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Disciplina: Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Aula 6: A criança de dois a seis anos
Objetivos
Identificar características próprias do desenvolvimento biossocial da criança de 2
a 6 anos enfatizando o desenvolvimento dos olhos, cérebro e da leitura, bem
como o desenvolvimento das habilidades motoras;identificar características
próprias do desenvolvimento cognitivo da criança de 2 a 6 anos enfatizando o
desenvolvimento do pensamento;
Identificar características próprias do desenvolvimento psicossocial da criança
de 2 a 6 anos enfatizando o desenvolvimento das habilidades sociais através da
brincadeira e a questão de gênero;
Refletir intervenções pedagógicas favorecedoras do desenvolvimento saudável
da criança de 2 a 6 anos.
A 1ª infância
A 1ª Infância, denominada por Piaget de Estágio Pré-Operatório, tem como
característica mais significativa o aparecimento da linguagem, que traz
modificações nos aspectos afetivo e social da criança.
A interação e a comunicação com o outro são, sem dúvida, as
consequências mais evidentes da linguagem.

“(...)com a palavra, há possibilidade de exteriorização
da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir
ações futuras(...)
Bock & Furtado & Teixeira (2001,p.102)
O desenvolvimento do pensamento se acelera em decorrência do
aparecimento da linguagem.
No início do período o pensamento não tem objetividade, a criança
transforma o real em função dos seus desejos e fantasias (jogo
simbólico).
Mais tarde utiliza-se do pensamento para explicar o mundo ao seu redor,
as suas próprias ações, seu eu e seus valores morais.
Inicialmente grande parte do repertório verbal da criança é usado de forma
imitativa sem ter domínio do significado das palavras. Tem dificuldade de
reconhecer a ordem em que mais de dois ou três eventos ocorrem, não possui
o conceito de número.
Tem dificuldade de trabalhar em grupo, por ainda estar centrado em si
mesma, ocorrendo a primazia de seu ponto de vista. No final do estágio passa
a questionar o porquê de tudo. Seu pensamento passa a se adaptar melhor ao
outro e ao real.
No aspecto afetivo surgem os sentimentos interindividuais nutrindo respeito
àqueles que julga superiores a ela, misturando amor e temor.
Com relação às regras, mesmo nas brincadeiras, Piaget a princípio concebe
como algo a ser reproduzido e determinado externamente. Mais tarde elabora
uma noção mais elaborada da regra, vendo-a como necessária para organizar
suas atividades, porém não a discute. 
Na medida em que amplia seu domínio no mundo, a criança amplia seus
interesses por diferentes atividades e objetos. Constrói uma escala de valores
próprias, utilizando-a para avaliar suas ações.
Neste período a maturação neurofisiológica completa-se, permitindo o
desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina:
pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o lápis
corretamente e conseguir fazer os movimentos exigidos pela escrita.
Desenvolvimento Biossocial
O cérebro, aos dois anos de idade, já alcançou 75% de seu desenvolvimento e
aos sete anos está totalmente desenvolvido.
Em consequência disto, várias áreas experimentam expansão, especialmente
aquelas dedicadas ao controle e à coordenação do corpo, às emoções e
pensamento. Assim, a criança reage com mais rapidez aos estímulos, bem
como tem maior controle de suas reações.
Devido ao desenvolvimento do cérebro, as crianças da educação infantil mais
velhas são melhores nos jogos que exigem raciocínio rápido seguido de uma
ação deliberada, ou seja, primeiro têm que pensar para depois agir.
O desenvolvimento do cérebro também permite que as crianças passem a
enxergar bem melhor a partir dos 4 anos, permitindo melhorar a coordenação
entre mãos e olhos.
Aos 5 anos, o corpo caloso conecta os hemisférios direito e esquerdo do
cérebro, tornando a comunicação entre eles mais eficiente, permitindo as
crianças coordenar as funções que envolvem ambos os lados do cérebro e1
o corpo e também ações mais complexas .
Nesta idade, a expansão do corpo caloso, do desenvolvimento do lobo frontal
e outras mudanças qualitativas, permite a criança interligar a linguagem
falada com a escrita .
Neste período que antecede o aprendizado formal, ler em
voz alta, contato com as letras, escrita, papel, lápis etc.,
são fundamentais.
Vale a pena ressaltar que as crianças entre 2 e 6 anos movimentam-se com
maior velocidade e equilíbrio, sendo capaz de dirigir e aperfeiçoar suas
atividades. Correr, subir, saltar, arremessar melhoram sensivelmente. As
habilidades motoras finas como segurar o lápis ou amarrar o cadarço dos
sapatos, melhoram nesta 1ª infância.
Desenvolvimento Cognitivo
Piaget destacou que as crianças na 1ª infância têm a capacidade de pensar
simbolicamente.
O pensamento simbólico se baseia no emprego de símbolos como palavras ou
objetos para representar outros objetos, comportamentos, experiências.
Elas não podem pensar operacionalmente, ou seja, não podem desenvolver
um pensamento ou ideia de acordo com princípios lógicos. Isso se dá por
vários motivos:
Tendência de focalizar o raciocínio em um único aspecto de uma questão
com a exclusão dos demais.
A presença do egocentrismo, que faz da criança contemplar o mundo
apenas sob sua perspectiva.
Foco na aparência com exclusão de outros atributos.
Tendência a serem estáticos no raciocínio, pensando que o mundo é
imutável e permanece sempre no estado em que se encontra no
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presente.
Irreversibilidade, ou seja, não conseguem entender que a reversão de
um processo traz de volta as condições que existiam antes que a
transformação ocorresse.
Vygotsky considerava o desenvolvimento cognitivo um aprendizado, no qual
as crianças adquirem habilidades cognitivas por meio da participação dirigida
nas experiências sociais que estimulam o crescimento intelectual.
Ele e outros teóricos socioculturais sustentam que o grau em que as crianças
dominam as habilidades potenciais depende em grande parte da disposição e
da capacidade das outras pessoas e da cultura para participarem da
aprendizagem.
A habilidade da linguagem na 1ª Infância inclui a
aprendizagem de 10.000 palavras ou mais. Enriquecem
por demais seu vocabulário e evoluem no conhecimento
das formas gramaticais básicas. O seu potencial de
aprendizagem é significativo.
Desenvolvimento Psicossocial
O autoconhecimento ajuda as crianças a aperfeiçoar seu conhecimento social
e seu relacionamento com o outro.
Elas começam a aprender a controlar suas emoções em relação a si, ao meio
e ao outro. Aprendem as habilidades sociais por meio das interações,
particularmente mediadas pelas brincadeiras.
Os pais e educadores têm um papel fundamental nesse desenvolvimento,
particularmente passando autoconfiança, elevando a autoestima, sendo
afetuosos, estabelecendo limites razoáveis etc.
Entre dois e seis anos, as crianças começam adotar papéis de gênero.

