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Iter Criminis, Art 15, 16 e 17

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Iter Criminis
1. Cogitação: é a ideação do crime. A fase da cogitação é impunível (desdobramento lógico do princípio da materialização do fato ou exteriorização do fato).
Atenção: querer punir a cogitação é fomentar direito penal do autor. O Ordenamento Jurídico Brasileiro adotou o direito penal do fato.
Cuidado: a cogitação não implica, necessariamente, premeditação.
2. Preparação: é a fase dos atos preparatórios, também denominado de “conatus remotus”. O agente procura criar condições para a realização da conduta idealizada.
Atenção: os atos preparatórios, em regra, são impuníveis. Existem hipóteses em que os atos preparatórios que são puníveis.
3. Execução: atos executórios. Traduzem a maneira pela qual o agente atua exteriormente para realizar o crime idealizado. Em regra, o interesse de punir depende do início da execução, isto porque, excepcionalmente, temos casos de atos preparatórios puníveis, conforme exposto no item acima.
4. Consumação: é o instante da composição plena do fato criminoso.
Art.14 – Diz-se o crime: I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.
	Classificação doutrinária quanto a consumação
	Crime Material
	O resultado naturalístico é imprescindível para que o crime seja consumado. Ex.: Homicídio
	Crime Formal
	A consumação se dá com a prática da conduta, com isso esse resultado naturalístico não precisa ocorrer para que o crime seja consumado. Ex.: Extorsão (Art. 158, CP.)
	Crime de Mera Conduta
	Não tem resultado naturalístico. O crime se consuma com a prática da conduta. Ex.: Omissão de socorro.
	Crime Permanente
	A consumação de protrai no tempo. 
	Crime Habitual
	A consumação exige reiteração de conduta típica.
	Crime Consumado
	Crime Exaurido
	Encerra o Iter Criminis.
	Abrange os resultados posteriores ao encerramento do iter criminis.
	Ex.: Gabriel exige vantagem mediante violência (consumação).
	A entrega da vantagem é exaurimento, são atos posteriores a consumação.
	O crime se consuma com a exigência da vantagem a vítima.
	O recebimento da vantagem é mero exaurimento do crime.
· Tentativa
Conforme dispõe o art. 14, II, do Código Penal: Diz-se o crime: tentando, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
	Classificação da Tentativa
	Quanto ao Iter Percorrido
	Tentativa Imperfeita/Inacabada
	Tentativa Perfeita/ Acabada/Crime Falho
	O agente é impedido de prosseguir no seu intento, deixando de praticar TODOS os atos executórios à sua disposição;
	O agente, apesar de praticar todos os atos executórios à sua disposição, não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias à sua vontade.
	Ainda tinha atos executórios a serem praticados.
	O agente não possuía mais atos executórios a sua disposição. Já praticou todos.
	A execução é interrompida antes de ser esgotada.
	A execução se esgota.
	Quanto Ao Resultado Produzido Na Vítima
	Tentativa Incruenta/ Branca
	Tentativa Cruenta/ Vermelha
	O golpe não atinge o corpo da vítima.
	O golpe atinge o corpo da vítima.
	Quanto à possibilidade de alcançar o resultado
	Tentativa Idônea
	Tentativa Inidônea
	O resultado era possível de ser alcançado
	O resultado é absolutamente impossível de ser alcançado. A tentativa inidônea é sinônimo de crime impossível (Art. 17, CP).
	Crimes Que Não Admitem Tentativa
	· Crimes Culposos; (Salvo, culpa impropria); 
· Crime Preterdoloso;
· Crimes Omissivos Próprios ou Puros;
· Crimes Unissubsistentes;
· Contravenção Penal;
· Crime de atentado ou de empreendimento;
· Crimes habituais;
· Crimes condicionados ao implemento de um resultado.
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Consequência: só responde pelos atos já praticados.
São causas de extinção da punibilidade da tentativa, respondendo o agente pelos atos já praticados.
1. Desistência Voluntária
“Na desistência voluntária, o agente, por manifestação exclusiva do seu querer, desiste de prosseguir na execução da conduta criminosa. Trata-se da situação em que os atos executórios ainda não se esgotaram, entretanto, o agente, voluntariamente, abandona o seu dolo inicial” (Rogério Sanches (Manual de D. Penal, 2016, p. 357).
Cuidado: A desistência deve ser voluntária, ainda que não espontânea, ou seja, admite-se interferência subjetiva externa.
2. Arrependimento Eficaz *Resipiscência
Conceito: ocorre quando os atos executórios já foram todos praticados, porém, o agente abandonando o intento, desenvolve nova conduta para impedir o resultado.
Atenção! O arrependimento eficaz só tem cabimento nos crimes materiais. 
Lembrando: isto porque nos crimes formais e de mera conduta, o esgotamento dos atos executórios já consuma o crime, (o agente não tem como impedir que o resultado se produza).
	Diferenças
	Desistência Voluntária
	Arrependimento Eficaz
	Art. 15, 1ª parte, CP
	Art. 15, 2ª parte, CP
	São espécies de tentativa qualificada
	Exige voluntariedade
	Exige voluntariedade + eficácia
	O agente abandona o dolo antes de esgotar os atos executórios.
	O agente abandona o dolo após os atos executórios, porém, impede a consumação.
	O crime não se consuma por circunstancias inerentes à vontade do agente.
	Extingue-se a punibilidade da tentativa, punindo o agente pelos atos já praticados. 
	Ponte de Ouro: a desistência voluntária e o arrependimento eficaz são consideradas ponte de ouro.
3. Arrependimento posterior
Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
	Desistência Voluntária
	Arrependimento Eficaz
	Arrependimento Posterior
	O abandono do intento ocorre durante a execução.
	O abandono do intento ocorre com o fim da execução.
	O arrependimento ocorre após a consumação do crime
	Ponte de Ouro
	Ponte de Ouro
	Ponte de Prata
	Requisitos
	Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. 
	
