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1 TÓPICO 1 FUNDAMENTOS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1 O CONTEXTO DO PLANEJAMENTO Neste tópico estudaremos como o Planejamento contribui para a administração de empresas. Mas, para que isso fique bem claro, antes de discutir o conceito de Planejamento necessitamos entender o que é Administração. Intuitivamente temos uma boa noção do que vem a ser Administração em função do que fazemos em nosso cotidiano. Aplicamos a Administração quando organizamos materiais, roupas e alimentos dentro de nossa casa. Da mesma forma, quando planejamos e controlamos a aquisição e consumo de produtos e dinheiro também estamos aplicando a Administração. Dessa forma, pensar em Administração de uma empresa é pensar em como planejamos a realização de tarefas, organizamos as atividades para que tenhamos eficiência e eficácia, lideramos os funcionários e criamos controles para assegurar que os planos e as metas sejam atingidos. 2 A grande maioria dos Administradores iniciaram suas carreiras realizando atividades mais simples, como atendimento ao cliente, venda ou entrega de produtos, limpeza ou outras atividades comuns de empresas. Atividades como essas são de grande importância para se conhecer os clientes, os concorrentes e o funcionamento de uma empresa. Porém, à medida que um colaborador se destaca e progredi em uma empresa, as atividades tornam-se mais complexas e as funções, na grande maioria das vezes, deixam de ser operacionais e passam a ser de suporte ou de ajuda para que os demais funcionários desempenhem adequadamente suas funções. Logo, Administração é a realização de um trabalho por meio de outras pessoas1. Administração é a realização de um trabalho por meio de outras pessoas. Eficácia Eficiência Numa empresa, não cabe ao Administrador a execução das atividades de produção do dia-a-dia, mas é de sua responsabilidade a criação de um ambiente no qual as pessoas possam produzir da forma mais adequada e continuamente a um custo competitivo, fazendo-o com cada colaborador desenvolva um senso de responsabilidade e sinta orgulho por aquilo que está realizando. Nesse sentido, além de administrar o trabalho de outras pessoas, é preocupação do Administrador que essas pessoas façam o trabalho com eficiência e eficácia. 1 Williams (2010) 3 FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Eficiência e Eficácia são fundamentais para o Administrador. Eficiência é a realização de um trabalho com o mínimo esforço possível visando ganhos de produtividade, enquanto que Eficácia é o atingimento dos objetivos organizacionais. Dessa forma, se um produto foi feito da melhor forma possível (eficiência), mas sem atender aos seus propósitos, como, por exemplo, a satisfação do cliente ou a geração de vendas, pode-se afirmar que não houve eficácia da Administração. 2 A ORIGEM E O CONCEITO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O sucesso de um empreendimento geralmente depende muito mais da capacidade administrativa de seus líderes do que de sua capacidade técnica. Em outras palavras, não basta somente saber executar uma determinada atividade. Para o Administrador, saber fazer com que seus liderados executam uma atividade é tão ou mais importante do que saber fazer. Nessa árdua tarefa de Administrar, o Administrador deve dominar e executar com eficiência e eficácia quatro funções administrativas. Planejamento Organização Liderança Controle 4 Vamos aos conceitos dessas quatro funções administrativas2: Planejamento Determinação de metas organizacionais e do modo como atingi-las. O planejamento é uma das melhores formas para melhorar a eficácia, pois incentiva e propicia as condições adequadas para as pessoas trabalharem com mais empenho e com os recursos necessários para atingimento dos objetivos e metas organizacionais. Normalmente, empresas que planejam obtêm maiores lucros e possuem um crescimento mais acelerado em relação às empresas que não planejam. Organização Definição de onde as decisões são tomadas, de quem exercerá quais funções e tarefas e quem trabalhará para quem na empresa. Diz respeito à estrutura de comando da empresa e descrição de cargos, funções, hierarquia e responsabilidades. Por meio da organização, cada pessoa na empresa fica sabendo a quem deve procurar sempre que necessitar de uma orientação ou para resolver algum problema que esteja acima de sua alçada de decisão ou de conhecimento técnico. Liderança Capacidade de envolver, inspirar e motivar os funcionários para que se empenhem para atingir as metas organizacionais. A liderança está intimamente ligada à forma como o Administrador lida com seus subordinados, transmitindo-os o exemplo de como devem trabalhar, a importância de seus trabalhos e o reconhecimento quando os resultados são atingidos. 2 Williams (2010) 5 Controle Acompanhamento dos avanços em direção ao cumprimento das metas e na adoção de medidas corretivas quando esse avanço não ocorre. O controle é uma das melhores formas para melhorar a eficiência, pois permite comparar o que foi realizado com o que foi planejado para ser realizado. O processo básico de controle envolve a fixação de padrões para o cumprimento das metas, a comparação entre o desempenho real e esses padrões e, em seguida, a efetivação de alterações para compatibilizar o desempenho com esses padrões. Evidentemente todas essas 4 funções são importantíssimas para o bom desempenho de um Administrador, mas, nesta lição trataremos especificamente da função do Planejamento, que constitui a base para a tomada de decisão, tendo em vista que durante sua concepção se levanta todas as alternativas de ações, elimina-se as que não são possíveis e adota-se aquelas mais adequadas para serem empreendidas na empresa. FIQUE SABENDO! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Conforme dados do Sebrae3 extraídos da pesquisa da taxa de sobrevivência de empresas no Brasil, estima-se que cerca de 42% das empresas não conseguem manter seus negócios após 2 anos de existência e fecham suas portas. Não é possível atribuir a um único fator a causa dos acidentes, mas sim, a uma combinação de fatores em quatro grandes áreas: a situação do empresário antes da abertura, o planejamento dos negócios, a capacitação em gestão empresarial e a gestão do negócio em si. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3 http://datasebrae.com.br/sobrevivencia-das-empresas/ 6 7 Quase tudo na vida e nos negócios requer planejamento. Em nossa vida pessoal, de forma natural, fazemos o planejamento do que temos que fazer em cada dia. Por exemplo, normalmente já deixamos planejado o horário de ir ao trabalho, de almoçar, de sair do trabalho e de retornar para casa. Esse seria um planejamento natural. Por outro lado, durante o dia, em função das circunstâncias, vamos fazendo ou refazendo planejamentos de atividades para o dia ou para os dias seguintes. Numa empresa não é diferente, pois a rotina já está previamente planejada e os novos acontecimentos ou atividades devem ser planejados com certa antecedência. PARA REFLETIR! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Logo, a função Planejamento faz parte do dia-a-dia de qualquer empresa. Mas, sua elaboração deve ser bem estudada e realizada para evitar que prejudiquea empresa e que, por outro lado, opere a seu favor. Vamos agora estudar esses dois aspectos do Planejamento: em quais situações é positivo e em quais situações é negativo ? - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Comecemos pelos aspectos positivos ou benefícios do Planejamento4: 1º) Intensificação dos esforços. 2º) Aumento da persistência. 3º) Indicação de uma direção. 4º) Criação de estratégias para as tarefas. 4 Williams (2010) 8 1º aspecto positivo: Intensificação dos esforços. Quando já temos um planejamento do que fazer, normalmente não paramos para pensar sobre uma melhor forma de realizar uma atividade, pois partimos do pressuposto de que já foi pensado e estruturado. Esse direcionamento intensifica os esforços e aumenta a produtividade. 2º aspecto positivo: Aumento da persistência. O planejamento estimula o trabalho continuado e conduz à persistência, pois cria as condições necessárias para que trabalhos longos sejam realizados. 3º aspecto positivo: Indicação de uma direção. O planejamento mostra ou, ao menos, indica uma direção para o cumprimento das metas, orientado os gestores e executores quanto ao caminho a ser seguido e, em muitas situações, aos caminhos que não devem ser seguidos. Isso minimiza a possibilidade de erros de direção. 4º aspecto positivo: Criação de estratégias. O planejamento, quando faz parte contínua da administração de uma empresa, modifica a cultura da organização e estimula as pessoas a serem mais críticas quanto à realização de seus trabalhos, fazendo com que busquem sempre novas e melhores formas de alcançarem suas metas. Agora os aspectos negativos ou armadilhas do Planejamento5: 1º) Criação de barreira às mudanças. 2º) Criação de falsa sensação de certeza. 3º) Distanciamento entre planejador e executor. 5 Williams (2010) 9 1º aspecto negativo: Criação de barreira às mudanças. O excesso de zelo pela realização do Planejamento pode produzir barreiras às mudanças que uma empresa necessita quando o seu ramo ou atividade principal sofre interferências do ambiente externo. Em outras palavras, a empresa pode perder o “tempo de adaptação de seu planejamento às mudanças de mercado” tornando seu planejamento incipiente, obsoleto ou falho. 2º aspecto negativo: Criação de falsa sensação de certeza. O excesso de rigor do Planejamento pode guiar a empresa para caminhos que já podem ter mudados em função da dinâmica natural do ambiente externo. Em outras palavras, a empresa pode criar metas que já podem estar ultrapassadas em função das mudanças nos cenários que serviram de base no passado. Essa sensação de certeza e de certa tranquilidade que pode vir do planejamento, pode também causar problemas de orientação frente às mudanças de mercado. 3º aspecto negativo: Distanciamento entre planejador e executor. Normalmente em uma empresa há pessoas que planejam as metas e já pessoas que as executam. Enquanto o planejador trabalha com teorias e cenários, o executor trabalha com a prática e a realização do planejamento. Essa relação é natural, mas o distanciamento e a falta de sintonia entre esses profissionais podem criar armadilhas quando repercutem planos impraticáveis ou distantes da realidade. VAMOS REFLETIR! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Como foi discutido nesta lição, o Planejamento é necessário para qualquer empresa, tendo aspectos positivos, mas também negativos. Para que o Planejamento seja eficaz, deve-se buscar o alcance dos aspectos positivos e, ao mesmo tempo, ficar atento para evitar os aspectos negativos. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 10 Todo Planejamento de uma empresa, por mais simples que seja, necessita de etapas básicas e sequenciais para que tenha consistência e condições de propiciar os resultados esperados. Estas etapas básicas6 são: 1ª etapa: Fixar metas Além de ser a primeira etapa do processo de Planejamento, a fixação de metas também é a mais complexa, pois necessita de um conhecimento amplo das potencialidades da empresa e também das condições do mercado. Fixar metas é declarar de forma mensurável o que a empresa pretende com o planejamento que está fazendo. Exemplos de metas: Aumentar em 5% as vendas; Lançar 20 novos produtos por ano; Diminuir o retrabalho em 20% na produção; Alcançar um aumento de 25% de produtividade na fabricação. 6 Williams (2010) 11 FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Uma meta, para ser bem estabelecida, deve atender às diretrizes SMART, que são iniciais em inglês, que significam Specific, Mensurable, Attainable, Relevant e Timely. Traduzindo, significam respectivamente: Ser específica significa descrever claramente o que se deseja. Exemplo: Aumentar em 20% as vendas de blusas de frio no inverno. Ser mensurável significa ter condições de medição da meta. Exemplo (continuidade): Número de blusas de frio vendidas no inverno. Ser atingível significa haver condições para atingimento da meta. Exemplo (continuidade): No inverno há aumento da venda de blusas de frio. Ser realista significa haver condições para atingimento da meta. Exemplo (continuidade): É natural a venda de blusas de frio no inverno. Ser tempestiva significa que o momento é adequado para a meta. Exemplo (continuidade): No inverno se vende mais blusas de frio. