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PSICOLOGIA APLICADA A FISIOTERAPIA- CONTEÚDO 3

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Vamos iniciar o estudo do nosso tema com a definição de Potter e Perry (2009) sobre o que é doença:
Doença é um estado no qual o funcionamento físico, emocional, intelectual, social, do desenvolvimento ou espiritual de uma pessoa está reduzido ou deteriorado em comparação com experiencia anterior (Potter e Perry, 2009, s/nº p).
A partir da colocação das autoras, podemos entender que o adoecer não é apenas algo físico, mas também psíquico, cognitivo, afetando também as relações da pessoa com o seu meio.Vamos entender quais os tipos que ela pode se apresentar:
Doenças agudas: geralmente são de curta duração e não necessariamente são graves. Uma virose, por exemplo, pode desencadear uma doença aguda, mas, adequadamente tratada, em poucos dias a pessoa retorna ao seu cotidiano. Outro exemplo é quando a pessoa sofre uma fratura.
Doença crônica: são aquelas normalmente de desenvolvimento lento, e que duram acima de 6 meses. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças crônicas são as principais causa de morte e incapacidade no mundo”. Como exemplo de doenças crônicas, podemos citar a hipertensão arterial, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e muitas outras.
O ESTAR DOENTE
O paciente e o terapeuta
A falta ou perturbação da saúde é sentida e sofrida de maneira pessoal, que varia de acordo com vivências próprias de cada indivíduo, de enfermidades na família ou no grupo de relações. As experiências individuais do adoecer põe em jogo mecanismos inconscientes de adaptação e defesa: regressão, negação e racionalização, principalmente.
A percepção de um acontecimento, do mundo externo ou interno, pode ser algo muito constrangedor, doloroso, desorganizador. Para evitar este desprazer a pessoa “deforma” a realidade – deixa de registrar percepções externas, afasta determinados conteúdos psíquicos, interfere no pensamento.
São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar esta deformação da realidade, chamados de Mecanismos de Defesa. São processos realizados pelo ego e são inconscientes.
Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego – uma instancia a serviço da realidade externa e sede dos processos defensivos – mobiliza estes mecanismos que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo interno.
REGRESSÃO – O sentimento de estar doente pode provocá-la em muitas pessoas e é um termo psicanalítico usado para descrever uma volta a etapas anteriores do desenvolvimento emocional. O “doente” volta a comportar-se como a criança que foi, isto é, ele também fica numa posição frágil, dependente, abrindo mão de dirigir sua vida e de se bastar em atividades corriqueiras. Esta dependência é proporcional à gravidade da doença e as fantasias que o paciente faz sobre a mesma, condizentes ou não com a realidade.
Se tentarmos tratar a doença ignorando o doente, veremos que o resultado não será satisfatório. Isto significa que, na medida em que o doente (paciente) não for compreendido pelo seu médico (terapeuta), não se juntará a ele no processo de cura. Esta aliança se fará com a pessoa que der apoio às sensações de desamparo e insegurança que a regressão desencadeou.
NEGAÇÃO – É um mecanismo de defesa de que o inconsciente lança mão para se defender de sentimentos dolorosos. A negação seria assim, a substituição de algum aspecto insuportável da realidade por uma ilusão desejada.
RACIONALIZAÇÃO – É o processo pelo qual o indivíduo procura uma explicação coerente, do ponto de vista lógico, para uma ação ou idéia, de cujos motivos não se percebe, por retirar o afeto da situação. É um serviço de censura que a pessoa exerce sobre si mesma frente a situações difíceis. Embora não permita que o paciente perceba de forma adequada sua “doença”, ainda é um mecanismo que permite a ele cumprir as prescrições, sendo por isso menos prejudicial que a negação.
 A partir do diagnóstico de uma doença a pessoa não consegue conduzir sua vida da mesma forma como até então o fez, neste caso, mecanismos psíquicos inconscientes serão acionados até que ela possa enfrentar ou não a nova realidade que se vislumbra.
Tais mecanismos, conforme Simonetti (2009, p. 37) são: negação, revolta, depressão e enfrentamento, podem ser explicados pelo mesmo autor da seguinte maneira:
Negação - na posição de negação a pessoa pode agir como se a doença simplesmente não existisse, ou então minimiza sua gravidade e adia as providencias e cuidados necessários. É o famoso “empurrar com a barriga”, deixando para amanhã a consulta com o médico, a realização de determinado exame, o início do tratamento, etc. (Simonetti, 2009, p.40).
