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#CURRÍCULO LATTES# 
 
Mestre em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias 
(Universidade Pitágoras Unopar). 
● Licenciatura e Bacharel em Pedagogia (CESUMAR). 
● Especialista em Psicopedagogia Institucional (Faculdade Maringá) 
● Especialista em Educação Especial (Faculdade de Tecnologia América do Sul) 
● Especialista em EAD e as Tecnologias Educacionais (UNICESUMAR). 
● Especialista em Docência no Ensino Superior (UNICESUMAR). 
● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da pós-graduação 
(UNIFCV). 
● Professora mediadora na área da Educação (UNIFCV). 
● Coordenadora de cursos EAD (UNIFCV) 
● Tutora Pedagógica (UNIFCV). 
 
Experiência na Educação Básica: +- 8 anos. 
Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância): desde 2012 até os dias atuais. 
 
Acesse meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/7315666246327967 
 
 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://lattes.cnpq.br/7315666246327967
#APRESENTAÇÃO DA APOSTILA# 
 
Olá, caro (a) estudante! 
 
Seja bem-vindo(a) aos estudos sobre Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia, no qual você estudará aspectos históricos e tendências 
contemporâneas da Psicopedagogia; os objetivos e âmbito de atuação da 
Psicopedagogia; a formação e o trabalho do psicopedagogo; o contato com as diferentes 
áreas do conhecimento; objeto de estudo da psicopedagogia e o trabalho do 
psicopedagogo. 
 
Este livro é composto por uma introdução seguida de quatro unidades criteriosamente 
analisadas, selecionadas para dar sustentação a presente discussão e conclusão. 
 
Na Unidade I, você irá trabalhar com o tema FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA, 
no qual será abordado os aspectos históricos da Psicopedagogia; a evolução da 
Psicopedagogia, bem como o papel da Psicopedagogia no contexto atual. 
 
Na Unidade II, com o tema ASPECTOS DA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO 
PSICOPEDAGOGO cujos conteúdos de destaque serão os aspectos da formação e 
atuação do psicopedagogo; a formação do psicopedagogo; a ética do trabalho 
psicopedagógico e por fim o psicopedagogo e os novos desafios. 
 
Na Unidade III, o tema OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA, versará sobre a 
dificuldade de aprendizagem e suas nomenclaturas trabalhadas ao longo dos anos anos, 
bem como conhecer algumas dificuldades, sendo elas: dislexia, disgrafia, disortografia e 
discalculia, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do 
espectro do autismo (TEA). 
 
 
Na Unidade IV, nosso último tópico, você estudante estudará sobre TRABALHO 
PSICOPEDAGÓGICO, com enfoque qual é o trabalho do psicopedagogo, bem como a 
Psicopedagogia como estratégia de prevenção; ainda os aspectos do trabalho 
psicopedagógico na avaliação, diagnóstico e intervenção e por fim a interdisciplinaridade 
e a Psicopedagogia. 
 
Lembre-se caro (a) estudante, que o texto apresentado não irá esgotar todas as 
possibilidades de pensar e refletir acerca das temáticas abordadas ao longo da disciplina, 
mas irá iniciar momentos importantes e oportunos para a compreensão das análise 
realizadas acerca das temáticas propostas. 
 
Assim, vamos dar início ao nosso trabalho. Tenha uma ótima leitura! Bom estudo e 
espero que o material que preparei para você estudante contribua de forma significativa 
para sua formação. 
 
Professora Me. Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
#APRESENTAÇÃO DA APOSTILA# 
 
UNIDADE I – FUNDAMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA 
 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo: 
 
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
 
• Aspectos históricos da Psicopedagogia. 
• Evolução da Psicopedagogia. 
• O papel da Psicopedagogia no contexto atual. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Analisar os aspectos históricos da Psicopedagogia. 
• Conhecer os teóricos que influenciaram na evolução da Psicopedagogia no Brasil. 
• Identificar o papel da Psicopedagogia no contexto atual. 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro (a) estudante. 
 
Seja bem-vindo (a) à Unidade I da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia. 
 
Nesta Unidade “Fundamentos da Psicopedagogia”, você estudante poderá fazer uma 
análise dos aspectos históricos da Psicopedagogia, seu surgimento entre a fronteira das 
áreas da Educação e Saúde, bem como a preocupação com o processo de 
aprendizagem do sujeito, além de conhecer alguns dos teóricos que influenciaram na 
evolução da Psicopedagogia no Brasil como Jean Piaget, Lev Vygotsky, Sigmund Freud 
e Enrique Pichon-Rivière. E ainda esta aula vamos poder identificar o papel da 
Psicopedagogia no contexto atual, em relação a sua formação e o objeto de estudo. 
 
A compreensão desta Unidade I contribuirá para a sua formação neste curso superior. 
 
