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HISTÓRIA DO ÍNDIO NO BRASIL

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História e Cultura Indígena – Pr. Delvacyr B. Costa - 11
 HISTÓRIA E CULTURA DOS ÍNDIOS NO BRASIL
 Pr. Delvacyr Bastos Costa
Quando os conquistadores ingleses, franceses, holandeses, espanhóis e portugueses, destruidores de culturas nativas e dominadores, chegaram ao continente americano, a América já era habitada por povos, a quem Colombo chamara, erroneamente, de índios.
A chegada dos “civilizados” homens brancos europeus, a partir aquele final do século XV, significava o começo do fim do verdadeiro homem americano, isto é, do índio, cuja origem até hoje é discutível.
Mas, de onde vieram os índios? Há a hipótese de que o índio teria vindo da Malásia e da Polinésia navegando pelo Oceano Pacífico em seus barcos primitivos. Há quem diga que o índio seja proveniente da Austrália. Outros procuram afirmar a hipótese de que o índio teria vindo da Ásia para a América pelo estrito de Bering. 
Qualquer que seja a origem do ameríndio, quando os europeus chegaram na América, alguns povos indígenas viviam em primitivas sociedades tribais, enquanto outros já estavam num estágio civilizatório semelhante aos dos povos da antigüidade oriental (egípcios, mesopotâmicos, persas, etc.). Essas civilizações são denominadas de pré-colombianas. As principais foram as dos Maias, Incas e Astecas.
A escravidão indígena
O primeiro contato entre o índio e o branco português foi amigável, mesmo quando o português o usava para cortar o pau-brasil e amontoá-lo nas feitorias em troca de bugigangas, numa relação denominada escambo. Todavia, quando o português implantou um sistema colonial e procurou escravizar o índio para o trabalho na lavoura canavieira, a vida feliz e livre do indígena acabou.
Milhares e milhares de índios brasileiros foram massacrados ou escravizados pelo branco colonizador – militarmente superior -, que lhes roubava a terra e atacava suas mulheres.
O escravagismo indígena ocorria principalmente em áreas muito pobres onde os colonos não tinham recursos para comprar escravos negros. A capitania de São Vicente (São Paulo), nos séculos XVI e XVII, foi o maior exemplo disso. De lá partiam as Bandeiras de caça ao índio, que promoviam verdadeiras guerras de extermínio.
Além disso, o próprio contato da comunidade indígena com a civilização já é suficiente para destruir a cultura do índio.
As missões católicas entre os indígenas
Os jesuítas, dominicanos e franciscanos tiveram a seu cargo as missões, que alcançaram um progresso apreciável; a vida tranqüila que nelas decorria atraiu milhares de índios que fugiam das propriedades, onde eram explorados como escravos.
Em meio à selva, à margem de um rio ou na encosta de um monte, fundava-se a missão, aldeia de choças com uma ou outra casa de pedra; no centro ficava a praça pública e, nela, a igreja e o colégio. Rodeavam o povoado as lavouras e pomares dos índios, sempre bem cuidados, pois, de suas colheitas, se alimentavam as famílias da missão.
O trabalho era lei para todos. Nas missões jesuíticas cultivavam-se cana-de-açúcar, milho, mandioca e algodão. Uma parte desses produtos destinava-se ao consumo local e o resto era trocado por artigos manufaturados provenientes da metrópole.
Os índios levantavam-se muito cedo e rezavam; em seguida se dirigiam para as plantações; o término do trabalho e a hora das refeições eram indicados por toques de sinos. Ao pôr do sol, depois do jantar, que terminava com orações, cada família se recolhia à sua choça.
Nas missões, além de leitura, escrita e cálculo, ensinavam-se ofícios de carpinteiro, ferreiro e tecelão; também eram cultivadas certas artes, como a pintura e a escultura em madeira ou pedra.
Os bandeirantes, quando perseguiam os índios para escravizá-los, preferiam atacar as missões, onde os índios, orientados pelos padres, adquiriam hábitos de trabalho e até algum ofício, motivo pelo qual alcançavam melhor preço do que os capturados no meio do mato.
A organização dos povos indígenas
O índio brasileiro vivia, e de certa maneira ainda vive, num regime de comunidade primitiva. A comunidade primitiva é uma forma de organização social onde a ausência da propriedade privada dos meios de produção resulta numa economia comunitária onde não existem classes sociais.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram primeiro os índios que viviam no litoral, que eram do grupo Tupi. Por isso pensavam que todos os índios brasileiros eram iguais aos tupis, tinham os mesmos costumes que eles. Calcula-se, aproximadamente, para a época do descobrimento, uma população indígena em torno de quatro a cinco milhões.