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2ª etapa: Criar um compromisso Criar um compromisso para alcance das metas fixadas diz respeito às formas ou táticas que serão adotadas por uma empresa para fazer com que seus gestores assumam profissionalmente e pessoalmente a responsabilidade pelo atingimento das metas que estão sob sua alçada. O compromisso com as metas pode ser aumentado quando: As metas são definidas de forma participativa, ou seja, que os responsáveis pela execução da meta possam também ser responsáveis por sua definição. Dessa forma, torna-se quase uma questão de honra, pois o próprio responsável pela meta foi quem participou de sua definição; 12 As metas são razoáveis, ou seja, que tenham condições de serem atingidas. Quando uma meta é utópica ou que não há recursos para sua execução, o compromisso torna-se frustração; As metas são divulgadas e tornam-se públicas na empresa, fazendo com que seus responsáveis tornem-se conhecidos e, portanto, cientes da responsabilidade com sua imagem; Há apoio da alta administração, por meio de estímulos, companheirismo e colaboração para que o responsável pela meta não se sinta só em sua jornada. 3ª etapa: Desenvolver planos de ação eficazes O Plano de Ação é fundamental para o sucesso de um Planejamento, pois será um guia de ação para as pessoas que fizerem parte da equipe. O Plano de Ação compreende a definição de: Pessoas Quem vai compor a equipe, com descrição de funções. Recursos .O que será necessário para os trabalhos. Tempo Quando serão realizados os trabalhos. Passos específicos Como serão realizados os trabalhos. 4ª etapa: Acompanhar o cumprimento das metas Acompanhar o cumprimento das metas significa definir níveis de atingimento da meta fixada, sob forma de metas menores que, juntas, totalizam a meta final. Essa divisão da meta final emmetas menores propicia motivação para a equipe e também causas para comemoração, incentivo e agregação das 13 pessoas. Torna-se muito importante que o atingimento de cada meta seja divulgada na empresa para que as pessoas pertencentes à equipe sintam-se valorizadas e encorajadas a darem continuidade ao planejamento. Outra ação muito importante quando se atinge uma meta é o feedback de desempenho, onde os membros da equipe apresentam suas dúvidas ou dificuldades enfrentadas para que seja feito, se necessário, ajustes ao plano de ação. 5ª etapa: Manter a flexibilidade Manter a flexibilidade significa ter uma reserva de recursos que possam ser acionados caso o plano de ação não esteja atingindo os resultados esperados. Popularmente, é chamado de Plano B ou C ou de outra alternativa para atingir os resultados. Agora que ficou bem claro para você o que é Planejamento e sua relação com a Administração de uma empresa, podemos entrar no conceito de Planejamento Estratégico. FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A palavra Estratégia deriva originalmente da palavra grega stratēgia que significa a arte de liderar uma tropa. Dessa forma, tem origem na área militar. Atualmente é muita utilizada na área empresarial para designar formas para o atingimento de objetivos e metas corporativas. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Conforme descrito anteriormente, todo Planejamento tem por conceito a determinação de metas organizacionais e do modo como atingi-las. Quando falamos de Planejamento Estratégico, o conceito é exatamente o mesmo, 14 sendo-lhe acrescentado o nível de seu alcance na empresa e a abrangência das metas. Dessa forma, podermos afirmar que o Planejamento Estratégico é a determinação de metas organizacionais que direcionam o rumo e o futuro de toda a organização e do modo como atingi-las. O Planejamento Estratégico está diretamente relacionado com os objetivos estratégicos de médio e longo prazo que afetam a direção ou a viabilidade de uma empresa7. Os objetivos traçados no Planejamento Estratégico são definidos pela alta cúpula da organização e funcionam como ordens de abrangência corporativa para que os gestores das unidades que compõem a empresa as cumpram, mediante recursos, prazos e metas previamente definidos. Logicamente as unidades da empresa, como a de produção, de vendas, de marketing, de gestão de pessoas, dentre outras, para cumprirem as metas do Planejamento Estratégico necessitam elaborar seus próprios Planejamentos Táticos. 7 Chiavenato e Sapiro (2003) 15 E, na mesma sequência, e em função das atividades e operações de cada unidade, são elaborados os Planejamentos Operacionais. O esquema8 a seguir exemplifica os Planejamentos Tático e Operacional decorrentes do Planejamento Estratégico: 8 Chiavenato e Sapiro (2003) 16 Como pode ser observado, o Planejamento Estratégico se desmembra nos Planejamentos Táticos de 4 unidades (Financeiro, Produção, Marketing e Recursos Humanos). O Planejamento Tático, por sua vez, faz com que cada unidade se desmembre em diversos planos operacionais que formam o Planejamento Operacional. Essa organização lógica e hierárquica que propicia à empresa, como consequência do Planejamento Operacional, o alcance dos objetivos departamentais. EXEMPLIFICANDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Imagine uma empresa que atua no segmento de transporte de cargas e que, dentre as metas previstas em seu Planejamento estratégico, consta a seguinte: Garantir o cumprimento dos prazos acordados da entrega das cargas ao destino acertado. Nesse caso, o gerente de operações da empresa transportadora acima se preocupará em fazer com que as cargas cheguem aos clientes com segurança. Por outro lado, o gerente de recursos humanos se preocupará em treinar e capacitar os funcionários para que consigam realizar seus serviços adequadamente. E assim por diante, cada gerente realizará suas atividades buscando atender à meta por meio de seus Planejamentos Táticos. Por fim, no Planejamento Operacional, atuam os gestores de primeira linha, ou seja, os supervisores, encarregados, chefes, ou outra nomenclatura de função adotada pela empresa para as pessoas que colocam em prática as táticas definidas pelos gerentes. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 Partindo das definições e do exemplo de Planejamento, a seguir são sintetizadas as principais responsabilidades e características que diferenciam e ordenam hierarquicamente os níveis do Planejamento: Níveis do Planejamento Nível Responsabilidades e características 1º Planejamento Estratégico: Estabelecido pelo alto escalão da empresa, ou seja, pelos dirigentes principais. Voltado a estabelecer o rumo, o futuro e as estratégias da organização. É de longo prazo, baixa flexibilidade, alto risco e envolve toda a organização. 2º Planejamento Tático: É realizado pela média gerência e visa a realização dos objetivos previstos no planejamento estratégico. Objetiva a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos fixados. É de médio prazo, média flexibilidade, médio risco e envolve as unidades que compõem a organização. 3º Planejamento Operacional: É realizado pelos gestores de primeira linha e visa a realização do planejamento tático. Voltado para as operações da empresa. É mais detalhado, de curto prazo, alta flexibilidade, baixo risco e envolve os setores que compõem as unidades da organização. 3 A COMPOSIÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Recordando, como foi descrito anteriormente, o Planejamento Estratégico é a determinação de metas organizacionais que direcionam o rumo e o futuro de toda a organização e do modo como atingi-las. De certa forma, esse é um conceito de conclusão do Planejamento Estratégico, ou seja, qual é a sua pretensão ou finalidade. Contudo, para se chegar à sua finalidade, o Planejamento Estratégico é composto de etapas lógicas e sequenciais que compõem a sua metodologia de implantação. 18 Então, vamos às etapas do Planejamento Estratégico: Etapas do Planejamento Estratégico Nº Etapa Conceito 1 Negócio É o entendimento do principal benefício esperado pelo cliente. 2 Missão É a razão de existir da empresa no seu Negócio. 3 Princípios e Valores São os balizamentos para o processo decisório e o comportamento da empresa no cumprimento de sua Missão. 4 Análise do Ambiente É um conjunto de técnicas que permitem identificar e monitorar permanentemente as variáveis competitivas que afetam a performance da empresa. 5 Visão É a explicação do que se visualiza para a empresa. 6 Diretrizes São práticas de gestão adotadas para se alcançar a visão. 7 Objetivos e Metas São resultados que a empresa precisa alcançar em prazo determinado para concretizar sua Visão sendo competitiva no ambiente atual e futuro. 8 Estratégias Competitivas É o que a empresa decide fazer e não fazer, considerando o Ambiente, para concretizar a Visão e atingir os Objetivos, respeitando os Princípios, visando cumprir a Missão no seu Negócio. 9 Plano de Ação É a descrição das ações estratégicas que farão parte do Planejamento Estratégico. 10 Plano de Comunicação É a descrição das formas de divulgação interna e externa do Planejamento Estratégico. 19 As etapasdo Planejamento Estratégico podem ser agrupadas em função de suas formas de elaboração: As seis etapas iniciais (Negócio, Missão, Princípios e Valores, Análise do Ambiente, Visão e Diretrizes) são chamadas de Etapas de Concepção porque são concebidas e levantadas a partir de propósitos, discussões e pesquisas da alta cúpula da empresa. Os propósitos referem-se à razão da existência de uma empresa e também devem explicar o que ela pretende realizar no mundo. As etapas seguintes (Objetivos, Metas e Estratégias Competitivas) são chamadas de Etapas de Construção porque são definições de metas e projetos que darão os rumos para a empresa durante a vigência de seu Planejamento Estratégico. Por fim, as etapas referentes aos Planos de Ação e de Comunicação são chamadas de Etapas de Execução porque devem apresentar o detalhamento das ações estratégicas e de suas formas de implantação e divulgação. 20 TÓPICO 2 CONCEPÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 4 O MERCADO COMPETITIVO Neste tópico estudaremos os elementos de Concepção do Planejamento Estratégico, mas, antes, farei uma discussão sobre o mercado competitivo para que você tenha um bom entendimento do que acontece ao redor das empresas, ou seja, quais são as variáveis do ambiente externo que impactam nos negócios de uma empresa e que, dependendo de como ela se prepara e planeja, podem ser favoráveis ou desfavoráveis para sua prosperidade em sua área de atuação. Sem entender o ambiente das empresas é praticamente impossível e inconsequente planejar suas estratégias. FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Informações sobre o mercado competitivo são de alta relevância para elaborar o Planejamento Estratégico, pois servem de guias para uma elaboração mais apurada das suas etapas de concepção. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Tradicionalmente e intuitivamente temos uma noção do que vem a ser mercado. Quando vamos à feira, ao supermercado, ao shopping ou em qualquer lugar onde são vendidos produtos e serviços, estamos num mercado. 