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Livro- Texto - Unidade I POLITICAS DE SAUDE

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Autoras: Profa. Ângela Cristina Puzzi Fernandes 
 Profa. Giseli Panigassi
Colaboradoras: Profa. Renata Guzzo Souza Belinelo
 Profa. Raquel Machado Cavalca Coutinho
 Profa. Daniela Emilena Santiago
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Políticas de Saúde
Professoras conteudistas: Ângela Cristina Puzzi Fernandes / Giseli Panigassi
Professora Dra. Ângela Cristina Puzzi Fernandes
Atuando há mais de três décadas como enfermeira, foi coordenadora de um serviço de saúde ocupacional. Fundou 
o grupo de enfermeiros do trabalho de Campinas e região. Foi conselheira da Associação Nacional de Enfermeiros do 
Trabalho. É especialista em Ergonomia, Administração Hospitalar e Saúde do Trabalhador. Mestre pela Faculdade de 
Ciências Médica da Unicamp e Doutora pela USP. Voluntária há mais de vinte anos, presta serviços na comunidade da 
Vila Brandina, em Campinas. É professora titular do Curso de Graduação e Pós-graduação em Enfermagem da UNIP e 
professora convidada do Curso de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem da USP e da PUC de Goiânia.
Professora Dra. Giseli Panigassi
É nutricionista com aperfeiçoamento em Saúde pela CNPq/Unicamp (1991), aprimoramento em Saúde Pública 
pela Fundap/Unicamp (1992), especializações em Saúde Pública pelo Ministério da Saúde/Unicamp (1993) e em 
epidemiologia pela Unicamp (1994). É mestre em Saúde Coletiva pela Unicamp (2000) e doutora em Saúde Coletiva 
pela Unicamp (2005). Como sanitarista, sempre trabalhou em serviços públicos com foco no ensino e na pesquisa. Hoje, 
é professora titular da UNIP.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F363p Fernandes, Ângela Cristina Puzzi.
Políticas de Saúde. / Ângela Cristina Puzzi Fernandes, Giseli 
Panigassi. 2. ed. São Paulo: Editora Sol, 2020.
144 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN, 1517-9230.
1. Políticas de saúde. 2. Seguridade social. 3. Sistema Único de 
Saúde. I. Panigassi, Giseli. II. Título.
CDU 614
U500-89 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Marcilia Brito
 Vitor Andrade
Sumário
Políticas de Saúde
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 10
Unidade I
1 SEGURIDADE SOCIAL – COMPOSIÇÃO E NORMATIZAÇÃO ............................................................ 11
1.1 Seguridade Social ................................................................................................................................. 12
1.2 Saúde Pública ......................................................................................................................................... 15
1.3 Previdência Social ................................................................................................................................ 19
1.4 Assistência Social ................................................................................................................................. 22
1.5 Seguridade Social no Brasil – história ......................................................................................... 24
1.5.1 Saúde Pública ........................................................................................................................................... 24
1.5.2 Período Colonial ...................................................................................................................................... 24
1.5.3 Início da República ................................................................................................................................. 25
2 PREVIDÊNCIA SOCIAL .................................................................................................................................... 46
3 ASSISTÊNCIA SOCIAL ..................................................................................................................................... 54
4 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ......................................................................................................................... 56
4.1 A reforma sanitária brasileira .......................................................................................................... 57
4.2 Definição .................................................................................................................................................. 58
4.3 Legislação básica .................................................................................................................................. 59
4.4 Normas Operacionais Básicas .......................................................................................................... 60
4.5 Princípios do SUS ................................................................................................................................. 60
4.6 O Pacto pela Saúde .............................................................................................................................. 62
4.6.1 O Pacto pela Vida .................................................................................................................................... 63
4.6.2 O Pacto de Gestão .................................................................................................................................. 63
4.6.3 O Pacto em Defesa do SUS ................................................................................................................. 64
4.7 O custeio do SUS .................................................................................................................................. 64
4.7.1 Bloco da Assistência Farmacêutica .................................................................................................. 67
4.7.2 Bloco da Atenção Básica ...................................................................................................................... 67
4.7.3 Bloco da Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar .............. 68
4.7.4 Bloco de Gestão do SUS....................................................................................................................... 68
4.7.5 Bloco de Vigilância Sanitária ............................................................................................................. 70
4.8 O controle social do SUS ................................................................................................................... 70
4.9 Os gestores do SUS .............................................................................................................................. 73
4.10 Os Conselhos de Saúde ....................................................................................................................74
4.10.1 O Conass e o Conasems ..................................................................................................................... 75
4.11 Ações, programas e políticas do SUS ......................................................................................... 77
4.11.1 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ............................................................. 77
4.11.2 Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24 horas) ................................................................. 77
4.11.3 Programa Farmácia Popular do Brasil .......................................................................................... 78
4.11.4 Centros de Atenção Psicossocial (Caps)....................................................................................... 78
4.11.5 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) ........................................................................ 79
4.11.6 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) .............................................................. 80
4.11.7 Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária .................................................... 80
4.11.8 Plano Diretor de Vigilância Sanitária (PDVisa) .......................................................................... 81
4.11.9 Política de Educação Permanente em Saúde ............................................................................ 82
4.11.10 Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) ......................................................... 83
4.11.11 Política Nacional de Assistência Farmacêutica ....................................................................... 83
Unidade II
5 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE ............................................................................... 90
5.1 Carta de Ottawa .................................................................................................................................... 90
5.2 II Conferência Internacional sobre Promoção à Saúde – Declaração de Adelaide: 
Políticas Públicas Saudáveis, realizada em abril de 1988 ............................................................ 92
5.3 III Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde – Declaração de 
Sundsval: Ambientes Favoráveis à Saúde, realizada em Sundsvall, Suécia, 
em junho de 1991 ....................................................................................................................................... 92
5.4 IV Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde – Declaração de 
Jacarta, realizada em Jacarta, em 1997 .............................................................................................. 93
5.5 V Conferência Internacional de Promoção da Saúde – Declaração do 
México, realizada na cidade do México, de 5 a 9 de junho de 2000 ...................................... 93
5.6 VI Conferência Mundial de Promoção à Saúde – Carta de Bangkok, 
