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Tecnologia de Informação e comunicação e sua relação com a educação

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2
UniAGES
Centro Universitário
Licenciatura em Educação Física
JAINE DE SOUZA CALAZANS 
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: possibilidade de contribuição em favor da educação
Paripiranga
2018
JAINE DE SOUZA CALAZANS 
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: possibilidade de contribuição em favor da educação
Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES, como um dos pré-requisitos para obtenção do título de Licenciatura em Educação Física. 
Orientador: Prof. Me. Antenor de Oliveira Silva Neto
Paripiranga
2018
JAINE DE SOUZA CALAZANS
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO:
possibilidade de contribuição em favor da educação
Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de licenciado em Educação Física, à Comissão Julgadora designada pelo Colegiado do Curso de graduação do Centro Universitário AGES.
Paripiranga, ____ de __________ de ______.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Antenor de Oliveira Silva Neto
UniAGES
Nome do Examinador
UniAGES
A Deus, força onipotente que me sustentou quando pensei em desistir. Honra e glória sejam dadas a Ele para sempre!
À minha família, minha maior riqueza e motivação para seguir em frente.
AGRADECIMENTOS
A Deus, força divina que sempre me guiou nos melhores caminhos e me ajudou a superar cada obstáculo. A Ele devo todo o sucesso alcançado até aqui e toda a vitória que ainda virá. Sou agraciada por Suas bênçãos sem merecê-las, e esta é mais uma em minha vida.
Aos meus pais, únicas razões por eu nunca ter desistido e por sempre querer ser algo melhor. À Sra. Josilda de Souza e ao Sr. José Carlos de Jesus, serei eternamente grata pelo dom da vida e pela mulher que me tornei. Foram pelos seus conselhos, ensinamentos e esforços que cheguei até aqui.
Ao meu namorado e amigo, Fred Roney, por sempre ter se mostrado tão compreensivo e solícito quando mais precisava, abdicando de suas sessões de games e passeios para me apoiar. Por seu apoio e sua preocupação durante minhas crises de ansiedade e estresse e por nunca abrir mão de estar ao meu lado, independente de qualquer coisa. Eu te amo.
Ao meu professor e orientador, Antenor de Oliveira, exemplo de profissional paciente e compreensivo com seus alunos, sempre disposto a nos auxiliar em qualquer uma das circunstâncias. A ele sou grata pela paciência e sabedoria com que me guiou nessa construção.
Às pessoas que considero anjos que Deus colocou em minha vida, dentre elas: minha madrinha, Maria, segunda mãe, que sempre esteve ao meu lado quando eu mais precisei, me ajudando de todas as formas durante minha trajetória na faculdade e na minha vida. Luara Faquinetti, amiga com quem dividi momentos e segredos.
Aos meus patrões, Nara Renata e Carlúcio, por terem me dado a oportunidade de emprego quando eu mais precisava, e a toda equipe Super Moda 1, pelo conhecimento adquirido e pelas experiências vividas.
Aos meus amigos e parceiros de estágios, Adailsa Silva, Silmara Leal e Nailson Santos, por essa amizade verdadeira construída ao longo deste percurso, sempre passando por dificuldades juntos e sendo a fortaleza um do outro. Agradeço ao colega Ronaldo Silva, por sempre ter sido um exemplo de humildade e sabedoria em nossa turma, sempre disposto a ajudar qualquer um de seus colegas, sendo um exemplo a seguir por todos. E a Leandro Santos, amigo que sempre esteve disposto a me ajudar durante minha graduação e na construção desse trabalho.
Aos profissionais que me mediaram durante a graduação, exemplos que aprendi respeitar e admirar, por todos os conhecimentos que carregam consigo e a facilidade com que eles têm de passá-los, especialmente, aos professores Davi Soares, Wendel Fren, Tiago Melo e Thais Almeida. A eles devo todo o conhecimento adquirido até aqui e experiências dentro e fora do ambiente acadêmico.
Às instituições que me acolheram durante todo processo de estágio e seus devidos gestores e profissionais de educação, sempre dispostos a ajudar e a contribuir nesse processo de trocas de experiências. 
Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.
Paulo Freire
RESUMO
O uso da tecnologia já faz parte da vida de toda a sociedade, e há quem diga que não consegue viver sem ela. Estamos rodeados por smartphones, tablets, computadores, internet, e, muitas vezes, não nos damos conta do quão úteis tais ferramentas podem ser em nossas vidas. Vivemos numa época denominada de Era da Informação, e é impossível negar as potencialidades das novas tecnologias, principalmente, no âmbito educacional. Por isso, foi traçado como objetivo do presente trabalho discutir as possíveis contribuições das TICs no processo de desenvolvimento do aluno. Para se chegar a essa meta, foram traçados como objetivos específicos entender como a tecnologia contribuiu e contribui para a sociedade; investigar como as TICs podem auxiliar na aprendizagem do aluno quando utilizadas nos projetos de aprendizagem; e, por fim, refletir acerca do papel do professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem utilizando as novas tecnologias na escola moderna. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo e descritivo, a fim de levantar os dados. Diante das pesquisas realizadas, chegou-se à conclusão de que as novas tecnologias se caracterizam como um componente chave na formação do aluno, desde que toda a comunidade escolar esteja disposta a promover um ensino inovador, utilizando tais ferramentas, não só como mais um aparato, mas, sim, como uma nova metodologia que pode ser articulada com outros métodos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Prática Educativa. Tecnologia Educacional. 
ABSTRACT
The use of technology is already part of the whole society’s life, and some people say that they cannot live without it. We are surrounded by smartphones, tablets, computers, internet, and often we do not realize how useful such tools can be in our lives. We live in an era called the Information Age, and it is impossible to deny the potential of new technologies, especially in the educational field. Therefore, the objective of this work was to discuss the possible contributions of ICTs for the student development process. In order to reach this goal, the specific objectives were to understand how technology contributed and still contribute to society; to investigate how ICTs can help student to learn when used in learning projects; and, finally, to reflect about the role of the teacher as mediator in the teaching-learning process using the new technologies in the modern school. The methodology used was qualitative, descriptive, and bibliographical research, in order to collect data. In the light of the research carried out, it was concluded that new technologies are characterized as a key component in student’s formation, provided that the whole school community is willing to promote innovative teaching using such tools, not only as one more device, but rather as a new methodology that can be articulated with other methods.
KEYWORDS: Education. Educational Practice. Educational technology.
LISTA DE SIGLAS
CNPq 
Conselho de Desenvolvimento Nacional e Tecnológico
LDB
Lei de Diretrizes e Bases
MCT
Ministério da Ciência e Tecnologia
ME 
Mídias Educacionais
TICs
Tecnologia de Informação e Comunicação
UFRJ 
Universidade Federal do Rio de Janeiro
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
11
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS NOVAS TECNOLOGIAS E SUA APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO
18
3 A QUALIDADE DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM O USO DAS TICs
25
 3.1 As Novas Tecnologias na Educação Física Escolar
30
4 DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO DAS TICs NA EDUCAÇÃO
34
5 MARCO METODOLÓGICO
41
6 MARCO ANALÍTICO
43
7 CONCLUSÃO
50
REFERÊNCIAS
52
1 INTRODUÇÃO
A sociedade vive, a cada dia, uma constante evolução. A inteligência humana superou diversas dificuldades encontradas ao longo do tempo, facilitando a vida das pessoas em diferentes aspectos. As ferramentas tecnológicas é uma prova disso, pois, aliada ao bom uso, transforma a maneira de como fazer as coisas,principalmente no tangente ao ensino.
O interesse em abordar tal tema surgiu de algumas lembranças vividas durante a etapa do Ensino Médio, no qual se podia perceber que as aulas mais produtivas aconteciam quando havia algum recurso tecnológico, seja por uso do retroprojetor, computador ou até do celular. Diante dessas experiências vivenciadas, foi reproduzida a mesma ação dos professores em etapas de estágios da graduação, nas quais foram obtidos feedbacks bastante positivos ao usar a tecnologia como facilitadora do ensino, principalmente no Ensino Médio.
Uma aula que aborda como tema o corpo humano torna-se muito mais interativa ao se demonstrar, através de slides e vídeos, como o mesmo funciona. Um aluno inibido em falar em sala de aula irá se sentir mais à vontade em discutir determinado assunto em um grupo de rede social. Um professor preocupado que seus alunos assimilem um conteúdo, poderá indicar videoaulas em plataformas da internet. São esses alguns dos exemplos observados e vivenciados que despertaram a necessidade de explanar o quão importante os recursos tecnológicos são para a educação.
O uso da tecnologia já faz parte da vida de toda sociedade, e há quem diga que não se consegue viver sem a mesma. Estamos rodeados por smartphones, tablets, computadores, internet e, muitas vezes, não nos damos conta de quão úteis tais ferramentas podem ser em nossas vidas. Vivemos numa época denominada de Era da Informação, e seria ignorância negar as potencialidades das novas tecnologias. Esse fenômeno já mudou a forma como a humanidade faz muitas coisas na vida, como produz, consome, interage, e até mesmo como exerce sua cidadania. 