21 Contudo, esse conceito tradicional e intuitivo de mercado está bem distante do real conceito de mercado na atualidade. Trata-se apenas de uma das formas do mercado existir, mas não o seu significado. O mercado, num conceito mais amplo, é uma abstração9, pois diz respeito não só ao local onde os produtos e serviços são negociados, mas também às várias transformações que impactam na geração dos produtos e serviços que são negociados. As transformações nos ambientes tecnológicos, demográficos, ambientais, sociais, políticos, econômicos, dentre outros, refletem diretamente na oferta e demanda dos produtos e serviços e, por isso, fazem parte do mercado e não são necessariamente tangíveis. Quando empresários estão discutindo ou se preparando para enfrentarem dificuldades do mercado, normalmente não estão se referindo a nenhum lugar, mas sim aos aspectos abstratos do mercado, derivados de seus ambientes que estão em contínua transformação. PARA CONCLUIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Nessa linha de pensamento abstrato do conceito do mercado, quando falamos sobre MERCADO COMPETITIVO estamos discutindo todas as transformações ambientais que impactam na geração de negócios que envolvem produtos e serviços comercializados, seja localmente (por exemplo, em feiras, em shopping, em supermercados) ou virtualmente (internet). - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 9 Rossetti (2003) 22 Estando claro o conceito de Mercado Competitivo, vamos discutir os ambientes que o compõem. São eles: I. Macroambiente Ambiente externo geral formado pelas tendências políticas, legais, econômicas, demográficas, sócio-culturais, tecnológicas e de recursos globais, que afetam diretamente no rumo e nas decisões tomadas nas empresas. É o ambiente mais amplo e genérico que influencia de maneira semelhante todas as empresas. II. Microambiente Ambiente externo específico ou Setor de Negócios, formado pelas tendências dos agentes que impactam diferentemente cada tipo de empresa. Esses agentes são os clientes, os concorrentes, os substitutos, os fornecedores, os entrantes e as agências reguladoras. É o ambiente mais próximo e imediato das empresas, onde ela encontra seus recursos e negocia seus produtos e/ou serviços. . Macroambiente Ambiente Demográfico Ambiente Econômico Ambiente Político/legalí Ambiente Sócio-cultural Ambiente Tecnológico Ambiente dos Recursos Globais Empresa Microambiente (Setor de Negócios) Clientes Fornecedores Concorrentes Agências reguladoras (Governo) Entrantes Substitutos 23 O Macroambiente é o contexto, formado pelas principais tendências, que envolve externamente todas as empresas instaladas e em operação no mercado. Tendo em vista que qualquer empresa é um ambiente aberto, que interage com seus clientes e fornecedores, ela mantém transações e intercâmbios com o ambiente que a rodeia. Por decorrência disso, tudo que ocorre externamente ao ambiente, influência em menor ou maior grau o ocorre nas empresas. Por exemplo, se no ambiente econômico ocorre um aumento da inflação, certamente isso vai impactar no controle financeiro das empresas. Os principais ambientes ou fonte de tendências que compõem o Macroambiente são: Ambiente Demográfico: Relativo ao levantamento estatístico da população humana e de suas características evolutivas (idade, sexo, renda, escolaridade, dentre outras). Ambiente Sócio-cultural: Relativo às crenças, aos valores, às normas e aos costumes aceitos e praticados pelas sociedades. Ambiente Tecnológico: Relativo ao conhecimento humano que possa influenciar o uso das matérias- primas e insumos ou a aplicação de processos operacionais ou gerenciais. 24 Ambiente dos Recursos Globais: Relativo aos recursos naturais e sua utilização e conservação pelo homem. Ambiente Político / Legal: Relativo às leis, às normas e aos procedimentos políticos e governamentais que regem o funcionamento dos mercados, empresas e governo. Ambiente Econômico: Relativo às variáveis econômicas que afetam a demanda e oferta de produtos e serviços nos mercados. O Microambiente é o contexto ambiental mais próximo da empresa, formado por empresas que concorrem com produtos similares pelos mesmos clientes. Os principais agentes ou integrantes que são fontes de tendências e que compõem o Microambiente são: Clientes: Relativo às pessoas ou empresas que adquirem produtos ou serviços no mercado. 25 Concorrentes: Relativo às empresas do mesmo setor que vendem aos clientes produtos ou serviços semelhantes. Substitutos: Relativo aos diferentes bens ou serviços que vêm de fora do setor e que desempenham as mesmas funções de um produto fabricado no setor. Exemplos: Computador no lugar da máquina de escrever; Carne vegetal no lugar da carne animal; Vigilância eletrônica no lugar de vigilância humana. Fornecedores: Relativo às empresas que suprem recursos de ordem material, humana e financeira para outras empresas. Entrantes: Relativo aos concorrentes que estão entrando no mercado para concorrer com as demais empresas que já existem. Agências Reguladoras: Relativo ao governo federal, estadual e municipal que, através de leis, regras eprocedimentos regulam e fiscalizam as operações que ocorrem no mercado. 26 PARA REFLETIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Essa discussão sobre o Mercado Competitivo, seus Ambientes e suas influências nos Negócios é essencial para o Planejamento Estratégico, pois alertam para fontes de informações e tendências que devem ser estudadas para propiciar uma metodologia lógica de levantamento de informações sobre transformações nos macro e microambientes. Dessa forma, um estudo preliminar do Mercado Competitivo antes da elaboração do Planejamento Estratégico certamente agregará atualidade, responsabilidade e efetividade em sua elaboração. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5 ETAPAS DE CONCEPÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Recordando o que discutimos na parte final do Tópico 1, as etapas de concepção do Planejamento Estratégico são as seguintes: Essas etapas são chamadas de Etapas de Concepção porque são concebidas e levantadas a partir de propósitos, discussões e pesquisas da alta cúpula da empresa. 27 6 NEGÓCIO A definição do Negócio é o ponto de partida para a elaboração do Planejamento Estratégico, pois é o momento de se afirmar o que a empresa pretende entregar para seus clientes quando eles adquirem um produto ou um serviço. PARA REFLETIR! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Cabe nesse momento da entrega do produto ou serviço ao cliente uma reflexão importantíssima: O que o cliente espera receber: O produto ou serviço que ele comprou? Ou os benefícios que o produto ou serviço lhe proporcionará? - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Parece ser uma reflexão ou pergunta sem sentido, óbvia, mas é justamente a obviedade que forma o Negócio. Para refletirmos um pouco mais, leia o texto: Não me ofereça coisas. Não me ofereça sapatos. Ofereça-me comodidade para meus pés e o prazer de caminhar. Não me ofereça casa. Ofereça-me segurança, conforto e um lugar que prime pela limpeza e felicidade. Não me ofereça livros. Ofereça-me horas de prazer e o benefício do conhecimento. Não me ofereça discos. Ofereça-me o lazer e a sonoridade da música. Não me ofereça ferramentas. Ofereça-me o benefício e o prazer de fazer coisas bonitas. Não me ofereça móveis. Ofereça-me conforto e tranquilidade de um ambiente aconchegante. Não me ofereça coisas. Ofereça-me ideias, emoções, ambiência, sentimentos e benefícios. Por favor, não me ofereça coisas. 28 Partindo desse texto auto-explicativo, podemos entender que a formulação do Negócio parte das expectativas ou dos benefícios esperados pelo cliente quando ele adquire um produto ou um serviço. Sendo assim, temos que nos ater a essa definição de Negócio para não o formularmos pensando somente no produto ou serviço que se pretende vender. Cinco dicas10 importantes para a formulação adequada do Negócio: 1ª Dica: Evite a miopia. A tendência natural de entender que o Negócio é o produto ou o serviço é míope, pois limita o campo de percepção. Ao se formular o negócio, deve-se pensar de forma estratégica, ou seja, na real expectativa do cliente. Veja os exemplos: Empresa Negócio Míope Negócio Estratégico Nike Tênis Atitude FEDEX Encomendas Paz de Espírito BMW Automóveis Prazer em dirigir Kopenhagen Chocolate Presentes Harley-Davidson Motocicleta Estilo de vida Peccin Balas Doce prazer Danone Iogurte Saúde Amil Assistência médica Saúde Revlon Cosméticos Beleza C&A Roupas Moda Arezzo Sapatos Moda No 1º exemplo, da Nike, o tênis é o produto comercializado, mas não por isso que vem a ser o Negócio da empresa, pois essa forma de percepção limita a capacidade criativa e de expansão da empresa. O verdadeiro Negócio da Nike, veiculado em suas campanhas publicitárias, é a Atitude ou o jeito de ser ao usar o tênis que ela produz. 10 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 29 2ª Dica: Pergunte e ouça o cliente. Não devemos esquecer que os clientes não compram o produto e sim o benefício que conseguem ao utilizar o produto. Há tempos que Drucker11 vem avisando: É o cliente quem determina em que negócio a empresa está. O que a empresa pensa que produz não é importante. O que o cliente pensa que está comprando, o que ele considera valor, isto sim é decisivo – isto determina qual é o negócio e o que a empresa deve produzir. O que o cliente compra, nunca é um produto, mas sempre um benefício. O cliente é a base de uma empresa e sua razão de existir. Por isso, perguntar o que o cliente quer é sempre a alternativa mais adequada. A inovação ou geração de valor ao produto deve acontecer, mas sem perder de foco a expectativa original do cliente. Para exemplificar de forma bem simples essa dica, imagine que alguém necessite de água. O benefício esperado por essa pessoa é de tratar sua sede e, em última instância, manter-se saudável. Logo, não há outra coisa para oferecer que não seja a água. Poderá ser ofertada em um copo estiloso, numa garrafa “da moda” ou acompanhada de algum acessório que chame a atenção da pessoa. Tudo poderá gerar valor à água, mas somente ela que será o benefício esperado pela pessoa. 3ª Dica: Abra o foco da lente. Abrir o foco da lente, que está num sentido figurado, significa não deixar que a proposta de Negócio da empresa limite suas possibilidades de ampliação de seus empreendimentos. Vamos discutir um exemplo na área da educação: Imagine uma universidade privada que oferta cursos de graduação, sendo esses, portanto, seus produtos. Imagine que essa universidade defina como Negócio o Conhecimento que ele propicia aos seus alunos. Abrir o foco da lente, nesse caso, é descobrir quais 11 Para saber mais sobre Peter Drucker acesse https://pt.wikipedia.org/wiki/Peter_Drucker 30 oportunidades existem para levar o conhecimento até o aluno e, assim, expandir seu campo de atuação. 4ª Dica: Use “farol alto”. Usar “farol alto”, que também está num sentido figurado, significa enxergar oportunidades de expansão da utilidade ou de geração de valor dos produtos a partir da definição do Negócio. Voltemos ao exemplo da Nike: Caso a empresa afirme que seu Negócio é tênis, automaticamente está limitando seus empreendimentos ao tênis. Como, de fato, seu Negócio é Atitude, abriu-se, portanto, uma infinidade de empreendimentos para a empresa, podendo expandir para diversos outros produtos além do tênis, como vestuário, lazer, esporte, dentre vários outros. 5ª Dica: Não basta definir, é preciso divulgar. Como o Planejamento Estratégico é válido para toda a empresa, a definição do Negócio deve ser amplamente divulgada para todos os colaboradores da empresa, para os clientes e também para todos os públicos de interesse da empresa, como parceiros e fornecedores. Essa disseminação do Negócio ajuda a estabelecer na comunidade da empresa um senso de unidade e direção. Na última etapa do Planejamento Estratégico (Planos de Ação) discutiremos com mais profundidade as formas de divulgação. 7 MISSÃO A Missão é uma derivação, explicitação e explicação do Negócio. Tudo que discutimos anteriormente sobre o Negócio, inclusive as dicas, vale também para a Missão, pois remetem ao mesmo objetivo: explicar o motivo da existência da empresa. 