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relação do trabalhado e legilação do trabalho aula 08

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RELAÇÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
 
 Professor Ricardo Motta Vaz de Carvalho
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AULA 08
O DANO MORAL NA RELAÇÃO DE TRABALHO
Dano moral corresponde a toda dor psicológica ou física injustamente provocada em uma pessoa humana, é o prejuízo ou lesão de direitos, cujo conteúdo não é pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro.
Exemplo disto é o caso dos direitos a personalidade, a saber:
	o direito à vida
	à integridade física (direito ao corpo, vivo ou morto, e à voz)
	à integridade psíquica (liberdade, pensamento, criações intelectuais, privacidade e segredo)
	a integridade moral (honra, imagem e identidade)
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São bens protegidos pela CF sendo dever do empregador a responsabilidade pelas indenizações por dano moral ou à imagem resultantes de condutas ilícitas por ele cometida ou por suas chefias.
Na relação de trabalho há o reconhecimento de algumas situações suscetíveis de reparação, e a doutrina procurou elencar algumas hipóteses já que a relação de trabalho é dinâmica sendo incoerente estabelecer um padrão indenizatório. São eles: 
	assédio e abuso sexual no ambiente de trabalho, ou fora deste, quando o abuso ocorrer em razão do trabalho;
	assédio moral quando for configurada a manipulação perversa e o terrorismo psicológico, assim compreendidos a degradação nas condições de trabalho, seja por meio do rigor excessivo, incumbir o empregado com tarefas inúteis, isolamento, entre outros;
	dispensa discriminatória de portadores do Vírus HIV;
	transferências abusivas, como meio de coação ao trabalhador transferido;
	revista pessoal, de forma abusiva, como por exemplo, obrigar o trabalhador a despir-se, total ou parcialmente, muitas vezes na presença de outros trabalhadores do mesmo sexo ou do sexo oposto;
	acidente de trabalho, quando o empregador não cumpre, seja por dolo ou culpa, as normas de segurança e medicina do trabalho;
	injúria, calúnia ou difamação, seja qual for a situação;
	dispensa fundada em falsa justa causa.
 
         
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Contudo, de forma surpreendente o legislador na lei 13.467/17 delimitou o grau de ofensa em 04 categorias cabendo ao juiz determinar o nível desta ofensa, o tipo e a tarifação. Para as pessoas físicas são os seguintes:
 
	Honra; Autoestima; 
	Sexualidade;
	Saúde;
	Lazer;
	Integridade física.
	Imagem;
	Intimidade;
	Liberdade de ação;
E foram além, as indenizações serão calculadas com base no salário do empregado. Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido;                     
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido;                        
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido;
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido.
Além desta novidade, agora a pessoa jurídica passa a ter reconhecido o pedido de dano moral caso o trabalhador cometa alguma ofensa e para este tipo de caso são tutelados com bem jurídico:
 
	A imagem;
	A marca;
	O nome;
	O segredo empresarial;
	O sigilo de correspondência
Portanto, diante de todas as modificações recentes sobre o instituto do dano moral na esfera trabalhista ainda não se tem uma posicionamento oficial sobre o parâmetro adotado pelos tribunais. Contudo, percebe-se clara a ofensa ao estabelecido na Constituição Federal sendo um retrocesso social o estabelecido no art. 223-G passível de um controle difuso para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos e que arbitrem a indenização do dano moral conforme o juízo de equidade, sem limitações.

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