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Lei de Drogas - Questões Comentadas da jurisprudência do STF e do STJ - 2017 a 2020

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DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
Edição 2020 DJUS.com.br 
Atualizada até 15/04/2020 CLIQUE AQUI para obter mais conteúdo GRATUITO 
1 
 
 
 
 
 
Por Douglas Silva 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ___________________________________________ 2 
1. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06 ______________________________________________ 2 
TRÁFICO DE DROGAS NA DEPENDÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL ______________________________ 2 
TRÁFICO PRÓXIMO A ESTABELECIMENTO PRISIONAL E MAJORANTES DA LEI DE DROGAS ___________________ 3 
TRÁFICO EM DIA SEM MOVIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E MAJORANTE DA LEI DE DROGAS ___________________ 4 
TRÁFICO PRÓXIMO A ESCOLAS E EFETIVA COMERCIALIZAÇÃO _________________________________________ 5 
TRÁFICO INTERNACIONAL E EFETIVA TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO PAÍS ____________________________ 6 
TRAFICO INTERESTADUAL E TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO ESTADO ________________________________ 7 
APLICAÇÃO SIMULTÂNEA OU NÃO DE MAJORANTES (TRANSNACIONALIDADE E INTERESTADUALIDADE) _______ 8 
HÁ OU NÃO CONCURSO DE CRIMES ENTRE OS DOS ARTS. 33 a 37 DA LEI DE DROGAS COM O DO ART. 244-B DO 
ECA? _______________________________________________________________________________________ 9 
AÇÃO PENAL EM CURSO IMPEDE OU NÃO A CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO? ___________ 10 
A SIMPLES PRESUNÇÃO IMPEDE OU NÃO A CONFIGURAÇÃO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO? _________________ 11 
A SIMPLES PRESUNÇÃO DE HABITUALIDADE IMPEDE OU NÃO O BENEFÍCIO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO? _____ 13 
SEJA O TRÁFICO PRIVILEGIADO OU NÃO QUAL É O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA? ___________ 14 
GRANDE QUANTIDADE DE DROGA E POSSIBILIDADE OU NÃO DE RECONHECER O TRÁFICO PRIVILEGIADO_____ 16 
POSSIBILIDADE OU NÃO DO RECONHECIMENTO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO ÀS “MULAS” _________________ 17 
POSSIBILIDADE OU NÃO DA UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS PARA AFASTAR O TRÁFICO PRIVILEGIADO _________ 18 
CUMULATIVIDADE OU NÃO DOS REQUISITOS PARA SE RECONHECER O TRÁFICO PRIVILEGIADO _____________ 19 
É OU NÃO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO O TRÁFICO PRIVILEGIADO? _______________________________ 20 
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL E REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA _____________________________ 21 
RECONHECIMENTO OU NÃO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO QUANDO SE NEGA A TRAFICÂNCIA ____________ 22 
É OU NÃO TRÁFICO DE DROGAS A IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE MACONHA? _________________________ 23 
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL GERA OU NÃO REINCIDÊNCIA? ___________________________ 24 
DESCLASSIFICAÇÃO DE TRÁFICO PARA POSSE DE DROGAS E REINCIDÊNCIA ______________________________ 25 
TRÁFICO DE DROGAS E POSSIBILIDADE OU NÃO DO CONFISCO DE BENS DE USO EVENTUAL ________________ 26 
INTERROGATÓRIO NA LEI DE DROGAS COMO PRIMEIRO OU ÚLTIMO ATO DA INSTRUÇÃO. _________________ 27 
RESUMO ______________________________________________________________________ 28 
LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06 ______________________________________________________________ 28 
SOBRE O AUTOR _______________________________________________________________ 34 
É a lei penal especial mais cobrada 
em concursos públicos. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
https://www.instagram.com/prof.douglassilva/
https://www.facebook.com/prof.douglassilva
https://www.youtube.com/c/ProfDouglasSilva
https://djus.com.br/questoes-comentadas-via-whatsapp/
https://t.me/profdouglassilva
DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
Edição 2020 DJUS.com.br 
Atualizada até 15/04/2020 CLIQUE AQUI para obter mais conteúdo GRATUITO 
2 
DIREITO PENAL 
 
JURISPRUDÊNCIA em QUESTÕES COMENTADAS 
 STF e STJ – 2017 a 2020 
 
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
 
1. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06 
DROGAS NA DEPENDÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL 
 
 
 
 
 
 
INFO 
659/STJ 
 
TRÁFICO DE DROGAS NA DEPENDÊNCIA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL 
 
1. (DJUS) Para o STJ, não é necessário que a droga passe por dentro do presídio para 
que incida a majorante prevista no art. 40, III, da Lei de Drogas. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Antônio, na dependência de um estabelecimento prisional e por meio de telefone 
celular, organizava e comandava o comércio de drogas nas cidades vizinhas. Nessa 
situação, para o STJ, sobrevindo a condenação, deve incidir a majorante prevista no art. 
40, III, da Lei de Drogas, pois esse dispositivo não faz a exigência de que as drogas 
efetivamente passem por dentro do presídio, mas apenas que o cometimento dos 
crimes tenha ocorrido em seu interior. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. CERTO. Para o STJ, o inciso III do art. 40 da Lei n. 11.343/20061 NÃO faz a 
exigência de que as drogas, objeto do crime, efetivamente passem por dentro do 
estabelecimento prisional, mas apenas que o cometimento dos crimes tenha ocorrido 
em seu interior. Em outras palavras, basta que o autor esteja incluído no sistema 
penitenciário e cometa o crime de tráfico de drogas, ainda que os efeitos deste ato 
tenham se manifestado a quilômetros de distância. Não é necessário, portanto, que a 
droga, objeto do crime, efetivamente passe no interior do presídio. Cumpre destacar que 
o art. 40, III, da Lei nº 11.343/2006 dispõe que as penas previstas nos arts. 33 a 37 do 
referido diploma legal (Lei de Drogas) são aumentadas de um sexto a dois terços (1/6 a 
2/3) se a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, 
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, 
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços 
de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares 
ou policiais ou em transportes públicos. Assim, em estando os autores dos crimes 
 
1
 Lei 11.343/06, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: (...) III - a 
infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes 
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde 
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
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3 
incluídos no sistema penitenciário, não se pode afastar a conclusão de que seus atos 
foram praticados no interior do presídio, ou seja, nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, ainda que os efeitos destes atos tenham se manifestado em 
local diverso. 
 