Mas os portugueses estavam enganados. Os índios brasileiros pertencem a vários grupos diferentes, com costumes diferentes. A língua, as crenças, as técnicas de trabalho, a organização familiar e social mudam de um grupo para outro.
Geralmente os índios são agrupados de acordo com a sua língua. Já foram descobertas e estudadas mais de cem línguas indígenas. Veja que diferença em relação ao Brasil atual, em que a maioria do povo fala apenas uma língua, o português. Mesmo os índios que ainda existem atualmente muitas vezes são obrigados a aprender o português para se comunicar com os brancos.
As línguas indígenas são reunidas em grupos, de acordo com suas semelhanças. No Brasil são conhecidos três grupos (troncos) principais: o Tupi (26 línguas); o Macro-Jê (dezesseis línguas); o Aruaque (treze línguas). Existem ainda muitas línguas (Caribe, Pano, Nambiquara, Tucano, Ianomami, etc.) que não foram classificadas em grupos.
Estes grupos étno-lingüísticos, também são denominados nações. Estas nações, como já vimos, se subdividem em grupos menores.
Tupis - habitavam principalmente o litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas. Ocuparam também trechos do interior do Brasil. Integravam um grupo étno-lingüístico denominado tupi-guarani. Dentre as tribos que formavam esta nação, destacam-se: os tupinambás, os tupiniquins, os tabajaras, os tamoios, os munducurus e os parintintins.
Jês ou tapuias - comparativamente aos outros grupos, era o que se encontrava no mais atrasado estágio de desenvolvimento. Dominavam todo o planalto central, na região que hoje corresponde ao oeste de Minas Gerais, o Estado de Goiás e a parte oriental de Mato Grosso. Eram encontradas algumas tribos também no Maranhão e no Piauí. Entre suas principais tribos podem-se citar: timbiras, aimorés, goitacás, cariris, carijós e caiapós.
Aruaque ou Nuaruaques – este grupo ocupava uma extensa zona geográfica: parte do Amazonas e ilha de Marajó. Fora do território brasileiro estenderam-se desde a Bolívia até a costa setentrional da Venezuela; ao norte chegaram até a Flórida e para o sul atingiram o Paraguai. Eram hábeis navegantes. Estavam num estágio bem adiantado de desenvolvimento, possuindo agricultura e uma cerâmica notável. As principais tribos nuaruaques em nosso País: aruás, parecis, paumaris, cunibos, guanás e terenas.
Caribas – os caribas ou caraíbas eram o mais feroz de todos os grupos. Ocupavam a região do baixo Amazonas e parte do território do Amapá e Roraima. Devido à prática da antropofagia, eram chamados eram chamados canibais. As principais tribos eram: palmelas, pimenteiras, nauquás, bocairis, cotos, mariquitares e crixamas.
Apesar das grandes diferenças existentes entre os vários grupos indígenas, há certas coisas que são comuns a quase todos eles. Assim, podemos dizer que os índios se organizam em tribos. Uma tribo é um grupo de pessoas que fazem suas aldeias numa mesma área, falam a mesma língua, têm os mesmos costumes e um forte sentimento de união entre elas. Cada tribo era composta de unidades menores – tabas ou aldeias – e cada uma delas era formada por um conjunto de ocas. Em cada oca vivam de 50 a 200 pessoas.
As ocas ficavam em torno de uma praça central, a ocara, onde eram realizadas as festas, as danças, as cerimônias religiosas. A maioria das aldeias ou tabas, era protegida por uma cerca de troncoschamada caiçara.
As aldeias são diferentes de uma tribo para outra. Assim, os Xavante preferem construir suas aldeias em forma de ferradura; já outras tribos preferem a forma circular; outras, ainda, constróem uma única habitação coletiva.
O comando da tribo fica a cargo do cacique (antigamente chamado morubixaba), que conduz os homens à guerra, à pesca e à caça. É ele que reúne os índios para as decisões dos negócios mais importantes da tribo: declaração de guerra, mudança de aldeia, etc.
O chefe religioso é o pajé. A ele compete fazer as cerimônias religiosas e manter as tradições da tribo. É ao mesmo tempo feiticeiro, sacerdote, médico e professor. A maioria dos índios acredita que ele possui poderes extraordinários: adivinhar o futuro, controlar os espíritos para curar todas as doenças, preside as cerimônias para propiciar uma boa colheita, transformar-se em qualquer animal e até tornar-se invisível. Entre os grupos tupis-guaranis o xamã (como também é conhecido), liderou as migrações que se fizeram em busca da “terra sem males”. Acreditam esses índios que além do mar existe um paraíso terrestre onde as plantas crescem por si, há fartura para todos, ninguém sofre e os homens são eternos. A migração mais recente que se conhece, à procura da terra sem males, é a do grupo apopocuva-guarani, que em fins do século 19 emigrou do Mato Grosso em direção à costa atlântica. Essa migração terminou em 1912 por intervenção do etnólogo Curt Nimuendaju, que recolheu os sobreviventes à reserva indígena de Araribá, em São Paulo, onde vivem até hoje.