31 PARA REFLETIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Acredito quemuitas pessoas supõem que uma empresa existe para fazer dinheiro. Embora isso seja uma consequência importante da existência de uma empresa, precisamos ir mais fundo e descobrir as razões reais de existirmos. À medida que examinamos o assunto, chegamos à inevitável conclusão de que um grupo de pessoas se reúne e existe como instituição, que chamamos de empresa, para realizar coletivamente algo que não seriam capazes de realizar individualmente – fazem uma contribuição à sociedade. A Missão é uma frase que parece banal, mas é fundamental. David Packard (Fundador da HP)12 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Para ser adequadamente elaborada, a Missão deve ser uma frase que atenda aos cinco requisitos abaixo: a) Contenha e explique o Negócio da empresa; b) Explique o motivo da existência da empresa; c) Apresente a função da empresa na sociedade; d) Ser concisa e objetiva; e) Ser de fácil entendimento e assimilação. A seguir, criei alguns exemplos para ilustrar a elaboração da Missão para Negócios distintos. Observe que a(s) palavra(s) do negócio estão presentes na declaração da Missão: Segmento: Alimentação (fast food). Negócio: Sabor e rapidez. Missão: Servir alimentos saborosos e saudáveis com rapidez em um ambiente limpo e amistoso. 12 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 32 Segmento: Hospital. Negócio: Saúde. Missão: Oferecer soluções para a saúde humana, proporcionando bem-estar e qualidade de vida, por meio de serviços especializados, éticos e seguros. Segmento: Transporte terrestre. Negócio: Viagem Missão: Levar pessoas aos seus destinos de viagem com segurança, pontualidade e conforto. 8 PRINCÍPIOS E VALORES Os Princípios, também chamados de Valores, são os balizamentos para o processo decisório e comportamento da empresa no cumprimento da sua Missão13. Nesse sentido, os Princípios orientam quais são comportamentos sociais que os dirigentes e colaboradores de uma empresa devem seguir sempre que tomarem uma decisão ou realizarem suas atividades. PARA REFLETIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Sem Princípios declarados, claros e comuns a todos os colaboradores de uma empresa, uma decisão pode ser tomada de forma essencialmente pragmática, ou seja, privilegiando os fins e deixando de lado os meios. Isso pode levar uma empresa a buscar lucros ou crescimento de forma ilícita se não houver o princípio da honestidade permeando as decisões. Assim, os Princípios funcionam como guias que formam a Ética de uma organização. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 13 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 33 A Ética representa os Princípios e Valores de uma organização e são essenciais para a construção da imagem de uma empresa. Veja a seguir a importância da Ética numa empresa: Altos padrões éticos criam um ambiente de trabalho saudável; Empresas com altos padrões éticos tem menos problemas com furtos, sabotagem, discriminações e produtos defeituosos. A empresa desenvolve relações de confiança mais estáveis e lucrativas com os clientes. Minimiza o risco de escândalos e exposição negativa na mídia. O comportamento ético gera confiança, fundamental nas transações comerciais. A ética aceita e partilhada se difunde na organização na forma de seus princípios e valores e sustentam a missão. As características da Ética, também chamado de Caráter Ético, são: 34 PARA PENSARMOS JUNTOS! - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A Ética é diferente da Moral? Certamente!... Enquanto a Ética representa os princípios e valores, ou seja, o caráter ético, a Moral representa os comportamentos e costumes praticados em uma organização. - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Sendo assim, uma pessoa é moral quando age de acordo com os costumes e valores estabelecidos. Logo, uma pessoa pode ser moral (seguir costumes), sem ser ética (obedecer a princípios). Por isso, os Princípios devem ser declarados e exigidos pela empresa em seu Planejamento Estratégico para que os costumes (Moral) de seus colaboradores representem na prática verdadeiramente o caráter ético por ela requerido. Para exemplificar os Princípios, voltemos agora ao exemplo do segmento de alimentação que criei anteriormente: Segmento: Alimentação (fast food). Negócio: Sabor e rapidez. Missão: Servir alimentos saborosos e saudáveis com rapidez em um ambiente limpo e amistoso. Princípios: Satisfação do cliente; Respeito às diferenças culturais e ao meio ambiente; Zelo, rigor e higiene na guarda e preparação dos alimentos; Trabalhar com entusiasmo e determinação; Valorização do trabalho em equipe. Nesse exemplo, você pode observar que os elementos que compõem o caráter ético estão presentes nos Princípios. Apresentar os Princípios por meio de frases os torna mais fáceis de entender e de assimilar, além de servirem como slogans para campanhas internas de conscientização. 35 9 ANÁLISE DO AMBIENTE Após a definição do Negócio, da Missão e dos Princípios que, conjuntamente, estabelecem a razão de existência de uma determinada empresa e como seus colaboradores devem se comportar junto ao seu público de interesse, chegamos à etapa de Análise do Ambiente. PARA REFLETIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Se conhecermos o inimigo e a nós mesmos, não precisamos temer uma centena de combates. Se nos conhecermos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecermos nem ao inimigo, perderemos todas as batalhas. Sun Tzu (A Arte da Guerra)14 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Essa etapa é crucial para o futuro de uma empresa, pois é o momento de olhar criticamente para o que a empresa faz internamente, ou seja, seu Ambiente Interno, e como ela é impactada pelo Mercado Competitivo. Por meio dessa análise conjunta do Ambiente Interno e do Mercado Competitivo que será possível estabelecer iniciativas de melhorias e de aproveitamento de oportunidades para o futuro da empresa. Quando analisamos o Ambiente Interno, focamos na identificação de forças e fraquezas presentes nas atividades regulares da empresa. Podem ser de qualquer natureza (comportamental, física, processos, etc...) Trata-se de um olhar crítico para dentro da empresa, para descobrir o que a empresa faz bem e o que a empresa faz de forma deficiente. 14 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 36 Quando analisamos o Mercado Competitivo, focamos na identificação de oportunidades e ameaças decorrentes do Ambiente Externo da empresa. Trata-se de toda discussão que fizemos no capítulo 1 desse material sobre tendências dos macro e microambientes. Essa análise conjunta do Ambiente Interno e do Mercado Competitivo é comumente conhecida por Análise da Matriz SWOT – Acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). O esquema abaixo representa graficamente a composição da Matriz SWOT: Fonte: Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) 37 Vamos discutir o esquema: Paraa Avaliação Externa, são levantadas as Ameaças e Oportunidades advindas do Mercado Competitivo para descobrir quais são os Fatores- chave de Sucesso para a empresa, ou seja, o que a empresa deve aproveitar como Oportunidade e o que a empresa deve se proteger contra as Ameaças. Para a Avaliação Interna, são levantadas as Forças e Fraquezas advindas do Ambiente Interno da empresa para detectar quais são suas Competências Distintivas, ou seja, o que a empresa internamente faz ou deveria fazer para que a diferencie estrategicamente dos concorrentes e que contribua para sua competitividade. A Criação das Estratégias deriva da combinação dos Fatores-chave de Sucesso com as Competências Distintivas. Em outras palavras, significa usar a força interna da empresa para aproveitar as oportunidades que surgirem do ambiente externo (Mercado competitivo). A Responsabilidade Social e os Valores Gerenciais são os Princípios que devem balizar ou servir de referência para a Avaliação e Escolha da Estratégia que será implementada pela empresa. RELEMBRANDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Os Princípios devem ser sempre levados em conta na avaliação e escolha das estratégias a serem implementadas pela empresa, de modo que não se sejam cometidos ganhos ilícitos, irregularidades ou irresponsabilidade que possam futuramente colocar em risco os intensivos e árduos esforços de uma organização. Como se diz popularmente, o crime não compensa! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 38 Para ilustrar uma Análise do Ambiente, a seguir, apresento um exemplo referente a uma farmácia onde são destacados os aspectos positivos (cor verde) e os aspectos negativos (cor vermelha) para facilitar a detecção de combinações favoráveis para a farmácia: SWOT Positivos Negativos PONTOS FORTES PONTOS FRACOS In te rn o s (O rg a n iz a ç ã o ) Localização Layout Produtos genéricos Variedade de produtos Informatização da loja Entrega em domicílio Lucratividade alta Atendimento Banco de dados Pouca flexibilidade em preço Acompanhamento pós-venda Falta de entrega programada Pouca propaganda OPORTUNIDADES AMEAÇAS E x te rn o s (A m b ie n te ) Usuários contínuos Novas doenças Maior longevidade Busca por conveniência Incentivo do governo Marketing de relacionamento Maior aceitação de genéricos Novos entrantes Novos medicamentos Maior tratamento preventivo Alto índice de desemprego Grande número de concorrentes Restrições legais sobre propagandas Esse exemplo de composição da Matriz SWOT nos permite fazer diversas combinações: Se a farmácia tem como força a “localização” e existe a oportunidade “busca de conveniência”, logo essa combinação deve ser explorada pela empresa para valorização do negócio junto ao seu público alvo; 39 Se a farmácia tem como força “variedade de produtos” e existe a oportunidade “novas doenças”, logo essa combinação também deve ser explorada pela empresa para ampliação das vendas. 10 VISÃO Com a definição do Negócio, da Missão, dos Princípios e da Análise do Ambiente, podemos formular a Visão. A Visão é o referencial de crescimento, de futuro, para a empresa. Uma empresa sem uma visão declarada e compartilhada com seus colaboradores fica sem referência de onde e como pretende chegar no futuro. A Visão promove um rumo para a inovação, tira a empresa da “zona de conforto”, orienta o planejamento e complementa a Missão. Para ser consistente, uma Visão deve atender aos seguintes requisitos e princípios15: 1º) Ser empreendida pela Liderança da empresa: A alta cúpula da empresa deve ser o exemplo de mobilização demonstrando para os colaboradores a importância da Visão e o ímpeto para atingi-la. 2º) Ser compartilhada com a equipe: Os líderes da empresa devem discutir com suas equipes formas de atingir a Visão. Essa discussão é fundamental para a disseminação e concretização da Visão. 3º) Abrangência e detalhamento: Uma Visão é uma frase que vislumbra o futuro, mas que necessita de continuidade para atingir seu propósito. Essa continuidade diz respeito às etapas de construção e execução do Planejamento Estratégico (veremos no Tópico 3). 4º) Ser positiva e inspiradora: Novamente retornamos aos Princípios. Uma Visão sem Princípios torna-se uma mentira, uma fraude ou uma ilusão, 15 Barker (1994) 40 que sucumbe com o tempo. Logo, se a Visão não se embasar em ideias positivas e inspiradoras, dificilmente os colaboradores compartilharão de sua implementação. PARA FIXAR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem Visão é só um passatempo. Visão com Ação pode mudar o mundo. Joel Barker (1994) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - A seguir, criei alguns exemplos de Visão a partir dos exemplos anteriores de Negócio e Missão: Segmento: Alimentação (fast food). Negócio: Sabor e rapidez. Missão: Servir alimentos saborosos e saudáveis com rapidez em um ambiente limpo e amistoso. Visão: Ser a marca mais gostosa do Brasil. Segmento: Hospital. Negócio: Saúde. Missão: Oferecer soluções para a saúde humana, proporcionando bem-estar e qualidade de vida, por meio de serviços especializados, éticos e seguros. Visão: Ser referência na busca incessante da vida e da fraternidade. 41 Segmento: Transporte terrestre. Negócio: Viagem Missão: Levar pessoas aos seus destinos de viagem com segurança, pontualidade e conforto. Visão: Ser reconhecida como uma empresa que cumpre o que promete. 