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2020 04 09 - QUESTOES APS PROCESSO TRABALHO

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Problema
 Os alunos deverão a partir da situação problema abaixo responder as questões propostas de forma fundamentada e através da utilização da legislação, doutrina e jurisprudência.
 Um vendedor externo, Aristóteles da Silva, contratado pela empresa “Pirulitos no Atacado Ltda.”, em sua CTPS foi anotada a exceção do artigo 62, inciso I da CLT;, sob a justificativa que o empregador não realiza controle da jornada de trabalho do autor. Tal anotação também constava da sua ficha de registro de empregados. Em seu labor Aristóteles comparecia à empresa pela manhã e elaborava um roteiro de visitas, a partir de carteira de clientes de sua área apresentada pela empresa, prevendo no mínimo 20 (vinte) visitas diárias. Saía para realizar as visitas mantendo contato por telefone, quando informava o horário de chegada e saída em cada cliente. Encerradas as visitas o vendedor enviava o relatório de seu dia de trabalho via “e-mail”.
 Aristóteles não registrava em controle de frequência a sua jornada, que em média era de 10 horas diárias, sem intervalos, de segundas a sábados. Aristóteles foi dispensado após dez anos de serviços prestados sob o fundamento de justa causa por ato de concorrência desleal em prejuízo da empresa.
 Aristóteles propôs Reclamação Trabalhista em face de sua ex-empregadora, onde pretende a descaracterização da justa causa o pagamento de horas extras de horas extras e seus reflexos e pagamento de empréstimo que ele autor fez ao sócio da empresa.
 Em audiência realizada, a conciliação proposta pelo juiz foi infrutífera. Em sua defesa a empresa “Pirulitos no Atacado Ltda.” sustenta nada dever a título de horas extras, dada à exceção a que estavam sujeitos os seus vendedores, e que a justa causa se encontra caracterizada na medida em que o empregado nas suas horas vagas como era proprietário de estabelecimento comercial em sociedade com sua esposa, vendia outros produtos alimentícios no varejo.
 A contestação foi apresentada ao advogado do autor da demanda que rechaçou por negativa geral os fatos narrados na defesa e reiterou o conteúdo da petição inicial.
 Ato contínuo o juiz iniciou a instrução informando que dispensava o interrogatório do autor e do preposto da empresa ré, perguntando às partes se tinham provas, o advogado do autor informou que apresentaria duas testemunhas e o advogado da ré que apresentaria apenas uma testemunha.
 Iniciada a colheita da prova oral, as testemunhas do autor informaram nada saber acerca dos fatos relacionados à justa causa e confirmaram que o autor estava submetido a controle informal de horário eis que se reportava a empresa nos exatos termos narrados na petição inicial.
 A testemunha da empresa, que exercia a função de diretor comercial com participação acionária na empresa, foi contraditada pelo advogado do autor, sob o fundamento de exercício de cargo de confiança na empresa. A contradita não foi acolhida, sendo que o juiz se baseou para essa decisão no fato de que a testemunha convocada embora diretor não tinha real interesse na demanda. O advogado em questão apresentou protestos, que restaram consignados em ata de audiência. A testemunha foi ouvida e nada acrescentou com relação às horas extras, mencionando tão somente que o trabalho do autor era realizado externamente sob a supervisão do depoente. Com relação à justa causa seu depoimento foi no sentido que ele havia investigado o fato e constatou pessoalmente que o autor era sócio minoritário de estabelecimento comercial localizado em frente a um clube onde eram vendidos no varejo toda a espécie de doces, inclusive pirulitos da empresa ré.
 As partes apresentaram alegações finais remissivas após o encerramento da instrução e ato contínuo o juiz prolatou a sentença julgando todos os pedidos iniciais improcedentes com fundamento na prova produzida em audiência, atribuiu custas processuais ao empregado sob o valor da causa em R$ 20.000,00.
 Nos autos constava pleito do autor no sentido de concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, assim publicada a sentença o advogado de Aristóteles apresentou medida processual visando o exame desse ponto omisso na decisão.
 O juiz entendeu que não havia qualquer omissão no julgado, assim novamente inconformado o autor no prazo apresentou medida processual objetivando reforma da decisão, que restou em juízo de admissibilidade denegada por falta de preparo. Mais uma vez o autor inconformado aviou nova medida processual.
Pergunta-se:
1. Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus da prova no acaso acima apresentado? Fundamente sua opção de forma completa, inclusive abordando de forma detalhada a questão da inversão do ônus da prova no processo do trabalho.
