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NECESSIDADE DO CONTROLE DOS SINAIS VITAIS CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR I FORTALEZA-CE 2020.1 Profª. Bruna Michelle Adaptada de Profª. Rochelle Costa SINAIS VITAIS DEFINIÇÃO 2 São indicadores do estado de saúde e da garantia das funções circulatórias, respiratória, neural e endócrina do corpo (TEXEIRA et al., 2015). • Na prática diária para o auxílio do exame clínico, destacam-se pela sua importância os seguintes parâmetros, a saber: 1. Pulso (Frequência cardíaca); 2. Pressão arterial (PA); 3. Temperatura; 4. Frequência respiratória (FR); 5. Dor. PORQUE VERIFICAR? 3 São bastante sensíveis a alterações fisiológicas; por essa razão, os enfermeiros verificam-nos em intervalos regulares, ou toda vez que considerarem apropriado monitorar o estado de saúde de um paciente; Podem servir como mecanismos de comunicação universal sobre o estado do paciente e da gravidade da doença. Esses dado são importantes para servir de base para a conduta no tratamento e terapêutica do cliente. SINAIS VITAIS 4 Os sinais vitais refletem no funcionamento de três processos corporais essenciais para a vida: Regulação da temperatura corporal; Respiração; Funcionamento do coração. INDICAÇÕES 5 • Na admissão, alta e transferência de um cliente em uma unidade de saúde; • Em alterações das condições gerais do cliente; • Antes e após procedimentos cirúrgicos ou invasivos; • Durante a rotina diária de cada setor ou prescrição médica. CONTROLE DOS SINAIS VITAIS:TEMPERATURA Introdução Sinais vitais: Indicam a função de alguns dos mecanismos homeostáticos do corpo. Considerar o conjunto: Quando vários conjuntos de sinais vitais são obtidos, essas informações formam um valor basal para comparação das medições subsequentes (valores isolados são pouco valiosos). Prática simples: As técnicas são fáceis de serem aplicadas, porém a interpretação das medições e suas implicações exigem conhecimento, habilidade de resolução de problema, raciocínio crítico e experiência. Frequência: deve ser individualizada para cada cliente. Considere as diversas etapas de idade. 7 Hipotálamo: localizado na hipófise no encéfalo, é o termostato existente no corpo. Ele controla a temperatura corporal e estimular as respostas necessárias no sistema nervoso, sistema circulatória, pele e glândulas sudoríparas, de modo a manter a homeostasia. Taxa Metabólica Basal (TMB): é a quantidade de energia que o corpo utiliza durante o repouso absoluto em um estado de vigília. 8 Temperatura A temperatura normal do corpo é mantida pelo equilíbrio perfeito entre a produção e a eliminação mantida constante por um complexo ajustamento dos reflexos. A regulação da temperatura corporal é feita por dois mecanismos: Termogênese: produção de calor; Termólise: eliminação do calor. 9 Temperatura Temperatura Considerar as diversas etapas de idade. Temperatura retal é 1°C mais elevada que a temperatura oral. Temperatura axilar é 1°C abaixo da temperatura oral. 10 Axilar 35,8 a 37° C Oral 36,3 a 37,4° C Retal 37 a 38° C Termorregulação Regulação da Temperatura Produção de calor Perda de calor Evaporação Condução Convecção Irradiação Fatores que afetam a Temperatura Corporal Idade; Ambiente; Hora do dia; Exercícios; Estresse; Hormônios. 12 FEBRE Ocorre devido à incapacidade dos mecanismos de perda de calor de acompanhar o ritmo de uma produção excessiva de calor, resultando em um aumento anormal da temperatura corporal (POTER; PERRY, 2013); Origem: infecciosa, neurogênica (lesão nervosa), desidratação, tóxica (liberação de elementos tóxicos no organismo); 13 PADRÕES DE FEBRE (POTER, PERY, 2013, p.508) 14 CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE 15 Temperatura ºC Denominação 40- 44 Hiperpirexia 38- 40 Pirexia 37-38 Estado Febril 35,8- 37 Variação normal 34- 35,7 Hipotermia Diversos mecanismos podem atuar na regulagem da temperatura do corpo: Tremores: gerar calor a partir de contrações musculares. Palidez: alteração da circulação sanguínea para direcionar menos calor para a pele, perdendo menos calor para o ambiente. Ruborização: alteração da circulação sanguínea para irradiar mais calor através da pele Evaporação: perda de calor através do suor. 16 CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE HIPOTERMIA Ocorre quando há perda de calor durante exposição prolongada ao frio, o que compromete a capacidade do organismo de produzir calor, causando hipotermia; Quando as terminações nervosas detectam uma queda na temperatura, além da sensação subjetiva de frio e arrepios, surge uma vasoconstrição (diminuição do calibre) dos vasos sanguíneos principalmente da pele. Por isso a pele fica fria e cianótica (arroxeada). 