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INCIDENTES PROCESSUAIS NOS TRIBUNAIS

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INCIDENTES NOS TRIBUNAIS
Durante o processamento 
recurso (R)
remessa necessária (RN)
ação de competência originária (ACO) 
- Havendo necessidade de solucionar uma questão prévia, que nem sempre poderá ser sanada perante o órgão fracionário em que os autos se encontram, poderá ocorrer:
* Deslocamento funcional Horizontal da competência para um outro órgão do mesmo tribunal.
- Após a decisão do incidente, que em regra é irrecorrível, os autos retornaram ao órgão fracionário que dará prosseguimento ao que resta a ser julgado, apoiado na decisão do incidente. 
- Haverá atuação de dois órgãos distintos.
MODALIDADES DE INCIDENTES PREVISTAS NO CPC
a) Incidente de Assunção de Competência – IAC - art. 947
b) Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade – art. 948/950
c) Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – IRDR – art. 976/987
Obs: No estudo dos incidentes é imperioso consultar o Regimento Interno do Tribunal que irá definir quais serão os órgãos competentes para atuar em cada incidente. No nosso estudo consideraremos o RITJRJ.
I - INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
Ele poderá ser instaurado durante a análise de um R, RN ou ACO, quando envolver relevante questão de direito com grande repercussão social, sem repetição de múltiplos processos.
1) Finalidade: Evitar divergência nas decisões proferidas entre as turmas e câmaras de um mesmo tribunal.
2) Legitimidade:
a) Relator – de ofício
b) Partes
C) MP e DP – art. 947, § 1º, CPC
3) Procedimento:
a) Aceito o incidente – ocorrerá a lavratura de um acordão para documentar sua aceitação – Os autos serão remetidos ao colegiado (órgão) com competência regimental para apreciá-lo. No caso do Rio de Janeiro - Seção Cível – artigo 5º, RITJRJ.
Capítulo II – Das Seções Cíveis
 Alterado pela Resolução TJ/TP/RJ nº 02/2015 publicada em 13/01/2016 – entra em vigor na mesma data em que entrar em vigor a Lei nº 13.105/2015. Art.5ºA- À Seção Cível, integrada por 28 (vinte e oito) Desembargadores, compete: 
I- julgar o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas quando os recursos, remessas necessárias ou processos de competência originária de que provenha forem de competência das Câmaras Cíveis; 
II- julgar o Incidente de Assunção de Competência suscitado por alguma das Câmaras Cíveis.
(grifado e adaptado)
b) O colegiado deliberará pela necessidade do incidente:
b.1) Ausência de pressupostos – processo retornará ao órgão de origem para julgamento do R, RN ou da ACO.
c) Com o reconhecimento do incidente:
c.1) Decisão do órgão colegiado (previsão regimental) que não apenas irá julgar o incidente, mas também o R, RN ou ACO e também estabelecerá a TESE JURÍDICA a ser aplicada aos futuros casos por todos os órgãos vinculados ao tribunal.
