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VITAMINA B12 (COBALAMINA) 
De acordo com Philippi (2008 p.201), o termo cobalamina é utilizado para descrever 
um grupo de compostos que contém cobalto como centro de um anel tetrapirrólico e, 
ligado a este, uma ribose, um fosfato e uma base. Cianocobalamina é o nome da 
vitamina B12 livre. O termo “vitamina B12” pode ser aplicado as suas duas formas 
de coenzima: a metilcobalamina e a 5-desoxiadenosilcobalamina. 
No estomago, a vitamina é liberada de proteínas pela ação do ácido clorídrico (HCl) 
e da pepsina, presentes no suco gástrico. A vitamina recém-liberada liga-se a 
proteína-R (produzida pelas glândulas salivares e presente no estomago pelo 
processo de deglutição), passando pelo intestino delgado, onde a vitamina é 
novamente liberada da proteína pela ação da tripsina. Nessa porção inicial do 
intestino delgado, a vitamina B12, novamente livre, liga-se ao fator intrínseco, que é 
uma glicoproteína produzida pelas células parietais do estomago. Formam-se um 
complexo que será transportado até o íleo, onde se ligará a receptores específicos 
de membrana que promoverão a absorção da vitamina. Depois de absorvida, a 
cianocobalamina liga-se às trasncobalaminas I,II e III, e pelo sistema porta é 
transportada ao fígado e às células sanguíneas. Estima-se a eficiência absortiva de 
50% da vitamina por adultos saudáveis. (PHILIPPI, 2008). 
Cerca de 50 a 90% da vitamina presente no organismo encontra-se armazenada no 
fígado, e o restante é estável. Somente uma pequena quantidade é perdida pela 
circulação enteroepatica e liberada na bile. A excreção urinaria só ocorre quando há 
excesso de vitamina na circulação e isso pode ocorrer após administração injetável 
da vitamina. (PHILIPPI,2008). 
Ainda segundo Philippi (2008 p.202), a cianocobalamina é uma vitamina que tem 
função de uma coenzima. A 5-desoxiadenosilcobalamina, participa da conversão do 
metilmalonil-CoA em succini-CoA, que é um intermediário do ciclo do ácido cítrico e 
libera energia pela oxidação de três carbonos do ácido graxo. Outra importante 
função como coenzima, é a relação com a conversão da homocisteína em metionina 
e tetrahidrofolato, pela metilcobalamina que faz a transferência de grupos metil 
nessa reação, mantendo os estoques corporais de metionina, disponibilizando o 
tetrahidrofolato para síntese de DNA. A cianocobalamina é essencial para a 
formação de células sanguíneas e sua falta pode ocasionar deficiência secundaria 
de folato; A vitamina ainda participa da manutenção da integridade das bainhas de 
mielina, que recobrem as fibras nervosas. Dentre os alimentos fonte de 
cianocobalamina estão as vísceras, sendo o principal o fígado bovino. A vitamina é 
encontrada em alimentos de origem animal, como as carnes em geral, ovos, leite e 
seus derivados. A principal consequência da deficiência de vitamina B12 é a anemia 
perniciosa. Porém, pode ocorrer complicações neurológicas, sintomas como 
alterações visuais, insônia, impotência e incontinência urinaria e fecal. De maneira 
geral, a deficiência dessa vitamina é rara. Estao incluídos no grupo de risco os 
idosos, devido a gastrite atrófica, indivíduos com insuficiência pancreática, pacientes 
HIV positivo, e possivelmente vegetarianos estritos. 
De acordo com a DRA, a recomendação para adultos é de 2,4 µg/dia, tanto para 
homens, quanto para mulheres; aumentando as necessidades durante a gestação e 
a lactação. As EARs são 2,0 µg/dia e os valores de UL não foram estabelecidos, 
devido a falta de dados relativos aos efeitos adversos da ingestão excessiva (IOM, 
1998). As RNIs da FAO (2001) são as mesmas, 2,4 µg/dia. (PHILIPPHI, 2008). 
As cobalaminas têm sido determinadas em diversos tipos de matrizes analíticas, 
inclusive formas farmacêuticas, através de métodos por cromatografia líquida de alta 
eficiência, quimiluminescência, fluorimetria, eletroforese capilar, espectrometria de 
absorção atômica, além de métodos microbiológicos. Todavia, métodos envolvendo 
espectrofotometria na região do ultravioleta/visível (UV/Vis) são escassos, 
principalmente em formas farmacêuticas (Kumar et al., 2010). 
De acordo com o Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde, a 
Cianocobalamina é utilizada na fortificação de fórmulas infantis com teores variáveis. 
Pela complexidade da matriz e estabilidade da vitamina o seu doseamento levanta 
preocupações. O método de UPLC-MS/MS precedido de uma extração em fase 
sólida (SPE) permite de forma rápida, eficiente e com baixos limites de 
quantificação, determinar o teor de cianocobalamina em fórmulas infantis. As 
amostras são dissolvidas em 25 mL de uma solução de ácido fosfórico 4% com 
adição de 100 μL de uma solução 1 μg/mL de metotrexato como padrão interno. 
Esta suspensão é sanicada durante 10 minutos e centrifugada durante 15 minutos a 
3400 rpm. Coloca-se 3 mL do sobrenadante numa coluna Oasis HLB da Waters, 
previamente condicionada com 3 mL de metanol e equilibrada com 3 mL de água. A 
eluição é efetuada com metanol posteriormente evaporado à secura sob corrente de 
azoto. O resíduo é reconstituído em 1 mL da primeira linha do gradiente da fase 
móvel, filtrado por filtro de seringa GHP 0,22 μm e injetado no cromatógrafo. O 
cromatógrafo utilizado foi um AcQuity UPLC com detecção por espectrometria de 
massa num triplo quadrupolo. Este método permite determinar a Vitamina B12, 
expressa em cianocobalamina, em fórmulas infantis. O limite de detecção do método 
é 0,248 μg/L. Obtém-se boas recuperações do padrão interno entre 95 e 105%. Os 
resultados obtidos para as fórmulas infantis são em torno de 0,702 μg/100g e de 
1,983 μg/100g que demonstram a variabilidade que se pode encontrar nas diferentes 
formulações infantis. (Mota et al. 2014). 
 
ALIMENTO MEDIDA USUAL QUANTIDADE (g) B12 (μg/) 
Grupo das Carnes e Ovos 
Fígado cozido 1 unidade 100 70,60 
Salmão cozido 1 filé 100 3,5 
Carne moída (20% gordura) 2 colheres 100 2,20 
Camarão a vapor 12 unidades 100 1,44 
Ovo de galinha cozido 2 unidades e 1/2 100 1,10 
 Grupo do Leite e derivados 
Leite Integral (3,5% gordura) ½ Copo americano 100 0,40 
Queijo Muçarela 6 fatias 100 2,30 
Fonte: Autoria Própria 
 
 
 
Referencias: 
 
PHILIPPI, Sonia T. Piramide dos Alimentos Fundamentos Básicos da Nutrição. 
Barueri - SP: Editora Malone, 2008. 
MOTA, C. et al. Determinação de cianocobalamina (vitamina B12) em fórmulas 
infantis por UPLC-MS/MS. Repositório Cientifico do Instituto Nacional de Saude, 
2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10400.18/2461>. Acesso em: 24 mar 
2020. 
IEGGLI, F. et al. Determinação de cobamamida em produtos farmacêuticos por 
espectrofotometria no visível. Revista Brasileira de Farmacia (RBF), 2012. 
Disponível em: <http://rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-2-10.pdf>. Acesso em: 24 mar 
2020.

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