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Manual da reforma trabalhista

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Prévia do material em texto

2018
Henrique Correia
Élisson Miessa
REFORMA 
TRABALHISTA
Manual da
Comentários 
artigo por artigo
Lei 13.467/2017
O QUE MUDOU?
2ª edição
CAPÍTULO 1
GRUPO ECONÔMICO (ART. 2º DA CLT)
Lei nº 13.467/2017 
(Reforma Trabalhista)
Antes da Lei nº 13.467/2017
Art. 2º Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da 
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
§ 1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profis-
sionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições 
sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. 
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, 
embora, cada uma delas, personalidade jurídi-
ca própria, estiverem sob a direção, controle 
ou administração de outra, ou ainda quando, 
mesmo guardando cada uma sua autonomia, 
integrem grupo econômico, serão responsá-
veis solidariamente pelas obrigações decor-
rentes da relação de emprego.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, ten-
do, embora, cada uma delas, personalidade 
jurídica própria, estiverem sob a direção, con-
trole ou administração de outra, constituindo 
grupo industrial, comercial ou de qualquer ou-
tra atividade econômica, serão, para os efei-
tos da relação de emprego, solidariamente 
responsáveis a empresa principal e cada uma 
das subordinadas. 
§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera 
identidade de sócios, sendo necessárias, para 
a configuração do grupo, a demonstração do 
interesse integrado, a efetiva comunhão de 
interesses e a atuação conjunta das empresas 
dele integrantes.
⊗ Dispositivo sem correspondência na antiga 
redação.
1. CONCEITO DE EMPREGADOR
O conceito de empregador não sofreu alteração pela Reforma Trabalhista. De 
acordo com o texto da norma, é considerado empregador a empresa, individual 
ou coletiva, que, ao assumir os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e 
dirige a prestação pessoal de serviço.
O empregado não divide os riscos da atividade econômica com o empregador. 
Assim sendo, momentos de crise mundial, baixa produtividade, vendas abaixo das 
expectativas não autorizam o empregador a reduzir ou descontar salários de seus 
MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia56
empregados. Não poderia ser diferente, pois as empresas não estão obrigadas a 
dividir os lucros com seus trabalhadores, logo, os prejuízos também não poderão 
ser repartidos. A responsabilidade exclusiva da empresa pelos prejuízos ou fracasso 
do empreendimento é chamada princípio da alteridade.
1.1. Empregador por equiparação
Outro ponto importante trata do empregador não só como empresa, mas tam-
bém da contratação de empregados por profissionais liberais, associações recreativas, 
entidades sem fins lucrativos etc. A CLT utiliza-se do termo empregador por equi-
paração, ou seja, também são empregadores as igrejas, o advogado que contrata 
secretária, a cooperativa que contrata telefonista, o condomínio de apartamentos etc.
2. GRUPO ECONÔMICO
Esse instituto foi alterado pela Reforma Trabalhista – Lei nº 13.467/2017. Ocorre 
grupo econômico quando as empresas estão ligadas entre si, ou seja, quando há 
“empresa-mãe e empresas-irmãs”.1 Nesse caso, cada uma dessas empresas possui 
personalidade jurídica própria, isto é, CNPJ próprio, quadro de pessoal próprio, 
exerce atividades econômicas diversas etc. Ressalta-se que a CLT não exige um 
documento ou prova específica para configuração do grupo econômico. Essa prova 
será feita levando em conta a análise do caso concreto, como utilização do mesmo 
imóvel, mesmo recursos humanos para contratação dos empregados etc.
A consequência jurídica do reconhecimento do grupo econômico é a existência 
da responsabilidade solidária entre as empresas, ou seja, se uma delas não quitar os 
débitos trabalhistas, as demais são responsáveis integralmente pela dívida.
Outro aspecto importante para caracterizar o grupo empresarial é a finalidade 
lucrativa, ou seja, o grupo deve exercer atividade econômica. Assim, a união de 
pessoas jurídicas que não explorem a atividade econômica, por exemplo, hospital 
universitário e faculdade de medicina, não acarretará a formação do grupo eco-
nômico para fins trabalhistas, consequentemente não haverá a responsabilidade 
solidária entre elas.
Com a aprovação da Reforma Trabalhista, a nova redação do § 2º do art. 2º da 
CLT estabelece o reconhecimento de duas formas de grupo econômico:
– Grupo econômico por subordinação: Essa modalidade já era prevista na 
redação anterior do dispositivo em apreço. No caso, o grupo pode ser formado 
1. “No caso do grupo econômico, uma figura em ziguezague, quase em formato das árvores genealógicas 
que aprendemos com as ciências biológicas (empregado-empregador em linha reta e empregador com 
as empresas-irmãs e com a empresa-mãe, se houver, dele se ramificando).” SILVA, Homero Batista 
Mateus da. Curso de Direito do Trabalho aplicado, v. 1: Parte Geral. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
p. 142.
Cap. 1 • Grupo Econômico (Art. 2º da CLT) 57
na hipótese de existência de hierarquia entre as empresas. Para a prova de 
formação do grupo econômico por subordinação, é indispensável, portanto, 
demonstrar que há uma relação de controle entre uma ou mais empresas em 
relação às demais integrantes.
– Grupo econômico por coordenação: A Reforma Trabalhista inovou ao pre-
ver a possibilidade de formação de grupo econômico por coordenação. De 
acordo com o novo dispositivo, mesmo que as empresas guardem cada uma 
sua autonomia, estará configurado o grupo econômico.
Conforme prevê o § 3º do artigo em apreço, contudo, não há caracterização do 
grupo econômico apenas pela mera identidade de sócios entre as empresas, sendo 
necessária a demonstração do preenchimento de três requisitos:
a) interesse integrado;
b) a efetiva comunhão de interesses; e
c) a atuação conjunta das empresas integrantes.
Note-se, portanto, que o grupo pode ser formado entre empresas que guardam 
autonomia em relação às outras, desde que seja demonstrada a coordenação, a 
atuação conjunta entre elas. Nesse mesmo sentido, o TST2 já havia decidido que a 
presença de sócio comum entre empresas não é suficiente para a configuração do 
grupo econômico. Nesse sentido, veja o Informativo nº 83 do TST no final destes 
comentários.
É importante destacar o posicionamento apresentado na 2ª Jornada de Direito 
Material e Processual do Trabalho3 que prevê a necessidade da distribuição dinâ-
mica do ônus da prova ao empregador quando houver a presença de sócio comum. 
Apesar de não haver o reconhecimento do grupo econômico pela simples existência 
de sócios em comum, a presença de sócios em comum sugere forte indicativos de 
que esse grupo possa existir. Tendo em vista que o empregador tem maior aptidão 
para provar a inexistência do grupo econômica, o juiz pode determinar que o ônus 
da prova ao empregador (teoria dinâmica do ônus da prova):
Enunciado nº 5 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. 