c.2) A vinculação deixa de ser obrigatória quando houver revisão da tese - OVERRULED 
Exemplos de Julgamentos de IAC
“Incidente de Assunção de Competência nº 0015337-97.2018.8.19.0000 Secretaria da Terceira Câmara Cível 
Arguente: Desembargador relator na Apelação Cível 0029558-20.2016.8.19.0206 Interessado 1: Jairo Quirino de Sousa Interessado 2: Vila Sagres S.A. Interessado 3: Cristóvão Rodrigues de Santana Interessado 4 Maria das Graças de Sousa de Sá Interessado 5: Janine Fernandes Barbosa Relator: Desembargador Mario Assis Gonçalves ACÓRDÃO Direito processual civil. Incidente de assunção de competência. Ação de usucapião extraordinária. Extinção sem resolução de mérito. Esgotamento da via administrativa. Enunciado nº 108 do CEDES/TJERJ. Divergência entre Câmaras Cíveis. Requerimento da 6ª Câmara Cível. Admissibilidade. Propositura do incidente que levou em consideração que a questão controvertida seria puramente processual e diria respeito à existência ou não de interesse jurídico a permitir o exercício do direito de ação, assim como porque dita controvérsia também se referiria à necessidade ou não de requerimento administrativo de usucapião como condição específica para o exercício do direito de ação. Reconhecida a divergência entre as Câmaras Cíveis no julgamento da matéria, em conformidade com a manifestação do Ministério Público, quanto à instauração do incidente de assunção de competência (fls. 125/134) e o parecer da Procuradoria de Justiça, opinando pela admissibilidade do incidente (fls. 21/25). Questão a ser dirimida que consiste na necessidade, ou não, de se esgotar a via administrativa com o pedido de reconhecimento extrajudicial da usucapião com base no enunciado nº 108 do Centro de Estudos e Debates do Tribunal de Justiça. Acórdãos divergentes. Relevante questão de direito. Admissibilidade do incidente com deslocamento funcional da competência do órgão fracionário para a Seção Cível deste Tribunal de Justiça. Reunião ao apelo de onde o incidente se originou, para prosseguimento da instrução. Diante da regra da conexão, deverá o presente incidente ser jungido à Apelação Cível nº 0029558-20.2016.8.19.0206 para prosseguimento, sobrestando-se os demais feitos. Oficie-se à da 1ª VicePresidência, a fim de que seja providenciada a reunião dos processos que guardem correspondência com a questão sub examine. Incidente de assunção de competência admitido. ACORDAM os desembargadores que integram a Seção Cível Comum do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade, em admitir o presente incidente de assunção de competência, com a reunião à apelação cível 0029558-20.2016.8.19.0206 para prosseguimento, sobrestando-se os demais feitos, nos termos do voto do relator.”
(grifado e adaptado) 
“CERTIDÃO DE JULGAMENTO SEGUNDA SEÇÃO IAC no Número Registro: 2016/0125154-1 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.604.412 / SC Números Origem: 00106386919988240018 00136484820168240000 018980106386 18980106386 20150332996 20150332996000100 20150332996000200 
EM MESA JULGADO: 08/02/2017
Relator Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro RAUL ARAÚJO Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. PEDRO HENRIQUE TÁVORA NIESS Secretária Bela. ANA ELISA DE ALMEIDA KIRJNER ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Títulos de Crédito INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA RECORRENTE : COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL ALFA ADVOGADO : RICARDO ADOLFO FELK E OUTRO(S) - SC007094 RECORRIDO : VALDIR SAREMBA RECORRIDO : MARINEUSA SAREMBA ADVOGADO : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS - CERTIDÃO Certifico que a egrégia SEGUNDA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Seção, por unanimidade, admitiu o incidente de assunção de competência suscitado de ofício no presente recurso especial, nos termos dos artigos 947, § 4º, do CPC de 2015, e 271-B do RISTJ, a fim de uniformizar o entendimento acerca das seguintes questões: (i) cabimento de prescrição intercorrente e eventual imprescindibilidade de intimação prévia do credor; (ii) necessidade de oportunidade para o autor dar andamento ao processo paralisado por prazo superior àquele previsto para a prescrição da pretensão veiculada na demanda. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Luis Felipe Salomão, Paulo de Tarso Sanseverino, Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Ricardo Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro. Documento: 1569300 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 13/02/2017”
(grifado e adaptado).
“TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Agravo de Instrumento nº 0061333-84.2019.8.19.0000 Agravante: ESTADO DO RIO DE JANEIRO Agravado: FERNANDA CALDAS DA SILVA SARAMAGO Relator: Desembargador Luciano Saboia Rinaldi de Carvalho (Classificação: 03) DECISÃO: Entendo que o tema versado no presente agravo de instrumento enseja a instauração de Incidente de Assunção de Competência - IAC, disciplinado no art. 947 do Código de Processo Civil1 , pelos seguintes fundamentos. Trata-se de agravo de instrumento interposto pelo ESTADO DO RIO DE JANEIRO em face de decisão proferida pelo Juízo da 14ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital nos autos do processo nº 0427361- 02.2012.8.19.0001,que se encontra em fase de execução de honorários de sucumbência fixados em favor da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro.
(...)