realizada na cidade de Bangkok, Tailândia, em agosto de 2005 .............................................. 93
5.7 VII Conferência Mundial de Promoção à Saúde – Carta de Nairóbi, 
realizada em Nairóbi, África, em outubro de 2009 ........................................................................ 94
5.8 VIII Conferência Global sobre Promoção da Saúde – Carta de Helsinki, 
realizada em Helsinki, Finlândia, em junho de 2013 ..................................................................... 94
6 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE – NORMATIZAÇÃO ........................................ 95
6.1 Municípios Saudáveis ......................................................................................................................... 96
7 MODELOS E SISTEMAS DE ATENÇÃO À SAÚDE ................................................................................... 97
7.1 Definição, características e composição ..................................................................................... 97
7.2 População, com as seguintes especificidades ........................................................................... 99
7.3 Modelos de Sistemas de Atenção à Saúde ..............................................................................100
7.3.1 Modelo universalista ...........................................................................................................................101
7.3.2 Modelo do seguro social ....................................................................................................................101
7.3.3 Modelo de seguros privados ............................................................................................................101
7.3.4 Modelo assistencialista .......................................................................................................................101
7.3.5 O Modelo do SUS ..................................................................................................................................101
7.3.6 Modelos de Sistemas de Atenção à Saúde no Mundo ..........................................................103
8 ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE ......................................................................................................................106
8.1 Fundamentos da Atenção Básica à Saúde ...............................................................................106
8.1.1 Prevenção primária ..............................................................................................................................107
8.1.2 Prevenção secundária .........................................................................................................................107
8.1.3 Prevenção terciária...............................................................................................................................108
8.1.4 Prevenção quaternária .......................................................................................................................108
8.1.5 Prevenção primordial ..........................................................................................................................108
8.2 Normatização da Política Nacional de Atenção Básica (PNAS).......................................108
8.3 Responsabilidades das esferas gestoras em Atenção Básica ............................................112
8.4 Estratégia Saúde da Família ...........................................................................................................113
8.4.1 Características, contexto e finalidades.........................................................................................113
8.4.2 Equipes de saúde ..................................................................................................................................114
8.4.3 O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) ....................................................... 115
8.4.4 Gestão da ESF .........................................................................................................................................115
8.4.5 Programa Mais Médicos (PMM) ...................................................................................................... 115
8.4.6 Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente ............................................................ 117
8.5 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) ..........................................................................118
8.6 Sistema de Saúde Suplementar....................................................................................................120
8.6.1 Criação do Sistema de Saúde Suplementar .............................................................................. 120
8.6.2 Regulamentação do Sistema de Saúde Suplementar ........................................................... 123
8.6.3 Regulação no Setor Saúde ............................................................................................................... 123
8.6.4 Definições de termos relacionados à saúde suplementar ...................................................125
8.6.5 Sistema de Saúde Suplementar no contexto da Saúde Pública ....................................... 126
8.6.6 Política de Qualificação da Saúde Suplementar ..................................................................... 128
8.6.7 A Política Nacional de Humanização do SUS – HumanizaSUS......................................... 129
9
APRESENTAÇÃO
O maior castigo para os que não se interessam por 
política é que serão governados pelos que se interessam.
Arnold Toynbee
Prezado(a) aluno(a),
Nesta disciplina, abordaremos seguridade, previdência e assistência social, além do Sistema Único de 
Saúde (SUS). Veremos ainda a política nacional de assistência à saúde, os modelos e sistemas de atenção 
e a atenção básica à saúde. 
Vamos embarcar num grande desafio, que é fazê-lo(a) gostar de leis e normas e entender a 
importância de um sistema de saúde que promova e preserve o bem-estar de todos. Isso é importante 
para quebrar o paradigma de que tudo que é gratuito não pode ser oferecido com qualidade.
Sabemos que o profissional de saúde tem uma missão: pôr em prática o bem-estar evocado, 
superando a limitação de apenas viver ou de só controlar a doença (sem combater suas causas) e 
adotando práticas preventivas, sempre de menor custo e mais eficientes.
Nesta disciplina, os conteúdos serão desenvolvidos visando construir o conhecimento. Como diz Paulo 
Freire, ensinar não é somente transmitir o saber; a missão do professor é possibilitar a criação e a produção 
de conhecimento. Pensando nisso, a proposta aqui é perseguirmos juntos os seguintes objetivos:
• Conhecer e compreender os conceitos sobre políticas e sistemas de saúde, enfocando a realidade 
brasileira em sua trajetória histórica e em suas características atuais.
• Abarcar os principais marcos históricos da saúde, com destaque para a evolução do sistema de 
saúde no Brasil.
• Examinar e comparar sistemas de saúde e modelos de atenção de diferentes países.
• Avaliar e interpretar as conferências, as plataformas e as declarações dos principais organismos 
nacionais e internacionais, norteadores das políticas de saúde no mundo.
• Conhecer o SUS e distinguir seus modelos de atenção à saúde, financiamento e alocação de recursos.
• Conhecer a Política Nacional de Atenção Básica e reconhecer sua importância e abrangência.
• Entender a complexidade do campo da saúde coletiva, com apoio numa análise política 
que permita refletir sobre estratégias de transformação das estruturas tradicionais na 
assistência à saúde.
10
Esperamos que, ao final deste livro-texto, você tenha clareza do processo histórico da saúde – suas 
lutas, derrotas e conquistas –, podendo assim compreender e valorizar a participação do profissional de 
saúde, tornando-se, de fato, um ator na permanente construção de modelos de atenção que promovam 
e protejam a saúde da população.
INTRODUÇÃO
A avaliação do estado de saúde das populações dependeu, durante longo período de tempo, 
quase que exclusivamente dos indicadores derivados de dados de mortalidade, mas esses índices 
perderam progressivamente a capacidade de medir a saúde em decorrência da forte redução das 
taxas de mortalidade, do aumento da sobrevida e da crescente prevalência de doenças crônicas, de 
baixa letalidade, mas altamente incapacitantes. O novo espectro do problema passou a requerer, para 
adequada mensuração dos níveis de saúde, a construção de indicadores de incidência e prevalência de 
doenças, de lesões por acidentes e violências e de deficiências mentais e físicas.
A presença simultânea de várias doenças no mesmo indivíduo, fenômeno que se intensifica com o 
aumento de sobrevida da população, demandou a elaboração de índices de comorbidades (CHARLSON 
et al., 1994).
O novo contexto também deixa claro que ter uma doença diagnosticada não se acompanha, 
necessariamente, do mesmo grau de prejuízo nos níveis de saúde e de autonomia na realização 
de tarefas cotidianas. O impacto da doença em provocar limitações e incapacidades passa a ser 
dimensionado por instrumentos que avaliam a preservação das atividades da vida diária e da 
qualidade de vida em saúde.
Sabemos que as desigualdades sociais em saúde são registradas de longa data, tendo seu estudo 
sido retomado com ênfase, nas últimas décadas, diante da verificação da persistência ou ampliação dos 
diferenciais de saúde entre os segmentos sociais (WHO, 2002; GWATKIN, 2000).
11
POLÍTICAS DE SAÚDE
Unidade I
1 SEGURIDADE SOCIAL – COMPOSIÇÃO E NORMATIZAÇÃO
Se vamos estudar políticas de saúde, então a pergunta é: Você sabe o que é política?
Política é a ciência que busca mecanismos para a construção coletiva do bem comum.
Vamos fazer outra pergunta: Você se interessa por política?