Boa leitura e bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#CONTEÚDO# 
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PSICOPEDAGOGIA 
A Psicopedagogia tem o seu início, na Europa, ainda no século XIX, quando surgiram as 
preocupações com os “problemas de aprendizagem”. Não obstante, a Argentina tem um 
valor e relevância na difusão do pensamento psicopedagógico, principalmente na 
epistemologia convergente, nos quais seus principais representantes são: Jorge Visca, 
Alicia Fernandez e Sara Paín. 
Também na Argentina, a Psicopedagogia tem o seu eixo teórico em três áreas da 
Psicologia, sendo elas: a Psicologia Genética (Jean Piaget), a Psicanálise (Freud) e a 
Psicologia Social (Pichon-Rivière). 
Mediante a isto, diversas outras teorias contribuíram e enriqueceram a teoria 
psicopedagógica, partindo disso, as autoras Ana Teberosky e Emília Ferreiro conceitual 
de maneira clara e objetiva a psicogênese da língua, teoria de Vygotsky. 
Bossa (2011) nos acrescenta que a origem do pensamento argentino acerca da 
Psicopedagogia está centrada na literatura francesa e se baseia em autores como 
Jacques-Marie Émile Lacan, Maud Ferreira Mannoni, Françoise Dolto, Julian de 
Ajuriaguerra, Enrique Pichon-Rivière, entre outros. 
Já no Brasil, os representantes importantes que contribuíram para o desenvolvimento da 
Psicopedagogia, são Maria Lúcia Weiss, Aglael Borges, Nadia Aparecida Bossa, Beatriz 
Judith Lima Scoz, Heloísa Maria Fortuna Padilha, entre outros. 
A psicopedagogia surgiu na fronteira entre as áreas da Educação e Saúde, sendo assim, 
Bossa (2011, p. 19) afirma que, como produção do conhecimento, a psicopedagogia “[...] 
nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem [...], 
onde a preocupação encontra-se na maneira como o aluno lida com as facilidades e as 
dificuldades no aprendizado e como desenvolve o seu conhecimento” . 
Barbosa (2007, p.91, grifo do autor) explica que a psicopedagogia 
[...] nasceu como uma área que possuía a missão de superar a 
"compartimentalização" do aprendiz, da sua forma de lidar com as 
facilidades e dificuldades para aprender e do conhecimento a ser 
aprendido. No seu trajeto, no entanto, não conseguiu evitar a 
contaminação pelo que já estava posto, pelas ciências que já possuíam 
seu estatuto estabelecido como tal, como a medicina, por exemplo. Como 
um irmão menor, chegando em uma família, a Psicopedagogia passou a 
fazer suas inserções usando instrumentos construídos por outras áreas do 
conhecimento, mas regidos pelo paradigma da disjunção, aquele que 
deveria ser superado na história humana, no momento de seu surgimento. 
Desde seu surgimento, a psicopedagogia buscou um campo de atuação próprio, bem 
como tentou construir seus instrumentos com foco no objeto de estudo. 
Claro (2018) expõe que a Europa é o berço da psicopedagogia, pois lá surgiram os 
primeiros centros de orientação educacional infantil, cujas equipes de atendimento eram 
compostas de médicos, psicólogos, educadores e assistentes sociais. 
Pöttker e Leonardo (2014, p. 87, grifo do autor) acrescentam que: 
[...] os primeiros passos da Psicopedagogia foram dadosnos séculos XIX 
e XX na França, denominando-se “Pedagogia Curativa”, por influência de 
Janine Mery e George Mauco. Surgiu com o intuito de curar os problemas 
da educação advindos das transformações decorrentes da Revolução 
Industrial e da Revolução Francesa. 
Nos Estados Unidos, a preocupação com crianças que apresentam dificuldades de 
aprendizagem se manifestou por volta da década de 1930, com o surgimento dos 
primeiros centros de reeducação para atendimento a delinquentes juvenis. (CLARO, 
2018). 
Ainda os autores Pöttker e Leonardo (2014, p. 87) relatam que: 
No ano de 1956, foi fundada, em Buenos Aires, a primeira faculdade de 
Psicopedagogia. Por volta de 1970, foram criados, em Buenos Aires, os 
Centros de Saúde Mental, onde equipes de psicopedagogos atuavam, 
fazendo diagnóstico e tratamento. Isso acarretou uma mudança na 
abordagem da psicopedagogia argentina, que de reeducação passou para 
ter um carácter clínico. 
Bossa (2011) menciona que, na Argentina, a atuação psicopedagógica é efetivada nas 
áreas da Educação e da Saúde. 
Na área da Educação, o psicopedagogo coopera para a diminuição do fracasso escolar, 
em relação tanto ao sujeito quanto à instituição. Assim, presta assessoria aos pais, aos 
professores e aos gestores educacionais e auxilia na elaboração dos planos de 
recreação, propondo atividades que desenvolvam a criatividade, o juízo crítico e a 
cooperação entre os alunos. Nas instituições educativas, o psicopedagogo atua ainda 
com orientação vocacional. 
Na área da Saúde, segundo Claro (2018, p. 62) “[...] o psicopedagogo atende em 
consultórios particulares e instituições de saúde, hospitais públicos e particulares”. 
Sua função é reconhecer e atuar sobre as alterações da aprendizagem 
sistemática e/ou assistemática. Procura-se reconhecer as alterações da 
aprendizagem sistemática, utilizando-se diagnóstico na identificação dos 
múltiplos geradores desse problema e, fundamentalmente, busca-se 
descobrir como o sujeito aprende. (BOSSA, 2011, p. 42). 
No Brasil, assim como na Europa e na Argentina, segundo Silva (2012) o problema de 
aprendizagem foi entendido, por muito tempo, como sendo originado por fatores 
orgânicos. 
Silva (2012, p.22) descreve que “[...] ainda nos dias atuais, a primeira atitude dos 
educadores e dos familiares de crianças com problemas de aprendizagem é recorrer ao 
médico. Logo, essa figura continua tendo uma grande importância nas decisões das 
famílias”. 
No Brasil, a psicopedagogia foi fortemente tomada tanto pelas experiências argentinas 
como pelas francesas. Pöttker e Leonardo (2014, p. 87) retratam que “[...] no contexto 
educacional que originou o surgimento da Psicopedagogia foi semelhante ao desses 
países, ou seja, as situações de fracasso escolar”. 
Claro (2018, p. 64) apresenta que: 
[...] o aspecto que motivou o surgimento da psicopedagogia no país, 
tal qual em outros lugares, foi o fracasso escolar. Nas décadas de 
1970 e 1980, o índice de crianças que apresentavam dificuldades 
de aprendizagem era muito alto e não havia profissionais 
capacitados nas escolas para atender a essa demanda, porque o 
pedagogo não dava conta de resolver essa carência. 
Bossa (2011) acrescenta descrevendo que neste período começa a se configurar uma 
nova teoria sobre o entendimento do fracasso escolar. O enfoque passou, então, a ser a 
visão sociopolítica, na qual o problema de aprendizagem passa a ser entendido enquanto 
problema de ensino. 
Sendo assim, do ponto de vista de Scoz (1991), a psicopedagogia preocupa-se com o 
processo de aprendizagem com as suas dificuldades, e em uma ação profissional deve 
sintetizar, de forma integrada, conhecimentos de diferentes áreas do conhecimento. Para 
tanto, a autora enfatiza a importância de o profissional da educação ter acesso às 
informações de diferentes ciências (pedagogia, psicologia, sociologia, psicolinguística), 
de forma a aprofundar os conhecimentos, vinculando-os à realidade educacional, de 
forma a ter uma visão global do aluno. E o maior desafio das escolas, na concepção da 
psicopedagogia, é buscar caminhos que possibilitem ao educador rever a própria prática 
e descobrir alternativas possíveis para melhorar sua ação. 
1.2 EVOLUÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA 
Entre os teóricos que influenciam na evolução da Psicopedagogia no Brasil, além de 
Jorge Visca, podemos citar Jean Piaget, Lev Vygotsky, Sigmund Freud e Pichon-Rivière. 
Neste momento caro(a) estudante será apresentado, no quadro 1, o quadro comparativo 
das correntes teóricas da Psicopedagogia. 
Quadro 1: Quadro Comparativo das Correntes Teóricas da Psicopedagogia. 
Fonte: Elaborado pela autora 2019. 
Antes de iniciarmos a conversa sobre os teóricos mencionados acima, vamos conhecer 
um pouco o Jorge Luis Visca, nascido na cidade de Buenos Aires, na Argentina, em 14 
de maio de 1935 e faleceu em 23 de julho de 2000. 
Visca foi o divulgador da Psicopedagogia no Brasil, Argentina e Portugal e, ainda foi o 
criador da Epistemologia Convergente uma teoria elaborada exclusivamente para o 
desenvolvimento do trabalho psicopedagógico clínico e reúne importantes correntes 
teóricas e práticas de três frentes de estudo da psicologia, sendo elas: 
● Psicogenética (Piaget);
● Psicanalítica (Freud);
● Psicologia Social (Pichon-Rivière).
A linha de pensamento da teoria piagetiana expõe que o desenvolvimento cognitivo pode 
ocorrer em quatro estágios evolutivos e sequenciais do crescimento humano, que iniciam 
no nascimento e vão até a idade adulta. Esses estágios se desenvolvem gradualmente 
e variam de um sujeito para outro. 
Vamos conhecer um pouco sobre os estágios da teoria piagetiana? Piaget dividiu o 
desenvolvimento cognitivo nos quatro estágios principais resumidos no quadro 2 . 
Quadro 2: Estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget 
Fonte: Adapato de Silva; Mocelin (2019, p. 38 -122). 
#REFLEXÃO# 
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, 
não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam 
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que 
estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean 
