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9-NEUROPSICOÉDAGOGIA-E-AS-NECESSIDADES-EDUCACIONAIS-ESPECIAIS-3

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NEUROPSICOÉDAGOGIA E AS NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS 
NEUROPSICOÉDAGOGIA E 
AS NECESSIDADES 
EDUCACIONAIS ESPECIAIS 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Neuropsicopedagogia, Psicopedagogia e Educação Inclusiva .......................... 3 
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO DA SOCIEDADE INCLUSIVA ...... 6 
A Educação Especial na sociedade inclusiva: uma breve apresentação do tema
.......................................................................................................................... 9 
Construção uma sala inclusiva: intervenção pedagógica e estratégias 
metodológicas no atendimento a crianças com NEE....................................... 13 
COMO A NEUROPSICOPEDAGOGIA APERFEIÇOA Á APRENDIZAGEM NA 
EDUCAÇÃO ESPECIAL ................................................................................. 18 
REFERÊNCIAS .................................................................................... 34 
 
 
 
 
 
2 
 
FACULESTE 
 
 
A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos 
de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Faculeste, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Neuropsicopedagogia, Psicopedagogia e Educação 
Inclusiva 
 De acordo com Elaine Andrade Gomes, pedagoga com especialização 
em Neuropsicopedagogia com ênfase na educação inclusiva, a 
Neuropsicopedagogia tem sua análise inserida no contexto em que se 
desenvolve o processo de aprendizagem, a leitura dos problemas que emergem 
da e na interação social voltada para o sujeito que aprende, buscando 
compreender os fatores que intervêm nos problemas, discriminando o particular 
e o geral, o específico e o universal, na busca de alternativas de ação para uma 
mudança significativa nas posturas frente ao ensinar e ao aprender, pautada em 
uma essência específica e diferenciada da Psicopedagogia. 
 A Psicopedagogia, portanto, é a área de estudo da Neuropsicologia que 
avalia, diagnostica, estuda e intervenciona frente à aprendizagem humana e 
suas intercorrências considerando a compreensão do sujeito enquanto aprendiz, 
dotado de complexidades, peculiaridades e inseguranças, sendo obrigado a 
tomar decisões avaliativas além ou aquém de sua realidade cognitiva. 
 A nova política nacional para a Educação Especial determina que todas 
as crianças e jovens com necessidades especiais devem estudar na escola 
regular. Por isso, a importância de valorizar a Formação Continuada, reuniões 
periódicas com troca de experiência entre os professores, e a necessidade de 
mudanças em toda sociedade reforçando a importância do respeito e da 
valorização das diferenças. 
 Nesta perspectiva, Elaine afirma que a formação de professores precisa 
remodelar-se para atingir os objetivos de um ensino especializado em todos os 
alunos: “A qualificação profissional deve ser feita através da adaptação de 
currículos dos cursos de licenciatura, que atualmente estão estruturados para 
 
 
4 
atender apenas a parcela da população considerada ‘normal’, excluindo os 
alunos que necessitam de uma atenção diferenciada.” 
 Segundo a educadora, os professores só poderão adotar este 
comportamento se forem convenientemente equipados com recursos 
pedagógicos, se a sua formação for melhorada, se lhes forem dados meios de 
avaliar seus alunos e elaborar objetivos específicos, se estiverem 
instrumentados para analisar a eficiência dos programas pedagógicos, 
preparados para a superação dos medos e superstições e contarem com uma 
orientação eficiente nesta mudança de postura para buscar novas aquisições e 
competências. 
 De acordo com a pedagoga, as universidades estão proporcionando 
cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação nesta área, com destaque para a 
Neuropsicopedagogia, que vem formando profissionais para ajudar na inclusão 
e no ensino aprendizado das crianças com deficiências. Porém, Elaine alerta que 
estes profissionais não podem diagnosticar distúrbios, somente quem pode fazê-
lo são os médicos, que são habilitados para tal. 
Síndrome ou deficiência 
 Deficiência é um desenvolvimento insuficiente, em termos globais ou 
específicos, ou um déficit intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando 
atinge duas ou mais dessas áreas). 
 Síndrome é o nome que se dá a uma série de sinais e sintomas que 
juntos evidenciam uma condição particular. Na opinião de Elaine, o professor 
que leciona para alguém com diagnóstico que se encaixa nesse quadro precisa 
saber que é possível ensiná-lo: “O educador não precisa saber tudo sobre todas 
as síndromes e deficiências. Vai se atualizar e aprender conforme o caso. A 
inclusão na sala de aula está sendo aprendida no dia a dia, com experiências de 
 
 
5 
cada professor. Não existe formação dissociada da prática, estamos aprendendo 
ao fazer”. 
 A deficiência existe e é preciso levá-la em consideração. Neste sentido, 
torna-se de grande importância não subestimar as possibilidades, nem as 
dificuldades. As pessoas vivem suas vidas em um constante processo de 
aprendizagem, e o papel da escola é ensinar para a vida, o processo ensino-
aprendizagem permite tanto ao educador quanto ao educando trocar 
experiências, ocasionando assim um constante aprendizado, considerando a 
escola o melhor ambiente para as pessoas projetarem seu futuro. 
Não existe inclusão sem colaboração 
 Elaine entende a colaboração como trabalho em conjunto uma tarefa 
coletiva que não se constrói por lei ou por decreto, mas pela ação colaborativa 
do governo, de profissionais da saúde e da educação em conjunto com as 
próprias pessoas com necessidades especiais. 
 Dentro da escola, torna-se necessário o envolvimento de todos os 
membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à 
temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papéis específicos, 
mas precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas 
escolas. Com base nessas informações, pode-se perceber que são necessárias 
mudanças profundas no sistema educacional vigente a fim de garantir o 
cumprimento dos objetivos da inclusão. 
 De acordo com Elaine, na escola inclusiva o ideal é o professor não fingir 
que as diferenças não existem, mas trabalhar o respeito, a cooperação e a 
solidariedade na sala de aula. Quando o aluno é aceito e respeitado 
independente de suas limitações, ele passa a ter mais tranquilidade e segurança 
para pedir ajuda e cometer erros, onde ocorre o aprendizado. 
 