Há uma frase que diz “aqueles que não se interessam por política serão governados pelos que se 
interessam”. E, gostaríamos de complementá-la escrevendo: “e os que se interessam nem sempre são 
os que sabem o que é melhor para a maioria”. Por isso, precisamos entender o que é política e o que é 
saúde para podermos compreender o cenário atual e desempenharmos com responsabilidade nossas 
atividades na área.
No caso da saúde, a política tem o objetivo de organizar todos os setores, públicos e privados, em 
seus diversos níveis, para atender às necessidades de saúde da população.
Exemplo de aplicação
Vamos refletir: Quais são as necessidades de saúde? Elas são diferentes das necessidades da doença? 
Um indivíduo saudável é apenas um indivíduo livre de doenças?
Para a Organização Mundial da Saúde, a OMS (World Health Organization – WHO na língua 
inglesa), saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a 
ausência de doença.
O conceito de saúde é muito mais amplo do que o conceito de doença. Um cidadão que apresenta 
sinais e sintomas como dor, febre, tosse é considerado doente e precisa de assistência médica, e, 
provavelmente necessitará de tratamento curativo para restabelecer seu estado físico. Esse é o cidadão 
doente, correto?
Agora vamos usar a definição da OMS para exemplificar um cidadão saudável, ele teria que, além de 
estar livre de doenças, ter um completo bem-estar físico, mental e social, precisaria sentir-se bem, morar 
bem, comer bem, trabalhar bem e viver bem.
Essa visão de saúde é algo recente, e se retomarmos a história da humanidade vamos encontrar o 
foco no tratamento, na cura e na contenção da propagação das doenças transmissíveis.
12
Unidade I
Para melhor definir e estabelecer o objeto de estudo deste trabalho – as políticas públicas em saúde –, 
é necessário identificar o exato contexto em que a Saúde Pública se insere, enquanto atribuição dos entes 
públicos (a União, os Estados e Municípios), consideradas as correspondentes disposições constitucionais, 
de onde precisamente decorrem todas as diretrizes que dão suporte e fundamento àquelas políticas.
1.1 Seguridade Social
A Constituição Federal (CF), ao tratar do Título VIII (“da Ordem Social”), divide-o em nove Capítulos, 
dedicando o Capítulo II à Seguridade Social, subdividindo-o nas Seções I (“Disposições Gerais” – artigos 
194 e 195), II (“Da Saúde” – artigos 196 a 200), III (“Da Previdência Social” – artigos 201 e 202) e IV (“Da 
Assistência Social” – artigos 203 e 204) (BRASIL, 1988).
Esta estrutura é adotada pela CF justamente porque a Saúde Pública, a Previdência Social e a 
Assistência Social são as três componentes da Seguridade Social.
Efetivamente, a CF dispõe sobre a Seguridade Social:
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os 
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações 
urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividadena prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento;
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante 
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, 
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma 
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
13
POLÍTICAS DE SAÚDE
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e 
das seguintes contribuições sociais:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, 
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
III – sobre a receita de concursos de prognósticos;
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º – As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas 
à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando 
o orçamento da União.
§ 2º – A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de 
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social 
e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas 
na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de 
seus recursos.
§ 3º – A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como 
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele 
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º – A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção 
ou expansão da seguridade social, obedecido ao disposto no art. 154, I.
§ 5º – Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, 
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
14
Unidade I
§ 6º – As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as 
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 
150, III, “b”.
§ 7º – São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas 
em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador 
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades 
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão 
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o 
resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos 
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da 
empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema 
único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada 
a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional 
n. 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de 
que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior 
ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, 
de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não 
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição 
gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, 
a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 42, de 19.12.2003) (BRASIL, 1988).
A CF, portanto, dispondo sobre a Seguridade Social, no caput do seu artigo 194, define Seguridade 
Social e a desdobra em três componentes:
15
POLÍTICAS DE SAÚDE
• Saúde Pública.
• Previdência Social.
• Assistência Social.
Nos seus incisos I a VII, a CF (BRASIL, 1988) estabelece as diretrizes que orientam os mecanismos da 
Seguridade Social:
• Universalidade da cobertura e do atendimento.
• Uniformidade e equivalência dos serviços, independente de onde se encontre instalado o 
beneficiário (na cidade ou no campo).
• Seletividade e distributividade.
• Administração democrática, descentralizada e quadripartite – serão adiante abordadas e se 
encontram presentes na implantação e gestão dos órgãos que prestam os serviços, de saúde, 
assistenciais ou previdenciários.
Ainda dispondo sobre Seguridade Social, a CF, na sequência, no seu artigo 195, trata, em linhas 
gerais, do seu financiamento, e transfere à lei a prerrogativa da definição dos critérios de transferência 
dos recursos para as ações de assistência social e para o “sistema único de saúde” (que é mencionado 
pela primeira vez e de forma expressa).
1.2 Saúde Pública
A Saúde Pública – primeira componente da Seguridade Social – tem suas diretrizes especificamente 
expressas nos artigos 196 a 200 da CF:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante 
políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo 
ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou 
através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito 
privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado 
de acordo com as seguintes diretrizes:
16
Unidade I
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, 
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único 
renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, 
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos 
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela 
Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar 
prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos 
impostos a que se refereo art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos 
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação 
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional n. 
29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, 
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
I – os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional 
n. 29, de 2000)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados 
a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das 
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde 
nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 29, de 2000)
17
POLÍTICAS DE SAÚDE
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União. (Incluído 
pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes 
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de 
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas 
atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional 
nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação 
das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às 
endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência 
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
para o cumprimento do referido piso salarial.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 
da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de 
agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá 
perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, 
fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional 
n. 51, de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º – As instituições privadas poderão participar de forma complementar 
do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de 
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e 
as sem fins lucrativos.
§ 2º – É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções 
às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º – É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais 
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º – A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção 
de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa 
e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e 
seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, 
nos termos da lei:
18
Unidade I
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse 
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as 
de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e 
tecnológico;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor 
nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e 
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho (BRASIL, 1988).
 Lembrete
Todo cidadão brasileiro tem direito à saúde e acesso aos serviços públicos 
de saúde. O Estado deve garantir através de suas políticas esses direitos.
Quanto à Saúde Pública, as disposições constitucionais estabelecem, pois, expressamente que:
• Artigo 196 – a saúde é direito de todos e dever do Estado, que está obrigado a estabelecer 
políticas que assegurem a universalidade e a igualdade no acesso e que contemplem a prevenção, 
promoção, proteção e recuperação da saúde.
• Artigo 197 – prevê a responsabilidade do Estado na sua regulamentação, fiscalização e controle, 
mas prevê também a possibilidade de que a execução possa ser compartilhada com a iniciativa 
privada.
• Artigo 198 – determina a instituição de um sistema único para a administração das ações e 
serviços públicos de saúde, sistema este que será regionalizado e hierarquizado e determina suas 
diretrizes: descentralização, atendimento integral (com prioridade para a prevenção) e participação 
da comunidade.