Revolta – em geral é a fase mais difícil para o profissional, pois a pessoa mostra-se inconformada com o que está vivendo, por estar doente e projeta sua frustração para o outro. Conforme Simonetti (2009) a pessoa “cai na real”, enxerga a doença e enche-se de uma revolta que pode ser dirigida para qualquer lado: contra a doença, contra o médico que a comunica, contra a equipe de enfermagem, contra si mesmo, contra a família, contra o mundo ou contra quem aparecer por perto. O autor justifica tal comportamento afirmando que:quando uma pessoa adoece, ela perde a liberdade, não pode mais fazer o que quer, tem que fazer algo em relação a doença, como, por exemplo, gastar seu tempo procurando tratamento, ou então mudar hábitos de vida, e todos nós sabemos como é irritante mudar nossos hábitos (p.44-45)
Depressão –Kübler-Ross (1926-2004) considera que este tipo de depressão como reativa, ou seja, é uma reação emocional aos acontecimentos negativos pelas quais a pessoa está passando e pela perdas que poderão ocorrer. A mesma autora considera um momento importante e que ajudará na aceitação do diagnóstico e do tratamento.
Enfrentamento – nesta posição a pessoa se sente fortalecida para enfrentar tudo o que está acontecendo: a doença, o tratamento e até mesmo a morte se essa for a situação.
A médica Elizabeth Kübler-Ross (1926-2004) foi pioneira no estudo sobre as reações emocionais da pessoa com doença grave. Seu trabalho é fundamental para os profissionais que trabalham com pacientes crônicos, graves e/ou sem possibilidade de tratamento, pois nos ajuda na compreensão das reações e comportamento apresentados por esses pacientes. Descritos como estágio de adaptação, Kübler-Ross escreve que esses estágios não se manifestam seguindo uma ordem, podendo variar de acordo com o momento e a própria situação da pessoa. Assim, são descritos os estágios:
Negação e isolamento – é mais observado no início, quando a pessoa recebe a notícia de sua doença e da gravidade da situação. .A frase mais comum nesse estágio é: “Não é possível, não é comigo”. Outra reação esperada é a dúvida quanto à troca dos exames. Quanto ao isolamento, isso ocorre como uma tentativa da pessoa de fugir do sofrimento. Gradativamente, vai havendo a aceitação parcial.
Raiva – quando não há como negar a situação e tudo é uma certeza, a reação será de raiva e indignação. Aqui a frase comum é: “Com tanta gente ruim no mundo, por que isso foi acontecer comigo, afinal sempre fui uma boa pessoa”. Nesse estágio a relação profissional-paciente é difícil sendo importante a compreensão por parte dos profissionais. A raiva é sempre projetada para o exterior através de comportamentos agressivos.
Barganha – nesse momento a pessoa tenta negociar com Deus ou com o que ela acredita que pode devolver-lhe a condição anterior à doença. Há uma tentativa de “troca”, o importante é resgatar a saúde e para tanto podem ser realizadas promessas, sacrifícios, enfim tudo será válido para que a doença regrida ou desapareça.
Depressão – aqui uma grande tristeza se abate sobre a pessoa, há um desânimo, a vontade de ficar em silencio. A pessoa lamenta para si mesma as perdas que vem acumulando devido à doença e também pela possibilidade da morte. É importante a família e os profissionais estarem atentos paraque esse estágio não se estenda por longo tempo, pois trata-se de um período de lamento, mas que deve haver uma reação para que o próximo estágio aconteça.
Aceitação – é o ultimo estágio descrito por Kübler-Ross e nesse momento a pessoa conseguiu superar os estágios anteriores, principalmente a depressão. É possível para a pessoa, aceitar tanto o tratamento como também a morte.
Concluindo, Kübler-Ross afirma que em todos os estágios o sentimento de esperança sempre está presente, mesmo quando a pessoa já está na aceitação, pois tal sentimento está voltado para a sua recuperação e melhora. Enfim, é com a esperança que o profissional deve trabalhar junto ao paciente, pois isso trará confiança no tratamento e aumentará a sua expectativa de vida.