 
6 
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO CONTEXTO DA 
SOCIEDADE INCLUSIVA 
A escola da contemporaneidade é o espaço da diferença e da confluência 
de culturas e da diversidade. Diante desse quadro social, emerge a necessidade 
de ampliação e redimensão dos saberes e das práticas educativas, afim de que 
esta escola se constitua como um espaço de reconhecimento e valorização 
dessas diferenças, conforme os argumentosque sustentam o discurso da 
inclusão social, como princípio básico de garantia dos direitos do cidadão. 
No cenário nacional existem diversas leis que arregimentam essas 
propostas. Dentre elas, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, LDB 9.394/96 desenvolvidas sob as normas da Lei Maior (Constituição 
da República Federativa do Brasil, de 1988) e que destaca o direito de educação 
para todos. Há também organismos internacionais, que por meio de 
Conferências Internacionais, onde se reúnem vários países, têm por objetivo de 
reforçar a ideia de inclusão social e, portanto, educacional. 
Ilustramos essa questão, listando, por exemplo: 
i) a Convenção dos Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral 
nas Nações 
Unidas em 20 de novembro de 1989 e ratificada por Portugal em 21 de 
setembro de 1990; 
ii) a Declaração de Jomtien, elaborada no Conferência Mundial sobre 
Educação para Todos, realizada na cidade de Jomtien, na Tailândia, em 1990; 
iii) a Cúpula Mundial das Crianças, ocorrida nos dias 29 e 30 de setembro 
de 1990, em Nova York; 
 
 
7 
iv) a Declaração de Salamanca, resultante da Conferência Mundial sobre 
Necessidades Educativas, realizada em Salamanca, Espanha, de 07 a 10 de 
junho de 1994; 
v) a Carta para o Terceiro Milênio, escrita e aprovada no dia 9 de setembro 
de 1999, em Londres - Grã-Bretanha; 
vi) a Convenção de Guatemala, resultante da Convenção Interamericana 
para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência, aprovada pelo Conselho Permanente na sessão 
realizada em de 28 de maio de 1999; 
vii) a Declaração Internacional de Montreal, aprovada em 5 de junho de 
2001 pelo Congresso Internacional e Sociedade Inclusiva, realizado em 
Montreal, Quebec, Canadá. 
Esses e muitos outros documentos têm fundamentado as discussões e 
concepções que orientam as práticas educativas, alicerçado a ideia de que todos 
possuem o mesmo direito: o de frequentar a mesma escola, independente de 
raça, cor, religião, sexo ou qualquer tipo de deficiência. Essas orientações 
constituem-se como “substância visível da política” (MULLER; SUREL, 2002, p. 
14), constituindo um movimento social que busca transcender os limites da teoria 
e materializar ações que promovam a inclusão social. 
Mediante esse contexto, a escola deve desenvolver, a partir dessa 
legislação vigente, condições de acesso e permanência do aluno na escola, 
através de propostas pedagógicas que promovam a interação entre os alunos e 
o contexto social, o que pressupõe uma ressignificação das concepções de 
currículo, gestão e metodologias de ensino que efetivamente, promovam a 
inclusão do aluno. Segundo Carvalho: 
A proposta da educação inclusiva não representa um fim em si mesmo, 
como se, estabelecidas certas diretrizes organizacionais, a escola melhorasse, 
 
 
8 
num passe de mágica. Muito mais do que isso, pretende-se, a partir da análise 
de como tem funcionado o nosso sistema educacional, identificar as barreiras 
existentes para a aprendizagem dos alunos, com vista às providências políticas, 
técnicas e administrativas que permitam enfrentá-las e removê-las. Pretende-se 
identificar processos que aumentem a participação de todos os alunos, 
reduzindo-lhes a exclusão na escola e garantindo-lhes sucesso em sua 
aprendizagem, além do desenvolvimento da autoestima (CARVALHO, 2003, p. 
149). 
Diante dessa abordagem, percebe-se que um dos principais objetivos da 
escola inclusiva é reduzir a exclusão social através dos seus mecanismos, 
oferecendo uma educação de qualidade a todos, transformando cada vez mais 
a realidade da comunidade ao seu redor. É nesta perspectiva, portanto, que se 
situa a modalidade Educação Especial, que dentro de um contexto de sociedade 
inclusiva busca organizar ambientes favoráveis para o desenvolvimento de 
práticas pedagógicas que reconheçam, compreendam e valorize os diferentes 
ritmos de aprendizagem dos sujeitos, que se expressam de maneira singular 
devido a fatores biológicos, culturais e socioeconômicos, exigindo do professor, 
a necessidade de envolver a todos no processo ensino aprendizagem. 
Considerando essa proposta, discutimos sobre as possibilidades de 
realização de práticas pedagógicas neste sentido, que propiciem o bem estar e 
o desenvolvimento dos alunos, construindo assim, uma aprendizagem mais 
significativa, em que os educandos com necessidades especiais aprendam a 
observar, analisar, comparar, dialogar, raciocinar, sintetizar e questionar, 
ampliando seu desenvolvimento cognitivo, e criando possibilidades para a 
libertação das amarras sociais impostas pela lógica estrutural da sociedade 
excludente. 
Apresentada a proposta, buscamos desenvolvê-la a partir de uma 
abordagem qualitativa no tratamento da questão, por meio de um estudo 
 
 
9 
bibliográfico, com o objetivo de discutir sobre a modalidade Educação Especial 
no contexto da educação inclusiva, apontando para possibilidades de 
articulações pedagógicas no ensino e aprendizagem de crianças com 
deficiências. 
A Educação Especial na sociedade inclusiva: uma breve 
apresentação do tema 
Um dos pressupostos básicos para que a escola promova um ensino 
inclusivo, baseado em concepções e paradigmas que valorizem e respeitem as 
singularidades dos sujeitos da aprendizagem é o entendimento do que significa 
Educação Especial e Educação Inclusiva, considerando-se as principais 
relações, diferenças e articulações que esses termos assumem dentro do campo 
teórico-conceitual em que estão imersos; e considerando-se ainda, que 
“mudanças na terminologia são necessárias para refletir as mudanças políticas 
e práticas; - um exemplo específico é a mudança de “especial” para “inclusiva””, 
conforme propõe a Declaração de Salamanca (1994, p. 32). 
No âmbito legal e pedagógico, para que se entenda melhor o significado 
da Educação Especial, é necessário situar os níveis e modalidades de educação 
escolar. Na estrutura do sistema educacional brasileiro, conforme a LDB, 
compreendem-se como níveis, a Educação Básica e o Ensino Superior; e a 
modalidade é como o indivíduo poderá receber a formação dentro da Educação 
Básica, que se subdivide em: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino 
Médio. “Ela pode ser oferecida no ensino regular e nas modalidades de 
educação de jovens e adultos, educação especial e educação profissional, 
sendo que esta última pode ser também uma modalidade da educação superior” 
(OEI, s/d, p. 35). 
De acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica (2001), essas modalidades educacionais devem se organizar 
no espaço escolar por meio de processos educacionais próprios, definidos em 
 