Piaget) 
#REFLEXÃO# 
Já a linha de pensamento freudiana estuda a respeito à sexualidade infantil. Para Freud, 
as primeiras investigações realizadas pela criança são sexuais e servem para situá-la no 
mundo, colocá-la em seu lugar - o lugar sexual. Para ele, um momento importante na 
vida do sujeito é o da descoberta anatômica da diferença sexual. 
Para Freud, segundo Claro (2018, p. 38, grifo do autor) 
[...] a mente tem uma estrutura tripartite, que ele denomina id, ego e 
superego. O id - regido pelo princípio do prazer - tem o papel de 
descarregar as funções biológicas. Nesta perspectiva, busca a satisfação 
imediata, não tolera a frustração e evita a dor. O ego - regido pelo princípio 
da realidade - é o responsável pela estimulação que pode vir tanto da 
própria mente quanto do mundo exterior. Ele exerce o papel de controlador 
do comportamento do sujeito, bem como protege-o dos perigos. Já o 
superego - conduzido por normas sociais e regras - exerce um papel de 
vigilante das ações ou pensamentos contrários aos princípios morais. 
As fases da sexualidade humana são ligadas ao desenvolvimento do id; diferenciam-se 
pelos órgãos que sentem prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer e manifestam-
se dos primeiros meses de vida aos 5 ou 6 anos. São elas: oral, anal, fálica, de latência 
e genital. 
E a linha de pensamento da teoria pichoniana (teoria do vínculo) em um caráter social 
na medida em que compreende que sempre há figuras internalizadas presentes na 
relação, quando duas pessoas se relacionam, ou seja, uma estrutura triangular. O 
vínculo é bi-corporal e tripessoal, isto é, em todo vínculo há uma presença sensorial 
corpórea dos dois, mas há um personagem que estáinterferindo sempre em toda relação 
humana, que é o terceiro. Neste sentido, vínculo é uma estrutura psíquica complexa. 
(PICHON-RIVIÈRE, 1988). 
Por fim, a linha de pensamento da teoria vygotskyana, a linguagem é um instrumento 
social entre o eu e o outro. É o ponto de partida para o aprendizado e o desenvolvimento. 
A respeito da educação, Vygotsky (2007, p.70) elucida que “[...] não existe nada de 
passivo, de inativo. Até as coisas mortas, quando se incorporam ao círculo da educação, 
quando se lhes atribui papel educativo, adquirem caráter ativo e se tornam participantes 
ativos desse processo”. Assim, a aprendizagem dos alunos segue sendo construída 
mediante a relação do indivíduo com seu ambiente sociocultural e com o suporte de 
outros indivíduos mais experientes. 
1.3 O PAPEL DA PSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ATUAL 
Caro(a) graduando(a), para iniciar a nossa discussão deste tópico, precisamos refletir 
sobre a definição da palavra “psicopedagogia”. O Dicionário Michaelis (2019) registra 
que, etimologicamente, este é um vocábulo composto do grego psykhē+o+pedagogia 
“aplicação de conhecimentos da psicologia às práticas educativas”. 
O conceito remete a duas grandes áreas do conhecimento, sendo elas: psicologia e 
pedagogia as quais têm como foco de estudo o sujeito. Conforme o Projeto de Lei da 
Câmara nº 31, de 2010, no qual dispões sobre a regulamentação do exercício da 
atividade de Psicopedagogia, deixa claro que poderão exercer a atividade os portadores 
de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia e/ou Psicologia, Pedagogia ou 
Licenciatura, bem como o curso de especialização em Psicopedagogia, com duração 
mínimo de 600 (seiscentas) horas. Ainda no referido projeto em seu Art. 4º explicita quais 
são as atividades e atribuições do psicopedagogo. 
#SAIBA MAIS# 
Caro(a) estudante, leia atentamente o Projeto de Lei nº 31, de 2010 na íntegra disponível 
no link https://legis.senado.leg.br/sdleg-
getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline 
#SAIBA MAIS# 
A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) foi criada em 12 de novembro de 
1980 e, com ela, a psicopedagogia começou a se estruturar como uma profissão à parte, 
agregando, além da psicologia e da pedagogia, outras áreas do conhecimento. Para isso, 
era necessário que os interessados realizassem uma pós-graduação lato sensu. Aos 
poucos, as ofertas dos cursos de especialização se proliferaram em todo o território 
nacional, e atualmente o curso como graduação vem ganhando forças. 
 De acordo com Lemos (2007, p.73), 
[...] a psicopedagogia se ocupa do estudo do processo de aprendizagem 
humana, de forma preventiva e terapêutica. Entretanto, ainda que o 
enfoque da psicopedagogia seja os problemas de aprendizagem, é 
necessário que se ocupe do processo de aprendizagem como um todo, a 
fim de descobrir as barreiras que impedem ou atrapalham o aprendiz de 
se autorizar a saber. 
Segundo a ABPp (2011, s/p.), a psicopedagogia atua no campo da “[...] Educação e 
Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a 
escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando, procedimentos próprios, 
fundamentados em diferentes referenciais teóricos”. 
É importante enfatizar que se trata de uma área do conhecimento que possibilita ao 
profissional atuar tanto na clínica quando na instituição. Dessa forma, propõe integrar, 
de forma coerente, conhecimentos e princípios de diferentes áreas das ciências 
humanas. 
Complementamos nossa reflexão sobre o conceito de psicopedagogia com a explanação 
de Barbosa (2007, p.91), que assim a define: 
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline
https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4378260&ts=1559268396250&disposition=inline
[...] a área do conhecimento que se propõe estudar o ser cognoscente e 
seu processo de aprender, compreendendo-o como um ser constituído de 
três grandes dimensões: a Racional, a Relacional e a Desiderativa e do 
funcionamento decorrente das relações dessas três dimensões, que 
acontecem num corpo físico e biológico, bem como num contexto cultural 
próprio. 
Assim, no processo de construção do conhecimento é preciso compreender que o sujeito 
é dotado de razão, que expressa seus desejos, suas ânsias e suas vontades, mas é na 
troca com o outro e com o meio cultural que se “faz” humano. 
Segundo a autora Claro (2018, p.20) “A psicopedagogia estuda as formas como o sujeito 
aprende e de que maneiras essa aprendizagem ocorre, bem como os fatores que 
provocam alterações no ato de aprender, a fim de preveni-las e tratá-las”. 
Nesse sentido, a psicopedagogia para Weiss (2012, p.6) “[...] busca a melhoria das 
relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria 
aprendizagem de alunos e educadores”. 
Logo, o foco de estudo da psicopedagogia segundo Claro (2018, p.21) é “a 
aprendizagem”, no qual “[...] é um processo contínuo de construção de conhecimentos e 
está presente na vida do sujeito desde a mais tenra idade”. 
Para tanto, devemos falar sobre a aprendizagem, na concepção de Diaz (2011, p.83), a 
aprendizagem é: 
[...] um processo mediante o qual o indivíduo adquire informações, 
conhecimentos, habilidades, atitudes, valores, para construir de modo 
progressivo e interminável suas representações do interno (o que pertence 
a ele) e do externo (o que está “fora” dele) numa constante inter-relação 
biopsicossocial com seu meio e fundamentalmente, através da ajuda 
proporcionada pelos outros. 
Para o referido autor supracitado, no processo de aprendizagem, sempre há uma 
autoconstrução de informações, de habilidades, de atitudes, a qual modificou o que foi 
anteriormente aprendido. Dessa forma, “[...] o ato de aprender é constituído pela 
integração de dados oferecidos pelo meio e de dados construídos pelo sujeito aprendiz. 
Aprender significa transformar. Toda aprendizagem provoca mudança no 
comportamento do sujeito”. (CLARO, 2018, p. 21). 
#SAIBA MAIS# 
Caro(a) estudante como exemplo sobre a interação do interno e do externo, segundo o 
autor Díaz (2011), podemos citar a criança que aprende a ler por ter alcançado 
determinado nível de desenvolvimento nervoso ou maturidade (funcionamento interno 
de tipo biológico), condição que a faz sensível ao ensino da leitura. Mediado pelo adulto 
(condição externa), ela se apropria da leitura (aprendizagem) e, a seguir, por meio da 
continuidade, esta aprendizagem influi nas suas causas (no interno e no externo); deste 
modo, o aprendizado se converte em base para a realizar outros aprendizados 
(conhecimento através da leitura), o que lhe permite ampliar sua esfera psicológica 
(funcionamento psicológico interno), assim como desenvolver funcionalmente seu 
cérebro (funcionamento interno biológico); isto porque nossas capacidades nervosas se 
desenvolvem na própria atividade em que participam, o que permite transformar o meio 
e suas influências (estimulações externas) em proveito individual (dele) e social (dos 
outros). 
Fonte: DÍAZ, Félix. O processo de aprendizagem e seus transtornos. Salvador: EDUFBA, 
2011. Disponível em: 
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-
repositorio2.pdf 
#SAIBA MAIS# 
Com relação à ação psicopedagógica, teoricamente, ela deve ser pautada pela 
prevenção do fracasso escolar e das dificuldades que envolvem tanto educandos como 
educadores. 
No entanto, as autoras Barone; Martins e Castanho (2011), alertam que a 
psicopedagogia historicamente vem se consolidando como área interdisciplinar voltada 
