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SANTA BARBARA D’OESTE 
2019 
 
PAULO FERNANDO VASCONCELLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO DE CONSTRUÇÃO SECA STEEL FREMING 
EM HABITAÇOES SOCIAIS 
SANTA BARBARA D’OESTE 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÉTODO DE CONSTRUÇÃO SECA STEEL FREMING 
EM HABITAÇOES SOCIAIS 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Engenharia Civil. 
Orientador: Victor Carmo 
 
 
 
PAULO FERNANDO VASCONCELLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAULO FERNANDO VASCONCELLOS 
 
 
MÉTODO DE CONSTRUÇÃO SECA STEEL FREMING 
EM HABITAÇOES SOCIAIS 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade Anhanguera, como requisito parcial 
para a obtenção do título de graduado em 
Engenharia Civil. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Santa Barbara D’oeste, __ de dezembro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém 
viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou 
sobre aquilo que todo mundo vê. 
Arthur Schopenhauer 
VASCONCELLOS, Paulo Fernando. Método De Construção Seca Steel Freming 
Em Habitaçoes Sociais. 2019. 36. Trabalho de conclusão de curso (graduação em 
engenharia civil) – Universidade Anhanguera, Santa Barbara D’oeste, 2019. 
 
RESUMO 
 
O setor da construção civil brasileira ainda se baseia em construções altamente 
artesanais, caracterizadas pelos inúmeros índices de desperdício de insumos e mão 
de obra, grande geração de resíduos sólidos e baixa produtividade. Porém, diante da 
crescente demanda e da disponibilidade de técnicas alternativas as predominantes no 
setor atual, várias correntes de soluções industrializadas estão ganhando espaço 
conforme o crescimento da aceitação da tecnologia por parte dos setores produtivos 
e principalmente dos consumidores. Estas alternativas buscam basicamente uma 
maior racionalização de materiais e um melhor aproveitamento da mão de obra. Neste 
cenário, o Light Steel Frame encontra-se dentro dos anseios do mercado como uma 
solução que mude o setor da construção civil, isto porque o método se apresenta como 
uma solução industrializada e racionalizada, e vem ganhando espaço no Brasil em 
construções dos mais diversos usos. A utilização deste sistema representa uma maior 
agilidade de execução, com perdas mínimas, diminuição quantitativa da mão de obra 
e redução considerável no peso próprio comparado a materiais convencionais. Neste 
contexto, o presente estudo objetivou estudar o sistema alternativo Light Steel Frame, 
abordando suas práticas construtivas, métodos de utilização, vantagens e 
desvantagens, custos e aceitabilidade no mercado, através de uma pesquisa 
exploratória e bibliográfica. 
 
Palavras-chave: Steel Frame; Habitação Social; Construção Seca; Sustentabilidade. 
 
 
Vasconcellos, Paulo Fernando. Dry Steel Freming Construction Method In Social 
Housing. 2019. 36. Trabalho De Conclusão De Curso (Graduação Em Engenharia 
Civil) – Universidade Anhanguera, Santa Barbara D’oeste, 2019. 
 
ABSTRACT 
 
The Brazilian civil construction sector is still based on highly artisanal constructions, 
characterized by countless levels of input and labor waste, large solid waste generation 
and low productivity. However, in view of the growing demand and availability of 
alternative techniques, which are prevalent in the current sector, several streams of 
industrialized solutions are gaining ground as the acceptance of technology by the 
productive sectors and especially consumers increases. These alternatives basically 
seek greater rationalization of materials and better use of labor. In this scenario, the 
Light Steel Frame is within the ambitions of the market as a solution that changes the 
construction sector, because the method presents itself as an industrialized and 
rationalized solution, and has been gaining ground in Brazil in various constructions. 
Uses. The use of this system represents greater agility of execution, with minimal 
losses, quantitative reduction of labor and considerable reduction in own weight 
compared to conventional materials. In this context, the present study aimed to study 
the alternative Light Steel Frame system, addressing its constructive practices, 
methods of use, advantages and disadvantages, costs and market acceptability, 
through an exploratory and bibliographic research. 
 
 
Keywords: Steel Frame; Social habitation; Dry construction; Sustainability. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Execução da primeira obra em LSF no Brasil ........................................ 15 
Figura 2 - Primeiro protótipo de uma residência em LSF ........................................ 16 
Figura 3 - Comparativo de desempenho térmico ..................................................... 18 
Figura 4- Montagem de painel em LSF no canteiro de obras .................................. 22 
Figura 5 - Painéis de LSF produzidos em fábrica e transportados para obra .......... 22 
Figura 6 - Montagem de módulo de banheiro .......................................................... 23 
Figura 7 - Radier ..................................................................................................... 24 
Figura 8 - Sapata corrida ......................................................................................... 25 
Figura 9 - Painéis estruturais................................................................................... 26 
Figura 10 - Transmissão da carga vertical a fundação ............................................ 26 
Figura 11 - Estrutura de piso em LSF ...................................................................... 27 
Figura 12 - Laje tipo úmida ...................................................................................... 28 
Figura 13 - Laje tipo seca ........................................................................................ 28 
Figura 14 - Esquema cobertura plana em LSF ........................................................ 29 
Figura 15 - Esquema cobertura inclinada em LSF ................................................... 39 
Figura 16 - Fechamento vertical em OSB ............................................................... 31 
Figura 17 - Fechamento vertical em placas cimentícias .......................................... 32 
Figura 18- Fechamento vertical em gesso acartonado ............................................ 33 
Figura 19 - Parafusos auto-atarraxantes ................................................................. 34 
 