11 DIRETRIZES Com a definição do Negócio, da Missão, dos Princípios, da Análise do Ambiente e da Visão, podemos finalizar os elementos de Concepção do Planejamento Estratégico com a definição das Diretrizes. As Diretrizes são: os norteadores que a empresa deve seguir para poder transformar as ameaças em oportunidades; os sentidos do que fazer e também do que não fazer internamente para se alcançar a visão. Exemplos de Diretrizes: 42 TÓPICO 3 CONSTRUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 12 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS Neste tópico estudaremos os elementos de Construção do Planejamento Estratégico: Objetivos, Metas e Estratégias Competitivas. Todo objetivo representa algo que se busca. Em nossa vida pessoal, quando fazemos poupança para adquirir um bem, como um carro, uma casa, ou um serviço, como uma reforma, uma viagem, ou algo mais, estamos atrás de um objetivo para realizar uma necessidade ou um desejo. Em uma empresa não é diferente. Os objetivos são necessários para alavancar resultados que propiciem a competitividade e longevidade de uma empresa. Seguindo a mesma ordem de classificação do Planejamento, que vimos no Tópico 1, os objetivos são classificados em: Objetivos Operacionais São aqueles utilizados para as atividades comuns realizadas na rotina de uma empresa. Por exemplo, tempo de entrega de produtos ou matéria-prima utilizada para produção. Objetivos Táticos São aqueles utilizados pelas unidades ou gerências de uma empresa para atingir seus planejamentos. Por exemplo, definição de produtividade, capacitação de pessoal ou volume de vendas. Objetivos Estratégicos São aqueles definidos no Planejamento Estratégico da empresa para serem seguidos e implantadospelas unidades ou gerências, de forma individual ou conjuntamente. São abrangentes e valem para toda a empresa. Por exemplo, lançamento de novos produtos, criação de novas unidades ou projetos de melhoria. 43 FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Objetivos Estratégicos são diferentes de Metas Estratégicas: Objetivos Estratégicos são resultados a serem alcançados. Exemplo: ampliar a participação no mercado do produto A. Metas Estratégicas são objetivos quantificados. Exemplo: ampliar em 10% a participação no mercado do produto A num prazo de dois anos. Enquanto o Objetivo é qualitativo, a Meta é quantitativa. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Objetivos Estratégicos são resultados que a empresa deve alcançar, num prazo determinado, para concretizar sua Visão sendo competitiva no ambiente atual e no futuro16. Partindo desses conceitos e fundamentos, podemos afirmar que objetivos estratégicos bem formulados devem apresentar as seguintes características: Devem se desdobrar em metas, com respectivos prazos previamente definidos; Devem concretizar a Visão e, por isso, devem ser desafiantes, mas atingíveis com os recursos disponíveis pela empresa; Devem ser convergentes e não conflitarem com relação aos resultados pretendidos, ou seja, serem coerentes entre si. Devem ser passíveis de medição para controle, ou seja, mensuráveis. 16 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 44 13 ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS O processo de elaboração dos Objetivos Estratégicos deve seguir, de forma ordenada e encadeada, os seguintes estágios: I. Definição do horizonte dos objetivos estratégicos; II. Definição de Perspectivas; III. Definição dos objetivos estratégicos; IV. Definição das metas e indicadores de desempenho; V. Elaboração do painel de controle. Vamos discutir e elucidar cada um desses estágios: I. Definição do horizonte dos Objetivos Estratégicos: O horizonte diz respeito ao tempo para que os objetivos estratégicos sejam distribuídos logicamente ao longo do Planejamento Estratégico. Logo a definição do horizonte dos objetivos estratégicos é, na prática, a duração ou vigência do Planejamento Estratégico. A definição do horizonte dos objetivos estratégicos ou a duração do Planejamento Estratégico é realizada em função da dinâmica do setor no qual atua cada empresa. É uma definição que envolve subjetividade e bom senso, mas, de modo geral, empresas que atuam em setores muito dinâmicos, ou seja, de rápidas mudanças e muita inovação, adotam vigências de 1 a 4 anos para seu Planejamento Estratégico. Empresas que atuam em setores mais conservadores, ou seja, que produzem bens ou serviços com menor exigência inovadora, adotam vigências de 4 a 8 anos para seu Planejamento Estratégico. Mas, de qualquer forma, é uma decisão que parte de cada empresa. 45 II. Definição de Perspectivas: Perspectivas são funções necessárias e estratégicas que uma empresa define para focar sua atenção e para prove- las de objetivos que as desenvolvam holisticamente para o atingimento de propósitos que culminem na Visão. Para que fique bem claro para você o que são perspectivas, vou fazer uma analogia com o corpo humano: Como pode ver nessa imagem, o corpo humano é formado por diversos sistemas que devem funcionar conjuntamente e em harmonia para que o todo, ou seja, o corpo inteiro possa funcionar plenamente. Portanto, não basta que o sistema cardiovascular funcione adequadamente se, por exemplo, o sistema imunológico não estiver ativo. Se isso ocorrer, mais cedo ou mais tarde, o corpo será atacado por um invasor (bactérias, vírus, micróbios ou doenças) que podem colocar em risco o funcionamento de todos os sistemas e, portanto, da vida de todo o corpo. Por analogia, as perspectivas de uma empresa são como sistemas do corpo humano, que devem ser levantados, tratados e fortalecidos continuamente para que toda a empresa possa seguir sua trajetória em busca do atingimento de sua Missão e Visão. Esse fortalecimento das perspectivas de uma empresa ocorre quando são definidos, para cada uma delas, Objetivos Estratégicos. 46 PARA PENSARMOS JUNTOS! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Como definirmos quais as Perspectivas que uma empresa pode adotar em seu Planejamento Estratégico? Temos dois caminhos: O primeiro caminho é fazermos de forma convencional, ou seja, identificando quais perspectivas são vitais para o funcionamento da empresa e os seguirmos para formulação dos Objetivos Estratégicos. Por exemplo, podem ser adotadas as perspectivas de Crescimento, de Participação no Mercado, de Produtividade, de Qualidade, de Inovação, de Resultados Econômicos, dentre outras que a empresa julgar relevantes. O segundo caminho é utilizando uma metodologia bastante conceituada e amplamente utilizada em Planejamento Estratégico que é o Balanced Scorecard17. Essa metodologia, além de propor perspectivas bem abrangentes para as funções vitais de uma empresa, também propicia uma lógica de sincronismo entre as perspectivas, chamada de relação causa-efeito. Nesse tópico adotaremos o segundo caminho, ou seja, a adoção da metodologia Balanced Scorecard em função da importância da relação causa- efeito para o equilíbrio e correspondência entre os Objetivos Estratégicos. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 17 Metodologia desenvolvida por Robert S. Kaplan e David P. Norton em 1990 e adotada por diversas empresas no mundo para organizar e sincronizar os Objetivos Estratégicos. Também chamado de BSC, o Balanced Scorecard é adotado no Brasil por grandes empresas como Vale, Gerdau, Alcoa, Petrobrás, Votorantin, Unibanco, Suzano, Oxiteno, SENAI, Eletrosul, Bandes, dentre outras. Todas as organizações premiadas pelo Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) utilizam o BSC como modelo de gestão em busca da excelência. 47 Agora que você entendeu o que são Perspectivas, vamos discutir os dois fundamentos essenciais do BSC: O 1º fundamento diz respeito aos elementos construtivos do BSC que são suas Perspectivas previamente determinadas conforme esquema a seguir: Como pode observar nesse esquema, as Perspectivas previamente determinadas para o BSC são: Financeira, Clientes, Processos internos e Aprendizado e crescimento. Essas Perspectivas, segundo seus idealizadores Kaplan e Norton (2004), são os primordiais para a vitalidade de uma empresa e também abrangentes, pois tem a capacidade de englobar outras possíveis Perspectivas. Também pode observar que para cada Perspectiva há uma pergunta com a finalidade de induzir a formulação dos Objetivos Estratégicos. Em outras palavras, as respostas dessas perguntas devem ser formuladas sob forma de Objetivos Estratégicos. 48 EXEMPLIFICANDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Por exemplo, para a Perspectiva Financeira há a seguinte pergunta: Para ter sucesso financeiro, como a EMPRESA mostra-se para seus acionistas? As respostas dessa pergunta, sob forma de Objetivos Estratégicos, podem ser: - Garantir o crescimento sustentável; - Ampliar e diversificar receitas; - Otimizar custos e despesas; - Crescer de forma incremental. Além de outras de natureza financeira que uma empresa pode adotar. - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Por fim, você pode observar no esquema que em seu centro está a Visão e a Estratégia, ou seja, para onde se dirigem e se destinam as Perspectivas e todos os seus Objetivos Estratégicos. O 2º fundamento diz respeito à relação de causa e efeito provocada pelo BSC: 49 Como pode observar nesse Diagrama Causa e Efeito, cada Perspectiva tem uma finalidade específica que propicia condições para que a próxima Perspectiva possa realizar sua finalidade específica, e assim por diante até a quarta e última Perspectiva. FIQUE ATENTO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Cada finalidade de uma Perspectiva será desdobrada em Objetivos Estratégicos conforme intenções ou propósitos do gestor da empresa que estiver construindo o BSC. Logo, essas finalidades das Perspectivas, conjuntamente com as perguntas do esquema anterior do BSC, são orientações ou guias para formulação dos Objetivos Estratégicos. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - III. Definição dos Objetivos Estratégicos: Definir os Objetivos Estratégicos, na lógica do BSC, é formulá-los e agrupa- los dentro das Perspectivas que se enquadrarem. Para tanto, deve-se ter em mente a finalidade de cada Perspectiva para evitar duplicidade ou incoerência. Esse é o momento de resgatar as etapas de concepção do Planejamento Estratégico para formular os Objetivos Estratégicos e inseri-los no BSC. A partir das Informações e do Conhecimento gerado com as concepções do Negócio, da Missão, dos Princípios, da Análise do Ambiente, da Visão e das Diretrizes que será possível estabelecer quais serão os Objetivos Estratégicos necessários para que essas etapas, de fato, se tornem realidade na empresa. 50 FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Não existe no BSC indicação ou sugestão da quantidade de Objetivos Estratégicos que devem formulados, seja para cada Perspectiva ou para sua totalidade. Essa quantidade de Objetivos Estratégicos depende de: a) Horizonte do Planejamento Estratégico: Normalmente quanto maior o tempo do Planejamento Estratégico, maior a quantidade de Objetivos Estratégicos; b) Capacidade ou recursos que podem ser investidos pela empresa para a implementação do Planejamento Estratégico. De toda forma, a quantidade de Objetivos Estratégicos não é uma decisão, mas sim uma consequência do volume de propósitos e intenções dos dirigentes da empresa. Logo, quanto mais propósitos, mais Objetivos Estratégicos serão necessários para torna-los realidade. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Para formular um exemplo de elaboração do BSC, vamos partir do seguinte exemplo que apresentei no Tópico 2: Segmento: Alimentação (fast food). Negócio: Sabor e rapidez. Missão: Servir alimentos saborosos e saudáveis com rapidez em um ambiente limpo e amistoso. Princípios: Satisfação do cliente; Respeito às diferenças culturais e ao meio ambiente; Zelo, rigor e higiene na guarda e preparação dos alimentos; Trabalhar com entusiasmo e determinação; Valorização do trabalho em equipe; Integridade nos relacionamentos. Visão: Ser a marca mais gostosa do Brasil. 