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Principais acometimentos cirúrgicos em neonatologia e pediatria Prof. Claudia Pilar Hérnias HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA Má formação dos segmentos do diafragma que não se fundem durante o desenvolvimento embrionário, fazendo com que o conteúdo abdominal se projete para dentro da cavidade torácica ao nascer. Conduta Intervenção cirúrgica para reconstrução do diafragma e redução dos órgãos para a cavidade abdominal Quadro clínico Cianose Taquipnéia Tórax assimétrico Ruídos respiratórios diminuídos ou ausentes no lado afetado Abdome escavado Ausculta de ruídos intestinais no hemitórax Diagnóstico USG RX tórax HÉRNIA INGUINAL Originadas a partir de protusão de conteúdo abdominal, provocando abaulamento na região inguino-escrotal. Complicações Encarceramento – redução manual. Estrangulamento- cirurgia Hérnia inguino - escrotal HÉRNIA UMBILICAL Fechamento imperfeito ou fraqueza do anel umbilical Manifestações clínicas Abaulamento da região umbilical devido a esforço da criança, incômodo, queimação e dor no local da hérnia. Tratamento A cirurgia só é recomenda caso a hérnia persista de 4-5 anos de idade, cause sintomas, torne-se estrangulada ou aumente progressivamente após 1-2 anos de idade. Intervenções de enfermagem Orientar a família quanto ao tratamento da doença Orientar a família sobre a evolução da patologia Orientar a família que o uso da cinta é ineficaz Evitar que a criança faça esforço, como correr, chorar Realizar cuidados na criança em blocos Atresia de Esôfago Interrupção total da continuidade da luz do esôfago. Na maioria dos casos vem acompanhada de uma fístula traqueo-esofágica. • Quadro clínico • Salivação excessiva • Cianose • Dispnéia • Incapacidade de avançar a sonda gástrica até o estômago • Tosse e engasgo com a dieta Avaliação Diagnóstiva • Período pré-natal: identificado à ultra-sonografia por apresentar diminuição ou ausência da bolha gástrica, associado à presença de polidrâmnio (aumento do líquido amniótico). • Ao nascimento: o diagnóstico é suspeitado com base nas manifestações clínicas. • Radiografias de tórax são feitas para a presença e o nível de um fundo de saco. Conduta Terapêutica • Manutenção da patência das vias aéreas (Suporte ventilatório). • Prevenção da pneumonia (Antibioticoterapia). • Cabeceira elevada e em posição ventral ou lateral. • Descompressão gástrica ou do fundo do saco por aspiração contínua das secreções da orofaringe • Correção cirúrgica (emergência cirúrgica). • Gastrostomia provisória. • Esofagostomia provisória Gastrostomia Esofagostomia Dicas Importantes • Suspeitar quando a mãe possui história de polidramnia na gestação e através das manifestações clínicas; • Em caso de atresia de esôfago, a sonda não penetra mais que 5 a 10 cm a partir da boca. • Complicações da Cirurgia – vazamento da anastomose, refluxo gastroesofágico. A DRGE ocorre quando o conteúdo ácido do estomago reflui retrogradamente para o esôfago. Quadro Clínico: * Irritação com choro contínuo *Vômitos freqüentes *Perda de peso *Esofagite *Pneumonia por aspiração *Sono interrompido com freqüência. * Movimentos de mastigação, alguns minutos após a alimentação *Apnéia e bradicardia, alguns minutos após a alimentação Refluxo Gastro esofágico Diagnóstico: Quadro clínico Prognóstico: Somente com o tratamento de posicionamento e medicações anti-refluxo, 51 melhoram os sintomas aos 10 meses de idade. São raros os casos que necessitam de cirurgia. Tratamento: Posicionar o recém-nascido em decúbito ventral com a cabeceira do berço elevada num ângulo de aproximadamente 45º por uma hora e meia a duas horas após a dieta. Dieta: administrar em pequenos