LISTA DE TABELAS ( 
 
 
Tabela 1 – Comparativo técnico entre o sistema LSF e o Sistema convencional .... 19 
Tabela 2 – Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais .............. 21 
Tabela 3 – Designações dos perfis de aço formados a frio para o uso em LSF e suas 
respectivas aplicações ............................................................................................ 00 
Tabela 4 – Relação entre espessura da placa cimentícia e sua aplicação.............. 00 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13 
1. O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME E SUAS CARACTERÍSTICAS ................ 15 
1.1 HISTÓRICO DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAME ........................................ 16 
1.2 CARACTERÍSTICAS DO LIGHT STEEL FRAME ........................................... 17 
2. SISTEMA ESTRUTURAL ................................................................................. 20 
2.1. MÉTODOS CONTRUTIVOS ......................................................................... 21 
3. ETAPAS CONSTRUTIVAS .............................................................................. 24 
3.1. FUNDAÇÕES................................................................................................ 24 
3.2. PAINÉIS ESTRUTURAIS............................................................................... 25 
3.3. LAJES ........................................................................................................... 27 
3.4. COBERTURAS .............................................................................................. 28 
3.5. FECHAMENTO VERTICAL E ACABAMENTO ............................................... 29 
3.6. LIGAÇÕES .................................................................................................... 33 
3.7. MONTAGEM ................................................................................................. 34 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 36 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 38 
 
 
 
 
13 
INTRODUÇÃO 
 
 
A indústria da construção civil no Brasil permanece caracterizada pela 
utilização de sistemas construtivos predominantemente artesanais, tendo como 
características principais os inúmeros índices de desperdício de insumos e a baixa 
produtividade. Porém, o mercado vem dando sinais de que esta situação deve ser 
alterada e o uso de novas tecnologias é a melhor maneira de permitir a industrialização 
da construção civil e a racionalização dos processos. A racionalização e a 
industrialização da construção são apontadas como a chave para reformulação dos 
métodos construtivos. Ambas são implantadas na construção civil objetivando fazer 
uma análise dos processos de transformação, fluxo e valor, visando o 
aperfeiçoamento de determinada atividade, além de uma maior produtividade e 
eliminação de desperdícios. 
Esta preocupação com as questões ambientais e a necessidade de buscar 
alternativas sustentáveis para a indústria da construção civil nos demonstram que, por 
se tratar de um sistema construtivo altamente artesanal, a estrutura de concreto 
armado aliada a alvenaria de blocos cerâmicos é caracterizada pela baixa 
produtividade e pelo grande desperdício de materiais, devido a todas as etapas da 
construção ser executadas in loco. Tendo em vista a mudança deste contexto, uma 
das alternativas a serem adotadas é a utilização de um método construtivo 
consolidado em países de primeiro mundo, porém no Brasil não muito empregado, o 
Light Steel Frame (LSF). Segundo Faria (2008), após o fim da Segunda Guerra 
Mundial, os países desenvolvidos da América do Norte, Europa e Ásia passaram a se 
valer com maior intensidade de sistemas construtivos prontos, pré-fabricados, que 
proporcionassem maior produtividade e economia de mão de obra, cujo custo era 
muito alto nessas regiões. 
O LSF é um sistema de concepção racional altamente industrializado, que tem 
como principal característica uma estrutura constituída por perfis de aço galvanizado 
de pequena espessura formados a frio, promovendo um processo de construção de 
alta eficiência e grande rapidez de execução. A estrutura de aço galvanizado, LSI, 
vem ganhando espaço e força em diversos países por conta da rapidez e facilidade 
de utilização, o que desperta interesse em alguns setores, entre eles o de Construção 
 
 
14 
de Habitação Popular. Neste sentido, parece haver algumas vantagens e 
possibilidades, mas quais seriam, de fato, essas vantagens e reais possibilidades? E, 
após abordadas essas questões, qual a viabilidade efetiva dessa estrutura nas 
construções populares, principalmente no que se refere ao baixo custo, além da 
economia de materiais. 
Há, no Brasil, um déficit habitacional que traz à luz diversos questionamentos 
em como melhorar e modernizar este setor. É, portanto, uma necessidade em 
incentivar a área da Construção Civil estudar, desenvolver e utilizar novos meios de 
atender a demanda, em números, de novas habitações de baixo-custo e que, por 
consequência, agridam menos o meio ambiente com descarte de materiais 
desperdiçados. Dessa forma, é relevante que haja uma maior reflexão do Estado para 
que este ofereça uma solução mais urgente diminuir essa carência habitacional, o que 
converge para uma modernização e industrialização do setor de Edificações, isto 
porque este setor sofre mais que outros com a perda de tempo e possíveis 
imprecisões. Isso se dá, especialmente, por conta de a matéria-prima variar, 
dependendo do material utilizado - na maioria das vezes, rudimentar. Nesse sentido 
questiona-se, existe viabilidade técnica e econômica da utilização do método 
construtivo light steel frame em habitações sociais para a classe baixa de renda? 
Diante disso esse trabalho teve como objetivo geral realizar um levantamento 
de vantagens sobre a utilização de LSF no setor da construção civil, abordando a 
economia financeira e de materiais para demonstrar a viabilidade de se valer desse 
material para construção de conjuntos habitacionais populares. E como objetivos 
específicos, apresentar as vantagens em se utilizar o aço galvanizado na construção 
civil em outros países, no quesito de tempo e mão de obra utilizados; analisar como o 
uso do LSI em prédios residenciais afetou positivamente a economia financeira direta 
e indireta, ou seja, de materiais e demonstrar, ao final, os resultados obtidos, tanto de 
custo quanto de viabilidade em se investir nessas estruturas no Brasil, utilizando 
estudos mais aprofundados na área. 
Para a elaboração deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com 
abordagem qualitativa e interpretativa, baseada principalmente em obras de diversos 
autores da área de Planejamento estratégico como, por exemplo, Crasto (2005), 
Rodrigues (2006), Domarascki e Fagiani (2009), entre outros. 
 
