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1 Disciplina: Desenvolvimento do Capital Humano Autores: Hugo Nascimento Rezende Revisão de Conteúdos: Esp. Irajá Luiz da Silva Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki Ano: 2018 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Hugo Nascimento Rezende Desenvolvimento do capital humano 1ª Edição 2018 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA REZENDE, Hugo Nascimento. Desenvolvimento do capital humano / Hugo Nascimento Rezende. – Curitiba, 2018. 47 p. Revisão de Conteúdos: Irajá Luiz da Silva. Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki. Material didático da disciplina de Desenvolvimento do capital humano – Faculdade São Braz (FSB), 2018. ISBN: 978-85-5475-310-8 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina Na disciplina Desenvolvimento e capital humano serão trabalhados 4 grandes temas fundamentais para o entendimento ampliado do Capital Humano. São eles: Formação e desenvolvimento humano; Instrumentos e técnicas para desenvolver; Inteligência emocional (autopercepção, motivação, autorregulação, empatia, aptidão natural para as relações interpessoais); Empowerment conceitos e atuações em seus níveis (poder, informação, compensação e conhecimento); Capacitação de funcionários; Alinhamento da equipe; Formação de líderes; Responsabilidade Social e Ambiental. 6 Aula 1 - Formação e desenvolvimento humano; Instrumentos e técnicas para desenvolver. Apresentação da aula 1 Nesta primeira aula o conteúdo será sobre a formação e o desenvolvimento humano. Os primeiros conceitos são fundamentais para o entendimento do capital humano e sua implementação. Ao pensar no capital humano, é necessário sempre ter em mente o entendimento de desenvolvimento humano. Esse olhar deve ser ampliado, transitando do aprendizado ao desenvolvimento de competências, desde os conceitos e técnicas sobre determinado assunto, como também aprendizagem para o desenvolvimento de competências. Tanto um quanto outro tem como objetivo principal o sujeito e seu desenvolvimento no trabalho de maneira eficiente em qualquer situação que esteja inserido. 1.1 Desenvolvimento Humano Fonte: http://www.qualitarh.com/imagens/icones-servicos/icone-avaliacao-desempenho.png 7 Atualmente, existem possibilidades de mensurar as competências dos colaboradores das empresas afim de contribuir para melhor performance no ambiente de trabalho. Através dessas ferramentas, é possível orientar os colaboradores e contribuir para que estes sejam inseridos na melhor função conforme o seu perfil profissional. As avaliações das competências contribuem para a organização da gestão de competências e habilidades dos colaboradores dentro de uma empresa, orientando-os para melhor desenvolvimento e principalmente satisfação em suas atividades e resultados. Fonte:http://www.maisqualidadedevida.com.br/wp- content/uploads/2016/05/compentencias1.jpg Cada empresa possui uma missão e valores responsáveis pela apresentação de uma cultura e clima organizacional. Mas, para que ocorra uma melhor sinergia entre todos os colaboradores, é de fundamental importância que a gestão de recursos humanos dentro da organização possua uma postura eficiente, com o pensamento e ação para além de demandas burocráticas, contribuindo para a promoção de competências das pessoas vinculadas ao 8 quadro funcional, potencializando suas habilidades e maximizando as competências, contribuindo não apenas para o ganho de resultados, mas disseminando os conhecimentos adquiridos em seus setores. O modelo de recursos humanos atualmente existente passou por uma série de mudanças, estão focados no processo de seleção, definição de cargos e salários, bem como treinamentos e benefícios aos colaboradores. Contudo, faz-se necessário compreender os aspectos históricos que envolvem a evolução dos modelos de administração, principalmente no tocante ao mecanismo político para a gestão de pessoas. Fonte:https://d20976lrvb5j1l.cloudfront.net/wp- content/uploads/2017/12/20115546/Desenvolvimento-humano-ahgora-450x542.jpg 9 Na década de 60, as administrações de recursos humanos eram conhecidas como Departamento Pessoal e Relações Industriais (CRAWFORD, 1994). O seu foco principal era operacional, fiscalizando o ambiente onde regulava as atividades dos empregados. No entanto, com o advento da teoria das relações humanas, foi possível compreender o novo formato que era apresentado pelas empresas através da criação dos recursos humanos (RH). As atividades do setor apresentam um novo formato, onde focavam o processo de seleção, definição de cargos e salários, bem como treinamentos e benefícios aos colaboradores. Fonte: https://rhsuperacao.com.br/wp-content/uploads/2017/09/rh.jpg Assim, com esse novo modelo, os recursos humanos passam a compreender e atentar-se às pessoas. Onde antes o foco era mais externo que interno (produto e impacto nos clientes), passou a ser também interna (preocupação com os colaboradores e o impacto nos negócios da empresa). 10 . Para o perfil do colaborador na área de recursos humanos são necessárias algumas competências e habilidades, tais como: Credibilidade pessoal; Capacidade de gestão para a mudança; Capacidade da gestão da cultura organizacional; Domínio das práticas em Recursos Humanos; Conhecimento ampliado da empresa e seus produtos; Gerenciar o desempenho estratégico de Recursos Humanos. O profissional que desenvolve o trabalho na gestão de pessoas precisa estar apto em: Conhecimentos em legislação de trabalho; Conhecimentos em planejamento; Conhecimentos de Sistemas de informação em Recursos Humanos; Comunicação Organizacional; Mediação e gestão de conflitos, entre outros. Fonte:http://www.ceusb.com.br/wp-content/uploads/2018/03/fundamentos-gestao-de-pessoas. jpg 11 Um outro conceito que merece destaque refere-se às políticas de desenvolvimento de carreira nas organizações, onde os temas eficiência e eficácia são fundamentais. É sabido que cada empresa possui uma cultura organizacional diferente da outra em vários aspectos. Entre eles se destaca a maneira como a empresa investe nos colaboradores e como proporcionam crescimento profissional. Os aspectos considerados fundamentais nesse tema como eficiência e eficácia fazem com que a empresa cuide em manter atualizado o plano de carreira dos seus colaboradores, proporcionando, assim, perspectivas de crescimento. O desenvolvimento de competências visa garantir o acompanhamento do colaborador