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DIREITO DE FAMILIA

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CASAMENTO
Conceito e Natureza jurídica 
Casamento é um contrato especial de direito de família, entre duas pessoas, baseado na lei e no afeto, merecedora de especial proteção estatal, a vontade é fundamental para o casamento, podendo ser ou não do mesmo sexo, produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial. Apesar de não haver qualquer alteração legislativa no sentido de ser aceito casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que não deve ser considerado como impedimento para tal reconhecimento, pois coube a doutrina e a jurisprudência a tarefa de adequar a norma ao fato social. Portanto, todas as regras pessoais e patrimoniais do casamento entre pessoas de sexo distinto, incidem para o casamento homoafetivo. 
O STJ fez o primeiro posicionamento em 2011. Veja o ato informativo n° 486 que trata sobre CASAMENTO. PESSOAS. IGUALDADE. SEXO.  
Este foi o primeiro passo para a possibilidade jurídica do casamento homoafetivo, o que acarretou na sua regulamentação diretamente nos cartórios de registro civil, dar-se o mérito do feito até então às Corregedorias dos Tribunais de Justiça dos respectivos Estados. o CNJ, Em 14 de maio de 2013, em sua Resolução nº 175, consagrou o direito dos casais homoafetivos, quando vedou às autoridades competentes (responsáveis por Cartórios De Registro Civil Do Brasil) a recusa de habilitação, casamento ou conversão de união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
· Na doutrina do Direito de Família existem três teorias, com suas respectivas Fundamentações para o Casamento, são elas: Teoria Contratual; Teoria Institucional; e Teoria Mista. Vejamos cada uma delas.
Teoria Contratual: Institui que o casamento é puramente um contrato especial com suas regras próprias de formação, ou seja, é uma relação contratual celebrada entre duas pessoas, em conformidade com a lei, que visa regular suas relações familiares. 
Teoria Institucional: Segundo essa corrente, o casamento é uma instituição social, onde a ideia do matrimônio não se liga a uma relação contratual, mas a uma carga moral e religiosa. Vale ressaltar que esse pensamento, com o surgimento de novos modelos familiares, vem sendo superado pela doutrina e pela jurisprudência.
Teoria Mista: O casamento é misto porque em sua formação constitui um contrato especial, mas, quanto ao seu conteúdo constitui uma instituição. Desse modo o casamento é um negócio jurídico bilateral sui generis, e uma instituição no conteúdo, ou seja, um negócio híbrido.
Quanto aos princípios norteadores para o casamento, são eles: O princípio da monogamia previsto no artigo 1.521, VI, do CC, onde dispões que é impossível o casamento de pessoas já casadas, trata-se de impedimento matrimonial que gera nulidade absoluta do casamento posterior;  
O Princípio da União, onde trata da livre escolha da pessoa do cônjuge como manifestação autônoma e privada, este princípio encontra-se positivado no artigo 1.513 do CC; 
O Princípio da comunhão de vida ou Comunhão Indivisa, regido pela igualdade entre os cônjuges, pois os nubentes tem os mesmos ideais de família refletidos e unidos através do casamento, trata-se de comunhão plena de vida e igualdade, é o que estatui o artigo 1.565 do CC.
CAPACIDADE PARA O CASAMENTO (ART. 1517 CC)
A capacidade para o casamento está regulamentada através do artigo 1.517 do CC, onde estão aptos homens e mulheres, maiores de 18 anos, e menores de 18 e maiores de 16 anos com prévia autorização dos pais. Contudo, o Código Civil institui alguns impedimentos e incapacidades, institutos que não devem ser confundidos, o primeiro (incapacidade), impede que alguém se case com qualquer pessoa, enquanto os impedimentos somente atingem determinadas pessoas em determinadas situações. 
São incapazes para a celebração do casamento: 
1. Os menores que ainda não atingiram a idade núbil, que é de 16 anos, tanto para homem quanto para mulher (art. 1.517 do CC).
2. Os enfermos e doentes mentais sem discernimento para a prática dos atos da vida civil (art. 3.º, II, do CC). 
3. As pessoas que por causa transitória ou definitiva não puderem exprimir vontade (art. 3.º, III, do CC).
Vale ressaltar que: 
Havendo divergência entre os pais, a questão será levada ao juiz, que decidirá de acordo com o caso concreto, sempre buscando a proteção integral do menor e da família, ambos amparados constitucionalmente (art. 1.517, parágrafo único, do CC). 