 
 
15 
1. O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME E SUAS CARACTERÍSTICAS 
 
O termo LSF foi registrado pelo Swedish Institute of Steel Frame (SBI) para 
designar o sistema construtivo baseado em estrutura de aço leve (ALVARENGA; 
CALMON, 2000 apud CASTRO, 2006). 
O Light Steel Framing é um sistema construtivo estruturado em perfis de aço 
galvanizado formados a frio, projetados para suportar as cargas da edificação 
e trabalhar em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a 
garantir os requisitos de funcionamento da edificação. É um sistema 
construtivo aberto – que permite a utilização de diversos materiais, flexível – 
pois não apresenta grandes restrições aos projetos, racionalizado – 
otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das perdas, 
customizável – permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto; além 
de durável e reciclável (JARDIM; CAMPOS, 2006, p. 02). 
Portanto, o sistema basicamente se resume em uma estrutura composta de 
paredes, pisos e cobertura, que além de seus componentes, também possuem 
subsistemas. Esses subsistemas são o estrutural, a fundação, o isolamento termo 
acústico, o fechamento interno e externo, as instalações elétricas e hidráulicas 
(CONSULSTEEL, 2002). Reunidos, esses elementos possibilitam a integridade 
estrutural da edificação, e são projetados para suportar as cargas da edificação e 
garantir os requisitos de funcionamento da mesma (IBDA, 2011). 
Santiago, Freitas e Crastro (2012), destacam que para que o sistema cumpra 
com as funções para o qual foi projetado e construído é necessária uma 
compatibilização de projetos e que os materiais utilizados sejam adequados. 
 
Figura 1 – Execução da primeira obra em LSF no Brasil 
Fonte: Construtora Sequência (2014) 
 
 
 
16 
Vale salientar que a primeira obra em LSF no Brasil foi realizada em 1998 pela 
Construtora Sequência, sendo um condomínio de casas de alto padrão na cidade de 
São Paulo, no bairro do Brooklin, como apresentado na figura anterior 
(DOMARASCKI; FAGIANE, 2009). 
 
1.1 HISTÓRICO DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAME 
A história do LSF iniciouentre 1810, quando o Estados Unidos começou a 
conquista pelo seu território, e 1860, quando a migração chegou a costa do Oceano 
Pacífico. Durante este período, a população americana se multiplicou e, para 
solucionar a demanda por habitações, recorreu-se à utilização de materiais 
disponíveis no local, no caso a madeira, utilizando os conceitos de praticidade, 
velocidade e produtividade originados na Revolução Industrial, e assim acabaram por 
criar o Wood Framing (RODRIGUES, 2006). 
De acordo com Allen (2006), as primeiras construções em aço formado a frio, 
tiveram início no ano de 1850 nos Estados Unidos, e paralelamente na Inglaterra. 
Porém estas obras tinham caráter experimental e limitado. A partir de 1930, foram 
feitos protótipos de residências em LSF, conforme a Figura 2, que apesar de pouco 
explicativos sobre o sistema, teve relativa aceitação. A partir de então, iniciou-se um 
crescimento considerável em sua aplicação, com a formação de empresas 
especializadas. 
Figura 2 - Primeiro protótipo de uma residência em LSF 
Fonte: Allen (2006) 
 
 
17 
A utilização do LSF no Brasil se deu durante a década de 90, quando algumas 
construtoras tiveram a iniciativa de importar casas pré-fabricadas em LSF destinadas 
aos padrões de renda média e alta (CRASTO, 2005). 
De acordo com o CBCA (2014), atualmente esse sistema vem passando por 
um processo de desenvolvimento e aceitação no mercado nacional, inclusive a sua 
aplicação não limita-se mais as construções residenciais e isso vem ocorrendo 
devido a incentivos, como a definição dos requisitos mínimos para financiamento de 
habitações em LSF pela Caixa Econômica Federal; a publicação de dois manuais pelo 
Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) que servem para especificação e 
uso; e a normatização de alguns dos principais componentes dos sistemas pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
1.2 CARACTERÍSTICAS DO LIGHT STEEL FRAME 
De acordo com Rodrigues (2006), por tratar-se de um processo com alto nível 
de industrialização quando comparado com um sistema construtivo convencional, o 
LSF apresenta vantagens como rapidez na construção, podendo ter uma redução no 
prazo de até 50% se comparado ao sistema convencional, além de melhores níveis 
de desempenho termo acústico, facilidade na execução das ligações, durabilidade e 
longevidade da estrutura, facilidade de montagem, manuseio e transporte devido a 
leveza dos elementos, além de ser uma construção a seco, o que minora o uso de 
recursos naturais e o desperdício. 
Segundo Yamashiro (2011), um comparativo entre o desempenho térmico dos 
materiais comumente utilizados em fechamentos nas edificações pode ser observado 
na Figura 3, na qual é possível concluir que o preenchimento em lã de rocha, 
poliestireno ou poliuretano, materiais estes mais usuais para isolamento no LSF, 
possuem desempenho superior aos blocos de alvenaria, proporcionando um maior 
amortecimento térmico, fato este que resulta na economia de energia e melhor 
conforto térmico. 
 