no que tange suas atividades internas, bem como no impacto externo dessas ações na empresa. Entre as vantagens de aplicar o desenvolvimento de competências dentro da empresa, onde se pode analisar e realizar um levantamento das necessidades junto à comunidade, replicar treinamentos, atingindo as solicitações iniciais propostas pela empresa. Essa dinâmica permite à empresa analisar e realizar um levantamento das necessidades, programação, execução e avaliação para novos treinamentos, a fim de atingir as solicitações realizadas pela empresa inicialmente. A empresa atual, ao recrutar pessoas, entende que o candidato que está pleiteando uma vaga visa entrar em uma empresa que possua um plano de carreira e proporcione condições de crescimento na instituição. Ou seja, ao perfil de um colaborador que busca uma empresa, pode-se afirmar que o candidato procura uma boa condição de trabalho, com uma empresa que apresente uma proposta de planos de carreira e salários, consolidando o seu crescimento dentro da Instituição. Para tanto, a instituição deverá possuir em sua cultura interna programas internos de formação de capital humano, tendo como ponto de partida treinamentos possibilitando o desenvolvimento de seus colaboradores. 12 Para Refletir Convém destacar que esta satisfação com a empresa que todo o colaborador busca deverá ser uma via de mão dupla. Pois a empresa também busca, ao investir neste capital humano, melhoria de seu produto, rendimento e relação com a sociedade. Desse modo o crescimento profissional dependerá de cada colaborador e as suas conquistas internas baseadas no seu desempenho. Porém, se este mesmo colaborador estiver satisfeito com sua função, permanecerá estagnado. A gestão de recursos humanos possui uma influência primordial na capacitação do colaborador, onde irá traçar um plano de treinamento e desenvolvimento anual, com o foco em atender as demandas da Instituição, melhorando as potencialidades dos colaboradores. O treinamento é visto para Chiavenato (1999) como “uma maneira eficaz de delegar valor às pessoas, a organização e aos clientes. Ele enriquece o patrimônio humano das organizações”. Uma empresa deve pensar sempre na formação continuada de seus colaboradores e não desenvolver um treinamento isolado, pois é comprovado que essa metodologia apresenta baixa eficácia no decorrer dos anos. O gestor em sua empresa deve entender o treinamento como um investimento e que apoiar esse modelo de formação e incentivo ao colaborador permitirá que ocorra impacto positivo na organização e no resultado dos trabalhos, alcançando os objetivos de forma natural. O treinamento e o desenvolvimento permitem também que, após o colaborador concluir essa etapa, possa vislumbrar novos desafios profissionais dentro da instituição, pois ele interfere também na história pessoal e profissional de cada um. Até o momento foi possível observar a importância do treinamento para o desenvolvimento pessoal e profissional, podendo destacar a importância do processo no capital humano. 13 Curiosidade O treinamento e o desenvolvimento humano, conhecido pela sigla T&D, é uma ferramenta fundamental para o processo educativo dos colaboradores de uma empresa. Um ponto a se destacar é a diferença entre o conceito de treinamento e desenvolvimento. Para Marras (2001), o treinamento é entendido como uma preparação técnica, realizada em um período curto, atuando em uma determinada tarefa de maneira imediata. Já o desenvolvimento está ligado a um processo ampliado de aprendizado, sendo ele aplicado em médio e longo prazo. Fonte:http://www.desenhodidatico.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Sala-de-aula- invertida.jpg 14 O autor destaca que o Treinamento e o desenvolvimento poderiam ser intitulados como desenvolvimento de talentos, frente que o T&D proporciona à equipe de uma empresa (diretores, gerentes, supervisores, etc.). Convém destacar que o desenvolvimento de talentos está focado em pessoas e não apenas em processos, tendo como premissa o crescimento e desenvolvimento intelectual no intuito de assumir maiores responsabilidades na empresa que atua. Essas competências são mapeadas pelas empresas utilizando em sua prática um conjunto de ferramentas que possibilitam identificar as demandas no processo de desenvolvimento interno. Podemos destacar algumas ferramentas utilizadas e que tem mostrado eficácias nesses processos: workshops, leituras programadas, seminários, debates, etc., onde são debatidos temas atuais, contribuindo para que o colaborador amplie sua visão sistêmica dos objetivos da empresa, bem como os seus próprios objetivos, transformando esse capital humano em um colaborador preparado para o mercado. Outra ferramenta que merece destaque e que tem sido utilizada no meio empresarial é o aprendizado Just-in time, que consiste em um ensino interativo e em tempo real. Vocabula rio Just-in-time é uma proposta de reorganização do ambiente produtivo assentada no entendimento de que a eliminação de desperdícios visa o melhoramento contínuo dos processos de produção, é a base para a melhoria da posição competitiva de uma empresa, em particular no que se referem os fatores com a velocidade, a qualidade e o preço dos produtos. Vale ressaltar que todo o programa, quando planejado, necessita ter um direcionamento de trabalho bem definido. Marras (2001) destaca alguns pontos que devem estar alinhados no desenvolvimento desse plano: O primeiro seria a definição das metas de médio e longo prazo. O segundo trata-se do interesse particular do colaborador. 