19
POLÍTICAS DE SAÚDE
— Parágrafos 1º a 3º – tratam das fontes e regras de financiamento do “sistema único de saúde”.
— Parágrafos 4º a 6º – tratam das fontes e regras de financiamento do “sistema único de saúde”.
• Artigo 199 – prevê a possibilidade da atuação da iniciativa privada na saúde pública, segundo as 
condições que estabelece.
• Artigo 200 – nos seus incisos I a VIII enumera as competências do serviço único de saúde, e prevê 
também a possibilidade de que a lei estabeleça outras atribuições.
 Lembrete
Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, que 
consiste não apenas na ausência de doença ou de enfermidade.
1.3 Previdência Social
A Previdência Social – a segunda componente da Seguridade Social – foi contemplada pela CF com 
as seguintes disposições:
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados 
de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão 
de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, 
20
Unidade I
ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que 
prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados 
portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o 
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário 
mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de 
benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 20,de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, 
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade 
de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de 
previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o 
valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, 
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, 
se mulher; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
II – sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, 
se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais 
de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o 
pescador artesanal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão 
reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil 
e no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 
20, de 1998)
21
POLÍTICAS DE SAÚDE
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do 
tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, 
rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social 
se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. 
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser 
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo 
setor privado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados 
ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente 
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para 
atender os trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que 
se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua 
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-
lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário mínimo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 
deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais 
segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 47, de 2005)
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e 
organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência 
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o 
benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante 
de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso 
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições 
contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios 
das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho 
dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não 
integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
22
Unidade I
§ 3º É vedado o aporte de recursos à entidade de previdência privada pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades 
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese 
alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído 
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito 
Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades 
de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, 
enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e 
suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela 
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, 
no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias 
de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades 
fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 
20, de 1998)
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá 
os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades 
fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes 
nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto 
de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 
1998) (BRASIL, 1988).
1.4 Assistência Social
Finalmente, a CF, ao tratar da Assistência Social, a terceira componente da Seguridade Social, 
determinou:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária;
23
POLÍTICAS DE SAÚDE
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão 
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por 
cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda 
Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 
42, de 19.12.2003) (BRASIL, 1988).
É importante estabelecer a relação entre a Saúde Pública, a Previdência Social e a Assistência 
Social, enquanto mecanismos integrantes da Seguridade Social e inseri-las no contexto da CF, pois os 
funcionamentosdos correspondentes mecanismos de políticas públicas se darão exatamente com base 
nestas disposições constitucionais.
Assim, ao tratarmos das políticas de Saúde Pública, será sempre possível analisá-las sob a perspectiva 
das disposições constitucionais e inseri-las no conjunto das diretrizes que orientam a Seguridade Social. 
Nesse contexto, qualquer discussão acerca desse tema terá na CF os parâmetros e diretrizes a serem 
observados e seguidos.
Antes, entretanto, de tratar das Políticas Públicas de Saúde no Brasil, é oportuno fazer um breve 
histórico da Saúde Pública, da Previdência Social e da Assistência Social, para melhor entender o estágio 
de desenvolvimento em que o país se encontra.
24
Unidade I
 Observação
Dentre as iniciativas no âmbito da Assistência Social, o Bolsa Família é 
certamente um dos programas mais conhecidos.
1.5 Seguridade Social no Brasil – história
1.5.1 Saúde Pública
Desde o descobrimento do Brasil, passando pelo período colonial, pelo período imperial e pelo início 
da República, as ações em saúde pública eram realizadas de forma bastante desorganizada, seja pela 
centralização das decisões na Corte, pela grande extensão territorial, pelo atraso tecnológico ou pela 
falta de políticas efetivas, consistentes e coordenadas.
Quadro 1 
Períodos da história do Brasil
Ano Período
Antes de 1500 Pré-Descobrimento
1500 a 1822 Colônia
1822 a 1889 Império
Depois de 1889 República
1.5.2 Período Colonial
Em 1808, Dom João VI fundou na Bahia o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da 
cidade de Salvador. No mês de novembro do mesmo ano foi criada a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro, 
anexa ao Real Hospital Militar.
Até 1850 as atividades de Saúde Pública estavam limitadas:
• À delegação das atribuições sanitárias às juntas municipais.
• Ao controle de navios e saúde dos portos.
A carência de profissionais médicos no Brasil Colônia e no Brasil Império era enorme, por exemplo, 
no Rio de Janeiro, em 1789, só existiam quatro médicos exercendo a profissão (SALLES, 1971). Em outros 
estados brasileiros eram mesmo inexistentes.
Até a chegada da família real ao Brasil, em 1808, as medidas adotadas eram bastante incipientes, 
praticamente sem significativas repercussões na saúde pública da Colônia.
25
POLÍTICAS DE SAÚDE
Foi justamente em 1808 que se deu a criação da primeira organização nacional de Saúde Pública 
no Brasil: em 27 de fevereiro foi instaurado o cargo de Provedor-mor de Saúde da Corte e do Estado do 
Brasil (embrião do Serviço de Saúde dos Portos, com delegados nos estados).
Somente após a proclamação da Independência do Brasil (em 1822) foi promulgada, em 30 de 
agosto de 1828, a Lei de Municipalização dos Serviços de Saúde, com a criação das Juntas Municipais 
(com as funções antes exercidas pelo Físico-mor, pelo Cirurgião-mor e seus Delegados). No mesmo ano, 
ocorreu a criação da Inspeção de Saúde Pública do Porto do Rio de Janeiro.
No período imperial, que se seguiu à proclamação da Independência, são dignos de registros os 
seguintes eventos:
• 1837 – foi introduzida a vacinação compulsória contra a varíola nas crianças.
• 1846 – foi organizado o Instituto Vacínico do Império.
• 1878 – tornou-se obrigatória a desinfecção terminal dos casos de morte por doenças contagiosas.
É interessante observar que, de 1850 ao fim daquele século, em razão dos reflexos da revolução 
industrial inglesa no Brasil, motivados principalmente pelos interesses dos grandes cafeicultores, que 
começaram a investir no setor industrial, começaram as mudanças sociais, com reflexos na saúde 
pública: crescimento de centros urbanos, em razão do deslocamento da população rural, movidas pela 
expectativa de melhores condições de sobrevivência, gerando as condições propícias para o surgimento 
de graves surtos de doenças epidêmicas, como a tuberculose.
Assim, em 1878, tornou-se obrigatória a desinfecção terminal dos casos de morte por doenças 
contagiosas, a critério da autoridade sanitária e foi editado o Decreto n. 7.027, de 06/09/1878, que 
tratou de providências sobre a desinfecção das casas e estabelecimentos públicos ou particulares.