Por causa da economia de coleta, os índios esgotavam os recursos de uma região, sendo, por isso, obrigados a mudar freqüentemente o lugar de moradia (aproximadamente a cada três a cinco anos). Eram, portanto, nômades. Era doloroso para eles abandonarem a terra em que viviam, mas eram angustiados pela necessidade de partirem para outros recantos mais férteis e com fauna mais rica.
Usavam o leito do rio para transportar-se com rapidez, navegando em canoas ou jangadas. As canoas maiores eram denominadas igaras e as mais ligeiras ubás.
Às vezes invadiam as terras de outras tribos, o que acabava resultando em guerras.
Seus utensílios eram as facas e machados feitos de pedra polida. Suas armas eram o arco, a flecha e o tacape (borduna). Além destas havia (ainda há) uma arma do noroeste amazônico, que era a zarabatana, para soprar dardos envenenados com curare, além do propulsor, com que se atiravam dardos com a mão e considerado arma anterior ao invento do arco.
Com exceção dos Jês, todos os outros grupos, conheciam a tecelagem. Com fibras de vegetais teciam tangas, cestas, redes de dormir e pescar.
Andavam nus ou usavam pequenas tangas. Como ornamentos bélicos ou religiosos usavam cocares. O corpo e o rosto eram pintados com tinta vermelha (urucum) e preta (jenipapo).
A religião era politeísta, isto é, acreditavam em vários deuses, como, por exemplo, Guaraci, o Sol, Jaci, a lua e Tupã, o raio e o trovão.
É bom notarmos que nosso nativo não possuía sistema de escrita, mas desenhava figuras de animais, corpos humanos, astros e utensílios. Para alguns estudiosos, esses desenhos serviam para assinalar seus jazigos ou perpetuar a lembrança de companheiros ou heróis.
O fim do mundo indígena
O mundo do índio começou a desmoronar no momento do encontro com o branco. Este considerava-se superior, dono da verdade, com direito sobre a terra, a liberdade e a própria vida do índio. Os conquistadores europeus chegaram ocupando a terra do índio, obrigando-o a trabalhar em troca de objetos de pouco valor e matando a quem resistisse.
Diante dos invasores portugueses, os índios fizeram três coisas:
Muitos índios reagiram violentamente, promovendo uma guerra sem tréguas contra o invasor branco, tentando expulsá-lo do Brasil. Essa foi a primeira reação invasores brancos”, não obteve êxito.
Não podendo vencer e expulsar os portugueses, muitas tribos indígenas tentaram conviver pacificamente com eles. Nesse caso, também os índios levaram a pior; foram obrigados a abandonar os costumes de sua gente, e a trabalhar para os brancos como escravos, e ainda ficaram sujeitos a todas as doenças dos brancos, contra as quais seus organismos não tinham defesa. Aqui também o resultado foi o extermínio do índio, embora de forma mais lenta do que na guerra.
Sem poder enfrentar o branco na guerra e não querendo conviver pacificamente com ele, muitos indígenas resolveram fugir para o interior do Brasil, na tentativa de manter um modo de vida próprio, longe dos invasores. Mesmo assim os índios se deram mal, pois os invasores organizaram expedições armadas para aprisioná-los com o objetivo de os escravizar.
Como se vê, de uma forma ou de outra, os índios saíram perdendo em sua luta contra os portugueses. Hoje, os poucos índios que restam – cerca de 300.000 – tentam manter em suas mãos as poucas terras que ainda possuem. Para isso estão lutando para que essas terras sejam demarcadas, isto é, tenham divisas bem claras, para impedir a invasão dos fazendeiros, madeireiros, mineradores e das grandes empresas agropecuárias. Mesmo as reservas indígenas já demarcadas, não são respeitadas, sendo constantemente invadidas, o que gera conflitos constantes.
Trabalho e família
Como os índios conseguem seu alimento? A maioria deles vive da coleta de frutos da floresta (cacau, maracujá, jabuticaba, araçá, etc.), da agricultura (mandioca, milho batata-doce, abóbora, amendoim, etc.), da caça (anta, tatu, veado, paca, etc.) e da pesca (traíra, pacú, piava, etc.).
Aqueles que se dedicam á agricultura permanecem mais tempo no mesmo local, pois precisam preparar a terra, plantar e esperar a colheita. Enquanto esperam a colheita, fazem outras coisas, como objetos de cerâmica e utensílios para o trabalho.
