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1 - INICIAL - USUCAPIÃO RURAL - corrigido

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA/PR.
João, brasileiro, agricultor, portador da cédula de identidade n. 1234567890, inscrito no CPF sob o n. 123.456.789-69, sem endereço eletrônico, residente e domiciliado à Rua das Bromélias, nº100, em Londrina-PR, pelo procurador signatário, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO PRO LABORE em face de:
JULIÃO, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade n. 0102030405, inscrito no CPF sob o n. 010.020.030-66 e RUTH, brasileira, casada, portadora da cédula de identidade n. 9876543210, inscrito no CPF sob o n. 696.852.468.79, residentes e domiciliados à Rua Fernando Osório, 678, Londrina-PR, consoante fundamentos de fato e de direito que passam a ser expostos:
1) DOS FATOS E DA POSSE:
O Autor e seu companheiro Marcos, (declaração de consentimento em anexo), são os legítimos possuidores de um imóvel rural, contendo uma área total de 35 hectares.
Segundo documentos obtidos juntamente ao Registro de Imóveis de Londrina, bem como da planta da propriedade, foi possível observar como sendo proprietários registrais Julião e Ruth. 
Entretanto, a referida propriedade está sob o posse do postulante há aproximadamente nove anos, a qual é explorada de forma mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini e boa-fé, sem oposição de terceiros, dando-lhe a devida função social, mediante moradia e exploração agrícola.
Indubitável que estão presentes os requisitos para aquisição por usucapião, ou seja, a posse mansa, pacífica, ininterrupta e pelo prazo previsto na lei civil, dando à propriedade função social. Se necessário for, tais pressupostos serão corroborados por meio de documentos e testemunhas, que comprovarão se tratar de posse qualificada.
Sendo assim, o Autor busca regularizar sua área por meio da usucapião, para, por fim, figurar como legítimo proprietário registral do imóvel.
2) DO DIREITO:
A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 191, caput, estabelece a Usucapião Pro Labore:
Art. 191- Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (BRASIL, 1988)
O referido instituto também é abordado pelo Código Civil, o qual, em seu Art. 1.239, diz que:
Art. 1.239- Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. (BRASIL, 2002)
Por conseguinte, e com base no exposto acima, cabe analisar a presença dos requisitos gerias e específicos que justifiquem, e comprovem, o direito do autor em usucapir o imóvel que encontra-se sob sua posse. 
Primeiramente, cabe ressaltar que o imóvel é hábil de se usucapir, uma vez que não se trata de imóvel público, o qual possui impedimento expresso, de acordo com a Constituição do República Federativa do Brasil (Art. 183, § 3º).
Outrossim, referente a qualidade da posse, trata-se de posse qualificada (ad usucapionem), com o gozo absoluto de animus domini, fatos estes comprovados pelo fato da moradia construída na propriedade, bem como o pagamento anual realizado dos impostos referentes ao terreno. Ademais, tal posse sempre foi realizada de forma mansa, pacífica e initerrupta. 
Por conseguinte, passemos a análise do termpo, de acordo com o Art. 191, caput, da CRFB/1988, e o Art. 1.239, do CC/2002, fixa-se como prazo mínimo o total 05 (cinco) anos, o que já foi superado pelo autor que encontra-se no terreno à 9 anos. 
Quanto aos requisitos específicos, fica evidenciado que a área além de não ultrapassar a medida de 50 ha, passou a ser moradia e forma de sustento do autor, visto que tornou a mesma produtiva, outrossim, a parte autora não possuí qualquer outro imóvel em seu nome. 
Assim sendo, é notório o preenchimento de todos os requisitos necessários para que seja declarado a propriedade do imóvel à parte autora. 
3) DOS CONFRONTANTES:
São confrontantes, naquilo que pertine à propriedade rural:
a) Fazenda da Paz. 
b) Francisco e Rosa.
4) DOS PEDIDOS:
Isso posto, requer-se:
a) o recebimento da presente exordial, para que seja processada nos termos da legislação vigente;
b) o deferimento do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei n. 1.060/50 e art. 98 do Código de Processo Civil;
c) a intimação do Ministério Público, para que intervenha no feito, querendo;
d) a citação dos proprietários registrais, dos confrontantes acima identificados, de seus eventuais cônjuges, bem como a citação editalícia de interessados ausentes, incertos e desconhecidos (art. 259 do CPC);
e) ao final, a procedência do pedido, com a consequente declaração de domínio em favor do ora Requerente e expedição de mandado ao Registro de Imóveis de Londrina/PR, fazendo-se constar do instrumento a isenção das custas e emolumentos, nos termos do art. 98, §1º, IX, do Código de Processo Civil;
f) A cientificação das Fazendas Públicas Municipal, Estadual e da União.
g) a produção de todo o gênero de provas em Direito admitidas, em especial, documental, pericial e testemunhal, cujo rol protesta-se por posterior juntada.
Atribui-se a causa o valor de R$ (...), com base no Art. 292, inciso V, do CPC/2015.
Nestes termos, pede deferimento. 
Londrina/PR, 25 de março de 2020.
Matheus Mauss da Gama 
OAB/PR 696969
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