1.5.3 Início da República
Na passagem do século XIX para o XX dá-se paulatinamente a implantação da administração 
científica (utilização da estatística como instrumento de mensuração dos fenômenos sociais). Nesse 
período, as epidemias de doenças transmissíveis, em particular a febre amarela e a malária, produziram 
um impacto dramático de mortalidade nas cidades e nos principais canteiros de obras localizados nos 
países periféricos, causando prejuízo ao comércio e dificultando a expansão do capitalismo.
A solução adotada foi o incentivo público às pesquisas biomédicas, sobretudo àquelas dirigidas às 
doenças tropicais e à formação de equipes de trabalho organizadas em moldes militares, capazes de 
intervir com disciplina e eficácia quando necessário. Foram, então, criadas as campanhas sanitárias. O 
sucesso dessas campanhas sanitárias destacou-se tanto por seus resultados no controle de processos 
epidêmicos, como pelo exemplo de articulação entre o conhecimento científico, a competência técnica 
e a organização do processo de trabalho em saúde.
26
Unidade I
Quadro 2 
Presidentes do Brasil até 1964
1889-1891 – Mar. Deodoro da Fonseca
1891-1894 – Mar. Floriano Peixoto
1894-1898 – Prudente de Morais
1898-1902 – Campos Sales
1902-1906 – Rodrigues Alves
1906-1909 – Afonso Penna
1909-1910 – Nilo Peçanha
1910-1914 – Mar. Hermes da Fonseca
1914-1918 – Wenceslau Brás
1918-1919 – Delfim Moreira
1919-1922 – Epitácio Pessoa
1922-1926 – Arthur Bernardes
1926-1930 – Washington Luís
1930-1945 – Getúlio Vargas
1946-1951 – General Dutra
1951-1954 – Getúlio Vargas
1954-1955 – João Café Filho
1956-1961 – Juscelino Kubitschek
1961-1961 – Jânio Quadros
1961-1964 – João Goulart – Jango
No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico 
caracterizado pela presença de diversas doenças graves, como a varíola, a malária, a febre amarela e, 
posteriormente, a peste, o que acabou gerando sérias consequências tanto para saúde coletiva quanto 
para outros setores como o do comércio exterior, visto que os navios estrangeiros não mais queriam 
atracar no porto do Rio de Janeiro.
Ainda, nesse mesmo contexto, é criado, em 1900, o Instituto Soroterápico Federal, para fabricação 
de soros e vacinas contra a peste.
O Rio de Janeiro, no início do século XX, era conhecido como o “túmulo dos estrangeiros”. O presidente 
Rodrigues Alves, priorizando o saneamento e a reforma urbana, nomeou o engenheiro Pereira Passos 
para a Prefeitura e o sanitarista Oswaldo Cruz para a Diretoria-Geral de Saúde Pública (que hoje seria 
equivalente ao Ministério da Saúde), iniciando uma nova era para a higiene nacional, inclusive com a 
ampliação das atividades do Instituto Soroterápico Federal, que passou a se dedicar também à pesquisa 
básica e à qualificação de recursos humanos.
27
POLÍTICAS DE SAÚDE
 Observação
Oswaldo Cruz, bacteriologista formado no Instituto Pasteur, teve 
um importante papel na saúde do Brasil. Seu trabalho como sanitarista 
foi marcado pelas batalhas contra as doenças transmissíveis no início do 
século XX.
Nessa época, foram realizadas as memoráveis campanhas de saneamento, adotando métodos 
militares na sua execução, primeiramente contra a febre amarela, que, entre 1897 e 1906, matou quatro 
mil imigrantes.
A capital do Brasil (então o Rio de Janeiro) foi dividida em distritos sanitários, administrados por 
delegados de saúde, sendo implantada uma polícia sanitária, que adotava medidas rigorosas para o 
combate à febre amarela, multando e intimando proprietários de imóveis insalubres a demoli-los ou 
reformá-los.
As brigadas mata-mosquitos percorriam a cidade, limpando calhas e telhados, exigindo providências 
para proteção de caixas d’água, colocando petróleo em ralos e bueiros e acabando com depósitos de 
larvas e mosquitos. Oswaldo Cruz baseou o combateà febre amarela no êxito da campanha realizada 
pelos americanos em Havana e em algumas experiências realizadas no Brasil, que comprovavam o 
acerto da teoria do médico cubano Carlos Finlay, de que o transmissor da doença era um mosquito (o 
Aedes aegypti, na época conhecido como Stegomyia fasciata ou Culex aegypti). Em seguida, Oswaldo 
Cruz iniciou sua luta contra a peste bubônica. A campanha previa a notificação compulsória dos casos, 
isolamento e aplicação do soro fabricado em Manguinhos nos doentes, vacinação nas áreas mais 
problemáticas, como a zona portuária, bem como desratização da cidade. Com a percepção de que havia 
relação entre as doenças, os ratos e os mosquitos, foi tomada a decisão de pagar por roedor capturado. 
Surgiram, assim, os inúmeros compradores de “gabirus”, que percorriam a cidade, o que só agravou a 
situação. Mas, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, 
hospedeiros das pulgas que transmitiam a doença.
Ainda em 1904, foi instituída a Reforma Oswaldo Cruz, com a criação do Serviço de Profilaxia da 
Febre Amarela e a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção (com responsabilidade de combate à malária 
e à peste no Rio de Janeiro).
Assim, tornou-se obrigatória, em toda a República, a vacinação e a revacinação contra a varíola. Foi, 
também, criada a Diretoria-Geral de Saúde Pública (para atender aos problemas de saúde da capital do 
país e prosseguir na defesa sanitária dos portos brasileiros).
Nesse mesmo ano, uma epidemia de varíola assolou a capital, e somente nos cinco primeiros meses 
1.800 pessoas foram internadas no Hospital São Sebastião, pois, embora uma lei prevendo imunização 
compulsória das crianças contra a doença estivesse em vigor desde 1837, ela nunca fora cumprida.
28
Unidade I
Foi ainda naquele ano (em 13 de novembro) que eclodiu a Revolta da Vacina, mas os fatos que 
deram origem àquele triste evento começaram a ocorrer meses antes: em 29 de junho, o Governo 
enviou ao Congresso projeto reinstaurando a obrigatoriedade de vacinação antivariólica, com a previsão 
de vacinação antes dos seis meses de idade e para todos os militares, revacinação de sete em sete 
anos e exigência de atestado de imunização para candidatos a quaisquer cargos ou funções públicas, 
para quem quisesse se casar, viajar ou matricular-se numa escola; foram também outorgados à polícia 
sanitária poderes para convocar todos os moradores de uma área de foco a se imunizarem; e, quem se 
recusasse, seria submetido à observação médica em local apropriado, pagando as despesas de estadia; o 
projeto estipulava ainda punições e multas para médicos que emitissem atestados falsos de vacinação 
e revacinação e obrigava os diretores de colégios a obedecerem às disposições sobre imunização dos 
estudantes e instituía a comunicação de todos os registros de nascimento.