volumes com aumento de freqüência, engrossar a fórmula Pode haver necessidade de alimentação via sonda jejunal: esta sonda passa pelo estômago indo direto ao jejuno, permitindo assim que haja uma diminuição do conteúdo gástrico e conseqüentemente uma diminuição dos episódios de vômitos. MEDICAMENTOS: DÁ-SE PREFERÊNCIA À COMBINAÇÃO DAS MEDICAÇÕES COM O OBJETIVO DE AGILIZAR O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO E AUMENTAR A MOBILIDADE DO SISTEMA GASTRINTESTINAL. CIRÚRGICO: O PROCEDIMENTO CIRÚRGICO CONSTA DE UMA TÉCNICA UTILIZADA ONDE É FEITA UMA DIMINUIÇÃO DO ESFÍNCTER GASTROESOFÁGICO, (FUNDOPLICATURA DE NISSEN) Cuidados de Enfermagem • Identificar as crianças com sintomas. • Instruir os pais sobre cuidados domiciliares (alimentação, postura, medicamentos). • Atentar ao posicionamento da criança no leito. • Administração das medicações rigorosamente no horário. • Observar sinais de infecção respiratória. GASTROSQUISE E ONFALOCELE GASTROSQUISE • Defeito congênito da parede abdominal, onde o intestino delgado, porção do estômago e cólon proximal, exteriorizam- se por uma lateral normalmente à direta do cordão umbilical, não possuindo revestimento. • Tratamento cirúrgico - onde o defeito pode ser fechado totalmente, caso seja pequena. Evisceração acentuada - Utiliza-se então uma bolsa de silicone polimérico na forma de um cone. • Diariamente, o conteúdo intestinal exterior é pressionado para dentro da cavidade abdominal pelo cirurgião, através da diminuição do espaço interno da bolsa, até que todo conteúdo seja colocado para dentro da cavidade abdominal. ONFALOCELE • Defeito congênito da parede abdominal anterior, que é desprovida do revestimento músculo- aponeurótico e cutâneo. • As vísceras abdominais se herniam centralmente pelo cordão umbilical (ficam cobertas por uma membrana avascular transparente). Cuidados de Enfermagem • Manter o conteúdo exteriorizado ou herniado coberto com gazes estéreis umedecidas com soro fisiológico morno. • Manter o RN aquecido. • Verificar sinais vitais de hora em hora até que o RN esteja estabilizado. • Monitorar as perdas de fluido, coloração, perfusão e a presença de edema das alças intestinais. • Balanço hídrico rigoroso. • Manter hidratação venosa. Epispádia e Hipospádia Fimose Criptorquidia Patologias Cirúrgicas Urogenitais Epispádia • É uma malformação congênita rara, caracterizada por uma aplasia parcial ou total da face superior da uretra, que afeta principalmente o sexo masculino. Hipospádia • Caracteriza-se pela abertura anormal do meato urinário, em diferentes locais na parte de baixo (face ventral) do pênis, ou mais raramente na bolsa escrotal. Normalmente vem associada a pênis semilunar (pênis com curvatura). Epispádia e Hipospádia CONDUTA TERAPÊUTICA •Tratamento cirúrgico: •Geralmente, uma única cirurgia permite a correção da eventual curvatura peniana e a reconstrução da uretra (neo-uretroplastia). FIMOSE • Recobrimento permanente da glande pelo prepúcio. • A retração prepucial pode ser incompleta ou impossibilitada pela presença do estreitamento do orifício prepucial. • A fimose é fisiológica em RNs devido a aderências naturais entre o prepúcio e a glande. CONDUTA TERAPÊUTICA: •Fimose fisiológica: não requer nenhum procedimento •Fimose patológica: Tratamento cirúrgico – postectomia ou circuncisão tem sido o tratamento tradicional para fimose. Freio Criptorquidia • Os testículos não migraram para a bolsa escrotal durante o período gestacional. • Podem estar localizados na cavidade abdominal ou no trajeto de migração (inguinal ou escrotal alta) ou fora do trajeto de migração( testículo ectópico). • Tratamento: orquiopexia
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