Segundo o artigo 1.641 do CC, os casamentos com suprimentos judiciais, deverão ser com regime de separação obrigatória de bens, o que poderá ser alterado quando o cônjuge completar 18 anos. Para que alteração nesse regime há que se seguirem alguns requisitos: vontade, motivo, e deve ser judicial.
O artigo 1.520 diz que Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil (menores de 16 anos) (art. 1.517), (revogado) para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez. Entretanto foi revogada a parte “para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal”, devido a polemica da questão.
Lembre-se que enquanto os impedimentos matrimoniais apenas atingem determinadas pessoas, a incapacidade matrimonial veda que a pessoa se case com qualquer um que seja.
Vejamos essas hipóteses. 
a) Não podem casar os ascendentes com os descendentes até o infinito, no caso de parentesco natural (impedimento decorrente de parentesco consanguíneo).
Exemplos: Assim, o filho não pode casar com a mãe, o neto com a avó, o bisneto com a bisavó, o trineto com a trisavó e assim sucessivamente, sem limites. Visa impedir o incesto, ou seja, relações sexuais entre pessoas da mesma família, tendo índole moral, e evitar problemas congênitos à prole, (eugenia).
b) Não podem casar os colaterais até terceiro grau (impedimento decorrente de parentesco consanguíneo) 
Exemplos: Não podem se casar os irmãos, que são colaterais de segundo grau, sejam bilaterais (mesmo pai e mesma mãe) ou unilaterais (mesmo pai ou mesma mãe), a regra também se estende aos tios e sobrinhas, tias e sobrinhos, que são colaterais de terceiro grau. Contudo o Decreto-lei 3.200/1941, diz que o casamento entre colaterais de terceiro grau pode ser realizado se não houver risco à prole, o que deve ser aprovado por uma junta médica formada por dois profissionais da área (casamento avuncular). Quanto aos primos-irmãos, ou primos, que são colaterais de quarto grau, esses podem se casar livremente.
c) Não podem casar os afins em linha reta (impedimento decorrente de parentesco por afinidade).
Exemplos: Nos termos do art. 1.595 do CC, há parentesco por afinidade entre um cônjuge (ou companheiro) e os parentes do outro consorte (ou convivente). Legal, o impedimento existe somente na afinidade em linha reta até o infinito (sogra e genro, sogro e nora – linha reta ascendente; padrasto e enteada, madrasta e enteado – linha reta descendente; e assim sucessivamente até o infinito). A razão é apenas moral.
O Código Civil de 2002 inovou no ponto de reconhecer a afinidade também em decorrência da união estável (art. 1.595), não sendo esta forma de parentesco extinta na linha reta com a dissolução do casamento ou da união estável (art. 1.595, § 2.º, do CC). Em outras palavras, sogra é para a vida inteira : casado uma vez, o vínculo permanece eternamente e, com isso, o impedimento matrimonial.
d) Não podem casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.
Exemplo: Os ascendentes e descendentes em casos envolvendo a adoção; o adotado com o filho do adotante (impedimentos em decorrência do parentesco civil formado pela adoção). São aplicadas as mesmas regras do parentesco consanguíneo ou natural. Para fins didáticos pode-se dizer que a adoção imita a família natural. 
e) Não podem casar as pessoas casadas (impedimento decorrente de vínculo matrimonial). Trata-se do princípio da monogamia. 
f) Não podem casar o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte (impedimento decorrente de crime). 
Filia-se à parcela da doutrinaque considera existir o impedimento somente nos casos de crime doloso e havendo trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Assim, se o casamento ocorre ainda no curso do processo criminal, será reputado válido, pois quando da celebração não havia a limitação à autonomia privada, que somente pode decorrer de lei.
 HABILITAÇÃO AO CASAMENTO
O processo de habilitação para o casamento é um procedimento que tem por objetivo verificar se os noivos têm algum impedimento para contrair o matrimônio. Através deste processo, que tramita junto ao Cartório de Registros Civis, é que se torna possível averiguar se os nubentes têm algum fato que impeça o casamento. Esse processo, que é regido pelo Código Civil (arts. 1.525 a 1.532) e pela Lei de Registros Públicos, Lei nº 6.015/73 (arts. 67 a 69), é composto de quatro fases: documentação; proclamas; certidão e registro.
