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Bioquímica Humana Bioquímica dos Carboidratos Prof. Dr. Temístocles Italo de Santana Petrolina – PE Agosto 2018 • Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na Terra; • Alguns carboidratos (açúcar e amido) são os principais elementos da dieta em muitas partes do mundo; • Oxidação – produção de energia • Polímeros de carboidratos (glicanos) agem como elementos estruturais e protetores nas paredes celulares bacterianas e vegetais e tecidos conectivos; • Outros polímeros de carboidratos lubrificam as articulações e auxiliam o reconhecimento e a adesão intercelular; • Localização intracelular. Bioquímica dos Carboidratos • São poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas; • Fórmula (CH2O)n; • Alguns também contêm nitrogênio, fósforo ou enxofre. Bioquímica dos Carboidratos • Três principais classes de carboidratos: • Monossacarídeos • Dissacarídeos • Polissacarídeos • * “sacarídeo” é derivada do grego sakcharon, que significa “açúcar” Bioquímica dos Carboidratos • São denominados também açúcares simples; • Constituídos por uma única unidade poli-hidroxicetona ou poli-hidroxialdeído; • Mais abundante: D-glicose (dextrose); • Monossacarídeos de quatro ou mais carbonos tendem a formar estruturas cíclicas. Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos • Famílias • Aldoses e cetoses • São sólidos cristalinos e incolores; • Solúveis em água; • Insolúveis em solventes apolares; • Sabor adocicado (maioria). Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos • Monossacarídeos mais simples (trioses) • Gliceraldeídos (aldotrioses) e di-hidroxicetonas (cetotrioses) Aldose Cetose Grupo carbonil (C = O) Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos • Estrutura dos carboidratos • Triose: 3 carbonos • Tetrose: 4 carbonos • Pentose: 5 carbonos • Hexose: 6 carbonos • Heptose: 7 carbonos • As aldopentoses • D-ribose • 2-desóxi-D-ribose componentes dos nucleotídeos e dos ácidos nucleicos Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos • Existem aldoses e cetoses para cada um desses comprimentos de cadeia: • Aldotetroses e cetotetroses, aldopentoses e cetopentoses, e assim por diante. • Monossacarídeos mais comuns na natureza • aldo-hexose D-glicose • ceto-hexose D-frutose Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Monossacarídeos possuem centros assimétricos • Todos os monossacarídeos, com exceção da di-hidroxiacetona, contêm um ou mais átomos de carbono assimétricos. • Carbono assimétricos (quirais) • Apresenta quatro ligantes diferentes • Formas isoméricas opticamente ativas Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Gliceraldeído • Centro quiral (carbono central) • Dois isômeros ópticos diferentes (enantiômeros) • n centros quirais (ter 2n estereoisômeros) • Gliceraldeído tem 21 = 2; • Aldo-hexoses, com quatro centros quirais, têm 24 =16. • Carbonil no topo do açúcar • A hidroxila do carbono de referência está à direita (dextro): isômero D; • À esquerda (levo): isômero L. Bioquímica dos Carboidratos Esteroisômeros diferem apenas pela configuração das moléculas, isto é, pelo arranjo espacial dos átomos (imagem especular). • Os carbonos de um açúcar começam a ser numerados a partir da extremidade da cadeia mais próxima ao grupo carbonil Epímeros • Dois açúcares que diferem apenas na configuração de um carbono Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Os monossacarídeos comuns têm estruturas cíclicas • Por simplicidade, as estruturas de aldoses e cetoses foram representadas como moléculas de cadeia aberta • Em solução aquosa • Aldotetroses e todos os monossacarídeos com cinco ou mais átomos de carbono no esqueleto (ESTRUTURAS CÍCLICAS) • O grupo carbonil forma uma ligação covalente com o oxigênio de um grupo hidroxila presente na cadeia • Fórmulas em perspectiva de Haworth • Estruturas cíclicas Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Estruturas em anel • Resultado de uma reação geral entre álcoois e aldeídos ou cetonas (hemiacetais ou hemicetais) Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos Nesta estrutura, o átomo de carbono da carbonila C1 que se liga a hidroxila livre do carbono C5 é chamado de carbono anomérico. Compostos que se assemelham com anéis de seis membros • Piranos Compostos que se assemelham com anéis de cinco membros • Furano Bioquímica dos Carboidratos Monossacarídeos • Os monossacarídeos podem ser oxidados por agentes oxidantes - íon cúprico Cu2+ • É o açúcar que apresenta carbono anomérico livre • Ex: glicose, maltose e lactose • Reação de Fehling • Teste semiquantitativo para a presença de açúcar redutor • Por anos foi utilizado para indicar elevados níveis de glicose no sangue de diabéticos • Açúcar redutor • Açúcar capaz de reduzir o íon cúprico Cu2+ A extremidade de uma cadeia com um carbono anomérico livre (não envolvido em ligação glicosídica) normalmente é chamada de extremidade redutora. Bioquímica dos Carboidratos • Constituídos por cadeias curtas de monossacarídeos • Mais abundantes são os dissacarídeos • Unidos por ligações glicosídicas. • Exemplos: • Maltose (glicose +glicose) • Lactose (glicose + galactose) • Sacarose (glicose + frutose) Bioquímica dos Carboidratos Oligossacarídeos Intolerância a Lactose • Ligação Glicosídica: A ligação glicosídica é uma ligação covalente, por condensação, que une dois monossacarídeos liberando uma molécula de água. A reação ocorre pela ligação do grupo hidroxila de uma molécula de açúcar, normalmente cíclica, com o carbono anomérico do outro. Bioquímica dos Carboidratos Maltose Oligossacarídeos Bioquímica dos Carboidratos Carbono anomérico livre Maltose Açúcar redutor Lactose e sacarose Bioquímica dos Carboidratos Não possui carbono anomérico livre sacarose Açúcar não redutor Carbono anomérico livre Lactose Açúcar redutor Características importantes da sacarose Não contém um átomo de carbono anomérico livre; molécula adequada para o armazenamento e o transporte de energia em plantas. É um açúcar não redutor estabilidade frente à oxidação Bioquímica dos Carboidratos • São polímeros de açúcar que contêm mais de 20 unidades de monossacarídeo; • Alguns possuem centenas ou milhares de unidades. • Cadeias • Lineares (celulose) • Ramificados (glicogênio) Polissacarídeos (glicanos) Bioquímica dos Carboidratos • Homopolissacarídeos: formados por um só tipo de subunidade monomérica (amido, glicogênio). • Heteropolissacarídeos: formados por dois ou mais tipos de subunidades monoméricas (glicosaminoglicanas). Polissacarídeos - Classificação Bioquímica dos Carboidratos • Celulose (parede celular) • Quitina (exoesqueletos de animais) Armazenamento (energia) • Amido e o glicogênio Estrutural Polissacarídeos - Funções Bioquímica dos Carboidratos • Amido: Fonte de energia. Encontrado em vegetais como batata, milho, arroz e mandioca. Polissacarídeos Bioquímica dos Carboidratos Bioquímica dos Carboidratos O amido Sintetizado pela maioria das células vegetais Armazenamento em tubérculos (batata e sementes) Polímeros de glicose amilose amilopectina Bioquímica dos Carboidratos Amilose Cadeias longas Não ramificadas Resíduos de D-glicose conectados por ligações (α1-4) Amilopectina Altamente ramificada Ligações glicosídicas do resíduos de glicose são (α 1-4); Pontos ramificação (a cada 24 a 30 resíduos): ligações (α1-6). • Glicogênio: Fonte de energia. Reservatório de glicose (fígado e músculo). Polissacarídeos Bioquímica dos Carboidratos • O glicogênio • Principal polissacarídeo de armazenamento das células animais. • É um polímero de subunidades de glicose ligadas por ligações (α1-4), com ligações (α1-6) nas ramificações; • Ramificado (em média a cada 8 a 12 resíduos) e mais compacto do que o amido. • Abundante no fígado (~ 7% do peso líquido) • Também está presente no músculo esquelético. Bioquímica dos Carboidratos • Celulose: polissacarídeo estrutural de vegetais.Polissacarídeos Bioquímica dos Carboidratos • A celulose • Substância fibrosa, resistente e insolúvel em água • Parede celular de plantas, particularmente em caules, troncos e todas as porções amadeiradas do corpo da planta • Homopolissacarídeo linear e não ramificado • 10.000 a 15.000 unidades de D-glicose. Bioquímica dos Carboidratos Bioquímica dos Carboidratos A maioria vertebrados não consegue utilizar a celulose carecem de uma enzima que hidrolise ligações (β 1-4) Cupins Digerem a celulose Microrganismo simbiótico, Trichonympha secreta celulase enzima que hidrolisa as ligações (β1-4) • Quitina: Função estrutural Polissacarídeos Bioquímica dos Carboidratos • A quitina • Homopolissacarídeo linear composto por resíduos de N- acetilglicosamina em ligações (β1-4) • A quitina forma fibras longas similares às fibras da celulose • Não pode ser digerida por vertebrados. • É o principal componente dos exoesqueletos duros de aproximadamente 1 milhão de espécies de artrópodes – insetos, lagostas e caranguejos • É provavelmente o segundo polissacarídeo mais abundante na natureza, depois da celulose Bioquímica dos Carboidratos Paciente, 22 anos, deu entrada ao hospital universitário da UNINASSAU – Petrolina, apresentando queixa pregressa de diarreia, dores abdominais, flatulência e fraqueza corporal. A mesma relata que os sintomas surgem após a primeira refeição do dia, que geralmente ocorre pela manhã. Na sua opinião, qual a possível causa da sintomatologia da paciente, quando relacionada ao assunto abordado em sala de aula (bioquímica dos carboidratos)? Explique. Caso clínico Bioquímica dos Carboidratos Obrigado!
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