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CONCEITO E NATUREZA JURIDICA DO CASAMENTO 2020

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CONCEITO DO CASAMENTO E SUA NATUREZA JURÍDICA
INTRODUÇÃO
A entidade familiar mais tradicional regulada pelo Direito é o casamento. Apesar das infinitas transformações vividas no cenário social, quais redesenharam os contornos e o conceito da Família, optou-se pelo conservadorismo e, desprezando a pluralidade das entidades familiares em vigor, dedicou-se exaustivamente a disciplinar o casamento como se este ainda fosse o único alicerce do Direito da Família moderno.
CONCEITO DE CASAMENTO
Podemos definir o casamento como sendo a união voluntária e singular entre um homem e uma mulher com o propósito de constituir família, mediante comunhão plena de vida, ou seja, como instituto pelo meio do qual, atendida às solenidades legais (habilitação, celebração e registo, estabelece entre duas pessoas a comunhão plena de vida em família, com base na igualdade de direitos e deveres, vinculando os cônjuges mutuamente como consortes e companheiros entre si, responsáveis pelos encargos da família.
NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO
Um dos pontos controversos acerca do casamento diz respeito à sua natureza jurídica, ou seja, à compreensão do que é o matrimónio no âmbito do direito.
O ordenamento jurídico moçambicano definiu com base na lei e da doutrina em simultâneo, a natureza jurídica do casamento, classificando-o em três posicionamentos: 
a) casamento como um contrato; 
b) casamento como uma instituição; 
c) casamento como um ato complexo, de caráter híbrido, misto ou eclético.
Para os defensores da teoria contratualista, afirmam que o casamento é um negócio jurídico que depende da livre manifestação de vontade das partes para a sua realização, de modo a produzir seus efeitos patrimoniais regulados pelo regime de bens, assim, o matrimónio seria um “contrato” a ser apreciado diante do plano da existência, validade e eficácia.
Esta teoria é criticada por uma corrente que identifica o casamento como uma instituição, na medida em que este é regido por normas de ordem pública, que define de forma pormenorizada seus efeitos jurídicos, impondo deveres e estabelecendo os direitos dos cônjuges, não podendo ser mitigados pela livre vontade das partes. 
Igualmente, não pode ser considerado contrato uma vez que, o casamento não regula apenas efeitos patrimoniais, mas, também, acarreta efeitos pessoais que não são objecto de um contrato.
Deste conflito de ideias, surge uma terceira teoria que o considera como um acto complexo de natureza mista, híbrida ou eclética, pois reconhece no mesmo a coexistência de características contratuais com as institucionais. 
Para esta teoria, a autonomia da vontade das partes se resume apenas à liberdade de escolher o parceiro, o regime de bens e a permanência ou não da relação familiar. Por seu turno, efeitos pessoais como alteração do estado civil, surgimento dos vínculos de parentesco, alteração do nome, deveres de fidelidade e coabitação, entre outros, retiram do casamento sua essência contratualista, já que efeitos pessoais não podem ser regulados por contrato.
Deste modo, esta teoria defende que o casamento é um contrato na fase da sua formação, mas no seu curso constitui uma instituição, de modo que toma uma feição mista, híbrida e eclética que mistura, de forma mais ponderada, as duas teorias.
MODALIDADES DO CASAMENTO
O ordenamento jurídico moçambicano prevê, em regra, três tipos de casamento, nomeadamente, o civil, o religioso e o tradicional. Sendo que, ao casamento monogâmico, religioso e tradicional é reconhecido valor e eficácia igual à do casamento civil, quando tenham sido observados os requisitos legais estabelecidos para o casamento civil (devem ser registados e transcritos na Conservatória do Registo Civil).
Casamento Civil
A primeira modalidade, chamada de casamento civil, é a regra geral vigente no país, deve ser feita em cartório e é celebrada pelo juiz e um Conservador, na presença de duas testemunhas da escolha dos noivos.
Casamento Religioso 
É a cerimónia realizada no âmbito religioso, celebrado pela autoridade religiosa. O casamento regra é o civil, isto significa que o casamento religioso não tem, por si só, validade nenhuma. Pode substituir a celebração civil, na verdade, quando falamos de casamento religioso está substituindo aquela cerimónia que seria perante o cartório.
a) Pode ser de qualquer religião;
b) Essa celebração religiosa pode ser antes ou depois da habilitação.
Casamento Tradicional 
É o casamento realizado nas comunidades locais na presença na presença das respectivas autoridades locais sob a forma de lobolo.
MODALIDADES ESPECIAIS DO CASAMENTO
Para além das modalidades de casamento que constituem a regra, existem outras de carácter especial que atendem a determinadas especificidades para a sua ocorrência, tais como:
 
Casamento por procuração – é lícito a um dos nubentes fazer-se representar por procurador no acto de celebração do casamento. A procuração deve conter os poderes especiais para o acto, a designação expressa do outro nubente e a indicação da modalidade do casamento. 
O casamento por procuração é uma modalidade especial de casamento em que, no momento da celebração, um ou ambos os nubentes se fazem representar por procurador.
Observações importantes do casamento por procuração:
a) Não pode ser o mesmo procurador para ambos;
b) Essa procuração deve ser por instrumento público com individualização da pessoa com quem o mandatário irá casar. Mandato com poderes especiais e específicos;
c) Se o nubente já era falecido aquando da celebração do casamento, o mandato estava revogado e se o casamento vier se realizar ele é inexistente;
d) Se o nubente revogar o mandato e o mandatário se casar mesmo assim, nesta situação, quando se trata de revogação voluntária do mandato, o casamento que se realizar é anulável, desde que não tenha havido coabitação entre o mandante e o cônjuge.
Casamento Urgente – esta é uma modalidade especial de casamento em que, em razão da urgência, não se cumpre as formalidades preliminares e pode se dispensar até mesmo o celebrante. Ou seja, é aquele que é celebrado quando haja fundado receio de morte próxima de algum dos nubentes. Este tipo de casamento não carece da observância do processo preliminar de publicações, nem da intervenção do funcionário do registo civil, desde que seja lavrado, oficiosamente, um assento provisório.
UNIÃO DE FACTO
A União de Facto é a ligação singular existente entre um homem e uma mulher, com carácter estável e duradouro, que sendo legalmente aptos para contrair casamento não o tenham celebrado. A União de Facto pressupõe a comunhão plena de vida pelo período de tempo superior a três anos sem interrupção. Contudo, esta União de Facto releva para a efeitos de presunção de maternidade, paternidade, sucessórios e outros previstos em demais legislação, aplicando quanto aos bens o regime de comunhão de adquiridos.
No que concerne aos direitos familiares, estes são, por via de regra, pessoais, indisponíveis e irrenunciáveis.
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