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CLODOMIR BARROS PEREIRA JUNIOR A CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL EM SÍTIO URBANO DO PATRIMÔNIO CULTURAL ESTUDO DE CASO : SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA UFPE - DAU - CECI JANEIRO/2001 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÕES DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL 4º CURSO DE CONSERVAÇÃO INTEGRADA URBANA E TERRITORIAL A CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL EM SÍTIO URBANO DO PATRIMÔNIO CULTURAL OBJETO DE ESTUDO : SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA CLODOMIR BARROS PEREIRA JUNIOR Monografia apresentada ao CECI - Centro de Conservação Integrada Urbana e Territorial, sob orientação da Prof Dra. Ana Rita Sá Carneiro, para a obtenção do grau de Especialista em Conservação Integrada Urbana e Territorial 3 Recife - PE 2001 A CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL EM SÍTIO URBANO DO PATRIMÔNIO CULTURA ESTUDO DE CASO : SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA CLODOMIR BARROS PEREIRA JUNIOR Aprovado em: / / BANCA EXAMINADORA : ----------------------------------------------------------- ANA RITA DE SÁ CARNEIRO Doutora pela Oxford Brookes University ------------------------------------------------------------ 4 A Deus, Sobre Todas as coisas A Meus Pais, Meus avós Minha Esposa, Minha filha, 5 Carta de Doação de 12 de Março de 1537 " Duarte Coelho, fidalgo daCasa de El- rei Nosso Senhor , capitão e governador destas terras da Nova Luzitânia por El rei Nosso Senhor, etc " ... ( § 1º ) No ano de 1537 deu e doou o Sr. Governador a esta sua vila de Olinda, para seu serviço e de todo o seu povo, moradores e povoadores, as coisas seguintes:... " E assim hei por bem de lhe dar e confirmar para sempre e mando que todo o povo se sirva e logre dos ditos matos , lenhas e madeiras para casas tirando fazer roças, que não farão, e assim árvores de palmo e meio de testa e daí para riba não cortarão sem minha licença ou dos meus oficiais, que por mim o cargo tiverem, porque as tais árvores são para outras cousas de maior sustância em especial, sob pena posta em meu regimento, e assim resguardarão todas as madeiras e matos que estão ao redor dos ribeiros e fontes." 6 AGRADECIMENTOS Agradecemos a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente para a elaboração desta monografia, e de modo especial: À Professora Ana Rita de Sá Carneiro, pelas orientações Aos Professores da Pós graduação em paisagismo Willams Souza, José Fernando e Ricardo Martins Aos professores da Graduação pelos primeiros ensinamentos na área : Prof Ana Maria ( paisagismo), Prof. Tavares ( madeira) e Prof. Osvaldo Lima ( botânica) . A todos os professores e amigos do CECI, pelas diversas contribuições dadas na elaboração do trabalho. A todos os professores que contribuíram na minha formação. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figuras: 01- mapa de Olinda ....................................................................................1630 02- Paisagem de Olinda , vista do Mosteiro de São Bento....................... 1990 03- Paisagem de Olinda , Vista do Horto Del Rey......................................1990 04 - Paisagem de Olinda , vista da antiga várzea, mangues e restingas..1990 05 - Mapa do Polígono de Tombamento.....................................................1992 06 - Litografia , Colheita de cajus pelos índios caétes...........................Sec XVI 07- Mapa do Brasil, capitanias hereditárias...............................................1530 08 - Gravura , Derrubada do Pau Brasil .................................................Séc XVI 09- Gravura, batalha entre Índios Caétes e Colonos de Olinda................1558 10- Mapa de Olinda Civitas.........................................................................1551 11- Gravura de Olinda...........................................................................Séc XVII 12 - Gravura de Olinda, produção de Açúcar.........................................Séc XVI 13 - Paisagem de Olinda , .....................................................................Séc XVII 14 - Gravura Franz Post , Olinda , vista sentido Norte/sul.........................1631 15- Gravura, vista porto de Olinda..............................................................1631 16 - Paisagem de Olinda ......................................................................Séc XVIII 17- Destruição do Patrimônio Natural, erosão...........................................2000 18- Extrapolação da Capacidade de Carga, Carnaval..............................1999 19- Paisagem, Patrimônio Ambiental , Natural e Construído...............Séc XX 20- Paisagem, Patrimônio Ambiental , Natural e Construído...............Séc XX 8 SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO 2.0 O PLANO DE GESTÃO E A CONSERVAÇÃO INTEGRADA 2.1 A IMPORTÂNCIA DA COBERTURA VEGETAL NO PLANO DE GESTÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS 3.0 O SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA 3.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS 3.2 PROBLEMATIZAÇÃO 3.3 POTENCIALIDADES 4.0 A CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NA GESTÃO DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA 4.1 PROJETOS E AÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA 4.2 GERENCIAMENTO E MANUTENÇÃO AMBIENTAL 5.0 CONCLUSÕES 6.0 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9 l. INTRODUÇÃO Preservar o nosso patrimônio cultural , seja ele construído , natural, tangível ou intangível transforma-se, para quem trabalha na área, em uma árdua tarefa, uma abnegação, um sarcedócio. Nossos bens culturais estão pouco a pouco perdendo-se, degradando-se e descaracterizando-se. Nossos Centros Históricos Urbanos , berço da nossa história e civilização, museu vivo da nação agonizam e tendem a desaparecer paulatinamente, em conseqüência da pressão social, da falta de recursos para investimentos, falta de sensibilidade dos governantes, ausência de consciência e cidadania, educação patrimonial e ambiental dos moradores e usuários desses núcleos. Para minimizar os efeitos da dinâmica urbana das cidades, causadas pelo aumento dos novos bens e serviços, novos processos tecnológicos, aumento da densidade demográfica, com altas taxas de natalidade, degradação ambiental, tais como: poluição do ar pela emissão de gases das chaminés das fabricas e canos de scapes de veículos, poluição das águas com lançamento de dejetos e cargas orgânicas nos afluentes, além do assoreamento do leito, poluição do solo pela percolação de metais pesados provenientes da mineração e decomposição dos resíduos sólidos, somados ao colapso no sistema de infra estrutura urbana, extrapolando sua capacidade de carga, se faz necessário cada vez mais a gestão da conservação desses núcleos através de mecanismos e instrumentos eficientes e eficazes para combatermos a problemática urbana atual e os seus efeitos predadores. O novo modelo de planejamento dessas áreas está baseado na carta de Amsterdã de 1975, que recomenda para o enfrentamento de tais problemas nos nossos núcleos históricos, a gestão da conservação integrada urbana e territorial. Essa gestão do patrimônio ambiental construído e natural deve compatibilizar as políticasambientais e socio-culturais com os interesse públicos e privados , através de uma política de conservação integrada , permitindo o desenvolvimento sustentável , com a garantia de preservar esse patrimônio cultural ambiental e construído para as futuras gerações . O controle dos problemas, das ações, das gestões técnicas , e administrativas sobre essas áreas especiais é atribuição legal e constitucional do poder público que tem a tarefa de promover essa gestão da conservação deste patrimônio natural e 10 cultural. Porém para cumprir essa árdua tarefa com sucesso é essencial a participação da população nas fases de elaboração de programas, projetos e planos , implementação , controle e monitoramento da ações de conservação de modo que permita o constante registro e avaliação de todas as etapas do processo. O objetivo desta monografia é analisar o sítio histórico de Olinda no que tange a sua Cobertura Vegetal , e propor um plano de gestão, baseado no processo de planejamento da conservação integrada, que visa orientar o planejamento de ações que busquem o desenvolvimento econômico do Sítio Histórico de Olinda fundamentado nos princípios da sustentabilidade incluso na Agenda 21 ( ECO 92 ), frisando a importância da vegetação no equilíbrio do meio ambiente e na paisagem do Sítio Urbano do Patrimônio Cultural Este trabalho oferece assim, conhecimentos básicos sobre a conservação da Cobertura Vegetal nos núcleos urbanos históricos , embasando futuras pesquisas, relacionadas a utilização, manejo e conservação dessas áreas. 