Geralmente as roças pertencem a toda a tribo e os alimentos colhidos são distribuídos entre todos. Mas cada índio costuma ter seus próprios instrumentos de trabalho, como o arco e as flechas.
Cada tribo tem seu jeito de distribuir as tarefas entre seus membros. Há trabalhos que são feitos pelas mulheres e outros que normalmente são feitos pelos homens. As mulheres geralmente fazem as seguintes tarefas: o trabalho agrícola, desde o plantio até a colheita; a coleta dos frutos na floresta; a fabricação de farinha; a comida e os demais serviços domésticos; o cuidado das crianças.
Os homens fazem o trabalho mais pesado: a derrubada do mato e a preparação da terra; a caça e a pesca; a fabricação de canoas; a construção das casas. Além disso, são tarefas masculinas as expedições guerreiras; a proteção das mulheres, crianças e velhos.
Os casamentos variam muito de uma tribo para outra. Geralmente são realizados entre os membros da mesma tribo. Algumas tribos permitem apenas a monogamia, isto é, o casamento de um homem com uma só mulher e de uma mulher com apenas um homem. Já em outras, a poligamia – um homem casado com várias mulheres ou uma mulher casada com vários homens – também é permitida em algumas culturas, mas estes casos são raros. 
Outro fator a influenciar o casamento é a regra da residência, que determina onde deve morar o novo casal: é patrilocal, quando passam a residir na casa do pai do noivo (Tuparí, Tapirapé, Asuriní, Suruí), matrilocal, quando a moradia é na casa do pai da noiva (Xavante, Xerente, Urubu, Mundukurú), e, ainda, neolocal, quando o casal constrói uma nova moradia (Kadiwéu, Palikur). Outra regra consiste na matripatrilocalidade, isto é, o casal permanece na casa do pai da mulherpor período determinado (geralmente até o nascimento do primeiro filho) e depois se transfere para a residência do pai do homem. Nesse caso, quando a união é estéril, é bem comum que ocorra o divórcio.
O casamento acontece no momento em que o rapaz já é suficiente ou capaz para o sustento de sua futura esposa (plantio, caça, peca, etc.). Aos 15 ou 16 anos os meninos geralmente estão casados. As meninas casam-se entre 12 e 14 anos.
Os índios respeitam uns aos outros e são muito carinhosos, principalmente com as crianças. Dificilmente repreendem ou castigam seus filhos. As índias cantam para seus filhos adormecerem. Fazem bonecas e outros brinquedos para suas distrações. O parentesco é forte laço de união constituído, por isso, poderoso baluarte da vida social.
Os indígenas do Brasil Central submetem os meninos a rigoroso processo de educação. E os tupis por certo o faziam também, pois a educação é o meio de transmitir às gerações novas o que antigas aprenderam no trato com a vida.
É preciso criar homens robustos e hábeis para defesa da comunidade. A doutrinação e os hábitos são dados aos jovens depois de forte iniciação, tão forte e por vezes tão violenta que a criatura sucumbe aos exercícios a que é submetida. Os treinos são ainda ministrados em estado de grande sensitividade obtido por meio de jejuns, vigílias e privações. Esses trabalhos são feitos, em geral, em sociedades secretas, como procediam outros povos indígenas, conforme informação de Webster no livro Sociedades Secretas Primitivas. Ali são iniciados os jovens nas matérias técnicas das construções das moradias, nas atividades de caça e pesca, da guerra, da religião e da magia. Em contato com os velhos tomam conhecimento das tradições da tribo. 
A flagelação era comum entre os indígenas, sendo cumpridas com gosto as penitências impostas pelos pajé, prova de que sofriam mais amargamente entre os seus em dias comuns para aprender a ser valentes, corajosos e fortes para a guerra.
A maioria das tribos jês se caracteriza pelo uso do botoque, um disco de madeira que enfiam no lábio inferior (de onde veio o nome botocudo); o costume de dormirem no chão ou em jiraus; as enormes clavas (bordunas) que usam na caça e o corte da cabeleira em forma de coroa, o que lhes valeu o apelido de coroados. 