 
 
 
 
 
18 
Figura 3 - Comparativo de desempenho térmico 
 
Fonte: Yamashiro (2011) 
Para o CBCA (2014), o LSF apresenta vantagens significativas, como maior 
área útil, prazos de execução mais curtos, compatibilidade com outros materiais, 
racionalização da mão de obra, alívio de carga nas fundações, organização no 
canteiro de obras e a reciclabilidade. Entre as poucas desvantagens do LSF pode-se 
citar o custo, uma vez que o LSF ainda apresenta um custo pouco superior quando 
comparados aos métodos construtivos tradicionais, o tradicionalismo das pessoas e, 
a carência de profissionais qualificados no método construtivo LSF (MASTERWALL, 
2016). Porém, em grandes escalas e em construções geminadas, o LSF pote ter um 
custo unitário menor, havendo um ganho de 15% em cada 10 unidades habitacionais 
construídas, atingindo aproximadamente R$500,00/m² em habitações geminadas 
(CBCA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Tabela 1 - Comparativo técnico entre o sistema LSF e o sistema convencional 
 
Anteriormente apresentou- se um comparativo técnico entre os métodos 
construtivo em LSF e o método convencional, em concreto armado com fechamento 
em alvenaria cerâmica. 
 
SISTEMA CONSTRUTIVO 
CONVENCIONAL 
SISTEMA LIGHT STEEL FRAME 
Utiliza produtos que degradam o meio 
ambiente: areia, brita, tijolo, etc. 
É um sistema ecologicamente correto. O 
aço, por exemplo, parte integrante do 
sistema em LSF, é um dos produtos mais 
reciclados em todo o mundo. 
Estrutura em concreto armado, da qual sua 
qualidade é determinada por fatores 
inconstantes como mão de obra, 
temperatura, umidade do ar, matéria prima, 
etc. 
Estrutura em aço galvanizado, produto 
com certificação internacional e que 
obedece aos mais rigorosos controles de 
qualidade. 
Difícil execução das instalações elétricas e 
hidráulicas, com quebra de paredes, 
gerando desperdício de materiais e 
retrabalho. 
Fácil execução das instalações elétricas e 
hidráulicas, sem desperdício de materiais e 
sem retrabalho. 
Apresenta um canteiro de obras sujo ou 
com grande 
dificuldade para manutenção de limpeza. 
Canteiro de obras limpo e organizado. 
O isolamento térmico e acústico é mínimo, 
pois permite facilmente a passagem de 
calor pelas paredes além de um alto custo 
de manutenção de temperatura. 
O isolamento térmico e acústico é 
máximo, isso em função dos isolamentos 
utilizados entre os painéis das paredes, 
além de apresentar um custo mínimo ou 
inexistente de manutenção de temperatura. 
Cronograma de obra longo e impreciso. 
Prazo de execução até 1/3 menor ao 
convencional e 
com maior precisão. 
Grande utilização de água no processo 
construtivo. 
Utilização mínima de água no processo 
construtivo, 
somente para a execução das fundações. 
Manutenção para reparos de defeitos 
ocultos, exigindo quebras de paredes, não 
garantindo um acabamento 
final perfeito. 
Manutenção simples de defeitos ocultos, 
através de 
shafts localizados em pontos estratégicos. 
Ampliações e reformas demoradas, 
garantindo na 
maioria dos casos transtornos, com 
desperdícios de materiais. 
Ampliações e reformas rápidas e limpas, 
inclusive 
com a possibilidade de reaproveitamento 
da maioria dos materiais. 
Não é resistente a terremotos e ventos 
fortes podendo 
ser usado apenas em áreas isentas 
destes riscos naturais. 
Apresenta elevada resistência contra 
terremotos e ventos fortes. 
Fácil aparecimento de patologias. Difícil aparecimento de patologias. 
 