17 Locais de verificação da Temperatura Corporal Axilar 18 Auricular Retal Oral Partes do Termômetro Bulbo Substância Termométrica (Mercúrio) Capilar : 19 Termômetros Mercúrio de vidro Digital Timpânico Descartável 20 CONTROLE DOS SINAIS VITAIS:RESPIRAÇÃO Sistema Respiratório O sistema respiratório humano é constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. 22 Cada pulmão é envolvido por uma membrana – pleura – que é constituída por dois folhetos: folheto visceral (adere à face interna dos pulmões) e folheto parietal (recobre os pulmões). Neste órgão realiza-se o fenômeno da hematose, que consiste na transformação de sangue venoso em sangue arterial. 23 Sistema Respiratório Respiração Respiração é um termo empregado para resumir dois processos diferentes, porém correlatos: Respiração externa é um processo fisiológico pelo qual os organismos vivos inalam oxigênio do meio circulante e soltam dióxido de carbono. Respiração interna refere-se a utilização de O2, produção de dióxido de carbono e a troca desses gases entre as célula de o sangue. 24 25 O processo de inspiração é ativo. Os músculos se contraem, resultando em um volume intratorácico aumentando á medida que os pulmões são puxados para um espaço mais expandido. A pressão nas vias aéreas fica negativa e o ar flui para dentro. Ao final da respiração a pressão na via aérea fica positiva e o ar flui para fora enquanto os músculos relaxam. O processo de expiração é passivo. A respiração normal é automática e involuntária. Em repouso a frequência respiratória (FR) normal de um adulto é de 12 a 20 incursões por minuto. O volume corrente normal (quantidade de ar que movimenta para dentro e para fora a cada respiração) é de 500 ml ou 6 a 8 l/min. 26 Respiração Fatores que afetam a Respiração Idade; Medicamentos; Estresse; Exercícios; Altitude; Sexo; Posição Corporal; Febre. 27 AVALIANDO A RESPIRAÇÃO Deve incluir: Frequência; Ritmo; Profundidade ou amplitude; Tipo respiratório 28 FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA Deverá ser observada a quantidade de incursões respiratórias que o paciente realiza em um minuto; Uma inspiração e uma expiração são contadas como incursões respiratórias. 29 Variação de Frequência Respiratória IDADE FREQUÊNCIA Neonato 30 – 60 irpm Lactente 30 – 40 irpm Pré-escolares 25 – 32 irpm Criança 20 – 35 irpm Adulto 12 – 20 irpm 30 TERMOSRELACIONADOS Eupneia ou Normopneia – FR está dentro do intervalo de normalidade (12 a 20 irpm); Taquipneia – FR > 20 i.r.p.m; Bradipneia – FR < 12 i.r.p.m; Apneia – ausência de respirações (em intervalos ou contínua); Dispneia 31 32 RITMO Regular: observado na respiração normal. Não há interrupções. A relação aproximada do tempo inspiratório para o tempo expiratório é de 1:2; Irregular: Ritmo descontínuo, observado em bebês. PROFUNDIDADE Superficial: Ocorre durante o repouso, sono. Profunda: Exercícios, emoções. TIPO RESPIRATÓRIO Respiração torácica ou costal: Há predomínio da elevação do tórax sobre o abdome durante o ato inspiratório, sendo mais comum em mulheres. Respiração diafragmática ou abdominal: Há predomínio de elevação do abdome em relação ao tórax durante o ato inspiratório, sendo mais comum no sexo masculino e em crianças. 