1º FASE
DOCUMENTAL
O primeiro passo é a apresentação da documentação perante o Cartório de Registro Civil. Os noivos deverão fazer um requerimento de habilitação para o casamento, que será assinado por ambos os nubentes, ou através de procurador. Os documentos necessários elencados no art. 1.525 do Código Civil Brasileiro são:
1.       Certidão de nascimento ou documento equivalente;
2.       Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiver, ou ato judicial que a supra;
3.       Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
4.       Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se for conhecidos;
5.       Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
O art. 67 da Lei de Registros Públicos explicita a necessidade do processo de habilitação ser aberto junto ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes: 
Art. 67. Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os documentos exigidos pela lei civil, requererão ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão de que se acham habilitados para se casarem. 
2º FASE
PROCLAMAS
Após a apresentação dos documentos, será elaborado um edital que deverá ser afixado por quinze dias no mural do cartório. Este edital tem por objetivo dar publicidade ao ato, ou seja, dar ciência à sociedade sobre a intenção dos noivos de se casarem. Sabendo de algum impedimento, qualquer pessoa poderá se opor ao casamento. Tal oposição deve ser feita junto ao oficial do registro, identificando qual seria o impedimento, além de comprovar sua existência. Destaca-se que havendo órgão de imprensa local, é obrigatória a publicação dos proclamas, conforme determina o art. 1.527 do Código Civil Brasileiro:
Art. . 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Após a publicação dos proclamas, é aberta vista ao Ministério Público que opinará sobre o pedido dos noivos, nos termos do art. 67, §1º da Lei de Registros Públicos. Nesta oportunidade o Ministério Público poderá requerer o que for necessário à regularidade do pedido, dentre outras providências que entender necessárias à convicção.
3º FASE 
CERTIDÃO DE HABILITAÇÃO AO CASAMENTO
Uma vez cumpridas às formalidades exigidas, sem que haja nenhuma impugnação ou impedimento, será expedida certidão de habilitação, nos termos do art. 1.531 do CC: Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
A certidão de habilitação para o casamento terá validade de 90 dias, conforme anuncia o art. 1.532 do Código Civil Brasileiro. Dessa forma, os noivos têm o prazo de 90 (noventa) dias para se casarem sob pena da certidão perder sua validade, sendo necessário que se inicie novamente todo o procedimento.
4º FASE
REGISTRO
O processo de habilitação termina com o registro dos proclamas no cartório que os tiver publicado, então proceder-se-á com registro civil do casamento das pessoas  naturais onde  se  procedeu  à  habilitação daquele casamento.
2.     Causas suspensivas do casamento:
Como são normalmente apontadas, as causas suspensivas do casamento são situações de menor gravidade, geralmente para impedir confusão patrimonial. As causas suspensivas não geram nulidade absoluta ou relativa do casamento, mas apenas impõem sanções aos nubentes. Em regra, essas sanções são a imposição do regime da separação total legal ou obrigatória (art. 1.641, I, do CC) e a suspensão do casamento (art. 1.524 do CC). Isso quer dizer que, em havendo casamento, sem que tenham sido alegadas as causas suspensivas, o casamento é válido, mas o regime de comunhão parcial de bens será ineficaz, tendo em vista que se aplicam as regras da separação de bens. Para TARTUCE, a suspensão só dura até a apuração da procedência ou não da causa suspensiva. Acrescento ainda parte do conceito de Fábio Coelho, Não há impedimento, nem obstáculo de outra natureza, à celebração do matrimônio. Mas os bens dos cônjuges, adquiridos antes e depois do casamento, não se comunicam pelo menos enquanto pender a causa suspensiva.
São causas suspensivas, conforme o art. 1.523 do CC:
                         I.              a) Viúvo ou viúva que tiver filho do cônjuge falecido enquanto não fizer o inventário dos bens do casal com a respectiva partilha, o que visa a evitar confusão patrimonial. “além da imposição do regime da separação legal ou obrigatória de bens, o art. 1.489, II, do CC consagra a imposição de uma hipoteca legal a favor dos filhos sobre os bens imóveis dos pais que passarem a outras núpcias antes de fazerem o inventário do cônjuge falecido. Há, portanto, nessa primeira hipótese de causa suspensiva, uma dupla sanção aos cônjuges.” TARTUCE.
                         II.            Viúva ou a mulher cujo casamento se desfez por nulidade absoluta ou relativa, até dez meses depois do começo da viuvez ou da dissolução da sociedade conjugal. O objetivo da previsão é evitar confusões sobre a paternidade do filho que nascer nesse espaço temporal (turbatio ou confusio sanguinis), à mulher, por razões óbvias. Observa-se, no entanto o avanço da medicina, o que poderá acabar com essa causa suspensiva.