 
20 
2. SISTEMA ESTRUTURAL 
 
São perfis obtidos por dobramento, em prensa dobradeira, de lâminas 
recortadas de chapas ou tiras, ou por perfilagem, em mesa de roletes, a partir de 
bobinas laminadas a frio ou a quente, sendo ambas as operações realizadas com o 
aço em temperatura ambiente (NBR 14762, ABNT, 2001). 
Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), os perfis típicos para o uso em LSF 
são obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga 
alumínio-zinco pelo processo continuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, 
conhecido como aço galvanizado. As massas mínimas de revestimento são 
apresentadas na Tabela 2. 
Tabela 2 - Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais 
 
Fonte: NBR 15253: 2005 
 
Segundo os autores, os perfis mais utilizados no sistema LSF são os que 
possuem seção transversal tipo U (U simples), Ue (U enrijecido), cantoneira e cartola. 
Na Tabela 3 encontram-se as seções transversais dos perfis utilizados e suas 
aplicações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
Tabela 3 - Designações dos perfis de aço formados a frio para o uso em LSF e suas 
respectivas aplicações 
 
Fonte: NBR 15253: 2005 
 
2.1. MÉTODOS CONTRUTIVOS 
 
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), há basicamente três métodos 
construtivos para a implantação do sistema LSF: o método tradicional ou Stick, o 
método por painéis e o método de construção modular.Para Crastro (2005), o método tradicional é o mais utilizado, onde os perfis são 
cortados no canteiro da obra, e painéis, lajes, contraventamentos e a cobertura são 
montados no local, tendo como vantagens a não necessidade de o construtor possuir 
um local para a pré-fabricação do sistema, a facilidade de transporte das peças até 
o canteiro e as ligações dos elementos serem de fácil execução, conforme 
exemplificado na Figura 4. Vale salientar, que com a utilização deste método 
construtivo as atividades no canteiro de obras são maiores e o controle de qualidade 
e precisão da estrutura é menor. 
 
 
 
22 
Figura 4- Montagem de painel em LSF no canteiro de obras 
Fonte: Santiago (2008) 
 
No método dos painéis estruturais ou não estruturais, contraventamentos, lajes 
e tesouras de telhado podem ser pré-fabricados fora do canteiro e montados no local, 
e os painéis e subsistemas são conectados no local usando as técnicas 
convencionais, tendo como vantagens a velocidade de montagem, o alto controle de 
qualidade na produção dos sistemas, a minimização do trabalho na obra e o aumento 
da precisão dimensional, conforme a Figura 5 (BRASILIT, 2014). 
Figura 5 - Painéis de LSF produzidos em fábrica e transportados para obra 
 
Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008) 
 
Já as construções modulares são unidades completamente pré-fabricadas e 
podem ser entregues no local da obra com todos os acabamentos internos como 
 
 
23 
revestimentos, louças sanitárias, bancadas, mobiliários fixos, metais, instalações 
elétricas e hidráulicas, conforme exemplificado na Figura 6, a qual ilustra a montagem 
de um banheiro (CRASTRO, 2005). 
Figura 6 - Montagem de módulo de banheiro 
 
Fonte: Pavi (2005) 
 
 
 
24 
3. ETAPAS CONSTRUTIVAS 
 
3.1. FUNDAÇÕES 
 
Fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao solo as cargas 
de uma estrutura (AZEREDO, 2012). Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), 
como o LSF é uma estrutura leve, consequentemente as fundações podem ser, de 
maneira geral, simples. Há ainda a preocupação com a velocidade na execução das 
mesmas, ratificando uma das características do sistema que é o tempo reduzido de 
construção, assim destacando-se o uso de radier e sapatas corridas (OLIVEIRA, 
2012). 
Por ser muito leve, a estrutura de LSF e os componentes de 
fechamento exigem bem menos da fundação do que outras 
construções. No entanto, como a estrutura distribui a carga 
uniformemente ao longo dos painéis estruturais, a fundação deverá 
ser contínua suportando os painéis em toda a sua extensão. A 
escolha do tipo de fundação vai depender além da topografia, do 
tipo de solo, do nível do lençol freático e da profundidade do solo 
firme. Essas informações são obtidas através da sondagem do 
terreno (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
O radier é um tipo de fundação superficial, constituída de uma laje em concreto 
armado com cota bem próxima da superfície do terreno, na qual toda superfície se 
apoia, conforme na10. Estruturalmente, o radier pode ser liso ou formado por jês com 
vigas de bordas e internas, com a finalidade de aumentar sua rigidez (TERNI; 
SANTIAGO; PIANHERI, 2008). 
Figura 7 - Radier 
Fonte: disponível em www.nossaengenharia.com.br 
http://www.nossaengenharia.com.br/
 
 
25 
As sapatas corridas são elementos contínuos que acompanham a linha das 
paredes, as quais lhes transmitem a carga por metro linear (BRITO,1987). Para Terni, 
Santiago e Pianheri (2008), a sapata corrida é um tipo de fundação superficial 
contínua, que recebe as ações dos painéis e as transmite esses carregamentos 
uniformemente distribuídos em uma direção para o solo. 
 
Figura 8 - Sapata corrida 
Fonte: disponível em www.sapata2012.blogspot.com.br 
 
3.2. PAINÉIS ESTRUTURAIS 
 
Os painéis estruturais em uma edificação de LSF podem não só compor as 
paredes de uma edificação, como também funcionar como o sistema estrutural da 
mesma. Os painéis podem ser estruturais ou autoportantes, quando compõem a 
estrutura suportando as cargas da edificação, ou não-estruturais, quando funcionam 
somente como fechamento externo ou divisória interna, ou seja, sem função estrutural 
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), os painéis podem ser instalados na 
vertical, para serem utilizados como paredes, e na horizontal, como pisos. Os painéis 
verticais, na sua maioria, são portantes, isto é, trabalham como estrutura da 
edificação. 
 