Cada uma das principais teorias tem uma explicação
para as diferenças de gênero. Os teóricos da
Psicanálise descrevem os temores e as fantasias que
motivam as crianças a adorarem o genitor do sexo
oposto e a se identificarem com o genitor do mesmo
sexo. Os teóricos da aprendizagem enfatizam o reforço,
a punição e a modelagem que são particularmente
fortes para o sexo masculino. A teoria cognitiva tem
como ponto de partida a ênfase no fato de que a
compreensão da criança em idade pré-escolar se faz
através de estereótipos simplificados. (...) A teoria
sociocultural observa a abrangente influência dos
padrões culturais. A teoria dos sistemas epigenéticos
ressalta as tendências biológicas que são herdadas por
meio de transmissão genética e explica de que maneira
essas tendências podem afetar os padrões cerebrais da
criança e outros aspectos do comportamento.
BERGER, 2003, p. 190Caberá na educação da criança fortalecer, dirigir ou superar as influências e
estereótipos que a biologia e a sociedade em geral, passam sobre diferenças
de sexo e gênero, apesar das tendências inatas das crianças.
Atividade
1. Complete 
 
digite a resposta considerava o desenvolvimento cognitivo um
aprendizado, no qual as crianças adquirem habilidades cognitivas por
meio da participação dirigida nas experiências sociais que estimulam o
crescimento intelectual.
Notas
Coordenar as funções 
Exemplo: pular em um pé só usando os braços para manter-se em equilíbrio.
Ações mais complexas 
Processar informações de diferentes partes do cérebro ao mesmo tempo, integrando
e interligando observações, emoções, pensamentos e reações sensoriais, por
exemplo: pensar antes de pular, atravessar no sinal verde e não no intervalo.
Interagir a linguagem falada com a escrita 
É por esse motivo que o ensino formal da leitura, escrita, aritmética em todo o
mundo começa por volta dos seis anos de idade, embora muitas vezes a preparação
social e intelectual para ler e escrever comece antes, em casa, na própria escola e
outros espaços sociais.
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Referências
Próximos Passos
Desenvolvimento humano dos sete aos onze anos – Parte I
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