 
10 
uma proposta pedagógica, que visa assegurar um conjunto de recursos e 
serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, 
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços 
educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o 
desenvolvimento das potencialidades dos educando. De tal modo, para Ferreira, 
pode-se considerar que a Educação Especial: 
[...] abrange, como princípio, o conjunto de serviços educacionais não 
disponível nos ambientes sócio educacionais “normais” ou “regulares”. Ela 
visaria o atendimento e a promoção do desenvolvimento de indivíduos que não 
se beneficiariam significativamente de situações tradicionais de educação, por 
limitações ou peculiaridades de diferentes naturezas (FERREIRA, 1993, p. 17) 
As crianças com deficiências a serem atendidos durante o processo 
educativo deverão ser aqueles que aparentemente apresentarem dificuldades e 
limitações durante os processos de aprendizagem propiciados pela escola. 
Quando se observar que esse sujeito não está acompanhando as atividades 
curriculares, como os demais alunos,é necessário averiguar as causas. Estas 
podem não estar vinculadas às causas orgânicas específicas, podem estar 
relacionadas às condições sociais e culturais do contexto, que algumas vezes 
limitam o aluno. 
Este poderá ter dificuldade no aprendizado em função da comunicação ou 
mesmo por outros fatores. 
Há de considerar ainda nesse processo, os alunos que apresentam 
elevado grau de facilidade e desenvoltura no aprendizado, maior que os demais 
alunos, como são os casos dos alunos superdotados e com altas habilidades, 
para os quais também deverá haver ensino especial. Questão que a LDB foi 
muito nobre em acrescentar à Educação Especial, pois reconhece que a 
 
 
11 
Educação Especial não é destinada somente para aqueles que apresentam 
dificuldades, diminuindo assim, parte dos preconceitos e discriminações. 
Este é o verdadeiro significado da Educação Especial compreendida 
dentro da Educação Nacional, oportunizando condições para que todos os 
alunos tenham oportunidade de superar as barreiras sociais que muitas vezes, 
os impedem de ter acesso aos direitos sociais que assegurem sua cidadania e 
dignidade plena, em conformidade com o artigo 22 da LDB: “A educação básica 
tem por finalidades desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação 
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para 
progredir no trabalho e em estudos posteriores”. 
Desse modo, muito mais que direito a exercer a cidadania; a Educação 
Especial está hoje presente em todas as Leis3 que estruturam a organização 
social do país e todos podem ter acesso a essas Leis, cumpri-las e fazê-las 
cumprir, com o intuito de superar os fatores que dificultam a aprendizagem e a 
inclusão dos alunos com NEE no contexto da escola regular. 
Fatores que dificultam o aprendizado do aluno com necessidade 
especial 
Um questionamento bastante discutido é: Todos os alunos com 
dificuldades no aprendizado seriam considerados deficientes? Essa visão 
positivista de homem, do mundo e da sociedade está ainda muito presente na 
educação atual, como consequência de teorias conservadoras, cujos princípios 
ligam-se a manutenção desse modelo de sociedade na qual estamos inseridos 
que selecionam as pessoas para excluí-las, uma vez que nossa sociedade 
funciona através de mecanismos discriminatórios de “coerção normalizadora e 
fabricação ininterrupta de desviantes” (WANDERLEY, 1999, p. 08). 
A dificuldade em aprender refere-se às situações difíceis, ocasionadas por 
fatores individuais, como limitação física ou cognitiva; ou fatores sociais, como 
 
 
12 
falta de acessibilidade aos espaços sociais; vivenciadas pela criança, 
adolescente ou adulto durante o processo de construção do conhecimento. 
Essas dificuldades, muitas vezes, podem ser superadas com metodologias 
adequadas utilizadas pelos professores, outras vezes não, necessitando da 
ajuda de outros profissionais tanto da área da educação, como da saúde, 
constituindo assim, um campo interdisciplinar no processo de intervenção 
pedagógica, onde se situam, pedagogos, psicopedagogos, 
neuropsicopedagogos, psicólogos, assistentes sociais, médicos, fonoaudiólogos 
etc. 
Essas dificuldades de aprendizagem são consideradas os “sintomas” e 
comportamentos específicos apresentados pelos sujeitos, e, portanto, é pela 
intensidade com que eles se apresentam e pela duração que eles têm na vida 
escolar que se faz necessária a busca das possíveis causas. Existem segundo 
Oliveira, vários fatores que podem desencadear as dificuldades de 
aprendizagem: 
Orgânicas: cardiopatias, encefalopatias, diferenças sensórias motoras, 
intelectuais, disfunção cerebral e outras enfermidades de longa duração. 
Psicológicas: desajustes emocionais provocados pela dificuldade que a criança 
tem de aprender, o que gera ansiedade, insegurança e autoconceito negativo. 
Pedagógicas: métodos inadequados de ensino, falta de estimulação pela pré-
escola dos pré-requisitos à leitura e a escrita, falta de percepção, por parte da 
escola, do nível de maturidade da criança, iniciando uma alfabetização precoce; 
relacionamento professor/aluno deficiente; não domínio do conteúdo e do 
método por parte do professor, atendimento precário das crianças devido à 
superlotação das classes. Socioculturais: falta de estimulação (criança que não 
faz a pré-escola e também não é estimulada no lar), desnutrição, privação 
cultural do meio, marginalização com dificuldades de aprendizagem pelo sistema 
de ensino comum (OLIVEIRA, 2013, p. 25). 
 
 
13 
Detectar a causa que interfere no desempenho escolar, principalmente da 
criança, é fundamental para o seu bom rendimento escolar, desde que as causas 
sejam trabalhadas. Existem várias maneiras para se constatar uma dificuldade 
da criança em aprender, mas o ponto de partida é o próprio desempenho do 
aluno, uma vez que as dificuldades da aprendizagem apresentam características 
próprias, que requerem um estudo e intervenção, a fim de compreender as 
causas, as “raízes” do problema, que desvelarão os rumos e as prioridades de 
ações a serem tomadas para, então, melhorar o processo de ensino e 
aprendizagem, partindo do nível de aprendizagem em que o aluno está e 
lançando desafios que oportunizem condições para o seu desenvolvimento 
social e intelectual. 
Construção uma sala inclusiva: intervenção pedagógica e 
estratégias metodológicas no atendimento a crianças com NEE 
Depois de identificadas as dificuldades enfrentadas pela criança na 
escola, uma intervenção pedagógica deve ter como objetivos: prevenir e 
minimizá-las. Para tanto, é necessário que o professor tenha o conhecimento e 
domínio de diferentes métodos e formas de ensinar, levando em consideração 
as múltiplas dificuldades apresentadas em uma sala de aula heterogênea, em 
que cada criança já traz consigo uma convivência de mundo; - mundos 
diferentes. 
A ação docente deve ser a mais dinâmica e próxima da realidade, fazendo 
com que teoria e prática se firmem e tenha sentido para a criança, de maneira 
articulada e simultânea, buscando através da exploração de diferentes 
atividades, desenvolver as habilidades necessárias, promovendo a descoberta 
e a inserção da criança no mundo, sem que sofra alguma marginalização social, 
tendo em vista que, a ideia de um ensino inclusivo em nossas escolas, parte, de 
imediato, do pressuposto de que: 
 
