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Slides Direito das Coisas - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

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Direito das Coisas
Professor Cleonalto Gil Barbosa
INTRODUÇÃO AOS DIREITOS
REAIS
Direito das Coisas
Conceito
⦿ Segundo a clássica definição de Clóvis
Beviláqua, direito das coisas “é o
complexo de normas reguladoras das
relações jurídicas referentes às coisas
suscetíveis de apropriação pelo homem.
Tais coisas são, ordinariamente, do
mundo físico, porque sobre elas é que é
possível exercer o poder de domínio”.
Conceito
O que regula o poder dos homens sobre os
bens e os modos de sua utilização econômica
(Orlando Gomes).
Direito das Coisas vem a ser um conjunto de
normas que regem as relações jurídicas
concernentes aos bens materiais ou imateriais
suscetíveis de apropriação pelo homem.
(Maria Helena Diniz).
Previsão Legal:
❑ Artigos 1196 a 1510 (1510-A a 1510-E) do
Código Civil
❑ Cumpre salientar que o direito das coisas não está
regulado apenas no Código Civil, senão também em
inúmeras leis especiais, como as que disciplinam, por
exemplo, a alienação fiduciária, a propriedade horizontal,
os loteamentos, o penhor agrícola, pecuário e industrial,
o financiamento para aquisição da casa própria, além
dos Códigos especiais já citados, concernentes às
minas, águas, caça e pesca e florestas, e da própria
Constituição Federal. (GONÇALVES, Carlos Roberto.
 Direito civil brasileiro, v. 5 – Direito das coisas, 12ª edição.,
12th edição. Editora Saraiva, 2017, p. 24). [Minha Biblioteca].
Dos Bens
❑ Dos Bens: CC, Arts. 79 a 97?
❑ Das Diferentes Classes de Bens:
❑ Dos Bens Imóveis: CC, art. 79
❑ Dos Bens Móveis: CC, Art. 82.
❑ Dos Bens Reciprocamente Considerados:
CC, Arts. 92 a 97 (bem principal, bem
acessório, pertenças e benfeitorias).
❑ Dos Bens Públicos: CC, Art. 98 a 103.
Dos Bens Considerados em Si
Mesmos
⦿ Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo
quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
⦿ Art. 80. Consideram-se imóveis para os
efeitos legais:
⦿ I - os direitos reais sobre imóveis e as ações
que os asseguram;
⦿ II - o direito à sucessão aberta.
⦿ .
⦿
Segundo a destinação, o Código Civil divide os
bens públicos em três categorias
⦿ CC, Art. 99. São bens públicos:
⦿ I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares,
estradas, ruas e praças;
⦿ II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos
destinados a serviço ou estabelecimento da
administração federal, estadual, territorial ou municipal,
inclusive os de suas autarquias;
⦿ III - os dominicais, que constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de
direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
⦿ Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário,
consideram-se dominicais os bens pertencentes às
pessoas jurídicas de direito público a que se tenha
dado estrutura de direito privado.
OCUPAÇÃO INDEVIDA DE BENS PÚBLICOS
PODE CONFIGURAR POSSE?
⦿ STJ, Súmula 619 - A ocupação indevida
de bem público configura mera detenção,
de natureza precária, insuscetível de
retenção ou indenização por acessões e
benfeitorias. (Súmula 619, CORTE
ESPECIAL, julgado em 24/10/2018, DJe
30/10/2018)
Bens e coisas são vocábulos
sinônimos?
⦿ “A palavra coisa, ainda que, sob certas relações,
corresponda, na técnica jurídica, ao termo bem,
todavia dele se distingue. Há bens jurídicos, que
não são coisas: a liberdade, a honra, a vida, por
exemplo. E, embora o vocábulo coisa seja, no
domínio do direito, tomado em sentido mais ou
menos amplo, podemos afirmar que designa, mais
particularmente, os bens que são, ou podem ser,
objeto de direitos reais. Neste sentido dizemos
direito das coisas”.(Clóvis Beviláqua)
Bens e coisas são vocábulos
sinônimos?
⦿ Bens são coisas que, por serem úteis e raras, são
suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico.