15 A união desses dois aspectos permite que o RH possa atuar de maneira estratégica, alinhando suas atividades de Treinamento e Desenvolvimento. Quando um programa de treinamento e desenvolvimento é realizado de maneira estruturada e clara, respeitando as etapas, permite que os níveis de aprendizagens sejam eficazes. Com o passar do tempo, o treinamento teve mudanças de entendimento, inicialmente era utilizado para que o colaborador pudesse estar preparado para melhor desenvolver as tarefas e atribuições do seu cargo. Atualmente, é percebido esta distinção, pois o treinamento atua no desenvolvimento de competências, possibilitando que se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, no intuito de contribuir de forma efetiva com os objetivos da empresa. Assim, é possível perceber que o treinamentoé uma maneira de agregar valores, não apenas aos colaboradores, mas para a empresa e seus clientes. Em suma, a formação profissional passou para uma nova etapa ao se tornar uma opção para o grupo de gestores no esquema de eventos que visam a eficácia profissional. Hoje o treinamento desse capital humano é uma parcela essencial para a ascensão dos negócios de qualquer empresa. Um ponto que também se destaca, é o processo de avaliação do treinamento e desenvolvimento ocorrido na empresa, observando os seguintes pontos: O primeiro a se destacar é a análise da empresa, envolvendo o ambiente e as estratégias de recursos para definir onde o treinamento deverá focar. O segundo tópico seria a análise da tarefa, onde serão entendidas as atividades que devem ser executadas, a fim de estabelecer os conhecimentos, habilidades e aptidões exigidas aos colaboradores. E o terceiro é a análise da pessoa, a fim de mensurar o desempenho, conhecimento e habilidades adquiridas, no intuito de verificar o que necessita ser treinado e desenvolvido. 16 O investimento realizado por parte da empresa na formação de seus talentos promove retorno aos profissionais e à instituição, conforme destaca Davenport (2003). Entre os benefícios, o autor ressalta: Ética profissional; Excelência profissional; Perfil de liderança; Eficácia e eficiência nos processos; Motivação no trabalho; Plano de carreira empresarial. Fonte:https://www.rhbizz.pt/wp-content/uploads/sites/8/2016/01/lideran%C3%A7a- ilustra%C3%A7%C3%A3o-RHBizz.jpg Ao se pensar no capital humano e o investimento na formação do colaborador, existe um ponto que merece destaque que é a educação. Essa troca de informação nesse treinamento e desenvolvimento do colaborador permite não apenas que essas pessoas se eduquem, mas também que as experiências adquiridas no decorrer do ano sejam transmitidas entre as gerações. 17 Curiosidade Nos países mais industrializados, uma média de 60 a 80% da força de trabalho possuem qualificação profissional e que no Brasil esse número é um pouco maior que 1%, sendo uma representatividade inexpressiva no ranking mundial. Por fim, toda empresa deve entender que o investimento na formação continuada e no desenvolvimento do capital humano deve ocorrer de forma sistêmica, oportunizando cada vez mais a ampliação e o crescimento institucional, oferecendo serviços de qualidade e se mantendo no mercado de forma atualizada. Resumo da Aula Nesta aula foi possível entender como se organiza o desenvolvimento humano e suas possibilidades no ambiente empresarial. O conhecimento acerca do desenvolvimento humano é fundamental para que possa ser apresentado possibilidades dentro do mundo coorporativo frente às possibilidades dos colaboradores. Com esse diferencial e investimentos, a empresa estará no mercado de maneira competitiva, possibilitando gerar novos produtos e consequentemente conquistando espaços e se mantendo no mercado. Atividade de Aprendizagem Sabemos que em cada momento de vida profissional o sujeito poderá estar em uma fase do desenvolvimento humano. Como você acredita que isso poderá impactar no desenvolvimento do trabalho do colaborador em uma empresa? 18 Aula 2 - Inteligência emocional (autopercepção, motivação, autorregulação, empatia, aptidão natural para as relações interpessoais); Apresentação da aula 2 A inteligência emocional é considerada uma das inteligências fundamentais no mundo coorporativo por contribuir no bom vínculo entre os colaboradores e nos inúmeros desafios do mundo empresarial. Nesta aula você terá a oportunidade de conhecer mais sobre esse tipo de inteligência, sua origem, bem como sua aplicabilidade. A inteligência e emoção configuram como temas instigantes na área da pesquisa há mais de um século. Porém, a terminologia Inteligência Emocional é uma área relativamente nova, cujo objetivo está em apresentar um novo olhar e ampliar o entendimento do conceito de inteligência. Sendo assim, na inteligência emocional o sujeito consegue lidar com o seu mundo emocional, de maneira inteligente e que seja condizente com os objetivos na sua vida, tanto na esfera pessoal quanto profissional. 2.1 Inteligência Emocional e sua origem Atualmente, quando se fala de inteligência, as pesquisas a definem como um produto do pensamento. Mas tem sido percebido uma evolução acerca do pensamento, surgindo um repensar no que se entende por inteligência e comportamento inteligente. Fonte: http://lcmtreinamento.com.br/wp-content/uploads/2013/12/Equilibrio.jpg 19 Assim, ao pensarmos em inteligência emocional, trazemos à tona uma discussão de como o sujeito consegue lidar com seu mundo emocional, de maneira inteligente e que seja condizente com os objetivos em sua vida, tanto na esfera pessoal quanto profissional. A inteligência emocional é um tipo de inteligência entre as demais, acerca dessa inteligência, vale ressaltar que a inteligência emocional é mais uma inteligência, que possui as suas qualidades, não significando que seja melhor do que outras. O interesse pela inteligência humana em pesquisas apresentou maior procura a partir do século XIX. O que se imaginava inicialmente era que a inteligência era um reflexo das habilidades transmitidas por meio da genética. Sendo assim, dos testes realizados na época percebeu-se que tais habilidades (sensoras e perceptivas) não eram preditoras para que ocorresse o sucesso acadêmico, além de não serem os instrumentos mais adequados para aferir a inteligência. Vocabula rio Preditora: característica do que ou de quem prediz; que diz anteriormente de. Apenas em 1905 foi apresentada uma maneira de aferição de inteligência considerada satisfatório, desenvolvida por Binet e Simon, por meio de uma solicitação do Ministério da Educação Francês. O foco era contribuir no diagnóstico de crianças com necessidades educativas especiais. A escala Binet-Simon visava a compreensão da linguagem verbal e não verbal e habilidade de raciocínio, sendo utilizado como base de pesquisas para outros países no mundo. Em 1939, David Wechsler desenvolveu a escala Wechsler de Inteligência para Adultos (WAIS), a qual passou por revisão posteriormente. Na mesma 20 época, Thurstone identificou sete fatores que poderiam estar presentes na inteligência, sendo: Compreensão verbal; Fluência verbal; Aptidão numérica; Visualização Espacial; Memória; Raciocínio; Velocidade Perceptiva. A partir desse momento, se percebe um olhar ampliado acerca do pensamento e da inteligência, permitindo uma análise com relação às competências do ser humano a partir de um novo viés que faz diferença na maneira como ele irá se comportar em qualquer ambiente que esteja inserido. A inteligência é um tema que com o passar dos anos vem mudando, necessitando um olhar ampliado e sistêmico ao se pensar em inteligência, onde as competências do ser humano serão diferentes na maneira como ele irá se comportar em qualquer ambiente em que esteja inserido. Em 1995, Gardner criou a teoria das inteligências múltiplas, onde estas seriam independentes entre si, pois, segundo o autor, elas trabalhariam em blocos separados no cérebro, obedecendo regras próprias. O autor dividiu essas inteligências em: Lógico matemático; Linguística; Musical; Espacial; Corpo-cinestésica; Intrapessoal; Interpessoal. 