33 PADRÕES RESPIRATÓRIOS ANORMAIS 34 Taquipneia – respiração rápida e superficial Bradipneia – respiração lenta e superficial Apneia – ausência de respiração Hiperpneia – Respiração profunda, com frequência normal ou aumentada PADRÕES RESPIRATÓRIOS ANORMAIS 35 Respiração de Kussmaul – respiração rápida e profunda, regular e de alta frequência. Respiração de Cheyne-Stokes – respiração lenta e superficial que gradualmente vai se tornado rápida e profunda, alternada com períodos de apneia. Respiração de Biot (Atáxica) – respiração superficial para duas ou três respirações seguidas de um período irregular de apneia. REFERÊNCIAS 1. BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica. 3ªed. Porto Alegre: Artmed, 2016; 2. POTTER, P. A; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013; 3. SMELTZER, S. C; BARE, B. G; HINKLE, J. L; CHEEVER, K. H. BRUNNER & SUDDARTH: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 4. TAYLOR, C; LILLIS, C; LEMONE, P. Fundamentos de enfermagem: a arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 5ªed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 5. TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007; 6. PASSOS, V. C. S; VOLPATO, A. C. B. Técnicas Básica de Enfermagem. 4ªed. São Paulo: Martinari, 2014. 36 37 CONTROLE DOS SINAIS VITAIS: PRESSÃO ARTERIAL ASPECTOS CONCEITUAIS 39 • Função do coração: gerar pressão para deslocamento do sangue; das regiões de maior pressão para menor pressão; • Sangue: líquido viscoso, formado de células e plasma que flui nos vasos sanguíneos – leva às células - glicose, O2 e hormônios – retira produtos do metabolismo - ácidos e CO2; Quanto mais estreita, maior a resistência (pressão); Ao passar nos vasos, o sangue encontra resistência (pressão), provocada pelo atrito. 43 A pressão arterial depende da largura (calibre) da artéria; Artérias com calibre normal permitem que as pressões máxima e mínima sejam também normais; Pressão Normal Artéria Normal Pressão Aumentada Artéria Estreitada 44 Fatores que influenciam na pressão arterial Idade: tende a aumentar com o avançar da idade. Estresse: aumenta a PA. Etnia: afro-americanos tendem a desenvolver hipertensão. Sexo: após a puberdade os homens tendem a ter valores mais elevados de PA. Variação diária: menor durante o sono. Medicamentos, atividade; Tabagismo: aumenta a pressão arterial (vasoconstrição). A pressão sanguínea arterial ou sistêmica é bom indicador da saúde cardiovascular. CICLO CARDÍACO Quando se contrai Ejeção: expulsa o sangue DIÁSTOLE SÍSTOLE Quando se dilata Relaxamento: enche-se de sangue 46 Quando o coração se contrai temos uma pressão máxima (sistólica) Ao se medir esta pressão se determinam duas pressões: MÁXIMA MÍNIMA Quando ele se dilata temos uma pressão mínima (diastólica) A pressão arterial é a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. E é medida em milímetros de mercúrio. MINISTÉRIO DA SAÚDE Coordenação de Doenças Crônico-Degenerativas 47 (mmHg). A pressão arterial reflete as inter- relações do débito cardíaco, resistência vascular periférica, volume de sangue, viscosidade do sangue e elasticidade da artéria; 48 ASPECTOS CONCEITUAIS – FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL 49 A PRESSÃO ARTERIAL DEPENDE DO DÉBITO CARDÍACO DC = volume de sangue bombeado pelo coração em um minuto; Quando o DC aumenta: - Aumento na FC, - Maior contratilidade muscular; - Aumento do volume de sangue; Um aumento rápido ou significativo na FC reduz o tempo de enchimento do coração. Como resultado, ocorre diminuição da PA. FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL 50 DC = Volume sistólico x Frequência cardíaca. Volume sistólico diminuído devido ao bombeamento cardíaco deficiente ou volume sanguíneo diminuído pode resultar em DC diminuído; Bradicardia - DC diminuído; Taquicardia – DC aumentado; É essencialmente o Fluxo Sanguíneo. FISIOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL • Depende do gradiente de pressão que tende a empurrar o sangue pelo vaso e resistência vascular; ASPECTOS CONCEITUAIS 51 Resistência Vascular Periférica – Resistência ao fluxo sanguíneo determinada pelo tônus muscular dos vasos e diâmetro das veias; Quanto menor lúmen da veia, maior é a resistência vascular periférica ao fluxo de sangue – PA aumenta. Conforme as veias se dilatam e a resistência cai, a PA diminui. http://www.mundodosgifs.com/gifamor.php?id=200 52 Volume de Sangue – Normalmente, o volume de sangue circulante é de 5000ml; - Se o volume aumenta, a PA aumenta; - Quando o volume de sangue circulante diminui, como hemorragia ou desidratação – PA diminui. ASPECTOS CONCEITUAIS 53 Viscosidade do Sangue – HEMATÓCRITO – percentual de hemácias no sangue, determina a viscosidade; Quando hematócrito aumenta e velocidade