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A ABORDAGEM DO FENÔMENO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: LETRAS LÍNGUA PORTUGURSA – FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
DISCIPLINA: LINGUÍSTICA APLICADA AO ENSINO DE LP
PROFESSOR: ANTONIO RICARDO ROSA RUSSO
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA:
A ABORDAGEM DO FENÔMENO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
ALUNA: RENATA DE ALMEIDA GOMES
Rio de janeiro
 2019
A ABORDAGEM DO FENÔMENO DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Este trabalho faz parte da atividade de prática curricular proposta como parte dos estudos de Linguística aplicada ao ensino de língua portuguesa.
Rio de janeiro
2019
"O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e aprender novamente"
Alvin Tofler
SUMÁRIO
1.	OBJETIVO	5
2.	INTRODUÇÃO	6
3.	METODOLOGIA	7
4.	BASE TEÓRICA	8
4.1 A LÍNGUA	8
4.2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA	8
4.2.1 Variação diacrônica	8
4.2.2 Variação diafásica	9
4.2.3 Variação diatópica	9
4.3 VARIANTE LINGUÍSTICA	9
4.4 VARIÁVEL LINGUÍSTICA	9
5.	DESENVOLVIMENTO	9
5.1	LIVRO 01 - Português: Linguagens - Magalhães e Cereja	10
5.1.1 Descrição da estrutura da obra	10
5.1.2 Manual do Professor	11
5.1.3 Fundamentação Teórico-metodológica	12
5.1.4 A variação linguística	13
5.1.5 Terminologia	14
5.1.6 Relação fala/escrita	14
5.1.7 Pluralidade linguística	15
5.1.8 Variação dos fenômenos gramaticais	15
5.1.9 Conclusões	15
6.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
7.	REFERÊNCIAS	16
1. OBJETIVO
O presente estudo visa investigar como a variação linguística é discutida nos livros didáticos de língua Portuguesa do Ensino Fundamental. O que representará uma oportunidade prática de aplicação de alguns conceitos estudados ao longo da disciplina de Linguística aplicada ao ensino de língua portuguesa, ao auxiliar no desenvolvimento de uma capacidade analítica e reflexiva das particularidades existentes entre diferentes livros didáticos de língua Portuguesa. 
Foram escolhidos para abordagem livros didáticos direcionados aos alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental da rede pública, sob a luz das propostas abordadas no PCN e PNLD, no que tange o tratamento dados ao fenômeno da variação linguística. Para foi utilizada uma metodologia pautada na abordagem descritivo-bibliográfica e documental. 
Donde foi possível perceber que houve um significativo avanço nas propostas para os materiais didáticos e, consequentemente, em sala de aula. Mas ainda é possível perceber inúmeros problemas e inconformidades no modo como a variação linguística é trabalhada por tais materiais. 
Assim, podemos perceber também que é preciso melhorar muito tais mecanismos para que a diversidade sociocultural da comunidade linguística não fique comprometida, bem como a aprendizagem de nossa língua materna.
2. INTRODUÇÃO
A abordagem tradicional sempre privilegiou o ensino da gramática normativa. O que consagrou a norma padrão, como única variedade correta, e todas as demais são sujeitas ao repudio social. O que só contribuiu para se espalhasse o preconceito linguístico entre o nosso povo. Nos dias atuais, temos de reconhecer que o fenômeno da variação linguística é uma realidade social e que sua negativa só pode gerar um grave preconceito linguístico. Principalmente por que essa diversidade de forma de falares está refletida diretamente nos alunos dentro das salas de aula. Para uma pratica de ensino eficaz desses mesmos alunos, se faz necessário um conteúdo adequado, além de recursos artísticos e textuais, sobre esta variação linguística nos livros didáticos. Por isso tal assunto tem se tornado uma preocupação cada vez maior na elaboração de livros didáticos.
A ideia principal deste estudo é apresentar de que forma os conceitos sobre a variação linguística aparece nos livros didáticos. Bem como se esses livros trazem conteúdo relevante para serem abordados durante as aulas com nosso corpo discente. Pois entende-se que livro didático é uma ferramenta muito utilizada por professores nas salas de aulas de todo país. Dessa forma que se entende a profunda necessidade de se discutir o tratamento dado por ele no que tange o estudo da variação linguística e, consequentemente, ao combate do preconceito linguístico.