Grupo econômico trabalhista. Distribuição racional do ônus da prova
I. A lei 13.467/2017 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico 
trabalhista por coordenação (art. 2º, §2º) e estabeleceu requisitos subjetivos 
(interesse integrado e comum) e objetivos (atuação conjunta) para a caracteri-
zação do grupo, a serem verificados no caso concreto pelo juízo (art. 2º, §3º);
2. Informativo nº 83 do TST (confira o texto integral ao final dos comentários deste artigo).
3. Nos dias 9 e 10 de outubro de 2017, foi realizada a 2ª Jornada de Direito Material e Processual do 
Trabalho, organizada pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho – ANAMATRA, 
que teve a Reforma Trabalhista como temática. Vale ressaltar que os Enunciados da 2ª Jornada de 
Direito Material e Processual do Trabalho não apresentam caráter vinculativo, mas expressam o 
posicionamento de parte da seara trabalhista nas questões envolvendoa Reforma Trabalhista.
MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia58
II. Nas hipóteses restritas de aplicação do parágrafo 3º do artigo 2º da CLT, a 
mera identidade de sócios entre as empresas integrantes, embora não baste à 
caracterização do grupo econômico, constitui indício que autoriza a inversão 
ou redistribuição do ônus da prova, nos termos do art. 818 § 1º da CLT, com 
redação dada pela Lei 13.467/2017. Incumbe então ao empregador o ônus de 
comprovar a ausência de interesses integrados, da comunhão de interesses e/ou 
da atuação conjunta das empresas. Aplicação dos princípios da aptidão para a 
prova e da paridade de armas em concreto (isonomia processual).Para fixação 
veja o quadro abaixo4:
De nossa opinião, entendemos que o estabelecimento do grupo econômico por 
subordinação e coordenação de forma expressa na legislação trará maior segurança 
jurídica ao retirar a discussão apenas do âmbito doutrinário e jurisprudencial, evi-
tando a tomada de decisões contraditórias entre as partes. Além disso, a alteração 
não trará prejuízos aos trabalhadores, pois permite a expansão do conceito de grupo 
econômico para as empresas que atuam em coordenação de interesses.
É importante destacar que a CLT não exige nenhum documento que prove a 
hierarquia ou a coordenação entre as empresas, o que torna indispensável o trabalho 
realizado pelos órgãos de proteção do trabalhador. Caberá à Justiça do Trabalho, 
na análise de cada caso concreto, decidir, pelo conjunto probatório apresentado, se 
as empresas integram ou não o grupo econômico.
Em sendo verificada a violação aos direitos indisponíveis do trabalhador, cabe 
igualmente ao MPT a atuação na demonstração de eventual formação de grupo 
econômico, para viabilizar a responsabilização solidária entre as empresas e asse-
gurar o pagamento das obrigações trabalhistas.
2.1. Grupo econômico rural
A Lei nº 5.889/1973 – Lei do Rural – já previa o grupo econômico rural, com 
redação similar à nova redação dada ao art. 2º, § 2º, da CLT:
Art. 3º, § 2º, Lei nº 5.889/1973: Sempre que uma ou mais empresas, embora 
tendo cada uma delas personalidade jurídica própria, estiverem sob direção, 
controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada 
uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, serão 
responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Já era possível, portanto, a formação de grupo econômico por subordinação 
e por coordenação na relação de emprego rural. Com a aproximação entre os 
dispositivos e a igualdade de direitos prevista entre empregados urbanos e rurais 
4. A tabela foi retirada do livro Reforma Trabalhista – Questões Objetivas e Discursivas. Autores: Gus-
tavo Bezerra Muniz de Andrade, Henrique Silveira Melo e Rodrigo Peixoto Medeiros. Coordenação: 
Henrique Correia e Élisson Miessa. 2017. Editora JusPodivm.
Cap. 1 • Grupo Econômico (Art. 2º da CLT) 59
surge o questionamento se o novo § 3º do art. 2º da CLT poderia ser estendido 
também aos rurais.
Tendo em vista que o art. 1º da Lei nº 5.889/1973 prevê a aplicação subsidiária 
da CLT naquilo que for compatível, entendemos que a previsão de que a mera iden-
tidade de sócios das empresas não é suficiente para a formação do grupo econômico 
rural, devendo também ser demonstrado os requisitos de interesse integrado ou 
de atuação conjunta entre as empresas. Trata-se de dispositivo que traça de forma 
mais objetiva os requisitos para que os empregados rurais possam demonstrar a 
formação do grupo econômico.
2.2. Contrato único
Se o empregado for contratado por uma das empresas, mas seu trabalho estiver 
sendo aproveitado pelas demais, por exemplo, no período da manhã trabalha para 
empresa A, e, à tarde, presta serviços para a empresa B, do mesmo grupo, terá um 
único contrato de trabalho, ou seja, sua carteira de trabalho não será assinada pelas 
duas empregadoras, mas por apenas uma delas. Assim sendo, mesmo prestando 
serviços para duas empresas, a jurisprudência do TST tem entendido tratar-se de 
empregador único, ou seja, o grupo é o empregador:
Súmula nº 129 do TST. A prestação de serviços a mais de uma empresa do 
mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza 
a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.
Ao tratar o grupo como empregador único, surgem outras consequências 
jurídicas5, como listadas a seguir. Aliás, essa qualidade de considerar o grupo em-
pregador único é chamada, por alguns autores, de responsabilidade solidária ativa:
a) garantir condições uniformes de trabalho a todos os empregados do grupo 
econômico, independentemente de a qual empresa ele preste serviços, possibi-
litando o pedido de equiparação salarial (art. 461, CLT);
b) o enquadramento sindical dos empregados será de acordo com a atividade 
preponderante do grupo econômico, e não da empresa para qual o trabalhador 
presta serviços;
c) possibilidade de transferência de empregados entre as empresas do grupo 
(art. 469, CLT);
d) o pagamento efetuado pelas demais empresas do grupo terá natureza salarial 
(Súmula nº 93, TST);
e) o empregado terá de cumprir as ordens dadas pelas demais empresas do 
grupo, pois todas serão consideradas empregadoras;
f) acesso temporis, ou seja, o tempo de serviço prestado às empresas do grupo 
é computado;
5. DELGADO, Maurício Godinho. Curso do Direito do Trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 392.
MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia60
g) a prestação de serviços ao grupo, mesmo que a empresas diferentes, superiores 
à jornada normal, gerará o pagamento de horas extras6;
h) em relação à existência de contratos sucessivos às empresas do grupo, haverá 
a prescrição parcial de 5 anos, para pleitear verbas trabalhistas7.
Importante ressaltar que a própria Súmula nº 129, no fim de sua redação, 
traz uma exceção ao contrato único. É possível, de acordo com a jurisprudência 
do TST, que as partes celebrem contratos simultâneos de trabalho. Nesse caso, o 
empregado teria sua CTPS assinada por duas empresas do grupo (dois contratos de 
trabalho), sem que isso acarretasse prejuízo ao trabalhador. Exemplo: empregado 
trabalha, no período da manhã, na função de telefonista em uma empresa do grupo. 