11 2.0 O PLANO DE GESTÃO E A CONSERVAÇÃO INTEGRADA A cidade torna-se, cada vez mais, o habitat do homem , inclusive no Brasil, onde 78% da população é urbana. Este fato aumenta a responsabilidade de todos que, por razões profissionais ou exercício da função pública, tem que intervir no espaço urbano. (MOURTHÉ, 1998,p.36) A falta de um planejamento urbano, coadunado com a falta de uma política ambiental gera megalopolis inabitáveis , onde o crescimento populacional e desordenado ocasiona uma ocupação inadequada do espaço urbano, contribuindo para a devastação de grandes áreas verdes. " A conseqüência da falta desta política urbana e ambiental , é uma população marginalizada, que vive em condições precárias em locais sem o mínimo de salubridade, provocando o desequilíbrio total dos recursos naturais, que são elementos essenciais do meio ambiente necessário a vida do homem, ou seja ao metabolismo do seu organismo; alimentos fornecidos pelas plantas, pelos animais, água e ar, que com o passar dos anos tornam-se inexistentes . (TRICART, 1977) A produção do espaço urbano, da-se geralmente de uma forma regular e coerente. Ao espaço são adicionados infra-estrutura básica, equipamentos urbanos, edificações, sistema viário, formando núcleos que juntamente com a existência ou não de amenidades, compõem o valor da terra. Este fato relacionado a escassez de terras urbanizadas, pode ser constatada na paisagem urbana atual em nossa volta, a população de poder aquisitivo mais baixo, não tem condições de adquirir um lote urbanizado, somando a isso a inexistência de programas que visem a distribuição gratuita de lotes, gerando assim, a ocupação desordenada dos solos urbanos. " A conseqüência desta prática inadequada, unida a desinformação da população, provoca inúmeros danos a natureza ( RESENDE,1982). Estes danos vão desde o desmatamento, a ocupação desordenada do solo, gerando estabelecimentos irregulares, a poluição dos recursos naturais. Em se tratando de áreas urbanas já existentes é de suma importância considerar o traçado antigo e o arranjo dos espaços públicos, considerar as especificidades sociais e culturais do lugar. "É na cidade que a vida acontece. É neste espaço privilegiado que cada ser humano se relaciona, interage e se expressa como sujeito. Nesse sentido, a cidade , é a expressão física das relações humanas que uma dada sociedade estabelece. ( LEITÃO, 1996). 12 "Nas relações entre o homem e a natureza deve-se levar em conta o caráter dialético das mesmas; o homem atua sobre o meio ambiente com uma maior capacidade de modificá-lo ou não conforme as disponibilidades do capital - dinheiro e do conhecimento tecnológico que possui." ( ANDRADE, 1982 ). O espaço livre público ou privado , não pode ser considerado um vazio, uma sobra de terreno, que deve ser organizado por último, ou deixado ao esquecimento, Esses espaços tem que estar unidos, coesos, a formação do conjunto do tecido urbano: construções, espaços livres públicos e privados, sistema viário , intercalados por arranjos paisagísticos. A conservação destes espaços é primordial, tanto para a geração presente , quanto para as futuras gerações, se faz necessário o conhecimento dos princípios de sustentabilidade, a importância dos valores e significados da riqueza ambiental e cultural , como fundamentais para a vida coletiva. A sociedade que não tem memória, esquece a verdade de si mesma, não tem história, nem consciência do seu patrimônio. Assim , o resultado seria a inexistência da identidade cultural e a pouca afetividade ao lugar. Um patrimônio conservado , promove a imagem do lugar, resgata valores e proporciona condições para a interação dos indivíduos, fatos que geram melhorias na qualidade de vida e perspectivas de futuro mais positivas. A reabilitação dos centros históricos , em particular de seus espaços públicos , de sua paisagem, implica na recuperação do seu patrimônio natural, de sua Cobertura vegetal, como parte da cultura e especificidades locais. Tais considerações estão inseridas no novo conceito de Conservação Integrada Urbana e Territorial, que refere- se a um conjunto de planejamento e ações de gestão de áreas urbanas existentes com o objetivo de garantir o desenvolvimento sustentável pela manutenção das estruturas físicas e sociais, integrando-os com novos usos e funções. Essas preocupações surgiram , com a crise do petróleo em 1972, e já em 1975 com a Carta de Amsterdã , surge também a preocupação com a sustentabilidade dos sítios históricos." A conservação dos conjuntos deve estar inserida em uma perspectiva global, a conservação integrada conclama a responsabilidade dos poderes locais e apela para a participação do cidadão". Na ECO 92, na Carta do Rio, as Nações Unidas reafirmam a preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento: que se respeitem os interesses de todos e se proteja a integridade do sistema ambiental e desenvolvimento mundial, reconhecendo 13 a natureza integral e interdependente da terra, nossa morada, onde como princípio 1º proclama que: " Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Tem direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com a natureza". "O respeito a esses princípios obriga a introdução de ritmos de crescimento compatíveis com a capacidade de sustentação dos ecossistemas envolvidos, urbanos e rurais, sejam naturais ou modificados., particularmente considerando as relações das cidades entre si e delas com os sistemas naturais remanescentes, numa perspectiva de globalização." (RIBEIRO,1998). O Meio Ambiente no Brasil, tornou-se objeto de proteção Integral, por força da Lei n.º 6.938, de 31.08.81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente com a criação de instrumentos jurídicos d defesa, órgãos encarregados de ações destinadas a evitar a degradação ambiental. E em 1988 na Carta Magna, erigiu-o ao patamar de direito fundamental do Homem (art, 225). O Desenvolvimento Sustentável Urbano, passa pela compreensão do Meio Ambiente e pela compreensão ecológica da cidade, pela abordagem da conservação Integrada, como centro da produção humana, econômica e cultural. A cobertura Vegetal do sítio é importante,pois faz parte da paisagem, um dos fatores indispensáveis ao tombamento como cidade ecológica em 1980 e cidade patrimônio cultural da humanidade em 1982. A vegetação do sítio diluída nos espaços livres públicos e privados é responsável pelo clima ameno que envolve o sítio histórico o diferenciando em temperatura de um a dois graus centígrados mais baixo do que outras áreas da cidade, a estruturação do solo das colinas históricas, o regime de ventos , a maior precipitação pluviométrica, a oxigenação e a grande 'variedade de aves que permeiam o Sítio. Nos últimos 40 anos as cidades triplicaram suas populações crescendo em teias cada vez mais complexas, as quais continuam despreparadas para enfrentar a grande quantidade de problemas de infra-estruturas gerados pela ocupação desordenada, oriunda da crescente urbanização. O novo paradigma do Desenvolvimento Sustentável e a nova revolução técno- científica surgem para compatibilizar essa explosão demográfica com o crescimento econômico e o desenvolvimento social transformando-se no primeiro grande desafio do terceiro milênio. 14 Essa nova maneira de pensar o planejamento das cidades como sustentáveis está fundamentada na implantação de estratégias utilizando o conceito da gestão e conservação integradas norteados pelos princípios da Agenda 21. "Para atingir os novos objetivos, se faz necessário a elaboração de novos projetos, planos, instrumentos e mecanismos de gestão, que buscam consolidar algumas atividades tais como: diagnóstico, proposições, negociação, controle e monitoramento e implementação de estratégias sempre articulados com os diversos atores." (ZANCHETI,1995). Pensando assim, elegemos este modelo de gestão para ser implantado no Sítio Histórico de Olinda haja visto que ele atende aos novos princípios da sustentabilidade e a inserção do município no processo de globalização, aproveitando as suas especificidades tais como o uso predominantemente residencial compatibilizado com o turismo cultural, com a gestão do patrimônio ambiental integrado e as novas modalidades de prestação de serviços. O modelo conceitual de gestão a ser desenvolvido inicia-se com a identificação preliminar do objeto de estudo ( análise e avaliação), que neste trabalho é representado pelo Sítio Histórico de Olinda, levantando não apenas a sua problemática mas, suas potencialidades, pois estas serão capazes de reverter o quadro atual para uma realidade futura, considerando os princípios da sustentabilidade. Em seguida, executa-se a fase de proposição do Plano de Gestão, que busca a consolidação e detalhamento das diretrizes, estratégias e ações, considerando o horizonte de tempo necessário à sua implementação e o âmbito institucional responsável. É de extrema necessidade reconhecer a importância da fase de negociação existente na elaboração e implementação do Plano, pois esta é a forma de consolidar e impulsionar as ações a serem formuladas. A última etapa, e que permeia todo o mecanismo de elaboração e implantação do Plano, é representada pelo Monitoramento e Controle, responsável pela avaliação constante do processo e a retroalimentação do Plano, afim de permitir uma maior flexibilidade a adaptação das suas proposições a dinâmica urbana. A elaboração do Plano a ser apresentado no presente trabalho se estrutura, metodologicamente, na formulação da dimensão ambiental, sem esquecer de levar em consideração as dimensões sociais, cultural, e políticas e econômicas, facilitando desta forma o entendimento das realidades a serem consideradas para a definição da Gestão da Conservação da Cobertura Vegetal. 