No agravo ora questão, observo que tais requisitos se fazem perfeitamente presentes, sendo matéria de direito tributário de grande relevância, razão pela qual, autorizado pelo art. 947, § 1º, do CPC, suscito, de ofício, a instauração de Incidente de Assunção de Competência - IAC perante a Seção Cível desta Corte, na forma acima delineada. À Secretaria, para que promova a remessa dos autos 
Rio de Janeiro, 03 de outubro de 2019.
 LUCIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO
 Desembargador Relator”
(grifado e adaptado)
d) Desrespeito pelos órgãos do Tribunal – Reclamação – art. 988, IV, do CPC.
II- INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
O controle de constitucionalidade pode ocorrer de duas formas:
a) Concentrado ou abstrato – STF e Tribunais Estaduais
b) Difuso – 
b.1) A suposta inconstitucionalidade de uma lei se traduz em uma questão prejudicial interna (Há necessidade de solucionar a questão da constitucionalidade ou não de forma anterior ao mérito da causa). 
b.2) A solução do incidente não é acobertada pela coisa julgada.
b.3) O juiz de 1ª instância é incompetente para declarar a inconstitucionalidade. No caso concreto ele apenas afasta a sua aplicação. O ato normativo permanece válido e a gerar efeito perante todos os demais.
c) Procedimento:
Durante o processamento de um R, RN ou ACO, o controle difuso poderá ser suscitado para fins de reconhecimento de Inconstitucionalidade.
O órgão fracionário (câmara) deve deliberar se a inconstitucionalidade é ou não consistente.
Se os membros do colegiado concluírem em sentido contrário – prosseguirá o julgamento (art. 949, II, CPC)
Se por maioria absoluta ou unanimidade concluírem que a questão é relevante – será lavrado acórdão – com a suspensão do processo – autos remetidos ao pleno ou ao órgão especial do tribunal.
OBS: Isto porque, não é possível que órgãos fracionários de um tribunal possam realizar DIRETAMENTE o controle difuso da constitucionalidade – PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO – art. 97, da CF.
Para confirmar esta informação, basta analisar o disposto no artigo 3º, do RITJRJ.
“Art.3º- Compete ao Órgão Especial:
(...)
IV- declarar pelo voto da maioria absoluta de seus membros, a inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público, nos casos de sua competência e naqueles que, para esse fim, lhe forem remetidos pelos demais Órgãos Julgadores do Tribunal;
Da não remessa dos autos ao plenário ou ao órgão especial:
1) O processo já tramitou perante estes órgãos;
2) O controle difuso suscitado perante suscitado perante a Turma Recursal – não é tribunal;
3) Quando já houver manifestação do pleno ou do órgão especial do tribunal estadual ou do STF a respeito da inconstitucionalidade alegada.
Da decisão proferida pelo pleno ou órgão especial:
1) Confirmação da constitucionalidade ou não – maioria absoluta – súmula 513 – STF.
2) Retorno dos autos ao órgão que originou o incidente para proferir decisão aplicando a orientação firmada pelo pleno ou pelo órgão especial.
3) Logo, o recurso será da decisão do órgão fracionário e não do pleno ou do órgão especial. 