No período da tarde, presta serviço como ascensorista a outra empresa do grupo. 
Nesse caso, havia possibilidade de contratos de trabalho diferentes entre empresas 
do mesmo grupo.
2.3. Aspectos processuais
Por fim, a jurisprudência do TST, com base na tese do empregador único, não 
tem exigido a presença de todas as empresas na fase de conhecimento do processo 
judicial, desde que se tenha comprovado a existência8 do grupo econômico. A 
ausência de uma ou algumas empresas do grupo não impede que elas sejam exe-
cutadas e, consequentemente, obrigadas a pagar os débitos trabalhistas das demais. 
É o que se denomina responsabilidade solidária passiva. O TST cancelou a Súmula 
nº 205, que exigia a presença de todas as empresas no polo passivo da reclamação:
Súmula nº 205 do TST. Grupo econômico. Execução. Solidariedade (cancelada). 
O responsável solidário, integrante do grupo econômico, que não participou da 
relação processual como reclamado e que, portanto, não consta no título executivo 
judicial como devedor, não pode ser sujeito passivo na execução.
Nesse sentido, a interessante Súmula nº 46 do TRT da 1ª Região estabelece que 
o reconhecimento do grupo econômico permite a responsabilização das demais 
empresas na fase de execução:
Súmula nº 46 do TRT da 1ª Região. Comprovada a existência de grupo eco-
nômico entre as executadas, a responsabilidade solidária pode ser declarada na 
fase de execução.
6. E-ED-RR-29065-2000-012-09-00.6.
7. E-RR-619969-29.1999.5.02.5555.
8. “Contudo, prevalecendo significativa controvérsia sobre a existência do grupo econômico, somente 
ultrapassável por meio de complexa investigação probatória, o instrumento jurídico hábil a vencer 
tal desafio será,sem dúvida, o processo de cognição trabalhista, com as amplas prerrogativas de 
alegação, defesa e provas que lhe são inerentes.” DELGADO, Maurício Godinho. Curso do Direito 
do Trabalho. 9. ed. São Paulo: LTr, 2010. p. 393.
Cap. 1 • Grupo Econômico (Art. 2º da CLT) 61
Com a modificação da redação final do art. 2º, § 2º, da CLT que passou a prever 
a responsabilidade solidária “pelas obrigações decorrentes da relação de emprego” 
ao invés da antiga redação que estabelecia essa responsabilidade “para efeitos da 
relação de emprego”, surgiu a discussão acerca da possível incompatibilidade da 
figura do empregador único no grupo econômico. A discussão pode ser resumida 
em duas teorias9:
1) Teoria restritiva: Nesse caso, sustenta-se que a responsabilidade pelas obri-
gações prevista na nova redação dada pela Lei nº 13.467/2017 restringe-se tão 
somente à solidariedade passiva, não podendo as demais empresas do grupo 
aproveitar o trabalho do trabalhador que presta serviços a uma delas;
2) Teoria ampliativa: Para essa teoria, a Reforma Trabalhista não modificou 
a figura do empregador único, pois as obrigações decorrentes da relação de 
emprego não se resumem a obrigações de pagar quantia em decorrência do ina-
dimplemento. Além dessas, todas as empresas do grupo econômico estão sujeitas 
às obrigações de fazer e de não fazer decorrentes da relação de emprego, que 
compreendem inclusive a obrigação de assegurar que os trabalhadores tenham 
condições adequadas no meio ambiente de trabalho com respeito às normas de 
saúde e segurança do trabalho. Entendemos que essa teoria é mais adequada, 
pois todas as obrigações e não apenas decorrentes do inadimplemento das verbas 
trabalhistas estendem-se às demais empresas do grupo. Dessa forma, permanece 
a teoria do grupo econômico como empregador único.
A seguir, serão abordados os impactos do reconhecimento do grupo econômico 
na terceirização de serviços.
2.4. Grupo econômico e terceirização
Com os novos parâmetros de configuração do grupo econômico, surge a 
discussão acerca da possibilidade de reconhecimento de grupo econômico na ter-
ceirização de serviços entre empresa contratante e empresa prestador de serviços 
a terceiros. Há posicionamento que defende a existência de grupo econômico na 
terceirização de atividade-fim. Nesse caso, sustenta-se que a Reforma Trabalhista 
consagrou a possibilidade de terceirização da atividade-fim. Com isso, há presunção 
relativa da existência de interesse integrado entre empresa contratante e empresa 
prestadora de serviços. 
Com o preenchimento do requisito do art. 2º, § 3º da CLT, estaria configurado 
o grupo econômico por coordenação entre essas empresas, o que teria como conse-
quência a responsabilidade solidária pelas obrigações trabalhistas. Por outro lado, 
defende-se que a previsão de responsabilidade subsidiária prevista no art. 5º-A, § 
9. GEMIGNANI, Tereza Aparecida Asta; GEMIGNANI, Daniel. Grupo econômico e sucessão trabalhista: 
o que muda com a Reforma Trabalhista. IN: MIESSA, Élisson; CORREIA, Henrique. A Reforma Traba-
lhista e seus impactos. Salvador: Juspodivm, 2018. p. 48
MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia62
5º, da Lei nº 6.019/1974, seria aplicada tão somente à hipótese de terceirização da 
atividade-meio, pois não haveria interesse integrado entre as empresas.
De nossa opinião, entendemos que a celebração de contrato de terceirização 
lícita impede a configuração de grupo econômico. A Lei de Terceirização – Lei nº 
6.019/1974 – é expressa ao atribuir responsabilidade subsidiária da contratante em 
relação aos débitos trabalhistas da empresa prestadora de serviços. Por se tratar de 
uma relação de trabalho especial regida por legislação específica sobre o tema, há 
prevalência sobre a aplicação dos dispositivos da CLT.
Além disso, a relação entre empresa contratante e empresa prestadora de ser-
viços é contratual com data específica para seu término. Não há necessária atuação 
integrada entre as empresas, podendo no desenvolvimento de suas atividades buscar 
interesses diversos e, às vezes, inclusive conflitantes, ainda que no desenvolvimento 
da atividade-fim.
IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA
• Grupo econômico por subordinação e coordenação. A Reforma Trabalhista al-
terou a redação do § 2º do art. 2º da CLT e acrescentou seu § 3º, para prever a 
possibilidade de reconhecimento de duas formas de grupo econômico: por su-
bordinação e por coordenação. Dessa forma, há formação de grupo econômico 
se houver relação de hierarquia entre as empresas integrantes ou, mesmo com 
certa autonomia, se houver demonstração de interesse integrado, efetiva co-
munhão de interesses e atuação conjunta das empresas. A mera existência de 
sócios comuns não assegura o reconhecimento do grupo econômico.