Entretanto, tais ferramentas podem ser usadas de diferentes formas; o que pode torná-la uma auxiliar ou um obstáculo são suas formas de uso. Sobre isso, Brasil (2002) cita que as tecnologias estão presentes no passado, presente e estarão no futuro como armas humanas de desvendamento do universo natural e social. A problemática se encontra nas formas de seus usos e não nos fins de criação
. Sendo assim, devemos repensar o uso da tecnologia de forma que a mesma venha agregar soluções à sociedade, minimizando sua imagem negativa e usufruindo de suas potencialidades, principalmente no que diz respeito à melhoria no âmbito educacional e na contribuição do desenvolvimento do educando.
Alunos, crianças e adolescentes estão cada vez mais dentro desse universo repleto de informações e inovações tecnológicas, seja em ambientes informais ou formais, como a escola. Por isso, muitas vezes as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são vistas como uma ameaça dentro desse espaço, justamente por haver esse desafio em aliar tecnologias e aprendizagem significativa. 
Muitas escolas mantêm a ideia de que para estar “conectada” basta somente ter computadores disponíveis para alunos, lousas digitais, conexão livre para internet ou outros recursos de última geração. Sendo que, consequentemente, muitas vezes, o resultado não é positivo por os alunos não saberem usar tais equipamentos no espaço escolar como forma de contribuição para seu aprendizado. 
Diante da problemática elencada anteriormente, surgiu a seguinte pergunta de pesquisa: Como as tecnologias de informação e comunicação podem contribuir para o desenvolvimento biopsicossocial do educando? Com essa indagação tem-se como objetivo geral discutir as possíveis contribuições das TICs no processo de desenvolvimento do aluno. 
Como objetivos específicos há a necessidade de entender como a tecnologia contribuiu e contribui para a sociedade; investigar como as TICs podem auxiliar na aprendizagem do aluno quando utilizadas nos projetos de aprendizagem; e, por fim, refletir acerca do papel do professor como mediador no processo de ensino-aprendizagem utilizando as novas tecnologias na escola moderna. 
Na contemporaneidade, a tecnologia está presente em todos os setores da sociedade e se tornou um componente essencial na vida moderna. Portanto, julgou-se necessário mostrar como estas atuam no campo educacional, mostrando as possibilidades de sua inserção de forma a contribuir positivamente no ensino. Como justificativa técnica, o presente pré-projeto de pesquisa foi criado a fim de trazer reflexões para os professores acerca da possibilidade de unir tecnologia e educação, de modo que ambas venham a favorecer significativamente a aprendizagem. 
Socialmente, o trabalho julga-se relevante por oportunizar uma reflexão sobre o papel positivo das tecnologias dentro da sociedade, mostrando a importância da mesma como ferramenta cooperadora na formação do sujeito e na atuação do professor. Como justificativa científica, essa proposta busca complementar o acervo científico que trata da relação entre educação e tecnologia, contribuindo para o conhecimento de educadores, gestores e acadêmicos de licenciatura interessados em transformar suas aulas em algo significativo.
Dessa forma, para tentar explanar pontualmente a temática, o trabalho divide-se em três capítulos. O primeiro destes intitula-se “Evolução histórica das novas tecnologias e sua aplicação na educação”. Esse capítulo traz uma breve explicação de como se deu a evolução da tecnologia na humanidade e as transformações que a mesma causou.
 Seu processo histórico relaciona-se com a história da ciência e da criação de ferramentas e técnicas que surgiram com necessidades específicas da sociedade. Segundo Junior (2005, p. 15), a tecnologia caracteriza-se como: 
[...] um processo criativo através do qual o ser humano utiliza-se de recursos materiais e imateriais, ou os cria a partir do que está disponível na natureza e no seu contexto vivencial, a fim de encontrar respostas para os problemas de seu contexto, superando-os.
Contribuindo com a fala do autor, pode-se então afirmar que a evolução da tecnologia está intrinsecamente ligada às transformações do ser humano, ou seja, das suas necessidades que a todo tempo carecem de ser supridas. Kenski (2003) corrobora com esse pensamento ao afirmar que a evolução social do homem se confunde com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época, pois diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas pelo avanço tecnológico correspondente.
As formas de educar estão sempre em constante evolução, carregam consigo alguns processos históricos e culturais que serviram como pilar para guiar famílias, comunidades, escolas e sociedade em geral. Nunes (2009) contribui ao afirmar que cada época usou a tecnologia disponível reconhecendo que era função precípua pensar e elaborar novas técnicas para responder às demandas recentes. Com a educação, obviamente, não foi diferente; por isso nos tempos atuais fala-se em outros métodos e outras técnicas utilizando o que existe de mais moderno nas áreas tecnológicas.
Um exemplo bastante claro para explicar as transformações na educação são as tendências pedagógicas que, segundo Nunes (2009), utilizaram os recursos didáticos a partir dos posicionamentos emblemáticos da época, determinando, talvez, o fazer pedagógico de cada momento histórico.
 Gadotti (2001) afirma que pensar a educação hoje sem considerar os aspectos da tecnologia contemporânea colabora para que o indivíduo do nosso tempo viva isolado, num analfabetismo funcional e social. É partindo desta fala que se percebe que tecnologia e educação podem ser aliados na construção do saber.
Diante da obrigatoriedade de ter que acostumar com as TICs na educação, enfatiza-se a necessidade da discussão e reflexão de suas potencialidades, bem como suas mutações e considerações acerca da forma adequada de aproveitamento no processo de ensino e aprendizagem. 
Portanto, será abordado nesse capítulo, intitulado “A qualidade do processo de ensino-aprendizagem com o uso das TICs”, as principais contribuições do uso adequado das ferramentas tecnológicas no âmbito educacional, bem como seus benefícios para o desenvolvimento biopsicossocial do educando. 
Lobo (2015) ressalta que hoje não se discute se a escola deve ou não utilizar a tecnologia como ferramentaeducacional, pois já é uma realidade no contexto educacional. A questão a ser debatida é como usar essas novas tecnologias de forma eficiente e proveitosa em benefício dos educandos e formação de educadores.
Oliveira (2015) contribui ao afirmar que as tecnologias proporcionam que os alunos construam seus saberes a partir da comunicabilidade e interações com um mundo de pluralidades, no qual não há limitações geográficas, culturais e a troca de conhecimentos e experiências é constante. Sendo assim, pode-se considerar as tecnologias de informação e comunicação como um recurso propulsor e dinâmico na educação. Sendo que, à medida que bem utilizadas pelos docentes e discentes intensificarão o progresso das práticas pedagógicas desenvolvidas dentro e fora do espaço escolar.
Nesse sentido, Kenski (2007, p. 45) afirma que: 
As novas tecnologias de comunicação (TIC), sobretudo a televisão e o computador, movimentaram a educação e provocaram novas mediações entre a abordagem do professor, a compreensão do aluno e o conteúdo veiculado. A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado.
Dessa maneira, pode-se perceber que essas inovações não só vieram para facilitar a vida dos educandos, mas também para auxiliar professores, gestores, pais e funcionários a modificar o espaço escolar em algo democrático, gerando novas ideias de ações educativas. Oliveira (2015) corrobora desse pensamento ao citar que essa ação permite que o aluno transceda os limites da sala de aula, instigando-o a ver o mundo muito além dos muros da escola, respeitando constantemente os pensamentos e princípios do outro.
O terceiro e último capítulo carrega como título “Desafios e estratégias de inclusão das TICs na educação”. Neste é abordado os principais desafios enfrentados pela comunidade escolar quando o assunto é inserir das tecnologias dentro da escola. Trata também das principais estratégias desenvolvidas para sua inserção no âmbito educacional, bem como discutir o papel, a formação e a prática educativa do educador nessa nova era. 
Atualmente, pode-se notar que os modelos tradicionais de ensino estão perdendo o lugar para as novas ferramentas educacionais. Essa transformação é consequência do surgimento das tecnologias no ensino e ocorre de forma constante. Segundo Morisso (2013), mesmo que o processo seja lento e as tecnologias muito rápidas, é necessário encontrar formas de contribuir com o ensino, possibilitando a inovação da área junto com o avanço das novas tecnologias. As TICs já são vistas pelos professores como uma possibilidade de fazer parte das aulas, dizendo ser algo que veio para contribuir com o que está sendo ensinado. 
Patrício e Gonçalves (2010) corroboram desse pensamento ao afirmarem que os professores precisam ter estratégias pedagógicas inovadoras que tenham como ferramentas de trabalho softwares sociais que possam fazer com que os alunos aprendam, no ciberespaço, a pensar, compartilhar e a construir conhecimentos. Apesar de todas essas considerações, vale ressaltar que essa junção de tecnologia e educação se caracteriza como uma temática que exige bastante atenção e cuidado. 
São diversas as formas que a sociedade conduz o ensino sistematizado, portanto, as inovações no universo tecnológico requerem do docente atualizações constantes e aperfeiçoamento progressivo acerca do tema. Dessa forma, pode-se chegar à conclusão de que para trabalhar com tais ferramentas necessita-se de profissionais capacitados e, principalmente, preocupados em facilitar a aprendizagem dos alunos por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação. 
De acordo com Imbérnom (2010, p. 36):
Para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que se transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na escola atual, mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade. 