21 Fonte: http://conexaoteen.com.br/assets/SD.png Esse histórico se faz necessário para entender a evolução acerca da inteligência. Ao pensarmos nessas duas últimas propostas por Gardner (Intrapessoal e Interpessoal), existe um conceito que merece ser explorado antes de falar sobre a Inteligência Emocional. As emoções são responsáveis pela relação estabelecida entre o sujeito e o ambiente em que ele vive, bem como pela manutenção dessa relação ou interrupção. A emoção é uma reação psíquica e biológica complexa que envolve alguns aspectos como: inteligência, motivação, impulso para a ação, aspectos sociais e de personalidade, que em contato com os aspectos fisiológicos possibilitam o bem-estar subjetivo da pessoa com o meio em que vive. 22 Assim, a interação que ocorre com o sujeito e o seu ambiente de maneira positiva faz com que ele perceba, processe e maneje a sua informação emocional de forma inteligente. Fonte: http://www.klippo.com.br/images/TrabalhoColaborativo.jpg A definição de inteligência emocional proposta por Mayer e Salovey (1997) envolve algumas capacidades, entre elas: Avaliar e expressar as suas emoções; Perceber e gerar sentimentos que facilitem o seu pensamento; Compreender a emoção e o conhecimento emocional; Capacidade de controlar emoções. As informações emocionais devem ser compreendidas para a dinâmica de utilização e potencialização das características do ambiente de trabalho. Os estudos de Mayer et al. (2002) destacaram 4 níveis de processamento de informações emocionais: Percepção acurada das emoções; Uso da emoção para facilitar pensamento, resolução de problemas e criatividade; Compreensão das emoções; Controle das emoções para o crescimento pessoal. 23 Portanto, a interação entre ambiente e sujeito contribui para que este perceba, processe e maneje a sua informação emocional de maneira inteligente, sendo correto afirmar que buscar sentimentos saudáveis facilitam o pensamento e proporcionam a sinergia necessária para o ambiente e para as pessoas. Fonte: https://www.portalcbncampinas.com.br/wp-content/uploads/2017/03/INTELIGENCIA- EMOCIONAL.jpg Esses níveis são fundamentais para trabalhar a Percepção Emocional, a qual faz parte da estrutura primária da Inteligência Emocional. Essa percepção permite que cada sujeito reconheça as diferentes emoções, onde a percepção faz parte da estrutura primária dessa inteligência e permite que cada sujeito seja empático às diferentes emoções em si e nos outros, além da capacidade de expressar essas emoções no seu ambiente externo. Essa é uma ferramenta valiosa, pois possibilita que o sujeito possa por meio dessa percepção emocional lidar com as diferentes emoções apresentadas no cotidiano, sendo um valioso recurso no relacionamento interpessoal. 24 Neste caminho convém destacar o conceito de Compreensão Emocional, a qual necessitaria estar relacionada a três habilidades: Capacidade de identificar e codificar as emoções; Compreender os seus significados, curso e modo como se constituem e correlacionam; Conhecer as suas causas e consequências. Além da compreensão emocional, deve-se destacar o gerenciamento emocional, como fator importante no desenvolvimento dessa Inteligência. O gerenciamento emocional é um tópico importante para o desenvolvimento dessa inteligência, possibilitando que o sujeito tenha a capacidade de regular as suas emoções e a de outros. Curiosidade Pessoas que possuem esse perfil de gerenciamento de emoções poderão ter sucesso ao usar essa habilidade no gerenciamento de estresse dentro de uma instituição. Uma questão importante a salientar é que, apesar da inteligência emocional ser a que apresenta aspectos positivos para quem a tem e utiliza, não significa que ela é uma inteligência melhor do que outras. A Inteligência Emocional é uma inteligência como as outras existentes que comporta fatores empíricos: Os problemas emocionais possuem respostas corretas e incorretas, as quais são validadas por meio de escores alternativos; As habilidades mensuradas correlacionam-se com outros testes de habilidades mentais; O nível de habilidade aumenta com o passar dos anos e da idade dos sujeitos. 25 Fonte:http://www.santodigital.com.br/wp-content/uploads/2017/09/4-ferramentas-de- inteligencia-artificial-que-empresas-ja-utilizam-1200x565.jpg A inteligência Emocional está presente na vida das pessoas em diferentes contextos. Convém destacar alguns aspectos da Inteligência Emocional no contexto organizacional. Apesar da inteligência ser um fator importante no contexto organizacional, colaborando nos aspectos que envolvem a produtividade e o próprio desempenho profissional, não se pode esquecer o valor que cada pessoa possui dentro da organização. A valorização desse capital humano contribui para a ascensão da empresa em vários aspectos, algumas qualidades devem ser observadas que são tão essenciais quanto o quesito inteligência, ressaltando a integridade, confiança, iniciativa e por último, mas não menos importante, a habilidade, onde poderá ser utilizada no convívio com outras pessoas. Em toda empresa essas competências são importantes, porém outras têm sido apresentadas como essenciais para o sucesso ocupacional, podendo destacar: Autoconsciência emocional; Ser empático às necessidades dos colegas e responder de maneira adequada; Capacidade de regulação das emoções. 