• Antes da Reforma Trabalhista: A antiga redação do dispositivo estabelecia que 
o grupo econômico era formado quando uma empresa tivesse o controle, direção 
ou administração de outra. A previsão apenas do grupo por subordinação e a 
omissão quanto ao grupo por coordenação trazia grande discussão na doutrina 
e na jurisprudência.
 LEI Nº 5.889/1973 – LEI DO RURAL
Art. 3º Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, 
proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou 
temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
§ 1º Inclui-se na atividade econômica referida no caput deste artigo, além da exploração 
industrial em estabelecimento agrário não compreendido na Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, a exploração 
do turismo rural ancilar à exploração agro-econômica.
§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, embora tendo cada uma delas personalidade jurí-
dica própria, estiverem sob direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, 
mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico ou financeiro rural, 
serão responsáveis solidariamente nas obrigações decorrentes da relação de emprego.
Cap. 1 • Grupo Econômico (Art. 2º da CLT) 63
 SÚMULAS E ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS DO TST
Súmula nº 93 do TST. Bancário.
Integra a remuneração do bancário a vantagem pecuniária por ele auferida na colocação 
ou na venda de papéis ou valores mobiliários de empresas pertencentes ao mesmo grupo 
econômico, se exercida essa atividade no horário e no local de trabalho e com o consenti-
mento, tácito ou expresso, do banco empregador.
Súmula nº 129 do TST. Contrato de trabalho. Grupo econômico.
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante 
a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de 
trabalho, salvo ajuste em contrário.
Súmula nº 239 do TST. Bancário. Empregado de empresa de processamento de dados.
É bancário o empregado de empresa de processamento de dados que presta serviço a 
banco integrante do mesmo grupo econômico, exceto quando a empresa de processamento 
de dados presta serviços a banco e a empresas não bancárias do mesmo grupo econômico 
ou a terceiros.
 SÚMULAS DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO
Súmula nº 46 do TRT da 1ª Região. Comprovada a existência de grupo econômico entre as 
executadas, a responsabilidade solidária pode ser declarada na fase de execução.
Súmula nº 9 do TRT da 13ª Região. Grupo econômico. Configura a existência de grupo 
econômico a relação de coordenação jurídico trabalhista dos entes empresariais envolvidos.
 ENUNCIADOS DA 2ª JORNADA DE DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL DO 
TRABALHO10
Enunciado nº 5. Grupo econômico trabalhista. Distribuição racional do ônus da prova
I. A lei 13.467/2017 reconheceu expressamente a figura do grupo econômico trabalhista 
por coordenação (art. 2º, §2º) e estabeleceu requisitos subjetivos (interesse integrado e 
comum) e objetivos (atuação conjunta) para a caracterização do grupo, a serem verificados 
no caso concreto pelo juízo (art. 2º, §3º);
II- Nashipóteses restritas de aplicação do parágrafo 3º do artigo 2º da CLT, a mera identi-
dade de sócios entre as empresas integrantes, embora não baste à caracterização do grupo 
econômico, constitui indício que autoriza a inversão ou redistribuição do ônus da prova, nos 
termos do art. 818 § 1º da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017. Incumbe então 
ao empregador o ônus de comprovar a ausência de interesses integrados, da comunhão de 
interesses e/ou da atuação conjunta das empresas. Aplicação dos princípios da aptidão para 
a prova e da paridade de armas em concreto (isonomia processual).
10. Vale ressaltar que os Enunciados da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho não 
apresentam caráter vinculativo, mas expressam o posicionamento de parte da seara trabalhista nas 
questões envolvendo a Reforma Trabalhista.
MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia64
Enunciado nº 8. Cadeia de fornecimento e responsabilidade civil objetiva do poder econo-
micamente relevante
Cadeia de fornecimento. Responsabilidade civil objetiva do poder economicamente relevante 
por violações aos direitos fundamentais da pessoa do trabalhador. Devida diligência para 
a promoção de Trabalho Decente. Obrigação de reparar os danos experimentados pelo 
trabalhador, independentemente de culpa.
Enunciado nº 9. Responsabilidade solidária das empresas que atuam em cadeia produtiva 
global ou nacional
Subordinação estrutural. Grupo econômico. Responsabilidade solidária das empresas que 
atuam em cadeia produtiva nacional ou global, por interpretação dos parágrafos 2º e 3º do 
artigo 2º da CLT, acrescentados pela Lei 13.467/2017.
Enunciado nº 10. Grupo econômico. Integração. Conceito do direito empresarial. Base 
societária, obrigacional e pessoal
Não configurado o grupo econômico na forma do novo art. 2º, § 2º, da CLT, com a redação 
dada pela Lei 13.467/2017, é possível a integração do direito, na forma do art. 8º da CLT 
(especialmente considerando sua nova redação), para abarcar situações não disciplinadas pela 
nova legislação trabalhista. O grupo econômico pode ter natureza societária, obrigacional 
ou pessoal, bastando apenas a atuação coordenada, conjunta ou coligada das sociedades 
empresárias. Assim, como tal concepção destina-se à defesa da ordem econômica e da livre 
concorrência, com mais razão ainda deve ser aplicada à defesa das verbas trabalhistas.
 INFORMATIVOS DO TST
Existência de sócios comuns. Grupo Econômico. Não caracterização. Ausência de subordinação.
O simples fato de duas empresas terem sócios em comum não autoriza o reconhecimento 
do grupo econômico, pois este, nos termos do art. 2º, § 2º, da CLT, pressupõe subordinação 
à mesma direção, controle ou administração, ou seja, exige uma relação de dominação 
interempresarial em que o controle central é exercido por uma delas (teoria hierárquica 
ou vertical). Na hipótese, ressaltou-se que, não obstante as empresas em questão terem 
os mesmos sócios, uma delas é voltada para o mercado imobiliário, enquanto a outra atua 
no ramo de segurança e transporte de valores, bem como importação e exportação de 
equipamentos eletrônicos, não guardando, portanto, qualquer relação entre os respectivos 
objetos comerciais a indicar laços de direção entre elas. Com esse entendimento, a SBDI-I, 
em sua composição plena, por maioria, conheceu dos embargos interpostos pela reclamante, 
por divergência jurisprudencial, vencidos os Ministros Horácio Raymundo de Senna Pires, 
relator, Antonio José de Barros Levenhagen, Brito Pereira e Aloysio Corrêa da Veiga, que 
não conheciam do apelo. No mérito, também por maioria, a Subseção negou provimento 
ao recurso, vencidos os Ministros Lelio Bentes Corrêa, Augusto César Leite de Carvalho, 
José Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos Scheuermann, que davam provimento aos 
embargos para restabelecer a decisão proferida pelo TRT que, adotando a teoria horizon-
tal ou da coordenação, entendeu configurado o grupo econômico porque existente nexo 
relacional entre as empresas envolvidas, pois, além de terem sócios em comum, restou 
demonstrado que houve aporte financeiro dos sócios de uma empresa na outra. TST-E-
-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472, SBDI-I, rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires 
22.5.2014 (Informativo nº 83).