Supõe-se que essa seja a hora de entender essa transformação e considerar a necessidade da utilização dos recursos informatizados no âmbito educacional como um agente de mudanças positivas. Vale ressaltar o cuidado que deve-se ter para que esse fenômeno não imobilize a ação do educador, pois, se isso acontecer, todo o objetivo desse processo terá sido comprometido.
É fato que muitos profissionais da educação têm ciência da importância das tecnologias no âmbito educacional. Contudo, muitos ainda se prendem nos métodos tradicionais de ensino, impedindo sua atualização na área. Esses e outros desafios são discutidos no capítulo, bem como possíveis estratégias para contornar tal situação.
A fim de alcançar o objetivo citado, foi utilizado, como fim metodológico, a pesquisa bibliográfica, a qual segundo Gil (2008) caracteriza-se como aquela que é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. 
Após a breve apresentação da metodologia aplicada, ressalta-se a apresentação dos capítulos e como o mesmo se divide no presente trabalho. O primeiro capítulo traz resumidamente a evolução das tecnologias, bem como as mesmas começaram a atuar dentro do espaço educacional. Ainda são explanados conceitos relevantes para uma compreensão mais aprofundada do tema.
No segundo capítulo, são elencados alguns dos principais benefícios que a tecnologia aliada a educação traz na vida dos docentes e discentes, mostrando sua importância no desenvolvimento integral do aluno quando bem utilizadas. Também são elencadas algumas das possibilidades educacionais que facilitam a aprendizagem dos alunos, bem como o ensino dos professores quando se recorre às novas tecnologias educacionais.
Já no último capítulo são apresentados os principais desafios enfrentados por toda a comunidade escolar quando o assunto é a inserção das novas tecnologias na educação. Ainda são apresentadas possíveis situações que podem contornar tais problemas e potencializar a aplicabilidade dessas ferramentas. 
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS NOVAS TECNOLOGIAS E SUA APLICAÇÃO NA EDUCAÇÃO
Um dos principais agentes transformadores da sociedade são as tecnologias, negá-las nesse âmbito seria não considerar um dos mais importantes aspectos evolutivos do ser humano. Em relação à aplicação desses recursos dentro do ambiente escolar não é diferente, pois a escola, bem como todo processo educativo, sofre as mudanças de acordo com as necessidades da sociedade. 
Desta forma, por ser a tecnologia imprescindível à educação – principalmente se nos atentarmos que seu enredo é muito abrangente, constituído, principalmente, por elementos de comunicação, informação e criatividade – é importante conhecer o percurso realizado pelas tecnologias até chegar ao âmbito pedagógico. 
Segundo Freire (2011) a tecnologia de hoje não é só o resultado da inteligência da nossa ciência moderna. Ela é como um eco dos tempos que reverbera hoje como resultado daquilo que veio sendo gritado, desde sempre.
 Corroborando com o pensamento anterior, Silveira e Bazzo (2009) citam que é necessário fazer uma avaliação crítica sobre a tecnologia, sua constituição histórica e sua função social, no sentido de não só compreender o sentido da tecnologia, mas também de repensar e redimensionar o papel da mesma na sociedade.
A evolução humana é marcada pela inovação e criação de instrumentos que facilitaram a sua existência, desde a sobrevivência até as transformações na forma de se relacionar com o outro. O homem usou sua capacidade intelectual para estabelecer relações fundamentais que modificaram o meio em que vive, empregando técnicas e instrumentos até então desconhecidas.
Desde a pré-história o indivíduo faz uso das tecnologias,pois, segundo Reis (1995), a tecnologia é algo que possui múltiplos significados que variam conforme o contexto, podendo ser vista como: artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos processos, etc. 
Diante disso, utensílios, ferramentas e novas culturas foram criados em todas as épocas da existência humana, a fim de suprir necessidades. Marcondes Filho (1994) afirma que, sabiamente, o homem registrou sua história mediante os símbolos iconográficos nos quais mostrou como viviam, caçavam, pescavam e como eram seus rituais e suas danças. 
Altoé (2005) traz informação ao citar que no período Paleolítico os homens pré-históricos formavam grupos e constantemente mudavam de lugar em busca de alimento, fabricavam instrumentos de pedra, destinados à caça de animais e à coleta de frutos e raízes, sendo que nessa época eles não conheciam a agricultura. No período Neolítico houve evolução na forma como se agrupavam, formando em clãs e aldeias, desenvolveram a agricultura, domesticaram os animais e os instrumentos eram fabricados com a pedra polida, melhorando muito o corte 
Com o passar do tempo, o homem foi evoluindo socialmente e suas ferramentas e formas de comunicação foram sendo aperfeiçoadas. Kenski (2003) afirma que as pessoas, em seus respectivos grupos sociais, foram delineando culturas específicas e distintas que foram emergindo em conhecimentos, maneiras peculiares e técnicas particulares de fazer as coisas; consequentemente, consolidaram as culturas e os costumes, crenças e hábitos sociais que foram sendo transmitidos pós-geração.
Sendo assim, podemos considerar a escola também como um fator tecnológico, pois surgiu com determinado objetivo e continua no seu processo de evolução. Sibilia (2012) corrobora desse pensamento ao citar que a escola é uma tecnologia de época, por mais que, atualmente, pareça tão natural, essa instituição nem sempre existiu na ordem de uma eternidade improvável, como a água e o ar, tampouco como as ideias de criança, infância, filho ou aluno.
A busca constante de informações nasce em meados da Revolução Industrial, quando não se tinha acesso a livros ou a conhecimentos diversos e de uma hora para outra a população passou a fornecer e receber uma produção de conhecimento de diversas partes para diversas pessoas, (SILVA, p. 25, 2014). A Revolução Industrial teve seu início no século XVIII, na Inglaterra, com a automatização dos sistemas de produção. 
A burguesia industrial ambicionava maiores lucros, com menos custos e produção rápida, então, buscou meios para melhorar sua produção de acordo com seus objetivos. 
Silva (2014) afirma que nos anos 80, com a efervescência da industrialização, o capitalismo pós-industrial eclodiu, impulsionando a terminologia “sociedade informacional”, que passou a substituí-lo. Dessa forma, as tecnologias passaram a permitir o homem imperar sobre a informação, já que esta é parte integrante de qualquer atividade humana, seja ela individual ou coletiva. Hoje, é impossível pensar em desenvolvimento sem tecnologia.
 
Para Silveira e Bazzo (2009, p. 682):
A tecnologia tem se apresentado como o principal fator de progresso e de desenvolvimento. No paradigma econômico vigente, ela é assumida como um bem social e, juntamente com a ciência, é o meio para a agregação de valores aos mais diversos produtos, tornando-se a chave para a competitividade estratégica e para o desenvolvimento social e econômico de uma região.
Assim como o ser humano, a tecnologia também sofreu suas transformações, Almeida e Moran (2005) citam que os elementos da tecnologia clássica são inaugurados com a imprensa de Gutemberg e teve seu apogeu entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX, com o jornal, a fotografia, o cinema, o rádio e a televisão. 
Esse modelo tecnológico caracterizou-se pela reprodução e transmissão de mensagens buscando o maior alcance e melhor difusão, deixando à mensagem fechada em sua estabilidade material. Não excluindo, mas melhorando o modelo anterior, os elementos da tecnologia on-line, segundo os autores citados, fazem melhor a difusão da mensagem, podendo esta ser manipulada e modificada a gosto do usuário, pois, imagem, som e texto não têm materialidade fixa. 
Percebe-se a “evolução” de algo que não podia ser manipulado e modificado para outra, com mais recursos, no entanto, por não possuir materialidade fixa, é passível de cópias.
Altoé (2005) menciona que, no âmbito educacional, a história da tecnologia se desenvolveu nos Estados Unidos a partir da década de 1940. A mesma foi utilizada com o objetivo de formar especialistas militares durante a Segunda Guerra Mundial e, para alcançar tal objetivo, foram desenvolvidos cursos com o auxílio de ferramentas audiovisuais. Nesse sentido, percebe-se que a mesma tem um caráter meramente instrumental.
O mesmo autor ainda afirma que como matéria no currículo escolar, a tecnologia educacional surgiu nos estudos de educação audiovisual da Universidade de Indiana, em 1946. 
De Pablos (1998) contribui afirmando que nessa mesma época, iniciou-se uma segunda vertente de evolução tecnológica, com trabalhos fundamentados no condicionamento operante e aplicados ao ensino programado. Essa vertente fundamentou-se nos estudos desenvolvidos por B. F. Skinner. Assim, nessa proposta, teve início o uso da tecnologia educativa como área de estudo no Reino Unido.
No Brasil, a tecnologia desenvolveu-se através do ensino a distância, os quais eram transmitidos inicialmente pelo rádio e/ou televisão, logo após com auxílio da internet que foi desenvolvida no ano de 1969. E evoluiu junto à criação dos computadores – uma máquina enorme criado inicialmente para realizar cálculos -, com o objetivo de auxiliar os militares durante o período da Guerra Fria na comunicação entre as bases militares dos Estados Unidos da América, com o fim da guerra o sistema de comunicação tornou se desnecessário aos militares que decidiram tornar acessível ao público à invenção (RAMOS, 2016, p.13). 
