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MAD-2 04.05.2020 Aula - 26 Arboviroses – Febre Amarela (YfV) e Chikungunya (ChikV) Febre Amarela Epidemiologia – durante os últimos anos, notou-se uma epidemiologia sazonal, ao qual diminui-se o número de casos devido a profilaxia (vacina) que tem aumentou muito durante as últimas décadas. No Brasil, os casos diminuíram drasticamente a partir d 2003, contudo ainda há é um gráfico sazonal, ao qual de tempos em tempos aumenta-se o número de casos, esse aumento está relacionado a mutação (shift) do vírus. Porem um único sorotipo é o responsável pelas epidemias, e ele não sofre muita mutação, nesses casos, seu aumento será responsável devido ao desmatamento e a desastres naturais como o acidente de Brumadinho, enquadrando-se como fatores ambientais. Há altos níveis no Sudeste e na Amazônia. No Brasil há predominância do ciclo silvestre, infectando macacos e infecta o humano quando temos contatos com mananciais e florestas. O principal indicativo do vírus é o tipo de vetor, nesse caso, o mosquito. Os macacos atuam como reservatórios naturais. Em surtos e epidemias de FA atuam como sentinela. O macaco não é o problema! Ele também é hospedeiro vertebrado. O grande problema são os artrópodes. Vírus Amarílico Família: Flavividae Gênero: Flavivirus Possui envelope com glicoproteína E (adesão) e proteína M (adsorção, fundindo a proteína E no envelope), apresenta capsídeo icosaédrico e RNA fita positiva (representando uma tradução rápida, sendo a proteína essencial que será traduzida será a RNA-polimerase). Possui proteínas não estruturais como a NSPV. Possui 1 sorotipo. É suscetível a solventes lipídico, detergentes, calor (60 graus Celsius) ou radiação. E o tropismo com variedade celular. VETOR ARTRÓPODE: Haemagogus janthinomis e Aedes aegypti e Sabethes Replicação Viral – Vertebrado Adsorção/Reconhecimento/Desnudamento • Adsorção: RECEPTORES DE MEMBRANA • Entrada: endocitose • Desnudamento: citoplasma Biossíntese • (+)ssRNA: tradução no citoplasma: o PROTEÍNAS PRECOCES: RNA pol viral; o PROTEÍNAS TARDIAS: Estruturais e não estruturais (POLIPOPROTEÍNA) • Processamento e montagem: Clivagem da polipoproteína, montagem no citoplasma e RE Liberação: Exocitose (Transporte vesicular) 2 Vírus envelopado, se adsorve atraves das proteínas de envelope, entra na célula por endocitose, o próprio lisossomo da célula degrada o conteúdo do vírus (capsídeo e envelope) auxiliando na tradução do vírus, fazendo uma fita 5’- 3’servindo para fazer outras amostras e fazer tradução. A maioria desses vírus há uma proteína grande (polipoproteína) e proteínas não estruturais que cortam sua estrutura em pequenos pedaços e atraves de transporte vesicular, ele sai de dentro da célula. Essa célula morre devido ao esgotamento de tanto produzir o vírus. Apresenta tropismo por macrófagos, monócitos, linfócitos B, células dendriticas e células endoteliais. Para todas as arvoviroses, até a primeira etapa é igual, conferindo sintomas semelhantes. 1. O individuo será culpado por mosquito fêmea, injetando saliva com carga viral importante. Esse vírus cai na via hematogênica ou linfática, devido a sua afinidade a células imunes consegue-se se replicar nas células dendriticas da derme e ao encontrar o linfonodo se multiplica ainda mais. Ativa-se o sistema imunológico produzindo Interferon (diminui a replicação viral) e INF tentando combater o vírus. 2. Dissemina-se para outros órgãos, se diferencia para cada arbovirose,nesse caso, irá principalmente para o FÍGADO, rins, baço, medula ósse,a pâncreas, coração e SNC – SINTOMATOLOGIA – 85% dos pacientes são curados e os 15% restantes terão lesões necróticas no fígado e rins: falência hepática e/ou renal (icterícia) podendo causar a MORTE. Sintomalogia Gerais: febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço, calafrios, ânuses, vômitos e diarreia – Comus 1ª quadros de viremias e ativação da resposta imunológica. 