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FÉRIAS – CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA CONCEITO: As férias são descansos anuais remunerados, a fim de possibilitar a desconexão do trabalho, visando a manutenção da saúde do trabalhador (art. 200, VIII, da CRFB/88). NATUREZA JURÍDICA: Trata-se de Direito Social Fundamental previsto na Consituição Federal, por meio do art. 7º, XVII, da CRFB/88. Em regra, posssuem natureza salarial. Representam período de interrupção do contrato de trabalho. Art. 7º, XVII, da CF: “(...) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal.” PREVISÃO LEGAL: Arts. 129 a 149 da CLT PERÍODO AQUISITIVO E CONCESSIVO PERÍODO AQUISITIVO: Inicia-se a partir do momento que o empregado é contratado. O empregado adquire o direito após 12 meses de trabalho. Ex. João começou a trabalhar na empresa XY em 04 de janeiro de 2013. Em 03 de janeiro de 2014 terá adquirido o direito – chamado período aquisitivo (art. 130 da CLT), PERÍODO CONCESSIVO: Após a aquisição do direito, o empregador terá, a seu critério, até 12 meses subsequentes à data da aquisição, para decidir a época em que o empregado poderá gozar o direito, sob pena de pagamento dobrado (art. 134 da CLT). OBS: Ainda que as férias tenham sido gozadas em época própria, o empregador deve realizar o pagamento dois dias antes do seu início, sob pena de pagamento dobrado (art. 145 da CLT e súmula 450 do C.TST). REMUNERAÇÃO O art. 142 da CLT regulamenta da forma de remuneração das férias, in verbis: “Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão. § 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão das férias. § 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a media da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias. § 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à concessão das férias. § 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias. § 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será computada a média duodecimal recebida naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes.” FÉRIAS COLETIVAS Férias Coletivas são aqueleas concedias a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa (art. 139 da CLT). REGULAMENTO: Arts. 139 a 141 da CLT. EXEMPLO: ESCOLA ABC concede, no período de janeiro, férias coletivas a todos os professores. PECULIARIDADE: Imaginemos que o Professor João de Deus ainda não tenha adquirido direito às férias, tendo apenas 10 meses de trabalho na escola. O art. 140 da CLT prevê que poderá gozar, na oportunidade, férias proporcionais. OBS: Cada fração de 1/12 de férias equivale a 2,5 dias de férias. Logo, João terá direito a 25 de férias. EFEITOS NA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – “Mauricio Godinho Delgado” Férias Vencidas e Extinção Contratual: A extinção do contrato após a fluência do período concessivo das férias enseja o surgimento das férias vencidas. Estas serão devidas pelo valor dobrado (art. 146 da CLT). Férias Simples e Extinção Contratual: A extinção do contrato no curso do período concessivo, já ultrapassado o período de aquisição, enseja o surgimento das férias simples. Estas serão devidas pelo valor simples. Férias Proprocionais e Extinção Contratual: A extinção do contrato no curso do período aquisitivo de férias enseja o surgimento das férias proporcionais. As férias proporcionais calculam-se à base do percentual de 1/12 por mês componente do contrato (incluído o aviso prévio). A fração acima de 14 dias tem validade de um mês (parágrafo único do art. 146 da CLT). Peculiaridades: Em caso de dispensa por justa causa o empregado não terá direito às férias proporcionais PECULIARIDADES - EFEITOS NA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO Peculiaridades: Em caso de dispensa por justa causa o empregado não terá direito às férias proporcionais (art. 146 e parágrafo único da CLT). Em caso de culpa recíproca, o empregado terá direito a 50% das férias proporcionais (súmula 14 do TST). Em caso de pedido de demissão, o empregado terá direito às férias proporcionais (súmula 261 do TST e Convenção 132 da OIT). OBS: PRESCRIÇÃO FÉRIAS: ART. 149 DA CLT. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. PERÍODO CONCESSIVO. REFORMA TRABALHISTA – ALTERAÇÕES – Lei 13.467/2017 REGIME DE TEMPO PARCIAL: Com a revogação do art. 130-A da CLT, não há mais distinção quanto à duração das férias. PARCELAMENTO DAS FÉRIAS - ART. 134 § 1º: “Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas EM ATÉ TRÊS PERÍODOS, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.” FÉRIAS DOS MENORES DE 18 ANOS E MAIORES DE 50 ANOS: Com a revogação do parágrafo 2º do art. 134 da CLT, as férias dos menores de 18 (dezoito) anos e dos maiores de 50 (cinquenta) anos de idade, poderão ser parceladas. PRAZO DE INÍCIO DAS FÉRIAS: ART. 134 § 3º: “É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.” De acordo com Homero Batsita, as férias do empregado não poderá começar em véspera e antevéspera de domingo e de feriado. Logo, as férias nunca poderão começar às sextas-feiras nem no dia 23 de dezembro, por exemplo. ABONO DE FÉRIAS – Conceito: Conversão de 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes (art. 143 da CLT). Com a reforma, passou a ser possibiltada também aos empregados em regime de tempo parcial. BIBLIOGRAFIA Volia Bomfim Cassar – Curso do Direito do Trabalho; Mauricio Godinho Delgado – Curso de Direito do Trabalho; Homero Batista – Comentários à Reforma Trabalhista.
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