CAPÍTULO 6
TERCEIRIZAÇÃO NA 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL 
(DECRETO Nº 9.507, 
DE 21 DE SETEMBRO DE 2018)
1. INTRODUÇÃO
No dia 21 de setembro de 2018, o Presidente da República Michel Temer editou 
o Decreto nº 9.507/2018, que dispõe sobre a execução indireta, mediante contrata-
ção, de serviços da administração pública federal direta, autárquica e fundacional 
e das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.
A publicação do Decreto no Diário Oficial ocorreu no dia 24/09/2018. Entre-
tanto, foi estabelecido período de “vacatio” para essa norma, que somente entrará 
em vigor depois de decorridos 120 dias de sua publicação (art. 18, Decreto nº 
9.507/2018), em 22/01/2019.
A execução indireta de que trata o referido decreto corresponde à contratação 
de empresas para a prestação de serviços da Administração Pública. Dessa forma, 
verifica-se que a terceirização no setor público passou a ser regulamentada pelo 
Decreto nº 9.507/2018, pois, nesses casos, o serviço não é prestado diretamente 
pelo Estado, mas por uma empresa terceirizada. Com isso, foi revogado o Decreto 
nº 2.271/1997, que tratava sobre o tema.
Referido decreto modificou as bases da terceirização na Administração Pública 
Federal, mas, na visão desse autor, a regulamentação via decreto fere o princípio da 
legalidade. Até o momento de elaboração desse material, não houve declaração da 
ilegalidade do dispositivo e, por isso, será comentado nos moldes como foi publicado.
2. IMPACTOS DAS LEIS Nº 13.429/2017 E 13.467/2017 NA TERCEIRIZA-
ÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Com a promulgação das Leis nº 13.429/2017 e 13.467/2017, que passaram a 
regulamentar a terceirização no âmbito das empresas, surgiram diversas discussões 
quando ao alcance dessas novas leis no âmbito da Administração Pública. 
1368 MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia
É importante salientar que o foco da nova disciplina legal foi a regulamentação 
do trabalho temporário e da terceirização nas empresas. Portanto, as leis não foram 
criadas para aplicação na Administração direta, autarquias e fundações públicas por 
não se equipararem às empresas privadas. Além disso, há previsão constitucional 
estabelecendo a necessidade de concurso público para provimento dos cargos e 
empregos públicos criados. Nesse sentido:
Art. 37, da Constituição Federal. A Administração Pública Direta e Indireta 
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza 
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas 
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração.
Tendo em vista que a Constituição Federal é hierarquicamente superior à 
legislação ordinária, seja na forma quanto no conteúdo, entendemos que as dis-
posições da nova legislação do trabalho temporário e terceirizado não excluirão a 
necessidade de concurso público para a investidura em cargo ou emprego público. 
Nesse sentido, o Enunciado nº 75 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do 
Trabalho1 determina que a Lei nº 13.467/2017 não serve como marco regulatório 
para a Administração Pública, direta ou indireta:
Enunciado nº 75 da 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. 
Terceirização: Abrangência.
A Lei 13.467/2017, ao alterar a Lei 6.019/74, tanto no tema da contratação tem-
porária quanto da terceirização de serviços, não serve comomarco regulatório 
para a Administração Pública direta ou indireta, em razão do disposto no art. 
37, caput, e incs. II e IX, da Constituição Federal.
Além disso, há posicionamento no sentido de que as atividades típicas e cen-
trais do Estado não podem ser terceirizadas, como a segurança pública, cargos do 
Poder Judiciário, do Ministério Público, cargos de fiscalização, Tribunal de Contas 
e de agências reguladoras. Nesses casos, permanece, sem dúvidas, a exigência do 
concurso público e da relação direta com a Administração Pública.
Em resumo, se já existe cargo ou emprego público criado por lei, não é possível 
a terceirização pela Administração Pública. Por outro lado, recentemente, o STF 
1. Nos dias 9 e 10 de outubro de 2017, foi realizada a 2ª Jornada de Direito Material e Processual do 
�
que teve a Reforma Trabalhista como temática. Vale ressaltar que os Enunciados da 2ª Jornada de 
Direito Material e Processual do Trabalho não apresentam caráter vinculativo, mas expressam o 
posicionamento de parte da seara trabalhista nas questões envolvendo a Reforma Trabalhista.
Cap. 6 • Terceirização na Administração Pública Federal 1369
no julgamento da ADIn nº 1.923/DF,2 decidiu que a Lei nº 9.637/1998, que regu-
lamenta as denominadas organizações sociais, é constitucional. Uma das formas 
previstas atualmente para ampliação da participação do setor privado consiste na 
transferência dos recursos públicos a um particular que atua em colaboração com o 
Poder Público. É nesse contexto que surgem as organizações sociais, que terão suas 
atividades voltadas ao desenvolvimento tecnológico, do ensino, pesquisa e proteção 
do meio ambiente, da cultura e saúde. 
Trata-se, portanto, de verdadeira possibilidade legalmente permitida à Adminis-
tração Pública repassar a um terceiro a prestação de serviços públicos essenciais ao 
Estado, como a saúde e educação. Ocorre, na prática, a terceirização da atividade-fim 
do Estado, que consiste em assegurar o bem-estar social. Esses serviços públicos de-
veriam ser prestados diretamente pelo Poder Público sem nenhum intermediário, ou 
ainda mediante permissão, autorização ou concessão de serviço público. Entretanto, 
a prestação direta ou a concessão de serviço público não ocorrem. Com a decisão 
do STF, a terceirização da atividade-fim do Poder Público criada pela instituição 
das organizações sociais tornou-se legal.
3. TERCEIRIZAÇÃO NO DECRETO Nº 9.507/2018
Em sentido contrário ao nosso posicionamento e ao manifestado pela doutrina, 
o Decreto nº 9.507/2018 ampliou significativamente a possibilidade de terceirização 
na Administração Pública federal, que não ficará apenas restrito às atividades-meio.
Cabe ressaltar que as disposições do Decreto da terceirização no serviço pú-
blico atingem toda a Administração Pública federal direta e indireta. Dessa forma, 
a terceirização será possível nos órgãos da Administração Pública direta, como nas 
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista 
controladas pela União:
Art. 1º do Decreto nº 9.507/2018: Este Decreto dispõe sobre a execução indi-
reta, mediante contratação, de serviços da administração pública federal direta, 
autárquica e fundacional e das empresas públicas e das sociedades de economia 
mista controladas pela União.
O Decreto nº 9.507/2018 não estabeleceu as hipóteses em que será permitido 
o uso da terceirização. Nesse sentido, o art. 2º do diploma infralegal apenas pre-
vê que o Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão deve 
estabelecer os serviços que serão preferencialmente objeto de execução indireta 
mediante contratação.