26 Assim, a Inteligência Emocional seria benéfica para o sucesso emocional do colaborador dentro da empresa, frente que tem sido investida com o passar dos anos nesse capital humano. O aspecto emocional é fundamental quando tratamos do assunto inteligência. Principalmente quando lidamos com questões relacionadas à inteligência Intrapessoal e Interpessoal. Portanto, a emoção envolve alguns aspectos como inteligência, motivação, impulso para a ação, aspectos sociais e de personalidade. Outro aspecto importante apresentado em pesquisas, como a de Salovey et. al. (2000), as pessoas mais inteligentes emocionalmente seriam mais bem- sucedidas em seu trabalho, frente que responderiam a situações estressoras de uma maneira diferenciada, sabendo avaliar suas emoções e regulá-las. A manifestação externa dessa compreensão, ou seja, esse olhar diferenciado ao colega de trabalho é algo importante em qualquer gerenciamento emocional. Por mais que o gerenciamento de pessoas em uma instituição tenha ligação com a capacidade técnica, ele também envolve os aspectos emocionais. O conjunto dessas duas habilidades apresenta-se como uma ferramenta relevante para a execução do trabalho em uma empresa. Essa ideia já fazia parte em 1964, quando Katz referiu que o sucesso no trabalho estaria para além da produtividade da empresa, mas também na qualidade dos relacionamentos. A Inteligência Emocional não é um aspecto útil apenas nas relações internas da instituição, mas também no contato dos colaboradores com seus clientes. Esse conjunto de informações reforça o que abordamos até aqui, tanto no primeiro quanto no segundo capitulo, onde o investimento no capital humano mostra-se como uma ferramenta poderosa para o sucesso de uma empresa. Esse investimento,nutrido do conhecimento de inteligência emocional, permite que os gestores e colaboradores possam utilizar essa habilidade de maneira positiva, no decorrer da carreira de cada colaborador, como no seu contato com o cliente e na produção do produto da empresa. O uso de testes que visam identificar a Inteligência Emocional dos colaboradores no processo de seleção tem se mostrado cada dia mais comuns nos processos seletivos atuais. 27 Resumo da Aula A inteligência emocional foi apresentada nesta aula desde a sua origem até a sua aplicabilidade no mundo empresarial. Pesquisas estão apresentando uma alta relação entre o bom funcionamento organizacional e a inteligência emocional, onde empresas tem investido em programas para a promoção de habilidades e competências emocionais. Por mais que ela tenha mostrado altos indicativos de sua eficácia, ainda existem poucos estudos, necessitando maior número de pesquisas na área e na correlação da Inteligência Emocional e as organizações. Mesmo que algumas pesquisas demonstrem limitações acerca da sua eficácia, estudos menos empíricos têm mostrado que o exercício de sua prática contribui no desenvolvimento do capital humano. Atividade de Aprendizagem Frente ao que foi exposto nesta aula, faça uma análise comparativa, identificando sua inteligência emocional e das pessoas que convivem próximo a você. Aula 3 - Empowerment conceitos e atuações em seus níveis (poder, informação, compensação e conhecimento); Capacitação de funcionários; Alinhamento da equipe; Formação de líderes O Empowerment é um conceito presente nas empresas que visa beneficiar a instituição, seus clientes internos e externos, bem como seus fornecedores. Com o passar dos anos, a maneira de pensar na organização e nos processos administrativos tem sofrido mudanças expressivas. Principalmente no tocante do olhar da produção e da valorização do capital humano. 28 3.1 Empowerment e o ambiente organizacional O ambiente organizacional competitivo, devido a sua complexidade, necessita de constante inovação, para que os colaboradores sejam atores atuantes de maneira envolvida e comprometida nas novas estratégias empresariais. Fonte: https://st3.depositphotos.com/1018226/15867/v/450/depositphotos_158675694-stock- illustration-social-network-flat-illustration.jpg O empowerment tem como objetivo principal capacitar os colaboradores no processo decisório da empresa, com foco em tornar a empresa em ambientes competitivos, complexos e dinâmicos. O termo empowerment pode apresentar diferentes significados e é uma ferramenta altamente utilizada nas empresas, como veremos a seguir: Permitir aos colaboradores autoridade em fazer mudanças no trabalho, bem como na forma como ele é desempenhado (SLACK et al.,1997); 29 Reconhecer e liberar dentro da organização o poder que os colaboradores possuem na riqueza de seus conhecimentos úteis e na motivação interna (RANDOLPH, 1995); Conjunto de procedimentos que visam interagir e envolver os colaboradores com a atividade que desenvolvem e que as motivam, tendo iniciativas no intuito de contribuir com ações na produtividade. (HERRENKOHL, JUDSONE HEFFNER, 1999); Conquistar o comprometimento dos colaboradores em contribuir para as decisões estratégicas, visando melhor desempenho da empresa. (CUNNINGHAM e HYMAN, 1999); É uma referência utilizada na década de 80 que tinha como premissa a mudança de atitude do colaborador, visando o seu envolvimento nos processos de inovação. (WIKINSON, 1997); Capacita e valoriza o colaborador para que possa contribuir na inovação e resolução de dificuldades no seu ambiente de trabalho. (PFEIFFER e DINLOP, 1990); Fonte:https://revista-mm.com/wp-content/uploads/2018/01/habilidades-gerenciales-13- 1200x565.jpg 30 Durante o início da década de 70, foi observado um interesse por parte da indústria em dar ênfase à participação dos colaboradores. Já em 1980, as novas formas de participação davam destaque no envolvimento dos trabalhadores, na formação com as equipes de trabalho, nos benefícios dados aos funcionários por meio de compartilhamento de lucros. Apenas no final da década de 80, o empowerment se apresenta na forma moderna. A participação dos colaboradores nas atividades da indústria tem se tornado uma prática dentro das instituições desde a década de 70, e intensificando-se com o passar dos anos. Antigamente essa participação se dava por meio das formações das equipes e benefício aos colaboradores no compartilhamento dos lucros. Um ponto que merece destaque é que o trabalho realizado dentro de uma empresa, voltado a questões de empowerment, está diretamente ligado à cultura de empresas que possuem o perfil empreendedor, onde trazem à tona dois conceitos: Total Quality Management (TQM) e Human Resource Management (HRM). O Total Quality Management (TQM) é parte integrante do processo de empowerment e trata de atividades voltadas ao consumidor, dando poder aos colaboradores, aumentando os rendimentos e reduzindo gastos. Fonte: https://st3.depositphotos.com/4428871/12605/i/950/depositphotos_126057844-stock- photo-tqm-total-quality-management-word.jpg 31 O conceito de TQM é compreendido como um sistema de atividades