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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE CURITIBA PÓS-GRADUAÇÃO – DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR HAGATHA CRISTY RAMOS RESENHA CRÍTICA - UMA ABORDAGEM DA PSICOLOGIA DO TRABALHO, NA PRESENÇA DO TRABALHO CURITIBA 2020 Trabalho apresentado ao curso de Pós Graduação de Engenharia de Segurança, da Faculdade de Tecnologia de Curitiba como requisito avaliativo da disciplina “A importância da Psicologia no ambiente de trabalho”. Profª: Adriana Campanholi Ganske O presente artigo fala sobre métodos da Psicologia que podem ser utilizados para conseguir uma melhor abordagem relacionada ao ambiente de trabalho. Muitas vezes as análises psicológicas em relação ao trabalho não tem a devida atenção que deveriam ter, ficando em uma posição de desvalorização e sem muita importância. Para compreender cada indivíduo devemos partir de experiências vividas, a formação do indivíduo quanto a construção de crenças e valores compartilhados, gerando assim uma vida material e construindo a Psicologia do Trabalho. Não pode-se considerar que o sujeito seja simplesmente mais um naquele local de trabalho, sem analisar as situações vividas por aqueles que desenvolvem as atividades propostas. Suas atividades desempenhadas precisam expressar sua essência, pois o trabalho faz parte das experiências de cada um nos campos da sabedoria e da aprendizagem. O trabalho pode possibilitar que o sujeito ganhe reconhecimento por suas atividades exercidas e pode também como uma via de mão dupla, reconhecer o esforço do outro. Os processos relacionados a saúde e aos valores, também precisam ser alvos de análise. Quando os gestores não levam em conta a organização real do trabalho, isso pode acarretar problemas, por ele não analisar as características individuais daquele sujeito, levando em conta o modo de ser de cada um. Colocando culpas e indicando culpados equivocadamente, somente por causas aparentes que ele identificou. Podemos então ver que existe uma falta de qualidade nos métodos de formação e avaliação para prevenção de acidentes nos locais de trabalho. Quando começamos a estudar o trabalho, devemos nos atentar ao desenvolvimento das atividades do sujeito, podendo deste modo identificar algumas situações que ajudam no desenvolvimento do mesmo e também podemos perceber situações que as vezes podem ser prejudiciais à saúde mental do indivíduo. Por isso, quando vamos analisar o trabalho real, ou seja as atividades desenvolvidas pelo sujeito, só é possível por meio deles mesmos, com a experiência de cada um, do que sabem e do como sabem executar determinada tarefa. Para isso são analisados três pontos, saberes acadêmicos, experiência e postura ética de cada pessoa. Segundo um projeto iniciado em 2005 com o setor da produção mineral, com o objetivo de conhecer os saberes produzidos no trabalho e pelo trabalho, também analisando os saberes produzidos em diversos campos científicos. As rotas do projeto são definidas no mesmo tempo que os encontros acontecem e o objetivo é então, analisar como os trabalhadores sabem executar suas tarefas, o que eles compreendem do seu trabalho, para que assim seus gestores consigam desenvolver procedimentos e metodologias de como resolver situações de trabalho. Para isso é necessário que aconteça um diálogo constante entre as pessoas que desenvolvem essa pesquisa e os trabalhadores, colocando como foco as atividades propostas para os indivíduos. Quando falamos em trabalho real, também devemos analisar o assédio moral que alguns trabalhadores podem sofrer. Esse tipo de assédio que surge no meio trabalhista pode ser ocasionado pela desorganização entre as relações humanas, podendo trazer futuros problemas físicos e mentais aos trabalhadores. A má organização com relação a normas, conteúdo do trabalho, jornada, ritmo, comunicação e hierarquia também podem ser convertidas em problemas pessoais para os indivíduos. Porém para analisar esse ponto, deve-se abordar também o assédio psicossocial. Esse novo conceito pode ser percebido no relato do artigo, onde o vigilante Ricardo, passou por 2 situações de assalto na empresa em que trabalhava, e decorrente deste fato começou a enfrentar alguns problemas psicológicos. Esse quadro se agravou não somente pelo fato do assalto em si, mas como ele começou a ser abordado em seu ambiente de trabalho depois do ocorrido, a forma de organização do trabalho foi um dos principais fatores que ajudaram o caso a piorar. Toda a humilhação sofrida, a falta de intervenção terapêutica e a má organização do trabalho, fizeram com que o vigilante desenvolve o chamado “Transtorno de estresse pós-traumático”, uma perturbação que causa um sofrimento persiste, depois do trauma sofrido. As críticas feitas a ele intimidaram seus valores como trabalhador e sua autoestima, trazendo futuros problemas pra sua identidade. De acordo com o artigo esses dois casos, dos mineiros e do vigilante nos mostram que esta incógnita do trabalho real deve ser analisada com cuidado dentro do âmbito psicológico do trabalho. Os problemas que a psicologia do trabalho abordava durante algum tempo atrás eram referente ao recrutamento, buscando encontrar os trabalhadores com maior desempenho, sem focar muito nas particularidades dos indivíduos. Com o passar do anos, o campo da psicologia foi dando uma importância maior para a formação, orientação e organização do indivíduo em seu campo de trabalho. Nos dois casos, podemos notar uma grande diferença em como as lideranças se portaram diante dos funcionários. Uma totalmente voltada para organização do trabalho e preocupada em estar sempre em contato com o feedback dos trabalhadores, para que eles consigam resolver conflitos de uma maneira que nenhum funcionário seja prejudicado. Já em outro âmbito vemos o caso do vigilante, que mesmo conseguindo um acompanhamento psicológico acabou sendo afastado por problemas mentais. Por falta de organização do trabalho dos gestores, que talvez não souberam conduzir a situação com o intuito de não o prejudicar. Com isso, posso dizer que todo trabalhador também é um indivíduo, e deve ser visto a partir de suas particularidades, deve-se aproveitar o potencial de cada um e ajuda-lo a resolver conflitos e insatisfações, para que a organização no ambiente de trabalho seja satisfatória para os trabalhadores e para os gestores, evitando futuros problemas que prejudiquem a saúde de ambos. Referência: VIEIRA, Carlos Eduardo Carrusca; BARROS, Vanessa Andrade; LIMA, Francisco de Paula Antunes. Uma abordagem da psicologia do trabalho, na presença do trabalho. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte , v. 13, n. 1, p. 155-168, jun. 2007. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677- 11682007000100010&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 10 mar. 2020.
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