A simplicidade dos elementos materiais contrasta com a elaboração da organização social. A disposição das casas na aldeia reflete essa estrutura. São colocadas (na maioria dos casos) em círculo em torno de um pátio central onde se localiza a casa dos guerreiros. À essa casa não tem acesso as mulheres e crianças, e nela são guardadas as flautas, as máscaras, todos os objetos cerimoniais. Nela os homens se reúnem para conselho, decisões e rituais. O pátio é ligado a cada casa por um caminho radial e da aldeia partem grandes estradas ligando-as às roças. Os clãs são reunidos em duas metades exogâmicas (exogamia: regime social em que os casamentos se realizam com os membros de tribos estranhas ou, dentro da mesma tribo com os de outra família ou outro clã) em que se divide a tribo, e que são localizadas na aldeia em posições opostas, uma no nascente, outra no poente. Esta divisão social em metades é uma analogia com a natureza, que aos olhos desses índios também se compõe de contrários: a lua e o sol, a noite e o dia, o vermelho e o negro. Além das citadas divisões, existem ainda entre as tribos timbiras associações por grupos de idade para o sexo masculino, em número de quatro. O menino ingressa na primeira classe aos cinco anos, nela permanecendo até os 15; segue-se um estágio na classe dos guerreiros até os 25 anos; na dos homens maduros até os 40; e termina no conselho dos velhos que já não podem mais participar de competições esportivas e que constituem uma espécie de senado que decide sobre os problemas mais relevantes com que a tribo se defronta. O conselho dos velhos partilha sua autoridade com os chefes de aldeia.
A passagem para a puberdade é marcada simbolicamente por uma cerimônia; entre os bororós o menino recebe um estojo peniano com os emblemas de seu clã e pode passar a freqüentar a casa dos homens e participar das cerimônias vedadas às mulheres. Em outras tribos eles precisam passar por certas provas de coragem que elevam o rapaz à condição de guerreiro. Também as meninas passam por um ritual de iniciação que pode ser um simples teste de coragem, ou mesmo ser submetida a relações sexuais com vários ou mesmo todos os homens de sua aldeia, exceto seus parentes mais próximos.
Couvade e antropofagia
Costume arraigado em certos grupos é a couvade, pelo qual o pai se recolhe à rede após o nascimento do filho, reconhecendo implicitamente a paternidade e evitando os malefícios ao recém-nascido. 
Os sepultamentos são feitos em urnas de cerâmica, entre os tupis, ocorrendo também o enterro secundário dos ossos depois de descarnados. Cuidados especiais são tomados para que o espírito dos mortos não volte à aldeia para incomodar os vivos, sendo por isso, muitas vezes, queimada a casa onde vivera o defunto e, no caso de chefe, toda a aldeia é abandonada.
Na guerra, os homens cativos eram sacrificados e, em certos grupos, comidos ritualmente; as mulheres e crianças capturadas eram submetidas à condição de servas, sendo após uma geração integradas na tribo. Isto ocorreu entre os grupos tucanos, que tomavam prisioneiros à tribo macu, os omáguas, manaus além de outros. A guerra nunca era movida por motivos econômicos, a não ser após o descobrimento, quando os grupos mais aguerridos foram estimulados a capturar escravos para os colonizadores. O objetivo das hostilidades era capturar prisioneiros para os ritos antropofágicos, a tomada de troféus e para vingar parentes mortos. A antropofagia ritual teve grande importância entre os grupos tupis e caribes. Os prisioneiros eram bem tratados até a época do sacrifício; ganhavam esposas, e os filhos que nascessem dessas uniões eram sacrificados entre os tupis e integrados na sociedade pelos caribes. A antropofagia expressava ao mesmo tempo o ódio ao inimigo e o desejo de vingança e, ainda, a vontade de adquirir as qualidades de bravura do guerreiro morto. As campanhas guerreiras serviam também para estreitar os laços de solidariedade entre os grupos locais e para acentuar a liderança de um chefe que se manifestava com toda a plenitude nessas ocasiões.
As coisas que os índios sabem
O índio vive em contato permanente com a natureza: a floresta, os animais selvagens, a água dos rios e seus peixes. Por isso mesmo, conhece a natureza e sabe viver em equilíbrio com ela, sem destruí-la. Conhece os hábitos dos animais, em que época dão cria, de que se alimentam, quando podem ser caçados, e de que maneira deve caçá-los; conhece as plantas, as que fazem bem para a saúde e as que são venenosas. Na América do Sul são conhecidas mais ou menos setenta espécies de vegetais venenosos e que são usados pelos índios na pesca; dentre eles, o mais conhecido no Brasil é o timbó ou tingui. Jogado na água, esse veneno mata ou atordoa os peixes, facilitando a pesca. Ele não faz mal a quem comer o peixe.
Outros venenos, como o curare, são utilizados na caça. O veneno pode ser sólido, líquido ou pastoso, e cada tribo tem sua maneira de fabricá-lo. O curare é colocado na ponta da flecha: o animal atingido fica paralisado, não pode respirar e acaba morrendo. O animal envenenado pode ser comido sem perigo, pois o veneno não é absorvido pelo aparelho digestivo.