Em que pese as hipóteses expressamente permitidas não tenham sido regula-
mentadas, os art. 3º, 4º e 5º do decreto ocuparam-se por apresentar os serviços da 
Administração Pública federal que não podem ser objeto de terceirização. Note-se, 
2. ADIn nº 1.923/DF: Relator: Min. Ayres Britto. Data de julgamento: 16/04/2015.
1370 MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia
portanto, que a regra prevista no decreto é a possibilidade de terceirização das 
atividades, desde que respeitadas as vedações contidas nos dispositivos do próprio 
decreto. Nesse sentido, as vedações podem ser divididas em:
a) Vedações para a Administração Pública direta, autárquica e fundacional (art. 3º);
b) Vedações para as empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 4º);
c) Vedações de caráter geral (art. 5º)
3.1. Vedações para a Administração Pública direta, autárquica e fundacional
O art. 3º do Decreto nº 9.507/2018 prevê as hipóteses cuja execução indireta 
dos serviços é proibida, sendo, portanto, vedada a terceirização na Administração 
direta, autárquica e fundacional. Ressalta-se que essas entidades são pessoas jurí-
dicas de direito público, cujo regime jurídico de direito administrativo assegura 
prerrogativas e restrições em relação à iniciativa privada para a busca pelo interesse 
público. As restrições previstas foram as seguintes:
a) Serviços que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institu-
cional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle: 
essa vedação tem o intuito de assegurar que os serviços que envolvam 
a tomada de decisão dos órgãos e entidades devem ser executados di-
retamente pela Administração. Somente os agentes públicos podem ser 
responsáveis pela tomada de decisões, pois tem o dever de atuar na busca 
do interesse público, enquanto as empresas têm como finalidade o lucro 
de suas atividades;
b) Serviços que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entida-
de, cuja terceirização possa colocar em risco o controle de processos e 
de conhecimentos e tecnologias: novamente, evita-se a possibilidade de 
terceirização em áreas estratégicas para o órgão ou entidade que possam 
interferir na busca pelo interesse público. Cabe ressaltar, entretanto, que 
esses serviços compreendem um conceito jurídico indeterminado, devendo 
ser definido em cada caso concreto pela Administração Pública;
c) Serviços que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, 
de outorga de serviços públicos e de aplicação de sanção: todas as ativi-
dades estatais relacionadas ao poder de polícia ou poder disciplinar para 
aplicar sanções também devem ser destinados exclusivamente aos agentes 
públicos, sendo vedada a terceirização;
d) Serviços que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo 
plano de cargos do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em 
contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, 
no âmbito do quadro geral de pessoal: se o órgão ou entidade da Ad-
ministração Pública possuir quadro de pessoal, não é possível a terceiri-
zação dessas atividades. Exemplo: Se a entidade pública prevê a carreira 
Cap. 6 • Terceirização na Administração Pública Federal 1371
de Analista ou Técnico em seus quadros de carreira, não poderá delegar 
essas atividades às empresas terceirizadas, devendo contratar agentes 
públicos por meio de concursos público de provas ou de provas e títulos 
conforme dispõe o art. 37, II, da Constituição Federal. O dispositivo, no 
entanto, excepciona dessa regra o cargo extinto, total ou parcial, ou quando 
permitido expressamente por lei.
Por sua vez, a regra é distinta para os serviços auxiliares, instrumentais ou aces-
sórios dos serviços mencionados anteriormente, pois poderão ser terceirizados para 
as empresas mediante contrato. Nesse caso, no entanto, fica vedada a possibilidade 
de transferência de responsabilidade para a realização de atos administrativos ou 
da tomada de decisão para a empresa contratada:
Art. 3º do Decreto nº 9.507/2018: (...)
§ 1º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de que tratam os inci-
sos do caput poderão ser executados de forma indireta, vedada a transferência 
de responsabilidade para a realização de atos administrativos ou a tomada de 
decisão para o contratado.
§ 2º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de fiscalizaçãoe con-
sentimento relacionados ao exercício do poder de polícia não serão objeto de 
execução indireta. 
Atenção: Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de fiscalização e 
consentimento relacionados ao exercício do poder de polícia não podem ser 
terceirizados. Exemplo: não é possível terceirizar o serviço de aplicação de multa 
de trânsito pelo Estado. 
3.2. Vedações para as empresas públicas e sociedades de economia mista
A definição do conjunto de atividades que serão passíveis de terceirização pelas 
empresas públicas e sociedades de economia mista será realizada pelo seu Conselho 
de Administração ou órgão equivalente.
As vedações à terceirização (execução indireta) são distintas para as empresas 
públicas e sociedades de economia mista. Essas entidades são denominadas em-
presas estatais e são criadas para atuar no mercado junto com a iniciativa privada. 
Dessa forma, o regime jurídico a elas aplicado assemelha-se ao regime privado, com 
algumas restrições. Assim, o art. 14 do Decreto nº 9.507/2018 estabelece que essas 
empresas estatais devem seguir os mesmos parâmetros das sociedades privadas 
naquilo que não contrariar o seu regime jurídico:
Art. 14 do Decreto nº 9.507/2018: As empresas públicas e as sociedades de 
economia mista controladas pela União adotarão os mesmos parâmetros das 
sociedades privadas naquilo que não contrariar seu regime jurídico e o disposto 
neste Decreto.
1372 MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia
De acordo com o art. 4º do Decreto nº 9.507/2018, fica vedada, a princípio, a 
terceirização dos serviços que demandem a utilização, pela contratada, de pro-
fissionais com atribuições inerentes às dos cargos integrantes de seus Planos 
de Cargos e Salários. Assim, um banco público que tem um cargo de escriturário 
previsto em planos de cargos e salários não poderá terceirizar as atividades desen-
volvidas por esses escriturários.
No entanto, o próprio artigo prevê uma exceção a essa vedação. Admite-se 
a possibilidade de terceirização dos serviços desenvolvidos pelos empregados 
públicos, quando não forem respeitados os princípios administrativos da eficiência, 
da economicidade e da razoabilidade, tais como na ocorrência de, ao menos, uma 
das seguintes hipóteses:
I – caráter temporário do serviço;
II – incremento temporário do volume de serviços;
III – atualização de tecnologia ou especialização de serviço, quando for mais atual 
e segura, que reduzem o custo ou for menos prejudicial ao meio ambiente; ou
IV – impossibilidade de competir no mercado concorrencial em que se insere.
Por exemplo, se a empresa pública estiver enfrentando problemas para competir 
no mercado concorrencial, poderá terceirizar suas atividades ainda que se refiram 
às atividades desenvolvidas por seus empregados públicos nos termos de seu plano 
de cargos e salários.
As situações de exceção referente ao caráter temporário do serviço e ao incremento 
temporário do volume de serviços poderão estar relacionadas às especificidades da 
localidade ou à necessidade de maior abrangência territorial.