É preocupação constante dos órgãos reguladores de ensino propiciar aos alunos a aprendizagem da norma culta, a escrita e neutralizar as marcas identificadoras de cada grupo social, com proposito de atingir um padrão para nosso povo. Para alcançarmos isto, o entendimento maior é de que precisamos partir das variedades linguísticas utilizadas pelos alunos, sem refletir o preconceito linguístico contra as variedades diferentes da norma padrão. 
De acordo com Bortoni-Ricardo, a escola não deve ignorar as diferenças sociolinguísticas. Os alunos precisam estar cientes de que existem diversas formas de se dizer a mesma coisa e que essas formas alternativas servem a propósitos comunicativos diferentes e que são recebidas de maneiras diferenciadas pela sociedade (BORTONI-RICARDO, 2005, p. 15).
3. METODOLOGIA
A metodologia utilizada é a bibliográfica, toda pesquisa foi elaborada com caráter descritivo e com foco qualitativo, baseada em estudos na área de Sociolinguística, especialmente, nos estudos de Mestre Marcos Bagno. Esta busca revelou um mundo em livros didáticos disponibilizados para as escolas, e que são utilizados para se trabalhar com os alunos do ensino fundamental. Além de uma vasta pesquisa virtual, onde se obteve informações das entidades que coordenam a ferramenta chamada livro didático. 
O ambiente escolar foi determinante para o desenvolvimento desta pesquisa. Foi feita uma ampla consulta nos materiais da biblioteca da escola, no intuito de extrair livros didáticos, tendo em vista as opções de seleções determinadas do ano de 2011 a 2013, no âmbito do PNLD do ensino fundamental, destinados para a elaboração de uma analises dos livros didáticos para o ensino de variação linguística. Foi realizada uma pesquisa intensa, na qual pudemos inclusive entrevistar alguns membros da equipe gestora e professores de uma escola, que puderam gentilmente nos dar orientações pedagógicas muito valiosas sobre os livros didáticos encontrados, principalmente no que tange seus processos de seleção e o modo como trabalham as variações linguísticas, objeto principal deste estudo.
4. BASE TEÓRICA
Para auxiliar na compreensão dos estudos que se seguem, primeiramente devem ser elucidados alguns conceitos básicos adotados nesta pesquisa relacionados a sociolinguística. 
4.1 A LÍNGUA
A língua é um fenômeno em constante mudança, dinâmica. Portanto não é uma realidade pronta, estagnada ou definitiva. Esta tendência de mudança é própria da natureza das línguas. 
4.2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A variação linguística se apresenta quando os falantes recorrem a elementos linguísticos distintos para expressar as mesmas ideias. A variação pode ser influenciada por fatores linguísticos ou extralinguísticos, como origem geográfica, status socioeconómico, grau de escolarização, idade, sexo, mercado de trabalho, redes sociais do falante. Além, é claro, do estilo pessoal, pois cada indivíduo possui uma maneira única de falar. 
Sendo que do ponto de vista linguístico, é preciso enfatizar que não há uma variedade melhor que outra. Porque todas são igualmente organizadas e atendem às necessidades dos grupos que as usam. Portanto a variação linguística um fenómeno normal e requisito condicional do próprio sistema linguístico, e representa uma característica essencial das línguas que pode ser classificada sob a seguinte forma:
4.2.1 VARIAÇÃO DIACRÔNICA
As variações diacrônicas ou históricas se referem aos estágios de desenvolvimento de uma língua ao longo da história. E ocorrem de acordo com as diferentes épocas vividas pelos falantes. Exemplo disso é facilmente distinguível ao se analisar o português arcaico do português moderno, bem como muitas palavras que ficam em desuso ao longo da história.
4.2.2 VARIAÇÃO DIAFÁSICAAs variações diafásicas ou regionais e/ou geográficas: São as variações que se dão em função do contexto comunicativo, podendo ser formal e informal. Ocorrem em razão da convivência entre grupos sociais, tendo como exemplos desta modalidade de variação linguística: as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
4.2.3 VARIAÇÃO DAITÓPICA
As variações diatópicas: São variações que ocorrem de acordo com o local em que vivem os falantes. Ocorrem pelas diferenças regionais (dialetos) de acordo com a cultura local. Este tipo de variação faz presente quando percebemos em diferentes regiões a existência de diferentes culturas, hábitos, modos e tradições, estabelecendo assim uma diversidade de estruturas linguísticas.
4.3 VARIANTE LINGUÍSTICA
O conceito de Variante linguística é a forma linguística (fonema, morfema, palavra ou regra sintática) utilizada na língua como alternativa a outra, com o mesmo valor e função. O que não se confunde de forma alguma o termo variedade linguística.
