Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
OFICINA LITERÁRIA AULA 1 1 - O poema abaixo faz parte do livro Rosácea (1986), da escritora Orides Fontela. Leia-o atentamente. Lembretes, "É importante acordar a tempo +++++ é importante penetrar o tempo ++++ é importante vigiar o desabrochar do destino." Em cada estrofe, a escritora nos lembra de algo importante acerca da vida humana. Explique a que atitudes, comportamentos ou momentos da existência a escritora se refere em cada uma das três estrofes do poema, na ordem em que aparecem. - Enxergar a realidade / dominar o tempo / perceber o decorrer da vida 2 - Tomemos o seguinte terceto do Poema Pombas, de Raimundo Correa: "Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um céleres voam, Como voam as pombas dos pombais". Assinale a alternativa em que ocorra a relação entre os vocábulos "pombas" e "sonhos" de acordo com o contexto da poesia: - Uma metáfora 3 - Um texto nunca é neutro, pois o autor expõe as opções assumidas em sua composição e encobre as rejeitadas por meio de duas operações essenciais à construção de um texto verbal. São elas: - Seleção e combinação de palavras. 4 - Considere o fragmento a seguir, retirado do livro Oficina Literária de Alessandra Fávero e depois escolha a alternativa correta: "Por que é impossível dar uma "definição definitiva" de literatura? O problema parece girar em torno de duas posições teóricas distintas: uma que defende a especificidade da literatura, especificidade que estaria localizada exclusivamente na forma, ou seja, no tipo especial de linguagem que a literatura parece representar quando comparada aos outros tipos de textos, cuja linguagem é simples, comum, habitual, trivial. A outra posição é aquela que não enxerga a literatura como uma dimensão isolada das outras esferas da vida humana. Para essa segunda posição, é preciso levar em conta o conteúdo dos textos literários para se definir o que é literatura. Avaliar o conteúdo significa abandonar a ideia de que somente a forma é relevante para caracterizar o literário." - posições teóricas distintas levam a considerar o fenômeno literário de diferentes perspectivas. 5 - Leia o fragmento transcrito a seguir e depois escolha a alternativa correta: Diferentes períodos históricos construíram um Homero e um Shakespeare "diferentes", de acordo com seus interesses e preocupações próprios, encontrando-se em seus textos elementos a serem valorizados ou desvalorizados, embora não necessariamente os mesmos. Todas as obras literárias, em outras palavras, são "reescritas", mesmo que inconscientemente, pelas sociedades que as leem; na verdade, não há releitura de uma obra que não seja também uma "reescritura". - uma nova construção de sentido para esse texto, a ponto dessa releitura poder ser igualmente considerada uma reescritura. 6 - No processo de construção literária, o autor vale-se do exercício diferenciado com a linguagem. A linguagem literária - aquela que sustenta o exercício da Literatura - se diferencia das demais porque: - É conotativa, abrindomuitas possibilidades de entendimento e interpretação 7 - Como exemplo de texto literário temos: - o romance 8 - O poema abaixo faz parte do livro Rosácea (1986), da escritora Orides Fontela. Leia-o atentamente: Lembretes "É importante acordar a tempo é importante penetrar o tempo é importante vigiar o desabrochar do destino." A sequência dos "lembrete" torna-se complexa ao longo do poema por meio de metáforas cada vez mais abstratas. Aponte qual o possível significado metafórico da expressão "vigiar/o desabrochar do destino", na última estrofe: - Conscientizar-se da vida como um todo Aula 2 1 - É por meio da mimese que as realidades ficcionais tomam forma e ganham existência. Em O cortiço, romance naturalista de Aluísio Azevedo, por exemplo, há um universo de representação muito detalhado. Pensando nisso, assinale a alternativa que apresenta o único elemento que não é um produto da mimese: - O autor. 2 - Leia o poema Meninos Carvoeiros de Manuel Bandeira, abaixo transcrito, e depois escolha a opção correta. "Os meninos carvoeiros / Passam a caminho da cidade. / - Eh, carvoero! / E vão tocando os animais com um relho enorme. / Os burros são magrinhos e velhos. / Cada um leva seis sacos de carvão de lenha. / A aniagem é toda remendada. / Os carvões caem. / (Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.) / - Eh, carvoero! / Só mesmo estas crianças raquíticas / Vão bem com estes burrinhos descadeirados. / A madrugada ingênua parece feita para eles... / Pequenina, ingênua miséria! / Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis! / -Eh, carvoero! / Quando voltam, vêm mordendo num pão encarvoado, / Encarapitados nas alimárias, / Apostando corrida, / Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos desamparados." - A natureza estética da literatura, não apenas não a impede de abordar os problemas da realidade, mas na verdade lhe permite abordá-los de forma mais contundente e eloquente. 