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CIRURGIA RESUMO 1 - TÉCNICA CIRÚRGICA

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Marcella Hani ‐ TXXI 
 
CIRURGIA –  
TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
Metodização do conjunto de manobras manuais ou instrumentais executadas 
pela  equipe  cirúrgica  para  se  levar  a  efeito,  da  maneira  mais  eficiente 
possível, um determinado ato operatório ou cirúrgico. 
 
 
 POSIÇÃO DO CAMPO CIRURGICO 
O  posicionamento  dos  profissionais,  dentro  do  campo  cirúrgico,  em  sítio 
cirúrgico  supra‐umbilical,  dá‐se  com  o  cirurgião  posicionado  à  direita  do 
paciente, mais próximo da cabeça do mesmo; o primeiro auxiliar deve ser 
posicionado  imediatamente  à  frente  do  cirurgião;  o  segundo  auxiliar 
posicionado  à  direita  do  cirurgião,  e  o  instrumentador  posicionado  à 
esquerda do primeiro auxiliar, sempre de frente para o cirurgião.  
Em  cirurgias  de  abdome  inferior  o  cirurgião  se  posiciona  à  esquerda  do 
paciente,  junto  à  transição  pélvica.  A  partir  daí,  os  demais  profissionais 
posicionam‐se  como mencionado  acima.  Cirurgias  de  cabeça  e  pescoço, 
pélvicas, craniais ou de membros podem exigir posicionamento diferente dos 
mencionados. Como  regra, o  cirurgião deve  ter  acesso  adequado  ao  sítio 
operatório  por  membro  dominante.  É  importante  ressaltar  que  o 
posicionamento cirúrgico varia conforme o ato a ser realizado e conforme a 
preferência do cirurgião, sendo esse quem decide o melhor posicionamento 
dos demais profissionais, dentro do campo cirúrgico. 
 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO 
Classificamos os procedimentos em relação ao seu porte, ao tempo em que 
são realizadas, à sua finalidade e à contaminação do sítio cirúrgico.  
1. PORTE CIRÚRGICO  :  tenta pressupor as perdas de  fluidos advindas do 
procedimento.   
A) Pequeno porte  ‐ ato operatório mais simples, rotineiramente realizada 
em  regime  ambulatorial.  Exemplos:  lesões  de  pele  ou  de  tecido  celular 
subcutâneo,  biópsia  de  linfonodos  e  outras  lesões  superficiais,  dissecção 
venosa, traqueostomia, punções sobre órgãos ou cavidades naturais.  
B) Médio porte ‐  ato operatório de porte maior que o especificado no item 
anterior  e  que  demanda  tempo  maior  para  sua  realização,  embora 
geralmente restrito a uma ou duas horas. Passíveis de realização em regime 
ambulatorial,  embora  alguns  em  centro  cirúrgico  convencional,  com 
internação hospitalar do paciente. Exemplos: procedimentos para tumores 
profundos  na  parede  corpórea,  hérnias  da  parede  abdominal,  colelitíase, 
mioma  uterino,  correções  estéticas  (face,  mama,  abdome  e  outros), 
nascimentos (parto normal ou cesariana).  
C)  Grande  porte  ‐  ato  operatório  com  duração  de  várias  horas  ou  com 
duração  indeterminada, decorrente de enfermidades benignas ou malignas 
relacionadas aos órgãos principais.  
 
2. ÉPOCA:  em  que  a  cirurgia  deve  ser  realizada  estima,  pelo  exame  do 
paciente, quanto tempo a terapia cirúrgica pode aguardar até ser iniciada.  
 emergência‐ imediatamente pois oferece risco eminente à vida. 
 urgência‐ horas ou dias. 
 eletiva‐ ela não precisa ser praticada naquele exato momento, ou mesmo 
nas próximas horas ou dias. Pode ser programada para uma data que leve em 
consideração o desejo do paciente, assim como a sua comodidade e a do 
cirurgião  que  a  vai  realizar,  em horário  previamente  agendado no  centro 
cirúrgico. 
 