RESPOSTA: O juiz não distribuiu o ônus da prova corretamente, pois segundo a doutrina do jurista Gustavo Filipe Barbosa Garcia, “cabe ao juiz o exame da questão em cada caso concreto, fazendo incidir o ônus da prova sobre a parte que tem melhores condições, especialmente técnicas, demonstrar o fato, o que muitas vezes resultaria na inversão do ônus da prova, passando a incidir sobre o empregador.” Sendo assim, o Magistrado deveria ter invertido o ônus da prova para o Reclamado e não para o Reclamante, já que este tem menos recursos para provar o alegado, como por exemplo, a demissão por justa causa. De acordo com o do Art. 373 CLT- “O Ônus da prova incumbe: I. Ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II. Ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.”
2. Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado do autor, responda considerando o princípio processual cabível a espécie?
Resposta: O protesto poderá ser usado como prova para contestação da decisão, considerando o Princípio da Inafastabilidade do controle jurisdicional, o protesto se faz necessário para que conste em Ata de Audiência a indignação do advogado do autor pelo fato do juiz de 1º grau ter ouvido a testemunha do Réu, não levando em conta o interesse na solução da demanda, tendo em vista que este era diretor comercial com participação acionária na empresa. E também para que em um possível Recurso Ordinário, a Turma julgadora aprecie tal “lesão”.
3. Diante da pretensão do autor o réu do ponto de vista genérico ao apresentar a defesa deve abordar quais pontos? Apresente cada um deles. Quais devem ser considerados no caso concreto acima?
RESPOSTA: Na peça contestatória, pelo princípio da eventualidade, o réu deverá abordar a descaracterização da justa causa, as horas extras e seus reflexos, e o empréstimo suscitado pelo autor, requerendo ao final a improcedência de todos os pedidos.
4. Qual a medida processual utilizada pelo autor para o exame do ponto omisso da sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida a medida quais seriam os seus efeitos? Qual a medida processual apresentada pelo autor após o indeferimento da medida processual em relação à omissão? Qual o prazo e o marco inicial desse prazo? Quais os seus pressupostos genéricos.
RESPOSTA: A medida processual utilizada pelo autor foram os Embargos de Declaração no prazo de 5 dias úteis, conforme art. 897-A da CLT. Caso fossem acolhidos os Embargos de Declaração o juiz teria deferido a justiça gratuita e como consequência a ação julgada improcedente, passaria a ser julgada parcialmente procedente. Sendo assim, o autor não precisaria recolher custas para interposição de Recurso Ordinário. A medida processual que deverá ser apresentada pelo autor após o indeferimento dos Embargos de Declaração deverá ser o Recurso Ordinário, sendo o prazo de 8 dias úteis contados da intimação da decisão, conforme art. 895 da CLT. Os pressupostos genéricos são classificados como legitimidade, capacidade e interesse.
5. Qual a medida judicial cabível da denegação da medida judicial referida no item 4? Quais as obrigações da parte que avia essa medida? Qual o juízo de interposição? Qual o juízo de conhecimento? Qual o objetivo dessa medida?
RESPOSTA: A medida cabível da denegaçãodo Recurso Ordinário é o Agravo de Instrumento conforme art. 897 da CLT e IN 16. A parte que apresenta o Agravo de Instrumento, deverá obrigatoriamente juntar cópia da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do Agravante e Agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar e da comprovação do recolhimento das custas. O juízo de interposição é o juízo “a quo”. O juízo de conhecimento é o juízo “ad quem”. Essa medida serve para destrancar o Recurso Ordinário para que seja apreciado em 2º grau.
6. Considerando-se que o Tribunal deu provimento a medida judicial que combateu a decisão denegatória da medida principal, bem como provimento parcial a própria medida principal reconhecendo tão somente o direito a descaracterização da justa causa, o que resta do ponto de vista processual para que a Aristóteles possa defender seus interesses com relação a ao excesso de jornada Apresente a(s) medida(s), prazo(s), finalidade(s) e pressuposto(s) especifico(s) ao caso concreto.
RESPOSTA: O advogado de Aristóteles (reclamante) para defender seus interesses em relação as horas extras, deverá interpor o recurso de revista conforme art. 896 da CLT, no prazo de 8 (oito) dias, tanto para as razões, quanto para as contrarrazões. O propósito deste recurso é de modificar a decisão do Tribunal e da uniformização da jurisprudência, ou seja, a correta interpretação das leis pelos tribunais trabalhistas. No caso concreto podemos aplicar o pressuposto específico denominado interesse recursal, pois significa a necessidade e a utilidade do recurso interposto, já que a decisão não proporcionou tudo o que a parte poderia obter. Os pressupostos extrínsecos de admissibilidade estão previstos na parte final do § 5º do art. 896 da CLT.

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