3 - A mimese para Aristóteles, filósofo grego discípulo de Platão, era: - A representação das essências, uma forma de conhecimento, por meio do qual o real se revelava. 4 - O processo mimético é capaz de estabelecer diferentes interpretações do texto. Em relação ao que foi dito, podemos afirmar que: - Isso acontece pois a linguagem do texto literário é ambígua e sofre constante atualização 5 - Leia o poema abaixo, intitulado "Poema tirado de uma notícia de jornal", do poeta Manuel Bandeira e depois escolha a opção correta. "João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. / Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro / Bebeu / Cantou / Dançou / Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado." - O poema traz para o universo lírico e para a reflexão do leitor aspectos do real concreto. 6 - A literatura, quando finge o particular, atinge a universalidade. A afirmativa é: - É correta, pois essa particularização nos leva ao reconhecimento de dados semelhantes na realidade. 7 - Aristóteles contesta a condenação moral da arte mimética empreendida por Platão na República, apresentando uma concepção inteiramente nova da catarse proporcionada pelas obras de arte ao público, segundo a qual: - a catarse liberta os homens das paixões, permintindo-lhes compreendê-las e dominá-las. 8 - O último pajé ¿Cheio de angústia e de rancor, calado, Solene e só, a fronte carrancuda, Morre o velho Pajé, crucificado Na sua dor, tragicamente muda. Vê-se-lhe aos pés, disperso e profanado, O troféu dos avós: a flecha aguda, O terrível tacape ensangüentado, Que outrora erguia aquela mão sanhuda. Vencida a sua raça tão valente, Errante, perseguida cruelmente, Ao estertor das matas derrubadas! 'Tupã mentiu!' e erguendo as mãos sagradas, Dobra o joelho e a calva sobranceira Para beijar a terra brasileira." Péthion de Villar. A morte do pajé. 1978. Após a leitura do poema acima, podemos dizer que: - Mesmo situando seu conteúdo num plano imaginário, idealizado, simbólico, o poema de Péthion não desfigura a realidade em que se baseia Aula 3 1 - A epopéia é um gênero que apresenta valores de uma única classe social que os cede. Essas classes envolvidas nessa troca grandiosa e histórica são: - aristocracia e o povo 2 - Escolha a alternativa que conceitua incorretamente gêneros literários. - Os gêneros literários são categorias atemporais e universais, permanecendo imutáveis desde os primórdios da literatura. 3 - Qual das características abaixo relaciona-se ao gênero épico? - a existência do herói 4 - O mundo épico está, totalmente, distante da contemporaneidade. Sendo assim, como os aêdos desenvolvem suas narrativas? - A partir de mitos e lendas. 5 - Os heróis(...) jamais avançam sozinhos, são sempre conduzidos. Daí a profunda certeza de sua marcha:abandonados por todos, podem eles chorar de tristeza em ilhas desertas, podem cambalear até os portais do inferno no mais profundo descaminho da cegueira ¿ sempre os envolve essa atmosfera de segurança, do deus que traça os caminhodo herói e toma-lhe a frente na caminhada¿.. Ao lermos a citação mencionada, percebemos que o autor refere-se ao - Herói épico 6 - Os principais gêneros literários são: - épico, dramático e lírico 7 - Acerca do narrador do texto épico, assinale a alternativa incorreta: - O narrador épico adota uma postura crítica sobre os valores e a visão de mundo expressos em sua narrativa. 8 - O herói deve apresentar originalidade: Ele deve ser um modelo, suscitar a admiração ou o desgosto, o amor ou o ódio. É preciso provocar uma reação forte no íntimo do leitor(...). O personagem deve ter certa proximidade com o leitor. Para que o leitor se identifique com o personagem, deve haver características comuns e gerais, próprias de todo ser humano (amor, sensibilidade, etc.). Aula 4 1 - Leia o fragmento abaixo de Monteiro Lobato. Negrinha Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fosca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma, dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral, dizia o reverendo. Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva (...). A excelente Dona Inácia era mestre na arte de judiar das crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos, e daquelas ferozes, amigas de aquelas de ouvir cantar o bolo e fazer estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao novo regime, essa indecência de negro igual. A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa condição infere-se no contexto, pela: - resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto 2 - Leia o texto abaixo: O verso trágico é duro e cortante, isola e cria distâncias. Ele reveste os heróis com toda a profundidade de sua solidão oriunda da forma, não permite surgir entre eles outras relações que não as de luta e aniquilação; em sua lírica podem ressoar o desespero a e embriaguez do caminho e do fim (...) jamais irromperá como por vezes a prosa o permite um trato puramente humano e puramente psicológico entre os personagens, jamais o desespero se tornará elegia e a embriaguez, aspiração por suas próprias alturas (...) (Lukács, G. A teoria do romance. Editora 34. 2009) No trecho acima citado, Lukács aponta para uma diferenciação entre: - epopéia e romance 3 - O enredo constitui um dos elementos básicos do romance e pode ser definido da seguinte forma: - também conhecido como trama ou intriga, designa a forma como os acontecimentos encontram-se organizados e articulados uns aos outros ao longo da narrativa. 4 - O romance surge no séc. XVIII, com a ascensão da burguesia.Surge substituindo a epopéia. De acordo com essa informação, concluímos que - a relação existente entre a epopéia e o romance é de decorrência e continuidade. 5 - Qual é a estrutura básica do romance? Marque a alternativa que contenha os elementos dessa estrutura: - Ação , tempo, espaço, narração (narrador) e foco narrativo ou ponto de vista do narrador. 6 - O romance, em sua estrutura, apresenta uma série de elementos, exceto: - eu lírico 7 - Leia o texto a seguir: Capitães d' areia, Jorge Amado - Crianças ladronas As aventuras sinistras dos "Capitães da Areia" - A cidade infestada por crianças que vivem do furto - urge uma providência do Juiz de Menores e do chefe de polícia - ontem houve mais um assalto Já por várias vezes o nosso jornal, que é sem dúvida o órgão das mais legítimas aspirações da população baiana, tem trazido noticias sobre a atividade criminosa dos "Capitães da Areia", nome pelo qual é conhecido o grupo de meninos assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. Essas crianças que tão cedo se dedicaram à tenebrosa carreira do crime não têm moradia certa ou pelo menos a sua moradia ainda não foi localizada. Como também ainda não foi localizado o local onde escondem o produto dos seus assaltos, que se tornam diários, fazendo Jus a unia Imediata providência do Juiz de Menores e do dr. Chefe de Polícia. O fragmento apresentado faz parte da obra Capitães d'areia, de Jorge Amado. Após a leitura, que característica do romance, enquanto gênero literário, predomina no texto? - A representação dos diversos segmentos sociais. Dentre eles, o submundo dos ladrões. 8 - Enquanto a epopeia é o espaço da representação da coletividade, o romance é o espaço de representação: - da individualidade. Aula 5 1 - O autor, no conto, intenta conduzir o leitor ao desfecho, o qual pode ser definido como: - situado no final do texto, corresponde ao clímax da história, seu momento máximo de tensão. 2 - Sobre o conto, assinale a afirmação incorreta: - Quanto ao sentido, o conto é o canto da totalidade da vida de um povo em determinado estágio da sua civilização. O conto está diretamente relacionado com o surgimento ou o progresso de uma nacionalidade 3 - Ao contrário do romance, cujo enredo pode desenrolar-se ao longo de um vasto período de tempo, no conto: - a trama, via de regra simples, atinge o seu desfecho em curto espaço de tempo. 4 - O que garante ao conto a unidade de ação é o fato dele: - gravitar em volta de um só conflito, não falando de várias situações. 5 - Ao ler um conto, a compreensão do leitor deve ser imediata. Sendo assim, escolha a alternativa que conceitue a linguagem utilizada nessa forma de narrar. - A linguagem deve ser clara, objetiva. Não há muitas metáforas. 6 - Podemos definir o conto como: - narrativa curta que apresenta uma trama concentrada, permitindo apenas que uma situação seja desenvolvida sem pausas e sem recuos. 7 - Sobre o conto, pode-se afirmar que: - O conto despreza tudo o que foge ao núcleo da narrativa e centra-se em torno de uma só ideia. 8 - O que garante ao conto uma unidade de ação? - O embate entre os personagens
Compartilhar