Entretanto, os empregados da contratada que tenham atribuições semelhantes 
àquelas da Administração Pública somente poderão desenvolver os serviços contra-
tados. Não é possível, portanto, ampliar as atribuições dos terceirizados. Por fim, a 
vedação da terceirização não se aplica aos cargos extintos ou em processo de extinção.
Note-se, portanto, que o Decreto nº 9.507/2018 ampliou significativamente a 
possibilidade de terceirização nas empresas estatais, pois até mesmo as atividades 
inerentes dos empregados públicos poderão ser objeto de execução indireta quando 
preencherem algum dos requisitos dispostos nos incisos I a IV do art. 4º.
3.3. Vedações de caráter geral
O art. 5º do Decreto nº 9.507/2018 trouxe, por sua vez, restrições à tercei-
rização que se aplicam tanto à Administração Pública federal direta, autárquica 
e fundacional, quanto às empresas públicas e às sociedades de economia mista 
controladas pela União.
Nesse sentido, fica vedada a contratação de empresa terceirizada cujo adminis-
trador ou sócio com poder de direção tenha relação de parentesco com:
Cap. 6 • Terceirização na Administração Pública Federal 1373
a) detentor de cargo em comissão ou função de confiança que atue na área 
responsável pela demanda ou pela contratação; ou
b) autoridade hierarquicamente superior no âmbito de cada órgão ou entidade. 
Essa vedação tem o intuito de preservar o interesse público, pois evita que o 
detentor de cargo de confiança ou a autoridade hierarquicamente superiora possam 
utilizar seu cargo para beneficiar ilegalmente as empresas de seus parentes.
Para facilitar a memorização do assunto, segue quadro sistematizado sobre as 
vedações da terceirização na Administração Pública:
Vedações à terceirização no setor público
Administração 
direta, autárquica 
e fundacional
Empresas públicas 
e sociedades de 
economia mista
Vedações de 
caráter geral
É proibida a terceirização 
nos:
1) Serviços que envolvam a 
tomada de decisões
2) Serviços estratégicos do 
órgão ou entidade pública
3) Serviços relacionados ao 
poder de polícia, de re-
gulação, de outorga de 
serviços públicos ou de 
aplicação de sanção
4) Serviços desenvolvidos 
pelos servidores públicos 
conforme previsão no pla-
no de cargos do órgão ou 
entidade.
Exceção ao item 4) Cargos 
extintos ou previsão em lei 
– possibilidade de terceiriza-
ção
É proibida a terceirização 
em serviços que demandem 
a utilização, pela contratada, 
de profissionais com atribui-
ções inerentes às dos cargos 
integrantes de seus Planos 
de Cargos e Salários.
Exceção: é possível a ter-
ceirização dessas ativi-
dades quando não forem 
respeitados os princípios 
administrativos da eficiência, 
da economicidade e da razoa-
bilidade:
I – caráter temporário do ser-
viço;
II – incremento temporário 
do volume de serviços;
III – atualização de tecno-
logia ou especialização de 
serviço; IV – impossibilidade 
de competir no mercado con-
correncial em que se insere.
- É proibida a contratação 
com pessoa jurídica cujo ad-
ministrador ou sócio com 
poder de direção tenha pa-
rentesco com:
1) detentor de cargo em co-
missão ou função de con-
fiança que atue na área 
responsável pela deman-
da ou pela contratação; ou
b) autoridade hierarquica-
mente superior no âmbito 
de cada órgão ou entida-
de. 
4. NORMAS ATINENTES AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO E AO 
CONTRATO
O Decreto nº 9.507/2018 também estabeleceu regras que deverão se observa-
das na licitação e nos contratos firmados para a execução indireta dos serviços. As 
contratações deverão ser precedidas de planejamento e o objeto definido de forma 
precisa no instrumento convocatório da licitação e no contrato. Ressalta-se que 
1374 MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia
é permitida a adoção de padrões de aceitabilidade e nível de desempenho para a 
aferição da qualidade esperada na prestação dos serviços.
Essas disposições interessam prioritariamente ao Direito Administrativo. 
No entanto, há disposições que estabelecem vedações e disposições contratuais 
obrigatórias desses contratos de terceirização que afetam as relações de trabalho 
terceirizado na Administração Pública.
4.1. Vedações
Nesse sentido, de acordo com o art. 7º, II, do Decreto nº 9.507/2018, é proibi-
da a caracterização do objeto da contratação como fornecimento de mão de obra. 
Assim, é importante diferenciar a terceirização dos serviços da intermediação de 
mão de obra. 
A intermediação de mão de obra está presente no trabalho temporário. Nela, 
a empresa prestadora de serviços possibilita que um trabalhador temporário preste 
serviços em outra empresa, denominada tomadora. O temporário presta os serviços 
ao lado de outro empregado da tomadora. Por outro lado, a terceirização compreen-
de a transferência de um serviço ou atividade específico de uma empresa a outra, 
ou seja, não se busca apenas um trabalhador para substituiroutro que entrou em 
férias, por exemplo, mas, na terceirização, há verdadeira delegação de um setor da 
empresa para que outra possa atuar com seus próprios empregados terceirizados. 
Nesse sentido, surge a obrigação de que a empresa de prestação de serviços a ter-
ceiros preste serviços determinados e específicos.
Além disso, o art. 7º, III e IV, do Decreto estabelecem a proibição do reembolso 
de salários pela contratante (Administração Pública) e a vedação à existência de 
pessoalidade e subordinação direta dos empregados da contratada aos gestores da 
contratante. Note-se que os trabalhadores terceirizados quando prestam seus serviços 
na contratante, permanecem subordinados à sua empregadora, no caso a empresa 
prestadora de serviços. Dessa forma, a terceirização estará descaracterizada se os 
salários dos terceirizados forem pagos pela Administração Pública ou se houver 
pessoalidade ou subordinação desses trabalhadores em relação aos agentes públicos.
Cabe destacar que, ainda que descaracterizada a terceirização de serviços, não é 
possível o reconhecimento do vínculo de emprego entre o terceirizado e a Adminis-
tração Pública, pois a Constituição Federal exige a realização de concursos públicos:
Súmula nº 331, II, do TST – A contratação irregular de trabalhador, mediante 
empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração 
Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). 
Art. 37 da Constituição Federal. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade 
e eficiência e, também, ao seguinte: 
(...)