Somente interessam ao direito coisas suscetíveis de
apropriação exclusiva pelo homem, sobre as quais
possa existir um vínculo jurídico, que é o domínio. As
que existem em abundância no universo, como o ar
atmosférico e a água dos oceanos, por exemplo, deixam
de ser bens em sentido jurídico (Silvio Rodrigues e
Washington de Barros Monteiro)
Dos Bens Móveis
⦿ CC, Art. 82. São móveis os bens suscetíveis
de movimento próprio, ou de remoção por
força alheia, sem alteração da substância ou
da destinação econômico-social.
⦿ Art. 83. Consideram-se móveis para os
efeitos legais:
⦿ I - as energias que tenham valor
econômico;
⦿ II - os direitos reais sobre objetos móveis
e as ações correspondentes;
Propriedade imaterial
⦿ LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE
1998.
⦿ Art. 1º. Esta Lei regula os direitos autorais,
entendendo-se sob esta denominação os
direitos de autor e os que lhes são conexos.
⦿ Bens Incorpóreos: são bens abstratos que
não possuem existência física, ou seja, não
são concretos. Exemplos: direitos autorais,
crédito, vida, saúde, liberdade, etc. (César
Fiúza)
Direitos autorais na
Constituição Federal de 1988
CF, Art. 5º, XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de
utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
⦿ XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
⦿ a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à
reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades
desportivas;
⦿ b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e
às respectivas representações sindicais e associativas;
⦿ XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE
1998
Art. 3º Os direitos autorais reputam-se,
para os efeitos legais, bens móveis.
Obra caída no domínio público
LEI Nº 9.610/ 1998:
Art. 14. É titular de direitos de autor quem adapta,
traduz, arranja ou orquestra obra caída no
domínio público, não podendo opor-se a outra
adaptação, arranjo, orquestração ou tradução,
salvo se for cópia da sua.
Art. 24. São direitos morais do autor:
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade
e autoria da obra caída em domínio público.
Obra caída no domínio público
LEI Nº 9.610/ 1998:
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor perduram por
setenta anos contados de 1° de janeiro do ano
subseqüente ao de seu falecimento, obedecida a ordem
sucessória da lei civil.
⦿ Parágrafo único. Aplica-se às obras póstumas o prazo
de proteção a que alude o caput deste artigo.
Do Registro das Obras Intelectuais
LEI Nº 9.610/ 1998, Art. 18. A proteção aos direitos de que trata
esta Lei independe de registro.
Art. 19. É facultado ao autor registrar a sua obra no órgão
público definido no caput e no § 1º do art. 17 da Lei nº 5.988,
de 14 de dezembro de 1973.
OBS. Art. 17. Para segurança de seus direitos, o autor da obra
intelectual poderá registrá-Ia, conforme sua natureza, na
Biblioteca Nacional, na Escola de Música, na Escola de Belas
Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto
Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia.
§ 1º Se a obra for de natureza que comporte registro em mais
de um desses órgãos, deverá ser registrada naquele com que
tiver maior afinidade.
Natureza
❑ Ramo do direito civil, considerado o Direito como
regra de conduta, permitindo a coação em
determinadas circunstâncias, pelo poder
competente.
❑ Direito subjetivo, que regula as relações jurídicas
das pessoas, notadamente das relações que se
estabelecem entre as “pessoas e os bens”.
❑ Direito real com vínculo entre a pessoa e coisa,
prevalecendo contra todos, com seqüela e
referência,sendo numerus clausus.
Distinção entre os direitos reais e os
direitos pessoais
❑ Apesar dos romanos não desconhecerem a diferença
entre direito reais e pessoais, através das ações:
“actio in rem” e “actio in personam”, a primeira para
direitos reais e a segunda para direito pessoais,eles
não desenvolveram esta separação.
❑ As expressões “jus in re” (direito das coisas) e “jus ad
rem”(direito contra pessoa) são já do sec.XII, que do
direito canônico foi incorporado ao direito moderno.
