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SLIDE AULA 5-1

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Introdução ao Estudo do Direito
Aula 5
Prof. Rafaella Lessa
TEMA: TEORIA DA NORMA JURÍDICA
1) Conceito norma jurídica
2) Estrutura da norma jurídica
3) Características da norma jurídica
4) Classificação das normas: quanto ao tipo de comando (imperatividade), quanto à amplitude, quanto ao elemento espacial, quanto ao elemento temporal, quanto aos efeitos, quanto às fontes, quanto ao conteúdo, quanto ao critério de sanção.
5) Os planos da vigência, validade e eficácia da norma
Conceito da norma jurídica
A Ciência do Direito tem por objeto a experiência social na medida em que esta é disciplinada por certos esquemas ou modelos de organização e de conduta que denominamos normas ou regras jurídicas.
A norma jurídica é um comando, um imperativo dirigido às ações dos indivíduos e das pessoas jurídicas e demais entes.
“Dizemos, outrossim, que a regra jurídica enuncia um dever ser de forma objetiva e obrigatória, porquanto, consoante já foi exposto em aulas anteriores, é próprio do Direito valer de maneira heterônoma, isto é, com ou contra a vontadE dos obrigados, no caso das regras de conduta, ou sem comportar alternativa de aplicação, quando se tratar de regras de organização.” (MIGUEL REALE)
Estrutura da norma jurídica
De acordo com a sua natureza, as normas jurídicas podem apresentar uma estrutura lógica própria a ser examinada em cada situação:
A) Normas de conduta
São também denominadas de normas primárias, exatamente porque cumprem a finalidade básica das regras de direito, que é a disciplina de comportamentos na sociedade. 
B) Normas de organização
Chamadas também de secundárias, fixam competências e atribuições no âmbito do Estado, algo indispensável no Estado do Direito, no qual prevalece o império da lei, estando as autoridades públicas subordinadas a um princípio de legalidade estrita, segundo o qual as suas ações somente podem ocorrer nos limites fixados pela lei.
Características da norma jurídica
Generalidade: temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica.
Abstratividade: as normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta aplicável a qualquer membro da sociedade.
Bilateralidade: expressa o fato da norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico. 
		
		Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo)
		Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico)
4. Imperatividade: para garantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. 
5. Coercibilidade: possibilidade de uso de coação.
6. Atributividade: a aptidão para atribuir ao lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado.
Classificação das normas: quanto ao tipo de comando (imperatividade)
A norma jurídica comporta inúmeras classificações, que têm como referência aspectos formais, materiais, temporais, de competência normativa, entre outros, que apresentam natureza cumulativa.
A) QUANTO AO TIPO DE COMANDO:
Norma imperativa ou cogente - É aquela que exige de seu destinatário uma conduta positiva ou uma ação, sendo antijurídica qualquer atitude diferente da prescrita na lei ou a omissão. Ex: Imposto de renda.
Norma proibitiva - Parte exatamente da premissa oposta da norma imperativa: neste caso, a postura juridicamente admitida pressupõe uma omissão por parte do destinatário. Ex: Proibido fumar.
Norma supletiva - Este tipo de norma compreende aquelas situações em que a ordem jurídica cria um padrão de agir, mas permite ao destinatário optar por uma atuação diferente, de acordo com o princípio da autonomia privada. Ex: Regime de bens.
Classificação das normas: quanto à amplitude
B) QUANTO À AMPLITUDE:
Norma genérica - A hipótese nela prevista tem conteúdo aberto, sendo aplicável a uma infinidade de situações. Ex: isonomia (todos são iguais perante a lei).
Norma específica: Disciplina certas situações de modo pontual, buscando um regramento detalhado do direito em questão ou simplesmente trata de uma matéria muito especializada. Ex: Lei de Locações.
Norma individualizada - Tem aplicação a uma situação determinada, perfeitamente identificável no tempo e no espaço, havendo casos em que sua disciplina jurídica se exaure na incidência sobre um fato específico ou perdura durante reduzido período de tempo. Ex: Decreto de nomeação a cargo público de confiança.
Classificação das normas: quanto ao elemento espacial
C) QUANTO AO ELEMENTO ESPACIAL:
Norma de Direito Internacional - As relações entre os Estados na ordem internacional contam com normas estabelecidas com base em tratados, convenções e costumes internacionais, cujo fundamento se encontra no princípio da “autolimitação da soberania”, segundo o qual, os Estados se submetem voluntariamente às regras de direito internacional, a elas aderindo e recepcionando no direito interno, de acordo com os procedimentos previstos na legislação de cada país.
Norma de Direito Interno - De modo geral, a norma jurídica é associada à norma de direito interno, que é criada pelo Estado (nação), no exercício do seu poder soberano, e que se impõe a todos que se encontram em seu território.
OBS: A Constituição brasileira adotou a forma federativa de Estado, na qual são atribuídas competências legislativas aos entes públicos: União, Estados e Municípios. Dessa forma, cada ente conta com uma franquia de temas em torno dos quais poderá elaborar suas próprias normas, nos limites da Constituição. 
Classificação das normas: quanto ao elemento temporal
D) QUANTO AO ELEMENTO TEMPORAL:
 Norma permanente - O usual é que uma norma ao entrar em vigor, assim permaneça até que outra norma a revogue, salvo se ela própria criar algum tratamento específico para a sua incidência temporal. LINDB
 Norma temporária - Situação excepcional no direito, se traduz por uma norma cuja vigência é limitada no tempo por disposição expressa daquele que a criou ou pelo exaurimento das hipóteses concretas por ela alcançadas. Ex: Uma norma prevendo uma anistia ou um parcelamento de um débito fiscal.
Classificação das normas: quanto aos efeitos
E) QUANTO AOS EFEITOS:
 Normas de efeito prospectivo - Com base no princípio da irretroatividade da lei, em regra a mudança legislativa operará apenas em relação aos fatos ocorridos após a entrada em vigor das novas normas, o que se chama de efeito prospectivo, ex nunc.
 A exceção no direito é a atribuição à norma de efeitos retroativos, também chamados de ex tunc. Nas situações pontuais em que uma nova legislação deita efeitos para o passado, normalmente estar-se-á falando de normas de conteúdo benéfico, que concedem algum benefício aos seus destinatários, sem causar prejuízos a terceiros. 
Classificação das normas: quanto aos efeitos
RESUMINDO: 
					Os efeitos NÃO retroagem.
				