direcionadas para o consumidor, dando poder aos funcionários, aumentando rendimentos e reduzindo custos. (JURAN, 1993, p.12). O conceito de HRM possui como ideia principal a ajuda que cada colaborador pode dar uns aos outros dentro da empresa e o pensamento que a produtividade é feita por pessoas, sendo preciso enxergar o consumidor como o elemento mais importante no processo. Assim, faz-se necessário antes de pensar no processo de empowerment, refletir sobre o quanto a cultura organizacional irá interferir nesse processo, pois o pensamento que o gestor possui acerca do negócio, bem como dos seus colaboradores, determinará a implantação ou não desse processo. Podemos destacar quatro pontos fundamentais no processo de empowerment, que caracterizam essa proposta de novo paradigma: Desburocratização; Descentralização; Flexibilização; Inovação. Fonte: https://st2.depositphotos.com/4428871/10105/v/950/depositphotos_101056422-stock- illustration-employee-motivation-mind-map.jpg 32 A participação do colaborador no processo de produção da maneira como a empresa deve se desenvolver é considerado atualmente requisito primordial para a rapidez, qualidade e produtividade. Faz-se necessário destacar que o empowerment, bem como outras ferramentas da administração pública não são resolutivas de todos os problemas que venham a aparecer na organização. Para que seja favorável à sua implementação, o ambiente organizacional deve entender a proposta e verificar como implementá-la com qualidade. Um dos desafios para a sua implementação é o surgimento de conflitos internos que poderão aparecer oriundos da descentralização da decisão, o compartilhamento de informação e a autonomia dos colaboradores. Este conflito é compreendido frente que por vezes uma empresa apresenta uma cultura mais rígida em sua dinâmica de funcionamento. Cunninghan e Hyman (1999) destacaram uma tentativa de implementação de empowerment e que não ocorreu como esperado, baseando- se em três aspectos fundamentais: Treinamento insuficiente com aequipe acerca do empowerment e sua implementação; Tempo curto de implementação do processo; Falta de mudança na cultura organizacional. Fonte: https://st2.depositphotos.com/1575949/9524/v/950/depositphotos_95242982-stock- illustration-empowerment-red-stamp-text.jpg 33 A implementação do empowerment, de acordo com Quinn e Spreitzer (1999), deverá levar em consideração algumas etapas conforme apresentado abaixo. Fonte: Quinn e Spreitzer (1999). Porém, Herrenkohl, Judson e Heffner (1999) desenvolveram quatro dimensões que consideram importantes para a implementação do empowerment, as quais iremos ver a seguir. A primeira dimensão é a visão compartilhada. A intenção desta dimensão é propiciar uma clareza nas metas (baseia-se em deixar claro ao colaborador quais são as expectativas que a empresa possui em relação a ele e o entendimento do objetivo que a empresa deseja atingir). Além disso, a primeira dimensão também explora o conceito de consecução da meta, que se trabalha para que os colaboradores se sintam 34 responsáveis por atingirem o objetivo da empresa, bem como se comprometerem com esta. Por fim, a orientação ao consumidor é o último conceito explorado pela primeira dimensão, momento em que se destaca o entendimento acerca do que o cliente deseja e os esforços dos colaboradores em atingir as metas. A segunda dimensão destaca-se em dois aspectos que apoiam a implementação do empowerment dentro da empresa. Participação no trabalho e trabalho em equipe. O empowerment tem se tornado uma ferramenta atual nas grandes instituições, com o passar dos tempos frente aos seus objetivos de capacitar os colaboradores no processo de decisão empresarial, visando colocar a empresa em ambientes competitivos, complexos e dinâmicos. Para que esses aspectos sejam atendidos, alguns elementos necessitam ser atingidos: Nível de responsabilidade do colaborador nas atividades da empresa; Eficiência do trabalho em equipe: momento de tomada de decisão e avaliação das decisões definidas pela própria equipe; Tomada de ação de risco, quando os colaboradores percebem o risco como uma possibilidade de melhorar o seu desempenho nas atividades dentro da empresa; Valorização dos colaboradores da empresa pelos clientes. A terceira dimensão trata-se da responsabilidade do colaborador da empresa em conhecimento e aprendizagem. Para o alcance deste objetivo, faz- se necessário atingir alguns elementos: Mudança em treinamento e desenvolvimento: a empresa irá motivar os colaboradores na busca por conhecimento com vistas a melhoria em desempenho, apresentando oportunidades para aprendizagem. Solução de problemas, quando se destaca o desejo por novos desafios por parte do colaborador, visando buscar conhecimento para superar os obstáculos; Confiança mútua, onde mesmo que os colaboradores não concordem com algum posicionamento entre si, sintam-se confortáveis para discordar 35 um dos outros entendendo que isto faz parte do processo de aprendizagem. Por fim, a quarta dimensão é o reconhecimento por parte da empresa, as realizações que os colaboradores estão desenvolvendo, demonstrando interesse na sua busca por melhorias no âmbito profissional, atingindo não apenas a empresa em si, mas aos clientes. A dinâmica apresentada contribui para a implementação do empowerment por parte da empresa, a qual perceberá que trará benefícios nas esferas organizacionais, dos colaboradores e clientes. A implementação do empowerment nem sempre é fácil, alguns pontos a serem ponderados para a sua implementação são: Comece com os gestores; Deixe claro a todos os valores, visão e missão da empresa; Seja específico nas tarefas, funções e recompensas dos colaboradores; Delegue as responsabilidades; Propicie que os colaboradores sejam responsáveis pelos resultados. Em alguns casos o empowerment pode ser entendido como uma tomada de decisão voltada ao risco, crescimento organizacional e mudança. Caso a empresa possua este entendimento, a implementação será dada por meio de outros moldes: Inicie pela base, a partir da compreensão da necessidade de mudança da base sob a perspectiva dos colaboradores; Ajuste o comportamento do colaborador, capacitando-o para decisões; Encorajar a tomada de decisão quando envolver risco de uma maneira inteligente; Confiança no desempenho das pessoas. O empowerment está relacionado a alguns programas de gestão de recursos humanos. Podemos destacar os desenhos de cargos, treinamento e desenvolvimento, a remuneração dos colaboradores e a avaliação de desempenho. 