❑ Surgiu a teoria CLÁSSICA ou DUALISTA, onde o
direito real consiste na relação entre a pessoa e uma
coisa determinada. A qual será combatida pelas
teses unitárias, ao quais se subdividem em:
Distinção Entre os Direitos Reais e as Pessoais
(Maria Helena Diniz)
(1) PERSONALISTA:
a) PERSONALISTA de PLANIOL: A relação jurídica só pode existir
entre pessoas, jamais entre pessoas e coisas. Havendo no Direito
Real, como nos demais, um sujeito ativo, um passivo e objeto.
Essa relação é de natureza pessoal, como as demais obrigações,
mas de conteúdo negativo.
b) SISTEMA UNITÁRIO (DEMOGUE): Não existem direitos
diferenciados, somente são mais ou menos fortes, mais ou menos
eficazes, da mesma natureza, sendo que os mais fortes são
oponíveis contra todos e os menos fortes não. Não
havendo assim outra modalidade senão o direito
obrigacional (pessoal)
(2) IMPERSONALISTA, onde os direitos pessoais são
absorvidos pelos reais, através da despersonalização da
obrigação, salientando seu caráter patrimonial, abstraindo-se o
devedor
Dos direitos reais
⦿ CC, Art. 1.225. São direitos reais:
⦿ I - a propriedade;
⦿ II - a superfície;
⦿ III - as servidões;
⦿ IV - o usufruto;
⦿ V - o uso;
⦿ VI - a habitação;
⦿ VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
⦿ VIII - o penhor;
⦿ IX - a hipoteca;
⦿ X - a anticrese.
⦿ XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
 (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
⦿ XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação
dada pela Lei nº 13.465, de 2017)
⦿ XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
Atributos do direito de
propriedade
⦿ Grud é um bom processo mnemônico para
recordar os atributos do direito de
propriedade, a saber : Gozar ou fruir (ius
fruendi); Reaver ou buscar (direito de sequela
ou reivindicatio); Usar ou utilizar (ius utendi) e,
por fim, Dispor ou alienar (o ius disponendi).
CC, Art. 1.228. O proprietário tem a
faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e
o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha.
Direitos obrigacionais ou pessoais e
direitos reais: Principais distinções
⦿ Os direitos obrigacionais (jus ad rem)
diferem, em linhas gerais, dos reais (ius in
re):
⦿ a) quanto ao objeto, porque exigem o
cumprimento de determinada prestação, ao
passo que estes incidem sobre uma coisa;
⦿ b) quanto ao sujeito, porque o sujeito passivo
é determinado ou determinável, enquanto
nos direitos reais é indeterminado (são todas
as pessoas do universo, que devem abster-
se de molestar o titular).
Distinguem-se
⦿ c) quanto à duração, porque são transitórios e se
extinguem pelo cumprimento ou por outros meios,
enquanto os direitos reais são perpétuos, não se
extinguindo pelo não uso, mas somente nos
casos expressos em lei (desapropriação,
usucapião em favor de terceiro etc.);
⦿ d) quanto à formação, pois podem resultar da
vontade das partes, sendo ilimitado o número de
contratos inominados (numerus apertus), ao
passo que os direitos reais só podem ser criados
pela lei, sendo seu número limitado e regulado
por esta (numerus clausus);
Distinguem–se:
⦿ e) quanto ao exercício, porque exigem uma
figura intermediária, que é o devedor,
enquanto os direitos reais são exercidos
diretamente sobre a coisa, sem necessidade
da existência de um sujeito passivo;
⦿ f) quanto à ação, que é dirigida somente
contra quem figura na relação jurídica como
sujeito passivo (ação pessoal), ao passo que
a ação real pode ser exercida contra quem
quer que detenha a coisa.
Características diferenciadoras
Direito Pessoal Direito Real
Ilimitado quanto a criação É limitado quanto a criação
(Numerus Clausus). Art. 1225 do
Código Cível e legislação em vigor.
O objeto pode ser coisa genérica
determinável
O objeto é determinado.
É eminentemente transitório Tende a perpetuidade
Não podem ser usucapidos Pode ser usucapido
Sujeito passivo determinado Sujeito passivo universal
A ação só contra aquele que figure
na relação jurídica (Se violada).
Ação contra quem quer que detenha
a coisa (Se violado).