51 Precisamos ainda da Análise Ambiental para dar consistência à formulação dos Objetivos Estratégicos. Vamos supor que são os seguintes: SWOT Positivos Negativos PONTOS FORTES PONTOS FRACOS In te rn o s (O rg a n iz a ç ã o ) Atendimento Localização Layout Informatização da loja Lucratividade alta Preço Variedade de produtos Padronização das operações Capacitação de pessoal Flexibilidade para pedidos OPORTUNIDADES AMEAÇAS E x te rn o s (A m b ie n te ) Expectativas dos usuários por novidades Busca por conveniência Marketing de relacionamento Maior aceitação por produtos naturais Novos entrantes Novos produtos naturais Preferências por produtos naturais Alto índice de desemprego Muitos concorrentes Considerando que as Diretrizes traçadas pela empresa são: Melhoria contínua do ambiente de trabalho; Oferta de alimentos saudáveis e nutritivos; Inovação de produtos e serviços; Desenvolvimento de colaboradores; Responsabilidade social e ambiental. Com base nos elementos de Concepção do Planejamento Estratégico (Negócio, Missão, Princípios, Análise do Ambiente, Visão e Diretrizes) é proposto o seguinte BSC para a empresa de alimentação (fast food): 52 Como você pode observar, os 13 Objetivos Estratégicos propostos tem relação com aspectos levantados na Análise Ambiental e estão devidamente relacionados (as flechas ou conectores representam a relação de causa e efeito) informando que cada objetivo, ao ser realizado, propicia condições para que o próximo objetivo, a ele ligado, seja realizado. IV. Definição das metas e indicadores de desempenho: Metas são quantificações dos Objetivos Estratégicos, enquanto os Indicadores representam formas para medi-los. São essenciais para o BSC, pois permitem monitorar se os Objetivos Estratégicos estão sendo atingidos. 53 Vamos voltar ao exemplo do fast food mostrado anteriormente para exemplificar a elaboração de Metas e Indicadores: Objetivos Estratégicos Indicadores Metas 1 - Garantir o crescimento sustentável Taxa de crescimento 5 % ao ano 2 - Ampliar e diversificar receitas Aumento da Receita 10% ao ano 3 - Otimizar custos e despesas Taxa de otimização 5% ao ano 4 - Propiciar ambientes agradáveis e atrativos Satisfação do cliente 90% 5 - Atrair e conquistar novos clientes Novos clientes 1mil ao ano 6 - Inovar na oferta de produtos e serviços Venda de novos produtos 50% das vendas 7 - Estilizar e animar os ambientes dos clientes Aceitação do cliente 90% 8 - Ampliar variedade de produtos Novos produtos 10 ao ano 9 - Produzir lanches naturais Lanches produzidos 50 mil ao ano 10 - Promover campanhas de fidelização de clientes Clientes fidelizados 2 mil ao ano 11 - Adotar práticas de controle da qualidade Reclamações dos clientes 5 ao mês 12 - Capacitar equipes de atendimento e de preparo Capacitação técnica 10 h ao mês 13 - Intensificar ações de integração das pessoas Eventos de integração 2 ao mês Como você pode observar, para cada Objetivo Estratégico há um indicador com respectiva Meta Estratégica para servir de referência para saber se os 54 Objetivos Estratégicos estão sendo atingidos. Repare que não há um padrão quanto à unidade da Meta Estratégica, pois dependerá do seu Indicador. V. Elaboração do painel de controle: O Painel de Controle é o último estágio para a elaboração dos Objetivos Estratégicos e consiste de um quadro que sintetiza as Perspectivas, os Objetivos Estratégicos com respectivos Indicadores e Metas no horizonte do Planejamento Estratégico. Para finalizar o exemplo do fast food, vamos montar o Painel de Controle: Pers pecti vas Objetivos Estratégicos Indicadores Metas 1º ano 2º ano 3º ano F in a n c e ir a 1 - Garantir o crescimento sustentável Taxa de crescimento 5% 10% 15% 2 - Ampliar e diversificar receitas Aumento da Receita 10% 20% 30% 3 - Otimizar custos e despesas Taxa de otimização 5% 10% 15% C lie n te s 4 - Propiciar ambientes agradáveis e atrativos Satisfação do cliente 90% 90% 90% 5 - Atrair e conquistar novos clientesNovos clientes 1 mil 2 mil 3 mil 6 - Inovar na oferta de produtos e serviços Venda de novos produtos 50% 50% 50% 55 P ro c e s s o s I n te rn o s 7 - Estilizar e animar os ambientes dos clientes Aceitação do cliente 90% 90% 90% 8 - Ampliar variedade de produtos Novos produtos 10 20 30 9 - Produzir lanches naturais Lanches produzidos 50 mil 100 mil 150 mil 10 - Promover campanhas de fidelização de clientes Clientes fidelizados 2 mil 4 mil 5 mil A p re n d iz a d o e C re s c im e n to 11 - Adotar práticas de controle da qualidade Reclamações dos clientes 60 120 180 12 - Capacitar equipes de atendimento e de preparo Capacitação técnica 120 h 240 h 360 h 13 - Intensificar ações de integração das pessoas Eventos de integração 24 48 72 Ao observar o Painel de Controle, você pode notar que trata-se de um Planejamento Estratégico com horizonte de tempo de 3 anos. Outro fato importante é verificar que existem Metas Estratégicas que são acumulativas durante os 3 anos, como é o caso do 1º Objetivo Estratégico (Garantir o crescimento sustentável) que deverá crescer 5% ao ano e, portanto, deverá chegar a 15% ao fim do 3º ano. Por outro lado, existem Objetivos Estratégicos que são constantes para cada ano, como é o caso do 4º Objetivo Estratégico (Propiciar ambientes agradáveis e atrativos) cuja meta é 90% de satisfação do cliente (não faria sentido dobra-la para cada ano). 56 14 ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS Estratégia Competitiva18 é o que a organização decide fazer e não fazer, considerando o Ambiente, para concretizar a Visão e atingir os Objetivos, respeitando os Princípios, de forma a se cumprir a Missão no seu Negócio. PARA REFLETIR! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Enquanto os Objetivos Estratégicos indicam o que a empresa pretende atingir, as Estratégias Competitivas indicam como a empresa pretende atingir. O Objetivo Estratégico representa o Fim e a Estratégia Competitiva representa o Meio. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - O processo de elaboração das Estratégias Competitivas deve seguir, de forma ordenada e encadeada, os seguintes estágios: I. Formulação das Estratégias; II. Priorização das Estratégias. Vamos discutir e elucidar cada um desses estágios: I. Formulação das Estratégias: Formular Estratégias é decidir o que fazer para se alcançar cada Objetivo Estratégico, considerando todas as etapas anteriores do Planejamento Estratégico. Na prática, é uma aposta embasada. 18 Vasconcelos Filho e Pagnoncelli (2001) 57 Para uma formulação coerente das Estratégias as seguintes questões devem ser previamente respondidas: Qual é o Objetivo Estratégico, ou seja, o que a estratégia deve alcançar e que é crítico para seu sucesso? Quais são os Indicadores, ou seja, como será medido e acompanhado o sucesso do alcance da estratégia? Quais são as Metas, ou seja, qual o nível de desempenho ou a taxa de melhoria necessária? Em suma, o Painel de Controle que vimos anteriormente deve estar finalizado para, então, se formular as Estratégias. Vamos exemplificar com o esquema a seguir que diz respeito a uma empresa de aviação e o mapa Estratégico está simplificado para focarmos na Estratégia: Nesse esquema, você pode observar que a Estratégia diz respeito a um programa de otimização do ciclo de pouso visando uma alternativa para o atingimento do Objetivo Estratégico. Poderia ser outra alternativa, como, por 58 exemplo, a terceirização dos serviços de pouso. Logo, não existe Estratégia certa, mas sim aquela que a empresa decide fazer. FIQUE SABENDO! - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Estratégias Competitivas são normalmente formuladas sob forma de projetos ou programas. Projetos são empreendimentos temporários que visam a criação de produtos ou serviços únicos. Programas são atividades contínuas derivadas da implantação de projetos. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Outro exemplo para você fixar bem o processo de formulação de Estratégias: Fonte: Criação nossa Esse esquema é referente ao segmento de ensino profissionalizante, no qual se pretende ampliar a participação da instituição de ensino no mercado educacional, cuja meta é de 70%. Analisando bem esse caso, poderiam ser formuladas diferentes Estratégias, como por exemplo: Ofertar cursos in company, adotar políticas de preços diferenciados ou investir em campanhas publicitárias. Contudo, a Estratégia Competitiva definida pela instituição de ensino do exemplo foi “Desenvolver 59 projeto de ensino a distância” apostando que a oferta de ensino a distância poderá ser o diferencial entre o resultado real (atual) da empresa e a meta desejada. II. Priorização das Estratégias: Priorizar as Estratégias Competitivas é definir em qual momento da vigência do Planejamento Estratégico cada uma delas será realizada. Essa priorização é necessária para que a relação de causa e efeito do BSC possa ser atingida. Existem diversas formas e metodologias para priorização de Estratégias. Uma delas, que é amplamente utilizada pelas empresas, chama-se Matriz GUT, que são iniciais que respectivamente significam Gravidade, Urgência e Tendência. 60 Para utilizar a Matriz GUT, cada Estratégia deve ser avaliada quanto aos critérios de Gravidade, Urgência e Tendência, atribuindo a cada um deles uma pontuação que vai de 1 a 5 conforme exposto no esquema anterior. Vamos exemplificar a aplicação da Matriz GUT para priorizar um conjunto de sete Estratégias formuladas por uma empresa que atua no segmento de educação: Como você pode observar, cada Estratégia recebeu uma pontuação para Gravidade, Urgência e Tendência que foram, em seguida, multiplicadas. A ordem da priorização se dá em função das maiores pontuações resultantes dessa multiplicação. Para compreensão dessa pontuação, detalho os pontos obtidos pela Estratégia que ficou em 1º lugar (Programa de qualificação de fornecedores): Gravidade 5 A situação atual é extremamente grave. Urgência 4 É necessária uma ação com urgência. Tendência 5 Se nada for feito, a situação vai piorar rapidamente. 61 Uma análise muito importante e que deve ser realizada após a priorização das Estratégias é a coerência, ou seja, verificar se a ordem obtida faz sentido. No exemplo anterior, você pode observar que as Estratégias estão coerentes: A empresa inicia seu Planejamento Estratégico implantando um “Programa de qualificação de fornecedores” para, após, iniciar o “Desenvolvimento de novos produtos no segmento infantil”. Percebe-se que a intenção foi inicialmente qualificar os fornecedores para que possam enviar matéria- prima adequada para que a empresa possa desenvolver satisfatoriamente os produtos no segmento infantil. Em seguida, realiza a “Implantação de pós-venda” conjuntamente com o “Desenvolvimento de sistema CRM” para que a empresa possa monitorar a satisfação dos clientes com os produtos desenvolvidos e também se relacionar comercialmente com seus clientes para ampliar suas vendas. Em seguida, implanta um “Programa de melhores práticas entre áreas” para disseminar o aprendizado internamente. Conjuntamente implanta um “Programa de intercâmbio do conhecimento com parceiros” para trocar experiências com parceiros para melhorar continuamente a matéria-primaadquirida. Por fim, inicia o “Desenvolvimento de portal corporativo” para divulgar para todos os seus públicos de interesse, internamente e externamente, suas ações, produtos, serviços e mais informações que julgar estratégicas. 62 TÓPICO 4 EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 15 PLANOS DE AÇÃO Neste último tópico estudaremos os elementos de Execução do Planejamento Estratégico: Planos de Ação e de Comunicação. Recordando um pouco do que discutimos no Tópico 3, Estratégias Competitivas são normalmente formuladas sob forma de projetos ou programas, onde: Projetos são empreendimentos temporários que visam a criação de produtos ou serviços únicos. Programas são atividades contínuas derivadas da implantação de projetos. O esquema abaixo representa a sequência das Etapas do Planejamento Estratégico que culminam nos Planos de Ação: Como você pode observar no esquema, todas as Etapas anteriores do Planejamento Estratégico devem se desdobrar em Projetos ou Programas que devem estar dispostos nos Planos de Ação, que por sua vez, englobam as ações de implantação e também de comunicação ou de divulgação. 