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Resenha Pos graduaçãoTecnica e procedimentos operacionais

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
 PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS E GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
ANTONIO MARCOS FERREIRA DE MATOS
Matrícula: 201910024171
 
Resenha do CasE de harward – parte 1: assimilação preconceituosa das informações
Trabalho a ser apresentado na Disciplina Técnicas e Procedimentos Operacionais do Curso de Pós-Graduação em Políticas e Gestão em Segurança Pública
 
TUTOR
PROF. ANDRÉ LUIS SILVA NASCIMENTO
Feira de Santana – BA
Novembro de 2019.
PARTE 1: ASSIMILAÇÃO PRECONCEITUOSA DAS INFORMAÇÕES
 O texto estudo do case de Harward intitulado Parte 1: Assimilação Preconceituosa das informações“, do autor Howard Raiffa, aborda a questão da gestão da informações e suas implicações para a negociação de conflitos. Para ele, a negociação é tanto uma arte como uma ciência. Entender bem o problema a partir de uma perspectiva analítica, decifrar corretamente as probabilidades e os nós de decisão, avaliar o valor futuro esperado, descobrir o potencial de ganhos conjuntos e de favores mútuos na estrutura subjacente do trato constituem a ciência da negociação e formam um conjunto de habilidades que devem ser dominado para alcançar a eficácia..
O autor estabelece a diferença entre “descrição” (analisar, compreender e descrever problemas) e prescrição (dizer para uma parte o que ela deve fazer com um problema em um contexto real, de maneira que se produza um resultado mais favorável). É preciso entender quais são as respostas corretas para o problema, bem como as armadilhas e erros que podem ser produzidos.
Existem pelo menos três pontos na gestão de informação social que geram erros: primeiro, recebe-se as informações de uma fonte externa, durante esse processo, é possível distorcer a natureza das informações através de erros de compreensão, preconceitos ou falta de conhecimentos prévios. Segundo, processa-se as informações, e esse processo pode correr o risco de utilizar regras de decisões incorretas para analisá-las. Terceiro, aplicar as informações sociais através das conclusões que são tiradas das ações realizadas.
O autor, aborda no restante do texto o tipo de erro de julgamento social, denominado assimilação preconceituosa das informações, que consiste na tendência involuntária de permitir que nossas motivações, necessidades e preconceitos distorçam nossa recepção, processamento e aplicação das informações que nos chegam, de tal maneira que preparamos as cartas para obter um determinado resultado. Ele utiliza três exemplos ilustrativos.
Exemplo 1: Escolha do estado para a localização de uma nova fábrica.
 Dois sócios Jill Francis e Jim Smith discutem sobre duas propostas para a localização da nova fábrica. O pessoal trabalhou durante as últimas semanas a fim de reunir todas as informações necessárias para desenvolver as duas propostas. Antes da reunião, os sócios levaram vários dias analisando as propostas e cada um fez uma escolha. Jill notou que ao comparar as informações ponto a ponto, as propostas não resultavam tão similares. O estado da Carolina do Sul apresentava certa quantidade de vantagens, que superavam as do estado do Michigan. Enquanto que o seu sócio Jim, que havia sido criado em Michigan e por gostar da cidade, optou por ela para sediar a nova empresa, estabelecendo-se assim conflitos entre eles.
Analisando o exemplo, observa-se que ambos os sócios fizeram todo o possível para tomar a decisão correta. Contavam com muitas informações relevantes, mas, isso não foi o suficiente. Ambos foram vítimas de uma assimilação preconceituosa, os dois tinham razões pessoais para preferir um a estado ao outro.
Quando alguém tem uma pré-disposição em favor de uma ou outra coisa – A e B e recebe dois relatórios – um que apoia a escolha da opção A e outro que apoia a escolha da opção B, concede a maior importância à informação que concorda com seu preconceito pré-existente e subestima aquela que não o faz. Nenhum deles distorceu voluntariamente seu processo de decisão. Apenas deixaram que suas preferências ofuscassem sua realidade.
Exemplo 2: Companhia de Seguros Eagle
Nesse exemplo foi desenvolvida uma simulação de negociação entre uma Companhia de Seguros, realizada com os executivos, uma parte encarna a Companhia e a outra, os advogados de um querelante. Ambas as partes negociam o montante da indenização por uma perda sofrida pelo querelante devido às ações de um cliente da seguradora. Para se prepararem para a negociação, pede-se aos participantes que avaliem os resultados possíveis da disputa se chegar a um julgamento justo. O resultado foi assombroso. Apesar das partes terem as mesmas informações sobre a natureza do caso e sobre falhas em causas similares, as avaliações variam conforme os papéis que os participantes desempenham.Nesta simulação, quando é pedido que eles realizem uma avaliação pessoal e mais objetiva possível do resultado provável, os participantes distorcem o resultado. Uma leitura objetiva dos fatos revela que um acordo extrajudicial seria muito mais conveniente para ambos, mas, infelizmente, nessa simulação e em geral na vida real poucas vezes são analisados os dados com objetividade.
Tanto no exemplo 1 e 2, os participantes estão motivados para crer em um ponto de vista e interpretar as informações em conformidade com seu pensamento. 
Exemplo 3: Assimilação Preconceituosa e Conflito Crescente
Foi ainda mais impressionante como a assimilação preconceituosa pode aumentar o nível de conflito através da aplicação errônea das informações, quando ambas as partes contam com a mesma informação equilibrada.
Os psicólogos sociais estudaram como funciona este processo. Em um estudo, dois grupos: os defensores e os opositores da pena de morte, recebem dois trabalhos de pesquisa para analisar. Um dos artigos sugeria que a pena de morte resultava eficaz para prevenir crimes violentos, enquanto que o outro artigo sustentava o contrário. Ambos os trabalhos eram reais e tinham sido eleitos porque os peritos legais os haviam considerado bons exemplos de pesquisa e quase igualmente convincentes.
Sobre a base dos exemplos analisados, os investigadores descobriram que cada das partes prestou mais atenção ao artigo que apoiava seu próprio ponto de vista e descartou o outro artigo por considerá-lo superficial e errôneo. Ambas as partes preferiram se concentrar em questões metodológicas ao invés de analisar os fatos que contradiziam suas próprias opiniões.
O autor alerta como evitar a Assimilação Preconceituosa mostrando o perigo de tomar decisões sem analisar com o espírito crítico e a forma como as informações foram recebidas, processadas e aplicadas. Contudo enfatiza que esse processo é involuntário, Em situações nas quais são tomadas decisões dentro de um contexto determinado a tendência é escolher as mais convenientes .
Deve-se procurar desenvolver técnicas, as chamadas Técnicas Alternativas de Disputas (ADR), que oferecem uma variedade de procedimentos para fornecer outra perspectiva dos resultados possíveis, para que tome as decisões e analisem as distintas posições apresentadas na negociação.
O texto apresentado é muito enriquecedor e indicado aos profissionais das mais variadas áreas. Devemos enfrentar os próprios preconceitos, e é necessário se perguntar qual o resultado se quer conseguir? Por quê? E depois pensar sobre o que aconteceria se o resultado fosse o contrário?. Enfrentar os próprios preconceitos serve para tomar as melhores decisões. É conveniente dar uma oportunidade a todos os pontos de vista e depois tomar a decisão acertada.
Ser honestos com nós mesmo não é nada fácil, a maioria resiste à ideia de buscar os defeitos em suas próprias escolhas. Considerar a posição da outra parte ajuda na tomada da decisão. Ter a disposição de considerar outros pontos de vista possibilita a oportunidade de melhorar os resultados individuais e coletivos.

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