O conceito de Variável linguística é uma unidade com ao menos duas formas variantes, cuja escolha depende de outros fatores, como sexo, idade, status social, grau de instrução, etc.
4.4 VARIÁVEL LINGUÍSTICA
O conceito de Variável linguística é uma unidade com ao menos duas formas variantes, cuja escolha depende de outros fatores, como sexo, idade, status social, grau de instrução, etc.
5. A ESCOLHA DO LIVRO DIDÁTICO 
Incialmente devemos ressaltar como é feito o processo de escolha de um livro didático para as escolas da rede pública de ensino. Ele começa com o Ministério da Educação avaliando os exemplares das obras, seguido da publicação um guia dos livros didáticos aprovados pelo MEC, o mesmo vem crivado com inúmeras resenhas feitas pelos autores. Depois é encaminhado às escolas para que sejam escolhidos aqueles que melhor atendem ao projeto político pedagógico da escola, ao aluno e professor. Cabe aos professores e equipes pedagógicas analisar as resenhas contidas no guia para escolher adequadamente os livros a serem utilizados no triênio. Portanto este guia é de suma importância para uma boa escolha. 
Todo este processo é orientado pelo MEC para que as escolas realizarem a seleção dos livros didáticos. Durante a instrução deste estudo foi feita coletado o depoimento de alguns profissionais de uma escola pública da região, o que levou ao entendimento de que os processos indicados para a seleção dos livros didáticos a serem distribuídos pelas escolas da educação básica vem sendo seguida. Os profissionais consultados informaram em seus depoimentos que todos seguem os padrões exigidos pelo MEC.
Segundo eles a secretaria de educação envia as opções de livros para a escola, neste momento se cria um grupo formado pelos professores que então fazem a escolha do livro que tem o material mais adequado para que eles possam trabalhar nas salas de aula. Depois disso o nome do livro é encaminhado para um central que verificar o nome dos dois livros mais votados entre todas as escolas inscritas e devolve para as mesmas procedam uma nova escolha entre estes dois. Novamente os nomes voltam para a central que processa as escolhas e devolve informando o nome do livro que "ganhou a eleição", sendo então sabido por todos, qual será o livro escolhido para o próximo triênio.
Motivo pelo qual, como era de se imaginar, as escolhas iniciais de cada escola não vêm sendo atendidas. E, frequentemente, recebem exemplares diversos do que foi inicialmente selecionado. O que pode gerar alguma insatisfação entre os profissionais. Pois afirmam que os livros recebidos nas escolas, em alguns casos, com conteúdo pobres, com conceitos inadequados e mecanismos frágeis para se trabalhar variação linguística dentro das suas realidades particulares. O que não ajuda a promover o ensino e a aprendizagem dos alunos e sua totalidade. Por isso afinal dessa pesquisa a pergunta que se faz é este método é realmente eficaz, a luz dos conceitos da sociolinguística? Como é possível aperfeiçoa-los?
Para tenta entender melhor os dilemas dos docentes a escolha dos livros didáticos aqui analisados foram feitos de acordos com os objetivos especificamente traçados de fazer uma observação da variação linguística tratada de forma mais completa que se acredita ser possível e a luz de algumas experiências próprias obtidas durante o período de estágio em uma instituição de ensino. 
E foi durante esta pesquisa de seleção nos livros didáticos do ensino fundamental que obtivemos resultado positivo, uma vez que encontramos uma quantidade significativa em obras contendo sobre a temática da variação linguística, abordada das formas mais diversa. Para montar este quebra-cabeças investigamos todas as series de ensino fundamental encontramos material acerca desta matéria nos livros de 6º e 7º ano como demonstramos no quadro a seguir.
	Titulo
	Autor (es)
	Editora
	Ano/ Série
	Português Linguagem
	William Roberto Cereja
Thereza Cochar Magalhães
	Atual Editora
	6º Ano
	Tudo é Linguagem
	Ana Borgatto
Terezinha Bertin
Vera Marchezi
	Editora Ática
	6º Ano
	Viva Português
	Elizabeth Campos
Paula Marques Cardoso
Silvia Letícia de Andrade
	Editora Ática
	7º Ano
Tabela 01
Cada livro foi analisado desde o sumário até a bibliografia, passando pela apresentação e as atividades propostas. Nestas análises o que se procurou foi ater-se ao conteúdo de criação dos próprios autores, uma vez que se entende ser este, o material que é mais fiel as opções pedagógicas dos autores. Todos os livros foram aprovados pelo PNLEM, portanto, tratam da variação linguística de alguma forma. Durante a pesquisa encontramos uma grande incidência e material sobre a variação linguística sendo abordada nos livros do 6º ano como aponta o gráfico a seguir.