63 Mas, antes de discutimos com detalhes os Planos de Ação, eu gostaria de distinguir bem Projetos e Programas e, para tanto, te apresentar um exemplo para não haver nenhuma dúvida sobre isso. Enfatizo que essa distinção é muito importante, pois propicia equilíbrio para as formulações de metas de continuidade das atividades quotidianas de uma empresa (Programas) e para as ações relativas aos novos empreendimentos (Projetos). Vamos pensar em uma loja de roupas: Os Objetivos Estratégicos direcionados para Programas são aqueles que visam melhorias nas atividades quotidianas de uma loja, como a recepção, a entrega dos produtos, a troca de produtos e todas as demais atividades de atendimento ao cliente. Os Objetivos Estratégicos direcionados para Projetos são aqueles que visam inovações em uma loja, como diversificação de produtos, melhorias de layout, atendimento on-line, dentre outras. Projetos visam um salto de patamar entre o que a empresa faz e o que ela pretende fazer para se diferenciar das demais empresas. Pensar em Projetos é vital para a conquista de novos clientes, mas encantar os atuais clientes com atendimentos diferenciados é fundamental para mantê-los. FIQUE SABENDO! - - - - - - - -- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Perder um cliente significa muito mais que perder uma venda. Significa perder toda a corrente de compras que o cliente faria ao longo de uma vida inteira de consumo e também toda mídia espontânea positiva que ele poderia gerar. Custa cinco vezes mais atrair um novo cliente do que reter um cliente antigo19. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 19 KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 9ª ed. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2003. 64 Agora que ficou claro o significado de Projetos e Programas e também suas devidas importâncias, vamos discutir os Planos de Ação que os englobam. Os Planos de Ação tem a função de colocar em prática a vantagem competitiva que a empresa pretende empreender para se diferenciar no mercado por meio de uma programação das estratégias que foram anteriormente definidas. Os elementos necessários para a Programação são: Estratégias a serem implantadas; Prioridade ou ordem das implantações; Gestores responsáveis pelas implantações; Recursos disponíveis para as implantações; Programação, propriamente dita, dos períodos de implantação. Para exemplificar a Programação vamos retornar ao exemplo que te apresentei no Tópico 3 quando fizemos a priorização das estratégias para uma empresa que atua no segmento de educação: 65 Agora que temos as Estratégias definidas e priorizadas, podemos compor o Plano de Ação da execução dessas Estratégias. Então vamos compor o Plano de Ação entendendo que: Os nomes dos gestores serão colocados na Programação; Os recursos também serão colocados na Programação; O horizonte ou vigência do Planejamento Estratégico será de 3 anos divididos em 12 trimestres. Plano de Ação Estratégias / Prioridade Gestor Recursos Programação [trimestres] 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1. Programa de Qualificação de fornecedores 1º Carlos Silva R$ 125.000 x x x 2. Desenvolvimento de novos produtos no segmento infantil 2º Antonio Andrade R$ 520.000 x x x x 3. Implantação de pós-venda 3º Luciana Fontes R$ 105.000 x x x 4. Desenvolvimento de sistema CRM 3º Luciana Fontes R$ 150.000 x x x x x x 5. Programa de melhores práticas entre áreas 4º Carlos Almeida R$ 85.000 x x x x 6. Programa de intercâmbio do conhecimento com parceiros 4º José Alencar R$ 60.000 x x x x 7. Desenvolvimento de portal corporativo 5º Paulo Gomes R$ 175.000 x x x 66 Agora vamos analisar cada parte que está nessa Programação: Na 1ª coluna estão todas as Estratégias devidamente numeradas e seguindo a ordem de priorização que foi feita antes no esquema anterior; Na 2º coluna está disposta a ordem de prioridade das implantações ordenada de forma crescente; Na 3ª coluna estão os gestores responsáveis pelas implantações, ou seja, aquelas pessoas incumbidas de executar a Estratégia, como também relatar regularmente à Direção da empresa o andamento da execução; Na 4ª coluna estão os recursos financeiros liberados pela Direção da empresa para as implantações das Estratégias; Na 5ª coluna está a Programação onde cada divisão representa um trimestre, totalizando 12 trimestres ou 3 anos (vigência do Planejamento Estratégico definida anteriormente). Cada “x” na linha de Programação de cada Estratégia representa os trimestres selecionados para que a Estratégia seja implantada. Dessa forma, por exemplo, a implantação da 1ª Estratégia (Programa de qualificação de fornecedores) ocorrerá durante os três primeiros trimestres da vigência do Planejamento Estratégico. Estratégias de mesma ordem de prioridade começam a implantação conjuntamente, como é o caso da terceira e quarta Estratégias, como também da quinta e sexta Estratégias. A última Estratégia deve findar a vigência do Planejamento Estratégico. Observação: Nesse exemplo você pode verificar que, das sete Estratégias, três são Programas (1ª, 5ª e 6ª Estratégias), enquanto quatro são Projetos (2ª, 3ª, 4ª e 7ª Estratégias). Conforme vimos antes, essa distribuição entre Programas e Projetos representa uma preocupação dos gestores da empresa com a inovação e busca de vantagem competitiva, mas também com a evolução da qualidade nas atividades quotidianas da empresa. Até aqui, discutimos o conceito e elaboração dos Planos de Ação, sua importância e os detalhes de sua programação. Encerrada essa parte, vamos adiante para discutir o Plano de Comunicação. 67 16 PLANOS DE COMUNICAÇÃO A Comunicação ou Divulgação é extremamente importante, pois indicará as formas e meios de fazer com que todas as Etapas do Planejamento Estratégico sejam conhecidas e internalizadas pelos públicos de interesse da empresa. Vamos recordar um fato real para ilustrar a importância da Divulgação: Um dos grandes feitos da ciência e da tecnologia no século passado foi a ida do homem à Lua, que ocorreu em 20 de julho de 1969. O país que conseguiu tal feito foram os Estados Unidos da América. O mundo vivia nessa época uma era de extrema tensão geopolítica conhecida como “Guerra Fria” utilizada para simbolizar não umaguerra de fato, mas sim a rivalidade tecnológica, política e econômica entre as duas principais potências mundiais da época: Estados Unidos e União Soviética. De certa forma, a chegada à lua foi disputada por esses dois países como demonstração de qual teria tecnologia mais avançada. Nessa disputa, a União Soviética adiantou-se com relação aos EUA e, em 1957, conseguiu colocar o primeiro satélite na órbita terrestre, o Sputink I. Em 1961, também pôs no espaço sideral o primeiro homem, o astronauta Yuri Gagarin, a bordo da Nave Vostok. Com esse sucesso inicial da União Soviética, os EUA investiram naquilo que representava o grande êxito: chegar primeiro à lua. Com a criação da NASA em 1958 que pôs em ação o Programa Apollo, em 16 de julho de 1969 a nave Apollo 11 foi lançada rumo à lua. Após quatro dias de trajetória, no dia 20 de julho de 1969, a NASA recebeu o primeiro contato dos dois astronautas que primeiramente pisaram na Lua: Neil Armstrong e Edwin Aldrin. Foi um grandioso Planejamento Estratégico que durou pouco mais de 10 anos, contando da criação da NASA até o êxito dos astronautas. Um fato marcante desse Planejamento Estratégico narrado e veiculado por diversas mídias mundiais foi a 68 constância de propósito de todos os integrantes da NASA em levar o homem à lua antes dos soviéticos. Esse fato pode ser ilustrado pelo conhecimento de centenas de colaboradores da NASA a respeito da Missão e Visão da NASA naquela época. Conforme relata a história dessa época, certa vez, o então Presidente americano John Kennedy, em visita à NASA, perguntou a um faxineiro que andava com uma vassoura na mão o que ele fazia na agência espacial. Ele respondeu: “Sr. Presidente, estou ajudando a levar o homem à Lua”. Como você observou nesse caso do Homem na Lua, a Comunicação é muito importante para o Planejamento Estratégico pois transmite propósitos, acena para possibilidades de inovação e, primordialmente, cria um caminho, um norte ou uma direção para que todos os colaboradores possam dar valor e objetividade para suas atividades. Agora que você tem uma boa noção da importância da Comunicação, vamos discutir quais são as duas fases necessárias para sua execução: Fase 1 Definição dos públicos de interesse que terão acesso às etapas do Planejamento Estratégico; Fase 2 Definição dos instrumentos para que esses públicos de interesse tenham acesso às etapas do Planejamento Estratégico a eles dirigidos. Para a Fase 1 deve ser elaborada uma Matriz de Divulgação indicando os públicos de interesse e as etapas do Planejamento Estratégico, para que se possa indicar visualmente os acessos permitidos para cada público. Para a Fase 2 deve ser elaborada uma Matriz de Divulgação indicando os instrumentos de mídia e as etapas do Planejamento Estratégico, para que se possa indicar visualmente quais instrumentos de mídia serão utilizados para divulgação das Etapas do Planejamento Estratégico. 69 Essas Matrizes são apresentadas a seguir: Matriz de Divulgação – Fase 1 O que e para quem divulgar Planejamento Estratégico (Etapas): Públicos de Interesse: N e g ó c io M is s ã o P ri n c íp io s A n á lis e d o A m b ie n te V is ã o O b je ti v o s E s tr a té g ia s 1. Conselheiros e Diretores 2. Gerentes 3. Funcionários 4. Acionistas 5. Clientes 6. Distribuidores 7. Fornecedores 8. Comunidade 9. Governo 10. Sindicato 11. Mídia Por meio dessa Matriz de Divulgação são indicados os Públicos de Interesse que a empresa quer que tenha acesso às Etapas do Planejamento Estratégico. Para preenchê-la, basta marcar um “X” no cruzamento das linhas que descrevem os Públicos de Interesse com as colunas que descrevem as Etapas do Planejamento Estratégico. 70 A seguir, a Matriz que se refere aos instrumentos de divulgação: Matriz de Divulgação – Fase 2 Como divulgar Planejamento Estratégico (Etapas): Mídias: N e g ó c io M is s ã o P ri n c íp io s A n á lis e d o A m b ie n te V is ã o O b je ti v o s E s tr a té g ia s 1. Descanso da tela de computador 2. Intranet 3. Internet 4. Site 5. Mural eletrônico 6. Cartão de visita 7. Perfil da empresa 8. Jornal, boletim ou revista interna 9. Entrevistas 10. Anúncios 11. Mala direta 12. Contracheque 13. Manuais 14. Calendário 15. Relatório anual 16. Brindes 17. Placa 18. Pôster 19. Camiseta 20. Banner 21. Agenda 22. Crachá 23. Botton 71 Lembre-se que não existem critérios sobre o que deve ser divulgado por uma empresa, pois se trata de uma decisão embasada no bom senso e na necessidade de comunicação interna e externa das Etapas do Planejamento Estratégico. Mas, um fato é certo: a divulgação é necessária pelos vários motivos elencados e exemplificados anteriormente. Com a descrição dos Planos de Ação e de Comunicação chegamos ao fim da discussão e explanação de todas as Etapas do Planejamento Estratégico. Seguindo as orientações e exemplos dos quatro tópicos do curso, você terá plenas condições de formular um Planejamento Estratégico. Para servir de roteiro ou guia para facilitar sua compreensão e como referência quando você tiver que elaborar Planejamento Estratégico, eu elaborei e apresento a seguir um Planejamento Estratégico de uma empresa fictícia, mas com dados reais. 