d) Legitimados:
d.1) Magistrados
d.2) MP
d.3) Partes
d.4) Terceiro interessado
 
e) Exemplos:
“Segunda Câmara Cível 
AC nº 0013988-12.2014.8.19.0061
DESEMBARGADOR LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO APELAÇÃO CÍVEL Nº 0013988-12.2014.8.19.0061 APELANTE 1: ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO DE SANTA CATARINA APELANTE 2: MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS APELADOS: OS MESMOS ORIGEM: 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TERESÓPOLIS RELATOR: DES. LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. LEI Nº 3.280/2014 DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS QUE DETERMINA ÀS UNIDADES HOSPITALARES CONVENIADAS AO SUS A IMPLEMENTAÇÃO DE TRATAMENTO ISONÔMICO ENTRE ACOMPANHANTES DE PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DA REDE PARTICULAR. PLEITO AUTORAL DE INEXIGIBILIDADE DE SEU CUMPRIMENTO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA, SUSTANDO OS EFEITOS DA NORMA ALVITRADA QUANTO À APLICAÇÃO DA PENA PECUNIÁRIA. INCONFORMISMO DE AMBAS AS PARTES. PRELIMINARES DE NULIDADE POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA E JULGAMENTO EXTRA PETITA AFASTADAS. CONTROLE DIFUSO DA CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS MUNICIPAIS QUE SE ADMITE QUANDO SUA ANÁLISE CONSTITUIR ANTECEDENTE LÓGICO E NECESSÁRIO AO PRONUNCIAMENTO JUDICIAL PRETENDIDO. SOLUÇÃO DE 1º GRAU PROFERIDA EM CONSONÂNCIA COM O PEDIDO EXORDIAL. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 3.280/2014 DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS QUE SE SUSCITA, ANTE A POSSIBILIDADE DE VIOLAÇÃO DO SISTEMA CONSTITUCIONAL DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA QUANTO À MATÉRIA E DO PRINCÍPIO DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO. ART. 97 DA CF. SUSPENSÃO DO JULGAMENTO DOS RECURSOS E REMESSA DOS AUTOS AO ÓRGÃO ESPECIAL DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
ACÓRDÃO
 VISTOS, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº 0013988-12.2014.8.19.0061, em que figura como apelante 1 ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO DE SANTA CATARINA, apelante 2 MUNICIPIO DE TERESÓPOLIS, sendo apelados OS MESMOS. ACORDAM, por UNANIMIDADE de votos, os Desembargadores que compõem esta E. Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em SUSCITAR INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, nos termos do voto do Relator. Rio de Janeiro, na data do lançamento da assinatura digital. DESEMBARGADOR LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO RELATOR.” (grifado e adaptado).
“Segunda Câmara Cível 
AC nº 0013988-12.2014.8.19.0061 D DESEMBARGADOR LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO APELAÇÃO CÍVEL Nº 0013988-12.2014.8.19.0061 APELANTE 1: ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO DE SANTA CATARINA APELANTE 2: MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS APELADOS: OS MESMOS ORIGEM: 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TERESÓPOLIS RELATOR: DES. LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO APELAÇÕES CÍVEIS. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER. LEI Nº 3.280/2014 DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS QUE DETERMINA ÀS UNIDADES HOSPITALARES CONVENIADAS AO SUS A IMPLEMENTAÇÃO DE TRATAMENTO ISONÔMICO ENTRE ACOMPANHANTES DE PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E OS DA REDE PARTICULAR. PLEITO AUTORAL DE INEXIGIBILIDADE DE SEU CUMPRIMENTO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA E INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE FONTE DE CUSTEIO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA, SUSTANDO OS EFEITOS DA NORMA ALVITRADA QUANTO À APLICAÇÃO DA PENA PECUNIÁRIA. INCONFORMISMO DE AMBAS AS PARTES. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 3.280/2014 DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS DECLARADA PELO ÓRGÃO ESPECIAL DESTA CORTE, ANTE A VIOLAÇÃO DO SISTEMA CONSTITUCIONAL DE REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA QUANTO À MATÉRIA E DO PRINCÍPIO DA PRECEDÊNCIA DA FONTE DE CUSTEIO. REFORMA DA SOLUÇÃO DE 1º GRAU QUE SE IMPÕE PARA JULGAR PROCEDENTE O PLEITO AUTORAL. CONHECIMENTO DOS RECURSOS, PROVIMENTO DO APELO DA PARTE AUTORA E DESPROVIMENTO DA IRRESIGNAÇÃO DO ENTE MUNICIPAL.
ACÓRDÃO VISTOS, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº 0013988-12.2014.8.19.0061, em que figura como apelante 1 ASSOCIAÇÃO CONGREGAÇÃO DE SANTA CATARINA, apelante 2 MUNICIPIO DE TERESÓPOLIS, sendo apelados OS MESMOS. ACORDAM, por UNANIMIDADE de votos, os Desembargadores que compõem esta E. Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em CONHECER OS RECURSOS, DAR PROVIMENTO AO APELO DA DEMDANDANTE E NEGAR PROVIMENTO À IRRESIGNAÇÃO DO ENTE MUNICIPAL, nos termos do voto do Relator. Rio de Janeiro, na data do lançamento da assinatura digital. DESEMBARGADOR LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO RELATOR.
(...)
Relatório
(...)
Voto
(...)