 
3. A FINALIDADE DO PROCEDIMENTO, estimado antes do seu  início, pode 
ser  alterada  conforme  o  caso  individual. 
 
 
4. CONTAMINAÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO : da mesma forma que as feridas 
cirúrgicas, o ato operatório pode ser classificado como  limpo ou asséptico, 
potencialmente contaminado, contaminado ou séptico e sujo, de acordo com 
a presença ou ausência de microorganismos patogênicos. 
 Ferida  limpas: Decorrente de operações eletivas, com  fechamento por 
primeira  intenção,  não  traumática,  sem  contato  com  cavidade  corporais 
colonizadas. Ex: feridas decorrentes de herniorrafias, tireoidectomias, etc. 
 Ferida  potencialmente  contaminada:  Não  traumática,  decorrente  de 
penetração  de  cavidade  corporal  colonizada  por  microrganismo  (sem 
presença de  inflamação  aguda).  Ex:  feridas decorrentes de  gastrectomias, 
histerectomias, etc.;  
 Ferida contaminada: Traumática, com extensa contaminação da cavidade 
corporal.  Incluem‐se  nesta  categoria  as  feridas  crônicas  abertas  para 
enxertia. 
 Ferida  infectada  ou  suja:  Decorrentes  da  manipulação  de  afecções 
supurativas,  como  abscessos;  advinda  de  perfuração  pré‐operatória  de 
cavidade  corporal  colonizada  por microrganismo  ou  decorrente  de  ferida 
traumática penetrante.  
 
 ASSEPSIA X ANTI‐SEPSIA  
 Assepsia  é  a  eliminação  de  qualquer  fonte  potencial  de  infecção, 
portanto é algo  inatingível, porém deve‐se  sempre persegui‐la. A assepsia 
pode  ser  representada  pelo  uso  da  vestimenta  estéril  pelo membros  da 
equipe  cirúrgica,  pela  delimitação  do  campo  operatório  por  coberturas 
estéreis e pelo uso de  instrumentos cirúrgicos  submetidos a processos de 
esterilização.  
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
 Anti‐sepsia é o conjunto de procedimentos e práticas destinados a atingir 
a assepsia, em especial mediante o uso de agentes químicos, com o emprego 
de anti‐sépticos como o álcool, o iodo, a clorexidina, etc. 
 Como podemos prevenir infecções?  
No pré‐operatório: tricotomia (imediatamente antes da cirurgia com material 
asséptico),  banho,  profilaxia  antimicrobiana,  retirada  de  adornos, 
esterilização do material cirúrgico.  
No peroperatório: preparação do ambiente, vestimentas esterilizadas, uso de 
luvas, gorros, máscara.  
No  pós‐operatório:  proteger  incisão,  limpar  com  solução  estéril,  troca  de 
curativos.  
 
 ANTIBIÓTICOS PROFILÁTICOS 
A antibioticoprofilaxia não substitui os requisitos absolutos da precisa técnica 
cirúrgica. Os benefícios de sua administração devem ser maiores que os riscos 
oferecidos  (resistência bacteriana). Não devem  ser  administrados no pós‐
operatório a não ser que existam outras condições que o determinem. Em 
caso  de  uso  deve‐se  adotar  um  antibiótico  de  acordo  com  a microbiota 
responsável  pela  provável  infecção  do  campo  cirúrgico  e  neste  caso  o 
antibiótico profilático deverá ser continuado no pósoperatório.  Indicações: 
procedimentos  considerados  potencialmente  contaminados  (orofaríngeo, 
gastrointestinal,  ginecológico),  cirurgias  para  colocação  de  próteses  e 
enxertos, lesões penetrantes em vísceras abdominais ocas e pacientes com 
comprometimento do sistema imune, dentre outras.  
 