Altoé (2005) ainda ressalta que os serviços da Internet, no Brasil, estão disponíveis desde o início dos anos 1980. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho de Desenvolvimento Nacional e Tecnológico (CNPq), criou a Rede Nacional de Pesquisa (RNP). Pretto (2001) contribui citando que naquela época as universidades públicas brasileiras já estavam conectadas à Rede Bitnet, pois a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mantinha um contato direto com os Estados Unidos, que disponibilizava para todas as universidades públicas do Brasil.
Ramos (2016) explica isso afirmando que foi a partir do ano de 1971 que professores universitários e acadêmicos dos Estados Unidos passaram a fazer uso dessa tecnologia para trocar mensagens e pensamentos. E, em 1980 dá-se a disseminação e popularização da rede de internet, que, gradativamente, vem evoluindo até os dias atuais, se tornando cada vez mais indispensável para a vida da sociedade, por ser fonte de conhecimento, interatividade e, principalmente, de informação e comunicação.
O conceito do termo “tecnologia” carrega consigo uma abrangência que depende muito de onde a mesma está inserida. Aqui será tratada segundo o conceito de Freire (2011, p. 61): “Entendida como construção sociotécnica cujos usos e aplicações são definidos pela atuação direta dos sujeitos com que interage”. 
Moran (2011) contribui trazendo o conceito no meio educacional, caracterizada como os meios, os apoios, as ferramentas que utilizamos para que os alunos aprendam. Ainda para o autor, a forma de olhar, de gesticular, de falar com os outros, isso também é tecnologia, assim como o livro, a revista e o jornal. 
Diante dessa afirmação, podemos compreender esse fenômeno dentro do ambiente educacional com vários exemplos, como o giz que escreve na lousa, que se torna uma tecnologia de comunicação e uma boa organização da escrita; ou a caneta que reproduz na folha o que o pensamento fala, assim como as novas metodologias de ensinoaplicadas em aula pelo docente.
Trazendo mais especificidade; as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) caracteriza-se como a fusão de três importantes eixos, que é a informática, as telecomunicações e as mídias eletrônicas. O seu conjunto criou no meio educacional um encurtamento em relação aos conceitos de conhecimento e distância, como as redes eletrônicas e o telefone celular, que nos proporcionam ter em nossas mãos o que antes estava a quilômetros de distância (RAMOS, 2016, p. 3).
Nesse contexto, podemos perceber a universalização do saber, ou seja, se há pouco tempo atrás, os espaços de formação, como a escola, eram considerados locais onde o saber era mantido como privilégio de poucos e a informação era transmitida como fonte de verdade absoluta, hoje a informação circula por toda a parte e pode ser buscada e transformada por qualquer pessoa. 
Valle (2013) ressalva que na área pública, as primeiras iniciativas de inserção das tecnologias na educação foram dos estados e munícipios brasileiros, principalmente a partir da Constituição de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, que estabeleceram que se deveriam observar padrões de qualidade os quais garantissem aos alunos a aquisição de competências exigidas pela “sociedade do conhecimento e da informação”, a formação para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. 
Bitencourt (2013) traz que podemos relacionar o ensino à distância como um dos grandes avanços da tecnologia na educação, pois contribuiu significativamente para uma aprendizagem flexível e autônoma. Com isso, os universos educacionais formal e não-formal ampliaram o alcance e foram desafiados a inovar em métodos, formas e profissionais 
A mesma autora ainda ressalta que, ao ser consolidada as tecnologias educacionais aos estudantes, os mesmos tiveram a oportunidade de acessar, organizar, trocar e administrar a informação; produzir conhecimentos e integrar habilidades; modelar, resolver problemas e tornar decisões independentes, promover de forma autônoma e, ao mesmo tempo, compartilhada o desenvolvimento pessoal e profissional, dentre outros ganhos.
Analisando a tecnologia educacional e as teorias da aprendizagem, Sancho (1998) afirma que o processamento de informação parte de premissas como operações, tais como codificar, armazenar, comparar, localizar, etc., que se encontram na base da inteligência humana. Essa realidade possibilita a ampliação do conhecimento e, ao mesmo tempo, pode possibilitar o excesso de informações. Portanto, a escola deve levar professores e alunos a refletir de forma crítica sobre o uso das tecnologias, contribuindo para gerar fatores positivos em sua aplicabilidade na educação.
Em suma, diante dos aspectos evolutivos da humanidade pode-se perceber que a tecnologia sempre esteve presente. A mesma está em constante evolução, pois está ligada de forma intrínseca ao homem, que diante das necessidades usam sua capacidade intelectual para modificar positivamente o espaço em que vive, independente se tais modificações geram agravos futuros. 
 No campo educacional, a tecnologia – transformada para Tecnologias da Informação e Comunicação – nasceu com objetivo de facilitar a alfabetização e apoiar a educação de jovens e adultos por meio do ensino à distância, atualmente, objetiva facilitar o aprendizado, a assimilação de conteúdos e a interação professor/aluno, desde que bem ministradas no contexto escolar. Tais ferramentas, aliadas a uma boa mediação, são capazes de contribuir significativamente para o desenvolvimento integral do educando, contudo, quando mal administrada, trazem efeitos contrários. 
3 A QUALIDADE DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM O USO DAS TICs
“Chegará o dia – e talvez este já seja uma realidade – em que as crianças aprenderão muito mais e com maior rapidez em contato com o mundo exterior do que no recinto da escola” (GADOTTI, 1999, p.293, apud McLUHAN, 1990). Essa fala traduz bastante a realidade em que a comunidade escolar vive hoje em meio ao surgimento de tecnologias cada vez mais inovadoras.
Devido à grande importância das tecnologias de informação e comunicação para a aprendizagem na atualidade, as escolas têm percebido a necessidade de aplicá-las dentro do âmbito pedagógico. Segundo Silva (2014), pensar no processo de ensino e aprendizagem em pleno século XXI sem o uso constante dos diversos instrumentos tecnológicos é deixar de acompanhar a evolução que está na essência da humanidade. 
Todavia, ainda é comum a percepção de bases metodológicas arcaicas dentro de muitas escolas brasileiras, mesmo que exista em seu espaço uma sala de aula que possua laboratório de informática com computadores de última geração. Amaral (2013) cita que muitas escolas ainda acreditam que para estarem imersas na era da tecnologia basta colocar computadores na sala e disponibilizar aos alunos recursos de última geração. 
A realidade educacional é caracterizada por alunos que chegam às escolas com celulares modernos e preferem usar as redes sociais e jogos virtuais durante as aulas do que prestar atenção aos conteúdos propostos pela escola como necessários para sua formação. Os educadores, por sua vez, discriminam essa ação e preferem entender o ato de educar apenas com quadro-negro e giz e, assim, persistem em um modelo já desgastado, com resultados mínimos e desmotivantes. Zuin (2010) explica esse cenário citando que cabe refletirmos acerca da importância das novas tecnologias para a aprendizagem. 
O mesmo autor alude ainda que as respostas para essas questões se refiram ao fato de que tais transformações proporcionadas pelo desenvolvimento das forças produtivas, notadamente as de âmbito tecnológico, ocorrem numa tal velocidade que dificultam a composição de reflexões mais elaboradas sobre tal processo (ZUIN, 2010). Em outras palavras, pode-se entender que diante da rapidez do desenvolvimento dessas tecnologias, alguns professores não conseguem acompanhar tais modificações, muitas vezes devido à sua formação ultrapassada e/ou seu descuido em atualizar-se.
Para contribuir, Babin (1989) ressalta que a perspectiva que se abre no campo educacional, indo do livro e do quadro de giz à sala de aula informatizada ou on-line, leva o professor a uma perplexidade, despertando insegurança frente aos desafios que representa a incorporação das TICs no cotidiano escolar. 
Diante disso, para efetivar a aplicação dessas tecnologias na escola contemporânea, é necessário criar conhecimentos e mecanismos que possibilitem sua inserção na educação, evitando o encanto ou o uso indiscriminado da tecnologia por si e em si (DORIGONI, 2008). E o educador tem papel fundamental nessa mediação entre meio tecnológico e educação significativa, portanto, sua atualização é algo fundamental.
Segundo Kenski (2007), é preciso buscar informações, realizar cursos, pedir ajuda aos mais experientes, enfim, utilizar os mais diferentes meios para aprender a se relacionar com a inovação e ir além, começar a criar novas formas de uso e daí gerar outras utilizações. Essas aprendizagens, quando colocadas em prática, reorientam todos os nossos processos de descobertas, relações, valores e comportamentos. 
A mesma autora ainda complementa afirmando que a presença de uma determinada tecnologia pode induzir profundas mudanças na maneira de organizar o ensino, sendo que elas estão presentes em todos os momentos do processo pedagógico, desde o planejamento das disciplinas, a elaboração da proposta curricular, até a certificação dos alunos que concluíram um curso.
Impedir o uso das TICs dentro do ambiente escolar já é algo bastante difícil, e, por que não dizer, impossível? Afinal, o uso da tecnologia faz parte da vida dessa nova geração fora da sala de aula e impedi-la de entrar no contexto escolar seria um ato improdutivo. Por isso, a sua aplicação em favor da educação pode ser considerada uma importante ferramenta para melhorar o processo educacional. 
Nesse contexto, é importante saber como e quando agregar as inovações das formas de ensinar e aprender ao currículoescolar e ao planejamento, objetivando não só o ensino de qualidade, mas também a educação de qualidade. Pois, como Moran (2007) afirma, ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreenderem áreas específicas do conhecimento, enquanto na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade.