STJ. 5ª Turma. HC 440.888-MS, Rel. Ministro Joel Ilan Paciornik, julgado em 15/10/2019 (INFO/STJ 659). 
 
TRÁFICO DE DROGAS PRÓXIMO A PRESÍDIO 
INFO 
858/STF 
 
TRÁFICO PRÓXIMO A ESTABELECIMENTO PRISIONAL E MAJORANTES DA LEI DE DROGAS 
 
2. (DJUS) Para o STF e STJ, nãose aplica a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas 
quando constatada a comercialização de drogas nas imediações de 
estabelecimentos prisionais, se o agente infrator não visa atingir os frequentadores 
daquele local. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Tingulinho vendeu, nas imediações de um estabelecimento prisional, certa quantidade 
de droga a Mané, usuário que por ali passava. O comprador não era detento e nem 
frequentador do local. Nessa situação, para o STF e STJ, não se aplica a majorante do 
art. 40, III, da Lei de Drogas, uma vez que o usuário comprador da droga não tinha 
qualquer relação com o estabelecimento prisional. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. Conforme jurisprudência do STF e STJ, aplica-se a majorante do art. 
40, III, da Lei de Drogas2 quando constatada a comercialização de drogas nas imediações 
de estabelecimentos prisionais, sendo IRRELEVANTE se o agente infrator visa ou não os 
frequentadores daquele local. Em outras palavras, basta que a comercialização da droga 
seja feita nas imediações dos estabelecimentos descritos no referido dispositivo legal, não 
importando se a droga se destina ou não às pessoas que frequentam o local, como 
detentos ou familiares dos presos. O julgado refere-se a estabelecimentos prisionais, mas 
nada impede que se faça o mesmo raciocínio em relação aos outros locais: “Art. 40. As 
penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: 
(...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, 
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, 
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de 
tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou 
 
2
 Lei 11.343/2006, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a 
natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do 
delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, 
guarda ou vigilância; III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino 
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho 
coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes 
de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado 
com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V - caracterizado 
o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou 
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII - o 
agente financiar ou custear a prática do crime. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=HC440888
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
Edição 2020 DJUS.com.br 
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4 
policiais ou em transportes públicos”. 
 
STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858). 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1617550/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES, j. 20/09/2016. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558551-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017 
 
TRÁFICO EM LOCAIS DE AGLOMERAÇÃO 
 
 
INFO 
622/STJ 
 
TRÁFICO EM DIA SEM MOVIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E MAJORANTE DA LEI DE DROGAS 
 
3. (DJUS) Aplica-se a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas ainda que o tráfico 
ocorra em dia e hora em que não há movimento de pessoas no local (ex.: escola 
fechada), de acordo com STJ. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Drogário, em frente a uma escola que estava fechada por ser fim de semana, vendeu 
certa quantidade de droga a um usuário que por ali passava. Nessa situação, para o STJ, 
ainda assim, aplica-se a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas, sendo irrelevante se o 
local de ensino está ou não aberto no momento da comercialização. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. De acordo com o STJ, NÃO incide a causa de aumento de pena 
prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/20063, se a prática de narcotraficância 
ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a disseminação de 
drogas em área de maior aglomeração de pessoas (ex.: escolas fechadas). Em outras 
palavras, fazendo uma interpretação teleológica (finalística) da norma, infere-se que a 
razão de ser da lei é punir de forma mais severa quem, por traficar nas dependências ou 
na proximidade de estabelecimento de ensino, tem maior proveito e facilidade na difusão 
e no comércio de drogas em região de grande circulação de pessoas, expondo os 
frequentadores do local a um risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância. 
Assim, se a escola, por exemplo, está fechada, por ser domingo de madrugada, não há 
como incidir a referida causa de aumento. Por fim, insta salientar que o mesmo raciocínio 
se aplica aos demais locais indicados no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006, vejamos: 
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois 
terços, se: (...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, 
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, 
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de 
tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou 
policiais ou em transportes públicos”. 
 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.719.792-MG, Rel. Min. Maria Thereza, julgado em 13/03/2018 (INFO/STJ 622). 
 
 
3
 Lei 11.343/2006, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: (...) III - a 
infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes 
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde 
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+138944%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+124687%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=resp1617550
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGRESP%27.clas.+e+@num=%271558551%27)+ou+(%27AGRG%20NO%20RESP%27+adj+%271558551%27.suce.))&thesaurus=JURIDICOhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1719792
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5 
TRÁFICO DE DROGAS PRÓXIMO A ESCOLAS 
INFO 
622/STJ 
 
TRÁFICO PRÓXIMO A ESCOLAS E EFETIVA COMERCIALIZAÇÃO 
 
4. (DJUS) Para incidir a majorante do art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 é 
necessário haver efetiva comprovação de mercancia na respectiva entidade de 
ensino, ou mesmo de que o comércio pretenderia atingir os estudantes, conforme 
STJ. C/E? 
 
Vejamos a seguinte situação hipotética: 
 
Telibaldo ficou desempregado e passou a vender maconha em sua residência que ficava 
em frente a uma escola. A droga nunca foi vendida a nenhum estudante ou qualquer 
frequentador do estabelecimento de ensino, nem visava atingir essas pessoas. Nessa 
situação, para o STJ, não deve incidir a causa de aumento de pena prevista no art. 40, 
inciso III, da Lei n. 11.343/2006, pois o tráfico não atingiu e nem visava atingir os 
frequentadores da escola. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. Para o STJ, a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, 
da Lei n. 11.343/20064 tem natureza objetiva, sendo DESNECESSÁRIA a efetiva 
comprovação de mercancia na respectiva entidade de ensino, ou mesmo de que o 
comércio pretende atingir os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha 
ocorrido em locais próximos. Em outras palavras, ainda que não tenha havido a efetiva 
comercialização da droga nas proximidades de uma escola ou mesmo que o comercio de 
drogas realizado próximo não vise os estudantes, ainda assim, incide a causa de aumento 
de pena. Isso, porque, o STJ faz uma interpretação teleológica (finalística) da norma, 
concluindo que a finalidade da lei é punir de forma mais severa quem, por traficar nas 
dependências ou na proximidade de estabelecimento de ensino, por exemplo, tem maior 
proveito e facilidade na difusão e no comércio de drogas em região de grande circulação 
de pessoas, expondo os frequentadores do local a um risco inerente à atividade criminosa 
da narcotraficância. Por essa razão é que também entende o STJ que se o local de ensino 
não estiver funcionando (ex.: fim de semana) a referida causa de aumento não se aplica 
(REsp 1.719.792-MG - INFO/STJ 622). Por fim, embora o julgado se refira a 
estabelecimentos de ensino, nada impede que se faça o mesmo raciocínio em relação aos 
outros locais: “Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de 
um sexto a dois terços, se: (...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou 
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de 
entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais 
de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer 
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de 
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos”. 
 