O índio também consegue modificar a cor das penas dos pássaros. Essa técnica tem o nome de tapiragem. O índio pode fazer isso de duas maneiras: ou aplica uma substância, como o sangue de uma certa rã, à pele do pássaro; ou faz o animal engolir uma mistura feita de água com urucum (semente corante).
Os primeiros objetos de borracha, como seringas e bolas, também foram feitos pelos índios. Como eles conseguem fazer uma bola de borracha? Os Nanbiquara fazem uma bola de barro; nessa bola espetam um canudo; depois cobrem a bola com camadas de látex (líquido tirado do tronco daseringueira). Finalmente, jogam água pelo canudo para dissolver e retirar o barro, tiram o canudo e fecham o buraco com látex.
Outros conhecimentos dos indígenas estão ligados à alimentação. Foram eles que descobriram, por exemplo, que era possível retirar o veneno da mandioca venenosa, tornando-a comestível. E inventaram também o instrumento para retirar esse veneno: o tipiti, que é um longo tubo tecido de fibra vegetal, que é enchido com a mandioca ralada e depois espremido, fazendo com que todo o líquido venenoso saia.
Tudo isso e muito mais o índio aprendeu em muitos anos de estreita convivência com a natureza. É um conhecimento que ele começa a ter desde criança, em contato direto com os adultos, sem necessidade de escola. O índio sabe que a natureza é a garantia de sua vida, que o mal que fizer a ela estará fazendo a si mesmo e a seus filhos.
O índio e a arte
Os indígenas gostam muito de arte. Tanto da arte que tem utilidade para o seu dia-a-dia, como a fabricação de utensílios (redes, vasos de cerâmica, etc.) e armas, quanto da arte que está ligada a seus rituais e festas, como a pintura do corpo, a arte plumária (feita de penas de pássaros), os cantos e as danças. A madeira é usada para fazer banquinhos em forma de animais, aves, peixes, figuras humanas. A palha é usada para fazer cestos (que servem para transportar alimentos e para guardar pequenos objetos), para fabricar esteiras, redes e outras coisas mais.
As panelas, vasos e bonecas são feitos de cerâmica. Tais objetos geralmente são enfeitados com pinturas e desenhos.
A música, a dança e a representação teatral são encontradas em quase todas as tribos. Os índios gostam de música, que sempre acompanha as festas de plantação, colheita e cerimônias religiosas. Possuem vários instrumentos musicais, entre eles: o toró (flauta de taquaras), o boré (flauta de osso), o membi (buzina) e o nai (tambor). O maracá ou chocalho é um dos instrumentos musicais mais comuns.
Muitas foram as contribuições indígenas para a nossa formação cultural e social. Do ponto de vista étnico, contribuíram com o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: o caboclo. Na formação cultural, os índios contribuíram com:
Vocabulário – pindorama, anhangüera, ibiripatinga, paiçandu, Jacareí, Xingu, uirapuru.
Folclore – lendas como a do saci-pererê e folguedos populares como o bumba-meu-boi.
Alimentação - tapioca, beiju, canjica, pamonha, farinha de mandioca, etc.
Utensílios domésticos - rede, cabaça, gamela.
Utensílios de caça e pesca – puçá, arapuca, etc.
Coivara - Consiste na derrubada das árvores em um ponto da floresta, abrindo-se uma clareira; na queima dos vegetais derrubados depois de terem secado algum tempo ao sol; em uma segunda queima, em várias fogueiras, dos garranchos não consumidos totalmente no primeiro fogo; e no plantio de mudas e sementes entre os grandes troncos das árvores derrubadas, enegrecidos pelas chamas.
O contato com a civilização tem obrigado os grupos indígenas brasileiros à procura de novas formas de organização econômica. Esse contato, entre outros efeitos, criou necessidades até então desconhecidas para os índios: a procura por instrumentos de ferro, de sal, de tecidos. Para satisfazer tais necessidades, existem três alternativas: sujeitar-se ao trabalho junto à patrões brasileiros, recebendo salário em dinheiro ou em espécie; aumentar a produção agrícola de modo a obter um excedente comerciável; iniciar a exploração de novos recursos que encontrem bom preço entre os chamados civilizados. Tais mudanças afetaram as relações sociais entre os membros de cada tribo. Assim, entre os Tenetehara, quando da fabricação da farinha de mandioca visava atender exclusivamente às necessidades da subsistência, era trabalho realizado somente pelas mulheres; atualmente, sua finalidade é antes de tudo comercial, e os homens participam ativamente do seu fabrico. Já entre os Mundukurú, a fabricação da farinha também era atividade feminina, e assim continua até hoje; entretanto, tendo o contato com os civilizados ampliado o mercado para a farinha de mandioca, o trabalho feminino se valorizou ainda mais, fazendo que a antiga regra de residência, que era patrilocal, se transformasse em matrilocal, impedindo-se desse modo a saída das mulheres de sua casa e aldeia natal.