36 O empowerment teve o seu desenvolvimento diante da necessidade de Interfuncionalidade do colaborador frente ao processo da empresa moderna em que a gestão é horizontalizada, diminuindo os níveis hierárquicos, no intuito de aproximar os colaboradores na dinâmica de decisão e participação ativa por meio de programas e treinamento e desenvolvimento. Resumo da Aula Nesta aula você teve acesso ao conceito de empowerment no ambiente empresarial. Convém destacar que, para a sua implementação, a empresa deverá estar com uma postura flexível e circulando os seus conceitos entre todos da organização. O empowerment dos colaboradores precisa se basear no processo de reestruturação organizacional e redesenho de cargos, no intuito de aumentar a capacidade de decisão das pessoas. Para tal, a empresa deverá assumir uma postura flexível, possibilitando alcançar diversos setores da empresa, não estando amarrada a cargos. Atividade de Aprendizagem Como um profissional que desenvolve o seu trabalho nos recursos humanos poderá iniciar a implementação do empowerment em uma empresa? 37 Aula 4 - Responsabilidade Social e Ambiental Apresentação da aula 4 Nesta última aula iremos abordar a responsabilidade social e ambiental. Estes conceitos promovem não só uma mudança cultural dentro da empresa, mas causará um impacto no ambiente em que a empresa estará inserida. O termo responsabilidade social tem-se intensificado e foi se tornando um conceito e uma atuação importante dentro das empresas. Esse conceito foi uma resposta frente as mudanças ocorridas com a sociedade. Atualmente entende- se que uma empresa de sucesso é aquela que está comprometida com a formação de uma sociedade melhor. 4.1 Responsabilidade Social A empresa que possui uma visão mais tradicional, com a visão exclusiva no lucro e não pensa no capital humano e na sua responsabilidade social quanto instituição, está fadada a ter o seu desenvolvimento comprometido. As empresas atualmente estão com uma visão para além dos lucros, mas também com o pensamento e ações voltadas à responsabilidade social. Fonte:https://image.freepik.com/free-vector/white-businessman-responsibility-man- renewable_1368-275.jpg 38 Com o passar dos anos, a sociedade tem solicitado uma empresa com uma postura ética, visando um desenvolvimento sustentável formado pela atividade econômica, meio ambiente e bem-estar da sociedade. Outro ponto que merece destaque é a tendência mundial das empresas que estão atingido bons índices de lucratividade e rentabilidade ao antecipar e reagir as mudanças sociais e políticas. Mas o que é responsabilidadesocial? Conforme Carrol (2007), a responsabilidade social “são as expectativas econômicas, legais, éticas e sociais que a sociedade espera que as empresas atendam em um determinado período de tempo”. A responsabilidade social não pode ser entendida como um conceito isolado, pois é necessário levar em conta alguns aspectos que auxiliam no direcionamento do processo de gestão: Apoio no desenvolvimento da comunidade em que atua; Preservação do meio ambiente; Investimento no bem-estar dos colaboradores, dentro e fora da empresa; Comunicação clara e transparente; Sinergia entre os envolvidos; Satisfação dos clientes. Fonte:https://c8.alamy.com/comp/HY5TMY/businessman-and-businesswoman-carry-world- globe-on-his-back-business-HY5TMY.jpg 39 Assim a responsabilidade social deixou de ser um aspecto voltado aos gastos da empresa, mas também está sendo vista como parte dos lucros. Isso está ocorrendo, pois, a facilidade da informação faz com que o consumidor realize pesquisas acerca da empresa e qual a sua visão sobre responsabilidade social. Algumas empresas utilizam selos empresarias com valores, por exemplo “Empresa amiga da criança”, “produto feito com material reciclável”, etc. Essas iniciativas mostram uma estratégia eficaz de marketing. Com a responsabilidade social a empresa visa a proteção e qualidade de vida da sociedade, pois a partir do momento em que a empresa estimula o desenvolvimento social da sociedade em que ela está inserida, contribui para mudanças de comportamento ao seu entorno. A responsabilidade social em uma empresa não deve ser enxergada como uma ação isolada ou com prazo para terminar, mas sim como uma ação contínua que é aperfeiçoada com o tempo. A implementação da responsabilidade social, seja na esfera pública ou na esfera privada, irá impactar no comportamento corporativista dos colaboradores e da sociedade no geral. Porém, a implementação não ocorre de uma maneira imediata, necessitando respeitar alguns estágios. Dependendo da cultura organizacional de uma empresa, ela não irá aceitar esta mudança de visão no que tange à responsabilidade social de um dia para o outro, sendo necessário que a sua implementação seja gradativa afim de não gerar barreiras. Para a implementação de uma visão de responsabilidade social, Tachizawa (2004) destaca quatro estágios que devem ser adotados para a construção dessa cultura dentro da empresa. A seguir apresentaremos esses estágios. O primeiro estágio indica que a empresa não está preocupada ou não se envolveu com questões relacionadas a essa temática. O segundo estágio envolve o reconhecimento da organização nos impactos que ela irá causar no ambiente em que ela está instalada em função de suas atividades. No terceiro estágio, a empresa irá sistematizar a avaliação dos impactos, com foco em seu comportamento ético. Por fim, no último estágio, a empresa, após avaliar os 40 impactos que ela causa em seu meio, busca antecipar questões públicas, passando a impulsionar a sociedade frente aos seus interesses. Fonte: https://dwebgraficameca.blob.core.windows.net/midias/significado-de-responsabilidade- social-1.png Assim podemos entender a priori que a responsabilidade social é entendida como o compromisso da empresa com a sociedade de forma que irá prestar contas dos seus serviços, bem como do impacto que ela causa em seu meio. Essas informações têm se mostrado determinantes para o crescimento da empresa, frente que atualmente as pessoas tem buscado em empresas que visam suas atividades para além do lucro. Podemos entender assim que, ao implementar a Responsabilidade Social, a empresa possui uma vantagem competitiva, pois, quando o diferencial da empresa é observado, a comunidade compra seus produtos e acaba gerando consequentemente lucro. Entre os pontos que são considerados importantes pelos