					 Os efeitos retroagem.
EX NUNC
EX TUNC
Classificação das normas: quanto às fontes
F) QUANTO ÀS FONTES:
A classificação da norma segundo as fontes distingue as normas em função da maneira como o direito se manifesta:
Lei
Costume
Analogia
Princípios de direito
Jurisprudência
Classificação das normas: quanto ao conteúdo
G) QUANTO AO CONTEÚDO:
Normas de Direito Privado: regulam o vínculo entre particulares. Ex.: Direito empresarial, Direito Civil, etc.
 Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, impondo a sua vontade. Ex.: Direito Administrativo, Direito Constitucional, etc.
 Normas de Direito Misto: Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado. Ex.: Direito do Trabalho, etc.
Classificação das normas: quanto aos efeitos
H) QUANTO AO CRITÉRIO DA SANÇÃO:
 Normas perfeitas - estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. Ex.: Art. 1548 do CC
 Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais intensado que a transgressão. Ex.: Art. 939 do CC
 Normas menos que perfeitas - não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. Ex.: Art. 1254 do CC
Normas imperfeitas - Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. Ex.: Art. 1551 do CC
Planos da vigência, validade, eficácia da norma
VIGÊNCIA
A vigência representa a porta de entrada de uma norma no ordenamento jurídico.
OBS: PRESSUPOSTOS - Competência e legitimidade do órgão responsável pela edição da norma: Os pressupostos para a vigência de uma norma decorrem de ser o órgão responsável pela sua edição não apenas competente para criar normas jurídicas naquele sistema jurídico, mas também dotado de legitimidade para a edição daquela modalidade de norma.
2. VALIDADE
A aferição da validade normativa consiste em verificar a compatibilidade da norma com o restante das normas do ordenamento jurídico.
Planos da vigência, validade, eficácia da norma
3. EFICÁCIA
Refere-se à efetiva aplicação ou execução da norma jurídica. Este representa o plano em que a norma jurídica repercute na vida das pessoas, disciplinando concretamente as relações sociais. A norma jurídica somente alcança a sua plenitude quando presentes os três
aspectos ora debatidos: de vigência, validade e eficácia. 
ESCADA PONTEANA:
Planos da vigência, validade, eficácia da norma
OBS 1: LEI EM DESUSO
É ineficaz desde o seu nascedouro.
O desuso de uma norma tem causas variadas, podendo ser resultado do fenômeno da norma defectiva, que prevê hipótese, mas não contém sanção; ser decorrente de uma hipótese legal de impossível cumprimento em termos concretos ou de uma exigência jurídica irrazoável, injusta ou que afronte o senso comum que predomina na sociedade.
OBS 2: LEI ANACRÔNICA (ULTRAPASSADA): 
É aquela que durante um determinado período até teve aplicação na sociedade, mas que sofreu um enfraquecimento de sua normatividade com o passar dos anos.
QUESTÃO OBJETIVA
A norma jurídica é a célula do ordenamento jurídico (corpo sistematizado de regras de conduta, caracterizadas pela coercitividade e imperatividade). É um imperativo de conduta, que coage os sujeitos a se comportarem da forma por ela esperada e desejada. No referente às normas jurídicas, é correto afirmar que:
A) em relação a sua forma, as normas jurídicas são cogentes ou dispositivas.
B) em relação a sua obrigatoriedade são rígidas e elásticas.
C) as normas supletivas são espécie de normas dispositivas.
D) as normas do CDC são consideradas normas gerais.
E) em relação à sanção pelo seu descumprimento, as chamadas normas mais-que-perfeitas são aquelas que punem exemplarmente os seus infratores.
QUESTÕES OBJETIVAS

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