 
14 
Constitui verdade inquestionável o fato de que, a todo momento, as 
diferenças entre os homens fazem-se presentes, mostrando e demonstrando 
que existem grupos humanos dotados de especificidades naturalmente 
irredutíveis. As pessoas são diferentes de fato, em relação à cor da pele e dos 
olhos, quanto ao gênero e à sua orientação sexual, com referência às origens 
familiares e regionais, nos hábitos e gostos, no tocante ao estilo. Em resumo, os 
seres humanos são diferentes, pertencem a grupos variados, convivem e 
desenvolvem-se em culturas distintas. São então diferentes de direito. É o 
chamado direito à diferença; o direito de ser, sendo diferente (FERREIRA; 
GUIMARÃES, 2003, p. 37). 
A escola regular, de qualquer nível ou modalidade de ensino, ao viabilizar 
a inclusão de alunos com necessidades especiais, deverá promover a 
organização de classes comuns e de serviços de apoio pedagógico 
especializados. Extraordinariamente, poderá promover a organização de classes 
especiais, para atendimento em caráter transitório. 
Seguiremos agora com a definição dos serviços de apoio pedagógico 
especializados, que de acordo com as Diretrizes Nacionais para a Educação 
Especial na Educação Básica (2001) são: 
Classes comuns: Serviço que se efetiva por meio do trabalho de equipe, 
abrangendo professores de classe comum e da educação especial, para o 
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos durante o 
processo de ensino e aprendizagem. Pode contarcom a colaboração de outros 
profissionais, como psicólogos escolares, por exemplo. 
Salas de Recursos: serviço de natureza pedagógica, conduzido por 
professor especializado, que suplementa (no caso dos superdotados) e 
complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em 
classes comuns da rede regular de ensino. Esse serviço realiza-se em escolas, 
 
 
15 
em local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às 
necessidades educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos 
de escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser 
realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que 
apresentarem necessidades educacionais semelhantes, em horário diferente 
daquele em que frequentam a classe comum. 
Itinerância: serviço de orientação e supervisão pedagógica desenvolvida 
por professores especializados que fazem visitas periódicas às escolas para 
trabalhar com alunos que apresentem necessidades educacionais especiais e 
com seus respectivos professores de classe comum da rede regular de ensino. 
Professores-intérpretes: são profissionais especializados para apoiar 
surdos, surdo-cegos e outros que apresentem sérios comprometimentos de 
comunicação e sinalização. (MEC/SEESP, 2001, p. 50) 
Seguindo-se essas orientações, a escola será, efetivamente, um lugar 
certo para que a inclusão possa acontecer na vida do aluno, imprimindo um 
caráter valorativo e cidadão em seu processo de desenvolvimento social. Pela 
conjectura proposta, os alunos serão integrados às propostas pedagógicas do 
currículo básico, assistidos quando necessário pelo professor da educação 
especial e outros profissionais capacitados. Por isso, é fundamental também, 
que não somente o professor, mas toda a equipe da escola seja capacitada para 
promover situações que sejam favoráveis à valorização das identidades, das 
diferenças e por fim, de aprendizagens significativas, considerando-se que: 
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em 
classes comuns de ensino regular, como meta das políticas de educação, exige 
interação constante entre professor da classe comum e os de serviços de apoio 
pedagógico especializado, sob pena de alguns educandos não atingirem 
rendimento escolar satisfatório (MEC/SEESP, 2001, p. 51). 
 
 
16 
Para a realização desse continuum interacional presente no ensino, é 
importante que todos os professores de Educação Especial e os que atuam em 
classes comuns tenham formação para as respectivas funções, principalmente 
os que atuam em serviços de apoio pedagógico especializado. De acordo com 
Batista: 
A formação continuada de professores é mais uma estratégia fundamental 
para atualização e aprofundamento do conhecimento pedagógico comum e 
especializado. Esta formação, preferencialmente acontecerá, a partir dos 
próprios casos de atendimento, pois esse é um material vivo, que propicia uma 
visão subjetiva que o professor responsável pela sala de aula ou por esse 
atendimento terá para dar conta da complexidade dos alunos e do seu processo 
de aprendizagem (BATISTA, 2006, p. 27). 
No cerne da efetivação dessas práticas, situa-se Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), como uma proposta de legitimação da 
inclusão na escola. As atividades desenvolvidas no espaço objetivam orientar a 
aprendizagem, por meio da ratificação, elaboração e organização de recursos 
que eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos, e desenvolva 
autonomia e independência escolar e fora dela. É uma oferta obrigatória pelos 
sistemas de ensino e deve ser realizado obrigatoriamente em turno inverso ao 
da classe comum que o aluno está matriculado. 
Conta-se nesse trabalho, com diferentes recursos multifuncionais, 
aproveitando-se de suas funcionalidades pedagógicas, uma vez que são 
essencialmente mediadores do conhecimento, possibilitando uma efetiva 
relação pedagógica de ensino e aprendizagem. Para Ropoli: 
O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua 
autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas 
de ensino. É realizado, de preferência, nas escolas comuns, em um espaço físico 
 
 
17 
denominado Sala de Recursos Multifuncionais. Portanto, é parte integrante do 
projeto político pedagógico da escola (ROPOLI, 2010, p. 17). 
Importante esclarecer ainda, que o apoio proposto nas salas de AEE não 
constitui um reforço escolar, mas um serviço de educação especial, que 
“identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que 
eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas 
necessidades específicas” (SEESP/MEC, 2008, p. 15), desenvolvido a partir das 
habilidades dos alunos, portanto não há a obrigatoriedade de tarefas específicas. 
No intuito de compreender as principais dificuldades dos alunos, com as quais a 
escola se depara, o AEE, pode ser compreendido ainda, conforme Batista como: 
[...] uma nova proposta, que marca uma grande virada no entendimento 
que a educação Especial propiciará em favor da inclusão, em todos os níveis de 
ensino. [...] garante a inclusão escolar de alunos com deficiência, na medida em 
que lhes oferece o aprendizado de conhecimentos, técnicas, utilização de 
recursos informatizados, enfim tudo que difere dos currículos acadêmicos que 
ele aprenderá nas salas de aula das escolas comuns. Ele é necessário e mesmo 
imprescindível, para que sejam ultrapassadas as barreiras que certos 
conhecimentos, linguagens, recursos representam para que os alunos com 
deficiência possam aprender nas salas de aulas comuns do ensino regular. 
Portanto, esse atendimento não é facilitado, mas facilitador, não é adaptado, mas 
permite ao aluno adaptar-se às exigências do ensino comum, não é substitutivo, 
mas complementar ao ensino regular (BATISTA, 2006, p. 26). 
Dessa forma, a inclusão escolar refere-se ao processo de educar/ensinar, 
no mesmo grupo, crianças com ou sem NEE, durante parte ou totalidade do 
tempo. A proposta do AEE age no sentido de assegurar um ensino de qualidade, 
garantindo o acesso e a permanência dos alunos na escola, formando cidadãos 
críticos capazes de agir na transformação da sociedade 
 