 
4
 Lei 11.343/2006, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: (...) III - a 
infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes 
de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde 
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção 
social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1719792
DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
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6 
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558551-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017. 
STJ. 6ª Turma. HC 359088-SP. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/10/2016. 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL 
INFO 
622/STJ 
 
TRÁFICO INTERNACIONAL E EFETIVA TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO PAÍS 
 
5. (DJUS) Para o STF e STJ, é possível incidir a majorante do art. 40, I, da Lei 
11.343/2006 (tráfico internacional de drogas) ainda que não ocorra a transposição 
da fronteira do país. C/E? 
 
Vejamos a seguinte situação hipotética: 
 
Rosinha e seu marido passaram a fazer parte da associação liderada por Ramão, 
traficante brasileiro que adquiria drogas no Paraguai. O casal recebeu como primeira 
missão viajar de Ponta Porã/MS, cidade em que moravam, até a cidade de Pedro Juan 
no Paraguai para pegar droga. Já de posse da droga, antes de cruzarem a fronteia entre 
os países o casal foi preso, confessaram os fatos e o chefe da associação também foi 
preso posteriormente. Nessa situação, para o STF e STJ, se condenados os três réus, 
deve incidir a causa de aumento de pena do art. 40, I, da Lei 11.343/2006 (tráfico 
internacional de drogas). C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. CERTO. De acordo com o STF e STJ, é possível incidir a majorante do art. 40, I, 
da Lei 11.343/20065 (tráfico internacional de drogas) ainda que não ocorra transposição 
da fronteira do país, bastando que se comprove que a droga se destinava ao exterior, 
inclusive havendo súmula do STJ nesse sentido: “Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico 
transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova da 
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de 
fronteiras”. STF no mesmo sentido: “A incidência da majorante, que tem como objetivo 
apenar com maior severidade a atuação do traficante direcionada para além das 
fronteiras do País, não exige o transporte efetivo para o exterior, basta que se identifique 
a intenção”. Em outras palavras, havendo prova nos autos de que a droga apreendida 
tinha com destino outro país, ou seja, caracterizado o tráfico internacional de drogas, é 
prescindível (não precisa) que haja a efetiva transposição da fronteira dos países para 
incidir a referida causa de aumento de pena. Da leitura do dispositivo, inclusive, verifica-se 
que o tipo não exige transposição de fronteiras, mas apenas evidências de 
transnacionalidade, a saber: “Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou 
do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do 
delito”. 
 
STJ. 3ª Seção. Súmula 607 aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018. 
STF. 2ª Turma. HC 127221, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 25/08/2015. 
 
 
 
5
 Lei 11.343/2006, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a 
natureza, a procedênciada substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do 
delito; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1558551
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27HC%27.clas.+e+@num=%27359088%27)+ou+(%27HC%27+adj+%27359088%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+127221%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+124687%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
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7 
TRÁFICO INTERESTADUAL 
INFO 
610/STJ 
 
INFO 
808/STF 
 
TRAFICO INTERESTADUAL E TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO ESTADO 
 
6. (DJUS) Consoante jurisprudência do STF e do STJ é possível incidir a majorante do 
art. 40, V, da Lei 11.343/2006 (tráfico interestadual de drogas) ainda que não ocorra 
transposição da fronteira do estado. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Talismânio foi com seu automóvel de Uberaba⁄MG para pegar drogas em São José do 
Rio Preto⁄SP, a mando de indivíduo identificado como "João" e transportar de volta 
para Minas Gerais. Depois que estava de posse da droga, antes de cruzar a fronteira dos 
estados foi preso em flagrante pela polícia mineira. Nessa situação, para o STF e STJ, 
ainda assim, é possível incidir a majorante do art. 40, V (tráfico interestadual de drogas). 
C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. CERTO. Conforme jurisprudência do STF e STJ é possível incidir a majorante do 
art. 40, V, da Lei 11.343/20066 (tráfico interestadual de drogas) ainda que não ocorra a 
transposição entre as fronteiras do estado da federação, sendo suficiente a 
comprovação de que a droga se destinava a outro estado, inclusive havendo súmula do 
STJ nesse sentido: “Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, 
V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da 
federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico 
interestadual”. STF no mesmo sentido: “para a configuração do tráfico interestadual de 
drogas (art. 40, V, da Lei 11.343/2006), não se exige a efetiva transposição da fronteira, 
bastando a comprovação inequívoca de que a droga adquirida num estado teria como 
destino outro estado da Federação”. Em outras palavras, havendo prova nos autos de que 
a droga apreendida tinha com destino outro estado da federação ou o Distrito Federal, ou 
seja, caracterizado o tráfico interestadual de drogas, é prescindível (não precisa) que haja 
a efetiva transposição da fronteira dos estados para incidir a referida causa de aumento 
de pena. Da leitura do dispositivo, inclusive, verifica-se que o tipo não exige transposição 
da fronteira dos estados ou do Distrito Federal, mas apenas que esteja caracterizado o 
tráfico entre estes, a saber: “Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são 
aumentadas de um sexto a dois terços, se: V - caracterizado o tráfico entre Estados da 
Federação ou entre estes e o Distrito Federal”. 
 