prioritariamente para a compreensão e a intervenção nos processos de aprendizagem 
de indivíduos e grupos, nos vários contextos sociais, culturais e institucionais em que a 
aprendizagem ocorre. 
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdfhttps://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5190/1/O%20processo%20de%20aprendizagem-repositorio2.pdf
Assim, é importante que o fazer psicopedagógico leve em consideração a 
autora do pensamento por parte do sujeito, observe a maneira como ele 
constrói seu conhecimento, de que maneira ele analisa, organiza e 
identifica as fontes de informação e, ainda, de que forma ele constitui sua 
identidade como sujeito de aprendizagem. (CLARO, 2018, p.22). 
Nesse sentido, caro(a) estudante o objetivo de estudo da psicopedagogia deve ser 
compreendido sob dois enfoques: o preventivo e o terapêutico. O enfoque preventivo 
consiste em saber como se dá o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do sujeito. 
Já o terapêutico se concentra em identificar, analisar e construir procedimentos 
metodológicos que possibilitem diagnosticar e tratar as dificuldades de aprendizagem. 
Para tanto, status interdisciplinar da psicopedagogia exige do profissional um 
aprofundamento em áreas de estudo que antes pareciam distantes das explicações que 
se buscavam para as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem, bem 
como demanda uma transformação que vai além da configuração do papel profissional 
do psicopedagogo, atingindo níveis de sua estrutura afetiva cognitiva e social. 
(OLIVEIRA, 2014). 
O Psicopedagogia para poder melhor exercer o seu ofício, passou a estudar as 
características da aprendizagem humana, tentando, segundo Bossa (2011) entender as 
seguintes questões: como se aprende; como está aprendizagem varia evolutivamente; 
como a aprendizagem está condicionada; que fatores condicionam a aprendizagem; 
como se produzem as alterações na aprendizagem e por fim como reconhecer as 
alterações verificadas na aprendizagem. 
A autora Oliveira (2014, p. 12) descreve que: 
O alicerce da prática psicopedagógica não é formado apenas pelo 
conhecimento teórico sobre psicologia da aprendizagem, psicologia 
genética, teorias da personalidade, pedagogia, fundamentos da biologia, 
linguística, psicologia social, filosofia, ciências neurocognitivas, mas 
principalmente pela capacidade de articular esses conhecimentos e 
manter o compromisso ético e social na prática e na investigação científica 
do processo de aprendizagem. 
Portanto, o psicopedagogo no contexto atual exerce função essencial neste processo, 
pois cabe ao mesmo diferenciar as situações sejam elas facilitadoras ou as que dificultam 
para que as pessoas possam estar resgatando seu processo de aprendizagem, incluindo 
sua história de vida, parte esta de grande importância para o psicopedagogo, por ser 
algo fundamental quando este lida diretamente com a pessoa. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS DA UNIDADE# 
Finalizamos nossa Unidade I, no primeiro momento analisamos alguns aspectos 
históricos da Psicopedagogia, e que partir de 1980, a Psicopedagogia começou a se 
estruturar como profissão no Brasil, como área de estudo que se preocupa em investigar 
a maneira como o sujeito constrói seu conhecimento. Conhecemos a história de alguns 
teóricos que influenciaram na Psicopedagogia no Brasil como Jorge Visca (epistemologia 
convergente), Jean Piaget (epistemologia genética), Lev Vygotsky (socioconstrutivismo), 
Sigmund Freud (psicanálise) e Enrique Pichon-Rivière (pedagogia social). E por fim 
identificamos o papel da Psicopedagogia no contexto atual, em relação a sua formação 
e o objeto de estudo, uma vez que cabe ao psicopedagogo diferenciar as situações que 
dificultam o processo de aprendizagem do sujeito. 
Convido você estudante interessado a consultar as Referências, de modo a aprofundar 
seu conhecimento sobre a temática abordada em nossa Unidade I. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
#LEITURA COMPLEMENTAR# 
(OPCIONAL) 
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a história da psicopedagogia, sugiro a leitura 
do seguinte texto: 
COSTA, A. A.; PINTO, T.M.G.; ANDRADE, M.S. de. Análise histórica do surgimento da 
psicopedagogia no Brasil. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, n. 20, 
ano 7, p.10-21, jul. 2013. 
Disponível em: https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/0 
Boa leitura! 
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/234/0
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
LIVRO (OBRIGATÓRIO) 
• Imagem da Capa.
• Título:
Psicopedagogia: um olhar, uma escuta [livro eletrônico] 
• Autor:
Tânia Mara Grassi. 
• Editora:
InterSaberes. 
• Ano:
2013. 
• Sinopse:
A importância da psicopedagogia para evolução da educação e a melhoria das condições 
de ensino são alguns dos enfoques da obra Psicopedagogia: um olhar, uma escuta, de 
Tânia Mara Grassi. Para tanto, a autora recorre à reconstituição histórica da área, 
sugerindo soluções para afastar o fracasso escolar de nossas salas de aula. 
FILME/VÍDEO (OBRIGATÓRIO) 
Mãos Talentosas - A História de Ben Carson 
Esse filme conta uma história de superação de dificuldades a partir do apoio de uma 
devolta mãe. Ben Carson era um menino pobre de Detroit, desmotivado, que tirava más 
notas na escola. Entretanto aos 33 anos, se tornou o diretor de Neurologia Pediátrica do 
Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, EUA 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1r3WsYZFD84 
WEB (OPCIONAL) 
A Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp é uma associação de direito privado, 
de âmbito nacional, sem fins lucrativos e econômicos, de caráter técnico, científico e 
social, com atividade preponderante no exercício da psicopedagogia. Fundada em 12 de 
novembro de 1980, a ABPp agrega psicopedagogos brasileiros com a finalidade de 
propiciar-lhes o desenvolvimento, a divulgação e o aprimoramento desta área do 
conhecimento. 
Para saber mais, acesse o site da ABPp! 
• Link do site: https://www.abpp.com.br/psicopedagogo.html
https://www.youtube.com/watch?v=1r3WsYZFD84
https://www.abpp.com.br/psicopedagogo.html
#REFERÊNCIAS# 
BARBOSA, Laura Monte Serrat. A Epistemologia da Psicopedagogia: reconhecendo seu 
fundamento, seu valor social e seu campo de ação. Comemorando os 15 anos da ABPp 
- Paraná Sul, 2006. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v.24, n.73, p. 90-100, 2007. 
BARONE, Leda Maria Codeço; MARTINS, Lilian Cassia Bacich; CASTANHO, Marisa 
Irene Siqueira. Psicopedagogia: teorias da aprendizagem. São Paulo: Caso do 
Psicólogo, 2011. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
BOSSA, Nadia Aparecida. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da 
prática. 4. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2011. 
CLARO, Genoveva Ribas. Fundamentos de psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 
2018. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
DÍAZ, Félix. O processo de aprendizagem e seus transtornos. Salvador: EDUFBA, 
2011. 
QUADROS, Emérico Arnaldo de. Psicologia e desenvolvimento humano. Petrópolis, 
Rio de Janeiro: Vozes, 2017. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
LEMOS, Anna Carolina Mendonça. Uma visão psicopedagógica do bullying escolar. 
Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 24, n.73, p. 68-75, 2007. 
MICHAELIS. Dicionário brasileiro da língua portuguesa. Disponível em: 
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/ 
NOGUEIRA, Makeliny Oliveira Gomes. Psicopedagogia clínica: caminhos teóricos e 
práticos. Curitiba: InterSaberes, 2013. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
OLIVEIRA, Mari Ângela Calderari. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. 
Curitiba: InterSaberes, 2014. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
PICHON-RIVIÈRE, E. Teoria do vínculo. São Paulo: Martins Fonte, 1988. 
PÖTTKER, C. A.; LEONARDO, N.S.T. A atuação do professor psicopedagogo na escola: 
suas implicações no processo de escolarização. In: LEONARDO, N.S.T.; LEAL, Z.F. de 
R.G.; FRANCO, A. de F. (Org.). O processo de escolarização e a produção da queixa 
escolar: reflexões a partir de uma perspectiva críticaem psicologia. Maringá: Eduem, 
2014, p. 79-110. 
SILVA, Katia Cilene da. Introdução à psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2012. 
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
SILVA, Wilson da.; MOCELIN, Marcia Regina. Epistemologia genética. Curitiba: 
InterSaberes, 2019. http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html 
SCOZ, Beatriz Judith Lima (Org.). Psicopedagogia: contextualização, formação e 
atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. 
VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. 7. ed.Rio de Janeiro: Martins Fontes, 
2007. 
#REFERÊNCIAS# 
http://unifcv.app.inf.br/biblioteca.html
https://www.amazon.com.br/Forma%C3%A7%C3%A3o-Social-Mente-desenvolvimento-psicol%C3%B3gicos/dp/8533622643/ref=sr_1_1?gclid=EAIaIQobChMIu-2159Df5AIVxoKRCh1uwgIZEAAYASAAEgIr4_D_BwE&hvadid=326887450524&hvdev=c&hvlocphy=1031803&hvnetw=g&hvpos=1t1&hvqmt=e&hvrand=7178216510618938840&hvtargid=kwd-4690454764&keywords=a+forma%C3%A7%C3%A3o+social+da+mente&qid=1568990434&s=gateway&sr=8-1
 