Hábitos indígenas incompatíveis com a Bíblia
A tribo indígena, fazendo parte do universo, não é diferente dos demais povos. A tribo indígena se sujeita às mesmas paixões, os mesmos pecados, as mesmas tentações e o mesmo tentador, Satanás, que procura conduzir o homem, índio ou não, ao caos.
Vivendo em meio a sombras e na mais pura ignorância tem medo e, por isso se defendem como podem. Fazem-se feios para não despertar os desejos dos espíritos maus. Põem botoques no nariz ou nos lábios, coisa que horroriza quem os vê, mas ineficientes contra espíritos malignos. A pintura dos corpos e rostos, para muitos povos, possui uma função puramente mística.
Além disso há as práticas de feitiçaria e magia.
Feitiçaria em geral – a mágica e a feitiçaria são as tentativas de influenciar indivíduos e acontecimentos por meios sobrenaturais ou ocultos. A magia e a feitiçaria são universais. Há, mesmo entre os povos indígenas, duas correntes: a negra e a branca.
A corrente negra tenta produzir resultados maus por intermédio de métodos tais como maldições, fascínios, destruição de bonecos representando a pessoa a quem se quer prejudicar. É uma aliança com os espíritos maus.
A feitiçaria branca é usada para curar males, atrair condições favoráveis para a aldeia e, principalmente, para desfazer o que a negra faz através da invocação do mal.
São cinco os tipos de “especialistas” religiosos:
Aqueles que praticam a magia negra (bruxos)
Aqueles que predizem o futuro (videntes, adivinhadores)
Aqueles que fazem mal ou protegem (curandeiros e feiticeiros)
Aqueles que são representantes do povo nas cerimônias religiosas (sacerdotes)
Aqueles que transmitem ao povo o que os poderes espirituais ordenam (profetas)
É claro que uma só pessoa pode exercer mais de uma dessas funções ao mesmo tempo e que de uma tribo para outra pode haver diferenças de funções, mas basicamente todas possuem alguns desses “especialistas”.
Adivinhação - a arte de conhecer o passado e predizer o futuro. De acordo com o adivinho é o ato de prever acontecimentos do futuro pela luz da própria alma.
Agouro – Prever males e desgraças, profetizar pela observação de coisas ou por meio de cerimônias, prognosticar, portar más notícias.
Algumas formas de adivinhação
Robdomancia – pauzinhos de flechas atirados ao ar. Conforme a posição que caem, é a interpretação (Ez 21.21; Os 4.12).
Terafim – Adivinhação associada à imagem de antepassados mortos. Um tipo de espiritismo (Zc 10.2).
Necromancia - arte de adivinhar por meio de invocação dos mortos (Is 8.19).
A purunga dos índios terenas - Há um fato curioso na história da purunga que possivelmente não tem chamado a atenção dos observadores. É o dia em que os feiticeiros da tribo realizam suas festas. O chocalhar da purunga coincide exatamente com a sexta-feira da paixão e é chamado pelos purungueiros de “hanay’ti kaxé” (o grande dia). Torna-se curioso principalmente pelo fato de mesmo antes de possuir calendário, os índios sabiam exatamente o dia da cerimônia pela observação dos astros. Chama a atenção o fato de exatamente no dia em que se recorda a morte de Jesus na cruz, mostrando uma aparente vitória das trevas, os feiticeiros “receberem” maiores poderes sobrenaturais, levando-nos à conclusão que a crença do índio tem parte com o reino das trevas.
Outro fato curioso na prática religiosa dos índios é a transmissão da mediunidade à sua posteridade. Os feiticeiros escolhem dentre sua descendência uma criança ou adolescente para herdar deles os poderes mediúnicos. A cerimônia é tão simples, mas o efeito é extraordinário; mesmo que a pessoa não queira exercer o ofício quando crescer, acaba tendo visões e alucinações até o dia em que ela ceda. Esta cerimônia consiste em soprar,com profunda concentração, o corpo da criança das pontas dos dedos até o fios dos cabelos. 
Sexo antes do casamento - Entre alguns povos quando o rapaz já é considerado apto para a vida sexual, ele começa seu aprendizado sexual geralmente com uma cunhada e com ela tem uma vida sexual geralmente ativa, até seu próprio casamento. Este costume fere os princípios bíblicos da pureza e santidade e deve ser combatido.
