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FIBRAS DA DIETA Disciplina: Composição dos Alimentos e Bromatologia Prof. ª Fabiana Lindenberg FIBRAS DA DIETA DEFINIÇÃO: “Fibra é o resíduo derivado das paredes das células vegetais, resistente a hidrólise pelas enzimas digestivas do organismo humano. Ela é composta de celulose, hemicelulose, oligossacarídeos, pectinas, ceras e lignina.” Características Origem Vegetal Carboidratos ou derivados de carboidratos (exceto a lignina) Resistente a hidrólise por enzimas digestivas Fermentáveis por bactérias do cólon Para os seres humanos, a FA provém das paredes celulares dos vegetais e são fragmentadas em 4 componentes: Componentes das fibras alimentares Lignina – Polímero de álcoois aromáticos, sendo responsável pela estrutura e sustentação das plantas. Componentes das fibras alimentares Celulose – Polímero de glicose. Componentes das fibras alimentares Hemiceluloses – Polímeros ramificados de açúcares, como pentose e hexose, e de ácidos urônicos, que formam a matriz na qual se enredam as fibras de celulose. Componentes das fibras alimentares Gomas e mucilagens – polissacarídeos não estruturais solúveis em água, frequentemente adicionadas aos alimentos industriais para conferir qualidades específicas (sorvete, musse, chantilly, doces). Componentes das fibras alimentares Componentes das fibras alimentares É uma mucilagem, constituinte natural do vegetal, ocorrem em sementes retendo água para auxiliar na germinação. A Goma Guar é um heteropolissacarídeo, extraída do endosperma (parte da semente) do vegetal de espécie Cyamoposis psoraloides, originária da Índia e do Paquistão. Componentes das fibras alimentares Mucilagem Componentes das fibras alimentares A Goma arábica ocorrem em certos órgãos da planta e são resultantes de lesões sofridas pelo vegetal. Frutooligossacarídeos (FOS) – carboidratos de cadeia curta, cuja estrutura química apresenta cadeias de frutose, ligadas a unidades de glicose. Possui 2 utilidades: resistência a ação das enzimas hidrolíticas e consumo preferencial por bifidobactérias. Componentes das fibras alimentares Inulina – Polímero de glicose extraído da raiz da chicória, tubérculos de alcachofra, da cebola, do alho e da banana, ou produzido industrialmente a partir da sacarose. Componentes das fibras alimentares raiz da chicória alcachofra Amido resistente – substância não absorvida no intestino delgado, por participar da formação da parede celular, tornando-se inacessível. A forma física do alimento pode impedir o acesso da amilase pancreática e diminuir a digestão do amido, fato que o caracteriza como resistente. Componentes das fibras alimentares Amido resistente Isto pode ocorrer se o amido estiver contido em uma estrutura inteira ou parcialmente rompida da planta, como nos grãos; se as paredes celulares rígidas inibirem o seu intumescimento e dispersão. Componentes das fibras alimentares CLASSIFICAÇÃO Componentes das fibras alimentares Fibras solúveis - Retardam o esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal - Alteram o metabolismo colônico por meio da produção de AGCC, como o acético, propiônico e butírico - São altamente fermentáveis - Tem alta viscosidade Componentes das fibras alimentares Fibras solúveis Exemplos: gomas, pectinas, β-glicanas (polissacarídeo linear, não ramificado, composto por unidades de glicose unidas por ligações do tipo beta 1,4 e beta 1,3 glicose.) Componentes das fibras alimentares Fontes de Fibras solúveis - Frutas - Legumes - Farelo de aveia - Cevada - leguminosas Componentes das fibras alimentares Fibras insolúveis - Aumentam o bolo fecal e aceleram o tempo de trânsito intestinal - Retêm água - São pouco fermentáveis - Não são viscosas Exemplos: Lignina, celulose, algumas hemiceluloses Componentes das fibras alimentares Fibras insolúveis Os componentes insolúveis da fibra, por resistirem à digestão pela microflora colônica, são eliminados intactos e mantêm a água retida, gerando grande volume fecal. Componentes das fibras alimentares Fibras insolúveis Durante o trajeto colônico, este grande volume é um importante estímulo para contrações propulsivas que aceleram o trânsito intestinal, ocorre menor reabsorção de água e produz fezes mais úmidas. Componentes das fibras alimentares Fibras insolúveis Durante o trajeto colônico, este grande volume é um importante estímulo para contrações propulsivas que aceleram o trânsito intestinal, ocorre menor reabsorção de água e produz fezes mais úmidas. Componentes das fibras alimentares Fontes de Fibras insolúveis - Farelo de trigo - Grãos integrais - Verduras Componentes das fibras alimentares CONTEÚDO DE FIBRAS DE ALGUNS ALIMENTOS: Componentes das fibras alimentares Recomendação de fibras Recomendação = 25 g/dia, para adulto saudável, segundo American Dietetic Association. EUA = 10 a 17 g/dia Europa = 20 g/dia Brasil = 25 a 35 g/dia Componentes das fibras