Dessa forma, as TICs podem ser consideradas um instrumento, pois, a mesma aprimora a qualidade da educação, proporcionando novos caminhos para o ensino e aprendizagem, além de metodologias inovadoras. Contribuindo também na formação de educadores e os auxiliando na descoberta de novas estratégias para tornar suas aulas mais atraentes e inovadoras. 
Consequentemente, contribuirá para a diminuição das reprovações e da evasão escolar, que é um problema presente nas escolas brasileiras, auxiliando o educando com dificuldades de aprendizagem através da educação personalizada, e despertando o interesse dos mesmos para a aprendizagem. 
Sobre isso, Sibilia (2012) afirma que além das altíssimas taxas de reprovação e repetência, a crescente evasão ou deserção escolar é um problema de grande magnitude na América Latina. A autora ainda ressalta que não se trata de meras faltas ou deteriorações, já que esses jovens exibem outros traços e capacidades, mais moldados no contato ativo com os meios de comunicação e o mercado que com os dispositivos disciplinares; muitos desses traços podem ser bastante úteis para o desempenho na contemporaneidade.
É bastante perceptível os fatos presentes na fala da autora, pois é observável, em salas de aula, um grande número de alunos dispersos, desmotivados, preocupados com o fim da aula, mas não no que acontece nela. Outros sentem-se inibidos em compartilhar ideias e interagir nas aulas ou simplesmente não são instigados a participar.
O diálogo que se segue não objetiva culpar os professores ou gestão pela evasão ou dispersão de educandos da rede escolar, mas sim, alertar que o docente possui em suas mãos diversas ferramentas que possibilitam êxito em suas aulas. Permite o aumento na aproximação e diálogo entre discentes e docentes, construindo a autoconfiança, afetividade, autonomia e socialização entre os mesmos. 
Além de estimular alunos à aprendizagem e à transmissão desse aprendizado, pois à medida que vão conhecendo um conteúdo de forma agradável, o aluno constrói um debate com a família, em casa, sobre os assuntos vistos na aula. 
Delors (2005) concorda ao citar que as tecnologias da informação podem dar um novo impulso ao ensino, pois permitem a individualização da trajetória educacional e conferem importância a novas matérias e as novas competências, como a capacidade de encontrar, de tratar e de fornecer rapidamente informação ou a capacidade de resolver problemas. Em outras palavras, dentre os benefícios explicados pelo autor, está a facilidade de transmissão e assimilação de informação, bem como controle evolutivo de aprendizagem.
Moran (2013, p. 13) também contribui citando que “com o apoio das tecnologias móveis, poderão tornar o processo de ensino-aprendizagem muito mais flexível, integrado, empreendedor e inovador”. Inovação é um dos principais requisitos que uma boa educação deverá carregar consigo, a fim de formar cidadãos cientes de seus direitos e deveres, criativos, empreendedores, autônomos e críticos.
Dessa forma, vale salientar o pensamento de Nunes (2009) quando a mesma afirma que as novas tecnologias trazem aos professores a possibilidade de inserir no modelo antigo de ensino uma novidade respaldada pela busca de suportes que gerem segurança para tal aplicação. 
Além disso, Santos (2002, p. 49) traz um complemento:
[...] pode representar um movimento ímpar, uma vez que nos permite pensar na redução das distâncias, numa maior integração das escolas entre si e com o mundo contemporâneo; não somente como consumidoras, mas como possibilidades de produzir conhecimento e de fazer de cada espaço escolar um lugar de produção coletiva, no qual sejam constituídas interações não-lineares e onde sejam fortalecidas essas redes de relações.
Sendo assim, pode-se observar que as TICs não só facilitam a interação entre alunos e professores, mas auxilia no fortalecimento de relações com outras instituições de ensino, podendo criar resultados coletivos. Um exemplo dessa facilidade são os fóruns de discussões criadas para professores de diversas instituições debaterem melhorias em suas aulas. 
O educador deverá ter a compreensão de que as TICs possibilitam a ampliação dos espaços de educação, tornando-os dinâmicos, atrativos e eficazes ao ensino. Nunes (2009) afirma que o ensino conduzido dessa forma se apresenta muito mais interessante tanto para o aluno, que aprende, como para o professor, que ensina e sente-se motivado a pensar formas diferenciadas de trabalhar os conteúdos e atividades, tornando a aprendizagem mais significativa.
Isso pode ser considerado uma oportunidade de transformar a aula tradicional, repetitiva e arcaica em algo que todos participem e sintam prazer em participar. Além de facilitar a vida do educador, pois, Moran (2000, p. 32) traz que com as novas tecnologias “o professor tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente e também de avaliá-los”.
Vale aqui salientar que o docente nunca deve considerar as novas tecnologias como meras ferramentas de ensino, mas sim as conceber como uma maneira de repensar sua prática, ou seja, avaliar seus alunos e, sobretudo, autoavaliar-se, a fim de melhorar suas práxis. 
Kenski (2003, p. 73) apoia ao citar que:
Para que as novas tecnologias não sejam vistas como apenas mais um modismo, mas com a relevância e o poder educacional transformador que elas possuem, é preciso refletir sobre o processo de ensino de maneira global. Antes de tudo, é necessário que todos estejam conscientes e preparados para assumir novas perspectivas filosóficas, que contemplem visões inovadoras de ensino e de escola, aproveitando-se das amplas possibilidades comunicativas e informativas das novas tecnologias, para a concretização de um ensino crítico e transformador de qualidade.
Com sua fala, o autor traz a reflexão de que nada adianta diversos aparatos tecnológicos sem profissionais capazes de fazer seu manuseio de forma adequada para o ensino. Sendo assim, toda comunidade escolar deverá estar envolvida no processo de reflexão acerca do quão significativa e processual é essa metodologia.
Passerino (2010) cita que consideramos que o uso relevante das TICs será aquele que as concebe como instrumentos de pensamento e de intersubjetividade e age para que as ações pedagógicas sejam complexas, intencionais e dialógicas. 
A mesma ainda ressalta que:
Usar as tecnologias como ferramentas do pensamento parte, portanto, de uma concepção de aprendizagem interacionista, na qual tanto aluno como professor, sujeitos ativos e aprendentes, entram em interação valendo-se de recursos e tecnologias para construir um espaço educativo que promova a aprendizagem ativa, construtiva, reflexiva, dialógica, intencional e contextualizada (p. 68).
Sendo assim, há a possibilidade do discente aprender a identificar e solucionar dilemas, além de adquirir a compreensão do surgimento de fenômenos, desenvolver novos padrões mentais e ter o seu controle de aprendizagem. Mas isso só será possível se as TICs forem utilizadas como instrumento e não como uma forma limitada de aquisição de informação.
 3.1 As Novas Tecnologias na Educação Física Escolar
São muito poucos os trabalhos que discutem as possibilidades de relação pedagógicas entre as TICs e a Educação Física (EF). Todavia, seu uso pode ser um importante recurso na formação de alunos críticos e reflexivos. As mídias, um dos eixos que compõem as novas tecnologias, estão cada vez mais presentes na vida dos alunos. Através da TV,internet, revista, rádio; as informações brotam das mais diversas formas, trazendo consigo nem sempre fatos verdadeiros, o que gera manipulação e alienação. 
Betti (1996) cita que, cada vez mais integradas ao cotidiano, por intermédio do seu discurso apoiado numa linguagem audiovisual, que combina os sons, as imagens e as palavras, as mídias nos transmitem informações, alimentam nosso imaginário e constroem uma interpretação do mundo. 
Bianchi (2009, p. 2) complementa afirmando:
Considerando a velocidade das mudanças nos processos e tecnologias de comunicação, assim como nas configurações culturais, novos desafios surgem no campo educacional e aos professores, bem como cria a necessidade de problematização desta temática em diversas áreas do conhecimento, entre elas no campo da Educação Física.
Dessa forma, o professor pode usar desse artifício como fator problematizador de suas aulas, estimulando seus alunos a refletirem criticamente determinados assuntos abordados. Podemos citar como exemplo, o esporte como fator alienante de massificação social. Betti (2004) afirma que o espetáculo esportivo como massificação social apresenta algumas características que favorecem sua comercialização e aceitação mundializada, tendo como elemento essencial a universalização da sua linguagem, 
Nesse sentido, a mídia tem que ser trabalhada de forma a instigar a criticidade dos alunos, e é função do professor trabalhar os conteúdos midiáticos de forma a capacitar os indivíduos a refletirem as informações adquiridas. Ou seja, os recursos provenientes das TICs devem ser repensados de modo que estes contribuam para soluções dentro do espaço educacional.
O que podemos constatar é que a relação da mídia com a EF está mais ligada a um tema transversal do que como uma área de conhecimento específica. Alguns dos trabalhos sobre essa relação tratam das TICs apenas como um fator instrumental para a prática pedagógica, mas não a tratam como possibilidade de transformar verdadeiramente as formas de como transformar o ensino. O que deve ser considerado primordialmente é a realidade, e nesta, a qual a sociedade vive, necessita de transformação.
