Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E COTIDIANO ESCOLA AULA 11 1. Explique a seguinte afirmativa:” a surdez não acarreta apenas uma dificuldade de comunicação, mas afeta o processo “normal” de aquisição da língua oral e, consequentemente, o desenvolvimento do pensamento verbal e da aprendizagem acadêmica” . A perda auditiva afeta o processo de aquisição da língua oral e, consequentemente, o desenvolvimento do pensamento verbal e da aprendizagem acadêmica, que não podem ser alcançados pelo mesmo caminho que os ouvintes. Assim, independente da modalidade de inserção escolar oferecida (classe /escola especial ou inclusiva), grande número de alunos surdos, mesmo após muitos anos de escolarização ainda apresenta desempenho acadêmico abaixo de seus colegas ouvintes, mesmo não tendo qualquer comprometimento cognitivo. Em outras palavras, a dificuldade linguística do surdo o leva a desenvolver, com frequência, uma dificuldade cognitiva. 2. Qual a importância do conhecimento do grau e tipo de surdez, para o planejamento educacional? O conhecimento do grau e tipo de surdez é importante no âmbito escolar, pois favorece a construção de um planejamento educacional pautado nas condições do aluno. Pois quanto maior o comprometimento da audição, mais dificuldade ele terá para adquirir a língua oral e, consequentemente da língua escrita, já que esta é uma transcrição da língua oral. 3. Discuta, suscintamente a principais características das abordagens oralistas e gestuais na Educação de surdos. O enfoque oralista, predominante até os anos 1990, parte do principio de que o surdo precisa ser capaz de se comunicar na língua padrão do país onde vive, para que possa se integrar na sociedade. Para tal, é enfatizado ao máximo a aquisição de fala, aprendizagem de leitura labial e treinamento auditivo. O objetivo é aproximar ao máximo o surdo do modelo ouvinte. A língua de sinais é desencorajada, pois, acredita-se que o aprendizado da língua de sinais na infância prejudica o aprendizado da língua oral. A abordagem gestual, por sua vez, parte do princípio que o modo natural do surdo se comunicar é através de gestos, os quais podem ser combinados de forma padronizada constituindo línguas que darão às pessoas surdas acesso à comunicação e à cultura. 4. O que é o bilinguismo e qual sua proposta para educação de surdos? O bilinguismo, considera a língua de sinais como a língua natural do surdo ou primeira língua (L1) e advoga que esta deve ser aprendida precocemente, preferencialmente no período natural de aquisição de língua, para facilitar a estruturação do pensamento e o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. Paralelamente, propõe o contato e aprendizagem da língua falada majoritariamente na comunidade onde a criança vive como uma segunda língua(L2) em suas modalidades de leitura e escrita que são instrumentais (LACERDA 2006; MEIRELLES, 2010; 2010a). 5. Descreva algumas das estratégias pedagógicas que podem viabilizar o processo ensino- aprendizagem de alunos surdos em turma comum. O ponto de partida, obviamente, é o acesso à comunicação. A presença de um aluno surdo numa turma exige que haja desde uma boa amplificação sonora até um intérprete da língua de sinais, dependendo de sua forma prioritária de comunicação. Utilizar a língua de sinais, gestos naturais, dramatização, mímicas, desenhos como recursos para facilitar a compreensão dos textos que estejam sendo trabalhados em aula. Proferir frases completas, não exagerando na articulação das palavras nem na velocidade da fala.Utilizar sempre a escrita no quadro de giz e diagramas de qualquer tipo de material escrito, slides, transparências, desenhos entre outros,para escrever as palavras-chave.Utilizar recursos e materiais adaptados durante o processo de ensino e aprendizagem, como softwares educativos dentre outros recursos. AULA 12 Explique a diferença entre cegueira e baixa visão. A cegueira corresponde à total ausência da percepção de luz; ou seja, o indivíduo não enxerga nada. Nos casos de baixa visão existe um resíduo visual que permite a orientação à luz e percepção de massas, auxiliando a locomoção e a apreensão do mundo exterior. No entanto, a visão de perto é insuficiente para a vida escolar e profissional (FORTES, 2008). 