 
18 
COMO A NEUROPSICOPEDAGOGIA APERFEIÇOA 
Á APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Neste século novas mudanças e desafios sobre educação nos levam a ter 
um olhar bem diferenciado para o indivíduo, desenvolvendo práticas de ensino 
utilizado pelo professor afinal todos nós somos capazes de aprender 
independentemente de suas limitações. Faz-se necessário uma cultura de 
aprendizado que gere conhecimento. 
Segundo Demo (2001), Assmann (2001), Morin (2002), cabe ao educador 
adotar um trabalho de parceria, instaurando condições indispensáveis para que 
o aprendiz desenvolva a inteligência e não simplesmente a memorização. A 
busca por uma aprendizagem com eficiência dispõe de mecanismos inovadores 
através da neurociência. 
Diante deste pressuposto o artigo trata, no primeiro momento em que 
descreve o contexto geral da pesquisa, introduzindo a importância da 
neuropsicopedagogia como ferramenta de ensino, revelando o problema de 
pesquisa, justificativa e sua importância como estudo. O segundo momento 
destina-se ao professor como ator participe do processo de aquisição dos 
conhecimentos, bem como a legislação vigente. O terceiro momento caracteriza-
se de uma revisão bibliográfica abordando questões consideradas relevantes 
para o escopo da pesquisa. O quarto momento explica como o trabalho foi 
desenvolvido e, por fim no quinto momento traz-se para a discussão o professor 
e o seu papel dentro da inclusão, tornando-se peça primordial nesse processo 
Nesse sentido as ciências do cérebro, que avançam adicionando 
informações científicas essenciais para a melhor compreensão do aprendizadocomo fenômeno complexo contemporâneo das ações educacionais. O homem 
percebe o mundo através dos seus sentidos percepção e sua memória. 
 
 
19 
Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de 
informações. A aquisição é também chamada de aprendizagem só se “grava” 
aquilo que foi aprendido, a evocação é também chamada recordações, 
lembranças, recuperação. Só lembramos aquilo que gravamos aquilo que foi 
aprendido. (IZQUIERDO, 2002. p. 9). 
A citação acima apresenta um dos papéis da Neuropsicopedagogia 
segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky, as crianças elaboram conhecimentos 
sobre a leitura e escrita passando por diferentes hipóteses, baseada em 
conhecimentos prévios, assimilações e generalizações que dependem das 
interações delas com seus pares. Desse modo a aprendizagem e neurociência 
interagem em conjunto corpo e mente O processo de aprendizagem permite uma 
compreensão mais adequada do aprender e do ensinar, superando as 
dificuldades tanto do aprendiz quanto daquele que ensina buscando otimizar a 
adoção de condutas de ensino e de aprendizagem. 
Segundo Paulo Freire, (1996.): O Professor que realmente ensina, quer 
dizer, 
que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade do pensar certo, 
nega como falsa a fórmula farisaica do ¨faça o que eu mando e não o que eu 
faço¨. Diante de tal afirmação a adoção de condutas de ensino e de 
aprendizagem requer uma ação interventiva, pois, como pode o educando com 
dificuldade, trabalhar conteúdos que outrora nunca vistos se tornando 
desinteressante a ponto de uma formiga no canto superior da sala fazer toda a 
diferença em uma aula expositiva e sem valor algum para seu aprendizado. 
Segundo as considerações acima é possível afirmar que o ato de 
aprender é um ato complexo, não envolve somente a questão de memorizar os 
conteúdos, é muito mais do que isso; aprender envolve emoção, interação, 
alimentação, descanso, motivação entre outros. Permite um melhor 
entendimento da aprendizagem e consequente aprimoramento da didática. 
 
 
20 
 A aprendizagem humana necessita de diferentes olhares da escola para 
o sujeito cognoscente, pois, cada indivíduo tem maturação biológica diferentes 
estratégias para facilitar o raciocínio. 
A língua é um código que tem que ser decifrado por alunos com 
dificuldades, investigar e trabalhar alternativas metodológicas na aquisição da 
leitura e escrita entrelaçadas a habilidades psicomotoras, memória letra 
espelhada e aglutinação de palavras, dificuldades em separação silábica e 
coordenação motora com movimentos de pinçar que permite a coordenação 
motora fina, troca de dominância manual visão contralateral. 
As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento da criança fazem toda 
diferença no ato de aprender ter conhecimentos sobre as dificuldades de 
aprendizagem pode ajudar o professor a distinguir as diferenças e permite traçar 
o processo de intervenção sabendo diferir os rótulos, estigmas até exclusão 
proporcionando novas relações entre o aprender, o aluno e a escola. 
Ninguém se forma no vazio. Formar-se supõe troca, experiência, 
interações sociais, aprendizagem, um sem fim de relações. Ter acesso ao modo 
como cada pessoa se forma é ter em conta a singularidade da sua história e, 
sobretudo, o modo singular como age, reage e interage com os seus contextos. 
Um percurso de vida é assim um percurso de formação, no sentido em que é um 
processo de formação (MOTA, 1992, p.115). 
O neuropsicopedagogo como mediador deverá promover um ensino 
igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em aprendizagem não 
podemos esquecer da inclusão, não estamos falando só dos deficientes e sim 
da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, 
formando cidadãos para a sociedade. Diante desse exposto destaco algumas 
discussões que trouxeram benefícios ao atendimento educacional especializado: 
 
 
21 
• Em 2001 – As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial - Na 
Educação Básica propõe mudanças através da CNE/CEB nº 2/2001, 
determinando no artigo 2º. Os sistemas de ensino devem matricular todos os 
alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos 
com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições 
necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MINISTERIO DA 
EDUCAÇÃO E CULTURA, 2001) 
• Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172/2001 - Destaca 
que o grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a 
construção de uma escola inclusiva que garanta atendimento à diversidade 
humana. (MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA, 2001) 
• Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) 
- O Artigo 24 dessa Convenção reconhece o direito à educação sem 
discriminação e com igualdade de oportunidades das pessoas com deficiência. 
Deverão assegurar que: 
1. As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema 
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência 
não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob 
alegação de deficiência; 
2. As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino 
fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de condições com 
as demais pessoas na comunidade em que vivem; 
3. Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais 
sejam providenciadas; 
4. As pessoas com deficiência recebem o apoio necessário, no âmbito 
do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação; 
 