Mendes (2012, p. 66) explica a fala ao citar que “a tecnologia não se vê alicerçada em um projeto de esclarecimento sobre a presença delas na educação, na vida social ou mesmo no conteúdo abordado”. Ou seja, a tecnologia e seus recursos estão presentes nas aulas como mero recurso instrumental, sem trazer para quem utiliza a reflexão de como a mesma está sendo útil e de como a mesma deve ser utilizada.
Para alguns, defender o uso das novas tecnologias dentro das aulas de Educação Física pode ser algo contraditório, uma vez que essa área trabalha com o movimento. Contudo, vale aqui ressaltar a ideia central explicada na fala de Mendes (2012, p. 63) apud Fantin (2006):
Esta perspectiva concebe, portanto, explicitamente, que a ME tem o papel fundamental de fomentar a apreciação estética da cultura, a criatividade e a experimentação de possibilidades expressivas diversas com a tecnologia audiovisual, por meio da produção midiática (fazer mídia) e a reflexão sobre a cultura e ambiguidade das discursividades midiáticas.
A sigla “ME” citada pela autora refere-se especificamente às Mídias Educacionais, essas, por sua vez, integrantes do grupo que compõem as TICs. Entretanto, Mendes (2012) ressalta que, ao falar de ME não se está referindo a uma mera incidência das TICs na escola, ou mesmo de sua utilização técnica neste âmbito, mas, ao contrário, trata-se de um campo definido para a construção de um olhar e de uma expressão crítica e autônoma da cultura midiática.
Trazendo a internet como eixo que compõe as mídias, Zylberberg (2001) a defende explicando que a mesma é uma possibilidade de acesso ao conhecimento acerca da cultura corporal. Schwartz (2007), por sua vez, afirma que, nesse campo, crescem cada vez mais as vivências que utilizam o ambiente virtual para sua efetividade, surgindo novas opções a cada dia, assim como novos significados e interesses, atendendo a heterogeneidade dos usuários.
 A internet pode e deve ser utilizada como promotora de novas experiências de aprendizado, permitindo a interação entre grupos. Essa ação permite um olhar multidimensional do tema, estreitando a visão linear, além de permitir que o sujeito construa seu próprio conhecimento baseado em pesquisas e projetos realizados com o auxílio das TICs.
A tecnologia, em especial a internet, deve levar a mudanças na forma de ensinar, isto é, deve transformar a sala de aula em pesquisa e comunicação, pois ele acredita que tal tecnologia facilita a motivação dos alunos não apenas por ser uma novidade, mas especialmente pelas possibilidades que cria em termos de pesquisas. A internet é um instrumento que pode facilitar a mediação, uma vez que oferece informações abundantes para o processo de conhecimento (MORAN, 1998, apud PLÁCIDO, 2011, p. 96).
Entretanto, vale ressaltar mais uma vez que de nada adianta utilizar tais recursos sem um propósito ou orientação adequada. Mendes (2012), mais uma vez, vem contribuir ao citar que as tecnologias e a mídia, ao serem depositadas na EF sem qualquer fundamentação educacional, geram uma falsa impressão de modernização do ensino. Sendo assim, de nada adianta diversos recursos tecnológicas presentes na escola sem uma comunidade escolar disposta a entender esse processo.
São diversos os desafios que impossibilitam a adequação desses recursos, contudo, uma gestão eficaz e profissionais dispostos a revolucionar seu ensino, são capazes de trazer estratégias capazes de superar esses desafios. E é sobre esses desafios e essas estratégias que será abordado no capítulo seguinte deste trabalho.
4 DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO DAS TICs NA EDUCAÇÃO
As instituições de ensino têm sido bastante pressionadas a integrar as novas tecnologias em seu espaço. Todavia, nem todos esses espaços estão preparados para conceber essa ideia. Seja por ausência de recursos ou ausência de atualização docente, as TICs ainda são mal-empregadas dentro do espaço escolar. 
Novas oportunidades de aprendizado são descobertas com o uso das TICs, mas considerá-la tarefa fácil seria não se atentar ao seu real propósito. Por muitos profissionais não saberem utilizá-las a seu favor, acabam transformando as novas tecnologias em culpadas pelo seu fracasso docente. Apesar de tanta evolução no sistema educacional, ainda é possível encontrar instituições de ensino com profissionais presos a modelos arcaicos.
Sobre isso, Amora (2008, p. 34) comenta que:
[...] quem defende este tipo de postura apresenta as maiores resistências aos meios de comunicação. Para estes, os produtos dos meios de comunicação são “competidores” do sistema educacional. Com esta visão, a tendência é renegar estes produtos de mídia como instrumentos para a formação dos alunos.
Esse pensamento, ainda presente na cabeça de muitos profissionais, pode ser considerado uma atitude improdutiva, visto que, competir com os meios de comunicação atualmente presentes na vida dos alunos seria como desconsiderar os processos evolutivos da sociedade. Dessa forma, a autora supracitada ainda comenta que o essencial é que todo o corpo escolar se direcione para ter as mídias não mais como adversárias e sim parceiras no processo de aprendizado (AMORA, 2008).
Moran (2013, p. 50) traz uma fala bastante significativa, ao citar que “a criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão”. Diante disso, devemos considerar as mídias como educacional, todavia, as mesmas contrapõem-se à educação convencional, isto é, educa à sua maneira. 
O mesmo autor ressalta ainda que:
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos (MORAN, 2013, p. 53)
Para complementar a fala anterior, Freire (2011) explica que professores e alunosdevem estar preparados para decifrar a linguagem própria de cada um dos meios de comunicação de massa, pois estes possuem peculiaridades em seus produtos e embutem mensagens para as quais o receptor precisa estar preparado para identificar e, conscientemente, decodificar. 
Em outras palavras, nem toda informação passada pela mídia ou adquirida através de pesquisas solicitadas pelo professor podem ser consideradas como única verdade. O docente deverá ensinar ao seu aluno a interpretar cada informação recebida e gerar sua própria conclusão. A crença fiel na mídia como fonte de verdade é uma obliteração às possibilidades críticas das mídias educacionais (FANTIN, 2006).
A aquisição de informação por meio das novas tecnologias educacionais tem que ser repensada e transformada em atitudes crítica dos educandos. Passerino (2010) afirma que esta concepção não necessariamente prevalece no espaço escolar, pois nos deparamos que, tradicionalmente, as tecnologias têm sido utilizadas mais centradas no ensino, numa visão na qual o aluno aprende da tecnologia.
A mesma autora ainda explica que o termo “aprender da tecnologia” pressupõe que a tecnologia possui todo conhecimento e que este pode ser transmitido sabiamente ao aluno de forma acabada. A verdadeira proposta de sua utilização é que tecnologias são concebidas como ferramentas de pensamento (minds tool) e a aprendizagem surge a partir/com a tecnologia num processo interacionista e social, superando a esfera puramente cognitiva individual (PASSERINO, 2001).
A cada dia são criados novos recursos tecnológicos, e com eles novas possibilidades de ensinar de um jeito novo e diferente. Portanto, julga-se necessário a constante revisão e atualização do corpo escolar. 
Sobre isso, Mendes (2012) cita que:
Em sua relação instrumental com a tecnologia e com a mídia, a escola crê estar acompanhando seu tempo e tornando-se cada vez mais moderna, quando, na realidade, permanecem estáticas as novas possibilidades criativas e expressivas trazidas pela cultura audiovisual e virtual, e, principalmente, permanecem aquém dos diversos discursos lançados cotidianamente pela mídia aos estudantes (MENDES, 2012, p. 67).
A mudança na educação deve ocorrer como uma ação conjunta entre pais, alunos, gestão e docente. Moran (2013) comenta que a família é um importante fator a considerar, pois alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças e que estimulam os filhos, aprendem mais rapidamente. Já os alunos quando são curiosos e motivados facilitam o processo e estimulam as melhores qualidades do professor.
O mesmo autor ainda destaca a importância da gestão, a qual deve ser mais aberta, que entenda todas as dimensões envolvidas no processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro, que apoiem os professores inovadores e que equilibrem o gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano. 
Uma boa escola depende também de um projeto pedagógico inovador, onde a internet esteja inserida como um importante componente metodológico. Onde há um projeto conservador, a internet é utilizada para controlar mais os alunos, para reforçar o papel do professor como mero transmissor de conhecimentos. O mais importante é o que a escola faz, como ela se organiza, as relações entre gestores, docentes, alunos e comunidade. Não há tecnologias avançadas que salvem maus profissionais (MORAN, 2013, p. 26).
Diante desta fala, podemos perceber a importância da gestão escolar nesse processo e o quanto a escola precisa ser transformada para efetivar uma educação de qualidade. 
Sibilia (2012) coloca que é necessário transformar radicalmente as escolas, e para isso não basta dar o frenético primeiro passo, que consiste em desativar o confinamento mediante a irrupção das novas tecnologias. Falta, sem dúvida, o mais difícil, que é redefini-las como espaço de encontro e diálogo, de produção de pensamento e decantação de experiências capazes de provocar consistência nas vidas que as habitam.