STJ. 3ª Seção. Súmula 587 aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017. 
STF. 1ª Turma. HC 122791/MS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015. (INFO/STF 808) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 Lei 11.343/2006, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: (...) V - 
caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+122791%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+122791%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/orngq9p
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo808.htm#Tr%C3%A1fico%20de%20entorpecente%20e%20transposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20fronteira
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8 
APLICAÇÃO SIMULTÂNEA DA TRANSNACIONALIDADE E INTERESTADUALIDADE 
INFO 
586/STJ 
 
APLICAÇÃO SIMULTÂNEA OU NÃO DE MAJORANTES (TRANSNACIONALIDADE E 
INTERESTADUALIDADE) 
 
7. (DJUS) De acordo com o STJ, no tráfico ilícito de drogas, é inadmissível a aplicação 
simultânea das causas especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade 
e à interestadualidade do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006). C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
 Mariano, depois de ter percorrido pelo estado do Mato Grosso, foi preso em flagrante, 
próximo à cidade de Goiânia - GO, transportando 57,967 kg de cocaína, acondicionados 
no tanque de combustível do veículo automotor que conduzia, adquiridos na Bolívia 
rumo ao Distrito Federal. Nessa situação, para o STJ, como a droga tem origem 
internacional e circulou por mais de um estado da federação, ainda que não 
comprovada a intensão de pulverizar a droga em vários estados, é possível aplicar 
simultaneamente as majorantes relativas à transnacionalidade e à interestadualidade 
do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006). C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. Para o STJ, é perfeitamente possível a aplicação simultânea das 
causas especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade e à 
interestadualidade do delito no tráfico de drogas (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006)7, 
desde que comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de um 
estado do território nacional. Em outras palavras, a aplicação dessas duas majorantes de 
forma simultânea é perfeitamente possível, desde que fique comprovado que a droga de 
origem internacional tinha a finalidade de comercialização em mais de um estado ou 
entre algum destes e o Distrito Federal. Nesse caso, não basta que a droga de origem 
internacional percorra vários estados para se aplicar as majorantes simultaneamente (ex.: 
para chegar da Bolívia ao Distrito Federal de carro necessário passar por Mato Grosso e 
Goiás). É imprescindível que seja comprovada a intenção do importador da droga de 
difundi-la em mais de um estado do território nacional. Em suma, se o traficante apenas 
trouxe a droga de outro país e para chegar ao destino final pretendido, por imperativos de 
ordem geográfica, teve que passar por outros estados, mas o destino era apenas um 
deles, não incidem as duas majorantes (apenas a do tráfico internacional de drogas). 
 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.273.754-MS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 17/11/2014. 
STJ. 6ª Turma. HC 214.942-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016, DJe 28/6/2016. 
 
 
 
 
 
 
7
 Lei 11.343/03, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a 
procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; (...) 
V - caracterizado o tráfico entre Estados daFederação ou entre estes e o Distrito Federal; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1273754
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=hc214942
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9 
CONCURSO DE CRIMES 
INFO 
595/STJ 
 
HÁ OU NÃO CONCURSO DE CRIMES ENTRE OS DOS ARTS. 33 a 37 DA LEI DE DROGAS 
COM O DO ART. 244-B DO ECA? 
 
8. (DJUS) De acordo com o STJ, o réu que pratica algum dos crimes dos arts. 33 a 37 da 
Lei de Drogas com um menor não responde pelo crime do art. 244-B do ECA 
(corrupção de menores), tendo apenas a majoração da pena pelo art. 40, VI, da Lei 
nº 11.343/2006. C/E? 
 
Vejamos a seguinte situação hipotética: 
 
Maviano, traficante, dono de uma “boca de fumo” contratou Joãozinho, menor de 18 
anos, para vender droga junto com ele. Joãozinho e Mavino foram pegos em flagrante 
pela polícia comercializando o entorpecente. Nessa situação, para o STJ, Maviano, 
embora tenha corrompido o menor com ele praticando crime (art. 244-B do ECA), 
responderá apenas pelo tráfico de drogas com a pena majorada de 1/6 a 2/3. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. CERTO. Para o STJ, na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor 
de 18 anos não está previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser 
condenado pelo crime de corrupção de menores (art. 244-B do ECA)8. Porém, se a 
conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a 37), não será possível a 
condenação por aquele delito, mas apenas a majoração da pena com base no art. 40, VI, 
da Lei nº 11.343/20069. Em outras palavras, se o agente comete o crime de tráfico de 
drogas (art. 33) juntamente com um menor de 18 anos, ele não será condenado por dois 
crimes em concurso formal - tráfico de drogas e corrupção de menores (art. 244-B do ECA) 
-, mas sim pelo tráfico com a pena majorada de 1/6 a 2/3 (art. 40, VI, da Lei de Drogas). 
Isso, porque, nesse caso, quando o agente pratica os delitos previstos nos arts. 33 a 37 
envolvendo ou visando atingir criança, adolescente ou quem tenha capacidade de 
entendimento e determinação diminuída deve incidir o princípio da especialidade 
atraindo a incidência da majorante e afastando a aplicação do art. 244-B do ECA. Por fim, 
também não se pode aplicar cumulativamente a referida majorante e o art. 244-B, sob 
pena de incidir em bis in idem. Fora os tipos penais acima elencados, salvo se houver 
outra regra expressa, o agente que comete uma infração penal com um menor de 18 anos 
(ex.: roubo) responde pelo crime principal em concurso formal com o crime do art. 244-B, 
ainda que o adolescente já esteja envolvido no mundo do crime (súmula 500 do STJ e art. 
244-B do ECA), a saber: “Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 
(dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena - 
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos”; Súmula 500 do STJ - “A configuração do crime do 
 
8
 ECA, Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou 
induzindo-o a praticá-la: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem 
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. § 2º As 
penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol 
do art. 1º da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990. 
9
 Lei 11.343/03, art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: (...) VI - sua 
prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a 
capacidade de entendimento e determinação; (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art40
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm#art244b
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10 
art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de 
delito formal.” 
 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis, julgado em 22/11/2016 (INFO/STJ 595). 
 
 
AÇÃO PENAL EM CURSO E TRÁFICO PRIVILEGIADO 
INFO 
967/STF 
 
AÇÃO PENAL EM CURSO IMPEDE OU NÃO A CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO TRÁFICO 
PRIVILEGIADO? 
 