alimentares Propriedades Terapêuticas – efeitos fisiológicos - Diminuição do colesterol plasmático (as fibras impedem a absorção de gorduras e colesterol da dieta porque se ligam a ácidos biliares e lipídeos); - Resposta glicêmica (Fibras viscosas da dieta tais como pectina, gomas das frutas, vegetais e cereais reduzem a eficiência da hidrólise de enzimas e torna mais lenta a velocidade na qual a glicose entre na corrente sanguínea.); Componentes das fibras alimentares Propriedades Terapêuticas – efeitos fisiológicos - Controle da pressão arterial - Melhora das funções intestinais - Câncer de cólon (As fibras insolúveis como celulose se ligam a carcinógenos lipossolúveis e os removem do trato intestinal); - Obesidade Componentes das fibras alimentares FIBRA DETERGENTE NEUTRO (NDF) Disciplina: Composição de alimentos e Bromatologia Prof. Fabiana Lindenberg DETERMINAÇÃO DE FIBRAS – Fração Fibra Detergente Neutro O teor de NDF expressa a fração fibra da dieta insolúvel e é constituído por celulose, hemicelulose e lignina. DETERMINAÇÃO DE FIBRAS Referência: MENDEZ, M.H.M.; DERIVI, S.C.N.; RODRIGUEZ, M.C.R. et al. Método da fibra detergente neutro modificado para amostras ricas em amido. Cienc. Tecnol. Alim., v.5, p.123-131, 1985. DETERMINAÇÃO DE FIBRAS - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Análise de fibra com amido Preparar as soluções - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO a) Solução de Fibra Detergente Neutro (NDF) – 1000 ml 30g de lauril sulfato de sódio 18,61g de EDTA (acido tetracetico diaminoetileno diidratado) 6,81g de borato de sódio dacahidratado (Na2B4O7) 4,56g de fosfato de sódio dibásico (anidro) 10 ml de etilcelulose (etilenoglicol) - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO a) Solução de Fibra Detergente Neutro (NDF) – 1000 ml Modo de preparo Dissolver os pós em água destilada sob agitação magnética em béquer. Levar até um volume de 900 ml. Acertar o pH de 6,9 – 7,1. Transferir para balão volumétrico de 1000 ml. Adicionar o etilenoglicol (antiespumante). Completar o volume. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO b) Solução tampão de acetado de sódio 0,2M pH=4,8 (500 ml) Modo de preparo Dissolver 8,2030g em 450 ml de água destilada. Acertar o pH= 4,8 com ácido acético. Transferir para o balão de 500 ml e completar o volume com água destilada. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO c) Solução de enzima aminoglicosidase em 100 mlde Tampão Acetato (75 ml). Essa solução é válida por 3 meses, conservar em geladeira. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO d) Ácido acético 0,5N – 1000 ml Modo de preparo Dissolver 28,60 ml de ácido acético P.A. (pureza analítica) em 500 ml de água destilada em béquer. Transferir para balão volumétrico de 1000ml e completar com água destilada. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO e) Hidróxido de sódio (NaOH) 0,5N (1000ml) Dissolver 41g de NaOH em 500 ml de água destilada. Transferir para balão volumétrico de 1000 ml, adicionar de 1 a 2 g de cloreto de bário e completar o volume. Armazenar em frasco de plástico. Deixar a solução estabilizar pelo menos 24h antes de usar. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO e) Hidróxido de sódio (NaOH) 0,5N (1000ml) - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Metodologia da análise de fibra com amido (amostra sem umidade) Pesar 0,5g da amostra (se tem muita fibra pesar 0,25g), colocar no béquer de 600 ml. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Depois adicionar 15 ml de NaOH 0,5N (relação entre o equivalente-grama do soluto pelo volume da solução) no béquer da amostra e balançar por 15 minutos, o mesmo para o branco. Depois adicionar 15 ml de ácido acético 0,5N, 5 ml de acetato de sódio 0,2M (concentração molar ou concentração em mol/L), 5 ml da enzima (balançar a enzima antes de adicionar). - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Colocar no shaking por 2 horas à 37 oC. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Depois de sair do shaking adicionar 100 ml da solução NDF e levar à ebulição por 1 hora no digestor de fibras. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Filtrar o cadinho de gooch em bomba à vácuo, lavar o resíduo com água quente e acetona. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Filtrar o cadinho de gooch em bomba à vácuo, lavar o resíduo com água quente e acetona. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Secar em estufa a 105 oC por 8 horas. Levar ao dessecador por 30 minutos e pesar. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Incinerar por 2 ou 3 horas o mineral retido. Levar ao dessecador por 1 hora e pesar. - DETERMINAÇÃO DE FIBRA DETERGENTE NEUTRO MÉTODO DE VAN SOEST MODIFICADO Fórmula: Peso da amostra seca (g) Fibra (g) 100 x Peso da amostra seca (g) Fibra (g) 100 - umidade x
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