Gráfico 01
Conforme foi dito anteriormente, o gráfico acima confirma que a maior incidência de conteúdo sobre a variação linguística é encontrada nos livros do 6º e 7º ano. Donde se conclui que aparentemente existem uma maior necessidade, por parte dos autores estudados, em intensificar os trabalhos relacionados a sociolinguística em livros didáticos a partir do 6º ano. Pois entende-se que os jovens nesta faixa etária e/ou séries já desenvolveram seu senso crítico. E que tal conhecimento lhes dará maior embasamento sobre os conceitos voltados à variação linguística e o preconceito linguístico, evitando então que ocorra esta forma de discriminação no âmbito escolar.
6. OBRAS ANALIZADAS
6.1 LIVRO DIDÁTICO 01: Português Linguagens 6ª série
Dentre os livros analisados esta obra foi uma das que mais se tendo como autores William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães destinados ao ensino de língua portuguesa nas séries do 6º ano. Dos livros analisados, como mostra a figura I, foi o que teve o mais abrangente conteúdo teórico quando tratou do tema da variação linguística. Inclusive é possível observar que sua abordagem foi bastante criativa e assertiva no tratamento dos assuntos abordados.
Dentre os diversos textos encontrados no livro didático Português linguagem, supracitado, se pode ressaltar um poema que apresenta a temática da variedade linguística. O título do poema é Drome minininha, ele que evidencia o uso da linguagem não padrão. E que representa uma variedade, normalmente, utilizada por residentes da área rural.
Figura 02
É inegável que para tratar do tema variação linguística é preciso sensibilidade e criatividade entre outras ferramentas que possam prender a atenção do aluno e estimular a aprendizagem. Neste sentido, um dos recursos mais usados é a charges ou as famosas "tirinhas" entre outros textos, são um jeito lúdico para se trabalhar a variação linguística nos livros didáticos de ensino fundamental. No livro analisado também podemos observar o uso destes recursos. Veja abaixo alguns exemplos neste sentido na figura 03.
Figura 03
As charges sobre o Chico bento são bem conhecidas entre as crianças e os jovens e utilizam do humor bem característico do cartunista Maurício de Souza em suas charges. Os autores desse recurso,a charge, para exemplificar o tema da variedade regional sempre presente nos quadrinhos do personagem como demonstrado na tirinha acima.
Outra variedade linguística que é demonstrada através desde um recurso visual aparece na figura 04. Nela é possível identificar o intuito de demonstrar o uso das gírias, que é uma variedade utilizada ente os adolescentes. Para isso faz usos de uma tirinha que mostra o diálogo entre dois amigos. Com esse texto os autores querem demostra a ampla gama de variedades linguísticas que são determinadas por alguns fatores inclusive sociais onde cada grupo tem seu modo particular de comunicação. O que corrobora a concepção de que a língua pode representar é a identidade de um grupo ou comunidade específica e que isto não impede a comunicação do mesmo com outros grupos.
Figura 04
Figura 05
Temos agora um texto que demonstra sua relevância pois ele apresenta elementos que tratam da questão da variação linguística. Aproveitando o gancho para falar sobre outro assunto correlacionado, e que tem também uma profunda relevância, que é o preconceito linguístico. Figura 05
O texto em si apresenta um diálogo entre aluno e professor e aponta de que maneira o professor deve agir diante do preconceito linguístico. E ainda usa a relação entre o texto com o exercício, que vão trabalhar respectivamente a interpretação de texto e o ensino da variação.
Figura 06
No quadro exposto é possível ver parte dos exercícios dispostos no livro didático, onde podemos encontrar perguntas referentes a preconceito linguístico e adequação. Os autores fazem uma tentativa de interação com os leitores quando formula a perguntas sobre se “ já sofreu preconceito por seu modo de falar, ". Além de interrogar sobre sua região. Tudo isso para criar um ambiente onde o professor possa relacionar a variação linguística com a realidade de cada um dos seus alunos.