15 2.1 A IMPORTÂNCIA DA COBERTURA VEGETAL NO PLANO DE GESTÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS. A utilização que o homem tem feito dos recursos naturais nem sempre ocorreu considerando suas características e a capacidade de recuperação, o que leva a uma rápida degradação do ambiente, consequentemente causando problemas ambientais graves, A natureza tem uma grande capacidade de resiliência , mas tem um limite, muitas vezes um recurso natural degradado, perde a condição de retornar a suas características originais. Um bom exemplo é o desmatamento das nascentes do rio São Francisco na serra da canastra em Minas Gerais , gerando a diminuição do volume d' água do rio, diminuição da fauna e assoreamento do leito. Ao longo da história o homem vem modificando os diversos ecossistemas, desconsiderando sua capacidade de resiliência. " Para atender as suas necessidades biológicas e desenvolver suas atividades, o homem faz constantemente uso dos recursos naturais. Deles, ele retira: a água; o ar; o alimento; a matéria prima para o seu abrigo, seus meios de locomoção , seus móveis, utensílios e outros materiais; e a energia que precisa para viver e desenvolver suas ações . Neles ele lança os resíduos decorrentes do seu organismo ou o resultante de suas atividades ".(MOTA,1997) Só há muito pouco tempo a humanidade começou a verificar que essa degradação ao meio ambiente estava causando prejuízos ao homem, pois estava ficando insuportável viver em determinadas áreas do planeta, pois as condições de degradação do meio ambiente, ar, solo, e água , já se encontrava em estado avançado. Existe no Nordeste Brasileiro uma região situada no Sertão do Piauí que há mais de um século entrou no processo de desertificação, levando sua população a emigrar para centros urbanos onde pudesse ter melhor qualidade de vida. Os problemas ambientais agravaram-se nas últimas décadas , vários espécimes de animais e vegetais se extinguiram, desastres ecológicos tornam-se corriqueiros. O crescimento populacional e a expansão urbana contribuem de forma definitiva para o desmatamento da cobertura vegetal e a poluição dos recursos naturais, pois a degradação é causada pela intensificação das atividades humanas, tais como a industrialização, a agropecuária, a extração de minérios, dentre outras ações degradadoras. O desmatamento tem sido mais abordado nestas duas últimas décadas, devido 16 a perda rápida e demasiada de cobertura vegetal , através do corte indiscriminado de árvores nas florestas , destruição das matas ciliares que protegem os recursos hídricos, a queimada do cerrado , caatinga e campos para abrir novas fronteiras para a agropecuária. Esses procedimentos tem levado o planeta nos últimos anos, a quase exaustão, a um colapso climático, modificando a atmosfera, as marés, o regime dos ventos, causando desastres ecológicos. Em geral, as árvores são muito importantes para a manutenção do meio ambiente, consequentemente ao equilíbrio climático, as árvores produzem sombra, aliviando os efeitos da insolação, retirando do ambiente uma enorme quantidade de radiação, além de extrair água do solo e transformá-la em vapor, para amenizar a temperatura do ambiente, também consomem gás carbônico no processo de fotossíntese, alteram o regime de ventos e absorvem grande quantidade de poeira e sons. Suas folhas e raízes servem como estruturadora dos solos, criando uma malha fibrosa de proteção contra a lixiviação, também servem como cortinas de quebra- ventos, controle e harmonização visual, como nicho ecológico, levando a presença de fauna, pois produz frutos para os animais silvestres. "Uma das conseqüências das modificações causadas pelo homem ao meio ambiente é a destruição da cobertura vegetal primária , seja pra agricultura ou outros empreendimentos. A floresta primária representa o equilíbrio da interação climática com as características do solo de uma determinada área, pois é o elemento fixador do solo e estabilizador das condições climáticas e hidrológicas. A retirada da cobertura vegetal de uma área, expõe o solo e as margens dos cursos d'água aos processos erosivos, causando voçorocas, assoreamento, inundações e provocando desertificações." (MOTA,1997)17 A cobertura vegetal, tem papel fundamental no regime hídrico, a umidade permanece no solo por mais tempo, e abastece os lençóis freáticos, o manto de folhas decompostos em matéria orgânica, favorecem a infiltração ou lixiviação controlada das águas no solo, evitando assim a erosão. A umidade agi no desenvolvimento das sementes quebrando sua dormência e propiciando um ambiente adequado para o crescimento das mudas. Além desta importância na questão ambiental, ao avaliarmos o local de uma ocupação urbana, verificamos que a vegetação é um componente bastante evidente na paisagem. A presença da vegetação , especialmente em áreas urbanas, além de promover a estabilização das condições físicas, proporciona um conforto ambiental, determinando uma oferta de espaços ambientalmente mais agradáveis, promovendo assim a melhoria das condições de lazer, saúde física e mental da população. Neste sentido, ao planejar gestão de uma área ou a implantação de um novo espaço urbano, é necessário identificar na unidade de paisagem, praças, adros, horto, mirantes, suas aptidões e restrições aos usos diversos, conforme as condições físicas, sociais , econômicas, ambientais, culturais e institucionais. No caso do nosso objeto de estudo, a cidade de Olinda, Núcleo Urbano do Patrimônio Cultural, essas restrições tornam-se mais exacerbadas devido a legislação urbanista de preservação e a vocação do Turismo Cultural e Lazer. 18 3.0 O SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA O centro Histórico de Olinda fica a 6.0 km de Recife e possui uma área de 40,83 km2, sendo 34,5 km2 de área urbana e 6,29 km2 de área rural, embora seja a menor cidade em área urbana, é considerada a terceira maior em densidade demográfica com uma população de 349.380 habitantes em 1996. A cidade possui seus limites demarcados pela cidade de Paulista ao norte, o Oceano Atlântico ao leste e Recife ao oeste e sul. Geológica e morfologicamente é considerada uma faixa sedimentar ciateira cretácea - paleocênica, com planície marinha: cobertura recente predominantemente arenosa resultante de acumulação marinha; planície fluvio- marinha: desembocaduras dos rios Beberibe e Paratibe; Tabuleiros costeiros: elevação com topos planos, de baixa altitude, formados por sedimentos arenosos e argilosos. Além de ser considerada como zona da mata com cobertura vegetal, originalmente constituída de mata atlântica e seus ecossistemas associados, manguezais e restingas.(Fonte: Plano Diretor de Olinda) 19 Olinda possui uma área tombada a nível Federal ( Notificação N.º 100004/68) e Municipal ( Lei 4849/920) de 10,4 Km2, composta pelo Sítio Histórico e seu entorno, delimitando assim o polígono de preservação. A área de preservação rigorosa, é formada por 1,2 km2, se refere principalmente a manutenção do gabarito e de caráter plástico das edificações, frontispícios, cornijas, empenas e telhados, a preservação da vegetação pública e privada, e fixando a ocupação máxima dos lotes em 20% dentro do perímetro da ZEPC 1 Zona Espacial de Proteção Cultural e Paisagística , que é constituído pelo núcleo urbano primitivo, compreendendo edifícios e áreas verdes de reconhecido valor histórico, SV1 , SV2 e SV3. Possui uma população média de 17.363 que significa 5,09% da população em relação ao município, é formado por 3.305 imóveis sendo 2.914 imóveis habitacionais, com isso o sítio se caracteriza como predominantemente habitacional tendo 88% de uso habitacional, 5,63% de comércio e 6,20% de serviços. 20 3.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS "Não se podia mais catar castanhas sob a sombra rala dos cajueiros da restinga, os tabajaras estavam cada vez mas atrevidos entravam adentro na mata dos cajus, o território não era respeitado, estava na hora de se impor, investir novamente sobre as aldeias tabajaras e mostrar-lhes de uma vez por todas que aquela várzea era dos caétes" ( BARROS,1991). Até então tudo estava praticamente como Deus havia criado, o ecossistema da mata atlântica tinha adaptado-se pouco a ação dos silvícolas, o ambiente das florestas tropicais estava equilibrado, milhões de anos haviam se passado, os animais e os vegetais desses ambientes viviam na dependência uns dos outros. Através dos anos eles foram se adaptando ao solo, clima, e a presença ou não da água (doce ou salgada ). 21 "A praia estava deserta. Não havia ninguém ao longo da enseada e nem nas matas que a cercavam. A areia porém se encontrava repleta de pegadas , num sinal claro que a terra era habitada. Tal evidência não impediu que os marujos recém desembarcados gravassem seus nomes e de seus navios nas árvores e rochas costeiras e, a seguir imprimissem o dia, o mês e o ano de seu desembarque, tomando posse daquele território em nome da Coroa de Castela. Era 26 de Janeiro de 1500 e os homens chefiados pelo capitão Vicente Yañes Pinzón tinham acabado de descobrir o Brasil, três meses antes de Pedro Alvares Cabral. Batizaram o cabo de cor esmeralda que avançava sobre o mar numa estreita faixa de areia branca emoldurada por uma densa vegetação, de Santa Maria de La Consolación."