 
 TEMPOS CIRÚRGICOS – ATO OPERATÓRIO  
 PREVIAMENTE=>  EPIS,  lavagem  cirúrgica  das  mãos,  paramentação, 
calçamento de  luvas, e no caso do  instrumentador => abrir o campo para 
mesa,  abrir  a  caixa  com  o  instrumental.  de  forma  asséptica,  sem 
contaminação.   A mesa  será  colocada  sempre  a  frente  do  cirurgião.    Em 
cirurgia sem  instrumentador a mesa ficará ao  lado do cirurgião ou pode‐se 
usar a mesa de mayo.  
 
1. DIÉRESE = solução de continuidade entre tecidos, divisão, incisão, secção, 
separação, punção e divulsão.  
 As  características  básicas  da  diérese  são:  incisão  proporcional  ao 
procedimento,  técnica  adequada  a  cada  plano  anatômico,  dissecção 
apropriada com hemostasia e manipulação cuidadosa.  
 São  utilizados  bisturis,  tesouras,  serras,  ruginas  e  cisalhas  em  seu 
procedimento, bem como afastadores, pinças, clampes, etc. 
 Delimitação da diérese cutânea : Feita após a anti‐sepsia, deve‐se traçar 
o local da incisão, seja com fios, canetas ou com o próprio bisturi (deve ser 
desestimulada, pois pode levar a cultura de bactérias no local ou cicatrizes e 
quelóides).  
 Isolamento  provisório  do  local  da  incisão:  Colocação  de  compressas 
laterais para evitar contato direto com a pele e absorver o sangue.  
 Fixação da pele : Feita com os dedos, para que a pele fique relativamente 
imóvel. O bisturi deve ser aplicado suavee uniformemente, uma única vez.  
 Sentido da  incisão  : Da esquerda para a direita e do  lado distal para o 
proximal  (em  relação  ao  cirurgião).  Caso  seja  feita  em  áreas  de  declive 
(ex.mama) deve ser feita de baixo para cima, para que o sangue não escorra 
em cima do local onde você ainda não fez a incisão. 
 
 
 
 Instrumentos  
Bisturi e cabo do bisturi  
 
Os cabos de bisturis são designados por números, por exemplo:  
 cabo  n°3    adequados  para  laminas  n°10,  11,12,15,  ou  seja  lâminas 
menores possibilitando incisões mais criticass e  mais delicadas. 
 cabo n°4  utiliza laminas mariores n° 20,21,22,23,24,25. 
 
Tesouras  :   cortar, divulsionar, dissecar materiais orgânicos e  inorgânicos  , 
podendo  ser  reta  ou  curva,  ponta  aguda  romba  ou  fina‐romba. 
 
 Teosura Metzenbaum  ‘’tesoura do cirurgião’’: Menos cortante= menos 
traumática, indicada para corte de tecidos delicados e cavidades. É inclusive 
usada para dissecção de tecidos, divulsão ou descolamento de tecidos. 1/3 
proporção de um terço 
 Tesoura Mayo: Mais traumática, uso rotineiro na cirurgia para corte de 
fios,  tecidos mais grosseiros,   em  superfícies ou  cavidades. ½ metade   de 
proporção. 
 Outras tesouras 
 
 
2. HEMOSTASIA: detém‐se o sangramento e hemorragias, ocasionado pela 
diérese.  Uso  de  compressas,  pinças  hemostáticas,  bisturi  elétrico, 
clampeamento, garrote ou torniquete, posição hemostática quando cirurgias 
em  metade  inferior  =  posição  de  trendelenburg  ,  medicamentosa  ( 
vasocontritores como adrenalina e hipotensores = nitroprussiato de sódio), 
ligadura de vasos, clipe, tamponamento por compressas.  
Pinças +  comuns  
 
 Halsted mosquito =delicada pequena  
 Pinça kelly= vasos , fios grossos, tecidos menos grosseiros  
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
Pinças de prenssão  ou de dissecção 
 
 
Pinças de prenssão atraumáticas 
       
 
 
Pinças de prenssao traumáticas  
 
 
 
 
Pinças de campo  
 
 
 
 
 
 
 
    
 
 
 tração de aponeuroses 
 prenssão transversal  
 
 
 
 
3. INSTRUMENTOS AUXILIARES  : servem para afastar estruturas teciduais. 
São divididos em manuais (posicionamento dinâmico, alterado em função da 
necessidade  momentânea  de  campo  operatório)  e  auto‐estáticos,  que 
permanecem em uma posição pré‐determinada pelo cirurgião.  
 