2- Quais são algumas das ações importantes para facilitar a inclusão de alunos com deficiência visual em turmas comuns. Para que alunos com deficiência visual sejam incluídos com sucesso em turmas comuns é necessário, como nos demais casos, que o professor regente receba orientação e suporte por parte de um profissional especialista em ensino a alunos com deficiência visual. O desenvolvimento de habilidades de orientação e mobilidade é parte essencial do processo educacional de qualquer pessoa com deficiência visual, especificadamente cega. O trabalho consiste em práticas voltadas para orientação espacial e cinestésica. São importantes a atividades de vida diári, pois a aquisição de conhecimentos pedagógicos pela pessoa com deficiência visual também está ligada a necessidade da mesma desempenhar outras tarefas como higiene e alimentação, atividades que facilitem seu convívio na escola e sua consequente inclusão. A aprendizagem da leitura e grafia da escrita do Sistema Braille é uma das principais habilidades que o aluno cego precisa dominar. Também é necessário o acesso a softwares e tecnologias de acessibilidade como DOSVOX e leitores de tela. . 3- Descreva algumas adaptações curriculares que podem ser utilizadas para permitir a participação e aprendizagem de um aluno: a)Cego: o Braille, gravações das aulas, textos digitalizados para serem acessados por ledores de tela em computadores, entre outros. b) Com baixa visão: Fotocópia ampliada de textos, impressão em negrito e letra ampliada, uso de caderno com pautas grossas e ampliadas, uso de lupas, dentre outros. AULA 13 1“A discussão sobre a elevada capacidade intelectual apresentadas por algumas pessoas começou nos Estados Unidos, no início do século XX, com a disseminação dos Testes de Inteligência...” Conforme discutido em nossa aula, sabemos que esses testes tem sofrido severas críticas. Discuta, em linhas gerais, a que se devem tais críticas. A avaliação baseada nesses testes tem sofrido críticas entre outros aspectos, pelo fato dos mesmos medirem a capacidade cognitiva ou inteligência humana restrita ao âmbito da lógica matemática e da habilidade lingüística, sem levar em consideração o universo sóciocultural da criança. 2- Descreva, de forma sucinta, as características do aluno com altas habilidades/superdotação. O indivíduo com altas habilidades caracteriza-se por notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes visuais, artes dramáticas e /ou música; e capacidade psicomotora. 3- Comente sobre a importância dos programas de enriquecimento ou aprofundamento para alunos com altas habilidades/superdotação. Os programas de enriquecimento ou aprofundamento consistem no oferecimento de diferentes estímulos ao aluno para que possa desenvolver seus interesses e habilidades, o que pode ser alcançado a partir de atividades propostas na própria sala de aula, com a utilização técnicas de trabalhos diversificados. Dependendo dos recursos da escola é também uma opção interessante a atividade em pequenos grupos fora da sala de aula, submetidos a um programa paralelo às ações pedagógicas de sala de aula, ou até mesmo diferente do que é apresentado aos demais alunos da classe. . 4- Um aspecto importante sobre a questão das altas habilidades é que há um grande número de alunos que não são diagnosticados, sendo assim, escreva sobre o papel da escola e do professor no que concerne a educação dessa população? O papel da escola e do professor é essencial, auxiliando e orientando as famíliasquanto aos procedimentos necessários a serem adotados, dentro da realidade de seu contexto social. Assim, fica evidente a necessidade de investimentos por parte das autoridades em pesquisas na área de altas habilidades no que concerne à educação dessa população. O compromisso da escola é proporcionar uma educação que contemple os diferentes ritmos de aprendizagem em diferentes condições de ensino. Por isso, o professor deve ter clareza de que o seu aluno com altas habilidades possui necessidades educacionais especiais que devem ser consideradas e trabalhadas em suas especificidades. Aula 14: Algumas Considerações sobre Inclusão Escolar de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais1 A proposta desta disciplina foi trazer uma visão geral sobre o processo de inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, bem como indicar possíveis caminhos para sua efetivação. Na primeira parte do curso apresentamos a conceituação teórica e os princípios básicos da proposta de Educação Inclusiva e nas demais aulas discutimos adaptações e estratégias didáticas para o trabalho com alunos que apresentam diferentes tipos de necessidades educacionais especiais, visando facilitar sua participação ativa no contexto da classe comum. Certamente não tivemos a pretensão de esgotar o tema ou de oferecer respostas prontas a questões tão complexas, que ainda carecem de mais