                         III.            O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida à partilha dos bens do casal, o que também visa a evitar confusões quanto ao patrimônio. A razão da inclusão dessa previsão no atual Código Civil é que o divórcio poderá ser concedido sem que haja prévia partilha de bens (art. 1.581 do CC).
                         IV.      Tutor e o curador, bem como seus parentes (descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos) com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessada a tutela ou curatela, ou não estiverem saldadas as respectivas contas prestadas.
Por fim, adianta-se que, desaparecendo o motivo de imposição da causa suspensiva, justifica-se a ação de alteração de regime de bens, a ser proposta por ambos os cônjuges (art. 1.639, § 2.º, do CC).
Causas que geram impedimento do casamento: 1.521 CC
1.     São impedidos de casar em razão de parentesco:
a.       Consanguíneo: relação de sangue direta entre pessoas, Impedido de casar com parentes em linha reta, colateral de 2º grau e colateral de 3º grau.
b.      Civil: Impedido de casar com parentes em linha reta e linha colateral de 2º grau.
c.       Afinidade: Ganha com casamento ou união estável, os parentes do cônjuge são parentes por afinidade, impedido de casar com parentes em linha reta.
Espécies de casamentos válidos 
1. Casamento Civil 
Casamento válido em conformidade com a lei e será plenamente firmado com a declaração solene pela autoridade competente,o que também é esclarecido pelo outrora comentado art. 1.514 do CC (“O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados”).
2.       Casamento religioso com efeitos civis
Apesar da separação entre o Estado e a Igreja, o Código Civil de 2002 inovou, no que se refere ao Código Civil de 1916, ao trazer duas regras quanto aos efeitos jurídicos do casamento religioso.
2.1   Prévia habilitação 
Constantes da atual codificação é o art. 1.515, in verbis:
 “O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração”. 
Como se observa também esse casamento gerará efeitos jurídicos a partir da celebração. Na verdade o registro tem efeitos retroativos ( ex tunc ) até a celebração do ato.
2.2 Habilitação posterior 
Se o casamento religioso for celebrado sem as formalidades exigidas pela legislação (processo de habilitação), terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente (art. 1.516, § 2.º, do CC).
3.       Moléstia grave 
De acordo com o art. 1.539 do Código em vigor, se um dos nubentes estiver acometido por moléstia grave, o presidente do ato celebrará o casamento onde se encontrar a pessoa impedida, e sendo urgente ainda que à noite. O ato será celebrado perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
4.       Casamento perante autoridade consular 
Estatui o art. 1.544 da atual codificação que o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado no Brasil, em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao nosso País.
5.       Casamento por procuração 
O casamento também poderá ser celebrado por procuração, conforme o art. 1.542 da atual codificação privada, desde que haja instrumento público com poderes especiais para tanto. Vale dizer que a eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias da sua celebração (art. 1.542, § 3.º).
6.       Casamento nuncupativo (em viva voz) ou in extremis vitae momentis, ou in articulo mortis 
O casamento nuncupativo está tratado no art. 1.540 da codificação, nos termos seguintes: “Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau”. Aqui, portanto, temos casos excepcionais de invalidade, em que podem ser aplicadas as regras gerais da teoria das nulidades previstas na Parte Geral do Código Civil.
7.       Putativo 
O casamento nulo ou anulável pode gerar efeitos em relação à pessoa que o celebrou de boa-fé e aos filhos, sendo denominado casamento putativo. Ou seja, casamento putativo é o casamento que existe na imaginação do contraente de boa-fé. O instituto está tratado no art. 1.561 do CC, in verbis: 
Ambos de boa fé
“Art. 1.561”. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
Apenas um de boa fé
 § 1.º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão. 
Ambos de má fé
§ “2.º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão”.
Repise-se que o casamento somente será putativo nos casos de nulidade ou anulabilidade, nunca nos casos de inexistência matrimonial. No presente ponto, repise-se, surge justificativa para não se aceitar a teoria da inexistência, pois as conclusões podem ser injustas. 
A boa-fé mencionada no art. 1.561 do CC é a boa-fé subjetiva. O dispositivo, ao contrário do que se poderia pensar, não trata da boa-fé objetiva, aquela relacionada com a conduta e os deveres.

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