 
 
http://www.sapata2012.blogspot.com.br/
 
 
26 
 
Figura 9 - Painéis estruturais 
Fonte: Acoweb (2014) 
 
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), os montantes que compõem 
os painéis transferem as cargas verticais por contato direto através de suas almas 
estando duas seções em coincidência de um nível a outro, dando origem ao conceito 
de estrutura alinhada. A Figura 10 apresenta um esquema de transmissão da carga 
vertical a fundação. 
Figura 10 - Transmissão da carga vertical a fundação 
Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012) 
 
 
27 
Santiago, Freitas e Crasto (2012) afirmam que a distância entre os montantes 
geralmente é de 400 ou 600 milímetros e são determinadas pelas solicitações que 
cada perfil será submetido. Os montantes são unidos em seus extremos inferiores 
pelas guias, cuja função é fixar os montantes a fim de constituir um quadro estrutural. 
É válido salientar que o comprimento das guias define a largura do painel, e o 
comprimento dos montantes define a altura do mesmo. 
 
3.3. LAJES 
 
Segundo Rodrigues (2006), o conceito estrutural do LSF que consiste em dividir 
as cargas entre os perfis, é também é utilizado para os elementos que suportam as 
lajes e coberturas, uma vez que seus elementos trabalham bi apoiados e deverão, 
sempre que possível, transferir as cargas continuamente, ou seja, sem elementos 
de transição, até as fundações. 
Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), as lajes baseiam-se no mesmo princípio 
dos painéis, utilizam perfis galvanizados dispostos horizontalmente, obedecendo à 
mesma modulação dos montantes, conforme ilustrado na Figura 11. Nas lajes, esses 
perfis são as vigas de piso, que desempenham função de transmitir as cargas que 
estão sujeitas para os painéis, além de servirem de estrutura de apoio para o 
contrapiso. 
 
Figura 11 - Estrutura de piso em LSF 
Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012) 
 
 
 
28 
Segundo os autores, de acordo com a natureza do contrapiso a laje pode ser 
do tipo úmida, quando se utiliza uma chapa metálica ondulada aparafusada às vigas 
e preenchida com concreto que serve de base para o contrapiso, ou pode ser do tipo 
seca, quando placas rígidas de OSB, cimentícias ou outras são aparafusadas à 
estrutura do piso, conforme Figura 12 e Figura 13, respectivamente. 
 
Figura 12 - Laje tipo úmida 
Fonte: disponível em www.felipeschmitzhaus.blogspot.com.br 
 
Figura 13 - Laje tipo seca 
Fonte: disponível em www.st.eco.br 
 
3.4. COBERTURAS 
 
De acordo com Crasto (2005), a cobertura do telhado é a parte da construção 
destinada a proteger o edifício da ação das intempéries, podendo também 
desempenhar uma função estética. Telhados podem variar desde simples cobertas 
planas até projetos com maior complexidade. Santiago, Freitas e Crasto (2012), 
http://www.felipeschmitzhaus.blogspot.com.br/
http://www.st.eco.br/
 
 
29 
afirmam que há uma grande variedade de soluções estruturais para se materializar a 
cobertura de uma edificação e a escolha dependerá de diversos fatores como 
tamanho do vão a cobrir, carregamentos, opções estéticas e econômicas. Salientam 
que se pode encontrar dois tipos de cobertura, as planas, esquematizadas na Figura 
14, e as inclinadas, esquematizadas na Figura 15. 
 
Figura 14 - Esquema cobertura plana em LSF 
Fonte: disponível em www.steelframegaucho.wordpress.com 
 
Figura 15 - Esquema cobertura inclinada em LSF 
Fonte: Santiago; Freitas; Crasto(2012) 
 
3.5. FECHAMENTO VERTICAL E ACABAMENTO 
 
O sistema de fechamento vertical é composto pelas paredes externas e 
internas de uma edificação. No sistema LSF, os componentes de fechamento devem 
ser constituídos por elementos leves, compatíveis com o conceito da estrutura 
dimensionada para suportar vedações de baixo peso próprio, além de buscar 
materiais de fechamento e acabamento que propiciem uma obra limpa, com redução 
http://www.steelframegaucho.wordpress.com/
 
 
30 
ou eliminação das etapas de execução que utilizem argamassas ou similares 
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
Os componentes empregados para execução das vedações devem atender a 
alguns critérios e requisitos que assegurem satisfação as exigências dos usuários e a 
habitabilidade da edificação. A norma ISO 6241:1984 estabelece os requisitos 
fundamentais para atender essas necessidades, entre eles a segurança estrutural, a 
segurança ao fogo, a estanqueidade, o conforto termo acústico, tátil e visual também 
são importantes condições para a aplicação de um sistema de fechamento, além, é 
claro, da durabilidade e economia. 
Com relação as chapas de fechamento externo, é importante avaliar e 
especificar as seguintes características: resistência a flexão, absorção de água, 
variação dimensional em razão da variação de umidade e do efeito de temperatura 
e a resistência a intempéries (OLIVEIRA; WAELKENS; MITIDIERI, 2012). No mercado 
nacional os produtos disponíveis para o fechamento de construções em LSF são 
fornecidos em placas ou chapas, com várias espessuras, sendo que os materiais mais 
utilizados são o Oriented Strand Board (OSB), a placa cimentícia e o gesso 
acartonado. 
As placas de OSB são uma espécie de chapa estrutural, produzida a partir de 
filamentos de madeira orientadas com três a cinco camadas perpendiculares 
prensadas e unidas com resinas sob altas temperaturas, tornando maior sua 
resistência mecânica e a rigidez (REGO, 2012). 
Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), esse tipo de painel é instalado 
diretamente na estrutura e sobre ele deve-se colocar uma manta ou membrana para 
formar uma barreira contra umidade e vapor, a qual é fixada ao painel com grampos. 
Para revestimento com argamassa, deve-se grampear uma tela sobre a manta para 
projeção da argamassa, a qual permite também inúmeros acabamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
Figura 16 - Fechamento vertical em OSB 
Fonte: disponível em www.frameaco.com.br 
 