Figuras híbridas
⦿ Essas figuras, que constituem,
aparentemente, um misto de obrigação e de
direito real, provocam alguma perplexidade
nos juristas, que chegam a dar-lhes,
impropriamente, o nome de obrigação real.
Outros preferem a expressão obrigação mista.
Os jurisconsultos romanos as denominavam,
com mais propriedade, obligationes ob rem
ou propter rem. Os ônus reais, uma das
figuras híbridas, têm mais afinidades com os
direitos reais de garantia
Obrigação proter rem no
Código Civil
⦿ a) a obrigação imposta ao condômino de concorrer para
as despesas de conservação da coisa comum (artigo
1.315); 
⦿ b)a do condômino, no condomínio em edificações, de
não alterar a fachada do prédio (artigo 1.336, III); 
⦿ c) a obrigação que tem o dono da coisa perdida de
recompensar e indenizar o descobridor (artigo 1.234); 
⦿ d) a dos donos de imóveis confinantes, de concorrerem
para as despesas de construção e conservação de
tapumes divisórios (artigo 1.297, § 1º) ou de
demarcação entre os prédios (artigo 1.297); 
⦿ e) a obrigação de dar caução pelo dano iminente (dano
infecto) quando o prédio vizinho estiver ameaçado de
ruína (artigo 1.280);
⦿ f) e a obrigação de indenizar benfeitorias (artigo 1.219).
Código Florestal: Lei Nº 12.651,
de 25 de maio de 2012
⦿ Art. 2o [...]
⦿ § 2o As obrigações previstas nesta Lei
têm natureza real e são transmitidas ao
sucessor, de qualquer natureza, no caso
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº
1.206.484 - SP (2010/0139351-6)
⦿ ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. AUSÊNCIA DE
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DANO AMBIENTAL.
DEVER DE REPARAÇÃO. OBRIGAÇÃO PROTER REM.
INDENIZAÇÃO EM FACE DAS RESTRIÇÕES
ECONÔMICAS. SÚMULA 7/STJ.
⦿ 2. Esta Corte Superior tem entendimento sedimentado no
sentido de que os deveres associados às APPs e à
Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem,
isto é, aderem ao título de domínio ou posse.
⦿ 3. Por esse motivo, descabe falar em culpa ou nexo causal,
como fatores determinantes do dever de recuperar a
vegetação nativa e averbar a Reserva Legal por parte do
proprietário ou possuidor, antigo ou novo, mesmo se o
imóvel já estava desmatado quando de sua aquisição. ((Dje
29/03/2011))
As obrigações ambientais possuem
natureza propter rem
⦿ Súmula 623-STJ: As obrigações
ambientais possuem natureza propter
rem, sendo admissível cobrá-las do
proprietário ou possuidor atual e/ou
dos anteriores, à escolha do credor.
STJ. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018,
DJe 17/12/2018.
Serviço essencial de energia:
REsp 1269118 / RJ
⦿ PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO
CIVIL PÚBLICA. ENERGIA ELÉTRICA.
LEGITIMIDADE. DIREITOS INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO.
DÉBITOS ANTIGOS DE USUÁRIO ANTERIOR.
ILEGALIDADE. ATUALIZAÇÃO DE DADOS
CADASTRAIS. SÚMULA 283/STF. ALÍNEA "C". NÃO
DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA.
⦿ [...]a jurisprudência do STJ é no sentido da
impossibilidade de suspensão de serviços essenciais,
tais como o fornecimento de energia elétrica e água,
em função de cobrança de débitos de antigo
proprietário. (DJe 02/02/2015)
Obrigação com eficácia real
⦿ Por fim, distingue-se a obrigação proter rem das obrigações com
eficácia real. Nestas sem perder seu caráter de direito a uma
prestação, há a possibilidade de oponibilidade a terceiros, quando
houver anotação preventiva no registro imobiliário, como, por
exemplo, no casos de locação e compromisso de venda.
⦿ (Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho (2017, p. 2010)
Obrigação com eficácia real:
exemplo na Lei de Locações
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente
poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a
desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o
contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver
averbado juntoà matrícula do imóvel.
⦿ § 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário
cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do
imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo.
⦿ § 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias
contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo -
 se, após esse prazo, a concordância na manutenção da
locação.
(LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991 (Dispõe sobre as
locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes)
Obrigação com eficácia real
CC, Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação,
o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato,
se nele não for consignada a cláusula da sua
vigência no caso de alienação, e não constar de
registro.
§ 1º O registro a que se refere este artigo será o de
Títulos e Documentos do domicílio do locador,
quando a coisa for móvel; e será o Registro de
Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2º Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que
o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não
poderá ele despedir o locatário, senão observado o
prazo de noventa dias após a notificação.
Obrigação proter rem
⦿ CC, Art. 1.315. O condômino é obrigado,
na proporção de sua parte, a concorrer
para as despesas de conservação ou
divisão da coisa, e a suportar os ônus a
que estiver sujeita.
⦿ Parágrafo único. Presumem-se iguais as
partes ideais dos condôminos.
Dos Direitos de Vizinhança
⦿ CC,Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor
de um prédio tem o direito de fazer cessar as
interferências prejudiciais à segurança, ao
sossego e à saúde dos que o habitam,
provocadas pela utilização de propriedade
vizinha.
⦿ Parágrafo único.Proíbem-se as interferências
considerando-se a natureza da utilização, a
localização do prédio, atendidas as normas
que distribuem as edificações em zonas, e os
limites ordinários de tolerância dos
moradores da vizinhança.
LEI Nº 13.301, DE 27 DE JUNHO DE 2016 (Lei
do mosquito) ingresso forçado
Art. 1o Na situação de iminente perigo à saúde pública pela presença
do mosquito transmissor do vírus da dengue, do vírus chikungunya e
do vírus da zika, [...]
⦿ § 1o Entre as medidas que podem ser determinadas e
executadas para a contenção das doenças causadas
pelos vírus de que trata o caput, destacam-se: 
⦿ III - realização de visitas ampla e antecipadamente
comunicadas a todos os imóveis públicos e particulares,
ainda que com posse precária, para eliminação do
mosquito e de seus criadouros, em área identificada
como potencial possuidora de focos de transmissão;
⦿ IV - ingresso forçado em imóveis públicos e
particulares, no caso de situação de abandono,
ausência ou recusa de pessoa que possa permitir o
acesso de agente público, regularmente designado e
identificado, quando se mostre essencial para a
contenção das doenças.
Obrigação de dar caução pelo
dano iminente
⦿ Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem
direito a exigir do dono do prédio vizinho a
demolição, ou a reparação deste, quando
ameace ruína, bem como que lhe preste
caução pelo dano iminente.
⦿ Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de
um prédio, em que alguém tenha direito de
fazer obras, pode, no caso de dano iminente,
exigir do autor delas as necessárias garantias
contra o prejuízo eventual.
Do Direito de Construir
⦿ CC, Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer
eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e
meio do terreno vizinho.
⦿ § 1o As janelas cuja visão não incida sobre a linha
divisória, bem como as perpendiculares, não
poderão ser abertas a menos de setenta e cinco
centímetros.
⦿ § 2o As disposições deste artigo não abrangem
as aberturas para luz ou ventilação, não maiores
de dez centímetros de largura sobre vinte de
comprimento e construídas a mais de dois metros
de altura de cada piso.
Qual o prazo para exigir que
se desfaça janela?
CC, Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e
dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça
janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio;
escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem
atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir,
ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com
prejuízo para o prédio vizinho.
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas
para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o
vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação,
ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.
Edificações na Zona Rural
⦿ CC, Art. 1.303. Na zona rural, não será
permitido levantar edificações a menos de
três metros do terreno vizinho.
Da descoberta
⦿ CC, Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
⦿ CC, Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos
do artigo antecedente, terá direito a uma recompensa não
inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas
despesas que houver feito com a conservação e transporte da
coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
⦿ Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa,
considerar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para
encontrar o dono, ou o legítimo possuidor, as possibilidades que
teria este de encontrar a coisa e a situação econômica de ambos.
Da descoberta
⦿ No que se refere à recompensa (achádego) devida,
frente ao fato de que o antigo Código Civil não
estabeleceu parâmetros para seu valor, há que se
aplicar, por analogia, o Novo Código Civil , que em
seu artigo 1.234 estabelece o mínimo de 5% de o
prêmio para o inventor. Além disso, há que ser
indenizadas as despesas ocorridas em função do
achado, mesmo que estas se resumam apenas aos
honorários do advogado que atuou para ver
reconhecido o antes negado direito à recompensa.