UNIDADE II - ASPECTOS DA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
Plano de Estudo: 
 
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
 
• A formação do Psicopedagogo. 
• Ética do trabalho psicopedagógico. 
• Psicopedagogo e os novos desafios. 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
• Conversar sobre a formação do Psicopedagogo. 
• Analisar a ética do trabalho psicopedagógico. 
• Conhecer alguns pontos do Psicopedagogo e os novos desafios. 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
 
Caro (a) estudante. 
 
Seja bem-vindo (a) à Unidade II da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia. 
 
Nesta Unidade intitulada “Aspectos da formação e atuação do psicopedagogo”, vamos 
conversar sobre a formação do Psicopedagogo, bem como analisar a ética do trabalho 
psicopedagógico. E ainda nesta aula, você estudante irá conhecer alguns pontos do 
Psicopedagogo e os novos desafios. 
 
Espero que estes textos colaborem para a sua melhor compreensão sobre o tema de 
nossa segunda unidade. 
 
Boa leitura! 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#CONTEÚDO# 
2.1 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO 
“Formação” é um vocábulo abrangente. Nesse contexto caro(a) estudante, a palavra vai 
além de crescimento físico. Para tanto, vamos recorrer ao Dicionário Houaiss (2018, s/p): 
vocábulo de origem latina formatione que corresponde ao “ato, efeito ou modo de formar, 
constituir (algo); criação, construção, constituição”, ao “conjunto de conhecimentos e 
habilidades específicos a um determinado campo de atividade prática ou intelectual” e, 
ainda, ao “conjunto de cursos concluídos e graus obtidos por uma pessoa”. 
No Brasil, por muitos anos, a formação do psicopedagogo foi propiciada somente por 
meio de cursos de pós-graduação em nível de especialização (lato sensu), os quais 
foram regulamentados pela Resolução nº. 12, de 6 de outubro de 1983, do então 
Conselho Federal de Educação. 
Conforme dados extraídos do Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação 
Superior - Cadastro e-MEC, em 2019 até o presente momento da elaboração do material, 
estavam cadastrados mais de 2.800 cursos de especialização em Psicopedagogia, 
ofertados nas modalidades presencial e/ou a distância por diversas instituições públicas 
e privadas de norte a sul do Brasil. (BRASIL, 2019a). 
No que diz respeito ao curso de graduação, temos um total de 21 cursos, sendo 4 em 
licenciatura e os demais em bacharelado, temos um total de 8 instituições ofertado a 
graduação em Psicopedagogia a distância. (BRASIL, 2019a). 
Sobre a formação do Psicopedagogo no Brasil segue, as determinações da atual Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº. 9394, de 20 de dezembro de 1996 
(BRASIL, 1996), sobre a formação de profissionais da educação. 
Ainda no Brasil, a regulamentação da profissão psicopedagogo foi aprovada pelo Senado 
Federal em 05 de fevereiro de 2014, após muitas lutas, por meio do Projeto de Lei da 
Câmara (PLC) nº. 31/2010. No texto, destaca-se que poderão exercer a atividade de 
psicopedagogia: 
● graduados em psicopedagogia;
● portadores de diploma em psicologia, pedagogia ou licenciatura que cursaram
especialização em psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e 80% da
carga horária dedicada a essa área; e
● portadores de diplomas de curso superior que exercem ou já exerceram atividades
profissionais de psicopedagogia, em instituição pública ou privada.
Noffs (2016, p.116) expõe que após a Lei nº. 9394/96, com a prerrogativa de que poderia 
se formar profissionais da Educação a nível de pós-graduação, “somada à informação 
de que 80% dos alunos que cursava, a Psicopedagogia eram da Educação”, então “a 
ABPp frente às demandas da sociedade foi impulsionada a desencadear formalmente o 
projeto de lei n.3124/97 sobre a regulamentação do exercício da atividade 
psicopedagógica”, pelo então Deputado Federal Barbosa Neto apoiado na premissa que 
esta atividade viria reduzir “o fracasso escolar mediante a revisão do Projeto Educacional 
Brasileiro com a inserção de um profissional denominado de psicopedagogo”. 
Caro (a) estudante um questionamento recorrente quando se discute a formação do 
psicopedagogo diz respeito à categorização da Psicopedagogia como profissão ou como 
ocupação. 
Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO do Ministério do Trabalho são 
os códigos cadastrados de todas as profissões e ocupações brasileiras. A atividade de 
Psicopedagogo é uma das atividades classificada sob o número 2394-25: 
“Programadores, Avaliadores e Orientadores de Ensino, da qual fazem parte além do 
psicopedagogo os coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais, 
supervisores de ensino, pedagogos e professores de recursos audiovisuais”. (BRASIL, 
2019b). 
#SAIBA MAIS# 
Caro (a) graduando (a) você sabia que o número 2394-25 é o que deve conter no seu 
carimbo de psicopedagogo, pois ele é o do Ministério do Trabalho?. Enquanto a lei 
3512/10 é sancionada e os psicopedagogos tiverem seu conselho de representação 
federal, a psicopedagogia não é profissão, mas sim ocupação, ou seja, a CBO apenas 
tem por finalidade a identificação das ocupações no mercado de trabalho, para fins 
classificatórios juntos aos registros administrativos e domiciliares, somente depois da 
criação dos conselhos federais é que teremos um CRPp com número de registro da 
profissão. 
#SAIBA MAIS# 
De acordo com a ABPp a formação do profissional da Psicopedagogia deve orientar-se 
pelos seguintes princípios norteadores: 
a) conscientização da diversidade, respeitando as diferenças de natureza cultural e
ambiental, de gêneros, de faixas geracionais, de classes sociais, de religiões, de 
necessidades especiais, de orientação sexual, entre outras; 
b) priorização de ações que envolvam os direitos humanos visando uma sociedade
inclusiva e equânime, com ênfase nas potencialidades do sujeito da aprendizagem; 
c) valorização do pensamento reflexivo, crítico e transformador;
d) conscientização do trabalho coletivo pautado pela ética e sigilo profissional;
e) respeito aos saberes específicos das áreas afins e dos profissionais.
Ainda segundo ABPp “o Psicopedagogo é o profissional habilitado para atuar com os 
processos de aprendizagem junto aos indivíduos, aos grupos, às instituições e às 
comunidades”. 
Sendo assim, como já estamos estudando ao longo da disciplina, constatamos que a 
formação do profissional é multidisciplinar e, assim, se assenta sobre diversas ciências: 
➢ Sob o ponto de vista filosófico, seu embasamento deve lhe permitir encontraras 
ideias de homem, de sociedade e educação implícitas em cada teoria 
psicopedagógica; 
➢ Sua formação sociológica deve facilitar a compreensão do tempo e do espaço 
sociocultural e econômico que influenciam o fenômeno educacional dos 
indivíduos pertencentes às classes socioeconômicas mais baixas; 
➢ O conhecimento de técnicas e métodos, relativos ao desenvolvimento das 
operações lógicas do pensamento e à aquisição das habilidades básicas 
psicomotoras e linguísticas é indispensável a este profissional da área 
psicopedagógica. Daí a importância de conhecimentos psicolinguísticos, 
neurológicos e outros. Deve-se, contudo, frisar que a integração destes 
conhecimentos não lhe é dada a priori, mas gração destes conhecimentos não lhe 
é dada a priori, mas sim construída através de sua sensibilidade e experiência. 
(PORTAL EDUCACIONAL, 2019). 
Assim, independentemente de a formação do psicopedagogo ocorrer na pós-graduação 
ou na graduação, o profissional precisa articular a teoria com a prática, bem como sua 
formação propicie ao futuro profissional subsídios que lhe possibilitem entender como se 
desenvolve o processo de aprendizagem em sua totalidade. 
#SAIBA MAIS# 
No dia 14 de Fevereiro de 2014 a psicopedagogia sofreu um “grande golpe”, segundo o 
Sindicato dos Psicopedagogos no Brasil. O projeto de lei 3512/10 que propõe a 
regulamentação da psicopedagogia como profissão foi aprovada no Senado Federal mas 
antes de ser enviado para a presidência da república sofreu vários golpes de mudanças 
com emendas que sugerem a retirada de quatro artigos importantes para os 
psicopedagogos brasileiro, sendo eles “o direito de realizar diagnóstico psicopedagógico 
e a retirada da criação do conselho federal de psicopedagogia (órgão fiscalizador da 
profissão)”. ATENÇÃO! sindicato dos psicopedagogos do Brasil é independente, livre 
onde a única regra para participação é SER PSICOPEDAGOGO(A). 
Fonte: http://www.sindpsicoppbr.com.br/p/quem-somos.html 
#SAIBA MAIS# 
2.2 ÉTICA DO TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO 
http://www.sindpsicoppbr.com.br/p/quem-somos.html
A palavra ética, etimologicamente, é derivada do grego ethike e pode ser entendida como 
o “conjunto de princípios, valores e normas morais e de conduta de um indivíduo ou de
um grupo social ou de uma sociedade” (MICHAELIS, 2019). 
A Ética é a parte da filosofia que busca refletir sobre o comportamento humano, tendo 
como objeto de estudo “o bem e o mal”; “o certo e o errado”. 
Segundo Cortella (2010, p. 106), “A ética é o conjunto de princípios e valores da nossa 
conduta na vida junta. Portanto, ética é o que faz a fronteira entre o que a natureza 
manda e o que nós decidimos. A ética é aquilo que orienta a sua capacidade de decidir, 
julgar, avaliar”. Considera-se, então, que ética é um conjunto de princípios que conduzem 
e orientam o homem à ação moralmente correta. 
Como disciplina teórica, Claro (2018) descreve que 
[...] a ética tem por intuito investigar o comportamento do sujeito e suas 
relações consigo e com o outro com base nos seguintes princípios: justiça, 
moral, dever, liberdade, responsabilidade, virtude e valor, ou seja, 
entende-se que, por meio da ética, o ser humano procura maneiras mais 
apropriadas de agir, de viver e de conviver. 
As profissões também são regidas por normas e regras específicas. Há, por exemplo, a 
ética médica, a ética jurídica, a ética do psicopedagogo. Assim, a ética profissional 
“abrange todos os setores profissionais da sociedade” e tem como objetivo “interrogar 
mais amplamente o papel social da profissão, sua responsabilidade, sua função, e sua 
atitude frente a riscos e ao meio” (MICHAELIS, 2019). 
Sá (2013) destaca que ter ética profissional e cumprir com todas as atividades e 
obrigações estabelecidas à profissão são princípios indispensáveis para manter uma 
sociedade organizada, ou seja, é necessário que cada sujeito cumpra com seu papel na 
sociedade. 
#SAIBA MAIS# 
Leia o artigo “Ética profissional e empresarial” (REIS et al, 2017) para compreender e 
conhecer as diferenças existentes entre ética empresarial e ética profissional. O artigo 
destaca as virtudes necessárias ao profissional para o exercício ético e consciente da 
profissão. 
Fonte: Artigo em pdf acesse o link: https://bit.ly/2mIC4Xw 
#SAIBA MAIS# 
Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que é código de ética profissional, vamos 
conhecer um pouco mais sobre o código de ética do profissional de psicopedagogia. 
No que diz respeito ao psicopedagogo, sua ética é baseada em um conjunto de regras 
de conduta moral e deontológica que norteiam os profissionais da área psicopedagógica 
e estão descritas no Código de Ética do Psicopedagogo, aprovado pela Associação 
Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) em 1996, sendo reformulado e aprovado em 
assembleia geral em 5 de novembro de 2011. 
Segundo ABPp o código de ética tem o propósito de estabelecer e orientar parâmetros 
que norteiam a profissão. Dessa forma, busca manter a boa conduta do profissional, 
estabelecendo diretrizes para o exercício da função. Atualmente, com a evolução que 
vem ocorrendo em meio à sociedade, o código de ética também passou por mudanças. 
Código de Ética do Psicopedagogo regulamenta as seguintes situações: 
● Princípios da psicopedagogia;
● Formação do psicopedagogo;
● Exercício das atividades psicopedagógicas;
● Responsabilidades;
● Instrumentos;
● Publicações científicas;
https://bit.ly/2mIC4Xw
● Publicidade profissional;
● Honrários; e
● Disposições gerais.
No artigo 16º, indica que cabe ao psicopedagogo cumprir o código, pois conforme consta 
no mesmo artigo, em seu parágrafo único: 
Parágrafo único - Constitui infração ética: 
a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas
psicopedagógicas; 
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica; 
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si;
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado; 
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros,
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos. 
Logo, no exercício da profissão, o psicopedagogo, investido de adequada formação, não 
pode cobrar honorários de serviços não realizados nem assinar procedimentos 