9. (DJUS) É entendimento pacífico do STF e do STJ que a existência de outra ação penal 
pela prática do crime de tráfico de drogas, ainda não transitada em julgado, impede 
a aplicação da causa de diminuição de pena, prevista no § 4º do art. 33 da Lei 
11.343/2006, ao paciente condenado pelo mesmo delito. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Joaquim foi condenado em primeira instância pelo delito de tráfico de drogas sem a 
incidência da causa de diminuição prevista no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06, em 
razão da existência de outra ação penal pelo mesmo delito em tramitação, ainda não 
transitada em julgado. Inconformada, a defesa recorreu pugnando pelo reconhecimento 
do privilégio, alegando que o réu possui bons antecedentes e que a existência de outra 
ação penal em curso não impede a aplicação da causa de diminuição de pena. Nessa 
situação, para o STF, não tem razão a defesa, pois a existência de processos criminais, 
ainda que sem o trânsito em julgado, impedem o reconhecimento do tráfico 
privilegiado. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito: ERRADO. A existência de ação penal em curso impede a aplicação da causa de 
diminuição de pena do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 (tráfico privilegiado)? STF: 
NÃO; STJ: SIM. Ou seja, há divergências de entendimento entre os dois tribunais. Para o 
STJ, é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para 
formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, afastando a 
aplicação do privilégio. Já para o STF, a existência de outra ação penal pela prática do 
crime de tráfico de drogas, ainda não transitada em julgado, NÃO IMPEDE a aplicação da 
causa de diminuição de pena, prevista no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/200610, ao 
paciente condenado pelo mesmo delito. Isso porque, a existência de inquéritos policiais e 
processos criminais sem trânsito em julgado não podem ser considerados como maus 
antecedentes para fins de dosimetria da pena, de modo que o fato de o paciente ser réu 
em outra ação penal, ainda em curso, não constitui fundamento idôneo para afastar a 
aplicação da causa de diminuição da pena do tráfico privilegiado. Cumpre destacar que, 
 
10
 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no 
§ 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos , 
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização 
criminosa. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1622781
DJUS - Prof. Douglas Silva 
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11 
conforme a jurisprudência do STF e STJ, para se reconhecer o tráfico privilegiado, é 
preciso que o réu preencha aos seguintes requisitos: (i) agente primário; (ii) bons 
antecedentes; (iii) não se dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização 
criminosa. Esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos, de forma que, se não 
houver o preenchimento de todos, não haverá a incidência do § 4º do art. 33 da Lei de 
Drogas. ATENÇÃO! O STJ possui entendimento diverso. Para o STJ (3ª Seção. EREsp 
1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 - INFO/STJ 596), é possível a 
utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para formação da convicção 
de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal 
previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006 (tráfico privilegiado). Esse também era o 
entendimento da 1ª Turma do STF (1ª Turma. HC 108135/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em 05/06/2012), o qual foi superado neste julgado. Assim, para o STF (entendimento 
atual), inquéritos ou processos em tramitação, considerado o princípio constitucional da 
não culpabilidade, não têm o condão de impedir o reconhecimento do privilégio, de modo 
a afastar a incidência da causa de diminuição. Revela-se inviável, portanto, concluir pela 
dedicação do acusado a atividades criminosas considerando processo-crime ainda em 
tramitação. Por fim, importante lembrar que o tráfico privilegiado não é equiparado a 
crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 
118533/MS - INFO/STF 831). No mesmo sentido, ratificando o entendimento do STF e do 
STJ, a Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou o § 5º ao art. 112 da LEP, o qual 
dispõe: “§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime 
de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 
2006”. 
 
STF. 1ª Turma. HC 173806/MG, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/02/2020 (INFO/STF 967). 
 
PRESUNÇÃO DE PRIMARIEDADE E TRÁFICO PRIVILEGIADO 
INFO 
965/STF 
 
A SIMPLES PRESUNÇÃO IMPEDE OU NÃO A CONFIGURAÇÃO DO TRÁFICO 
PRIVILEGIADO? 
 
10. (DJUS) Para o STF, militará em favor do réu a presunção de que é primário e de bons 
antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra 
organização criminosa. C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Maria foi condenada a uma pena de 08 anos e 02 meses, em regime inicial fechado, 
pelos crimes previstos nos arts. 33 (tráfico de drogas) e 35 (associação ao tráfico) da Lei 
11.343/2006, sem que houvesse comprovação efetiva que a ré se dedicava a atividades 
criminosas ou que integrava organização criminosa. A defesa, inconformada com a 
decisão, apelou para o Tribunal alegando que a paciente é primária, possui residência 
fixa, trabalho lícito e estava ausente o animus associativo, de modo que não poderia ser 
configurado o crime de associação para o tráfico e deveria ser aplicado o redutor 
previsto no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006. Nessa situação, para o STF, tem razão a 
defesa, pois não havendo comprovação efetiva, militará em favor do réu a presunção de 
que é primário e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas 
nem integra organização criminosa. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1431091
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1431091
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+108135%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Pet11796
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+118533%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+118533%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=173806&classe=HC&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
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Gabarito: CERTO. Para o STF, militará EM FAVOR DO RÉU a presunção de que é primário 
e de bons antecedentes e de que não se dedica a atividades criminosas nem integra 
organização criminosa. Em outras palavras, a habitualidade e o pertencimento a 
organizações criminosas deverão ser comprovados, não valendo a simples presunção. 
Isso porque, para legitimar a não aplicação do redutor, é essencial fundamentação 
corroborada em elementos capazes de afastar um dos requisitos legais, sob pena de 
desrespeito ao princípio da individualização da pena e de fundamentação das decisões 
judiciais. O ônus da prova, no caso, é do Ministério Público. A 2ª Turma do STF tem 
decisão recente no mesmo sentido de que a simples presunção de habitualidade no crime 
e de participação em organizações criminosas NÃO AFASTA a aplicação do benefício do 
tráfico privilegiado (STF. 2ª Turma. HC 152001 AgR/MT, rel. orig. Min. Ricardo 
Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. em 29/10/2019 - INFO/STF 958). 
Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se reconhecer o tráfico privilegiado é preciso 
que o réu preencha aos seguintes requisitos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; 
(iii) não se dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. 
Esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos, de forma que, se não houver o 
preenchimento de todos, não haverá a incidência do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas11. 
Assim, para afastar a aplicação do benefício, é necessário que haja efetiva comprovação 
que o agente integre organização criminosa ou que se dedique à atividade criminosa, 
sendo insuficiente a mera presunção. A previsão da redução de pena contida no § 4º do 
art. 33 da Lei de Drogas tem como fundamento distinguir o traficante contumaz e 
profissional daquele iniciante na vida criminosa, bem como do que se aventura na vida da 
traficância por motivos que, por vezes, confundem-se com a sua própria sobrevivência 
e/ou de sua família. Ademais, cumpre destacar que é possível a substituiçãoda pena 
privativa de liberdade pela restritiva de direitos no tráfico privilegiado, visto que a 
expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direitos” foi declarada 
inconstitucional, de forma incidental, pelo STF (HC 97.256/RS) e o Senado Federal, nos 
termos do art. 52, inciso X, da CF12, suspendeu a execução desta expressão (Resolução 
5/2012). Por fim, importante lembrar que o tráfico privilegiado não é equiparado a crime 
hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - 
INFO/STF 831). No mesmo sentido, ratificando o entendimento do STF e do STJ, a Lei nº 
13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou o § 5º ao art. 112 da LEP, o qual dispõe: “§ 
5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico 
de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006”. 
 
