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ATIVIDADE DE PRÁTICA CIVIL- CONTESTAÇÃO corrigido

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ATIVIDADE DE PRÁTICA CIVIL
CONTESTAÇÃO
São Paulo, 14 de abril de 2020.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Autos do processo Nº ....
ANDERSON, brasileiro, estado civil ..., profissão ...., filho de XXX, portador do RG ..... e CPF ....., residente e domiciliado no endereço localizado na Rua ...., Nº ...., Bairro ...., CEP: ...., no Estado do Rio de Janeiro/ RJ, vem à presença de V.. Exa., por seu advogado que esta subscreve, com procuração anexa em Fls..., cujo escritório se localizada no endereço da Rua... Nº..., Bairro..., CEP... Cidade/UF..., onde recebe intimações, oferecer a presente:
CONTESTAÇÃO,
com fulcro no artigo 335 do CPC, à presente ação de anulação de venda de imóvel, movido por BRUNO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, pelas seguintes razões a seguir expostos.
I- SÍNTESE DA INICIAL
No dia 06 de novembro de 2017, Marcelo, alienou, através de escritura pública de compra e venda celebrada com Anderson, um imóvel de sua propriedade localizado no município de São Paulo. 
O valor do imóvel foi pactuado em R$ 320.000,00 (trezentos e vinte mil reais), valor relativo aos preços de mercado do imóvel, que foi totalmente integralizado por Anderson no ato da lavratura da escritura do imóvel. No dia 09 de setembro de 2018, Marcelo veio a ser interditado por demência decorrente do Mal de Alzheimer, tornando-o relativamente incapaz, por meio de sentença prolatada pelo juízo da 2ª Vara de Órfãos e Sucessões da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, da qual não houve recurso. Em decorrência dessa decisão judicial, seu filho Bruno foi nomeado como curador de Marcelo para representá-los nos atos da vida civil. 
Todavia, em dezembro de 2018, Bruno propôs a presente ação de anulação de venda e compra do imóvel com base na interdição de Marcelo, alegando má-fé e dolo de Anderson na formação de negócio jurídico anterior.
 É o relatório
II- DA PRELIMINAR
II.I- Da Carência de Ação por Ilegitimidade Ativa
Verifica-se na ação proposta que o autor não tem legitimidade para figurar no polo passivo da presente relação processual. Quem detém a presente legitimidade é o Sr. Marcelo, uma vez que o autor constante nos autos é apenas o curador do Sr. Marcelo, que deverá representá-lo judicialmente, mas não podendo demandar em nome próprio a presente ação, conforme preceitua os artigos 17, 18 e 71, ambos do Código de Processo Civil, senão vejamos:
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. (Grifo nosso). 
A substituição processual é o fenômeno pela qual alguém, autorizado por lei, atuar em juízo como parte, em nome próprio e no seu interesse, na defesa de pretensão alheia. Como se trata de hipótese excepcional de legitimação para a causa, somente quando expressa na lei ou decorrer do sistema é que se admite a substituição processual.
Neste sentido, é o entendimento firmado pelo Desembargador Marcos Lincoln do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, nos autos do processo Nº.10707130008105001, onde esclareceu naquele caso que, “o simples fato de a apelante exercer o múnus de curadora do incapaz, ao meu juízo, não lhe transfere legitimidade para postular, em nome próprio, o direito que, em tese, seria dele, pois os absolutamente incapazes serão tão somente representador por seus pais, tutores ou curadores na forma da lei civil” e que “não há como confundir os institutos da capacidade para estar em juízo e da legitimidade para a causa”.
Desta forma, com base nos artigos 337, inciso IX, 330, II, e 485, VI do Código de Processo Civil, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, diante do reconhecimento da ilegitimidade ativa do autor.
III- DO MÉRITO 
DA AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO DA INCAPACIDADE 
Como exposto pelo autor na petição inicial, o negócio foi celebrado entre Marcelo e Anderson em 06 de novembro de 2017, antes do ato de interdição, que ocorreu em 09 de setembro de 2018. Ocorre que, na data da formação do contrato de compra e venda, o réu desconhecia a incapacidade do vendedor, não justificando desta forma, a má fé e dolo alegados pelo autor na peça exordial. 
Para caracterização da má-fé alegada pelo autor, é precedente que se tenha conhecimento da incapacidade do vendedor, para assim, agir em desconformidade com o ordenamento jurídico, procurando prejudicar aquela pessoa que fosse incapaz para realização dos atos da vida civil, caracterizado o dolo previsto nos artigos 145 a 150 do Código Civil. 
Todavia, a situação dos autos é totalmente contrária. O réu, comprador do imóvel, em nenhum momento teve ciência da incapacidade do autor na época da celebração do contrato. Vale salientar que, em recente julgado no ano de 2019, o TJ/DF em decisão do Acórdão referente a ação de nulidade de compra e venda de imóvel daquele que, posteriormente foi tido como interditado, ressaltou que “a ausência de interdição não impede o reconhecimento da nulidade do contrato de compra e venda celebrado por agente incapaz, salvo quando a incapacidade não era e nem podia ser conhecida pelo outro contratante.” TJ/DF- Proc. N. 0024664-38.2014.8.07.0001- D.O.U 10.06.2019.