	Reparação do dano ou restituição da coisa. 
	A reparação deve ser integral.
	Até o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa
	
	Ato voluntário do agente (não se exige espontaneidade).
	Não é necessário ato espontâneo.
Uma vez atendidos todos os requisitos previstos em lei, a reparação do dano ou restituição da coisa tem como consequência a redução de 1/3 a 2/3 da pena do agente.
A diminuição se opera na terceira fase de aplicação da sanção penal e terá como parâmetro a maior ou menor presteza (celeridade e voluntariedade) na reparação da restituição.
Crime Impossível
Previsão legal: art. 17, CP.
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Teoria Adotada pelo Código Penal
Teoria objetiva temperada ou intermediária: a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto devem ser absolutas para que não haja punição. Sendo relativas, pune-se a tentativa.
Esta corrente faz uma distinção:
· Se os meios ou objetos forem relativamente inidôneos, haverá crime tentado.
· Se os meios ou objetos forem absolutamente inidôneos, haverá crime impossível.
Vigilância nos estabelecimentos x Crime Impossível
Súmula 567-STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
Elementos do crime impossível
· Início da execução;
· A não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente;
· Dolo de consumação;
· Resultado absolutamente impossível de ser alcançado.
Duas são as formas de crime impossível
· Crime impossível por INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO;
A inidoneidade absoluta do meio se verifica quando falta potencialidade causal, pois osinstrumentos postos a serviços da conduta não são eficazes, em hipótese alguma, para a produção do resultado.
Ex.: João para matar Antônio, se vale sem saber de uma arma de brinquedo.
2) Crime impossível por IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO;
Também se dá o crime impossível quando a pessoa ou a coisa que representa o ponto de incidência da ação delituosa (objeto material) não serve à consumação do delito. A inidoneidade do objeto se verifica tanto em razão das circunstâncias em que se encontra (objeto impróprio) quanto em razão da sua inexistência (objeto inexistente).
Ex.: João tenta praticar aborto em mulher que imagina estar grávida.

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