Ocorreu que essas medidas enfrentaram grande resistência da população, oposição esta que era 
estimulada pelos jornais, sendo, até mesmo, organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. E, como 
resultado da Revolta da Vacina, a população se levantou contra o governo e ocorreram choques com a 
polícia, greves, barricadas, quebra-quebra, tiroteios nas ruas, levando, inclusive à decretação do estado 
de sítio.
Apenas no dia 16 o Governo Federal conseguiu derrotar a Revolta, mas suspendeu a obrigatoriedade 
da vacina.
 Lembrete
Em 1904, o presidente Rodrigues Alves determina a vacinação contra 
varíola como obrigatória. As manifestações populares contrárias e os 
conflitos com as autoridades sanitárias ficaram conhecidos como a Revolta 
da Vacina.
Em 1907 deu-se a criação do Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos (atual Instituto 
Oswaldo Cruz), sendo estabelecidas normas e estratégias para o controle dos mosquitos, vetores da 
febre amarela.
Nesse mesmo ano a febre amarela foi erradicada do Rio de Janeiro e Oswaldo Cruz recebeu, 
em setembro, a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro no IV Congresso 
Internacional de Higiene e Demografia de Berlim.
No ano seguinte (em 1908), entretanto, uma violenta epidemia de varíola levou a população 
em massa aos postos de vacinação. Nesse mesmo ano, Oswaldo Cruz reformou o Código Sanitário e 
reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do País.
Em 1909, Oswaldo Cruz deixou a Diretoria-Geral de Saúde Pública, passando a dedicar-se apenas 
ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Nesse ano, também foi erradicada 
a febre amarela no Pará e realizada a campanha de saneamento na Amazônia, que permitiu o término 
29
POLÍTICAS DE SAÚDE
das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande 
número de mortes entre os operários, tendo sido determinadas as seguintes medidas profiláticas e 
preventivas: exame médico minucioso e fornecimento de quinino durante a viagem; exames periódicos 
nos empregados; fornecimento diário de quinino; desconto dos dias em que o trabalhador não ingerisse 
o medicamento e gratificação para o operário que passasse três meses sem sofrer nenhum acesso de 
malária; recomendou-se a construção de galpões telados para alojamento do pessoal, fornecimento de 
água fervida; uso de calçados e locais determinados para a defecação.
Ainda em 1909, Carlos Chagas descobriu a doença provocada pelo Tripanosoma cruzi, que, então, 
passou a se chamar doença de Chagas.
Em 14 de fevereiro de 1917, Carlos Chagas assumiu a direção do Instituto Oswaldo Cruz.
No ano seguinte foram criados dois órgãos de saúde pública de relevância:
• O Serviço da Quinina Oficial (profilático da malária).
• O Serviço de Profilaxia Rural, subordinado à Inspetoria de Serviços de Profilaxia.
Em 1920, Carlos Chagas reorganiza os Serviços de Saúde Pública, com a criação do Departamento 
Nacional de Saúde Pública e é editado o Decreto n. 3.987, de 02/01/1920. Nesse ano ocorre, também, a 
aprovação do regulamento para o Departamento Nacional de Saúde Pública.
Finalmente, em 1921, foi instituída a Reforma Carlos Chagas, que ampliou as atividades de cooperação 
com estados, por meio da Diretoria de Saneamento e da Profilaxia Rural.
 Observação
Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, 1879-1934, brasileiro de Minas Gerais, 
foi um importante médico sanitarista atuante no combate à malária e a 
outras doenças tropicais.
Entretanto, somente a partir da década de 1930 foram adotadas as primeiras tentativas de 
organização e implantação de medidas na área da saúde pública, com alguma eficácia, como a criação 
de diversos órgãos, visando basicamente à prevenção e ao controle de doenças. Mas, ainda nesse período, 
especialmente a implantação da saúde preventiva enfrentou grandes dificuldades pelas seguintes razões:
• O limitado desenvolvimento científico, tecnológico e industrial.
• Expansão da assistência médica vinculada à lógica de mercado.
• Processo (lento) de formação de uma consciência dos direitos de cidadania.
30
Unidade I
É criado, em 1930, o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública, tendo sido os serviços 
relacionados com a saúde pública transferidos para o novo Ministério e reativado o Serviço de Profilaxia 
de Febre Amarela, em virtude da epidemia de 1927-1928, no Rio de Janeiro, e da dispersão do mosquito 
transmissor.
O médico-sanitarista João de Barros Barreto assumiu, em 1931, a diretoria do Serviço Sanitário 
Estadual de São Paulo, em cuja gestão foi formada a Secretaria Estadual de Educação e Saúde Pública.
Dá-se, em 1932, a instituição do ensino e a pesquisa científica no campo da administração, com a 
formação do Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort).
Em 1936, uma comissão chefiada por Evandro Chagas chegou ao Pará com uma equipe de médicos 
e farmacêuticos, tendo constatado que a Amazônia era um campo vasto para pesquisa nas áreas médica 
e científica. Sugeriu, então, a criação de um instituto de pesquisa para ampliar os estudos de doenças 
regionais, como malária, leishmaniose, filariose, do que resultoua criação, em 11 de novembro, do 
Instituto de Patologia Experimental do Norte (Ipen), atual Instituto Evandro Chagas (IEC).
A Reforma Barros Barreto instituiu-se em 1941, e se destacam as seguintes ações:
• Instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a assistência sanitária e hospitalar.
• Inauguração de órgãos executivos de ação direta contra as endemias mais importantes (malária, 
febre amarela, peste).
• Fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz, como referência nacional.
• Descentralização das atividades normativas e executivas por oito regiões sanitárias.
• Destaque aos programas de abastecimento de água e construção de esgotos, no âmbito da 
saúde pública.
• Atenção aos problemas das doenças degenerativas e mentais com a criação de serviços 
especializados de âmbito nacional (Instituto Nacional do Câncer).
Nos anos que se seguem são dignos de nota os seguintes eventos:
1942
• Autorização do então Ministério da Educação e Saúde a organizar o Serviço Especial de Saúde 
Pública (Sesp), em cooperação com o Institute of Interamerican Affairs, do governo americano.
• Assinatura do convênio básico, que estabelecia o desenvolvimento de atividades de saneamento, 
profilaxia da malária e assistência médico-sanitária às populações da Amazônia, onde se extraía a 
borracha necessária ao esforço de guerra.
• Realização da I Conferência Nacional de Saúde.
31
POLÍTICAS DE SAÚDE
1943
• Criação da Campanha Contra a Bouba e implantação dos Postos Experimentais de Combate à 
Esquistossomose (Catende/PE) e ao Tracoma (Jacarezinho/PR).
1944
• Formação do Serviço Nacional de Helmintoses (em especial a esquistossomose e a ancilostomose).
1948
• Instalado o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz, em Bambuí/MG, que desenvolveu os 
primeiros estudos para o controle da doença de Chagas e criação do primeiro Conselho de Saúde 
(considerado por William Wech o marco inicial da Saúde Pública moderna).