( BUENO,1998) 22 Durante trinta anos, Pindorama ( Terra das Palmeiras, denominação do Brasil, na língua Tupi) , permanecia isolado, visitado apenas pelos franceses, conhecidos por mair, que contrabandeavam o pau de tinta, Caesalphinea echinata, e esporadicamente pelos portugueses, conhecidos por peros, que também daqui só levavam o pau brasil. " No Brasil o pau de tinta medrava exclusivamente na planície costeira que ia do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, em meio a exuberância da mata atlântica. E existia três pontos na costa onde a árvore se encontrava em maior quantidade que eram em Cabo Frio onde foi fundada a primeira feitoria , no sul da Bahia , próximo a Porto Seguro, onde Cabral havia aportado em 1500, e em Pernambuco, próximo a ilha de Itamaracá ( de onde provinha a madeira de melhor qualidade, o chamado brasil-fino), onde foi fundada a segunda feitoria por Cristóvão Jaques." (BUENO,1998) A Ibirapitanga, ( pau vermelho) em tupi, foi retirada indiscriminadamente no século XVI . Portugueses e franceses, foram indiretamente responsáveis pela derrubada de 2.000.000 milhões de árvores, as primeiras tinham mais de 3.0 metros de diâmetro e 30,00 metros de altura . No início do século XVII, a coroa enviou os primeiros guardas florestais do Brasil, para controlar o abate das árvores. "Impossibilitados de fundar feitorias , os contrabandista franceses eram largados na costa brasileira e tinham permissão para viverem em aldeias onde serviriam de intermediários e intérpretes entre os mercadores franceses e os índios." (BUENO , 1998).A convivência com esses novos índios brancos, era muito mais harmoniosa, do que com os portugueses , pois os "mair" só estavam interessados nas árvores , enquanto os "pero", sempre estavam envolvidos em conflitos com os gentios, tratavam também do comércio de escravos indígenas. 23 Quando em 1535 o fidalgo Duarte Coelho desembarcou em terras brasileiras procurou desembarcar próximo a feitoria de Itamaracá, onde já funcionava uma feitoria que comercializava o pau brasil desde 1517, fundada por Cristóvão Jaques e no continente já existia um povoado denominado " Igaraçu " ( canoa grande em tupi ), fortificado com uma paliçada onde existiam alguns índios domesticados, poucos mamelucos e colonos, sempre em conflitos com os índios caétes. Duarte Coelho preocupado com a segurança de sua família e dos povoadores, depois de fundar mas a frente uma vila chamada são Cosme e Damião, dirigiu-se ao sul próximo ao porto natural pero nhambuco, onde havia um povoado sobre um platôchamado mair dos caétes ( antigo entreposto francês), envolvido por uma densa vegetação, floresta ombrófila densa, composta de macaibeiras, pitangueiras, cajueiros , genipapeiros, cajazeiras, pau brasil, visgueiros, cedros, ipés, ingazeiros e outras árvores nativas. Duarte Coelho depois de meses e varias investidas com ajuda dos Tabajaras , inimigos seculares dos caétes, conseguiu expulsa-los da colina e tomou posse, construiu uma paliçada em volta do platô e trouxe a família e vários colonos, que estavam no povoado de Cosme e Damião. 24 Como estratégia militar, para não ser surpreendido pelos ferozes caétes, Duarte Coelho devastou toda a floresta que cobria a colina e a dos morros vizinhos, derrubando toda a mata primitiva existente, deixando um campo aberto. Onde hoje é o alto da Sé, foi edificada a torre do donatário, a ermida e outras edificações dando origem a Rua dos Nobres, nasceu naquele logradouro a vila Marin, posteriormente Vila de Olinda. Pouco a pouco as áreas adjacentes, as varzeas e matas ciliares da vila foram sendo devastadas para dar início a criação de animais domesticos, a lavoura de subsistência e a cana de açúcar, responsável na zona da mata pela devastação total da mata atlantica. O plantio de árvores frutíferas nos quintais só veio a ser utilizado no século XVIII, com frutas nobres exóticas provenientes Horto Del Rei, ( 1º jardim de aclimatação do Brasil ). Olinda com o declínio da lavoura de cana de açúcar, no século XIX, caiu em decadência, tornando-se uma cidade praieira para veranistas, sobrevivendo da agropecuária, com a criação de gado, lavouras de subsistência, e um pequeno comércio. 25 Até meados do século XX, Olinda como o restante do Brasil, era estritamente agrícola, cerca de 70% da população habitava na zona rural, e as cidades, com raras exceções, eram apenas entrepostos comerciais. Olinda até a década de 30 possuia duas usinas que moiam a cana para a produção de açucar. Com o desenvolvimento da industrialização a partir da década de 60, o Brasil entrou na era da metropolização com um grande êxodo rural em direção aos grandes centros do País ( São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife ). Em Olinda, instalaram-se algumas Industrias, até uma montadora de veículos , onde hoje funciona o quartel do exercito em Santa Teresa. Surgiram também os loteamentos de Umuarama e Bairro Novo, desmatando os coqueirais , macaibeiras, os cajueiros e mangabeiras. A partir da década de 60, foram implantados vários conjuntos residenciais concomitante a um desmatamento e aterramento de aqüíferos ; Vila Popular ( aterramento do Mangue),Ouro Preto ( desmatamento da mata do ronca), Rio Doce ( desmatamento da mata de Maranguape), Jardim Brasil ( assoreamento das lagoas). A partir da década de 80, ocorreram invasões de áreas de mangues, ribeirinhas, localizado nas lagoas de pulsação das APA'S , do Varadouro, do Beberibe, de Santa Teresa, na Zona Rural e ao redor da mata do passarinho. Em pouco mais de 50 anos Olinda passou de uma cidade com características agrícolas para a terceira maior densidade demográfica do País, a 44 em população ( dados do IBGE censo 2000), mais de 70.000 habitações, resultando assim em uma das menores taxas de área verde por habitante no País . 26 3.2 PROBLEMATIZAÇÃO A preocupação com a preservação do patrimônio vem ser evidenciada em 1920 com a Comissão Arquidiocesana de Arte Sacra; em 1927 o Projeto n.5 a nível estadual criando um serviço de defesa ao patrimônio, que em 1928 transforma-se em lei; em 1929 cria-se a “Inspectoria Estadual de Monumentos Nacionais” a qual inventariou alguns monumentos. Em 1937 edita-se o Decreto Lei Federal n. 25, tombando 13 monumentos de Olinda como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Apenas em 1968 pela notificação n.º 100004/68 é que se tomba o acervo urbanístico e arquitetônico de Olinda, correspondente a 1,2 Km2 . Em 1973 é desenvolvida a Legislação Urbanística básica do município, constituindo -se na Lei 3826/73. Nesta Lei no livro lll, trata especificamente do Sítio Histórico, estabelecendo um zoneamento para o conjunto urbanístico. A construção do complexo de salgadinho e o centro de convenções abre uma nova perspectiva de Sítio e a possibilidade de intervenções nas áreas de mangues aterrados, com prováveis prejuízos à paisagem e ao meio ambiente. Em decorrência desta nova situação , em 1979 é aprovada pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, uma proposta de ampliação da área tombada de 1,2 km2 para 10,4 km2, sob a denominação de notificação 1115/79, mais de 1/4 do território do município, onde são estabelecidos normas de proteção a visibilidade e de preservação de áreas naturais. A partir da década de 60, Olinda teve uma acelerada expansão urbana com o inicio da implantação dos conjuntos habitacionais, Esses conjuntos localizados na periferia do município, tiveram o intuito de suprir a grande demanda populacional, ocorrida no contexto metropolitano, relocando vários bolsões de pobreza da capital do 27 Estado, triplicam a população do município e acabam por desencadear um processo de desequilíbrio financeiro, pelo fato de não ter as bases econômicas para suporte do crescimento, sendo assim, o município de Olinda, é incapaz de proporcionar uma qualidade de vida razoável à população. A velocidade com que Olinda cresceu para a periferia acarretou também uma transformação no seu Sítio Histórico que paulatinamente foi se degradando e sofrendo as conseqüências do esvaziamento, sendo assim visto como um lugar de camadas sociais mais pobres e sem nenhuma infra-estrutura. Este fenômeno, considerado negativo somado ao fator histórico de que a especulação urbana sempre se voltou para Recife permitindo assim que Olinda ficasse mais tempo fora da voracidade especulativa e apenas vista como local de turismo foram os condicionantes que permitiram até certo ponto, a manutenção de sua originalidade e a preservação de suas áreas verdes públicas e privadas. Hoje a realidade permite ver que a cidade de Olinda sofreu um processo nocivo de planejamento urbano, regido pela FIDEM, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Região Metropolitana , que na década de 70, estabelecia a política urbana da região metropolitana, levando os conjuntos habitacionais para Olinda e nenhuma área para instalações de industria ou serviços para desenvolverem economicamente o município, além deste grande número de conjuntos residenciais, 67 favelas surgiram devido ao déficit habitacional do Estado, ausência de um programa de planejamento familiar, somados a inoperância do controle urbano municipal. Algumas destas favelas