Fato é que, o réu não teve qualquer intenção em prejudicar o comprador na celebração do referido contrato, uma vez que desconhecia quaisquer indícios de incapacidade do outro contratante. 
Ainda nesse sentido, é cediço ressaltar que o imóvel foi celebrado no valor de R$ 320.000,00 (Trezentos e vinte e mil reais), cujo preço seguia os parâmetros de mercado, bem como, que o valor foi totalmente integralizado pelo réu quando da lavratura da escritura do imóvel, o que justifica a boa-fé do comprador em adquirir o negócio a preço de mercado e em quitar totalmente no negócio jurídico, quitando as suas obrigações.
A expressão má-fé deriva do latim ‘malefatius’ (mau destino, ou má-sorte), e exprimi tudo que se faz com maldade, com o total conhecimento do mal contido no ato executado ou do vício que pretende esconder, atos estes totalmente contrários às intenções do réu. 
Não há sequer, qualquer indício apontado pelo autor na presente demanda comprovando que a incapacidade do autor era vil aos olhos de qualquer pessoa e que pudesse ser percebida com extrema clareza, ou ainda que, na época da celebração do contrato de venda e compra, o Sr. Marcelo, já estaria incapaz para os atos da vida civil. 
O réu em nenhum momento de celebração daquele contrato, teve indícios de que estaria realizando-o com pessoa que pudesse ser incapacitada, não teve ao menos, qualquer apontamento que causasse estranheza na relação contratual que pudesse justificar que se tratava de pessoa incapacitada. É nesse sentido, o julgado do TJ/RJ em decisão de apelação proferida em 06.08.2019, ‘in verbis’:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURIDICO C/C REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE IMÓVEL. ALEGAÇÃO DE QUE A ALIENAÇÃO DO IMÓVEL FOI EFETUADA POR PROCURADOR (PRIMEIRO AUTOR) QUE SOFRIA DE ESQUIZOFRENIA, HAVENDO SIDO INTERDITADO JUDICIALMENTE, SENDO NOMEADA CURADORA SUA ESPOSA. AFIRMA QUE O NEGÓCIO JURÍDICO, MESMO REALIZADO ANTES DA INTERDIÇÃO ENCONTRA-SE EIVADO DE NULIDADE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. MANUTENÇÃO DO JULGADO. Interdição do procurador dos promitentes vendedores (primeiro autor), que se deu posteriormente à celebração do negócio jurídico. Promitentes vendedores que celebraram o contrato de compra e venda do imóvel no Loteamento Jardim Atlântico, lote 13, quadra 375, no Município de Maricá, em 1975 e posteriormente a segunda alienação em 1978. Primeiro autor que teve a interdição decretada, através de sentença transitada em julgado em 30/12/1980, portanto 05 (cinco) anos após a celebração do primeiro contrato de venda. Ausência de provas de que, antes da sentença de interdição, o “interditado” não tinha capacidadepara negócios da vida civil. Inexistência de provas da má-fé dos promitentes compradores. Conclui-se que a anulação um negócio jurídico, sem a certeza da incapacidade do agente, vinte anos após, importaria na violação da boa-fé dos terceiros adquirentes, proprietários atuais, e enriquecimento sem causa do incapaz, que recebeu o preço pela venda do imóvel. Dessa forma, não havendo nada que determine a nulidade do negócio jurídico e considerando que os apelados quitaram o preço acordado, correta a sentença que julgou improcedente o pedido declaratório de nulidade e prejudicado o pedido de reintegração de posse. Sentença de Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro NONA CÂMARA CIVEL 3 AG improcedência que não merece reforma. Majoração dos honorários sucumbenciais, nos termos do §11, do art. 85, do CPC. DESPROVIMENTO DO RECURSO. TJ/ RJ. Nona Câmara Cível. Apelação Cível nº 0000587-27.2000.8.19.0031. (GRIFO NOSSO).”
Diante do exposto, requer seja a ação julgada totalmente improcedente, por ausência de conhecimento do réu de qualquer incapacidade do comprador, à data da celebração do negócio jurídico, bem como, pela não comprovação aos autos da referida incapacidade àquela data suscitada.
IV- DA CONCLUSÃO
Ante o exposto, requer o réu a Vossa Excelência:
a. preliminarmente, seja reconhecida a ilegitimidade ativa do autor, com a extinção do feito sem resolução do mérito, com base no artigo 485, VI, do CPC;
b. em não sendo acolhida a preliminar suscitada, no mérito, o reconhecimento da improcedência total dos pedidos do autor;
c. a condenação do autor no ônus da sucumbência, em 10% do valor da causa, nos termos do art. 85, §§ 2º e 6º, do CPC/2015;
V- DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, em especial, prova documental superveniente e testemunhal.
Termos em que, 
Pede Deferimento,
Local ..., Data..., mês... ano...
Advogado ...
OAB.../UF...

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