1953
• É inaugurado o Ministério da Saúde, regulamentado pelo Decreto n. 34.596, de 16 de novembro de 1953.
• Foi instituída a obrigatoriedade da iodação do sal de cozinha destinado a consumo alimentar nas 
regiões bocígenas do País.
1954
• É editada a Lei n. 2.312, de 03/09/1954, que estabeleceu normas gerais sobre a defesa e proteção 
da saúde.
Somente a partir da década de 1960 é que realmente começaram a ser implantadas normas, que, destinadas 
a acompanhar o aumento da produção e do consumo de bens e serviços, tiveram repercussões na área da saúde 
pública, como a regulamentação da iodação do sal e das águas de consumo humano e a reforma do laboratório 
de análises, com a criação do Instituo Nacional de Controle da Qualidade em Saúde (INCQS), estimulado pela 
implantação do Programa Nacional de Imunização, com o controle sanitário das vacinas.
Medidas adotadas nos anos seguintes:
1961
• Início da produção, no Brasil, da vacina liofilizada contra a varíola, em substituição à tradicional, 
que era pouco estável, por ser fabricada em forma de linfa.
• Realização das primeiras campanhas com a vacina oral contra a poliomielite: projetos experimentais 
em Petrópolis/RJ e Santo André/SP.
• Introdução da técnica de diagnóstico laboratorial da poliomielite, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC).
32
Unidade I
• Regulamentação do Código Nacional de Saúde, Lei n. 2.312, de 03/09/1954, estabelecendo as 
Normas Gerais sobre Defesa e Proteção da Saúde.
1962
• É instituída Campanha Nacional contra a Varíola, coordenada pelo Departamento Nacional de 
Saúde, com a organização de operações de vacinação em diversos estados, mediante mobilização 
de recursos locais.
• Primeiro ensaio para administração da vacina BCG Intradérmica, no Brasil.
Cenário político
A partir de 1961 o presidente João Goulart (Jango) desenvolveu uma política externa 
independente do apoio das superpotências da Guerra Fria. Jango fortaleceu os movimentos 
sindicais, estudantis, camponeses e populares. Além desses fatos, o então presidente 
promoveu uma aproximação política entre o Brasil e a União Soviética, o que desencadeou 
atritos com as lideranças políticas, econômicas e militares do Brasil.
Havia uma preocupação crescente em relação à proliferação dos regimes comunista e 
socialista no mundo, especialmente na América Latina, o que punha em risco os interesses 
e a hegemonia do capitalismo, especialmente do americano nesta região.
Foi exatamente neste contexto que as Forças Armadas brasileiras articularam e 
executaram um golpe de estado em 31 de março de 1964 e instalaram um regime militar, 
com o aval dos Estados Unidos (um processo que se repetiu na maioria dos países da América 
Latina, configurando um ciclo de ditaduras militares em toda a região).
O regime militar, instaurado em 1964, contava com suportes políticos extremamente 
fortes. A maioria da burguesia defendia a internacionalização da economia e das finanças 
brasileiras, ampliando o processo que era ainda obstaculizado, segundo os capitalistas, 
pela proposta populista de fortalecimento das empresas estatais e de economia mista pelo 
governo João Goulart.
Houve o fortalecimento do executivo e o esvaziamento do legislativo e foram editados 
Atos Institucionais (principalmente o de n. 5, de 1968), que limitavam as liberdades 
individuais e constitucionais.
O êxito da atuação do Executivo justificava-se, na área econômica, com o chamado 
milagre econômico brasileiro, movido a capital estrangeiro.
O longo programa ideológico do movimento foi acionado com a retirada dos estudantes, 
especialmente os de nível universitário, de qualquer autonomia representativa e mantendo-os 
afastados de uma participação ativa nas transformações políticas. Posteriormente, o processo 
33
POLÍTICAS DE SAÚDE
prosseguiria com o afastamento de professores; e, a partir de 1969, com a repressão brutal das 
manifestações estudantis, articuladas ou não a organizações políticas clandestinas.
O enquadramento ideológico completou-se pelo esvaziamento dos estudos sociais, 
negando-se reconhecimento à profissão de sociólogo e pela instauração de novas disciplinas 
curriculares, com claro viés fascista e missionário: Educação Moral e Cívica e Organização 
Social e Política Brasileira (OSPB); e, no âmbito do ensino superior, com o Estudo de 
Problemas Brasileiros (EPB).
O regime militar, que se instalou a partir de 1964, de caráter ditatorial e repressivo, 
procurou utilizar-se de forças policiais e do Exército e dos atos de exceção para se impor.
 
 Observação
A Guerra Fria foi um conflito no campo ideológico, não ocorrendo um 
embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS, logo após 
a Segunda Guerra Mundial.
Milagre econômico brasileiro foi o período da história do Brasil, entre os 
anos de 1969 e 1973, marcado por forte crescimento da economia. Nessa 
época o Brasil era uma Ditadura Militar.
Neste período, no campo da organização da saúde pública no Brasil, foram desenvolvidas as 
seguintes ações:
1967
• Promulgação do Decreto-Lei 200/1967, estabelecendo as competências do Ministério da Saúde:
— Formulação e coordenação da Política Nacional de Saúde.
— Responsabilidade pelas atividades médicas ambulatoriais e ações preventivas em geral.
— Controle de drogas e medicamentos e alimentos.
— Pesquisa médico-sanitária.
1970
• Criação da Sucam (Superintendência de Campanhas da Saúde Pública), com a atribuição de 
executar as atividades de erradicação e controle de endemias, sucedendo o Departamento 
Nacional de Endemias Rurais (DNERu) e a campanha de erradicação da malária.
34
Unidade I
1975
• Instituição, ainda no papel, do Sistema Nacional de Saúde, que estabelecia de forma sistemática 
o campo de ação na área de saúde, dos setores públicos e privados, para o desenvolvimento das 
atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde. O documento reconhece e oficializa 
a dicotomia da questão da saúde, afirmando que a medicina curativa seria de competência do 
Ministério da Previdência, e a medicina preventiva de responsabilidadedo Ministério da Saúde. 
No entanto, o Governo Federal destinou poucos recursos ao Ministério da Saúde, que foi incapaz 
de desenvolver as ações de saúde pública propostas, o que significou, na prática, uma clara opção 
pela medicina curativa, que era mais cara e que, no entanto, contava com recursos garantidos 
através da contribuição dos trabalhadores para o INPS.
 Observação
Medicina curativa atua quando a doença já se instalou no paciente, 
devendo ser tratada a partir de então. A saúde é entendida primordialmente 
como ausência de doença.
Assim, o Ministério da Saúde tornou-se muito mais um órgão burocrato-normativo do que um 
órgão executivo de política de saúde.