 
22 
5. Efetivas medidas individualizadas de apoio sejam adotadas em 
ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, compatível 
com a meta de inclusão plena. 
Decreto nº 6.571/2008- Dispõe sobre o atendimento educacional 
especializado, consolida diretrizes e ações já existentes, voltadas à educação 
especial na perspectiva da educação inclusiva. Ele regulamenta o parágrafo 
único do art. 60 da Lei nº 9394/1996, destinando recursos do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) ao atendimento educacional 
especializado de alunos com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação matriculados na rede pública 
de ensino regular. 
Consta ainda neste decreto, as ações que serão realizadas pelo Ministério 
da Educação para o Atendimento Educacional Especializado. Dentre essas 
ações estão a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, a formação de 
professores para o AEE, a formação de gestores e professores para a educação 
inclusiva, as adaptações arquitetônicas das escolas, a produção e distribuição 
de recursos para a acessibilidade. 
Parecer nº 13/2009- homologado no dia 23 de setembro, pelo ministro da 
Educação, Fernando Haddad, que trata das diretrizes operacionais para o 
atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação 
matriculados em classes regulares e no atendimento educacional especializado. 
O objetivo desse parecer é garantir recursos de acessibilidade, bem como 
estratégias de desenvolvimento da aprendizagem, previstos no projeto político-
pedagógico da escola. A ação vai ao encontro da Política Nacional de Educação 
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, que orienta os sistemas 
 
 
23 
educacionais na organização e oferta de recursos e serviços da educação 
especial de forma complementar. 
Fica evidente que a preocupação com a inclusão vem sendo algo 
propagado em grande escala não apenas com a população, mas com as 
entidades governamentais e sociedade em geral, o que vem a contribuir na 
melhoria de vida dessas crianças e adolescentes. 
A família é peça fundamental e primordial na vida de qualquer criança. Em 
se tratando de uma criança especial é também fontede conhecimento no que 
diz respeito à aprendizagem das questões sociais básicas. No início da infância, 
as interações ocorridas exercem uma ação importante no desenvolvimento 
social das crianças, estudos divulgam que a voz dos pais é capaz de ser 
compensada com outros estímulos: como o sorriso, demonstrações de carinho 
e carícias. 
Em relação à interação dos pais de crianças portadoras de necessidades 
especiais no sentido de promover a inclusão, a Declaração de Salamanca é bem 
clara: “Pais constituem parceiros privilegiados no que concerne as necessidades 
especiais de suas crianças, e desta maneira eles deveriam, o máximo possível, 
ter a chance de poder escolher o tipo de provisão educacional que eles desejam 
para suas crianças” (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p.14). 
Na escola, o aluno com necessidades especiais é de responsabilidade de 
toda a unidade escolar, ao contrário do que muitos pensam, de que esta 
responsabilidade é só do professor. Todos devem estar envolvidos e auxiliar 
esses alunos, pois muitos estão entrando nas escolas e precisam ter 
compreensão da mesma, sobre o que é ensinar. Carvalho (1997) afirma: 
Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças 
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, 
linguísticas ou outras. Deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, 
 
 
24 
crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população 
nômade, crianças pertencentes à minorias linguísticas, étnicas ou culturais e 
crianças de outros grupos em desvantagem ou marginalizados [...] No contexto 
destas Linhas de Ação o termo “necessidades educacionais especiais” refere-se 
a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades se originam em função 
de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. CARVALHO (1997, apud 
Mendes, pag. 21, 2011). 
Contudo, a efetivação de uma prática educacional inclusiva não será 
garantida somente por meio de leis, decretos ou portarias, ou seja, é necessário 
que a escola esteja preparada para trabalhar com os alunos com necessidades 
educacionais especiais, independentemente de suas diferenças ou 
características individuais. Em lei, muitas conquistas foram alcançadas. 
Entretanto, precisamos garantir que essas conquistas, expressas nas leis, 
realmente possam ser efetivadas na prática do cotidiano escolar, pois o governo 
não tem conseguido garantir a democratização do ensino, permitindo o acesso, 
a permanência e sucesso de todos os alunos do ensino especial na escola. 
(MIRANDA, 2003, p.06). 
Com a inclusão, a preocupação é de preparar a criança para estar na 
escola, ajudando-a a adquirir as habilidades que precisa. Não há preocupação 
de mudanças na escola. Prepara-se a criança para estar na escola, como ela é 
(MARTINO, 1999). 
Porém, segundo Mantoan (2006, apud Mendes, pág.26, 2011), pais de 
crianças com necessidades especiais e alguns educadores brasileiros não são 
favoráveis à educação inclusiva, chegando ao ponto de sugerirem que se faça a 
“inclusão às avessas”, trazendo crianças sem “deficiência” para estudarem nos 
institutos que promovem educação especial. “O desafio maior que temos hoje é 
convencer os pais, especialmente os que têm filhos excluídos das escolas 
 
 
25 
comuns, de que precisam fazer cumprir o que nosso ordenamento jurídico 
prescreve quando se trata do direito à educação”. 
A escola tem papel fundamental para a aprendizagem e facilitando da 
inclusão, quer fornecendo material didático adaptados, quer oferecendo cursos 
aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e 
adaptando o currículo escolar e a própria escola para atender a individualidade 
de cada educando. Para isto, há a necessidade de currículos apropriados e 
adaptados para cada necessidade, mudanças organizacionais, estratégias de 
ensino e uso de recursos diferenciados, pessoal preparado, todo um suporte 
pedagógico, estrutural e material. 
A escola tem o dever de fornecer os serviços de apoio pedagógico 
especializado, ou outras alternativas encontradas, em comum acordo com a 
família. 
A escola para ser inclusiva precisa, segundo Stainback (1999), 
reconhecer e responder às necessidades diversificadas de seus alunos, 
acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando 
educação de qualidade para todos. 
Nesta atual conjuntura o neuropsicopedagogo é de grande importância, 
pois, está assegurando as perspectivas inferidas em lei trabalha no cerne 
cognitivo, no desejo e na vontade de aprender melhorando e ampliando 
habilidades e talentos latentes, desenvolve o atendimento e avaliação que 
objetivam identificar as dificuldades que estão prejudicando o aprendizado 
fluindo sem entraves, oferecendo ferramentas de auto superação cognitiva, 
intelectual e emocional contribuindo com a crescente autoconfiança e motivação 
para o aprendizado. 
Sendo assim intermédia, ajuda e auxilia na motivação da criança ou 
adolescente para o estudo, através de estímulos e métodos apropriados e 
 
 
26 
personalizados para cada indivíduo respeitando seus modos e canais de 
aprendizagem e colaborando com a crescente autonomia cognitiva do 
neuroaprendiz no exercício do pensar, refletir, atentar, memorizar, associar 
ideias, despertar a curiosidades, a criatividade. 
São focos permanentes do trabalho de um profissional da 
neuropsicopedagogia que também emprega como recurso principal a realização 
de entrevista operativas dedicadas a expressão e comportamentos na busca de 
um diagnóstico. A opinião de Barbosa2 é clara quando argumenta que: 
"Transformar a aprendizagem em prazer não significa realizar uma 
atividade prazerosa, e sim descobrir o prazer no ato de: construir ou de 
desconstruir o conhecimento; transformar ou ampliar o que se sabe; relacionar 
conhecimentos entre si e com vida; ser co-autor ou autor do conhecimento; 
permitir-se experimentar diante de hipóteses; partir de um contexto para a 
descontextualização e vice-versa; operar sobre o conhecimento já existente; 
buscar o saber a partir do não saber; compartilhar suas descobertas; integrar 
ação, emoção e cognição; usar a reflexão sobre o conhecimento e a realidade; 
conhecer a história para criar novas possibilidades". 
Este processo consiste em romper de vez com dogmas tradicionalista, 
haja vista que hoje temos ferramentas importantes que nos fornece parâmetros 
para uma educação diferenciada e não excludente que torna a educação no 
atendimento especializado pragmático e real, afirmando que todos têm direito á 
educação. 
A partir dessa realidade vivida, é que surgiu a proposta de se investigar a 
seguinte problemática: de que forma as Neurociências pode contribuir ou 
interferir na formação e no exercício da prática neuropsicopedagógica, ou seja, 
de que forma as Neurociências pode influenciar no desempenho efetivo do 
neuropsicopedagogo ao lidar com os obstáculos e desafios enfrentados pelos 
 
