDC prevê que sem o conhecimento prévio do conteúdo contrato ou a presença de contrato cuja redação não for clara, não obriga o consumidor. Deve-se levar em conta o evidente desequilíbrio entre as partes, evitando-se a Lesão Enorme para um dos contratantes, dentre os dispositivos que visam o equilíbrio contratual temos o art. 6º, VI, 1ª parte, e a norma que proscreve o destaque em caixa alta para as cláusulas restritivas dos direitos dos consumidores. -Fase Contratual Na fase contratual propriamente dita, temos a presença do Dirigismo, que não se limita a interpretar os contratos realizados em massa, mas manifesta-se também através da imposição de cláusulas contratuais em favor do mais fraco e proibição de certas condutas que, uma vez presentes, são anuladas ou tornadas ineficazes quando pouco eqüitativas -Fase Pós-Contratual: deu-se em razão de dois principais fatores: a produção em série e o circuito de distribuição dos bens em massa. O Código de Defesa do Consumidor Brasileiro, prevê nos arts. 12 a 14 a responsabilidade civil objetiva, independentemente de culpa do agente, por todos os danos causados aos consumidor. Esta responsabilidade do fabricante ou do produtor situa-se na esfera extracontratual, já que não há vínculo contratual direto como consumidor, não obstante as construções doutrinárias e jurisprudenciais para estabelecer uma relação direta entre as pontas de produção e do consumo. 10) O que são fato e vício do produto ou serviço? Quais são as diferenças fundamentais? Haverá vício quando o “defeito” atingir meramente a incolumidade econômica do consumidor, causando-lhe tão somente um prejuízo patrimonial. Nesse caso, o problema é intrínseco ao bem de consumo. FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO (ART. 12 A 17): é o mesmo que acidente de consumo. Haverá fato do produto ou do serviço sempre que o defeito, além de atingir a incolumidade econômica do consumidor, atinge sua incolumidade física ou psíquica. Nesse caso, haverá danos à saúde física ou psicológica do consumidor. Em outras palavras, o defeito exorbita a esfera do bem de consumo, passando a atingir o consumidor, que poderá ser o próprio adquirente do bem - consumidor padrão ou stander – art. 2º do CDC - ou terceiros atingidos pelo acidente de consumo, que, para os fins de proteção do CDC, são equiparados àquele - consumidores por equiparação bystander – art. 17 do CDC. Exemplos de fato do produto: aqueles famosos casos dos telefones celulares cujas baterias explodiam, causando queimaduras no consumidor; o automóvel cujos freios não funcionam, ocasionando um acidente e ferindo o consumidor; um ventilador cuja hélice se solta, ferindo o consumidor; um refrigerante contaminado por larvas ou um alimento estragado que venha a causar intoxicação 11) Quem são os sujeitos responsáveis pelo fato do produto ou serviço? Responsabilidade pelo fato significa dizer que o produto/serviço é defeituoso, no sentido de que pode causar um dano ao consumidor, diferente do vício que atinge somente a qualidade ou quantidade do produto/serviço, causando ao consumidor apenas uma frustração O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I – sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação . 12) Quem são os sujeitos responsáveis pelo vício do produto ou serviço? em se tratando de vícios, todos os fornecedores (inclusive o comerciante) responderão solidariamente, já que o código não faz qualquer diferenciação entre fornecedores nessa situação.
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