As placas cimentícias são placas delgadas de concreto, fabricadas a partir de 
argamassas especiais contendo aditivos e uma elevada porcentagem de cimento. 
Geralmente são fabricadas a partir de moldes metálicos, utilizando a mesma 
tecnologia do concreto pré-moldado (DOMARASCKI; FAGIANI, 2009). 
Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), as placas cimentícias podem ser 
utilizadas como fechamento externo e interno dos painéis. As principais características 
das placas cimentícias são a elevada resistência a impactos, a grande resistência a 
umidade, são incombustíveis, podem ser curvadas depois de saturadas, baixo peso 
próprio, compatível com a maioria dos acabamentos e revestimentos e rapidez na 
execução. 
Segundo os autores, as placas de fechamento são dimensionadas na maioria 
dos casos com largura fixa de 1,20 metros, e comprimentos que variam d 2,00 
metros, 2,40 metros e 3,00 metros, podendo apresentar diferentes espessuras de 
acordo com a função e aplicação da placa, conforme Tabela 4. 
 
 
 
 
 
http://www.frameaco.com.br/
 
 
32 
Tabela 4 - Relação entre espessura da placa cimentícia e sua aplicação 
Fonte: Brasilit 
 
De acordo com uma das fabricantes nacionais das placas cimentícias, a 
BRASILIT (2014), elas são altamente reutilizáveis, possuem alta resistência a 
impactos, elevada durabilidade, além de serem incombustíveis e proporcionarem bom 
isolamento termo acústico. Além do mais, recebem um tratamento impermeabilizante 
que lhes confere menos absorção de umidade e maior estabilidade dimensional. 
 
Figura 17 - Fechamento vertical em placas cimentícias 
Fonte: disponível em www.reformolar.com.br 
 
Já as placas ou chapas de gesso acartonado constituem o fechamento vertical 
http://www.reformolar.com.br/
 
 
33 
da face interna dos painéis estruturais e não-estruturais que constituem o invólucro da 
edificação, e também o fechamento das divisórias internas. Porém, os painéis internos 
quando não são estruturais podem ser constituídos empregando o sistema dry-wall, o 
qual é utilizado usualmente nos Estados Unidos e vem sendo utilizado no Brasil para 
se referir às divisórias de gesso acartonado com estrutura em perfil galvanizado 
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
Segundo os autores, as placas de gesso acartonado são comercializadas com 
largura de 1,20 metros e comprimentos que variam de 1,80 metros à 3,60 metros de 
acordo com o fabricante. Sendo as espessuras de 9,5 milímetros, 12,5 milímetros e 
15 milímetros. Afirmam ainda, que no mercado nacional são comercializados três tipos 
de placas: 
Placa Standard (ST): para aplicação em paredes destinadas a áreas secas; 
Placa Resistente a Umidade (RU) ou Placa verde: para paredes destinadas a 
ambientes sujeitos a ação da umidade, por tempo limitado de forma intermitente; 
Placa Resistente ao Fogo (RF) ou Placa rosa: para aplicação em áreas secas, 
em paredes cm exigências especiais de resistência ao fogo. 
 
Figura 18- Fechamento vertical em gesso acartonado 
Fonte: disponível em www.nvgesso.com 
 
 
3.6. LIGAÇÕES 
http://www.nvgesso.com/
 
 
34 
 
Existe uma ampla variedade de conexões e ligações para estruturas de aço e 
seus componentes, embora nem todas sejam tão utilizadas. Apesar da importância 
das ligações, em muitos casos não se dá à necessária atenção ao assunto, o que 
pode comprometer o desempenho da estrutura e encarecer os custos da obra 
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012). 
Segundo Oliveira (2012), para a fixação dos painéis estruturais na fundação, a 
escolha do tipo de ligação vai variar de acordo com o carregamento a que vai estar 
submetida a estrutura, o tipo de fundação ou ainda o clima do local. Essas ancoragens 
podem ser do tipo química com barras roscadas, expansiva com parabolts, ou com 
sistema de finca pinos acionados por pólvora. 
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), os parafusos auto-
atarraxantes e autoperfurantes são os tipos de conexão mais utilizados em 
construções com LSF no Brasil. Os parafusos auto-atarraxantes apresentam dois 
tipos de ponta: ponta broca e ponta agulha, 
Figura 19, sendo que é a espessura da chapa de aço a ser perfurada e que 
define o tipo de ponta a ser utilizada. 
 