pesquisas, estudos, reflexões e debates. Esperamos ter podido, no mínimo, despertar seu interesse para o tema. Não cabendo, portanto, conclusões, nos limitaremos em 1 Esta aula é baseada no texto de GLAT (2011), para as consideração finais do livro Educação Inclusiva: Cultura e Cotidiano Escolar. tecer algumas considerações, reforçando aspectos que julgamos essenciais para a compreensão do processo de Educação Inclusiva, sob a ótica aqui abordada. Em sua concepção, esta disciplina parte da premissa de que, independente da estrutura educacional que lhes seja oferecida, todos os alunos têm direito de frequentar a escola e aprender, inclusive aqueles com necessidades educacionais especiais. Cabe à escola proporcionar experiências significativas, que lhes possibilitem compartilhar dos conhecimentos culturais socialmente construídos. Também entendemos que a possibilidade ou potencial de aprendizagem de um indivíduo não se constitui uma característica ou condição intrínseca fixa, determinada por seu diagnóstico clínico ou qualquer outra avaliação quantitativa. Na realidade, suas possibilidades se ampliam na medida em que lhe proporcionamos suportes e condições adequadas de aprendizagem, nos diversos campos de conhecimento. Pode-se dizer, então, que é o atendimento de suas necessidades que determina as possibilidades de aprendizagem do aluno. Não resta dúvida de que a vivência escolar inclusiva em muito amplia as habilidades sociais desses sujeitos, oferecendo-lhes meios de expressão e inserção social. No entanto, como para os demais alunos, a escola deve proporcionar não apenas o convívio, mas a construção de conhecimentos, com os quais possam interagir no mundo. Pois, pouco adianta oferecer a alunos com necessidades especiais o direito de frequentar a escola comum, sem que esta lhes propicie condições de motivação, participação e de aprendizagem. Nossa experiência acumulada em muitos anos trabalhando com esse alunado nos permite afirmar que, sobretudo nos casos de maior comprometimento, dificilmente eles poderão aprender e se desenvolver se não receberem na escola os recursos adequados -- em muitos casos, especializados -- para o atendimento de suas necessidades educacionais específicas. Este sistema de suporte inclui tanto ações de apoio ao professor da turma comum, quanto o trabalho direto com o aluno, quando pertinente. A Educação Inclusiva não pode significar, portanto, como levianamente vem acontecendo em alguns sistemas escolares, a descontinuidade dos serviços da Educação Especial. Muito pelo contrário, de certa forma, esses serviços são até ampliados na medida em que esta deixa de ser uma modalidade paralela, tornando-se um elemento integrante e integrador presente no cotidiano de todas as escolas. Em outras palavras, com a adoção desta nova proposta educacional rompe-se a dicotomia entre ensino “especial” e ensino “regular”. Pode-se dizer, que a Educação Inclusiva é a questão mais atual da Educação Especial, justamente por colocar para a área o desafio de participar do contexto da escola comum, mantendo, porém, sua especificidade. É importante deixar claro, que não estamos propondo um retorno ao modelo de Integração, em que cabia à Educação Especial preparar o aluno para ingressar na turma comum ou lhe fornecer um suporte educacional paralelo para suprir as defasagens do ensino regular, sem que houvesse qualquer interação entre as duas modalidades. Como viemos enfatizando no decorrer de toda a disciplina, na concepção de Educação Inclusiva, a escola regular deve se adaptar para receber todos os alunos, independente de sua história prévia de escolarização. E, ao ser inserido em uma classe comum, o aluno com necessidades educacionais especiais torna-se responsabilidade da equipe geral da escola e do professor regente, mesmo que haja outros profissionais envolvidos com seu processo de ensino- aprendizagem. A Educação Inclusiva não exige do aluno “prontidão” de habilidades escolares para ingresso na classe comum, nem limita o tipo de apoios que ele possa demandar para que sua aprendizagem aconteça. Mas, sim, procura oferecer-lhe as respostas educativas adequadas às suas necessidades, mesmo que sejam recursos especializados. Em que pesem diferentes concepções, o fato é que Educação Inclusiva é hoje política educacional garantida pela legislação a nível federal, estadual e municipal. Cabe aos órgãos governamentais e às instituições públicas e privadas implementá- la de forma satisfatória, considerando o contexto e as peculiaridades locais. Para os educadores, desenvolver estratégias de