encontram-se ao redor do seu Sítio Histórico, que resiste e persiste de todas as formas manter-se vivo diante da caos social que vive a cidade. O Centro Histórico, milagrosamente se manteve com as características arquitetônicas, urbanas e ambientais integras e não absorveu aspectos de centralidade, devido a baixa infra-estrutura urbana do sítio existente na década de 70, a expansão urbana para o norte acompanhando a praia interligando o sítio histórico aos conjuntos habitacionais e o processo de gentrification. Estes fatores permitiram que agora a cidade explore economicamente estas potencialidades, como o Turismo Cultural e Ecológico, de uma maneira sustentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico do setor terciário, consequentemente proporcionando uma melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes. 28 3.3 POTENCIALIDADES O Sítio Histórico de Olinda, após cinco séculos de existência, mantém ainda hoje o traçado original como também os principais monumentos e o casario do período colonial.Em meados da década de 60, os antigos moradores transferiram-se do Sítio Histórico degradado para conjuntos habitacionais adjacentes com melhores infra estruturas de energia elétrica, abastecimento d’água , saneamento básico, segurança, transportes, além de obterem moradias de baixo custo, em relação a cidade alta. Este fato induziu o processo de gentrification, tendo pela chagada ao sítio de intelectuais e artistas na perspectiva de usufruírem de aspectos bucólicos, históricos, das áreas verdes, uma vez que seus novos moradores buscavam para si uma área, que apesar dos problemas, guardasse características e especificidades próprias , adequassem ao seu modo de vida e que fugissem do modelo contemporâneo. Até a década de 80, os planejamentos urbanos, PDLI, Plano de Desenvolvimento Local e Integrado, direcionados para a área social, não levavam em consideração os aspectos culturais e regionais, dentro deste contexto a vitalidade do Sítio Histórico de Olinda dependia quase exclusivamente da produção artística e das manifestações culturais locais que atraiam visitantes por suas especificidades. Com os novos paradigmas do planejamento urbano, onde os aspectos, ambientais, sócios culturais e econômicos, passam e ter grande relevância nos anos 90, somados a preocupação do desenvolvimento sustentável , orientados pelos princípios da Agenda 21, o Sitio Histórico de Olinda passa a ter uma atenção direcionada nestes aspectos. 29 O Título de Monumento Nacional em 1979, Cidade Ecológica em 1980 e de Patrimônio Cultural da Humanidade, reconhecido pela Unesco, em 1982, o ambiente natural e construído, somados a sua diversidade cultural, proporcionaram, os diferenciais para captação de recursos junto aos órgãos fomentadores de desenvolvimento, firmaram Olinda numa das âncoras da economia moderna que é o turismo. Neste sentido a valorização do Patrimônio Cultural está vinculada as seguintes especificidades: Traçado urbano preservado e a peculiar ambiência de uma identidade urbana A grande concentração de artistas, artesãos, galerias e ateliês Manifestações culturais: carnaval, ciclo pascal, junino e natalino Conjunto arquitetônico colonial e acervo monumental dos sec. XVI a, XIX A condição geográfica da cidade com belas paisagens e mirantes, que permite observar todo o sítio e seu entorno Patrimônio da formação da nacionalidade brasileira Cidade com maior concentração de vegetação, aproximadamente 50m2/ habitante dentro do perímetro tombado que caracteriza um diferencial em relação às outras cidades coloniais. Levando em consideração o conhecimento das especificidades do Sítio Histórico, observou-se a existência de diversas potencialidades propulsoras do aperfeiçoamento dos serviços de turismo cultural, ecológico e de lazer, associado a uma vocação de atividade comercial voltada para os serviços acima citados e ao ensino superior especializado. É necessário enfocar o caráter habitacional do Sítio Histórico, e admitir que este está ligado, direta e indiretamente, a todas as suas especificidades e tendências urbanas que venham a atuar dentro do seus limites, ressaltando sempre, a preocupação em concentrar seus objetivos na preservação do patrimônio ambiental e construído. As potencialidades do Sítio devem ser capazes de traduzir as restrições existentes, para o desenvolvimento sustentável, em possíveis formas de rentabilidade permitindo que a cidade tenha um retorno qualitativo da sua realidade tanto social quanto cultural. 30 As potencialidades identificadas para o desenvolvimento econômico e sustentável do município, através do Sítio Histórico, levaram em consideração, além do caracter das especificidades da paisagem construída e natural, a vocação residencial, fator preponderante na conservação do casario e da cobertura vegetal, a consciência social e cultural da população no processo de elaboração dos diversos Planos de Gestão por serem formuladoras de uma linha de pensamento, associada a administração pública. As potencialidades se articulam em três itens: Turismo Cultural, Ecológico e Lazer: conhecer o seu potencial turístico a ser explorado, sendo necessário para o seu sucesso uma melhoria na infra-estrutura para atender os turistas, a recuperação e a conservação dos monumentos a reabilitação das áreas verdes públicas e privadas e a integração da comunidade local neste seguimento visando a geração de recursos econômicos, seguindo os parâmetros do turismo sustentável, sem prejudicar o uso habitacional característico do Sítio. Polo Cultural: estimular a manutenção dos fazeres artísticos e culturais, populares e folclóricos: carnaval, maracatu, ciranda, coco de roda, mamulengo, bumba meu boi, artesanato de barro, palha e madeira, novenas, serenatas, ciclos natalino e pascal, com a criação de uma agenda para eventos culturais, além da educação cultural, utilizando a cidade como laboratório de aprendizado didático pela rede de escolas municipais, estaduais, privadas e regionais. Ambiente Construído e Natural: necessidade de uma maior conscientização do valor ambiental existente no Sítio, tais como: Horto Del Rey classificado como espaço livre de relevante qualidade ambiental, os espaços livres públicos e privados, os oitões e quintais das edificações civis e religiosas, sitio marroquim, sitio das quintas, catorze praças, 11 largos e mirantes, e o patrimônio construído. Não podemos tratar o Sítio Histórico de forma isolada sem considerar suas área de adjacências com potencialidades especificas que refletem direta ou indiretamente na dinâmica urbana do sitio. Algumas destas áreas são remanescentes de mangues, aterradas indiscriminadamente ao longo dos anos, sofrendo um processo de favelização. Outros elementos que podem ser considerados como potencialidades ambientais externas ao Sítio Histórico são: 31 Parque Memorial Arco Verde, que é um parque metropolitano situado entre as cidades de Olinda e Recife, com equipamentos esportivos e de lazer contemplativo, onde funciona também o espaço ciência, que recebe mais de 20.000 estudantes/mês Lagoa de Santa Teresa , remanescentes de mangues localizado ao lado do convento de Santa Teresa. Mangue da Ilha de Maruim, localizado entre as localidades de Maruim e Milagres Lagoa de Jardim Brasil, localizados entre os bairros de Ouro Preto e Jardim Brasil, lagoas artificiais remanescentes da exploração de Foscal , pela industria de fertilizantes. Mata do Passarinho, 16,00 Ha de Remanescentes de Mata Primária, Mata do Ronca, remanescente de Mata Atlântica Primária, localizada dentro do Quartel do exercito 7º RO. Regimento Olinda. Santuário da Mãe Rainha e morro do peludo, remanescentes de área verde, capoeirão espontâneo Área Rural, 60,00 hectares, que corresponde a 15% do território municipal, onde existe ainda lavouras de subsistência, criação de bovinos, ovinos, caprinos, avestruzes, frangos, codornas e piscicultura, além de desenvolver o turismo ecológico e possuir alguns hotéis fazenda. 