Cap. 6 • Terceirização na Administração Pública Federal 1375
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza 
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas 
as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração;
4.2. Disposições contratuais obrigatórias
Além de prever vedações ao contrato de terceirização firmado com a Admi-
nistração Pública Federal, os art. 8º e 9º do Decreto nº 9.507/2018 estabelecem 
cláusulas que devem constar obrigatoriamente nesses contratos. As cláusulas obri-
gatórias são as seguintes:
Art. 8º: Os contratos de que trata este decreto conterão cláusulas que:
I – exijam da contratada declaração de responsabilidade exclusiva sobre a quitação 
dos encargos trabalhistas e sociais decorrentes do contrato;
II – exijam a indicação de preposto da contratada para representá-la na execução 
do contrato;
III – estabeleçam que o pagamento mensal pela contratante ocorrerá após a 
comprovação do pagamento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e para 
com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS pela contratada relativas 
aos empregados que tenham participado da execução dos serviços contratados;
IV – estabeleçam a possibilidade de rescisão do contrato por ato unilateral e 
escrito do contratante e a aplicação das penalidades cabíveis, na hipótese de não 
pagamento dos salários e das verbas trabalhistas, e pelo não recolhimento das 
contribuições sociais, previdenciárias e para com o FGTS;
V – prevejam, com vistas à garantia do cumprimento das obrigações trabalhistas 
nas contratações de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra:
a) que os valores destinados ao pagamento de férias, décimo terceiro salário, 
ausências legais e verbas rescisórias dos empregados da contratada que partici-
parem da execução dos serviços contratados serão efetuados pela contratante à 
contratada somente na ocorrência do fato gerador; ou
b) que os valores destinados ao pagamento das férias, décimo terceiro salário e 
verbas rescisórias dos empregados da contratada que participarem da execução 
dos serviços contratados serão depositados pela contratante em conta vinculada 
específica, aberta em nome da contratada, e com movimentação autorizada pela 
contratante;
VI – exijam a prestação de garantia, inclusive para pagamento de obrigações de 
natureza trabalhista, previdenciária e para com o FGTS, em valor correspondente 
a cinco por cento do valor do contrato, limitada ao equivalente a dois meses 
do custo da folha de pagamento dos empregados da contratada que venham a 
participar da execução dos serviços contratados, com prazo de validade de até 
noventa dias, contado da data de encerramento do contrato; e
1376 MANUAL DA REFORMA TRABALHISTA – Élisson Miessa e Henrique Correia
VII – prevejam a verificação pela contratante, do cumprimento das obrigações 
trabalhistas, previdenciárias e para com o FGTS, em relação aos empregados da 
contratada que participarem da execução dos serviços contratados, em especial, 
quanto:
a) ao pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso semanal remu-
nerado e décimo terceiro salário;
b) à concessão de férias remuneradas e ao pagamento do respectivo adicional;
c) à concessão do auxílio-transporte, auxílio-alimentação e auxílio-saúde, quando 
for devido;
d) aos depósitos do FGTS; e
e) ao pagamento de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos empregados 
dispensados até a data da extinção do contrato.
Note-se, portanto, que o novo decreto trouxe inúmeras cláusulas obrigatórias 
que tem como principal objetivo assegurar que a empresa terceirizada (contratada) 
efetue corretamente o pagamento dos salários e demais encargos trabalhistas de 
seus empregados. Nesse sentido, o pagamento mensal realizado pela Administração 
Pública (contratante) somente ocorrerá depois de comprovado o pagamento das 
obrigações trabalhistas. Assegura-se também o direito da Administração Pública 
rescindir unilateralmente o contrato de execução indireta dos serviços na hipótese 
dos direitos trabalhistas não terem sido cumpridos.
No caso de não cumprimento das obrigações trabalhistas, previdenciárias e de 
FGTS, a contratante comunicará o fato à contratada e reterá o pagamento da fatura 
mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que a situação esteja regula-
rizada. Não havendo quitação das obrigações em até 15 dias, a contratante poderá 
efetuar os pagamentos, o que não configura vínculo com a Administração Pública:
Art. 8º, § 1º, Decreto nº 9.507/2018: Na hipótese de não ser apresentada a 
documentação comprobatória do cumprimento das obrigações trabalhistas, 
previdenciárias e para com o FGTS de que trata o inciso VII do caput deste 
artigo, a contratante comunicará o fato à contratada e reterá o pagamento da 
fatura mensal, em valor proporcional ao inadimplemento, até que a situação 
esteja regularizada.
§ 2º Na hipótese prevista no § 1º e em não havendo quitação das obrigações por 
parte da contratada, no prazo de até quinze dias, a contratante poderá efetuar 
o pagamento das obrigações diretamente aos empregados da contratada que 
tenham participado da execução dos serviços contratados.
§ 3º O sindicato representante da categoria do trabalhador deve ser notificado pela 
contratante para acompanhar o pagamento das verbas referidas nos § 1º e § 2º.
§ 4º O pagamento das obrigações de que trata o § 2º, caso ocorra, não configura 
vínculo empregatício ou implica a assunção de responsabilidade por quaisquer 
obrigações dele decorrentes entre a contratante e os empregados da contratada.
Além disso, o art. 9º do Decreto nº 9.507/2018 passou a exigir que a contratada 
apresente dados e informações que viabilizem a fiscalização do cumprimento das 
Cap. 6 • Terceirização na Administração Pública Federal 1377
obrigações trabalhistas pela Administração Pública, inclusive aquelas atinentes à 
normas coletivas aplicáveis à categoria profissional. Nesse caso, a empresa terá que 
informar:
a) o quantitativo de empregados vinculados à execução do objeto do contrato 
de prestação de serviços, a lista de identificação destes empregados e respectivos 
salários;
b) o cumprimentodas obrigações estabelecidas em acordo, convenção, dissídio 
coletivo de trabalho ou equivalentes das categorias abrangidas pelo contrato; e
c) a relação de benefícios a serem concedidos pela contratada a seus empregados, 
que conterá, no mínimo, o auxílio-transporte e o auxílio-alimentação, quando 
esses forem concedidos pela contratante.
Há, ainda, previsão de direitos trabalhistas a que a Administração Pública não 
estará vinculada ao pagamento para os empregados terceirizados da contratada. 
São eles:
1) Participação nos lucros e resultados da empresa contratada (PLR);
2) Verbas de matéria não trabalhistas ou de direitos não previstos em lei, tais 
como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários;
3) Preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.
5. LEGALIDADE E DISCUSSÕES FUTURAS SOBRE O NOVO DECRETO 
Nº 9.507/2018
A nova regulamentação da terceirização na administração pública federal por 
meio de decreto presidencial poderá ser questionada quanto ao respeito ao prin-
cípio da legalidade, pois a norma infralegal não poderia regulamentar o assunto 
sem base legal. 
Da nossa parte, entendemos que diversos pontos são ilegais pois inovam assuntos 
não tratados em lei. Entretanto, como há presunção de legitimidade e legalidade do 
ato administrativo até que ocorra seu questionamento judicial, optamos por tratar 
dessas principais inovações.
Além disso, o novo decreto apenas estabelece as hipóteses em que a terceiri-
zação é vedada, enquanto o antigo Decreto nº 2.271/1997, que regulamentava o 
assunto, determinava expressamente as hipóteses passíveis de terceirização. Dessa 
forma, poderão surgir questionamentos quanto ao alcance e limites da terceirização 
no setor público.

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