Em que pese a relevância do conteúdo ético-jurídico da norma alvitrada ao dispor sobre a necessidade de assegurar tratamento isonômico e digno aos acompanhantes de pacientes usuários do Sistema Único de Saúde internados em unidadeshospitalares conveniadas, não mais subsiste qualquer questionamento acerca de sua exequibilidade, porquanto declarada inconstitucional pelo Órgão Especial desta Corte de Justiça, em incidente de arguição suscitado por este Órgão fracionário, em razão das incompatibilidades formais do referido regramento com os preceitos constitucionais da Carta Estadual e Lei Maior, conforme ementa a seguir destacada: 
INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI MUNICIPAL QUE DETERMINA QUE AS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE TERESÓPOLIS DEVEM ASSEGURAR AOS ACOMPANHANTES DE PACIENTES ATENDIDOS PELO SUS ISONOMIA DE CONDIÇÕES DESTINADAS AOS ACOMPANHANTES DE PACIENTES ATENDIDOS POR CONVÊNIOS, PLANOS DE SAÚDE OU PARTICULARES. COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE UNIÃO E ESTADOS PARA LEGISLAR SOBRE DEFESA DA SAÚDE. ART. 24, XII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA DE INTERESSE EMINENTEMENTE LOCAL A JUSTIFICAR A COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DO MUNICÍPIO. ACOLHIMENTO DO INCIDENTE.
Diante do exposto, VOTO no sentido de CONHECER ambos os recursos, DAR PROVIMENTO ao recurso da demandante para, reformando a sentença, julgar improcedente o pleito autoral, e NEGAR PROVIMENTO ao recurso do ente municipal. Rio de Janeiro, data do lançamento da assinatura digital. DESEMBARGADOR LUIZ ROLDÃO DE FREITAS GOMES FILHO RELATOR”.
III – INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
a) Instauração: Necessidade de repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma QUESTÃO DE DIREITO e RISCO À ISONOMIA E À SEGURANÇA JURÍDICA.
b) Legitimidade – art. 977, CPC
b.1) De ofício
b.2) MP/DP
b.3) Partes
OBS: O Ministério Público atuará como fiscal da ordem jurídica na hipótese do § 2º, do artigo 976, CPC.
c) Requerimento de instauração: diretamente ao Presidente do Tribunal (art. 977, CPC)
d) Hipóteses de inadmissão - § 4º, do art. 976, CPC
d.1) O tema já tiver sido afetado em tribunal superior para julgamento repetitivo;
d.2) Ausência de risco à isonomia
OBS: Possibilidade do incidente ser suscitado novamente – ausência de pressupostos de admissibilidade - §3º, art. 976, CPC.
e) Atos a serem executados após a instauração (art. 982, CPC)
e.1) Publicidade o incidente - Tema
e.2) Relator suspenderá os processos individuais ou coletivos pendentes que tramitam na sua área de jurisdição
e.3) requisição de informações
e.4) Sobrestamento – até 1 ano – processos voltam a tramitar – art. 980, CPC.
f) Julgamento:
f.1) A decisão proferida pelo órgão julgador competente que definir a tese jurídica, também deve analisar o caso (R, RN ou ACO) do qual se originou o incidente.
f.2) A aplicação da decisão aos demais processos que versem sobre o mesmo tema, na área do tribunal, inclusive perante o Juizado (art. 985, I, CPC).
g) Inobservância da decisão do IRDR – Reclamação – art. 985, § 1º, CPC.