 
27 
alunos durante o processo de aprendizagem e, em especial, os provenientes de 
uma trajetória marcada pelo insucesso escolar ou por algumas deficiências. 
Nesse sentido, ao trilhar os caminhos da docência, tanto na sala de aula 
quanto na equipe de triagem da educação especial do município de Marabá, 
trabalhando com crianças na sala de recurso multifuncional, está mesma 
realidade ainda era sentida profundamente, ou seja, que o fracasso escolar era 
um grande desafio a ser superado. Só que dessa vez, em um papel oposto, ou 
seja, como neuropsicopedagoga e assim deveria, então, exercer uma prática 
pedagógica de forma consciente e eficaz e, conforme as metas educacionais 
estabelecidas teriam como missão. 
A avaliação que complementa suas impressões e achados junto a equipe 
multiprofissional que é composta por psicólogo, assistente social, terapeuta 
ocupacional, fonoaudiólogo e professorde educação física. Visando aprofundar 
tal investigação para realizá-la o diagnóstico clínico. É um dos componentes 
críticos da avaliação e intervenção, pois nela se fundamenta as decisões 
voltadas à prevenção e solução das possíveis dificuldades dos alunos, 
promovendo melhores condições para o seu desenvolvimento. 
Ela é um processo compartilhado de coleta e análise de informações 
relevantes acerca dos vários elementos que intervêm no processo de ensino e 
aprendizagem, visando identificar as necessidades educativas de determinados 
alunos ou alunas que apresentem dificuldades em seu desenvolvimento pessoal 
ou desajustes com respeito ao currículo escolar por causas diversas, e a 
fundamentar as decisões a respeito da proposta curricular e do tipo de suportes 
necessários para avançar no desenvolvimento das várias capacidades e para o 
desenvolvimento da instituição (COLL; MARCHESI; PALACIOS, 2007, p. 279). 
 
 
 
 
28 
A avaliação neuropsicopedagogica envolve: 
1. A identificação dos principais fatores responsáveis pelas 
dificuldades da criança. Precisamos determinar se se trata de um distúrbio de 
aprendizagem ou de uma dificuldade provocada por outros fatores (emocionais, 
cognitivos, sociais...). Isto requerer que sejam coletados dados referentes à 
natureza da dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue 
a existência de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente 
escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança 
pertence; 
2. O levantamento do repertório infantil relativo as habilidades 
acadêmicas e cognitivas relevantes para a dificuldade de aprendizagem 
apresentada, o que inclui: conhecimento, pelo profissional, do conteúdo 
acadêmico e da proposta pedagógica, à qual a criança está submetida; 
investigação de repertórios relevantes para a aprendizagem, como a atenção, 
hábitos de estudos, solução de problemas, desenvolvimento psicomotor, 
linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou condições que facilitem a 
aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de raciocínio utilizados 
pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem como déficits e 
preferências nas modalidades percentuais etc.; 
3. A identificação de características emocionais da criança, estímulos 
e esquemas de reforçamento aos quais responde e sua interação com as 
exigências escolares propriamente ditas. Ela deve ser um processo dinâmico, 
pois é nela que são tomadas decisões sobre a necessidade ou não de 
intervenção neurosicopedagógica. Se é demanda de fonoaudiologia, psiquiatria 
e neurologia e outros. Ela é a investigação do processo de aprendizagem do 
indivíduo visando entender a origem da dificuldade e/ou distúrbio apresentado. 
Inclui entrevista inicial com os pais ou responsáveis pela criança, análise do 
material escolar, aplicação de diferentes modalidades de atividades e uso de 
 
 
29 
testes para avaliação do desenvolvimento, áreas de competência e dificuldades 
apresentadas. Durante a avaliação podem ser realizadas atividades 
matemáticas, provas de avaliação do nível de pensamento e outras funções 
cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos. 
Diagnóstico não deverá somente fundamentar uma deficiência, mas 
apontar as potencialidades do indivíduo. Não é simplesmente o que este tem, 
mas o que pode ser e como poderá se desenvolver. É de extrema relevância 
detectarmos, através do diagnóstico, o momento da vida da criança em que se 
iniciam os problemas de aprendizagem. Do ponto de vista da intervenção, faz 
muita diferença constatarmos que as dificuldades de aprendizagem se iniciam 
com o ingresso na escola, pois pode ser um forte indício de que a problemática 
tinha como causa fatores intraescolares (BOSSA, 2000, p. 101). 
METODOLOGIA 
O presente artigo busca analisar a temática proposta sobre o processo de 
aquisição e desenvolvimento das habilidades escolares dos alunos de marabá 
no departamento de educação especial, será pautado na investigação 
bibliográfica a respeito do tema proposto de forma a atingir a maior veracidade 
possível no processo de aprendizagem através do processo 
Neuropsicopedagógico. Faz-se necessário destacar que a neurociência pode 
ajudar muito a todos os indivíduos, mas especialmente aqueles com transtornos, 
síndromes e dificuldades de aprendizagem uma vez que tem o entendimento da 
plasticidade cerebral, da busca de novos caminhos para aprendê-lo das 
múltiplas inteligências proposta por Gardner. Para abarcar adequadamente o 
campo da cognição humana, Gardner considera que é necessário: 
[...] “Incluir um conjunto muito mais amplo e mais universal de 
competências do que comumente se considerou". Nesta direção, autor define 
inteligência como "a capacidade de resolver problemas ou de criar produtos que 
sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais. “Gardner diz no início 
 