STF. 2ª Turma. HC 154694 AgR/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
04/02/2020 (INFO/STF 965). 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (INFO/STJ 596). 
STF. 1ª Turma. HC 123430, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/10/2014. 
 
 
 
11
 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no 
§ 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, 
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização 
criminosa. 
12
 CF, art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; (...). 
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http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
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PRESUNÇÃO DE HABITUALIDADE E TRÁFICO PRIVILEGIADO 
INFO 
958/STF 
 
A SIMPLES PRESUNÇÃO DE HABITUALIDADE IMPEDE OU NÃO O BENEFÍCIO DO TRÁFICO 
PRIVILEGIADO? 
 
11. (DJUS) Para o STF, a simples presunção de habitualidade no crime e de participação 
em organizações criminosas afasta a aplicação do benefício do tráfico privilegiado 
(art. 33, § 4º da Lei 11.343/06). C/E? 
 
Vejamos a seguinte situação hipotética: 
 
Plutônio, primário e de bons antecedentes, foi preso transportando determinada 
quantidade de drogas. O Ministério Público ofereceu denúncia afastando a aplicação do 
privilégio do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas, em razão da mera presunção de 
habitualidade no crime e de participação em organização criminosa. Nessa situação, 
para o STF, agiu corretamente o MP, visto que a simples presunção de habitualidade e 
pertencimento a organizações criminosas afasta a aplicação da redução de pena do 
tráfico privilegiado. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito: ERRADO. Para o STF, a simples presunção de habitualidade no crime e de 
participação em organizações criminosas NÃO AFASTA a aplicação do benefício do 
tráfico privilegiado (art. 33, § 4º da Lei 11.343/0613). Isso, porque a habitualidade e o 
pertencimento a organizações criminosas devem ser efetivamente comprovados, não 
sendo possível que a redução da pena seja afastada por simples presunção. Insta salientar 
que a quantidade e a natureza são circunstâncias que, apesar de configurarem elementos 
determinantes na modulação da causa de diminuição, por si sós, não são aptas a 
comprovar o envolvimento com o crime organizado ou a dedicação a atividades 
criminosas. Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se reconhecer o tráfico 
privilegiado é preciso que o réu preencha aos seguintes requisitos: (i) agente primário; (ii) 
bons antecedentes; (iii) não se dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre 
organização criminosa. Esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos, de forma 
que, se não houver o preenchimento de todos, não haverá a incidência do § 4º do art. 33 
da Lei de Drogas. Assim, para afastar a aplicação do benefício, é necessário que haja 
efetiva comprovação que o agente integre organização criminosa ou que se dedique à 
atividade criminosa, sendo insuficiente a mera presunção. Ademais, cumpre destacar que 
é possível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos no 
tráfico privilegiado, visto que a expressão “vedada a conversão em penas restritivas de 
direitos” foi declarada inconstitucional, de forma incidental, pelo STF (HC 97.256/RS) e o 
Senado Federal, nos termos do art. 52, inciso X, da CF14, suspendeu a execução desta 
 
13
 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no 
§ 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, 
desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização 
criminosa. 
14
 CF, art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada 
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; (...). 
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expressão (Resolução 5/2012). Por fim, importante lembrar que o tráfico privilegiado não 
é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. 
Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831). No mesmo sentido, ratificandoo entendimento 
do STF e do STJ, a Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou o § 5º ao art. 112 da 
LEP, o qual dispõe: “§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste 
artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de 
agosto de 2006”. 
 
STF. 2ª Turma. HC 152001 AgR/MT, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, j. em 
29/10/2019 (INFO/STF 958). 
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (INFO/STJ 596). 
STF. 1ª Turma. HC 123430, Rel. Min. LUIZ FUX, julgado em 14/10/2014. 
 
REGIME INICIAL NO TRÁFICO PRIVILEGIADO 
 
 
 
 
 
 
 
INFO 
945/STF 
 
INFO 
859/STF 
 
INFO 
672/STF 
 
SÚMULA 
718/STF 
 
SÚMULA 
719/STF 
 
SEJA O TRÁFICO PRIVILEGIADO OU NÃO QUAL É O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO 
DA PENA? 
 
12. (DJUS) O condenado por tráfico de drogas seja ele privilegiado ou não, que não seja 
reincidente, deve iniciar o cumprimento da pena, em regra, no regime previsto no 
art. 33, § 2º, do CP (aberto: pena de até 04 anos; semiaberto: pena maior que 04 até 
08 anos; fechado: pena superior a 08 anos), admitindo o regime mais gravoso se 
houver motivação idônea, de acordo com o STF. C/E? 
 