3-4 dias: 85% dos doentes recupera-se completamente e fica permanentemente imunizado contra a doença. Periodo toxêmico (fenômenos hemorrágicos): • Febre, dores abdominais, diarréia e vômitos; • Manifestações hemorrágicas (equimoses, sangramentos no nariz e gengivas); • Complicações hepática (icterícia – acúmulo de bilirrubina direta – demonstrando um problema na sua conjugação, apresentando bilirrubina na urina) e renal (anúria, proteinúria – lesão renal) e cardíacas (quadros severos – diminui os fatores de coagulação); • Convulsões e coma 15% dos doentes evolui para morte em 50% desses casos. SÍNDROME ICTÉRICA: Tríade: icterícia (↑ bilirrubina total - ↑ bilirrubina não-conjugada + conjugada) colúria (urina escura) e acolia fecal (descoloração das fezes). 3 Lesão de hepatócitos: ↑ALT (TGP): ↑metabolismo de aminoácidos, se digerindo para a circulação. O aumento das enzimas hepáticas será devido ao quadro de ictérica, e a lesão dos hepatocios onde os aminoácidos começam a cair na circulação, tendo que aumentar o metabolismo desses aminoácidos para reverter a situação. A icterícia é proveniente do acúmulo de bilirrubina no organismo que se depositam principalmente em escleróticas e embaixo da língua. Para investigação adequada devemos lembrar as etapas da formação da bilirrubina no organismo: • Captação: a bilirrubina formada a partir da degradação do grupo heme das hemácias é captada pelos hepatócitos. Essa bilirrubina é ligada à albumina para ser transportada pelo sangue, já que é insolúvel, sendo denominada BILIRRUBINA INDIRETA (não conjugada). • Conjugação: dentro do hepatócito a bilirrubina é convertida em um composto solúvel pela enzima glucoroniltransferase, sendo denominada BILIRRUBINA DIRETA (conjugada). • Excreção: a bilirrubina é excretada no lúmen intestinal e é metabolizada por bactérias formando o urobilinogênio. Uma parte desse composto é reabsorvida e excretada na urina e o restante é excretado nas fezes dando a coloração característica. Complicações Alterações coagulativas: ↑TC, ↑TPP, trombocitopenia (replicação viral nas células de Kupffer) Alterações hepáticas: Hepatomegalia, esteatose, degeneração eosinofílica dos hepatócitos (apoptose), formação dos corpúsculos de councilman. ↑bilirrubina, ↑ALT e ↑AST (transaminases), FAL A – B) Imagens de fígado em um animal não infectado representativo (A) e infectado com YFV-DakH1279 que exigia eutanásia humana (B). O fígado infectado está descolorido com sinais de focos hemorrágicos. (C – D, 400 ×) coloração H&E de seções de fígado de um animal não infectado (C) e infectado com YFV-DakH1279 (D). Necrose extensa de hepatócitos (1), juntamente com degeneração eosinofílica das células hepáticas (corpos de Councilman, 2) e alterações de gordura (3) são observadas pelas setas pretas no painel D. O fígado mostra-se aumentado de volume, e encontram-se alterações como necrose médio-zonal dos lóbulos hepáticos, esteatose e degeneração eosinofílica dos hepatócitos denotando a lesão hepática devido a apoptose das células. A formação dos corpúsculos intracitoplasmáticos de Councilman e dos corpúsculos intranucleares de Torres pode ser observada nas células do fígado. A replicação viral nas células 4 de Kupffer (macrófagos hepáticos) leva à diminuição na taxa de formação de protrombina e à icterícia, entretanto uma resposta inflamatória é ausente ou fraca. Corpúsculo de Councilman-Rocha Lima ⇒ encontrados nos hepatócitos em hepatites virais resultantes do apoptose; ocorre a degeneração do nucléolo e a proteína decorrente da apoptose fica acumulada A fosfatase alcalina é uma hidrolase que remove grupos fosfato de um grande número de moléculas diferentes, incluindo nucleotídeos, proteínas e alcalóides Curso Clínico da Febre Amarela e Resposta Imunológica Os três primeiros dias de sintoma consegue-se fazer um PCR devido a alta replicação viral. Entre o 3-4 dias há aumento dos anticorpos,há pico de IgM estando coelacionado ao quadro de hemorragia e icteria podendo evoluir para a morte. Os