Pode ser tarefa difícil, mas em longo prazo, contudo, a proposta de Passerino (2010) julga-se pertinente:
Desta forma, acreditamos que futuras políticas públicas no âmbito das TIC na educação precisam passar por uma transformação tanto dos Parâmetros Curriculares Nacionais, quanto das Diretrizes de Cursos de Formação de Professores que devem contemplar a inserção de competências tecnológicas e de flexibilizando do currículo promovendo uma mudança cultural na qual as TIC sejam vistas como instrumentos de pensamento e de desenvolvimento individual e social (PASSERINO, 2010, p. 73).
O professor, por sua vez, atua como mediador dessa relação, e, portanto, deve estar sempre motivado, criativo e atualizado. Moran (2013) ressalta que uma boa escola necessita de docentes mediadores, motivados, criativos, experimentadores, presenciais e virtuais. De mestres menos discursivos, mais orientadores. De menos aulas informativas, e mais atividades de pesquisa e experimentação.
O que o autor explica é que a educação precisa cada vez menos de metodologias tradicionais e cada vez mais métodos inovadores. Freire (2011) propõe que o professor redimensione sua autoria, ou seja, modifique sua base comunicacional potencializada pelas tecnologias digitais. Precisa modificar o modelo centrado no falar-ditar do mestre, passando a disponibilizar ao aprendiz autoria em meio a conteúdos de aprendizagem variados.
Passerino (2010) traz que um dos principais desafios que impedem a inclusão das TICs na escola são os professores com poucas competências tecnológicas e a falta de confiança no uso das novas tecnologias no ensino. Para ela, esta barreira está diretamente relacionada com a qualidade da formação continuada dos professores.
Assim sendo, a capacitação contínua do docente poderá ser uma boa solução frente ao despreparo que muitos se encontram. É fato que muitos profissionais sentem dificuldades para acompanhar tal evolução, o que torna esse processo assustador. 
Sobre isso, Bianchi (2009) argumenta que: 
Assim, a presença de tecnologias nas escolas, quando acontece se caracteriza pela utilização estreita, sem imaginação e instrumental, talvez pelo fascínio técnico que as tecnologias provocam ou, principalmente porque muitos professores não dominam as tecnologias nem sabem muito bem como as utilizar em situação de aprendizagem, para além do seu caráter técnico, portanto não se sentem preparados para usar as TICs (p. 4)
Diante de tanta modernidade, não seria novidade encontrar profissionais que temem serem substituídos por máquinas dentro das escolas. Sobre isso, vale ressaltar uma fala de um especialista em tecnologia que esteve presente em um evento conhecido como Campus Party, na cidade de São Paulo. O mesmo arrancou aplausos da plateia ao comentar que há a possibilidade de a máquina substituir o professor, contudo, o que pode ser substituído por uma máquina deve ser substituído.
Por outro lado, Pimenta (2000) discorda dessa fala ao citar que a máquina não é capaz de substituir o professor, visto que o mesmo continua sendo um profissional necessário e importante na contemporaneidade. Para ela, os meios de comunicação só seriam mais importantes que o professor se eles forem considerados meros transmissores de informações.
O pensamento do autor faz sentido, uma vez que somente uma pessoa será capaz de colocar sentimentos naquilo que faz, e aquilo que é feito com amor, com certeza, trará resultados que nenhuma máquina poderá fazer. Entretanto, nenhuma possibilidade poderá ser descartada e o profissional deverá atualizar-se e tornar-se aquilo que Libâneo (2006) chama de “novo professor”: 
O novo professor precisaria, no mínimo, de uma cultura geral mais ampliada, capacidade de aprender a aprender, competência para saber agir na sala de aula, habilidades comunicativas, domínio da linguagem informacional, saber usar meios de comunicação e articular as aulas com as mídias e multimídias (LIBÂNEO, 2006, p. 10).
Sabemos que para que o docente atinja esse nível de preparação vai muito além de uma boa qualificação. É fundamental que o mesmo sintavontade de fazer a diferença, procure sempre uma formação continuada e esteja sempre motivado, de diferentes formas, não excluindo a questão salarial. Além disso, é importante que cada docente encontre sua maneira de sentir-se bem, comunicar-se bem, ajudar os alunos a aprenderem melhor. É importante diversificar as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar (MORAN, 2000, p. 32).
Kenski (2003) apoia a ideia do autor anterior ao citar que é necessário, sobretudo, que os professores se sintam confortáveis para utilizar esses novos auxiliares didáticos. Estar confortável significa conhecê-los, dominar os principais procedimentos técnicos para sua utilização, avaliá-los criticamente e criar novas possibilidades pedagógicas, partindo da integração desses meios com o processo de ensino.
O docente deverá estar sensível a perceber os conhecimentos prévios dos alunos, adquiridos por meio das tecnologias, e utilizá-los a seu favor. Mendes (2012) traz um exemplo bem claro ao comentar que a experiência dos alunos já irem para a escola e para a aula de EF sabendo sobre determinado esporte radical, adquiridos por meio da cultura midiática, possibilita a ampliação desses saberes.
Nesta concepção, os ambientes podem potencializar o desenvolvimento tanto social quanto cognitivo dos alunos se propiciarem que estes interpretem, e organizem o conhecimento pessoal, interajam e trabalhem em grupo na resolução de problemas, e fundamentalmente os ambientes propiciem a interação homem-mundo, levando o aluno à reflexão e à metacognição, ou seja, aprender a aprender (PASSERINO, 2010, p. 70).
Somente as tecnologias não serão capazes de potencializar o processo de aprendizagem. Deve-se sempre levar em consideração o fato de que a educação está presente em um âmbito multiculturalizado e, portanto, com diferentes maneiras de aprender. Moran (2013) concorda ao citar que ensinar é um processo social inserido em cada cultura, com suas normas, tradições e leis. Mas também é um processo profundamente pessoal, pois cada um desenvolve um estilo, um caminho próprio, dentro do que está previsto para a maioria.
Uma estratégia recente no âmbito educacional é o chamado “Ensino Híbrido”. Esse modelo permite que o professor adquira informações individualizadas dos seus alunos, e consiga identificar quais problemas e quais as possíveis soluções para cada aluno. Castro (2015) apud Horn (2012) conceitua esse modelo como qualquer programa educacional formal no qual um estudante aprende, pelo menos em parte, por meio do ensino on-line, com algum elemento de controle dos estudantes sobre o tempo, o lugar, o caminho ou ritmo.
Em outras palavras, esse método permite desassociar do professor a função de detentor do conhecimento, permitindo a autonomia do estudante. Uma das vertentes dessa ideia é a sala de aula invertida, método ainda pouco conhecido no âmbito educacional, mas com os mesmos objetivos, colocar o aluno como centro do processo.
A proposta central desse método é que os discentes possam estudar os temas das aulas antecipadamente, através de materiais eletrônicos disponibilizados e selecionados pelas instituições de ensino. Tais materiais podem vir em diversos formatos, como ideias diferentes, seja por meio de videoaulas, bate-papo, jogos eletrônicos, textos, slides, dentre outros recursos.
Sendo assim, a sala de aula se converteria em um ambiente onde serviria mais para tirar as dúvidas do que para expor conteúdo. Com isso, o tempo seria melhor aproveitado e otimizado, além de permitir que os docentes tivessem mais tempo para programar demais atividades escolares. 
Em suma, podemos entender esse modelo de ensino como algo flexível ou uma metodologia de ensino aberto, que permite que o aluno seja autor de sua construção de aprendizagem. Tais propostas podem ser consideradas uma forma de inclusão das TICs na educação, uma vez que permite uma avaliação mais individualizada acerca da aprendizagem e do tempo que a mesma ocorre. 
Todavia, a adaptação do espaço virtual ao presencial é algo que exige muito discernimento do educador, ou seja, requer dos mesmos uma formação tecnológica para que possam adaptá-las ao seu meio. E como as novas tecnologias estão sempre em constante evolução, cabe ao educador sempre estra buscando formação continuada.
Assim como as propostas aqui expostas, esta não é tarefa fácil. Todavia, devemos estar cientes que é preciso dar o primeiro passo, senão seremos obrigados a ficar no mesmo lugar e esperar que a mudança aconteça por si só. A educação já evoluiu bastante e essa evolução somente se deu porque alguém decidiu que algo precisaria ser mudado. Portanto, cabe a cada um – gestão, docente, aluno, pais – tomar a decisão de alavancar a educação e torná-la centrada no desenvolvimento biopsicossocial daquele que é o centro do processo, o aluno.
5 MARCO METODOLÓGICO
A pesquisa é utilizada nas mais diversas etapas de ensino, a mesma pode ser conceituada empiricamente como uma forma de aquisição de conhecimento sobre determinado tema. As fontes são diversas, porém, nem todas podem ser consideradas boas, por, muitas vezes, não possuírem um caráter científico.
Gil (2008) traz um conceito mais formal ao explicar que a pesquisa é a materialização de maneira sistemática e formal do método científico, onde seu objetivo é descobrir respostas acerca de um determinado fenômeno, com isso a pesquisa social busca através do método científico, respostas acerca de realidades sociais.
Marconi e Lakatos (1994), por sua vez, explicam que a pesquisa científica é definida como procedimentos formais, com métodos científicos que requerem o tratamento científico, tendo como objetivo a compreensão, explicação ou aprofundamento de uma determinada realidade ou fenômeno pesquisado. Portanto, esse conceito define muito bem o objetivo deste trabalho, ao querer explicar as possíveis contribuições das TICs no processo de desenvolvimento do aluno.