consumidores podemos destacar: Comprometimento com questões ambientais; A erradicação do trabalho infantil; 41 Luta contra a discriminação; Preocupação com a saúde e a segurança do colaborador. Curiosidade Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos da América e Europa aponta que 50% dos consumidores informam que pagariam um valor maior em produtos de empresas que são comprometidas e responsáveis socialmente. Empresas que buscam introduzir o pensamento sobre a Responsabilidade Social com o objetivo de “tirar vantagem” e não passam uma verdade acerca de suas intenções acabam não conseguindo sustentar este comportamento. Responsabilidade Social não é Filantropia. A empresa poderá utilizar de inúmeras maneiras para apresentar à sociedade o seu trabalho voltado à responsabilidade social. Uma das maneiras é por meio da publicação do seu balanço social, o qual possui os mesmos moldes do balanço financeiro. Os indicadores para apresentar essas informações são descritos a seguir: Indicadores sociais internos, que descrevem o investimento da empresa aos seus colaboradores; Indicadores externos apresentam os investimentos realizados no seu entorno; Indicadores ambientais, que destacam a prevenção aos riscos ao meio ambiente por parte da organização; 42 Indicadores do corpo funcional descrevem a quantidade de colaboradores efetivos e terceiros, admissões e demissões, etc. Indicadores de responsabilidade social destacam pontos de incentivo aos colaboradores que desenvolvem ações de voluntariado, bem como para com fornecedores que estão comprometidos com valores éticos. O Social Accountability International desenvolveu a “SA8000”, que descreve normas para empresas desenvolver um modelo de responsabilidade social, baseado na norma ISSO 9000 (OLIVEIRA, 2003). No Brasil, o Instituto Ethos assume o papel de dirigente do grupo de empresas para a divulgação desses conceitos relacionados à Responsabilidade Social Empresarial, premiando as empresas destaques. Fonte:https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQCzPoAMZK5noii3IDA5k1npY NLADZ9dv-dOnyyZa3RLqmLdUu2 43 Você pode estar imaginando que a responsabilidade social atinge exclusivamente apenas a comunidade que a empresa está inserida, mas a empresa que adota uma postura ética e responsável com o meio em que vive irá consequentemente contribuir na qualidade de vida de seus colaboradores e dependentes, sua relação com novos clientes. As empresas que valorizam o capital humano e que não possuem o pensamento exclusivo no lucro vem sendo reconhecidas e valorizadas pelos clientes, frente que hoje com a velocidade da informação essas características são rapidamente propagadas. Um ponto que merece destaque é a terminologia que alguns autores utilizam referente à Responsabilidade Social, Responsabilidade Ambiental e Responsabilidade Socioambiental. Tem se percebido que fica muito difícil fazer uma diferenciação entre o que pé responsabilidade Social e ambiental. Furtado (2003) descreve como responsabilidade Socioambiental: O dever ou obrigação da organização para responder perante todas as partes interessadas pelas consequências ou impactos sociais e ambientais causados por seus produtos, serviços e atividades introduzidos no ambiente público. (Furtado, 2003, pag. 112). Um ponto que merece destaque é pensar na relação entre ResponsabilidadeSocial e Qualidade de Vida no Trabalho, esses temas com certeza possuem proximidade, pois ambos historicamente não são os objetivos primordiais das organizações, em muitas empresas ainda são vistas como atividades acessórias e não percebem os objetivos e aspectos envolvidos. Com o passar dos anos, foi ficando cada vez mais clara a necessidade de ações que promovessem a qualidade de vida no trabalho, porque as empresas são formadas por pessoas e a maneira como elas são tratadas faz toda a diferença nos seus resultados. A empresa que assume o papel de responsabilidade social como sendo um comportamento ético, visando o desenvolvimento econômico, irá impactar diretamente em um ambiente de trabalho mais adequado para seus colaboradores. 44 Uma definição importante acerca de Qualidade de vida no trabalho, proposto por Albuquerque e Limongi-França (2003) é: Um conjunto de ações de uma empresa que envolve diagnóstico e implantação de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais dentro e fora do ambiente de trabalho, visando propiciar condições plenas de desenvolvimento humano para e durante a realização do trabalho. (Albuquerque e Limongi-França (2003), pag. 2). Podemos dizer que a empresa que está envolvida e comprometida com a responsabilidade social está engajada com o pensamento de qualidade de vida de seus colaboradores. Convém destacar que por mais positiva que possa parecer as propostas relacionadas à Responsabilidade Socioambiental e Qualidade de Vida, no trabalho nem todos os colaboradores se identificam ou sentem-se interessados em participar de todas as ações propostas pela empresa. Resumo da Aula Nesta aula a abordagem foi com o tema Responsabilidade Social e Ambiental, onde sua prática tem tornado um aspecto extremamente importante não apenas nos aspectos internos de uma empresa, mas em especial na comunidade. Faz-se necessário que a empresa se aproxime da comunidade e que todos possam pensar em ações para o desenvolvimento de um mundo sustentável. Algumas pesquisas apontam que pessoas que participam ativamente de propostas relacionadas à Responsabilidade Socioambiental sentem-se mais motivadas no ambiente de trabalho. Por fim, aquelas que não participam ativamente, também sentem alguma realização profissional, visto que estão em um ambiente que zela e olha para os colaboradores de uma maneira diferenciada. Atividade de Aprendizagem Todas as empresas que possuem responsabilidade social e ambiental necessitam aproximar-se da comunidade em que estão inseridas. Sendo assim, quais as melhores formas de realizar essa aproximação? 45 Resumo da disciplina Na disciplina Desenvolvimento do capital humano, teve a oportunidade de perceber o quão complexo são as possibilidades para o desenvolvimento do capital Humano. Com o passar dos anos tem ficado cada vez mais forte a necessidade de investir em pessoas e não apenas ter a visão em lucros. Utilize os conteúdos trabalhados para conseguir implementar esse novo jeito de se pensar em empresa e no ser humano. 46 Referências ALBUQUERQUE, LIMONGI-FRANÇA. 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