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UNIVERSIDADE BRASIL CAMPUS DESCALVADO Beatriz Pereira Baldissarelli Resumo de Equinocultura: Aspectos Clínicos-Patológicos do Mormo em Equinos Descalvado – SP 2020 INTRODUÇÃO O mormo é uma doença infecto-contagiosa, podendo ser aguda ou crônica, causada pela bactéria Burkholderia mallei. A doença acomete principalmente os equídeos, porém também pode ser transmitida para outras espécies de animais inclusive o homem, sendo então de caráter zoonótico sendo obrigatória a sua notificação. A bactéria foi identificada após isolamento em órgãos de um e equino. Já foi identificado como várias espécies de bactérias, porém o agente atual foi classificado após alguns estudos em 1922. Acredita-se que a doença foi trazida da Europa por animais infectados acometendo os animais territoriais e o homem, sendo descrita pela primeira vez no Brasil em 1811. REVISÃO DA LITERATURA Etiologia Bactéria gram-negativa com formato de bacilo, não esporulado, imóvel, podendo variar de forma de acordo com o período reprodutivo em meios de cultivo. Cresce em Ágar Sangue e glicerol, não produzem hemólise no agar sangue e colônias apresentam aspecto mucoide e brilhante. São aeróbicas e anaeróbicas facultativas, oxidase e catalase positiva e redutor de nitrato. Patógeno intracelular obrigatório e baixa resistência no ambiente. Sensibilidade a luz solar, desinfetantes e resistente em ambientes úmidos de 3 a 5 semanas. Epidemiologia Doença descrita em várias regiões do mundo porém já é erradicada nos EUA, Europa Ocidental, Canadá e Austrália. A transmissão e disseminação da doença ocorre por meio de ingestão de forragens infectadas, cochos, bebedouros pela secreção oral e nasal. Ocorre também por contato direto de feridas e por utensílios infectados como os de montaria. A principal via de excreção é a respiratória pois lesões pulmonares crônicas que se rompem nos brônquios infectam as vias superiores com secreções nasais e orais, podendo ser a principal via de infecção a trato digestório. Por inalação também pode ocorrer, porém é mais raro. A doença acomete principalmente animais idosos, debilitados, estressados, submetidos a má alimentação e condições sanitárias inadequadas, porém pode acometer animais saudáveis e em condições normais. Equídeos são os reservatórios da doença e o homem é o hospedeiro assim como outras espécies de animais são infectados acidentalmente. No homem é uma doença ocupacional. Sinais Clínicos São febre, tosse e corrimento nasal, com período de incubação até 3 meses. A fase aguda pode apresentar edema na região peitoral levando o animal a óbito em 48 horas ou por septicemia em poucos dias. A fase crônica desenvolve-se em semanas ou meses sendo caracterizada por 3 tipos de manifestações, sendo a nasal, pulmonar e cutânea. Os animais cronicamente infectados são importantes disseminadores da doença. A forma nasal caracteriza-se por descarga serosa, unitlateral e purulenta variando de amarelado escuro a hemorrágica. A pulmonar é caracterizada por pneumonia lombar, abscessos e pleurite fibrosa. E a forma cutânea caracteriza-se pela formação de abscessos subcutâneos, linfonodos e vasos linfáticos superficiais aumentados. Patogenia Penetra através da mucosa intestinal, atinge os linfonodos se proliferam e ganham a circulação sanguínea causando lesões em faringe, linfonodos, pulmão, baço, fígado e pele. Diagnóstico Consiste em associação de aspectos clínicos- patológicos, exames histopatológicos, isolamento bacteriano, maleinização teste sorológicos como fixação complemento, hemaglutinação indireta, imunoeletroforese, teste indireto do anticorpo fluorescente, ELISA e PCR. O MAPA recomenda como teste oficiais para diagnóstico e controle do mormo o teste de fixação complemento e maleinização. Tratamento Os animais tratados podem se tornar portadores crônicos do agente, sendo assim recomentado pelo MAPA a eutanásia dos animais positivos para a doença. Prevenção e Controle Por não existir vacina e tratamento, para o controle e prevenção da doença nos seres humanos o MAPA distingue que o ambiente deve ser bem manejado e os animais positivos eliminados. Devem ser realizados limpezas, desinfecções das áreas de foco, equipamentos, veículos e materiais utilizados, incineração de carcaças dos animais infectados. A propriedade deve entrar em quarentena.
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