psicopedagógicos que não tenha pessoalmente executado. 
O psicopedagogo não pode perder de vista que o objetivo de seu trabalho é a 
aprendizagem em todas as suas nuances. 
O Código de Ética do Psicopedagogo, no Capítulo I, composto de quatro artigos, dispõe 
sobre os princípios que regem a profissão. Averiguemos, cada um deles: 
Artigo 1º 
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se 
ocupa do processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a 
escola, a sociedade e o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos 
próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos. 
Parágrafo 1º 
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, 
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável 
entre os processos de aprendizagem e as suas dificuldades. 
Parágrafo 2º 
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em 
diferentes âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável 
entre o institucional e o clínico. 
Artigo 2º 
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos, 
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de 
aprendizagem, cabíveis na intervenção. 
Desta forma, o psicopedagogo pode atuar tanto na área da saúde quanto na área da 
educação, desde que em ambas o objeto de estudo seja a aprendizagem e os fatores 
que interferem nesse processo. 
O artigo 3ª do Código de Ética do Psicopedagogo estabelece os objetivos do trabalho do 
psicopedagogo: 
a) promover a aprendizagem,contribuindo para os processos de inclusão
escolar e social; 
b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Como é possível perceber caro(a) estudante, a aprendizagem é o objeto de estudo da 
psicopedagogia, no qual é um fator a ser considerado nas atividades psicopedagógicas, 
no que se refere à proposição de ações e à mediação de conflitos correlacionados. Um 
objetivo que também merece atenção concerne ao fato de o psicopedagogo também 
atuar como pesquisador. 
O artigo 4º do Código de Ética do Psicopedagogo ressalta o envolvimento do 
psicopedagogo, juntamente com outros profissionais, em projetos nas áreas da 
educação e saúde: “O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e 
elaborar a organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde 
no que concerne às questões psicopedagógicas”. 
O Capítulo II do Código de Ética do Psicopedagogo diz respeito à formação profissional, 
que deve ocorrer “em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação – 
especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em estabelecimentos de 
ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos competentes, de acordo com 
a legislação em vigor”. 
Assim, somente podem exercer a profissão de psicopedagogo os profissionais com 
graduação na área ou portadores de certificados de pós-graduação expedidos por 
instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação. 
O Capítulo IV do Código de Ética do Psicopedagogo, em seu artigo 11º, estabelece as 
responsabilidades a serem assumidas pelo profissional da psicopedagogia: 
Artigo 11º 
São deveres do psicopedagogo: 
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos
que tratem da aprendizagem humana; 
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito,
pela atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais; 
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica; 
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do
seu parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento 
pertinente; 
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título
de exemplos e estudos de casos; 
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia
da classe e a manutenção do conceito público. 
São várias as responsabilidades atribuídas ao psicopedagogo, no qual envolvem 
formação continuada, relações interpessoais, ética com o paciente, necessidade de só 
prestar atendimento quando se sentir apto, de zelar pelo nome da profissão, entre outros. 
O Capítulo III do Código de Ética do Psicopedagogo, em seu artigo 6º ao 10º, cuida do 
exercício das atividade do psicopedagogo: 
Artigo 6º 
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais 
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato 
sensu” - e os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à 
exigência de titulação acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É 
indispensável ao psicopedagogo submeter-se à supervisão 
psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal. 
Parágrafo 1º 
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus 
serviços, deverá fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e 
os princípios deste Código de Ética. 
Parágrafo 2º 
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus 
responsáveis legais e o profissional, a fim de que: 
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e 
tempo despendido; 
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.
Esse artigo, mais uma vez, reafirma que, para exercer a profissão de psicopedagogo, é 
necessário ser graduado na área ou ter curso de pós-graduação (lato sensu) em cursos 
reconhecidos pelo Ministério da Educação. E recomenda-se ainda que o psicopedagogo 
faça terapia. Determina também que a divulgação dos trabalhos deve ser elaborada 
conforme as normas difundidas pela ABPp, assim como os honorários devem ser 
combinados previamente a fim de que ninguém se sinta lesado. 
Um dos pontos definidos no Código de Ética diz respeito ao sigilo profissional, ou seja, 
o profissional não deve revelar fatos que comprometam a intimidade dos sujeitos.
Entretanto, ressalta em seu artigo 7º que o psicopedagogo está imposto a respeitar o 
sigilo profissional, “protegendo a confidencialidade dos dados obtidos em decorrência 
do exercício de sua atividade e não revelando fatos que possam comprometer a 
intimidade das pessoas, grupos e instituições sob seu atendimento”. 
Dessa forma, destaca-se a importância de conhecer o código de ética, e suas 
regulamentações, pois elas apresentam com propósito os parâmetros que os 
profissionais devem seguir. Vale lembrar que existem vários códigos de ética em meio a 
tantas profissões e todos possuem o mesmo propósito, o de conduzirem uma boa 
conduta do profissional e do cidadão. 
#REFLEXÃO# 
Ser ético é se manter dentro das normas e regras que fundamentam sua profissão dentro 
e fora do ambiente de trabalho, por isso fique atento nas mudanças que ocorrem nas 
normativas do código de ética de sua profissão, para que não ocorra infrações. 
#REFLEXÃO# 
2.3 PSICOPEDAGOGO E OS NOVOS DESAFIOS 
Neste último tópico caro (a) estudante vamos estudar alguns pontos sobre o 
“psicopedagogo e os novos desafios” que precisamos conhecer para finalizar esta 
Unidade com sucesso. 
Primeiramente vamos conhecer sobre o perfil profissional do psicopedagogo. Dando 
início com a seguinte pergunta: Você já pensou como é caracterizado esse 
profissional? 
Historicamente demarcado pelos estudos médicos e pedagógicos (BASTOS, 2015), 
os problemas de aprendizagem, atualmente, são observados pela ótica da 
psicopedagogia e constitui-se de estruturas interdisciplinares contribuídas de outros 
campos do conhecimento. 
Quando se trata do perfil profissional que corresponde ao conjunto de habilidades e 
características que o profissional deve possuir para desempenhar sua profissão, o 
psicopedagogo é o profissional que se preocupa com os processos de aprendizagem 
nos múltiplos espaços educativos. 
O psicopedagogo faz parte do grupo de profissionais que estão habilitados para o 
trabalho no processo de ensino e aprendizagem, no espaço escolar ou não, cujo foco 
corresponde a investigar os problemas de aprendizagem e assegurar a qualidade de 
educação e da aprendizagem humana. 
Sendo assim, a seguinte pergunta é: Você sabe a função do psicopedagogo? O 
profissional psicopedagogo é indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito 
de diversos aspectos do processo de ensino e aprendizagem e tem atuação preventiva 
e terapêutica/clínica. Vários autores consideram não existir distinção espacial para a 
ocorrência de ambas, pois há momentos em que se utilizam, no mesmo espaço, tanto 
uma ação preventiva quanto uma ação terapêutica. (BOSSA, 2011; BASTOS, 2015). 
Para tanto, o trabalho do psicopedagogo se caracteriza como prática clínica e prática 
institucional. Enquanto prática clínica, pode ser entendida como uma atuação pautada 
na investigação de problemas de aprendizagem e entraves no processo de ensino- 
aprendizagem de modo terapêutico. Já como prática institucional, cria mecanismos para 
facilitar a construção da aprendizagem evitando entraves no ato de aprender junto a 
instituições diversas, como escolas, empresas, ONGs, serviços públicos, entre outros. 
(BOSSA, 2011). 
No processo de trabalho do psicopedagogo, ele deverá desenvolver atividades 
relacionadas ao estudo da aprendizagem humana, refletindo como os indivíduos 
aprendem, quais fatores podem condicionar a sua aprendizagem,reconhecendo esse 
processo e buscando meios para prevenção e tratamento. Ou seja, seu foco está nas 
dificuldades de aprendizagem, e para o alcance dos objetivos, é necessário se envolver 
com a concepção de aprendizagem de modo amplo. 
Sendo assim, sua função e contribuição está estritamente ligada a auxiliar o sujeito no 
desenvolvimento de uma aprendizagem fluída e significativa, despertando o desejo de 
aprender e realçando as potencialidades do sujeito, utilizando as mais diversas técnicas, 
estratégias e metodologias educativas em uma relação integrativa entre a comunidade, 
família e instituição escolar ou acadêmica. 
ATENÇÃO! O psicopedagogo é o profissional que se ocupa de compreender as pessoas 
em situação de aprendizagem e intervém para favorecê-la, a fim de que ela ocorra da 
melhor maneira possível. Ele prevê problemas e aperfeiçoa as capacidades de cada 
pessoa em particular, propiciando o seu acesso ao conhecimento. 
Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de 
aprendizagem, não se remete apenas a deficiência do aluno, mas sim em relação a 
problemas escolares, tais como: método de ensino; relação professor e aluno; dentre 
outros. 
Frente ao cenário do século XXI, a autora Masini (2006, p. 257) informa que é 
indispensável a Psicopedagogia caracterizar-se como a área que: 
● estuda as relações envolvidas em situações do aprender, para
nelas resgatar o que emerge da vida de crianças, jovens e adultos
- de suas impressões, sentimentos, dúvidas valores, elaborações;
● cuida para não perder o que sucede, ao buscar os significados de
situações do aprender para os que dela participam e assim
contribuir para que cada um amplie e aprofunde seus próprios
significados;
● Esforça se para não enfeitar nem mascarar os encontros e
desencontros do sujeito consigo mesmo, com o outro e com o
próprio contexto social, dissimulando fealdades e tornando
inexpressivas as situações.
Um dos desafios do psicopedagogo segundo as autoras Tostes; Bellan; Gurnhak; Silva 
(2016) estão na análise e no entendimento das necessidades individuais de cada 
aprendiz e suas possíveis dificuldades de desenvolvimento intelectual. 
Outro desafio que as autoras Tostes; Bellan; Gurnhak; Silva (2016) é da profissão que 
ainda não é obrigatória nas escolas, já é um desafio. E quando o psicopedagogo 
consegue trabalhar em uma escola, deste momento começam os desafios e processos 
escolares. 
O trabalho psicopedagógico segundo Scoz (2011, p. 150), 
[...] pode contribuir muito, auxiliando os educadores a aprofundarem seus 
conhecimentos sobre as teorias de ensino/aprendizagem e as recentes 
contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e 
sintetizando-as numa ação educativa. Este trabalho levaria o educador a 
olhar-se como “aprendente” e como “ensinante”, conectando-o com as 
próprias inseguranças, com as angústias de conhecer e desconhecer, 
fazendo-o redimensionar seus modelos de aprendizagem e o seu vínculo 
com os alunos. (grifo do autor) 
Assim, para que ocorra aprendizagem no contexto educacional é necessário que se 
tenha ensino de qualidade, onde os recursos, abordagens e técnicas são primordiais e 
indispensáveis para a garantia de um ensino de excelência, a autora Scoz (2011, p. 152) 
acrescenta informando que, a “[...] psicopedagogia pode transformar-se numa área 
capaz de oferecer contribuições afetivas para entender os problemas educacionais”, 
auxiliando as instituições de ensino nos trabalhos realizados. 
#SAIBA MAIS# 
Caro (a) estudante, embora o psicopedagogo possua atividades e funções específicas, 
esse profissional não atua de modo isolado. A complexidade do ser exige uma visão 
multiprofissional para investigação, pesquisa e tratamento das dificuldades de 
aprendizagem (psicopedagogo, neurologista, psicólogo, pedagogo, psicomotricista etc.). 
(BOSSA, 2011; BASTOS, 2015). 
#SAIBA MAIS# 