17 ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. O Roteiro que apresento a seguir terá como exemplo um banco que criei e que terá o nome ilustrativo de BADEMP. Esse nome é um acrônimo, ou seja, uma palavra que surge da junção das iniciais de Banco do Empreendedor. Nesse roteiro, que funciona como um passo-a-passo, vamos resgatar e aplicar todas as Etapas do Planejamento Estratégico usando o BADEMP como exemplo. Introdução e descrição da Empresa O BADEMP é um banco público de controle acionário do Estado do Espírito Santo com sede na capital Vitória. Sua finalidade é promover iniciativas empreendedoras de pequenos empresários capixabas. Seus recursos são 72 provenientes de subsídios do Governo do Estado e também da prestação de serviços de financiamento. Suas principais atividades são: Avaliação técnica de viabilidade de empreendimentos; Financiamento, a baixo custo, de empreendimentos aprovados. O BADEMP não possui agências fora de sua sede e suas operações, concentradas no Estado do Espírito Santo, são realizadas por meio de parcerias com empresas, instituições e consultores independentes que atuam com fomento. Passo I – Negócio O Negócio, ou seja, o principal benefício esperado pelo cliente do BADEMP é o Empreendedorismo. Passo II – Missão A Missão, ou seja, a razão de existência do BADEMP no seu negócio é Promover e fomentar ativamente o empreendedorismo por meio de projetos que colaborem para o crescimento da economia local e qualidade de vida da população. Passo III – Princípios Os Princípios, ou seja, os balizadores do processo decisório e do comportamento do BADEMP no cumprimento de sua missão são: CLIENTE satisfeito SEGURANÇA nos negócios PESSOAS comprometidas e realizadas QUALIDADE em tudo que faz EMPREENDEDORISMO responsável CRESCIMENTO dos clientes 73 Passo IV – Análise do Ambiente A Análise do Ambiente, ou seja, o levantamento de informações internas e de tendências externas derivadas do Mercado Competitivo, que permitem identificar e monitorar as variáveis competitivas que afetam o desempenho do BADEMP, são apresentadasna Matriz SWOT a seguir: SWOT Positivos Negativos PONTOS FORTES PONTOS FRACOS In te rn o s (O rg a n iz a ç ã o ) Quadro de funcionários com bons níveis de formação; Função social apreciada no mercado; Recursos de capital; Apoio político; Economia de escopo; Experiência na diversificação de linhas; Banco direcionado à financiamentos de médio e longo prazos; Taxas de juros competitivas. Falta de mecanismos eficazes para divulgação dos produtos; Custos altos de garantia; Dificuldades para quitação; Processo moroso; Análise lenta de projetos; Excesso de burocracia e Informações ineficientes; Falta de auxílio na obtenção de documentos; Atendimento moroso; Falta de produtos direcionados a setores potenciais; Baixa disseminação do conhecimento interno; Falta de análise de demanda; Falta de foco do cliente; Logística interna precária; Instalações obsoletas; Falta de equipe preparada para o atendimento; Falta de call center profissionalizado. 74 OPORTUNIDADES AMEAÇAS E x te rn o s (A m b ie n te ) Baixo crescimento da economia; Tendência de urbanização e aumento do setor de serviços, com destaque para entretenimento, turismo e educação; Aumento de escolaridade, devido à alteração na pirâmide etária; Tarifas de serviços, que podem cobrir os salários e ainda renderem receita; CMN autoriza concessão de crédito a clientes que tenham nome irregular; Tendência de inserção de classes menos favorecidas no sistema bancário através do microcrédito; Valorização do empreendedorismo nas faculdades; Sociedade e empresas valorizam e admiram o comprometimento com a responsabilidade social; Rigor das leis de preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Crescimento do crédito rápido via financeiras; Altos investimentos em tecnologia que possibilitam acesso total e ininterrupto aos clientes; Maior exigência dos clientes quanto ao tempo dispensado a ir às agências; "foco no cliente" para "foco do cliente": posicionamento, novas tecnologias, logística de distribuição e processo de venda; Ênfase ao relacionamento com o cliente durante atendimento e processo de venda; Grande concentração do mercado bancário; Aumento de capilaridade dos bancos via agências e correspondentes bancários; Grandes investimentos em publicidade; Alta concentração de renda; Parcerias entre bancos e comércio; Carga tributária muito elevada; Tendência de terceirização de serviços especializados. 75 Passo V – Visão A Visão, ou seja, o referencial de crescimento do BADEMP é Ser referência na promoção do empreendedorismo e do decorrente crescimento econômico da região, por meio da geração de renda, emprego, competitividade e melhores condições de vida para a população. Passo VI – Diretrizes As Diretrizes ou norteadores do que o BADEMP deve fazer para atingir sua visão são: Otimização e rapidez de processos operacionais Atendimento ágil e eficaz Inovação de produtos e serviços Passo VII – Objetivos Estratégicos Os Objetivos Estratégicos elaborados pela alta cúpula do BADEMP são: 1 - Garantir a sustentabilidade econômica e financeira 2 - Ampliar e diversificar receitas 3 - Otimizar despesas 4 - Conquistar e manter clientes 5 - Promover iniciativas de fomento com parceiros 6 - Maximizar a satisfação dos clientes e parceiros 7 - Ampliar a atuação por meio de parcerias 8 - Otimizar o tempo e qualidade na tramitação de projetos 9 - Inovar continuamente produtos e serviços 10 - Aumentar a produtividade dos colaboradores 11 - Desenvolver competências estratégicas 12 - Valorizar e desenvolver colaboradores 13 - Promover a cultura de resultados 14 - Aprimorar continuamente a tecnologia da informação 76 Aplicando a metodologia BSC com respectivas Perspectivas e devida relação de causa e efeito, os Objetivos Estratégicos são descritos a seguir: 77 A seguir, são elaborados os Indicadores e respectivas Metas Estratégicas: Objetivos Estratégicos Indicadores Metas 1 - Garantir a sustentabilidade econômica e financeira Taxa líquida de receita 5 % ao ano 2 - Ampliar e diversificar receitas Aumento da receita 10% ao ano 3 - Otimizar despesas Taxa de otimização 5% ao ano 4 - Conquistar e manter clientes Aumento de clientes 10% ao ano 5 - Promover iniciativas de fomento com parceiros Receita de parceiros 50% 6 - Maximizar a satisfação dos clientes e parceiros Satisfação de clientes 90% 7 - Ampliar a atuação por meio de parcerias Parceiros conveniados 100 ao ano 8 - Otimizar o tempo e qualidade na tramitação de projetos Pontualidade de projetos 90% 9 - Inovar continuamente produtos e serviços Novas linhas lançadas 5 ao ano 10 - Aumentar a produtividade dos colaboradores Metas operacionais 90% 11 - Desenvolver competências estratégicas Coaching para gestores 100 h ao ano 12 - Valorizar e desenvolver colaboradores Capacitação operacional 200 h ao ano 13 - Promover a cultura de resultados Eventos de integração 4 ao ano 14 - Aprimorar continuamente a tecnologia da informação Investimentos em TI 5% da receita anual 78 A seguir, o Painel de Controle para uma vigência ou horizonte de 3 anos: Pers pectiva Objetivos Estratégicos Indicadores Metas 1º ano 2º ano 3º ano F in a n c e ir a 1 - Garantir a sustentabilidade econômica e financeira Taxa líquida de receita 5 % 10% 15% 2 - Ampliar e diversificar receitas Aumento da receita 10% 20% 30% 3 - Otimizar despesas Taxa de otimização 5% 10% 15% C lie n te s 4 - Conquistar e manter clientes Aumento de clientes 10% 20% 30% 5 - Promover iniciativas de fomento com parceiros Receita de parceiros 50% 50% 50% 6 - Maximizar a satisfação dos clientes e parceiros Satisfação de clientes 90% 90% 90% P ro c e s s o s I n te rn o s 7 - Ampliar a atuação por meio de parcerias Parceiros conveniados 100 200 300 8 - Otimizar o tempo e qualidade na tramitação de projetos Pontualidade de projetos 90% 90% 90% 9 - Inovar continuamente produtos e serviços Novas linhas lançadas 5 10 15 10 - Aumentar a produtividade dos colaboradores Metas operacionais 90% 90% 90% A p re n d iz a d o e C re s c im e n to 11 - Desenvolver competências estratégicas Coaching para gestores 100 h 200 h 300 h 12 - Valorizar e desenvolver colaboradores Capacitação operacional 200 h 400 h 600 h 13 - Promover a cultura de resultados Eventos de integração 4 8 12 14 - Aprimorar continuamente a tecnologia da informação Investimentos em TI 5% 10% 15% 79 Passo VIII – Estratégias Competitivas Com os Objetivos Estratégicos anteriormente definidos pela alta cúpula do BADEMP, são apresentadas a seguir as Estratégias Competitivas: Pers pectiva Objetivos Estratégicos Estratégias Competitivas F in a n c e ir a 1 - Garantir a sustentabilidade econômica e financeira - 2 - Ampliar e diversificar receitas 3 - Otimizar despesas C lie n te s 4 - Conquistar e manter clientes Programa de Fidelidade 5 - Promover iniciativas de fomento com parceiros Projeto de integração BADEMP / Parceiros 6 - Maximizar a satisfação dos clientes e parceiros Programa de ampliação de melhores práticas P ro c e s s o s I n te rn o s 7 - Ampliar a atuação por meio de parcerias Projeto de cobertura territorial 8 - Otimizar o tempo e qualidade na tramitação de projetos Programa de qualidade total em serviços 9 - Inovar continuamente produtos e serviços Implantação de métodoDNP 10 - Aumentar a produtividade dos colaboradores Projeto de otimização de operações A p re n d iz a d o e C re s c im e n to 11 - Desenvolver competências estratégicas Programa de coaching para gestores 12 - Valorizar e desenvolver colaboradores Programa de capacitação operacional 13 - Promover a cultura de resultados Eventos de integração 14 - Aprimorar continuamente a tecnologia da informação Desenvolvimento de sistema ERP 80 Passo IX – Plano de Ação Estratégias / Prioridade Gestor Recursos Programação [trimestres] 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1 1 2 1. Programa de Fidelidade 1º José Afonso R$ 250.000 x x x 2. Projeto de integração BADEMP / Parceiros 1º Carlos Brito R$ 125.000 x x x 3. Programa de coaching para gestores 1º Célia Silva R$ 280.000 x x x 4. Programa de ampliação de melhores práticas 2º Antonio Marinho R$ 80.000 x x x x 5. Projeto de cobertura territorial 2º José Afonso R$ 100.000 x x 6. Programa de qualidade total em serviços 2º Antonio Marinho R$ 180.000 x x x 7. Programa de capacitação operacional 2º Célia Silva R$ 220.000 x x x x 8. Implantação de método DNP 3º Paulo Moraes R$ 90.000 x x x x 9. Desenvolvimento de sistema ERP 3º Thiago Neves R$ 800.000 x x x x x x 10. Projeto de otimização de operações 4º Roberta Novaes R$ 275.000 x x x x 11. Eventos de integração 5º José Gomes R$ 50.000 x x x 81 Passo X – Plano de Comunicação Matriz de Divulgação I O que e para quem divulgar Planejamento Estratégico (Etapas): Públicos de Interesse: N e g ó c io M is s ã o P ri n c íp io s A n á lis e d o A m b ie n te V is ã o O b je ti v o s E s tr a té g ia s 1. Conselheiros e Diretores x x x x x x x 2. Gerentes x x x x x x x 3. Funcionários x x x x x x 4. Acionistas x x x x 5. Clientes x x x x 6. Distribuidores x x x x 7. Fornecedores x x x x 8. Comunidade x x x x 9. Governo x x x x 10. Sindicato x x x x 11. Mídia x x x x Matriz de Divulgação II Como divulgar Planejamento Estratégico (Etapas): Mídias: N e g ó c io M is s ã o P ri n c íp io s A n á lis e d o A m b ie n te V is ã o O b je ti v o s E s tr a té g ia s 1. Descanso da tela de computador x x x 2. Intranet x x x x 3. Internet x x x x 82 4. Site x x x x 5. Mural eletrônico x x x x 6. Cartão de visita x x 7. Perfil da empresa x x x x 8. Jornal, boletim ou revista interna x x x x 9. Entrevistas x x x x x x 10. Anúncios x x x x 11. Mala direta x x x x 12. Contracheque x x x 13. Manuais x x x x x 14. Calendário x x x x 15. Relatório anual x x x x x x 16. Brindes x x x x 17. Placa x x x x 18. Pôster x x x x 19. Camiseta x x x x 20. Banner x x x x 21. Agenda x x x x 22. Crachá x x x x 23. Botton x x x x 83 18 REFERÊNCIAS BARKER, Joel. Visão do Futuro. São Paulo: Siamar, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. KAPLAN, Robert S., NORTON, David P. Kaplan e Norton na prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios do Marketing. 9ª ed. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2003. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2011. MINTZBERG, Henry, AHLSTRAND, Bruce, LAMPEL, Joseph. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. MLODINOW, Leonard. O andar do bêbado: como o acaso determina nossas vidas. Rio de Janeiro: Zahar, 2009. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2006. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2003. VASCONCELOS FILHO, Paulo de. PAGNONCELLI, Dernizo. Construíndo estratégias para vencer. Rio de Janeiro: Campus, 2001. WILLIAMS, Chuck. ADM. São Paulo: Cengage Learning, 2010. WRIGHT, Peter et al. Administração estratégica: Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.