do fluxo diminui, a PA aumenta. O coração contrai com força maior para empurrar sangue viscoso pelo sistema circulatório. ASPECTOS CONCEITUAIS 54 Elasticidade da Artéria Normalmente as paredes arteriais são elásticas e de fácil distensão; Entretanto, em determinadas doenças como arteriosclerose (perdem a elasticidade, espessamento e endurecimento da parede arterial) – resistência maior ao fluxo sanguíneo; ASPECTOS CONCEITUAIS 55 • Pode ser aferida direta ou indiretamente • A medida direta é utilizada de forma invasiva mediante a introdução de um cateter em uma artéria (radial, braquial, femoral ou pediosa); • A medida indireta se faz com a utilização de um esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide e um estetoscópio; PRESSÃO ARTERIAL 56 Manômetro de mercúrio já foi “padrão-ouro”, porém são menos comuns atualmente por conterem mercúrio, substância perigosa; 57 PULSOS UTILIZADOS NA VERIFICAÇÃO INDIRETA DA PA 57 ARTÉRIA POPLÍTEA ARTÉRIA BRAQUIAL ARTÉRIA RADIAL 59 A técnica se baseia na percepção de que ao desinflar o manguito que oclui totalmente uma artéria, diferentes tipos de sons são perceptíveis com o estetoscópio, o que corresponde a diferentes graus de obstrução parcial da artéria; FASES DE KOROTKOFF 60 I - Aparecimento do primeiro som, ao qual se seguem batidas progressivamente mais fortes, bem distintas e de alta frequência (Pressão Sistólica); II - O som adquire características de chicotada, sopro, podendo ocorrer sons de baixa frequência; III - Sons nítidos e intensos; IV - Abafamento dos sons, correspondendo ao momento próximo ao desaparecimento deles (Pressão Diastólica em crianças); V - Desaparecimento total dos sons (Pressão Diastólica). 61 • A largura deve ser de pelo menos 40% do comprimento do braço (distância entre oolécrano e o acrômio) e o comprimento, de pelo menos 80% de sua circunferência (BRASIL, 2006). Para o braço de um adulto não obeso, com musculatura usual e estatura mediana, a câmara ideal tem 23cm de comprimento para 30cm de circunferência) e 12cm de largura (para 30cm de comprimento do braço). 61 Manguito Largura Comprimento 62 • A bolsa de borracha deve estar centrada sobre a artéria braquial; • A borda inferior do manguito deve estar 2 cm acima da dobra antecubital (ângulo cubital); Manguito 63 Manguito • Manguitos estreitos em relação ao diâmetro do braço dão valores hiperestimados; • Manguitos mais largos em relação ao diâmetro do braço dão valores hipoestimados; 63 64 Denominação dos Manguitos FONTE: VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 64 ESFIGMOMANÔMETRO 65 MANÔMETRO ANERÓIDE PÊRA MANGUITO VÁLVULA 66 • As olivas do estetoscópio devem ser colocadas voltadas para frente; • O diafragma ou a campânula do estetoscópio devem ser colocados de forma firme, diretamente sobre a artéria braquial (nunca sob o manguito); Estetoscópio 66 67 Diafragma/Campânula Olivas Aparelho digital de PA Estetoscópio 68 • Verificar o local - privado, silencioso, iluminado e com temperatura confortável; • Indagar sobre controles anteriores e valor da PA habitual; Se ele não souber, diga depois de medir. Essa é boa oportunidade para educar o cliente sobre os valores ótimos de PA e seus fatores de risco; Iniciando a Prática 69 • Determine o local para medir a PA (evite colocar o manguito nas extremidades - infusão de líquido, cirurgia de mama ou axilar, em situações como trauma, doença, imobilização); • Durante avaliação inicial, você pode obter e registrar a PA em ambos os braços. Normalmente, existe diferença de 5 a 10 mmHg; • - Diferença de PA no braço maior que 10mmHg indicam problemas vasculares e são informadas profissional de saúde responsável; 70 1.Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso (tempo necessário); -Deve ser instruído a não conversar durante a medida. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas antes ou após o procedimento; 2. Certificar-se de que o paciente NÃO: • Está com a bexiga cheia; • Praticou exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; • Ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; • Fumou nos 30 minutos anteriores; Higienizar as mãos Preparo do Paciente 71 3. Posicionamento do paciente: Deve estar na posição sentada, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; - O braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou quarto espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e cotovelo ligeiramente fletido; Preparo do Paciente 72 8) Localizar as pulsações da artéria braquial Mensuração da Pressão Arterial 9) Realizar a assepsia das olivas e colocar o manguito 2 centímetros acima da fossa cubital, centralizando a câmara do manguito sobre a artéria braquial. 10) Palpar o pulso radial 11) Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso radial. 12) A seguir, colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor encontrado ao desaparecimento do pulso radial pelo método palpatório 13) Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo). 73 74 75 14) O primeiro ruído (fase I de Korotkoff) auscultado equivale à pressão sistólica e o desaparecimento dos sons equivale à pressão diastólica (fase V de Korotkoff). 15) Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. 16) Anotar: valores encontrados, membro de realização do procedimento, posição do cliente, classificação da PA 17) Informar ao cliente 18) Lavar as mãos novamente Mensuração da Pressão Arterial 76 A T E N Ç Ã O 77 Elevar o braço acima do nível do coração resulta em uma medição baixa falsa; Posicionar o braço abaixo do nível do coração resulta em uma leitura alta falsa; Método de verificação da PA em membro inferior 78 O manguito pode ser enrolado ao redor da coxa ou acima do tornozelo; A medição da pressão na coxa exige um manguito maior e apropriado; Coloque o cliente em posição horizontal, decúbito ventral ou dorsal, com manguito centralizado na metade da coxa sobre a artéria poplítea; Método de verificação da PA em membro inferior 79 Para medir a pressão arterial no tornozelo, coloque o cliente em posição horizontal, de decúbito dorsal, e posicione um manguito de braço padronizado exatamente acima do maléolo; Ausculte ou palpe o pulso tibial posterior ou pedioso à medida que você desinfla o manguito; A pressão sistólica nas pernas usualmente é 10 a 40mmHg maior que na artéria braquial, mas a pressão diastólica é a mesma; 80 • Valor final dos níveis pressóricos; • Largura do manguito; • Membro utilizado; • Posicionamento do cliente; •Classificação da PA; IMPORTANTE REGISTRAR 81 FONTE: VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2016 VALORES DA PA em ADULTOS 82 HIPERTENSO – A hipertensão é muitas vezes assintomática; NORMOTENSO HIPOTENSO – Hipotensão ocorre por dilatação das artérias, perda de grande quantidade de sangue ou ineficiência do músculo cardíaco; CONCEITUANDO 83 HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA – Nos adultos, mover-se de uma posição horizontal para uma posição vertical resulta no represamento do sangue nos membros inferiores. O cliente a mudar de posição lentamente, permitindo que vários minutos transcorram antes de prosseguir para a próxima posição. CONTROLE DOS SINAIS VITAIS: PULSO DEFINIÇÃO DE PULSO 85 Sensação ondular que pode ser palpada em uma das artérias periféricas, é produzido pelo movimento do sangue durante a contração do coração (TIMBY, 2007). É verificado por meio da palpação de uma artéria, geralmente a radial, contando-se um minuto inteiro o número de batimentos e verificando-se as suas características: Frequência (rápida, lenta); Amplitude (pode ser cheio ou filiforme); Ritmicidade (pode ser regular ou irregular); FREQUÊNCIA 86 Definição: Número de pulsações periféricas palpadas a cada minuto; É contada comprimindo-se uma das artérias superficiais contra um dos ossos sob ela, utilizando-se as pontas dos dedos (indicador, médio e anular); É necessário realizar a contagem durante um minuto inteiro. No início do intervalo de contagem, comece contando “zero” para a primeira pulsação percebida. A segunda pulsação percebida será “um”, e assim por diante. (JARVIS, 2012) 87 Taquicardia ou taquisfigmia: pulso acima de 100 batimentos por minuto (bpm) em repouso; Ponto crítico: Uma contração rápida, se contínua, tende a sobrecarregar o coração, podendo não oxigenar adequadamente as células, uma vez que o coração possui pouco tempo entre as contrações para encher-se de sangue. ANORMAILIDADE DE FREQUÊNCIA ANORMAILIDADE DE FREQUÊNCIA 88 Bradicardia ou