Agora caro (a) estudante que já conhecemos sobre o perfil profissional do 
psicopedagogo e as suas principais funções, seguiremos estudando sobre as 
habilidades e competências. Sabemos que o mercado de trabalho necessita de um 
conjunto de conhecimentos e aptidões de cada área profissional para desenvolvimento 
produtivo. Nesse sentido, a terceira pergunta é: Quais são as habilidades e competências 
requeridas do psicopedagogo? Avaliemos o quadro a seguir. 
Quadro - Habilidades e Competências do Psicopedagogo 
a) planejar, intervir e avaliar o processo de aprendizagem, nos variados contextos,
mediante a utilização de instrumentos e técnicas próprios da Psicopedagogia; 
b) utilizar métodos, técnicas e instrumentos que tenham por finalidade a pesquisa
e a produção de conhecimento na área; 
c) participar na formulação e na implantação de políticas públicas e privadas em
educação e saúde relacionadas à aprendizagem e à inclusão social; 
d) articular a ação psicopedagógica com profissionais de áreas afins, para atuar
em diferentes ambientes de aprendizagem; 
e) realizar consultoria e assessoria psicopedagógicas;
f) exercer orientação, coordenação, docência e supervisão em cursos de
Psicopedagogia; 
g) atuar na coordenação e gestão de serviços de Psicopedagogia em
estabelecimentos públicos e privados. 
Fonte: Adaptado ABPp, 2019. 
Nesse contexto, Santos (2012, p. 2) apresenta sobre o psicopedagogo não basta ter o 
conhecimento e o domínio teórico, “[...] já que seu exercício é metateórico e supõe, por 
parte do profissional, uma percepção refinadamente seletiva e crítica. Mais ainda, a 
capacidade de juntar e processar saberes, na medida de cada caso, para dar conta de 
cada um. [...]”. A partir das considerações do autor, entendemos que o trabalho do 
psicopedagogo necessita, além das habilidades e competências, um sentimento 
transformador e o desejo de uma intervenção social. 
Estudiosos consideram que o trabalho psicopedagógico está pautado na identificação da 
natureza da causa que interfere na forma de atuação do psicopedagogo. Segundo a 
reflexão de Bossa (2011), a partir das autoras Fernandéz e Paín, quando o problema 
provém de causas externas, o trabalho é preventivo, enquanto na intervenção em 
problemas cujas causas estão ligadas à estrutura individual e familiar do sujeito, o 
trabalho é terapêutico. 
Sendo assim, a Psicopedagogia caracteriza-se pela intencionalidade do trabalho do 
psicopedagogo em espaços estruturais de um mesmo mecanismo de ordem, função ou 
objetivo social, pautado nas concepções de valores, regras, filosofia, ideologia e cultura, 
tais como: empresas, hospitais, ONGs, escolas e indústrias. 
Nesse sentido, seu trabalho com a aprendizagem e seus problemas também estão 
relacionados à concepção de grupo, à formação da personalidade e/ou da família, às 
estruturas de ensino, às expectativas de vida, às experiências vividas e demais aspectos 
que completam, constituem e formam a estrutura social e psíquica do Ser. 
Na concepção de Fogali (1988, citada por BOSSA, 2011, p. 87) a psicopedagogia pode 
contribuir trabalhando vários aspectos, na natureza da instituição, sendo eles: 
● Psicopedagogia familiar, ampliando a percepção sobre os
processos de aprendizagem de seus filhos, resgatando a família
no papel educacional, complementar à escola, diferenciando as
múltiplas formas de aprender, respeitando as diferenças dos filhos.
● Psicopedagogia empresarial, ampliando formas de treinamento,
resgatando a visão do todo, as múltiplas inteligências, trabalhando
a criatividade e os diferentes caminhos para buscar saídas,
desenvolvendo o imaginário, a função humanística e dos
sentimentos na empresa, ao construir projetos e dialogar sobre
eles.
● Psicopedagogia hospitalar, possibilitando a aprendizagem, o lúdico
e as oficinas psicopedagógicas com os internos.
● Psicopedagogia escolar, priorizando diferentes projetos.
● Diagnóstico da escola.
● Busca da identidade da escola.
● Definições de papéis na dinâmica relacional em busca de funções
e identidades,diante do aprender.
● Instrumentalização de professores, coordenadores, orientadores e
diretores sobre práticas e reflexões diante de novas formas de
aprender.
● Reprogramação curricular, implantação de programas e sistemas
avaliativos.
● Oficinas para vivência de novas formas de aprender.
● Análise de conteúdo e reconstrução conceitual.
● Releitura, ressignificando sistemas de recuperação e reintegração
do aluno no processo.
● O papel da escola no diálogo com a família. 
#EXEMPLO# 
Mariana é pedagoga, professora, acaba de concluir a sua graduação em Psicopedagogia 
e foi convidada para um trabalho voluntário como psicopedagoga em uma instituição que 
acolhe idosos. Implicada e dedicada, logo após a semana de ambientação e 
conhecimento do espaço e seus sujeitos, traçou, inicialmente, um plano de trabalho, a 
saber: criar projetos para conhecer o processo de aprendizagem dos idosos e sua 
perspectiva existencial, realizar dinâmicas de convivência, propiciar atividades que 
desenvolvam o raciocínio, a associação e comunicação, atuar com ludicidade e jogos 
aplicados à adultos, promover a criatividade e a apreciação da expressão artística e 
potencializar o diálogo e a troca de saberes experienciais. Vale destacar que Mariana 
atuará em uma equipe multiprofissional, construindo e contribuindo com saberes 
psicopedagógicos junto à gerontologia. 
#EXEMPLO# 
Caro (a) estudante aprendemos que o psicopedagogo é o profissional habilitado para 
proporcionar ações relacionadas ao desenvolvimento da aprendizagem humana, e que 
sua atuação pode ser de modo institucional ou clínico. 
Sendo assim, a Psicopedagogia no espaço clínico trata de compreender o motivo da não 
aprendizagem do sujeito sobre determinado aspecto, assim como investigar ações para 
que ele possa reconhecer-se como sujeito ativo da aprendizagem e ser capaz de 
desenvolvê-la. (BASTOS, 2015). 
Na concepção de Bastos (2015, p. 31) na clínica psicopedagógica “cada paciente é 
singular, possui um estilo próprio de aprender ou de não aprender”, estabelecendo 
“transferência com o psicopedagogo que necessita se tornar uma referência 
imprescindível para despertar seu desejo de aprender”. Assim, quando o atendimento 
clínico é demandado, faz-se necessário que o psicopedagogo tenha um olhar e uma 
escuta sensível para esse contexto de diagnóstico, auxílio, acompanhamento e ações, 
que envolverá os pais, os responsáveis, o próprio sujeito e a instituição de ensino. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
Finalizamos nossa Unidade II conversando sobre a formação do Psicopedagogo, 
independentemente de ser em pós-graduação ou em graduação sua formação propiciará 
ao futuro profissional subsídios que lhe possibilitem entender como se desenvolve o 
processo de aprendizagem e suas dificuldades. Ainda, foi possível analisar sobre a 
importância do código de ética, não somente na profissão do psicopedagogo, mas em 
todas as áreas de atuação. E por fim, caro (a) estudante conhecemos alguns pontos do 
Psicopedagogo em relação ao novos desafios. 
Espera-se que este tópico tenha contribuído para sua formação pessoal e profissional. 
#CONSIDERAÇÕES FINAIS# 
#LEITURA COMPLEMENTAR# 
(OPCIONAL) 
Sugiro a leitura do livro intitulado “Docência: uma 
construção ético-profissional” dos autores Ilma Passos 
Alencastro Veiga; José Carlos Souza Araújo e Célia 
Kapuziniak, ano de 2015. O livro irá abordar o que é ética 
docente? A construção de um projeto ético-profissional 
tende a ser instrumento de melhoria da prática profissional 
ou pode ser um veículo de controle burocrático? O que 
significa constituir um código de ética docente que oriente 
a prática profissional vinculada à educação? O movimento 
de construção ético-profissional da docência é um 
processo complexo de mudança social no qual estão 
envolvidos diversos atores, entidades e organizações que 
defendem visões muitas vezes antagônicas. Tal discussão, carregada de equívocos que 
precisam ser esclarecidos, surge em um momento de desprestígio social da profissão. 
O desafio atual dos professores reside na construção de um projeto ético-profissional da 
docência – com ou sem conselho ou ordem profissional. Para isso, fazem-se 
necessários, por um lado, o compromisso com princípios que lhe são inerentes e, por 
outro, o exercício da autonomia tanto no plano dos direitos como no dos deveres. - 
Papirus Editora. 
#MATERIAL COMPLEMENTAR# 
LIVRO (OBRIGATÓRIO) 
• Imagem da Capa.
• Título:
A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática 
• Autor:
Nadia Aparecida Bossa 
• Editora:
Wak 
• Sinopse:
A Psicopedagogia constitui um conjunto de práticas institucionalizadas de intervenção 
no campo da aprendizagem, seja no âmbito da prevenção, seja no diagnóstico e no 
tratamento das dificuldades de aprendizagem, ou ainda, na intervenção específica no 
processo de aprendizagem escolar. Seus domínios específicos são: o sujeito do 
conhecimento, o agente de transmissão e as dimensões constitutivas dos mesmos, logo 
o sujeito-objeto da Psicopedagogia é o ser humano contextualizado em situação de
aprendizagem. O enfoque de pesquisa e trabalho psicopedagógico é multidimensional, 
no qual estão contemplados os fatores constitucional/biológico, cognitivo, afetivo, 
sociocultural e pedagógico, em determinado momento histórico de cada pessoa ou 
grupo, afetando a busca e a compreensão dos conhecimentos. A Psicopedagogia deve 
aproximar-se dos obstáculos presentes na construção do conhecimento e na relação 
com o saber; da prática educativa na interseção com as particularidades subjetivas, 
sociais e culturais das pessoas e instituições; da relação entre pensamento meditativo e 
subjetividade; e das interações do homem com o mundo. Dessa forma, o olhar da 
Psicopedagogia sobre a aprendizagem e o processo ensino-aprendizagem se dá pela 
análise de comportamentos cognitivo-intelectual e simbólico-afetivo na produção de 
conhecimento. 
FILME/VÍDEO (OBRIGATÓRIO) 
• Pôster do Filme:
• Título: ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia- Reconhecimento do
Psicopedagogo 
• Ano: s/ano.
• Sinopse: Quézia Bombonatto, Presidente da ABPp, conversa sobre o trabalho do
Psicopedagogo, a importância do reconhecimento desse profissional, os caminhos da 
Psicopedagogia na formação humana e as intervenções psicopedagógicas. 
• Link do vídeo (se houver): https://www.youtube.com/watch?v=U-IimAg86UU
https://www.youtube.com/watch?v=U-IimAg86UU
#REFERÊNCIAS# 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA. ABPp. Disponível em: 
<www.abpp.com.br>. 
______. Código de ética do psicopedagogo. ABPp, São Paulo, 05 nov. 2011. 
Disponível em: <http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html>. 
BARBOSA, C. B. Núcleo básico: ética profissional e cidadania organizacional. São 
Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011. Disponível em: 
<http://www.etecjosedagnoni.com.br/downloads/Nucleobasico/VOL.4-
ETICA_PROFISSIONAL_E_CIDADANIA_ORGANIZACIONAL.pdf>. 
BOSSA, Nadia Aparecida. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da 
prática. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. Psicopedagogia clínica e institucional: diagnóstico 
e intervenção. São Paulo: Edições Loyola, 2015. 
BRASIL. Ministério do Trabalho. CBO - Classificação Brasileira de Ocupações. Busca 
por código. Disponível em: <https://empregabrasil.mte.gov.br/76/cbo/>. 
CORTELLA. Mario Sergio. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, 
liderança e ética. 9 ed. Petrópolis, RJ, Vozes, 2010. 
SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2013. 
PORTAL EDUCAÇÃO. Perfil, competência e habilidades do psicopedagogo. 
Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/perfil-
competencias-e-habilidades-do-psicopedagogo/45598> . 
NOFFS, Neide de Aquino. formação e regulamentação das atividades em 
psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, v.33, n.100, São Paulo, 2016, p.110-120. 
MASSINI,Elcie Aparecida Fortes Salzano. Formação profissional em Psicopedagogia: 
embates e desafios. Revista Psicopedagogia, 2006; 23(7): 248-59. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v23n72/v23n72a09.pdf >. 
MICHAELIS. Dicionário brasileiro da língua portuguesa. Disponível em: 
<https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/ >. 
SCOZ, Beatriz Judith Lima. Psicopedagogia e Realidade Escolar: o problema escolar 
e de aprendizagem. 17º. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. 
TOSTES, Eliana Aparecida Trevian; BELLAN, Melissa; GURNHAK, Leo Teodoro; SILVA, 
Vara Lúcia Massoni Xavier da. Os desafios e processo que o psicopedagogo enfrenta 
https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/
nas escolas do ensino fundamental. Revista Científica UNAR (ISSN 1982-4920), 
Araras/SP, v.13, n.2, p.126-138, 2016. 
#REFERÊNCIAS# 
 