Tendo como referência as recomendações internacionais e a necessidade de expandir cobertura, 
iniciou-se, em 1976, o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), que, 
concebido na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, constituiu o primeiro programa 
de medicina simplificada do nível federal e permitiu a entrada de técnicos provenientes do movimento 
sanitário no interior do aparelho de Estado. O programa foi estendido a todo o território nacional, o que 
resultou numa grande expansão da rede ambulatorial pública.
De qualquer forma, o modelo econômico implantado pela ditadura militar entra em crise, basicamente 
por duas razões:
• Período de crise internacional, pelo qual passou o capitalismo.
• Diminuição do fluxo de capital estrangeiro para mover a economia nacional, logo, o País diminuiu 
o ritmo de crescimento, que deixou de ser sustentável.
A ideia de que era preciso fazer “crescer o bolo” (a economia) para depois redistribuí-lo para a população 
não se confirmou no plano social: os pobres ficaram mais pobres e os ricos mais ricos, sendo o Brasil um 
dos países que apresentam um dos maiores índices de concentração de renda em nível mundial.
A população, com baixos salários, contidos pela política econômica e pela repressão, passou a 
conviver com o desemprego e as suas graves consequências sociais, como aumento da marginalidade, 
das favelas e da mortalidade infantil.
35
POLÍTICAS DE SAÚDE
É exatamente nesse contexto que o modelo de saúde começou a mostrar as suas mazelas:
• Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto revelou-se incapaz de solucionar os 
principais problemas de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias, e os indicadores de 
saúde (mortalidade infantil, por exemplo).
• Passou-se a registrar a ocorrência de aumentos constantes dos custos da medicina curativa, 
centrada na atenção médico-hospitalar de complexidade crescente.
• Houve a diminuição do crescimento econômico com a respectiva repercussão na arrecadação do 
sistema previdenciário, reduzindo as suas receitas.
• Revelou-se, também, a incapacidade do sistema em atender a uma população cada vez maior de 
marginalizados, que, sem carteira assinada e contribuição previdenciária, foram excluídos do sistema.
• A esse quadro, acrescentam-se os desvios de verba do sistema previdenciário para cobrir despesas 
de outros setores e para realização de obras por parte do Governo Federal.
• Finalmente, todo esse quadro de crise foi agravado pelo não repasse da União de recursos do 
Tesouro Nacional para o sistema previdenciário, assumindo, assim, a condição de inadimplente no 
custeio tripartite do sistema (empregador, empregado e União).
Assim, o modelo entrou em crise, principalmente pelas seguintes razões:
• Escassez de recursos para a sua manutenção.
• Aumento dos custos operacionais.
• Descrédito social em resolver a agenda da saúde.
Alguns eventos relevantes desse período:
1965
• Instituição da Campanha de Erradicação da Malária e da Campanha de Erradicação da Varíola.
1969
• O Sesp passou a denominar-se Fundação de Serviços de Saúde Pública FSESP e organizou o 
sistema de notificação de algumas doenças transmissíveis, prioritariamente, aquelas passíveis de 
controle por meio de programas de vacinação, além de criar o Boletim Epidemiológico.
• Foi realizada a reorganização administrativa do Ministério da Saúde em 1970, criando-se a 
Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), subordinada à Secretaria de Saúde 
Pública e incorporando o DNERu, a CEM e a CEV.
36
Unidade I
• Deu-se a criação da Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística da Saúde (DNEES), no 
Departamento de Profilaxia e Controle de Doenças.
• Instalação das unidades de Vigilância Epidemiológica da Varíola, em âmbito federal.
• Foi instituída a Fundação Oswaldo Cruz, congregando inicialmente o então Instituto Oswaldo 
Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde, posteriormente Escola Nacional de Saúde 
Pública (ENSP) e o Instituto Fernandes Figueira (as demais unidades que hoje compõem a Fiocruz 
foram incorporadas ao longo dos anos).
1971
• Instituição do Plano Nacional de Controle da Poliomielite.
• Criação da Central de Medicamentos (Ceme).
• Início da organização do sistema de produção e distribuição de medicamentos essenciais, inclusive 
produtos imunobiológicos.
1975
• Realização da Campanha Nacional de Vacinação contra a meningite meningocócica.
• Início da implantação do sistema nacional de registro de doses de vacinas aplicadas.
1976
• Regulamentação da Lei n. 6.259/75, que dispôs sobre a organização das Ações de Vigilância 
Epidemiológica, o Programa Nacional de Imunizações e estabeleceu normas relativas à notificação 
compulsória de doenças.
• Implantação do Sistema de Informações sobre Mortalidade.
• Estabelecimento das doenças de notificação compulsória.
• Implantação do sistema nacional de vigilância de casos suspeitos de poliomielite.
• Criação da Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde (SNABS) e a Secretaria Nacional de 
Programas Especiais de Saúde (SNPES).
• Realização da Campanha de Vacinação Contra a meningite meningocócica (Sucam e FSESP).
1977
• São registradas as últimas ocorrências de casos de varíola no mundo.
• São definidas as vacinas obrigatórias para os menores de um ano, em todo território nacional.
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POLÍTICAS DE SAÚDE
1979
• Certificação, pela OMS, da erradicação global da varíola.
• Implantação, pela Fiocruz, do concentrado viral para diluição da vacina contra sarampo.
1980
• Extinção da obrigatoriedade da vacinação contra a varíola.
• No mesmo ano, é lançamento do Plano de Ação Contra a Poliomielite, estabelecendo os dias 
nacionais de vacinação e demonstração do impacto epidemiológico dos dias nacionais de 
vacinação contra a poliomielite realizados em 14 de junho e 16 de agosto, pela drástica redução 
da incidência da doença, em todas as regiões do País.
1981
• Execução do Plano de Ação Contra o Sarampo, por intermédio de campanhas estaduais de vacinação.
• Inauguração do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fiocruz.
• Para tentar conter custos e combater fraudes, o governo criou o Conselho Consultivo de 
Administração da Saúde Previdenciária – Conasp (ligado ao Inamps), e que passa a absorver em 
postos de importância alguns técnicos ligados ao movimento sanitário, o que permitiu dar início 
à ruptura, por dentro, da dominância dos anéis burocráticos previdenciários.
Com a adoção da nova estratégia, inicia-se uma fiscalização mais rigorosa da prestação de contas dos 
prestadores de serviços credenciados, combatendo-se as fraudes. O plano propõe, também, a reversão 
gradual do modelo médico-assistencial, visando:
• Aumento da produtividade do sistema.
• Melhoria da qualidade da atenção.
• Equalização dos serviços prestados às populações urbanas e rurais.
• Eliminação da capacidade ociosa do setor público.
• Hierarquização.
• Criação do domicílio sanitário.
• Montagem de um sistema de auditoria médico-assistencial.
• Revisão dos mecanismos de financiamento do FAS.
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Unidade I
O Conasp encontrou oposição da Federação Brasileira de Hospitais e de Medicina de Grupo, que viam 
nessa tentativa a perda da sua hegemonia dentro do sistema e a perda do seu status. Para se mencionar

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