bradisfigmia: aquela que está abaixo de 60 batimentos por minuto (bpm); Ponto crítico: É menos frequente que a taquicardia, porém, quando identificada, merece registro imediato e monitorização continuada. FATORES QUE AFETAM AS FREQUÊNCIAS CARDÍACAS E DO PULSO 89 1. Idade (ex., lactentes possuem freq. de pulso entre 100 - 160); 2. Sexo; 3. Ritmo circadiano: as frequências tendem a reduzir-se pela manhã e a aumentar no final do dia; 4. Estrutura física: Pessoas altas e magras costumam apresentar frequências de pulso e cardíaca mais lentas , se comparadas a pessoas baixas e mais robustas;5. Exercício e atividade: As frequências aumentam com o exercício e a atividade e diminuem em repouso; 90 6. Estresse e emoções: Raiva, medo, entusiasmo, aumentam a frequência cardíaca e do pulso; 7. Dor: Especialmente se moderada a grave, pode acelerar os batimentos cardíacos; 8. Temperatura do corpo: O aumento de um grau centígrado na medida obtida causa uma elevação de 15 b.p.m. Ocorrendo queda na temperatura, o efeito oposto ocorre; 9. Sangue: Perdas excessivas causam aumento dos batimentos cardíacos e do pulso; 10. Substâncias psicoativas: podem acelerar ou desacelerar a taxa de contrações cardíacas, afetando pulso e batimentos cardíacos. FATORES QUE AFETAM AS FREQUÊNCIAS CARDÍACAS E DO PULSO 91 LOCAIS PARA MENSURAR O PULSO Pulso Apical VALORES ACEITÁVEIS DE FREQUÊNCIA CARDÍACA 92 FAIXA ETÁRIA FREQUÊNCIA CARDÍACA (bpm) Neonato (> 96h) 70-190 Lactentes (> 1mês) 80-160 Crianças até três anos 80-130 Pré-escolares 80-120 Escolares 75-110 Adolescentes 60-90 Adultos 60-100 Idoso (≥ 70 anos) 60-100 AMPLITUDE 93 Definição: É o grau de enchimento da artéria (sístole e diástole); Costuma estar relacionada à quantidade de sangue bombeada a cada batimento cardíaco com a força de contração do coração; Ao documentar o volume do pulso, o enfermeiro deve seguir a política da instituição, no que diz aos termos descritivos ou sistema numérico adotado. IDENTIFICAÇÃO DO VOLUME DO PULSO 94 Número Definição Descrição 0 Pulso ausente Pulso não pode ser sentido, mesmo com aplicação de pressão extrema. +1 Pulso filiforme Muita dificuldade para sentir a pulsação, e a aplicação de leve pressão faz com que o pulso desapareça. +2 Pulso fraco É mais forte que um pulso filiforme , embora a aplicação de pressão leve faça com que desapareça . +3 Pulso normal Pulsação facilmente sentida. Uma pressão moderada faz com que desapareça. +4 Pulso Limiar/cheio/pulsante A pulsação é forte e não desaparece mediante pressão moderada. RITMO 95 Definição: é a sequência de pulsações. O normal é que elas ocorram em intervalos iguais. Forte e regular (rítmico): indica batimentos regulares com uma boa força em cada batimento; Fraco e regular (rítmico): indica batimentos regulares com força precária de cada batimento; Irregular (arrítmico): indica que ocorrem batimentos tanto forte quanto fracos durante o período de mensuração. OBS: Irregularidades no pulso indicam alteração do ritmo cardíaco (arritmia). TENSÃO OU DUREZA DO PULSO 96 Avalia-se a tensão ou dureza do pulso pela compressão progressiva da artéria; Pulso mole: A pressão necessária para interromper as pulsações é pequena (Ex: hipotensão arterial); Pulso duro: A interrupção da onda sanguínea exige forte pressão (Ex: hipertensão arterial); Pulso de tensão mediana: Situação intermediária. REFERÊNCIAS 97 1. BARROS, A. L. B. L. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 3. ITO, E. E et al. Anotações de enfermagem: reflexos do cuidado. São Paulo: Martinari, 2010. 4. JARVIS, C. Guia de exame físico para enfermagem. 7ª ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 5. PASSOS, V. C. S; VOLPATO, A. C. B. Técnicas Básica de Enfermagem. 4ªed. São Paulo: Martinari, 2014. 6. POTTER, P. A; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. 8ª ed, Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 7. TEIXEIRA CC, BOAVENTURA RP, SOUZA ACS, PARANAGUÁ TTB, BEZERRA ALQ, BACHION MM, et al. Aferição de sinais vitais: um indicador do cuidado seguro em idosos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2015 Out-Dez; 24(4): 1071-8. 8. TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. LEMBREM-SE
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