UNIDADE III - OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA 
Professora Mestre Fabiane Fantacholi Guimarães 
 
 
Plano de Estudo: 
 
A seguir apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: 
 
• Dificuldade de Aprendizagem X Distúrbio de Aprendizagem X Transtorno de 
Aprendizagem X Problema de Aprendizagem 
• Dislexia 
• Disgrafia e Disortografia. 
• Discalculia 
• TDAH 
• TEA 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
 
• Definir o conceito de dificuldade de aprendizagem, bem como também denominado por 
alguns estudiosos como: distúrbio, transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda 
fracasso escolar. 
• Conhecer e identificar a dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia, bem como o 
transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro do 
autismo (TEA). 
 
 
 
#INTRODUÇÃO DA UNIDADE # 
 
 
Caro (a) estudante. 
 
Seja bem-vindo (a) à Unidade III da disciplina Fundamentos Epistemológicos da 
Psicopedagogia. 
 
Nesta Unidade “Objeto de estudo da Psicopedagogia”, você estudante terá a 
possibilidade de estudar sobre a definição do conceito de dificuldade de aprendizagem, 
bem como também algumas nomenclaturas que estudiosos nomeiam, como: distúrbio, 
transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda fracasso escolar. Ainda nesta aula irá 
conhecer o que é, dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia, bem como o transtorno 
de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro do autismo (TEA). 
 
A compreensão desta Unidade I contribuirá para a sua formação neste curso superior. 
 
Boa leitura e bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
#CONTEÚDO# 
3.1 Dificuldade de Aprendizagem X Distúrbio de Aprendizagem X Transtorno de 
Aprendizagem X Problema de Aprendizagem 
Caro (a) estudante o que são dificuldades de aprendizagem? Neste ponto, é necessário 
definir o conceito de dificuldade de aprendizagem, também denominado por alguns 
estudiosos como: distúrbio, transtorno, problema de aprendizagem, ou ainda fracasso 
escolar. 
Mas será que todos esses termos são adequados? O que significa cada um deles? Há 
diferenças entre essas expressões ou são sinônimas? 
Segundo o documento Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, Portaria nº. 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 
janeiro/2008, a terminologia adotada deve ser Transtornos Funcionais Específicos. 
(BRASIL, 2008). Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, 
disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros. 
O transtorno específico da aprendizagem, segundo o Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais - DSM-V (2014) é diagnosticado diante de déficits específicos na 
capacidade individual para perceber ou processar informações com eficiência e precisão. 
Esse transtorno do neurodesenvolvimento manifesta-se, inicialmente, durante os anos 
de escolaridade formal, caracterizando-se por dificuldades persistentes e prejudiciais nas 
habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática. 
Para Smith e Strick (2012, p. 15) o termo dificuldades de aprendizagem “[...] refere-se 
não a um único distúrbio, mas a uma ampla gama de problemas que podem afetar 
qualquer área do desempenho acadêmico”. Ainda as autoras expõem que as crianças 
com dificuldades de aprendizagem não conseguem se adaptar à rigidez na sala de aula. 
“Para progredirem, tais estudantes devem ser encorajados a trabalhar à sua própria 
maneira. Se forem colocados com um professor inflexível em relação a tarefas e testes, 
ou que use materiais e métodos inapropriados às suas necessidades, eles serão 
reprovados”. (SMITH; STRICK, 2012, p.36) 
Olivier (2011) relata que as dificuldades, os problemas e os distúrbios, podem ocorrer 
basicamente de três formas, confira o quadro abaixo: 
CAUDAS CAUSAS ORGÂNICAS CAUSAS DO SISTEMA 
PSICOLÓGICAS 
Traumas, problemas 
familiares, problemas 
financeiros, entre outros. 
Desnutrição, anemia ou 
distúrbios como dislexia, 
disgrafia, entre outros. 
Inadequação dos métodos 
aplicados em 
aprendizagem, despreparo 
dos professores, entre 
outros. 
Fonte: Adaptado de Oliver (2011, p. 37-38). 
O termo “distúrbio” pode ser substituído pelo vocábulo “transtorno”, por ser de ordem 
biológica. Na Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID - 10), 
Distúrbio de Aprendizagem é tido como comprometimento ou atraso no desenvolvimento 
de funções ligadas à maturação biológica da parte central do sistema nervoso, e que se 
inicia ainda na infância. (OMS, 1993). 
Distúrbio de Aprendizado (DA), segundo os autores Neves e Batigália (2011) tem sido 
considerado problema específico da leitura, escrita e de raciocínio matemático, 
identificado em geral nos primeiros anos escolares. “Persiste durante toda a vida, uma 
vez que é incurável, embora possa ser atenuado, a depender do tipo de transtorno”. 
(NEVES; BATIGÁLIA, 2011, p. 78). Associa-se a atraso no desenvolvimento da fala e da 
linguagem, a confusões têmporo-espaciais, de esquema corporal e de lateralidade ou a 
alterações do funcionamento cerebral normal. 
Dificuldade de Aprendizagem (DE), segundo os autores Neves e Batigália (2011, p.78) 
“consiste em conjunto de fatores de ordem pedagógica, sócio-cultural, psicológica e 
econômica que proporcionam impedimento em aprender. Possui, assim, origem 
extrínseca, ou seja, depende do meio ambiente para se desenvolver nosologicamente”. 
Problema de Aprendizagem, segundo a autora Paín (1989, p. 28), considera-se como 
um sintoma, no sentido de que não-aprender não configura um quadro permanente, 
“mais ingressa numa constelação peculiar de comportamentos, nos quais se destaca 
como sinal descompensação”. 
As autoras José e Coelho (2009) corroboram com Paín (1989) sobre o problema de 
aprendizagem acrescentando que fica difícil para o professor de sala diferenciar um 
problema de aprendizagem de um distúrbio, ficando para um especialista na área de 
diferenciar uma da outra. 
Segundo Cohen (2004, p. 264), o fracasso escolar, como sintoma da contemporaneidade 
pode caracterizar-se como 
[...] algo que não funciona, que impede a aprendizagem, que se mantém 
e se repete como sintoma, pode ser fruto de um mau encontro, um 
encontro traumático com as demandas irrespondíveis da educação, 
encarnadas por seus representantes, chamados de os “Outros”: família, 
escola e Estado. 
Caro (a) estudante, como vimos existem algumas nomenclaturas para nomear as 
dificuldades de aprendizagem, mas o mais importante não são os nomes dados ao 
problema, e sim a necessidade de se investigar clinicamente as causas: é necessário 
realizar um diagnóstico multidisciplinar com profissionais como psicopedagogos, 
psicólogos, neurologistas, fonoaudiólogos, entre outros. 
Devemos lidar com a situação de forma responsável e assertiva, pois as dificuldades de 
aprendizagem podem, muitas vezes, não estar relacionadas com fatores patológicos, 
neurológicos, psicológicos, neurolinguísticos ou psicopedagógicos, mas sim com outras 
questões: familiares,

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