h) Exemplos:
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS 32321- 30.2016.8.19.0000 
ARGUENTE : JUIZO DE DIREITO DA 2ª VARA CIVEL DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS 
INTERESSADO : RICARDO DE MELO MARTINS ADVOGADO : EDILBERTO MIRANDA DE OLIVEIRA FILHO
INTERESSADO : BANCO PANAMERICANO S/A 
INTERESSADO : BANCO CRUZEIRO DO SUL S/A 
INTERESSADO : BANCO DAYCOVAL S/A INTERESSADO : BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A 
INTERESSADO : BANCO CETELEM BGN S/A 
INTERESSADO : BANCO BANRISUL S/A 
INTERESSADO : BANCO BONSUCESSO S/A 
PROCESSO ORIGINÁRIO: 15170-85.2016.8.19.0021 Incidente de Resolução de Demanda Repetitiva. Matéria de Direito. Divergência jurisprudencial quanto a legitimidade passiva nas ações que se discutem a limitação dos descontos de empréstimos consignados à margem permitida. Julgados em que se apresentam como legitimado passivo as instituições financeiras ou bancárias, bem como julgados em que se identifica como legitimada passiva a fonte pagadora. Pretensão de fixação de tese jurídica a respeito da legitimidade ( se das instituições financeiras, se da fonte pagadora ou de ambas ). Presentes os requisitos do Art. 976 do CPC, de 2015. Risco efetivo de coexistência de decisões conflitantes que possam acarretar ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Demandas repetitivas em curso. Incidente admitido. ACÓRDÃO Relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Desembargadores da Seção Cível Especializada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, POR MAIORIA DE VOTOS, em ADMITIR O INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS, nos termos do voto da relatora. Rio de Janeiro, na data da sessão de julgamento.
(...)
Assim, direciono meu voto pela admissibilidade do presente incidente, para que se defina a seguinte tese :
 “DEFINIÇÃO DA LEGITIMIDADE PASSIVA NAS AÇÕES EM QUE SE BUSCA LIMITAÇÃO DE PERCENTUAL DE DESCONTO E/OU ADEQUAÇÃO À MARGEM PERMITIDA, DECORRENTES DE EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS.
(...)
Efetuada a publicização da presente, na forma do art. 979 do CPC, desde logo determina-se a suspensão de todos os feitos que tramitem, no âmbito Estadual, em qualquer juízo e grau de jurisdição cujo objeto envolva limitação de percentual de descontos e/ou adequação de margem, em casos de empréstimos consignados. 
A suspensão ora determinada não impede a propositura de nova demandas, e não abrange: 
a) Feitos em fase de liquidação 
b) Feitos em fase de cumprimento de sentença 
c) Exame de pedidos de tutela de urgência 
d) Exame de pleito de gratuidade.
Proceda-se a comunicação da suspensão, nos termos do art. 982, § 1º do CPC Após, voltem os autos a esta Relatora, para prosseguimento. Rio de Janeiro, na data da assinatura digital. Des. Natacha Nascimento Gomes Tostes Gonçalves de Oliveira”. 
(grifado e adaptado)
 
	
“SEÇÃO CÍVEL DO CONSUMIDOR. 
RELATORA: DES. NATACHA NASCIMENTO GOMES TOSTES GONÇALVES DE OLIVEIRA 
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS 0032321- 30.2016.8.19.0000 
ARGUENTE: JUIZO DE DIREITO DA 2ª VARA CIVEL DA COMARCA DE DUQUE DE CAXIAS 
INTERESSADO: RICARDO DE MELO MARTINS ADVOGADO: EDILBERTO MIRANDA DE OLIVEIRA FILHO (Ativo) 
INTERESSADO: BANCO PANAMERICANO S/A
INTERESSADO: BANCO CRUZEIRO DO SUL S/A 
INTERESSADO: BANCO DAYCOVAL S/A 
INTERESSADO: BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A 
INTERESSADO: BANCO CETELEM BGN S/A 
INTERESSADO: BANCO BANRISUL S/A 
INTERESSADO: BANCO BONSUCESSO S/A 
PROCESSO ORIGINÁRIO: 0015170-85.2016.8.19.0021
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS ADEQUAÇÃO À MARGEM CONSIGNÁVEL. LEGITIMIDADE PASSIVA. LITISCONSÓRCIO. 1. O presente incidente visa fixar tese jurídica a respeito da legitimidade passiva nas ações onde se busca adequação dos descontos de empréstimos consignados à margem. 2. A natureza de tal tipo de demanda tem cunho revisional, posto que a adequação de margem irá repercutir no valor das prestações e no tempo do contrato. 3. A decisão, assim, interfere nos contratos firmados entre o consumidor e o agente financeiro. 4. A fonte pagadora não participa da contratação, nem sofre reflexos com a decisão, sendo apenas implantadora dos efeitos da decisão. 5. Inexiste, por conseguinte, litisconsórcio necessário entre as instituições financeiras e a fonte pagadora. 6. A fonte pagadora pode figurar no polo passivo por opção do consumidor, na qualidade de litisconsorte facultativo, quando se lhe é imputado ato próprio. 7. Fixa-se, então, para os fins do art. 985 do CPC, a seguinte tese: A) A LEGITIMIDADE PASSIVA ORDINÁRIA É DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS QUE CONCEDERAM CRÉDITO AO AUTOR B) NÃO HÁ LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO ENTRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E A FONTE PAGADORA C) POR OPÇÃO DO CONSUMIDOR, A FONTE PAGADORA PODE FIGURAR NO POLO PASSIVO, COMO LITISCONSORTE FACULTATIVO, OBSERVADA A IMPUTAÇÃO À MESMA DE CONDUTA PRÓPRIA 
Incidente julgado procedente.