Para isso foi utilizado o modelo de pesquisa bibliográfica. Gil (2008) afirma que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em materiais já elaborados, constituídos por livros e artigos científicos. A mesma é defendida pelo autor por carregar a vantagem de ter uma visão mais ampla acerca do fenômeno, muito mais do que se fosse direto ao problema.
Marconi e Lakatos (1994) ainda afirma que esse tipo de pesquisa é toda bibliografia tornada pública, tais como: jornais, revistas, livros, ou até mesmo gravações em fita magnética. Dessa forma, foram utilizados diversos materiais impressos e online de importantes teóricos que discutem sobre o tema. 
O trabalho ainda é considerado uma pesquisa exploratória, defendida por Gil (2008) como aquela que objetiva desenvolver, esclarecer ou até modificar determinadas ideias acerca do fenômeno, além de possibilitar futuras hipóteses para estudos posteriores. Esse método é bastante pertinente, uma vez que permite que o pesquisador tenha maior familiaridade com o tema. Zikmund (2000) ainda explica:
Os estudos exploratórios, geralmente, são úteis para diagnosticar situações, explorar alternativas ou descobrir novas ideias. Esses trabalhos são conduzidos durante o estágio inicial de um processo de pesquisa mais amplo, em que se procura esclarecer e definir a natureza de um problema e gerar mais informações que possam ser adquiridas para a realização de futuras pesquisas conclusivas. Dessa forma mesmo quando já existem conhecimentos do pesquisador sobre o assunto, a pesquisa exploratória também é útil, pois, normalmente, para um mesmo fato organizacional, pode haver inúmeras explicações alternativas, e sua utilização permitirá ao pesquisador tomar conhecimento, se não de todas, pelo menos de algumas delas. (p.21)
O trabalho ainda é de natureza qualitativa e descritiva. Gil (2008) define a pesquisa qualitativa como aquela que descreve as características de determinado fenômeno e as relações entre as variáveis. Godoy (1995, p.58) também explica como características principais de uma pesquisa qualitativa, que é considerar o ambiente como fonte direta dos dados e opesquisador como instrumento chave; possuir caráter descritivo; e ter o processo como foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto.
Dessa forma, as metodologias julgam-se pertinentes, pois todos as informações coletadas são com o objetivo de possibilitar a compreensão do fenômeno, buscando entender as causas e efeito do problema. As fontes foram confiáveis e advindas de outras pesquisas científicas criadas por profissionais experientes na área educacional ou tecnológica.
6 MARCO ANALÍTICO
Apesar de escassas as obras que tratam das TICs como ferramenta pedagógica – principalmente na Educação Física -, foram selecionadas importantes obras que trazem em seu conteúdo importantes propostas. Essas foram importantes para o levantamento de dados e nortearam todas as informações aqui apresentadas. 
 
A partir de análises em livros, artigos e trabalhos de conclusão de curso sobre o assunto, foram apresentadas as principais contribuições das TICs no processo de desenvolvimento do educando, bem como alguns dos desafios que necessitam serem superados para que as mesmas sejam utilizadas positivamente no meio educacional.
A necessidade de transmitir conhecimento e informação à sociedade é cada vez mais progressiva. Os meios de informação e comunicação já são considerados as principais ferramentas essenciais à disseminação de conteúdos considerados relevantes à população, sendo crucial elencar seus pontos positivos e superar os pontos negativos.
No âmbito educacional, os métodos de aprendizagem apoiado nas TICs dão oportunidades a vastas formas de ampliação e inovação no ensino. Villardi (2005, p. 13) concorda com essa fala ao citar que “a inclusão de múltiplas mediações – assim considerados os meios virtuais – entre o professor e o aluno, além de estimular a autonomia deste, pode tornar mais dinâmicos e prazerosos o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem.”
As redes sociais, por exemplo, podem ser uma alternativa na aplicação diferenciada de determinados conteúdos em sala de aula e fora dela. Correlacionada com as tecnologias de informação e comunicação, as redes sociais são consideradas por muitos como algo que dificulta o processo de ensino e aprendizagem. 
Contudo, Valle (2013) discorda ao afirmar que a rede se destaca nessa sociedade como mais um espaço para a construção de relações sociais e afetivas, para a troca de vivências e o compartilhamento de informações que podem gerar um processo de produção do conhecimento. Sendo assim, é necessária uma comunidade escolar capaz de valorizar as redes sociais e apropriar-se das mesmas como aliadas na construção do saber coletivo.
Umbelina (2012) corrobora dessa afirmação ao comentar que as redes sociais, quando voltadas ao ato pedagógico, têm a função de facilitar a comunicação entre professores, alunos, pais e escola, de um modo mais seguro e focado, porque são espaços fechados. 
Todavia, vale se atentar ao fato de que nem sempre as redes vão trazer efeitos positivos nas aulas, por isso, deve-se ter cuidado ao utilizá-las e não deixar de lado métodos antes utilizados. O ideal seria mesclar métodos virtuais e presenciais a fim de inovar no ensino.
Considerando a inclusão das redes sociais como facilitador da aprendizagem e comunicação, Cirilo (2015, p. 7) afirma que:
Com o auxílio das redes sociais, o professor poderá acompanhar debates entre os alunos e as opiniões que os educandos se sentem à vontade para expor nesses espaços. Essas redes facilitam também o relacionamento entre docentes, pais e educandos; podem ser usadas de várias maneiras, para favorecer a comunicação. Através dela, o professor também pode fazer vários tipos de avaliação. 
Além disso, as redes sociais permitem a criação de grupos de aprendizagem da própria escola, da turma ou até para disciplinas específicas. Isso facilita a comunicação entre grupos com o mesmo interesse e objetivo e possibilita uma comunicação dinâmica e didática entre professor/aluno ou até de profissional para profissional. 
Podemos relacionar esse método com a perspectiva sociointeracionista de Vygotsky, cuja “abordagem com base dialética, defende que o conhecimento é construído a partir da interação que o sujeito realiza com os indivíduos, com o ambiente, enfim, com o mundo cultural” (VALLE, 2013, p. 83).
É possível perceber que as tecnologias de informação e comunicação, [...] propiciam, de forma progressiva, todas as formas de interação (desde a síncrona, quando o grupo interage ao mesmo tempo e no mesmo lugar, e a forma semipresencial, que permite a interação in loco, até a modalidade assíncrona distribuída, em que a interação ocorre em diferentes tempos e lugares – como nos chats), permitindo sempre o encontro educacional pleno (VILLARDI, 2005, p. 27).
Importante sublinhar mais uma vez que o uso das redes sociais como meio de promoção de interação no âmbito escolar configura-se apenas como uma proposta de ensino, mas nunca deve se sobressair ao contato corpóreo e visual, visto que é essa forma de interação que viabiliza a aquisição de linguagem corporal. 
Sobre isso Villardi (2005) explica que o uso desses variados recursos não significa abandonar o convívio, a socialização e a aprendizagem em grupo, eles são complementares e ampliadores dos efeitos da interação social que as crianças e os jovens tanto valorizam.
As mídias educacionais são outra vertente que compõe as TICs e, portanto, auxiliadora no processo de aprendizagem. Kenski (2007) comenta que a imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do conteúdo estudado.
Partindo desse pressuposto, Villardi (2005) explica como as TICs influenciam positivamente na aprendizagem, baseado no esquema apresentado abaixo: 
Figura 1: Representação esquemática do processo de aprendizagem.
Fonte: Villardi (2005).
Os recursos tecnológicos podem interferir positivamente neste fluxo, de acordo com nosso entendimento, de quatro maneiras, todas bastantes eficazes e enriquecedoras da aprendizagem da criança: criando novos “objetos” ou situações problema desafiadoras e instigantes da motivação (como propunha Piaget); provocando desequilíbrios e as correspondentes ações reestruturantes, por parte da criança, facilitando as assimilações (ampliação dos esquemas mentais já existentes), por meio da disponibilização, ao aprendiz, do rol de esquemas já existentes em seu aparato mental (isto facilitará o acesso a estes esquemas e a seleção do mais adequado, para tentar incluir o novo objeto); criando resistências à assimilação (dificuldades, desafios), em grau suficiente para não provocar a desistência pela perda da motivação, mas forçando a ocorrência de acomodações (criação de esquemas mentais novos); ampliando o espectro de possibilidades de novos esquemas mentais (formas do “real possível”), provocando aprendizagens criativas e originais (VILLARDI, 2015, pp. 14-15).
Essa explicação possibilita uma reflexão acerca da possibilidade das TICs influenciarem positivamente no desenvolvimento psicológico do educando, quebrando paradigmas que possam existir acerca de seu uso no âmbito escolar. Os resultados obtidos com seu uso irão depender piamente da ação do educador, o qual terá o papel de mediador. Complementando essa fala, Schwartz (1999) comenta que todo recurso tecnológico na sala de aula nas mãos de professores treinados formam um importante instrumento de ensino. 
Com a mesma proposta, Moran (2000) explica que a internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. A internet oportuniza interações significativas, através dos e-mails, as listas de discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de comunicação instantânea, os sites de relacionamentos. Todos esses artifícios podem ser usados como aliados em outros métodos já existentes nas práxis do educador.
Os recursos da informática

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