Vejamos a seguinte situação hipotética: 
 
Arlindo, primário, foi condenado a uma pena de 04 anos de reclusão pelo cometimento 
do crime de tráfico de drogas. O juiz fixou o regime inicial aberto para o cumprimento 
da pena, mesmo diante da gravidade do delito, que é equiparado a crime hediondo. 
Nessa situação, para o STF, ainda assim agiu corretamente o juiz, pois o cometimento de 
tráfico por si só não justifica um regime prisional mais grave que o imposto ao 
condenado. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito: CERTO. De acordo com o STF, o condenado por tráfico de drogas, seja o crime 
privilegiado ou não, que não seja reincidente, deve iniciar o cumprimento da pena, em 
regra, no regime previsto no art. 33, § 2º, do CP15 (aberto: pena de até 04 anos; 
semiaberto: pena maior que 04 até 08 anos; fechado: pena superior a 08 anos), 
admitindo o regime mais gravoso se houver motivação idônea. Em outras palavras, o 
condenado por tráfico de drogas não reincidente, ainda que não privilegiado o delito, cuja 
 
15
 CP, art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime 
semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (...) § 2º As penas privativas de liberdade deverão ser 
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de 
transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime 
fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o 
princípio, cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, 
poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. (...). 
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http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
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http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=REsp1431091
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+123430%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art33
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pena seja de até 04 anos, deve cumprir a pena corporal em regime aberto (art. 33, § 2°, c, 
do CP), se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP16 não forem desfavoráveis ao réu e o 
juiz apresentar motivação idônea. Isso, porque, embora o § 1º do art. 2º da Lei nº 
8.072/90 afirme que o regime inicial no caso de crimes hediondos e equiparados (como o 
tráfico de drogas) deverá ser o fechado, esse dispositivo legal foi declarado 
inconstitucional pelo STF no julgamento do HC 111.840/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado 
em 27/6/2012 (INFO/STF 672). Desse modo, o regime inicial nas condenações por crimes 
hediondos ou equiparados (ex.: tráfico de drogas) não tem que ser obrigatoriamente o 
fechado, podendo ser também o regime semiaberto ou aberto, desde que presentes os 
requisitos do art. 33, § 2º, alíneas “b” e “c”, do Código Penal. Isto é, a imposição de regime 
de cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, atendendo à 
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos 
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da 
vítima (art. 33, § 3°, do CP). A decisão do juiz deve sempre observar as súmulas 718 e 719 
do STF: “Súmula 719/STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a 
pena aplicada permitir exige motivação idônea”; “Súmula 718/STF: A opinião do 
julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a 
imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. 
Importante, ainda, destacar que o tráfico privilegiado não é equiparado a crime hediondo 
(STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 
831), assim, como mais razão ainda deve se aplicar o regime previsto em lei (aberto, 
semiaberto e fechado) de acordo com a quantidade de pena aplicada, salvo havendo 
motivação idônea que justifique regime mais grave. Por fim, ratificando o entendimento 
do STF e do STJ a Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou o § 5º ao art. 112 da 
LEP, o qual dispõe: “§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste 
artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de 
agosto de 2006”. 
 
STF. 2ª Turma. HC 140441/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 28/3/2017 (INFO/STF 859). 
STF. Tribunal Pleno. HC 111.840/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/6/2012 (INFO/STF 672). 
STF. 1ª Turma. HC 163231/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
25.6.2019 (INFO/STF 945). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16
 CP, art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às 
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime: (...). 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art59
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+111840%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo672.htm#Lei%208.072/90%20e%20regime%20inicial%20de%20cumprimento%20de%20pena%20-%207
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Pet11796http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+118533%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
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http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo859.htm#Tr%C3%A1fico%20de%20drogas%20e%20fixa%C3%A7%C3%A3o%20de%20regime%20inicial
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GRANDE QUANTIDADE DE DROGAS 
 
 
 
 
INFO 
866/STF 
 
INFO 
844/STF 
 
GRANDE QUANTIDADE DE DROGA E POSSIBILIDADE OU NÃO DE RECONHECER O 
TRÁFICO PRIVILEGIADO 
 
13. (DJUS) É pacífico no STF e STJ que a grande quantidade de droga apreendida é, 
isoladamente, fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades 
criminosas e afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico 
privilegiado). C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Drogário, primário, foi preso ao transportar 136 Kg de maconha, sendo ao final 
condenado por tráfico de drogas. O Juiz negou a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 
11.343/2006 (tráfico privilegiado) ao fundamento de que o réu se dedicava a atividades 
criminosas, haja vista a grande quantidade de drogas apreendida. Nessa situação, de 
acordo com a jurisprudência pacífica do STF e do STJ agiu corretamente o juiz. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. A grande quantidade de droga apreendida é, isoladamente, 
fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades criminosas e 
afastar a aplicação do §4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/200617 (tráfico privilegiado)? 2ª 
Turma do STF: NÃO; 1ª Turma do STF e STJ: SIM. Desse modo, a assertiva está incorreta 
porque o tema não é pacífico no STF e no STJ, inclusive há divergência entre as duas 
turmas do STF. Para a 2ª turma do STF a grande quantidade de droga apreendida NÃO é, 
isoladamente, fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades 
criminosas e afastar a aplicação do §4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico 
privilegiado). Em outras palavras, não é por que o réu transportava grande quantidade de 
drogas que se faz presumir que ele se dedicava a atividades criminosos, devendo o 
magistrado unir a esse fato, outros elementos concretos. Já para a 1ª Turma do STF e para 
o STJ o entendimento é justamente o oposto do que se afirmou, ou seja, a grande 
quantidade de droga apreendida é fundamento idôneo para concluir que o réu se 
dedicava a atividades criminosas para afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 
11.343/2006 (tráfico privilegiado). Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se 
reconhecer o tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) é preciso que o réu 
preencha aos seguintes requisitos cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons 
antecedentes; (iii) não se dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização 
criminosa. Ou seja, esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos. Por fim, 
importante lembrar que o tráfico privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª 
Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831). No 
mesmo sentido, ratificando o entendimento do STF e do STJ, a Lei nº 13.964/2019 (Pacote 
Anticrime) acrescentou o § 5º ao art. 112 da LEP, o qual dispõe: “§ 5º Não se considera 
 
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 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no 
§1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Pet11796
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+118533%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
DJUS - Prof. Douglas Silva 
LEI DE DROGAS EM QUESTÕES COMENTDAS - JURISPRUDÊNCIA PENAL DO STF / STJ – 2017 a 2020 
 
Edição 2020 DJUS.com.br 
Atualizada até 15/04/2020 CLIQUE AQUI para obter mais conteúdo GRATUITO 
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hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto 
no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006”. 
 