(...)
Diante do exposto, voto no sentido de ser julgado PROCEDENTE o presente Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, para que, nos processos onde se busque limitação à margem consignável de empréstimos, seja fixada a seguinte tese: 
1 – A LEGITIMIDADE PASSIVA ORDINÁRIA É DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS QUE CONCEDERAM CRÉDITO AO AUTOR. 
2 – NÃO HÁ LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO ENTRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E A FONTE PAGADORA.3 – POR OPÇÃO DO CONSUMIDOR, A FONTE PAGADORA PODE FIGURAR NO POLO PASSIVO, COMO LITISCONSORTE FACULTATIVO, OBSERVADA A IMPUTAÇÃO À MESMA DE CONDUTA PRÓPRIA. 
Efetuem-se as devidas publicações e comunicações que determina o art. 985 do CPC, inclusive para que retomem seu curso processual os processos até então suspensos. Rio de Janeiro, na data da assinatura digital. Des. Natacha Nascimento Gomes Tostes Gonçalves de Oliveira. Relatora”.
(grifado e adaptado)
“SEÇÃO CÍVEL COMUM 
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas n.º 0045980-72.2017.8.19.0000 
Arguente: ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
Interessado: COMPANHIA CAMINHO ÁEREO PÃO DE AÇUCAR 
Ação Originária: 0371325-32.2015.8.19.0001 
Relator: Des. Mauro Pereira Martins
 ACÓRDÃO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS. INCIDÊNCIA DAS TARIFAS DE USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO E DOS SISTEMAS DE TRANSMISSÃO ELÉTRICA (TUSD E TUST) NA BASE DE CÁLCULO DE ICMS. PRESENÇA DOS REQUISITOS DO ARTIGO 976 DO CPC. QUESTÃO EXCLUSIVAMENTE DIREITO; EFETIVA REPETIÇÃO DE PROCESSOS QUE CONTÊM A CONTROVÉRSIA ABORDADA; RISCO DE OFENSA À ISONOMIA E À SEGURANÇA JURÍDICA. TRIBUNAIS SUPERIORES QUE NÃO AVOCARAM A TESE, PARA DEFINIÇÃO DE TESE JURÍDICA. JUÍZO POSITIVO DE ADMISSIBILIDADE.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DEMANDAS REPETITIVAS Nº 0045980-72.2017.8.19.0000, em que é arguente ESTADO DO RIO DE JANEIRO;
 A C O R D A M os Desembargadores que compõem a SEÇÃO CÍVEL COMUM do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em ADMITIR o presente incidente de resolução de demandas repetitivas, nos termos do voto do Desembargador Relator.
(...)
Feitas essas breves considerações, tem-se que o presente incidente merece ser admitido. 
Desde logo, coloque-se que dúvida não há de que o Estado do Rio de Janeiro, enquanto réu na demanda originária, é parte legítima para requerer a instauração do IRDR, segundo o que preceitua o art. 977, II, do NCPC. Art. 977. 
O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal: I - pelo juiz ou relator, por ofício; II - pelas partes, por petição; III - pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição. Passando aos requisitos de admisibilidade, certo é que os positivos estão elencados nos incisos do art. 976 da mesma Codificação, a seguir transcritos: 
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente: I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Da sua leitura, temos que necessária a presença simultânea de efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e de risco de ofensa à isonomia e a à segurança jurídica. In casu, conforme se depreende das informações submetidas à análise desta Seção Cível, existem decisões conflitantes neste Tribunal em diversos processos que versam sobre essa mesma questão de direito.