32 A partir do conhecimento da realidade do Sítio Histórico de Olinda podemos apontar as restrições existentes que impedem o desenvolvimento sustentável do Sítio, bem como os atores responsáveis pela articulação das ações estratégicas da conservação do patrimônio construído e a reabilitação da cobertura vegetal. Restrições: Desarticulação das instituições competentes da conservação do patrimônio ambiental e construído. ( IPHAN, FUNDARPE, SEPAC ) Instrumentos normativos de extrema rigorosidade, enfatizando a punição e não estimulando a participação Infra-estrutura urbana deficiente e desaparelhamento da máquina administrativa Baixo padrão econômico, disparidades sociais Recursos ambientaisdegradados Patrimônio edificado degradado Fragilidade econômica, e baixa capacidade de endividamento do município Sistema viário e de transporte deficientes Ineficiência dos serviços públicos Falta dos recursos humanos e capacitação técnica Transformação e descaracterização urbana Falta de segurança Atores: Internacional UNESCO, ICOMOS, ICRON, UNICEF, BID, BIRD Federal IPHAN, IBAMA, MinC, BNDS, SUDENE Estadual FIDEM, FUNDARPE, CPRH, CREA Secretaria de Ciências e Tecnologia e Meio Ambiente Secretaria de Projetos Especiais CELPE, TELEMAR, COMPESA,CIPOMA 33 Municipal Prefeitura SEPAC,SOSPU,SAÚDE, SEDETUR, SEPLAMA Câmara Municipal Não Governamentais SODECA, UNACOMO, SNE ECO s CENTRO LUIS FREIRE Ordens Religiosas Associações Carnavalescas e dos Artistas Associações comerciais Entidades de Classes SOS MATA ATLÂNTICA IAB 34 4.0 A CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NA GESTÃO DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA. A tendência mundial de desenvolvimento econômico leva as cidades a reformularem seus modelos de gestão para conseguirem alcançar suas metas, que consistem geralmente em utilizar os recursos naturais sem exauri-los, utilizando os princípios da Agenda 21. No caso dos Centros Históricos torna-se mais urgentes esta tomada de decisão, "São muitos os efeitos que empreendimentos em geral ou que intervenções em particular podem provocar aos sítios e monumentos de valor paisagístico, arqueológico, histórico ou artístico. Também as espécies vegetais apresentam efeitos conforme impactem de forma benéfica ou maléfica"(DELPHIN,1998). Assim sendo no caso de Olinda urge a necessidade de resolver os problemas atuais em relação a conservação e a reabilitação da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico. Infelizmente nem todos os municípios ainda atingiram este nível de sensibilização dentre eles destaca-se o modelo da atual gestão de Olinda, que segue uma linha centralizadora e de ações contingências que não solucionam os diversos problemas da cidade, concentra-se pontualmente e geralmente as medidas utilizadas para enfrenta-los são apenas mitigadoras , provocando uma pressão social e o desequilíbrio do patrimônio ambiental pondo em risco a conservação e a qualidade devida do sítio histórico. 35 Administrações anteriores preocupada com a gestão da conservação do Centro Histórico (não existe um plano de gestão da conservação da cobertura vegetal) criaram um Sistema de Preservação que é composto por um Conselho de Preservação dos Sítios Históricos, um Fundo de Preservação, um órgão gestor que é SEPAC e o Instituto do Tombamento, este sistema propiciou que em 1982 a cidade fosse reconhecida como Patrimônio Cultural Da Humanidade. Em 1992, criou-se uma Legislação Urbanística de Uso e Ocupação do Solo específica para o Sítio Histórico de Olinda. A inócua gestão atual pressionada pela União para habilitar-se a captação de recursos federais , e pelas entidades sociais organizadas conseguiu elaborar o Plano Diretor do Município, que serviu para capacitar o município a receber recursos diretos do BID, Banco Inter-americano de Desenvolvimento. No BID Monumenta. 36 Apesar de todos estes avanços, Olinda padece de vários problemas comuns a diversas cidades brasileiras que podem ser pontuados como as principais causas da ineficiência da gestão da conservação, sendo eles: Desarticulação institucional Gestão não participativa Legislação inflexível Falta de recursos humanos e baixa remuneração dos servidores Desaparelhamento da máquina administrativa Controle e monitoramento ineficiente Colapso no sistema de transporte Ineficiência dos serviços básicos de saúde e educação Ineficácia dos serviços de Infra estrutura Inadimplência de taxas e tributos municipais Dentro deste quadro da realidade administrativa podemos levantar no Sítio Histórico vários fatos urbanos que acontecem devido a esta problematização da gestão e que tendem a desvalorizar toda a potencialidade mal explorada do sítio como: Uso inadequado e degradação dos espaços públicos Destruição do patrimônio Ambiental e Construído Desmatamento da cobertura vegetal Aumento da ocupação inadequada dos lotes Perda do Patrimônio Intangível ( medicina popular, fitoterapia, receituário ) Favelização, explosão demográfica Apesar da situação caótica, Olinda continua detentora de um invejável e rico Patrimônio Ambiental, Arquitetônico e Urbano, composto por uma diversidade cultural, ambiental e paisagística, Cabe a municipalidade utilizar, este capital natural e construído, para estimular a imaginação dos que podem possuí-la visualmente, extrair destas potencialidades o desenvolvimento econômico e sustentável que almeja o município, para isso é necessário que se incorpore à instituição responsável por estes bens, um plano de gestão da conservação e preservação do sítio dentro de uma visão holística e sustentável. Com isso, poderemos usufruir de todo o encanto bucólico de Olinda enquanto houver consciência dos seus valores. 37 4.1 PROJETOS E AÇÕES PARA A CONSERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SÍTIO HISTÓRICO Os Principais projetos e ações levantados que visam o desenvolvimento metropolitano, com repercussão no Sítio Histórico, e os específicos para Olinda serão caracterizados a seguir: O Plano Diretor de Olinda, PDO (1997) visa traçar diretrizes de desenvolvimento físico, econômico e social do município de Olinda, objetivando requalificação do tecido social e físico da cidade. Tendo como objetivo específico para o sítio histórico de Olinda o incremento da atividades culturais e que consequentemente dinamizem o turismo. Os principais sujeitos envolvidos na implementação deste plano são PMO, CMO, as instituições públicas e privadas e a SODECA. O Plano da Região Metropolitana de Recife, PRMR, visa levantar diretrizes para orientação de ações dos agentes públicos e privados visando o desenvolvimento metropolitano, objetivando promover equidade social, manutenção de meio ambiente e qualidade de vida. O Sítio Histórico é incorporado ao plano como prioridade econômica na propagação do turismo cultural, que está associado a futura implantação do polo náutico de Paulista que passa a ser mais um impulsionador do turismo no sítio. Os sujeitos envolvidos são FIDEM, SEPLAM, e os municípios da região metropolitana. O BID / Monumenta (1997), visa promover o desenvolvimento turístico de Olinda melhorando a infra-estrutura básica, visando saneamento ambiental e sistema de transporte. O Plano de Qualidade das Águas do BIRD, visa o tratamento dos cursos d’água das bacias hidrográficas do município, a partir das ações urbanizadoras dos assentamentos populares ribeirinhos e o tratamento adequado do esgoto. Esta ação é prevista num período de longo prazo e envolve o Governo do Estado e o Governo Federal. O PRODETUR/NE, Plano de Reabilitação do Sítio Histórico de Olinda, visa promover a reabilitação urbana através de ações de conservação integrada visando o desenvolvimento sustentável. Este plano prever o desenvolvimento das atividades culturais e econômicas do Sítio Histórico de Olinda, visando a melhoria da qualidade de vida da população, requalificando os espaços urbanos, conservando e recuperando o patrimônio natural e edificado. Dentro desta ação estão envolvidos a PMO, IPHAN, MinC e sociedade civil. Demais programas de captação municipal , tais como o Fundo Nacional do Meio Ambiente FNMA, que visa promover programas que reabilitem áreas 38 verdes, programas de educação ambiental e bio-remediação de lixões. O MinC / Pronac (1995/96): visa a recuperação dos monumentos isolados e incentiva a cultura. O Fundo de Apoio ao TrabalhadorFAT, visa preparar e capacitar mão de obra de adolescentes para entrarem no mercado de trabalho, na prefeitura de Olinda esses recursos são voltados para preparar os moradores para atividades ligadas a preservação dos monumentos. 4.1.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL DA GESTÃO DA CONSERVAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA Atualmente o gerenciamento da conservação da Cobertura Vegetal da Cidade é executado pela Gerência de Paisagismo vinculada a Diretoria de Limpeza Pública e Paisagismo, subordinada a Secretaria de Obras e Serviços Públicos. Hoje a gerência de paisagismo dispõe de 2 agrônomos, um arquiteto, um técnico agrícola, dez jardineiros , 15 ajudante de jardineiros e 30 garis que se revezam na manutenção de praças , plantio, sementeira e podação de árvores . Também conta com uma casa de Jardinagem no Sítio Histórico que apoia as ações de manutenção nas 21 praças do Sítio Histórico. Possui um caminhão de carroceria para transporte de pessoal, mudas e arborização urbana , um veículo de fiscalização e um caminhão pipa de 6.000 litros. O número insuficiente de pessoal, desaparelhamento da maquina e falta de recursos financeiros para a conservação da cobertura vegetal , deixou as praças do município , áreas verdes , e arborização urbana entregues ao descaso, em uma administração de quatro anos só se reformou uma praça do sítio histórico e uma no bairro de ouro preto. Na orla marítima foram plantados nos últimos quatro anos aproximadamente 100 coqueiros, uma média de 25 por ano , quando a média de perda por depredação é de 40, não se conseguiu nem repor a arborização , da mesma forma aconteceu na arborização de ruas e logradouros. Foram executados 27 projetos, nos últimos dois anos , mas apenas dois projetos de reforma saíram da prancheta para o canteiro de obras. Esperamos com o plano de gerenciamento da cobertura vegetal do sítio histórico esta situação se reverta em favor da população Olindense. 