casos graves da doença porque em torno de 6-9 dias o individuo pode vir a óbito por falência hepática e renal. CASOS GRAVES: Insuficiência hepatorrenal. ÓBITO (6º ao 7º dia) podendo ocorrer forma atípica fulminante (24 a 48hs) ou tardio (SEPSE) Haverá imunidade inata tentando se defender, entra por mucosa atraves da picada do mosquito podendo cair nos linfonodos infectando as células (macrófagos e células dendriticas) começando a ater secreção de citocinas e elas contribuíram para febre, NF, INTERLEUCINA 1 e INTERFERON. Se cair na via sistêmica, pode se dirigir a via hematogênica resultando em uma lesão renal indiretamente com fatores de coagulação. Nos rins, seu grande comprometimento será relacionado a problemas de pressão, afeta a volemia sanguínea, diminuindo a reabsorção renal e outros problemas que podem evoluir para a morte – EVENTOS PUDROMICOS – FEBRE HEMORRAGICA OU ICTERICIA. Tratamento Tratamento de suporte: Repouso, hidratação, analgésicos e antipiréticos (EVITAR AAS®, APIRINA® - aumentam quadro de sangramento) Hospitalização: casos graves (icterícia, hemorrágicos) Evitara a AAS – pois ele é antiagregante plaquetario – atuando no tromboxano das plaquetas Prevenção Prevenção: Uso de repelente, roupas de manga longa à circular em parques, matas, inseticidas. EVITAR A PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO!!!! Vacina monovalente: vírus atenuado produzidos em ovos embrionados (ATENÇÃO ALÉRGICOS). CONFERE IMUNIDADE HUMORAL E CELULAR (90% eficácia) INDICAÇÕES: • Moradores de áreas de risco, viajantes para áreas de risco (10 -15 dias antes). • A partir de 09 meses - Dose única CONTRA INDICAÇÕES Diagnostico Clínico + teste rápido (sorológica)/PCR Prevenção – Vacina Vacina monovalente: vírus atenuado produzidos em ovos embrionados (ATENÇÃO ALÉRGICOS). CONFERE IMUNIDADE HUMORAL E CELULAR (90% eficácia) INDICAÇÕES: • Moradores de áreas de risco, viajantes para áreas de risco (10 -15 dias antes). • A partir de 09 meses - Dose única 5 Chikungunya (ChikV) Epidemiologia • Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde (sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique): “aqueles que se dobram”, (aparência encurvada de pessoas que sofrem com a artralgia). • O CHIKV foi isolado inicialmente na Tanzânia por volta de 1952; • Desde então, há relatos de surtos em vários países do mundo (40 países); • Nas Américas, em outubro de 2013, teve início uma grande epidemia de chikungunya em diversas ilhas do Caribe. • 2014: Transmissão autóctone (transmissão interna) no Brasil Doença febril. Característica clínica mais importante e debilitante é a artralgia. Acredita-se que há uma competição entre dengue e chikungunha. No Brasil há o ciclo urbano, devido o seu vetor ser o A.aegypti. Na Amazonia Agentes Etiológicos e Estrutura Viral Família: Togaviridae Gênero: Alphavirus Estrutura: • Capsídeo icosaédrico (C) • RNA simples fita - (+)ssRNA • Envelopados com glicoproteínas (E1, E2), • Polipoproteína precursora: • Proteínas não estruturais (NSP1 - NSP4): • 4 proteínas não estruturais e 5 proteínas estruturais 6 • Suscetível a solventes lipídico, detergentes, calor (60°C) ou radiação Tropismo: Fibroblastos, células endoteliais, MA VETOR ARTRÓPODE: Aedes aegypti e Aedes albopictus Replicação Viral Adsorção/Reconhecimento/Desnudamento • Adsorção: glicoproteínas E1 e E2 • Entrada: endocitose • Desnudamento: citoplasma Biossíntese (+)ssRNA: tradução no citoplasma: - PROTEÍNAS PRECOCES: RNA pol viral; - PROTEÍNAS TARDIAS: Estruturais e não estruturais (POLIPOPROTEÍNA) • Processamento e montagem: Clivagem da polipoproteína, montagem no citoplasma e RE, Golgi Liberação: Brotamento Patôgenese Primeiro há replicação nos fibroblastos da derme chega na via hematogênica disseminando e replicando atingindo as ARTICULAÇÕES, baco, fígado, pele e SNC – sintomatologia. Levando ao recrutamento de células inflamatórias para locais de replicação – INFLAMAÇÃO (ex.: ARTRITE). Sintomatologia FASE AGUDA OU FEBRIL: MÉDIA 7 DIAS) • FEBRE de início súbito; EDEMA • POLIARTRALGIA (90% dos casos); Debilitante - Bilateral – simétrica Punhos, mãos e pés • rash cutâneo - EXANTEMA (mais de 50% dos casos). Outros sintomas: cefaléia, conjutivite, fadiga, mialgia, naúsea e vômito. FASE SUB-AGUDA • Desaparecimento da febre • PERSISTÊNCIA DA POLIARTRITE (ARTRALGIA) • MÚLTIPLAS ARTICULAÇÕES • Tenossinovite (síndrome do túnel do carpo) • EDEMA PERSISTENTE • Lesões cutâneas (bolhas e vesículas) • Púrpuras • Prurido • Exantema mãos e pés FASE CRÔNICA • Artropatias crônico-degenerativas musculoesquelética e neuropática • Duração: três a seis anos • Fase crônica - mais da metade dos pacientes. • Fatores de risco para a cronificação são: • Idade: >45 anos, • Maior no sexo feminino, • Desordem articular preexistente ASSOCIAÇÕES COM DESENVOLVIMENTO DA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ 7 Curso Clínico da Febre ChikV e Resposta Imunológica - A IgM pode ser detectada a partir do 2o dia da doença e persiste por várias semanas até 3 meses. - A IgG é detectada na fase convalescente e persiste por anos. *Se prolifera em fibroblastos de chinovia, há morte de fibroblastos ativando o sistema imune recrutando NK. Há morte de osteoblastos haverá substituição por osteoclasto regenerando essa parte de sinovial. ativando resposta inflamatória Fase aguda: ↑[IFN-I], citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas. Tratamento Tratamento de suporte: Repouso, hidratação, analgésicos, anti-inflamatórios (EVITAR AINES) e antipiréticos (EVITAR AAS®, APIRINA®) Fisioterapia e acompanhamento pós fase aguda Prevenção Uso de repelente, roupas de manga longa ao circular em parques, matas, inseticidas. EVITAR A PROLIFERAÇÃO DO MOSQUITO!!!! Diagnóstico CLÍNICO + TESTE RÁPIDO (Sorologia)/PCR (Antígeno) Caso Clínico – Febre Amarela Paciente 39 anos, sexo feminino iniciou quadro de febre, prostração e mialgia. Alguns dias depois procurou PS hospitalar e foi encaminhada a internação em hospital local. Evoluiu com piora progressiva do quadro e foi transferida de hospital. Na admissão paciente sonolenta e hiporresponsiva e extremidades frias. Desidratada, hipocorada, cianótica em extremidade, ictérica, afebril. Taquicárdica (138 bpm). Abdome tenso, doloroso a palpação e sonda vesical de demora (SVD) com hematúria importante. Exames laboratoriais revelaram anemia, plaquetopenia, 8 coagulopatia, altos níveis de ureia, LDH, e enzimas hepáticas (AST e ALT). Logo, ao considerar-se o quadro clínico, as alterações laboratoriais e histórico vacinal negativo para febre amarela, a hipótese diagnóstica considerada foi de choque hemorrágico secundário à febre hemorrágica, provável Febre Amarela (FA). Foi coletado material para a realização da sorologia de FA pelo método de sorologia Elisa. Resultado IgM anti-FA (+) Caso Clínico – Chikungunya Paciente, 70 anos, sexo masculino. Paciente foi admitido em hospital com o quadro de febre alta, poliartralgia, dor torácica e dispneia intermitente com ortopnéia. Em meados de março de 2017, o paciente iniciou quadros de febre, temperatura não mensurada, marcante desconforto em articulações de mãos, punhos, tornozelos e pés. Referiu que “suas juntas incharam”, mas negou rubor e calor locais. Foi admitido no hospital, onde fez exames laboratoriais que mostraram leucopenia, linfopenia, albuminemia e discreta hiponatremia. O tratamento foi feito com sintomáticos. Recebendo alta no 14° dia de internação hospitalar. Após uma semana procurou novamente o atendimento hospitalar, pois voltou a apresentar febre diária de 39°C e as mesmas dores em membros superiores. Três dias depois surgiram lesões violáceas em regiões palmar e plantar com edema local e bastantes dolorosas. Foi realizada sorologia para Chikungunya e confirmada a doença. Após tratamentosintomático paciente recebeu alta hospitalar devido melhora do quadro e foi encaminhado para acompanhamento ambulatorial
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