A título exemplificativo, há decisões provenientes das 4ª, 5ª, 7ª, 9ª, 15ª, 17ª, 21ª Câmara Cíveis, no sentido de que os valores das tarifas “TUST” e “TUSD” integram a base de cálculo do ICMS incidente no serviço de energia elétrica; enquanto as decisões das 1ª, 2ª, 3ª, 8ª, 10ª, 12ª, 13ª, 14ª, 19ª, 20ª, 22ª Câmaras Cíveis adotam posicionamento contrário. 
Nessa linha, em sendo admitido o presente, será possível pacificar o entendimento do tema neste Tribunal de Justiça, definindo-se, por ocasião do julgamento do IRDR, se os valores das tarifas “TUST” e “TUSD” integram, ou não, a base de cálculo do ICMS incidente sobre o serviço de energia elétrica. 
E, caso contrário, persistirá a instabilidade na compreensão de uma mesma questão de direito nesta Corte, gerando ofensa à isonomia e segurança jurídica. Presentes, portanto, os pressupostos positivos de admissibilidade. Passa-se, então, ao exame do pressuposto negativo do §4º do mesmo dispositivo legal: 4 o - É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva. No caso, temos que este também restou preenchido, tendo em vista que não há nos tribunais superiores recurso afetado para a definição da tese em questão. 
Aliás, embora haja posicionamento majoritário no âmbito do STJ acerca do tema pela exclusão de tais tarifas da base de cálculo do ICMS incidente sobre o serviço de energia elétrica, inexiste súmula ou acórdão decorrente de recurso repetitivo, de modo que os tribunais inferiores não estão obrigados a adotar tal entendimento, acabando, por via de consequência, por proliferarem decisões díspares acerca de uma mesma questão de direito, com ofensa, assim, aos princípios da isonomia e da segurança jurídica. 
Por fim, coloque-se que a demanda que deu origem ao presente incidente atualmente está em trâmite perante a 14ª Câmara Cível, de modo que possível a sua instauração, segundo entendimento doutrinário adotado pelo Enunciado 344 do Fórum Permanente de Processualistas Civil, como se observa: 
A instauração do incidente pressupõe a existência de processo pendente no respectivo tribunal. Logo, deve ser admitido o presente incidente de resolução de demandas repetitivas, com o fito de se firmar a tese jurídica a ser aplicada de modo uniforme no âmbito deste Tribunal, na forma do art. 985 do CPC/15. 
Ante o exposto, voto no sentido de ADMITIR o processamento presente incidente de resolução de demandas repetitivas. Determino com fundamento no artigo 982, inciso I, do Código de Processo Civil, o sobrestamento de todos os processos em curso nas duas instâncias deste Tribunal de Justiça, que versarem sobre a inexistência de relação jurídico-tributária atinente ao recolhimento do ICMS incidente sobre os encargos de TUST e TUSD e fixação da base de cálculos do referido tributo sobre a energia elétrica efetivamente consumida. A suspensão ora determinada não impede a propositura de nova demandas, e não abrange: a) feitos em fase de liquidação; b) feitos em fase de cumprimento de sentença; c) exame de pedidos de tutela de urgência; d d) exame de pleito de gratuidade. 
Avoco o julgamento da Apelação Cível n.º 0371325- 32.2015.8.19.0001 – em curso perante a 14ª Câmara Cível deste TJERJ para que o mesmo seja efetuado por esta Seção Cível, (§ único, art. 978, CPC/2015); Determino o cumprimento das disposições do caput do art. 979, CPC/2015, quanto à divulgação e publicidade do presente IRDR; 
- Dê-se vista ao Ministério Público do ERJ nos termos do inciso III do art. 982, CPC/2015, para, querendo, manifestar-se no prazo previsto em lei. 
Após a realização destas diligências, intime-se a parte autora da demanda originária e demais interessados com interesse na controvérsia em geral, e no julgamento em particular, para, querendo, e no prazo comum de 15 (quinze) dias, pronunciar-se nos autos deste incidente, nos exatos termos do art. 983 do CPC/2015. 
Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2017. MAURO PEREIRA MARTINS Desembargador Relator

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