Afastadores mecânicos de parede  
 
 
 
 
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
Afastadores mecânicos de cavidade 
 
Afastadores auto‐estáticos de superfície 
 
Afastadores auto‐estáticos de cavidade 
 
 
Outros instrumentos especiais  
 
 
 
 
 
 
 SOLICITAÇÃO DOS INTRUMENTOS  CIRÚRGICOS 
 
 
4. SÍNTESE  
É  a  reconstituição  anatômica  e/ou  funcional  de  um  tecido  ou  órgão.  As 
bordas teciduais unidas devem ser perfeitamente justapostas, minimizando 
as cicatrizes. Podendo ser uma Síntese imediata e total  ou Síntese tardia e 
parcial:  cicatrização por 2ª intenção (natural), ou por 3ª intenção  ( aproximar 
as bordas da lesão) 
 Porta agulhas, agulhas de sutura,  fios de sutura, grampos, adesivos de 
pele 
 
 
 AGULHAS 
Os fios cirúrgicos são utilizados soltos, para nós manuais, ou com auxílio de 
agulhas. Podem ser originalmente fabricados e montados com agulha ou o 
processo de acoplamento fio‐agulha ser realizado no ato operatório. Quanto 
ao seu formato, podem ser retas ou circulares.  
 
Embalagem de um fio agulhado (montado)=> Azul: calibre e suporte à tensão 
do fio; vermelho: fração de um círculo que a agulha perfaz; amarelo: formato 
da ponta da agulha; verde: composição e formato do fio. 
Maneira de preensão da  agulha  com o porta‐gulhas=>  Em ângulo de 90º 
entre portaagulhas e agulha, na transição entre terços médio e proximal da 
agulha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
 FIOS DE SUTURA 
 
 
 
 TERMOS  
 Absorção – capacidade de reter líquido  
 Capilaridade – propagação de líquido pelo fio, propicia carregamento de 
MOs.  
 Resistência – força oposta pelos tecidos à sua função  
 Força tênsil – força que vence a resistência  
 Força tênsil efetiva – força para que o nó não sofra deslizamento/ruptura.  
 Memória  –  capacidade  do  material  voltar  à  forma  original  dps  de 
manuseado  
 Flexibilidade  
 Plasticidade – pode expandir quando submetido à tração por estiramento  
 Elasticidade  –  retornar  a  forma  e  comprimento  originais,  quando 
estirado.  
 Coeficiente de fricção – quanto maior, menor a facilidade do fio deslizar 
pelos tecidos, maior será o arrasto tecidual.  
 
 CARACTERÍSTICAS DO FIO IDEAL.  
Baixo  custo,  flexibilidade,  fácil manuseio,  grande  resistência  à  tração  e  à 
torção,  facilidade para o nó  cirúrgico,  calibre  fino  e  regular, baixa  reação 
tecidual, facilmente esterilizável e  
não deve servir de nicho para infecção 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS FIOS DE SUTURA 
A)  Degradação pelo organismo (absorvíveis ou inabsorvíveis) 
 Fios absorvíveis geram reação local de hidrólise ou proteólise, perdendo 
cerca de 50% de sua  força  tênsil em quatro semanas. São completamente 
eliminados em determinado período de  tempo,  com  secundária perda de 
função,  porém  esse  processo  gera  reação  de  corpo  estranho  local  de 
amplitude mais importante quando comparados aos inabsorvíveis. Espaco de 
tempo=>   Curtíssimo –  categute  simples – 7 a 10 dias;   Curto –  categute 
cromado – 15 a 20 dias; Médio– ácido poliglicólico e poliglactina 910 – 50 a 
70 dias; Moderado – poliglecaprona – 90 a 120 dias; Longo – polidioxanona 
– 90 a 180 dias; poligliconato: 150 a 180 dias.  
 