Figura 19 - Parafusos auto-atarraxantes 
Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012) 
 
3.7. MONTAGEM 
 
 
35 
 
O Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA) afirma que a sequência 
executiva de uma edificação em LSF segue praticamente a mesma sequência 
executiva de uma edificação em um método convencional, com exceção das suas 
peculiaridades: 
1. Execução das fundações – as fundações são executadas da forma 
convencional e necessitam de uma ótima impermeabilização para evitar 
problemas futuros, além de estarem bem niveladas e no esquadro; 
2. Montagem dos painéis estruturais – os painéis são ancorados nas 
fundações, sendo que este processo se inicia com a colocação do primeiro 
painel exterior de um dos cantos da edificação e em seguida a colocação 
de um painel perpendicular, verificado o esquadro, segue-se a ancoragem 
dos demais painéis; 
3. Montagem da cobertura e da subcobertura – em telhados estruturados com 
caibros o primeiro passo é executar a cumeeira e então fixar os caibros na 
cumeeira com parafusos estruturais. Já em telhados estruturados com 
tesouras, estas podem ser içadas em conjunto e distribuídas sobre os 
painéis portantes, após são distribuídas e fixadas com enrijecedores de 
alma e parafusosestruturais. Após montada a estrutura procede-se a 
colocação das telhas; 
4. Instalação das esquadrias; 
5. Execução do fechamento externo – o fechamento externo é fixado nos 
painéis com o uso de parafusos, é válido ressaltar a importância das juntas 
de dilatação; 
6. Instalações elétricas e hidráulicas; 
7. Isolamento térmico; 
8. Fechamento interno – assim como o fechamento externo, é fixado nos 
painéis com o uso de parafusos; 
9. Acabamento. 
 
 
 
 
 
36 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através do embasamento teórico a respeito do sistema construtivo LSF 
apresentado neste trabalho, procurou-se compilar informações a respeito de suas 
particularidades, demonstrando uma visão ampla sobre as etapas construtivas e as 
vantagens e desvantagens de sua aplicação quando comparado ao sistema 
construtivo convencional em concreto armado com vedação em alvenaria de blocos 
cerâmicos. 
Baseado nas questões de pesquisa fixadas neste trabalho, buscou-se chegar 
nos objetivos propostos. Um dos objetivos era avaliar se as tecnologias empregadas 
na construção do LSF apresentam vantagem sobre o método construtivo 
convencional, e por   meio  do estudo realizado, evidenciou-se que  a  construção  em 
LSF  oferece  inúmeros  benefícios  técnicos, como  a redução na sobrecarga 
estrutural associada a uma elevada resistência, a redução do cronograma, menor 
geração de resíduos, o alto  grau  de  industrialização, além da durabilidade da 
estrutura, o que torna o método atrativo tanto para o construtor quanto para o cliente. 
Ainda, pode-se notar que o sistema construtivo convencional pode ser considerado 
pouco produtivo, uma vez que demanda de mais tempo para a realização das 
atividades, além de necessitar de um grande contingente de trabalhadores para a sua 
execução. Dessa forma, acredita-se que utilizar somente estas tecnologias artesanais 
não será capaz de suprir a demanda brasileira por construções e assim sanar seu 
gigantesco déficit habitacional. 
Ademais, tinha-se como objetivo obter conhecimentos da aceitação deste 
método construtivo na cidade de Santa Rosa, e por meio de questionários realizados, 
percebe-se que os responsáveis técnicos da área em sua maioria possuem muito 
pouco conhecimento em LSF, e justificam isso pela pouca disseminação do sistema 
na cidade de Santa Rosa- RS e região, dificultando assim o acesso aos materiais e a 
facilidade de encontrar mão de obra especializada. Além do mais, temem a aceitação 
da população, uma vez que o sistema foge do convencional conhecido e aprovado 
pelos usuários. Questionando a população de Santa Rosa – RS, a grande maioria já 
tinha conhecimentos sobre o LSF, mas quando questionados quanto a sua preferência 
entre os sistemas, o sistema convencional foi citado pela maioria. 
 
 
37 
Além do mais, tinha-se como objetivo estudar o sistema construtivo LSF 
aplicado a uma residência de habitação social e demonstrar por meio de planilhas 
orçamentárias detalhadas, a comparação de custos em relação ao sistema construtivo 
convencional, além de comprar seus cronogramas, e em relação aos custos, pode-se 
notar que há muitas variações neste quesito, uma vez que o orçamento está associado 
ao tamanho e padrão do imóvel, que influem diretamente no custo total da obra. 
Entretanto, pode ser constatado que em determinados casos, principalmente em 
produção seriada, o custo global é competitivo devido ao menor contingente de mão-
de-obra e velocidade de execução, propiciando a produção de habitações populares 
em larga escala. 
Portanto, a utilização do sistema LSF para a execução de habitações de 
interesse social se mostra uma alternativa viável por ser um sistema industrializado e 
racionalizado, aumentando a produtividade e diminuindo o desperdício de tempo e 
insumos. Apesar do custo dos materiais empregados no sistema serem mais elevado, 
é necessário considerar que o uso deste sistema permite a produção em larga escala 
com rapidez, o que é fundamental para atingir metas de construção de moradias 
planejadas pelos órgãos governamentais. Para que todo o potencial do sistema 
construtivo seja aproveitado é necessário investimento em treinamento de mão de 
obra e qualificação de projetistas e executores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
5. REFERÊNCIAS 
 
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