(TRF- 4 – MS: 40565 PR 2003.04.01.040565-4,
Relator: TADAAQUI HIROSE, Data de julgamento:
17/12/2003, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: DJ
14/01/2004)
Apropriação de coisa achada
⦿ Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou
força da natureza
⦿ CP, Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao
seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
⦿ Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
⦿ Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
⦿ Apropriação de tesouro
⦿ I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no
todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário
do prédio;
⦿ Apropriação de coisa achada
⦿ II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria,
total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou
legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade
competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
Das Coisas Vagas
⦿ CPC, Art. 746. Recebendo do descobridor coisa alheia perdida, o
juiz mandará lavrar o respectivo auto, do qual constará a descrição
do bem e as declarações do descobridor.
⦿ § 1o Recebida a coisa por autoridade policial, esta a remeterá em
seguida ao juízo competente.
⦿ § 2o Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital na rede
mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver
vinculado e na plataforma de editais do Conselho Nacional de
Justiça ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da
comarca, para que o dono ou o legítimo possuidor a reclame, salvo
se se tratar de coisa de pequeno valor e não for possível a
publicação no sítio do tribunal, caso em que o edital será apenas
afixado no átrio do edifício do fórum.
⦿ § 3o Observar-se-á, quanto ao mais, o disposto em lei.
⦿
Do Achado do Tesouro
⦿ CC, Art. 1.264. O depósito antigo de coisas
preciosas, oculto e de cujo dono não haja
memória, será dividido por igual entre o
proprietário do prédio e o que achar o tesouro
casualmente.
⦿ CC,Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro
ao proprietário do prédio, se for achado por ele,
ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não
autorizado.
⦿ CC, Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o
tesouro será dividido por igual entre o
descobridor e o enfiteuta, ou será deste por
inteiro quando ele mesmo seja odescobridor.
Características Direitos Reais
a) Legalidade ou tipicidade: Os direitos reais
somente existem se a respectiva figura
estiver prevista em lei (CC, art. 1.225);
b) Taxatividade: numerus clausus, ou seja,
não admite ampliação pela simples vontade
das partes;
c) Publicidade: primordialmente para os bens
imóveis, por se submeterem a um sistema
formal de registro;
Características Direitos Reais
d) Eficácia erga omnes: Os direitos reais são
oponíveis a todas as pessoas, indistintamente;
e) Inerência ou Aderência: O direito real adere à
coisa, acompanhando-a em todas as suas
mutações. Nítida nos direitos reais de
garantia vez que o credor gozando de um
direito real vinculado à coisa prefere a outros
credores;
f) Sequela: O titular de direito real pode perseguir
a coisa em mãos de quem quer que seja.
Características Direitos Reais
⦿ Preferência – primazia que tem o credor
ou titular do direito sobre outras pessoas.
Estão presentes nos Direitos de Garantias
como: no penhor, hipoteca, anticrese ou
alienação fiduciária.
⦿
CC, Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de
qualquer espécie; o crédito pessoal privilegiado,
ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
CC, Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor,
anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia
fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da
obrigação.
Preferência
Princípio da exclusividade
⦿ Não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo,
sobre a mesma coisa. Duas pessoas não ocupam o
mesmo espaço jurídico, deferido com exclusividade a
alguém, que é o sujeito do direito real. Assim, não é
possível instalar-se direito real onde outro já exista. No
condomínio, cada consorte tem direito a porções ideais,
distintas e exclusivas.
Princípio do desmembramento
⦿ Conquanto os direitos reais sobre coisas alheias tenham
normalmente mais estabilidade do que os obrigacionais,
são também transitórios, pois, como exposto,
desmembram-se do direito-matriz, que é a propriedade.
Quando se extinguem, como no caso de morte do
usufrutuário, por exemplo, o poder que existia em mão
de seus titulares retorna às mãos do proprietário, em
virtude do princípio da consolidação. Este, embora seja
o inverso daquele, o complementa e com ele convive.

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