 Fios inabsorvíveis: não são completamente degradados pelo organismo, 
como os fios de aço, de algodão, de nylon ou de polipropileno. Perdem sua 
força tênsil em tempo variável (por exemplo, fio mononylon diminui 20% sua 
força  tênsil em um ano). Porém, mesmo  sem a  totalidade de  sua  função, 
permanecem presentes no organismo, gerando reação de corpo estranho. 
 
 Biodegradáveis : seda 2 anos e nylon 20% ao ano.  
 
B) Quanto  à  origem,  os  fios  podem  ser  orgânicos,  sintéticos, mistos  ou 
minerais.  
 Fios biológicos/naturais: podem ser de origem animal categute, colágeno 
e seda; vegetais algodão e linho => geram maior reação de corpo estranho, 
porém são fios geralmente de menor custo.  
 Fios  minerais:  aço  inoxidável,  são  os  que  produzem  menor  reação, 
permanecendo  com  suas  propriedades  e  exercendo  sua  função  durante 
tempo  indefinido.  Entretanto,  são  de  difícil  manuseio  e  sua  presença  e 
inextensibilidade podem causar lesões.  
 Os  fios  sintéticos:   nylon  (poliamida), dacron  (poliéster), polipropileno 
(poliolefina),  ácido  poliglicólico  (polímero  do  ácido  glicólico),  poliglactina 
(polímero  dos  ácidos  glicólico  e  lático),  polidioxanona  (polímero  da 
paradioxanona); possuem características intermediárias entre os dois grupos. 
 
C) Configuração dos fios‐ monofilamentar ou multifilamentar  
 Fios  monofilamentares  menor  capilaridade  ,  mais  maleável,  porém 
possuem tendência à memória.  
 Multifilamentares  podem  ser  torcidos,  trançados  ou  trançados 
revestidos. 
 
D) Absorção – capacidade de reter liquido  
E) Capilaridade  –  propagação  do  liquido  pelo  fio.  Categute:  maior 
capilaridade. Poliéster revestido por teflon ou silicone: menor capilaridade 
Obs: item D e E têm influência surgimento e propagação de infecção.. 
 
F) Diâmetro:  fios têm diâmetros ou calibres variados expressos em número 
de zeros (#‐0), por exemplo 2‐0 ou 6‐0.; o aumento do diâmetro aumenta a 
força e resistência tênsil.  
Resistência é a força oposta àquela de discência realizada pelos tecidos. Força 
tênsil é a força que “vence” essa resistência e deve ser mantida até o final da 
cicatrização. 
 
 
 Colas  biológicas  e  adesivos  cirúrgicos  foram  desenvolvidos  com  o 
propósito  de  auxiliar  ou mesmo  suprimir  a  função  dos  fios  na  síntese  de 
tecidos. Entretanto permanecem sendo materiais pouco utilizados pelo seu 
preço e sua  indicação restrita a síntesesde determinados  tecidos  (como a 
pele, por exemplo). 
 
 
 
 
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
 SUTURAS  ‐ PROCEDIMENTO 
Sutura = união/aproximação de estruturas teciduais pela aposição ordenada 
de inúmeros nós cirúrgicos, podendo ser contínua ou descontínua.  
Na contínua (chuleio), existe continuidade do fio, temos um nó no começo e 
outro no final, já nos pontos separados (descontínua), para cada alça de fio, 
temos um nó. 
Historicamente realizada por meio da confecção de pontos (fios cirúrgicos e 
nós), atualmente pode  ser  realizada  com a utilização de materiais outros, 
especialmente confeccionados para tal (colas, selantes, adesivos, grampos, 
etc.  
 