Os ganhos secundários de adoecer e suas consequencias:
Podemos entender que os ganhos secundários são de certa forma compensações que a pessoa tem e que só foram possíveis a partir da doença. Até mesmo na criança, conforme Peçanha (2008) observa-se o desejo de preservar ganhos secundários como a obtenção de maior atenção da mãe (p.216). A atenção, o carinho e outros ganhos materiais que a pessoa pode ter a partir do adoecer, aparentemente parecem interessantes, mas do ponto de vista psicológico e da recuperação da pessoa, eles podem representar algo negativo, afinal para o paciente há o medo de que tudo se perca depois da cura.
 É importante que o profissional esteja atento, principalmente quando o paciente começa a apresentar comportamentos de desinteresse pelo tratamento, Por exemplo, ausências injustificáveis, ou refere sempre não sentir melhora, mesmo quando tudo indica que ela deveria existir.
A dor e suas repercussões emocionais. Os diversos tipos de dor:
As características da dor e suas variações, podem se apresentar da seguinte maneira, conforme Carvalho (1999, p.17):
Localização – a dor pode ocorrer nos músculos, juntas, dentes, pele, ou membros amputados, caracterizando a dor fantasma. A localização também pode ser pontual e bem definida ou difusa, difícil de ser apontada.
Qualidade – principal sensação, ou forma que a dor toma, pode ser formigamento, queimação, ardor, pontada, latejamento, pressão, perfuração e corte, entre outros.
Intensidade – a “intensidade” da dor pode ser percebida como forte, fraca e em uma grande variedade de graduação entre os extremos “sem dor” e “dor excruciante”, ou insuportável.
Frequência – a dor pode ser ininterrupta ou episódica, ocorrendo em diferentes intervalos de tempo.
Natureza – a dor pode ser orgânica, com causa física conhecida e reconhecida ou psicogênica, sem qualquer causa física, associada ao funcionamento ou momento psicológico da pessoa.
Etiologia – a variável desencadeadora da dor pode ser fratura, cirurgia, artrite reumatoide, cortes acidentais, acidente químico ou pancada, entre várias outras.
Duração – um episódio doloroso pode permanecer por diferentes períodos de tempo, variando de alguns segundos a meses.
É importante para o profissional conhecer e saber distinguir os tipos de dor, tendo em vista que ela poderá variar de acordo com o tipo e a sua duração. Quanto aos tipos, temos:
Dor aguda – de acordo com diversos autores, a dor aguda é o desconforto que tem duração (de alguns segundos a menos de seis meses). Ela está associada ao trauma ou lesão tecidual, algum processo inflamatório ou doenças. Por exemplo, se machuca, tem uma lesão ou trauma muscular, situação de pós-operatório, entre outras.
Dor crônica – é o desconforto com duração superior a seis meses podendo durar muitos anos e geralmente acompanha alguma doença ou está associada a uma lesão tratada. Como exemplo, temos a fibromialgia, a artrite reumatoide, alguns tipos de câncer e outras tantas, inclusive a dor fantasma que é a dor que ocorre na pessoa que teve um membro amputado, mas continua sentido, dores e/ou latejamento, apesar de saber que o membro não mais existe.
Dor recorrente – Carvalho (1999) escreve que a dor recorrente é também aguda, porque ocorre em episódios de curta duração, mas tem uma característica crônica, por que se repete ao longo de muito tempo, às vezes ao longo de quase uma vida, e não está claramente associada a uma etiologia específica, tal como ocorre com as dores agudas e crônicas. O exemplo mais conhecido de dor recorrente é a enxaqueca, na qual o paciente sofre de forte dor de cabeça intercalada por períodos livres de qualquer dor (Carvalho, 1999, p.17).
O assunto da dor é tão sério que diversos estudos são realizados a esse respeito; seu acompanhamento e tratamento exigem a participação de diversos profissionais num trabalho de equipe, em função do alívio da dor. É fundamental que sejam oferecidos todos os recursos possíveis para o alívio e que a pessoa nunca seja banalizada em suas queixas, pois, é comum a pessoa ter seu humor alterado, e a própria percepção da realidade se compromete diante de todo sofrimento que a dor provoca.

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