 
STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 23/5/2017 (INFO/STF 866). 
STF. 1ª Turma. HC 130981/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (INFO/STF 844). 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1446504/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, julgado em 23/10/2018. 
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 303.634/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS, julgado em 12/06/2018. 
 
“MULAS” 
INFO 
602/STJ 
 
POSSIBILIDADE OU NÃO DO RECONHECIMENTO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO ÀS “MULAS” 
 
14. (DJUS) Não é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente 
transportador de drogas, na qualidade de "mula", pois a simples atuação nessa 
condição induz ser integrante de organização criminosa, de acordo com o STF e STJ. 
C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Mulabina, mulher de nacionalidade estrangeira, foi surpreendida em atuação típica de 
"mula" a serviço de organização criminosa, quando, a caminho do aeroporto de 
Guarulhos, trazia consigo grande quantidade de droga (3.856,0g) escondida junto ao 
corpo. Nessa situação, para o STF e STJ, Mulabina não poderá ser beneficiada com a 
causa de diminuição de pena do §4º do art. 33 da Lei de Drogas (tráfico privilegiado), 
pois atuando como “mula” induz-se integrar organização criminosa. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. ERRADO. Para o STF e STJ, é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado 
(§4º do art. 33 da Lei de Drogas18) ao agente transportador de drogas, na qualidade de 
"mula", uma vez que a simples atuação nessa condição NÃO induz, automaticamente, à 
conclusão de que ele sejaintegrante de organização criminosa. A quinta turma dos STJ 
acompanhou o entendimento uníssono do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a 
simples atuação como "mula" não induz automaticamente a conclusão de que o agente 
integre organização criminosa, sendo imprescindível, para tanto, prova inequívoca do seu 
envolvimento, estável e permanente, com o grupo criminoso. Portanto, a exclusão da 
causa de diminuição prevista no § 4° do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, somente se justifica 
quando indicados expressamente os fatos concretos que comprovem que a “mula” 
integre a organização criminosa. De acordo com o STF e STJ para se reconhecer o tráfico 
privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu preencha aos 
seguintes requisitos cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; (iii) não se 
dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. Ou seja, esses 
requisitos são cumulativos e não alternativos. Por fim, importante lembrar que o tráfico 
 
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 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) §4º Nos delitos definidos no caput e no 
§1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28rHC%24%2ESCLA%2E+E+138715%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+124687%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo866.htm#Participa%C3%A7%C3%A3o%20em%20organiza%C3%A7%C3%A3o%20criminosa%20e%20quantidade%20de%20drogas
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+130981%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+124687%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo844.htm#Causa%20de%20diminui%C3%A7%C3%A3o%20e%20Lei%20de%20Drogas
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=resp1446504
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=hc303634
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
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privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 
595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831). No mesmo sentido, ratificando o 
entendimento do STF e do STJ, a Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime) acrescentou o § 
5º ao art. 112 da LEP, o qual dispõe: “§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, 
para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 
11.343, de 23 de agosto de 2006”. 
 
STF. 1ª Turma. HC 124107/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/11/2014. 
STF. 2ª Turma. HC 132.459, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 13/2/2017. 
STJ. 5ª Turma. HC 387.077/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 6/4/2017 (INFO/STJ 602). 
 
INQUÉRITOS POLICIAIS E AÇÕES PENAIS EM CURSO 
INFO 
596/STJ 
 
POSSIBILIDADE OU NÃO DA UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS PARA AFASTAR O TRÁFICO 
PRIVILEGIADO 
 
15. (DJUS) O juiz pode utilizar inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para 
afastar a minorante do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, de acordo com o STF e STJ. 
C/E? 
 
Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações): 
 
Jamilton foi denunciado pela prática de tráfico de drogas porque surpreendido com "40 
supositórios contendo cocaína na forma pó branco, 19 papelotes contendo maconha na 
forma de erva e 04 supositórios contendo cocaína consubstanciada em pedras de crack". 
Verificou-se que o acusado respondia a mais uma ação penal e um inquérito, mas não 
possui nenhuma condenação transitada em julgado. Nessa situação, para o STF e STJ, o 
juiz pode utilizar o inquérito policial e/ou ação penal em curso para afastar a aplicação 
da causa de diminuição de pena do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas (tráfico privilegiado), 
não havendo violação ao princípio da presunção de inocência. C/E? 
 
COMENTÁRIO 
 
Gabarito. CERTO. Para o STF e STJ, é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou 
ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades 
criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 
11.343/200619 (tráfico privilegiado). Em outras palavras, inquéritos e ações penais em 
curso não podem ser valorados como maus antecedentes para agravar a pena base do 
réu. Contudo, são capazes de impedir a aplicação da minorante do tráfico privilegiado, 
pois o privilégio somente deve ocorrer em casos singulares, quando preenchidos os 
requisitos, os quais merecem interpretação restritiva, de modo a prestigiar quem 
efetivamente mereça redução de pena. Isso, porque os princípios constitucionais devem 
ser interpretados de forma harmônica, não merecendo ser interpretado de forma 
absoluta o princípio da inocência, de modo a impedir que a existência de inquéritos ou 
 
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 Lei 11.343/06, art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em 
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. (...) §4º Nos delitos definidos no caput e no 
§1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons 
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. 
https://djus.com.br/prof-douglas-silva-sobre
http://www.djus.com.br/
http://djus.com.br/
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=Pet11796
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+118533%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo831.htm#Tr%C3%A1fico%20privilegiado%20e%20crime%20hediondo%20-%204
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28hc%24%2ESCLA%2E+E+124107%2ENUME%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28HC%24%2ESCLA%2E+E+132459%2ENUME%2E%29+OU+%28HC%2EACMS%2E+ADJ2+124687%2EACMS%2E%29&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/nloe5gn
http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?origemPesquisa=informativo&tipo=num_pro&valor=HC387077
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm#art33
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