 
 
 CONDIÇÕES PARA UMA BOA SÍNTESE 
 Antissepsia, ou minimização do risco de contaminação, evitará a perda de 
coaptação de bordas por inviabilidade decorrente de processos infecciosos.  
 Apresentação adequada das bordas da  ferida permite uma sutura sem 
irregularidades ou falhas de aproximação.  
 A hemostasia prévia diminui a possibilidade de infecções e infiltração dos 
tecidos,  além  de  evitar  a  perda  da  sutura  por  formação  de  coleções 
(hematomas).  
 A  ausência  de  tensão  entre  bordas,  por  aproximação  de  planos 
profundos, quando necessário, evita deiscências por erro técnico e propicia 
cicatrizes com melhor qualidade (em planos profundos e superficiais).  
 Evitar planos  teciduais não preenchidos  (‘espaços mortos’)  e  remover 
corpos  estranhos  ou  tecidos  desvitalizados  previne  complicações  e 
necessidade de reintervenções.  
 A escolha de material adequado  (instrumental,  fios, agulhas) contribui 
substancialmente para o sucesso do procedimento. Dá‐se preferência a fios 
e  agulhas menos  calibrosos,  que  tecnicamente  permitam  a  realização  de 
sutura  adequada  e  permaneçam  com  sua  função,  durante  o  processo 
cicatricial fisiológico de cada tecido. Da mesma forma, instrumental grosseiro 
ou inadequado provocará trauma desnecessário aos tecidos. Exemplo disso 
é a preferência pela utilização de pinças com dente para manuseio da pele, 
em  que  a  preensão  inadequada  repetida,  provocada  por  uma  pinça  sem 
dente, pode ser mais danosa. Em contrapartida, a utilização de pinças com 
dentes em mucosas  intestinais, por exemplo, pode ser o ponto de partida 
para formação de uma fístula. Deve‐se escolher o instrumental mais delicado 
possível  para  cada  tipo  de  sutura,  porém  que  cumpra  sua  utilidade  de 
maneira eficaz. 
 
 Técnica de sutura 
A agulha deve transfixar os tecidos em ângulo de 90º. 
A secção do  fio, após o nó, deve  levar em consideração o  fio utilizado e o 
tecido  suturado.  Fios monofilamentares  (por  ex.,  polipropileno)  possuem 
memória,  tendendo a que os nós se desfaçam, exigindo secção com cotos 
maiores. Em suturas internas (que não serão removidas) opta‐se por manter 
menor coto possível, diminuindo reação de corpo estranho. A adequação da 
secção  dos  cotos  obtém‐se  por  maior  (cotos  mais  longos)  ou  menor 
angulação da tesoura após esta tocar o nó. 
 
 DIFERENÇA ENTRE SUTURAS 
Sutura com ponto separado: afrouxamento ou quebra de um nó não interfere 
no restante da linha da sutura. 
Sutura  contínua: mais  rápida  e  hemostática,  usa mais  fio  e  pode  causar 
deiscência pela abertura de um único nó. 
 
 
 SUTURAS BÁSICAS 
A. SUTURAS SEPARADAS 
1. Ponto  simples:  a  derme  deve  ser  transposta  pela  agulha  em  sua 
totalidade.  A  agulha  penetra  a  pele  a  90º  e,  na  outra  derme  em  sua 
totalidade,  sai  através da pele. A distância entre  a entrada da agulha e  a 
incisão em uma borda e a saída na outra deve ser a mesma. 
 
 
2. Ponto em U vertical (Donatti) (“longe‐longe”, “perto‐perto”): o início da 
sutura não difere do ponto simples; após isso, antes do nó, o fio retorna  para 
a borda inicial, em plano intradérmico e à frente do passo inicial. Usado na 
pele, em suturas de pequena tensão, ou quando os lábios da ferida tendem 
a invaginar. Resultado estético inferior, mas permite boa hemostasia.  
 
  
 
3. Ponto em U horizontal ou ponto de Gillies, a agulha penetra a pele de 
forma  intradérmica  na  fase  inicial,  em  uma  das  bordas.  Na  borda 
contralateral  a  passagem  do  fio  é  totalmente  intradérmica,  de  forma 
horizontal, em U. O fio não é exteriorizado nesta borda. Após a confecção do 
U horizontal  intradérmico, a agulha retorna verticalmente e ao  lado de sua 
entrada, também intradérmica. Utilizado na pele quando há tensão, mas não 
oferece boa estética.  
 