39 4.2 PLANO DE GERENCIAMENTO E MANUTENÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA. O Plano de Gerenciamento e Manutenção da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico de Olinda é um documento normativo, que visa estabelecer estratégias de gestão e de planejamento para o enfrentar da problemática da conservação do Ambiente Natural do Sítio. Essa gestão deverá ocorrer gradativamente de forma participativa, articulando os diversos atores, revisando e operacionalizando a legislação ambiental, também buscará aprimorar os mecanismos de captação de recursos, impulsionando o setor do Turismo ecológico, cultural e de lazer, que consequentemente promoverá a melhoria da qualidade de vida dos moradores, promoverá a valorização da identidade cultural e o exercício da cidadania e principalmente reabilitará e recuperará além de conservar a vegetação dos espaços livres e privados do Sítio Histórico, fazendo o replantio das encostas, a manutenção da vegetação dos espaços públicos, o controle fitosanitário da vegetação e fomentará o plantio nos espaços livres privados. Assim sendo sua implementação necessitará de uma série de mudanças nos âmbitos : Político- Institucionais, Ambientais, Sócio - Culturais e Econômicos, que visarão: A diversificação e o fortalecimento da economia municipal, Empreendimento de novas tecnologias de biorremediação de áreas degradadas, tais como: reflorestamento, consolidação dos solos das encostas e taludes e restauração de nichos ecológicos e unidades ambientais. Conservação do Patrimônio Ambiental, através de planos de ações, monitoramento e controle dos recursos naturais. Reestruturação e redimensionamento da máquina administrativa , para a implementação, execução e monitoramento do plano de conservação da cobertura vegetal, e a manutenção dos espaços públicos. Modificação na estrutura organizacional e institucional Implantação de uma gestão participativa na formulação e implementação do plano. 40 PRINCÍPIOS Democratizar a gestão para a conservação integrada com a participação da comunidade no processo de interação institucional, legitimando suas propostas e decisões. Garantir a permanência da população local, incentivando o uso residencial. Promover a conservação e a preservação dos valores culturais e do patrimônio natural, dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável. OBJETIVO GERAL Formular à luz dos princípios do planejamento integrado diretrizes que nortearão um conjunto de ações na busca da sustentabilidade do Sítio Histórico, promovendo a reabilitação da cobertura vegetal e a preservação do meio ambiente, a partir da implantação de um plano dinâmico e participativo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Elevar o nível de conscientização da população para a conservação da Cobertura Vegetal através de uma gestão participativa. Qualificar os recursos humanos elevando a capacidade técnica na elaboração e execução de projetos visando uma melhora no grau de conservação da cobertura vegetal, criando instrumentos para o desenvolvimento sustentável do sítio histórico. Adequar a legislação urbanística e ambiental do sítio Histórico levando em consideração os princípios da conservação e da sustentabilidade Atualizar, ajustar e legitimar os instrumentos legais de arrecadação tributária e aumentar a captação de recursos externos para a serem aplicados no sítio histórico DIRETRIZES Manter a participação dos diversos atores no processo de implantação do plano. Otimizar os recursos municipais existentes, complementando com o aperfeiçoamento do sistema de captação de investimentos públicos e privados para a conservação e preservação do sítio histórico. Promover ações para aprimorar o grau de conservação da cobertura Vegetal. Utilizar a base institucional existente com o gradual aprimoramento interno, propiciando a capacitação técnica para desenvolver projetos ambientais e atuar no gerenciamento da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico. Compatibilizar o turismo cultural no sítio histórico com o uso habitacional e a conservação da cobertura vegetal dos espaços livres públicos e privados. 41 4.21 O MODELO DE GERÊNCIAMENTO DA CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DA COBERTURA VEGETAL DO SÍTIO HISTÓRICO DE OLINDA O Modelo de Gerenciamento para Conservação e Manutenção da Cobertura Vegetal a ser implantado no Sítio Histórico de Olinda está fundamentado na metodologia do Centro de Conservação Integrada Urbana e Territorial - CECI , através das tarefas de gestão: analise e avaliação, proposição, negociação , monitoramento e controle e implementação, incluídas dentro dos princípios do Desenvolvimento Sustentável . A gestão participativa e a articulação com os diversos sujeitos institucionais em todas as etapas é imprescindível para o sucesso do plano. A apresentação do Modelo de Gerenciamento da Conservação e Manutenção da Cobertura Vegetal desenvolvido por este trabalho para o Sítio Histórico de Olinda será feita através de Tabelas que foram desenvolvidas a partir das diretrizes buscando identificar ações do plano para o sítio e separadas de acordo com as tarefas atribuídas a gestão. Paralelamente, será apresentado o levantamento dos respectivos sujeitos institucionais, dos mecanismos de gestão e dos instrumentos operacionais que se articulam com as ações propostas para a efetivação do Plano de Gerenciamento para Conservação e Manutenção da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico de Olinda. É importante salientar que para o sucesso da Implantação das ações a população esteja imbuída e consciente da importância deste plano de gestão para a conservação da cidade e do Plano de Gerenciamento da Conservação da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico de Olinda. Educada ambientalmente a população do Sítio Histórico, será agente multiplicador e modelo para o resto da população da cidade, propiciando ao Municípioexpandir a experiência por todo o território. O plano de Gerenciamento da Conservação da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico é um dos muitos planos que articulados entre si , permitirão a cidade de Olinda, dar um salto de qualidade de vida aos seus munícipes, tornando a cidade muito mais agradável pra se morar e viver, como dizia o poeta Carlos Pena Filho. "Olinda é só para os olhos, Olinda é só desejos , não é lá que eu moro , é lá que eu vejo." "Como uma árvore , a sociedade , quanto mais firme e profundamente tiver suas raízes fixadas no substrato do passado, tanto mais forte e resistente desenvolve seu tronco no presente, e tanto mais garantirá à sua copa, no futuro, a capacidade de florir e frutificar sadia e abundantemente (DELPHIN, 1998) 42 TABELA 1 DIMENSÃO POLÍTICA INSTITUCIONAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Manter a participação dos diversos atores no processo de implantação do plano de gerenciamento Analise e Avaliação Analisar os procedimentos do Conselho de Preservação e do CONAMA Analisar e Avaliar a estrutura administrativa existente Governo Federal Minc, IPHAN, Ministério Público, Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, UFPE, UFRPE Governo Estadual FUNDARPE, FIDEM, CPRH, Ministério Público Estadual, CIPOMA Governo Municipal SEPAC,SEDETUR,SEPLA MA, SOSP, Procuradoria Municipal ONGS, Sociedade Civil Fórum da Cidade Conselho de Preservação Câmaras Técnicas Unidade Gestora Programas e Projetos Institucionais Ação Popular Ação Civil Pública Campanha de Divulgação Proposições Criação dos Fóruns de discussão de planos e programas com ampla participação da sociedade Civil Criação de Câmaras Técnicas Implantação do CONAMA Definir nova estrutura de PGMCCVSHO 43 CONTINUAÇÃO DA TABELA 1 DIMENSÃO POLÍTICA INSTITUCIONAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Negociação Ampliar gradualmente a participação da população civil e institucional no conselho de preservação e no fórum da cidade Estabelecer parcerias com os diversos atores, visando a participação nas ações, planos, projetos e programas Monitoramento e Controle Realização de relatórios abordando níveis de articulação dos diversos atores Realização de relatórios das reuniões do CONAMA e Fórum 44 CONTINUAÇÃO DA TABELA 1 DIMENSÃO POLÍTICA INSTITUCIONAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Utilizar a base existente com gradual aprimoramento Analise e Avaliação Promover a Revisão da Legislação Urbanística do Sítio Histórico Lei 4849/92 e a Legislação de uso e ocupação do solo Lei 3826/73 Governo Municipal SEPAC,SEDETUR,SEPLA MA, SOSP, Procuradoria Municipal, Secretaria de Políticas Sociais. Câmara Municipal ONGS, Sociedade Civil Fórum da Cidade Conselho de Preservação Câmaras Técnicas especializadas Grupos de Trabalho Plano Diretor do Município Lei 4849/92 Lei 3826/73 Legislações ambientais Federais, Estaduais Lei Municipal de Meio Ambiente Código de Higiene do Município Proposições Elaborar a Legislação Ambiental do Município. Elaborar Regimentos Internos das Secretarias Afins Implantação das câmaras técnicas Garantir a operacionalização e Implantação do PGMCCVSHO Aperfeiçoar o sistema de atendimento a população de Olinda 45 CONTINUAÇÃO DA TABELA 1 DIMENSÃO INSTITUCIONAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Negociação Promover uma permanente articulação Politica- Administrativa com a sociedade civil Promover articulação com outros órgãos institucionais Monitoramento e Controle Realização de relatórios mensais sobre o funcionamento das instituições Realização de relatórios mensais das operações realizadas. 