ensino- aprendizagem que atendam à diversidade do alunado que frequenta as escolas atuais é mais do que um desafio, é a base da docência comprometida com uma educação ética de boa qualidade para todos. Ao contrário do que ocorria há algumas décadas quando apenas um grupo de “profissionais dedicados” escolhia trabalhar com alunos ditos especiais, hoje não existe mais essa opção; pois qualquer professor, em algum momento de sua trajetória profissional, terá alunos com necessidades especiais em sua classe, e deverá ter conhecimentos básicos e autonomia para criar estratégias mais condizentes de ensino com esta nova realidade. Apesar desta disciplina ter se voltado, mais diretamente, para a implementação da Educação Inclusiva no anos iniciais do Ensino Fundamental, é importante observar que este processo deve se dar em todos os níveis e modalidades de ensino, e mesmo no Ensino Superior. E em todos eles os suportes especializados, nas suas diversas modalidades, têm que estar disponíveis para o aluno, adequando-se às necessidades específicas de cada um. Certamente isso não acontecerá imediatamente; alternativas precisam ser buscadas cotidianamente, a partir da interação com cada aluno com necessidades especiais que ingressa na escola. Educação Inclusiva não é uma proposta pronta, mas, um processo, e o seu planejamento, execução e avaliação devem ser revistos constantemente, a fim de que novas estratégias sejam desenvolvidas. Queremos reiterar nossa posição de que dadas condições adequadas, a grande maioria dos alunos, com necessidades educacionais especiais ou não, se beneficiará muito mais de um ensino inclusivo do que segregado. A criação de novas estratégias pedagógicas e adaptações de recursos didáticos, como discutido, contribuirão para tornar mais fácil o processo ensino- aprendizagem de todos aqueles que apresentem dificuldades de aquisição de determinados conteúdos. Ao mesmo tempo, tais adaptações tornam possível que alunos com e sem deficiência aprendam juntos.Na sociedade em que vivemos, a escola representa, cada vez mais, o principal espaço de socialização, fora do âmbito familiar. Nesse sentido, repetimos que a escola inclusiva é altamente benéfica para crianças e jovens com deficiências ou demais condições atípicas de desenvolvimento, pois lhes proporciona a experiência de aprender, desde cedo, a lidar acadêmica e socialmente em uma sociedade plural. Isso não significa, entretanto, que a inserção em uma classe regular seja sempre a melhor opção educacional para todos. Há alunos que ainda necessitam de ambientes mais estruturados, turmas menores e, muitas vezes, atendimento individualizado. O ponto que queremos destacar é que inclusão se dá, legitimamente, em diferentes níveis de conhecimento e em tempos diferenciados, dependendo da necessidade específica de cada indivíduo. Se um aluno precisa de um suporte especializado para se alfabetizar, por exemplo, que ele possa ter acesso a este numa classe especial ou sala de recursos. No entanto, não se pode perder de foco que a inclusão na classe regular é sempre o parâmetro a ser buscado. Nossa perspectiva de Educação Inclusiva, portanto, não se contrapõe à existência dos serviços especializados substitutivos como classes ou escolas especiais. O que se pressupõe é a incorporação desses serviços sob uma nova concepção de trabalho colaborativo. Em outras palavras, ao invés de defender, como vem sendo feito em alguns meios, o fechamento das escolas especializadas, estamos propondo que as mesmas revejam o seu papel, fortalecendo-se como centros de referência para formação de recursos humanos, pesquisas, produção de material adaptado, consultorias, além de proporcionar atendimento educacional especializado para alunos incluídos no ensino comum. Um dos aspectos mais marcantes do modelo de inclusão escolar é que o aluno com necessidades especiais passa a ser considerado de fato, e não só formalmente, um aluno da escola. Para tal é fundamental o trabalho integrado e a troca de experiências entre os professores do ensino comum e da Educação Especial. Neste sentido, o trabalho em equipe, aliado a um sistema de suportes especializados, tem se mostrado um recurso essencial na construção de uma Educação Inclusiva. Finalizando, esperamos que, com as reflexões e questões apresentadas no decorrer desta disciplina, tenhamos alcançado o propósito de estimular e despertar em vocês o desejo de construir novos conhecimentos e desenvolver em sua atuação profissional estratégias didáticas que favoreçam o processo de ensinoaprendizagem de todos os seus alunos.
Compartilhar