4. Ponto  em  X  A  sutura  em  X,  com  componente  de  força  de  tensão  e 
hemostasia, o fio é passado em um lado da incisão e, após, a um nível abaixo 
nas  duas  bordas,  iniciando  pela  borda  contrária  à  inicial.  Ao  final,  para 
finalizar a sutura, o fio é passado em mesmo nível ao inicial, em borda oposta. 
 
 
B. SUTURAS CONTÍNUAS  
1. Ponto  contínuo  simples Confecção de pontos  simples,  seriados e  sem 
interrupção. O  nó  é  realizado  no  início  e  no  final  da  sutura.  Comumente 
chamado de “chuleio”. https://www.youtube.com/watch?v=urRR4q5A1pk 
  
2. Ponto  contínuo  ancorado  Realizado  da  mesma  forma  que  a  sutura 
simples  contínua,  porém  com  o  cruzamento  do  fio  entre  os  nós. 
https://www.youtube.com/watch?v=09wgB8u3VhE 
Marcella Hani ‐ TXXI 
 
 
3. Ponto em U horizontal (barra grega ou colchoeiro) Sutura realizada em 
U, horizontalmente, transfixando a pele em suas bordas. A entrada e saída 
dos  fios  são  realizadas  lado  a  lado,  de  forma  contínua. 
https://www.youtube.com/watch?v=WePSjnX3D90 
 
4. Sutura em bolsa A sutura em bolsa é aplicada com o intuito de inversão 
das  bordas  e  de  seu  conteúdo.  Realizada  por  sutura  circunferencial, 
transfixando os planos parcialmente e espaçada entre 0,3 e 0,5 cm. Reparar 
e manter  folga  no  fio  em  0/360º  e  180º  permite  que,  ao  realizar  o  nó 
cirúrgico, o auxiliar possa invaginar através de pinça o seu conteúdo. 
 
5. Ponto em U horizontal  interno  (intradérmico) A  sutura  intradérmica é 
realizada por passagem do fio de forma horizontal, em plano mais superficial 
possível. A passagem do fio contra lateral deve ser realizada no mesmo nível 
do término da passagem imediatamente anterior. O fio deve ser cruzado. O 
fio pode ser exteriorizado, com ou sem nó externo, nas duas extremidades. 
https://www.youtube.com/watch?v=LlQ_qYm4ihY 
 
 
 
 NÓS CIRÚRGICOS  
Os  nós  cirúrgicos  têm  extrema  importância  durante  o  ato  cirúrgico  para 
hemostasia e síntese. Eles podem ser feitos manualmente, com o auxílio de 
um porta‐agulhas ou serem usados ambos, com o primeiro seminó realizado 
com o porta‐agulhas e o segundo com as mãos.  
O nó bem‐executado exige atenção aos seguintes itens:  
 não deve ser cruzado, sob risco de rompimento;  
 o primeiro nó não deve estar frouxo;  
 deve‐se empregar forças iguais em ambos os braços do fio, sem deslocar 
o nó;  
 os dedos indicadores acompanham o laço do nó, dirigindo‐o e fixando‐o 
no local apropriado e com tensão apropriada;  
 na execução do segundo nó, evita‐se a tração do primeiro já executado, 
pois qualquer tração mais intensa removerá o primeiro nó;  
 o número de nós varia de acordo com o tipo de fio empregado e com os 
tipo de tecido. Os fios finos e monofilamentares (mononylon e Prolene), pela 
propriedade de “memória” do fio, exigem a execução de mais de três nós. 
menor  impressão  na  pele.  Mau  resultado  estético,  mas  bom  resultado 
funcional.  
 