 
30 
de seu livro (1994, p. 7)" (...) existem evidências persuasivas para a existência 
de diversas competências intelectuais humana relativamente autônomas 
abreviadas daqui em diante como 'inteligências humanas'. Estas são as 
'estruturas da mente' do meu título. A exata natureza e extensão de cada 
'estrutura individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o 
número preciso de inteligências foi estabelecido. Parece-me, porém, estar cada 
vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, 
que estas são relativamente independentes umas das outras e que podem ser 
modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por 
indivíduos e culturas. (GARDNER 1994). 
Haja vista que entender a conexão cérebro x aprendizagem é um dos 
grandes desafios educativos. Considerando que a neurociência é uma ciência 
nova, pode-se dizer que através dos conhecimentos neuropsicopedagógicos 
existe a possibilidade de entender como se processa o desenvolvimento de 
aprendizagem de cada indivíduo, proporcionando-lhe melhorias nas 
perspectivas educacionais e dessa forma desmistificar a ideia de que a 
aprendizagem não ocorre para alguns; na verdade sempre acontecerá a 
aprendizagem, entretanto para alguns ela vem acompanhada de muita 
estimulação, atividades diferenciadas, respeitando o ritmo de desenvolvimento 
do indivíduo. Dentro desta perspectiva o contexto educativo deve estar pautado 
em formas diferentes de aprendizagem, pois, as atividades são exploradas 
segundo as possibilidades e interesses dos alunos, após serem livremente 
escolhidos por eles e também através de observações como: debates, 
pesquisas, registros escritos, falados e vivências. São alguns dos processos 
pedagógicos indicados para a realização de atividades dessa natureza. Por meio 
desses e de outros processos pedagógicos, os conteúdos das disciplinas vão 
sendo espontaneamente chamados para melhor esclarecer os temas, assuntos 
em estudos. 
 
 
31 
Frente a está posição a deficiência de um aluno não é motivo para que o 
professor deixe de proporcionar o melhor de sua prática de ensino, professor 
dono do saber! Hoje já não funciona mais. Diante da transição de educação que 
busca o professor mediador fazendo a diferença indo à busca do conhecimento 
e trabalhando no contexto do cotidiano do aluno proporcionando a liberdade e 
troca de saberes com seus pares permitindo ao docente aprenderem juntos com 
a prática, pois, com a constituição de 1988, esse aluno tem direito a educação 
como todos os demais colegas sem deficiência e também a educação especial 
como modalidade de ensino que é transversal a todos os níveis e modalidades. 
Portanto é importante superar as dificuldades de cada educando, 
diminuindo as barreiras das diferenças, sem se esquecer de valorizar as 
potencialidades individuais. Afinal, todos nós temos qualidades. Ter 
conhecimento sobre dificuldades ou distúrbio deaprendizagem pode ajudar o 
professor na análise que possibilite distinguir as diferenças e permitir traçar o 
processo de intervenção, pois, a investigação é um trabalho através de 
metodologias alternativas que vise o aprimoramento das habilidades 
psicomotoras, aglutinação das palavras, a partir de um dado estimulo sensorial 
ou ambiental, o dia-a-dia tanto na escola com seus pares quanto com a família 
de forma que a ação do aprender influencie novos comportamentos, atitudes e 
conhecimento que comecem a perceber o mundo não só através dos olhos. 
Porém com conquistas ampliando as possibilidades de controle de suas 
atividades e observações feitas no momento, que significa o ato de aprender, o 
professor não é somente o facilitador, e sim o observador de uma aprendizagem 
significativa e relevante para o processo de ensino e aprendizagem. 
O contexto educacional deve estar embasado em formas diferentes de 
aprendizagem. Nessa perspectiva instaurar um processo inovador através da 
neurociência, não seria ousar demais, pois, os estudos apontam o avanço e as 
técnicas que permitem traçar a intervenção adequada para cada criança com 
 
 
32 
dificuldade ou distúrbio de aprendizagem. Pensando nessa problemática está 
também o professor que é ator principal e mediador facilitador da aprendizagem. 
Apesar de estar diante de problemas inerentes a sala de aula como situação de 
risco do aluno, psicológicas, sociais e de aprendizagem que ocorre no dia-a-dia. 
Essa queixa é frequente. Porém observamos que esses profissionais 
comentam em seus relatórios de observação as deficiências e as dificuldades da 
criança, fazendo comparações com as outras ditas normais. Esquecendo que o 
aprender perpassa por vários estágios e o potencializador do raciocínio lógico e 
da aprendizagem é trabalhar os quatro campos funcionais: o movimento, a 
emoção, inteligência e afetividade que está inserida no meio, dentro deste novo 
paradigma, ou seja, pressuposto educacional o trabalho e a visão do professor 
está diante de seus olhos que não podem enxergar somente o que está a sua 
frente, porém o que está por trás deste aluno, olhares que farão toda a diferença 
tanto em suas atividades da vida diária quanto na compreensão e capacidade 
de aprender, passando a enxergar este discente como indivíduo capaz de se 
relacionar com seus pares e participar da educação de forma que o ensino seja 
efetivamente para todos. 
Para enriquecer as funções cognitivas, conativas e executivas, a interação 
do professor-aluno tem que ser mais intensa e intencional, o processo ensino-
aprendizagem tem que ser mais midiatizado e com uma acessibilidade 
aumentada para todos, onde seja possível focar mais a colocação de perguntas 
ou questões de desafio cognitivo, conativo e executivo, onde os alunos tenham 
que pensar mais antes de responder, onde as várias funções sejam diretamente 
treinadas e onde as estratégias meta cognitivas sejam mais trabalhadas. 
Não está em jogo o enriquecimento curricular, está mais em jogo o 
enriquecimento do potencial de aprendizagem dos alunos. Visto que a inclusão 
está em todos os campos necessários para o indivíduo em sociedade, sem 
precisar viver a mercê de ministério público para que seus direitos sejam 
 
 
33 
garantidos e efetivados. Visto que estão em Lei seus direitos, trabalhar a pessoa 
especial ou dita normal é transformar, fazer a diferença. 
Para vermos construídos nosso lego de encaixe da vida, onde 
procuramos várias formas e posições de encaixe e depois podemos estabelecer 
a melhor forma do aprendente acomodar seus conhecimentos para absorver a 
aprendizagem, isto demonstra que somos capazes de mudar a realidade do ser 
humano com dificuldades ou distúrbios de aprendizagem e/ou somente ajudar 
no ajuste do aprender do aluno dito normal, sabemos que não é fácil, pois são 
grandes os desafios para uma educação de qualidade no município de Marabá. 
Tendo em vista que o processo e longo tentamos otimizar o serviço para 
que nosso alunado não seja prejudicado fazemos parcerias com a APAE, 
CREAS, CRAS, conselho da pessoa com deficiência, conselho tutelar, 
unifesspa, capes e outros. Para que flua melhor o atendimento clínico para 
aqueles que estão aguardando laudos. 
Portanto faz-se necessário que todos os envolvidos no processo de 
ensino e aprendizagem sejam leitores e pesquisadores de problemas de 
aprendizagem para que possa os possibilitá-los a entender melhor como se dá 
a aprendizagem de forma significativa, não é uma tarefa fácil conhecer o cérebro, 
influência de fatores intra e extras escolares e como podem ser trabalhados de 
forma a minimizar problemas de aprendizagens no dia-a-dia da escola. 
 
 
 
 
 
 
34 
REFERÊNCIAS 
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partir da prática. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
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