6.2 LIVRO DIDÁTICO 02: Tudo é Linguagem 6º ano
Após analisar o livro didático direcionado ao 6º ano concluímos que ele não tem o conteúdo adequado para se trabalhar com turma do 6º ano do ensino fundamental. Uma vez que não foi possível identificar a abordagem da temática da de variedade linguística diretamente. Somente conceito rasos sobre a língua em um dos textos do livro didático em questão. Para ilustrar o referido texto podemos ver 02 imagens onde se encontra uma conversa entre amigos durante uma partida de futebol. Porém não há qualquer menção ou explicação sobre o que elas representam. Portanto as imagens se tornar praticamente sem efeito. Seria necessário que o professor ao ler o texto fizesse um esforço na tentativa de correlacionar as questões a mesma. O que pode, diante da total falta de elementos instrutórios passar despercebido pelo olhar do professor.
6.3 LIVRO DIDÁTICO 03: Viva Português 7º série
Ao analisar o livro “Viva português” do 7º ano do ensino fundamental, foi possível identificar um breve conceito sobre a variações linguísticas e uma diferenciação da norma padrão e não padrão, mas se apresenta muito pouco explorada.
A abordagem acerca da temática do preconceito linguístico foi apresenta de forma bastante ampla. No que concerne as variedades regionais, também foram citadas muitas vezes e mostradas da forma como elas aparecem nas regiões. Mas vale ressaltar que o preconceito linguístico pôde ser identificado em meio aos textos apresentados aos alunos, também através das atividades.
Os autores criaram exercícios muito bem elaborados e com boa qualidade descritiva, o que facilita a compreensão e aprendizagem no que diz respeito a variação linguística, para os alunos do ensino fundamental. De modo geral, identificamos pontos positivos e com um conteúdo bastante razoável proposto para a série.
7. CONSIDERAÇÕES FI NAIS
A partir do estudo dos livros didáticos de Língua Portuguesa, é possível concluir que a variação linguística é preponderante para a formação dos alunos da rede de ensino, há medida que contribui para a melhoria o desenvolvimento da competência discursiva dos alunos. Todo esse processo de valoração sociolinguística vem trazendo uma significativa contribuição para melhoria da educação de nosso país. É possível ver isso acontecendo, a medida que podemos identificar a mudança no perfil dos conteúdos dos livros didáticos de língua portuguesa. Bem como podemos ver crescer a influência das pesquisas científico acadêmicas na criação e melhoria das políticas públicas para o ensino.
De forma que concluímos que o objetivo deste estudo foi alcançado. Conseguimos identificar e avaliar do impacto da variação linguística aplicada em 03 dos livros didático que foram objetos deste estudo. A pesquisa serviu, também, para entender que linguistas e demais autores já deram o primeiro passo para nos ajudar a construir uma educação que contemple a heterogeneidade da língua no país. 
Ainda falta muito para alcançarmos a excelência nos materiais que são disponibilizados para nossos jovens. Embora, nossos livros didáticos ainda não estejam no nível adequado, é preciso ressaltar que um grande avanço foi feito e é possível identificar o interesse dos profissionais da área de ensino em embarcar neste mar de inovações. 
Reconhecemos as deficiências e distorções nos conceitos sobre o assunto. Bem como, o vasto campo, ainda pouco explorado, sobre a temática da pluralidade linguística nacional. Mas é motivador ver que há um profundo interesse na modernização e adequação desta importante ferramenta de ensino, que é o livro didático, a luz dos estudos sociolinguísticos. 
Precisamos conscientizar os alunos da rede de ensino e a sociedade da importância da compreensão do fenômeno da variação linguística e trabalhar incansavelmente para eliminar a preconceito linguístico. Reconhecemos que essa mudança só será possível com o auxílio dos profissionais de ensino e com o exercício de conscientização de cada brasileiro. Uma mudança em conceitos tão profundos não é fácil ou rápida, mas como futuros profissionais da área e como cidadãos, temos todos que ter a ciência do nosso papel nesta caminhada.
8. REFERÊNCIAS
BORTONI-RICARDO, Stella-Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística e educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
DELMANTO, Maria da Conceição Castro. Português: ideias & linguagens - 13. ed. reformada. – São Paulo: Saraiva, 2009.
CEREJA; MAGALHÃES. Português Linguagem – 6º. ed. – São Paulo: Atual Editora, 2011.
BORGATTO; BERTIN; MARCHEZI. Tudo é linguagem: língua portuguesa – 2. ed. – São Paulo: Ática, 2009.
CAMPOS; CARDOSO; ANDRADE. Viva português: língua portuguesa – 2. ed. – São Paulo: Ática, 2009.
MARTINS, M. A.; VIEIRA, S. R.; TAVARES, M. A. Contribuições da sociolinguística brasileira para o ensino de português. In: MARTINS, M. A.; VIEIRA, S. R.; TAVARES, M. A. (Org.). Ensino de português e sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2014. p. 9-35.
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