46 TABELA 2 DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Promover ações voltadas para aprimorar o grau de preservação e conservação do Patrimônio Ambiental, Construído e Natural do Sítio Histórico de Olinda Análise e Avaliação Analisar o relatório do desmoronamento das encostas do Sítio Histórico de Olinda Analise do programa Bid monumenta, Prodetur, PRO- Metropole e Plano de monitoramento das bacias hidrográficas Inventário da Cobertura Vegetal do Sítio Histórico catalogação das espécies Plantio de Vegetação Arbórea , Arbustiva e herbácea nas praças, Parques, Sítios, Quintais, Oitões, ruas, mangues e etc. INTERNCIONAL UNESCO,ICOMOS , ICRONS FEDERAL Minc, IPHAN,IBAMA, Ministério Público, UFPE, UFRPE ESTADUAL Secretaria de Ciência e Tecnologia, CPRH, Secretaria de Planejamento, FIDEM,FUNDARPE, Ministério Público Estadual, Promotoria de Defesa do Patrimônio e Meio Ambiente, Secretaria de Defesa Social, CIPOMA Fórum da Cidade Conselho de Preservação CONDERME Câmaras Técnicas CONAMA Plano Diretor Lei orgânica do Município Código de Obras Lei 3826?73 Legislação Urbanista dos Sítios Históricos Lei 4849/92 Legislação Ambiental Federal Legislação Ambiental Estadual Legislação de Meio Ambiente do Município Código de Higiene, Inventário da Vegetação Base Cadastral geo referenciada 47 TABELA 2 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Implantação do Programa de sensibilização da comunidade para melhoria da qualidade de vida urbana e ambiental Elaboração de Campanhas sistemáticas para a educação ambiental e Patrimonial Resgate da auto estima da população Capacitar a comunidade através de cursos na área de patrimônio histórico, turismo e ambiental, para inseri-los no mercado de trabalho MUNICIPAL Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente Secretaria de Políticas Sociais Secretaria de Patrimônio Cultural Secretaria de Obras e Serviços Públicos SODECA Procuradoria do Município UNACOMO S N E E C O S 48 TABELA 2 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Implantação de sistema de gestão e administração dos serviços básicos de Infra estrutura urbana Realização de cursos e oficinas de jardinagem para os moradores do sítio histórico Criar mecanismos de contenção do processo de favelização Formular programas de expressões culturais nas escolas públicas e privadas para crianças e adolescentes 49 TABELA 2 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Implantação de sistema de distribuição de mudas de arvores frutíferas Implantar as rotinas do gerenciamento da conservação da Cobertura vegetal do Sítio Histórico Executar o restabelecimento da Vegetação dos espaços públicos e privados Executar as ações de replantio de vegetação nas encostas das colinas Executar bioremediação de todas as áreas no Sítio Histórico 50 TABELA 2 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADESAÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Negociação Estabelecer ligação entre a sociedade e o poder público para conscientizar a população do Patrimônio Ambiental do Sítio Histórico Firmar convênios com as universidades para o assessoramento de planos e programas visando a conservação do Patrimônio Natural. Firmar convênio com a universidade para a realização do inventario da Cobertura vegetal com o apoio da população 51 TABELA 2 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO AMBIENTAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Negociação Articular um sistema de licenciamento e fiscalização integrada entre os diversos órgãos institucionais: IBAMA, FIDEM, CPRH, VIGILÂNCIA SANITARIA, SEPLAMA, SEPAC, SECRETARIA DE SERV. PÚBLICOS , CIPOMA,SNE, ECOS Controle e Monitoramento Relatórios técnicos de monitoramento das ações d Conservação da Cobertura Vegetal Fiscalização e Salvaguarda do Patrimônio Ambiental Monitoramento das encostas e controle dos Vetores biológico 52 TABELA 3 DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Compatibilizar o Turismo Cultural e Ecológico com o uso habitacional do Sítio Histórico Analise e Avaliação Elaboração de estudos para melhor aproveitar as potencialidades Ambientais Turísticas Elaborar pesquisa junto a população para identificar a melhor maneira de integra-la no cotidiano do Turismo Cultural e Ecológico Levantar as publicações sobre o receituário de fitoterapia, doces, licores e compotas Analisar os Progr. PRODETUR e BID Monumenta e sua interface c/ o turismo Cultural e Ecológico FEDERAL Minc EMBRATUR IPHAN ABAVE IBAMA Caixa Econômica ESTADUAL Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo Secretaria de Planejamento FIDEM Secretaria de Cultura FUNDARPE Secretaria de Ciência e Tecnologia CPRH Fórum da Cidade Conselho de Preservação CONDERME Câmaras Técnicas CONAMA Plano Diretor Lei orgânica do Município Código de Obras Lei 3826?73 Legislação Urbanista dos Sítios Históricos Lei 4849/92 Legislação Ambiental Federal Legislação Ambiental Estadual Legislação de Meio Ambiente do Município Código de Higiene, Inventário da Vegetação Base Cadastral geo referenciada 53 TABELA 3 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Aperfeiçoar mecanismos de fomento a ação cultural na sua interface com o ambiente natural Criação da agenda Ecológica do Município com feiras, simpósios , cursos, seminários, congressos, encontros e etc. Promover um sistema de financiamento voltado para a aquisição e melhoria da habitação, que é fator preponderante para a preservação do patrimônio Ambiental MUNICIPAL Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente Secretaria de Obras e Serviços Públicos Secretaria do Patrimônio Cultural Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Olinda ASTUR SODECA UNACOMO ONGS SNE ECOS 54 TABELA 3 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Criação de roteiros ecológicos e culturais interligando o sítio a os monumentos isolados e potencialidades externas Elaboração de Estudos para articular o TRADE turístico da RMR Favorecer a utilização dos espaços recreação, lazer e de convívio público. Lançar Campanha de Marketing para promover a imagem da cidade dentro e fora do país. 55 TABELA 3 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Negociação Facilitar a articulação da população com os agentes fomentadores destinados para os projetos ambientais e de habitação através de uma unidade de coordenação do plano Negociar uma contrapartida com as ordens religiosas criando um calendário e roteiro de visitas as igrejas, conventos, hortas, quintais, Sítios Negociar com o comercio Informal e Mercados para comercialização de mudas exóticas e frutíferas para a população em geral 56 TABELA 3 CONTINUAÇÃO DIMENSÃO SOCIO-CULTURAL DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Controle e Monitoramento Relatórios da freqüência de atividades ambientais no sítio Controle e freqüência Turística do sítio Controle dos relatórios de vigilância sanitária das condições de salubridade das casas e quintais do sítio Relatório das vistorias fito sanitárias executadas nas arvores e arbustos das áreas verdes livres e privadas do sítio Histórico Relatório mensal do número de mudas arbóreas e arbustivas plantadas no SHO 57 TABELA 4 DIMENSÃO ECONÔMICA DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Otimizar os Recursos municipais aperfeiçoando o sistema de captação de recursos, investimentos públicos e privados , além de fomentar o desenvolvimento sustentável do município Análise e Avaliação Analise e revisão do código tributário do Município Avaliação dos Programas de Investimentos atuais Analise dos recursos humanos e sua distribuição na estrutura institucional do município Analise e Avaliação dos mecanismos de capacitação de pessoal INTERNACIONAL BID e BIRD NACIONAL Ministério da Fazenda Secretaria de Orçamento da União BNDS SUDENE Banco do Brasil Caixa Econômica UFPE - FADURPE ESTADUAL Secretaria da Fazenda Secretaria de Industria e Comercio Secretaria de Planejamento Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo Fórum da Cidade Conselho de Preservação CONDERME Câmaras Técnicas CONAMA Secretaria da Fazenda do Municipal Camara dos vereadores Secretaria de Articulação e orçamento Plano Diretor Base Cadastral geo referenciada Lei de diretrizes orçamentárias Código tributário Linhas de Financiamento Fiscalização da secretaria da Fazenda e Vigilância sanitária Preposições Formação e qualificação do pessoal Técnico para projetos de captação de recursos e assistência técnica 58 TABELA 4 CONTINUAÇÀO DIMENSÃO ECONÔMICA DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS DE GESTÃO INSTRUMENTOS OPERACIONAIS Preposições Incrementar a política de Incentivos e subsídios destinados ao fomento da economia municipal Aperfeiçoar o funcionamento da Secretaria da Fazenda do Município Reorientação da aplicação da receita tributária Incentivar a comercialização de Mudas frutíferas e Ornamentais Implantar do Fundo de Preservação MUNICIPAL Secretaria da Fazenda do Município Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo Secretaria de Patrimônio Cultural de Olinda Secretaria de Saúde SODECA SNE Negociação Articular com a população a comercialização dos produtos. 59 TABELA 4 CONTINUAÇÀO DIMENSÃO ECONÔMICA DIRETRIZ ATIVIDADES AÇÕES SUJEITOS INSTITUCIONAIS MECANISMOS
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