 TIPOS DE SUTURAS PREFERENCIAIS EM DIFERENTES TECIDOS  
 Pele  : Pontos separados simples ou de Donnatti, com fios não absorvíveis 
ou absorvíveis em longo espaço de tempo, 4‐0 ou 5‐0. Em crianças, pode se 
usar o categute simples ou cromado 3‐0 ou 4‐0. Em regiões sensíveis, fios de 
curto ou moderado espaço de tempo 0, 2‐0 ou 3‐0. Na planta do pé, fios não 
absorvíveis ou em moderado a longo espaço de tempo, 0 ou 2‐0.  Linha de 
sutura transdérmica com fios de moderado tempo elimina a necessidade desutura cutânea e tem um bom resultado estético (4‐0 ou 5‐0).  
 Tecido celular subcutâneo : Pode haver reações a corpo estranho. Pontos 
simples separados com fios de médio tempo (3‐0 ou 4‐0). Evita‐se o categute, 
pois ele leva a inflamação.  
 Aponeurose: Fios não absorvíveis ou de longo espaço de tempo (0, 1 ou 
2). Pode ser sutura continua interrompida ou com pontos separados. Bizu de 
prova: usar Poliéster ou poligliconato!  
 Vasos  sanguíneos  :  Chuleio  simples,  fios  não  absorvíveis  5‐0  ou  6‐0. 
Suturas com pontos separados simples são em vasos de pequeno calibre ou 
crianças.  Em  anastomoses  arteriais  com  enxertos  sintéticos  se  usa  o 
polipropileno.  
 Musculatura:  Pontos  simples  ou  em  U  com  fios  absorvíveis  de 
curto/moderado espaço de tempo, 2‐0 ou 3‐0.  
 Peritônio Chuleio simples, fios absorvíveis de curto/moderado espaço de 
tempo, 0 ou 2‐0.  
 Tubo  digestório  :  Sutura  em  um  ou  dois  planos.  Plano  único:  pontos 
separados  simples  com  fio  não  absorvível  ou  absorvível  em médio/longo 
espaço  de  tempo,  ou  chuleio  simples,  diâmetro  3‐0  ou  4‐0. Dois  planos: 
primeiro se usa chuleio simples com fios absorvíveis 3‐0 (categute cromado 
até mesmo absorvidos em médio/longo espaço de tempo) e o segundo com 
fios não absorvíveis ou de médio/longo espaço de  tempo  (3‐0 ou 4‐0); Na 
prática.. se faz em 2 planos com PDS.  
 Vias biliares : Fios absorvíveis em moderado/longo tempo 4‐0, 5‐0 ou 6‐
0, com agulha não traumática. Suturas contínuas ou em pontos separados. 
Anastomoses de ductos menos calibrosos, pontos separados, enquanto nos 
mais calibrosos se usa chuleio.  
 Fígado  e  baço  :  Feridas  hepáticas  traumáticas:  pontos  separados  ou 
pequenos  chuleios,  fios  absorvíveis  tipo  categute  cromado  ou  sintéticos 
como ácido poliglicólico, poliglactina 910 e polidioxanona (2, 1 ou 0)  
 Baço: mesmos fios podem ser utilizados, porém devem ser 0 ou 2‐0.  
 Vias urinárias : Fios absorvíveis em médio/moderado tempo, como ácido 
poliglicólico, poliglactina 910 e polidioxanona, mas se usa também o categute 
cromado. Anastomoses uretero‐ureterais se usa pontos separados de 4‐0 ou 
5‐0, e suturas vesicais podem ser contínuas com fios 2‐0 ou 3‐0.  
 
 RETIRADA DOS FIOS DESUTURA CUTÂNEA  
 Feridas com edema ou isquemia devem ser investigadas  
 Aconselha‐se  que,  após  a  retirada  dos  pontos,  o  paciente  não  faça 
movimentação brusca do local  
 Áreas  de  grande  movimentação  e  tensão  (joelho,  cotovelo,  etc),  as 
suturas são retiradas mais tardiamente.  
 Feridas extensas: retiram‐se alternadamente os pontos, completando o 
restante alguns dias depois.  
 Experiência do cirurgião que determina a época mais oportuna para a 
retirada dos pontos cutâneos.

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