Ritos de passagem – A época da puberdade, como já vimos, é de muita importância. É um tempo de importantes ritos de passagem, em que se dá a aceitação de novos “homens” e “mulheres” na sociedade, aptos para participarem dos negócios da tribo ou clã e aptos para o casamento. Às vezes, as provas físicas que precisam ser suportadas são cruéis e causam até a morte. Quem não é aprovado enfrenta derrota e vergonha, para o resto da vida. Este tipo de rito e comportamento é incompatível com os princípios da Palavra de Deus e os crentes devem estudar com muito cuidado equivalentes ou substitutos, embora se reconheça que este é um assunto muito delicado e de difícil trato.
Há ainda hábitos diversos, como visitas a benzedores (eiras), mandingas, simpatias, amuletos, que são incompatíveis com a condição de cristão e devem ser abandonadas, mas que, na maioria dos casos, se encontram profundamente arraigadas na cultura indígena e nem sempre são abandonadas de fato.
 Poema indígena
Caros amigos leitores, 
Eu peço muita atenção,
Para contar a História
Do Brasil grande nação,
Começando da raiz
Antes de haver invasão.
A História que se aprende
Partiu de mil e quinhentos
Se diz que foi neste ano
Que teve o Descobrimento;
Mas da raiz da História
Há pouco conhecimento,
O português na verdade,
Foi o primeiro invasor; 
Aqui já morava gente
Com seu costume e valor, 
com sua simples cultura
era da terra senhor.
Antes de Cabral chegar
Com sua expedição
Aqui já morava gente
Na praia, serra e sertão:
Eram os grupos indígenas
Formando grande nação.
Eram índios Guarani,
Tapajó e Caeté,
Tamoio e Cariri, 
Tupiniquim e Aimoré...
E mais outros que moravam
Da praia ao igarapé.
Este povo que morava
Aqui neste continente,
Organizados em grupos, 
ou em tribos diferentes,
Eram pessoas humanas,
Quer dizer: também são gente.
Cada grupo em sua aldeia
Trabalhava bem unido,
O terreno era comum,
Nada era dividido, 
Só depois de tudo pronto
É que era repartido.
Viviam da agricultura,
Das frutas e vegetais...
Também gostavam da pesca
E da caça de animais...
Pois eram homens da selva
Por dentro dos matagais.
Eles faziam política,
Tinham organizações;
O grupo escolhia um chefe
Pra liderar as decisões:
Este chefe era o cacique
Com suas altas funções.
O cacique não tomava
Sozinho as decisões,
Com os mais velhos da tribo
Fazia reuniões
Para ouvir cada qual
As suas opiniões.
Cacique não é mandão
Ele nunca atrapalha
Se iguala com os outros
Morando em casa de palha...
Vive como os outros vivem,
Cacique também trabalha.
Já sabemos que os índios
Formavam comunidades,
Mas também tinham problemas:
Guerras e inimizades...
Onde existe ser humano
Sempre há dificuldade.
Mesmo havendo problemas
A vida tinha sentido
O cacique trabalhava
Pra ver tudo resolvido...
Duas coisas lá não tinham:
Opressor e oprimido.
Criança e pessoa velha
Eram todas respeitadas...
Na tribo não havia
Crianças abandonadas,
Faziam parte do grupo
E eram consideradas.
As 241 Tribos Indígenas Brasileiras e Suas Populações 
Mais de 20.000................................................................................................................3
De 10.000 a 20.000.........................................................................................................5
De 1.000 a 10.000.........................................................................................................48
De 100 a 1.000............................................................................................................114
Menos de 100................................................................................................................71
População total no ano 2000:...............................................................................315.724
Os únicos estados onde não há povos indígenas são o Piauí e o Rio Grande do Norte. A grande maioria, cerca de 60% da população indígena atual, vive no Centro-Oeste e o Norte do país (Amazônia e cerrado) e tem formalmente direito a 98,75% da extensão das terras indígenas na Amazônia Legal. Os 1,25% do total da extensão das terras indígenas abrigam os 40% restantes da população indígena do país, localizadas nas regiões mais ocupadas do Nordeste, Leste e Sul do Brasil, confinadas a 1,25% da extensão das terras indígenas. Cerca de 12% do território nacional está reservado para uso dos povos indígenas. Pode parecer muito, mas a história ensina que a cada etapa do avanço das frentes de expansão da sociedade nacional, sob determinadas conjunturas políticas específicas, o estado Nacional refaz suas contas com respeito às terras indígenas, impondo um padrão de confinamento progressivo em terras cada vez mais reduzidas.
Número de tribos:
Conhecidas.........................................................................................................208
Isoladas................................................................................................................33
A pesquisar......................................................................................................57 (?)
Duvidosas........................................................................................................48 (?)
A maior parte dos povos indígenas está há muitos anos em contato com segmentos da sociedade brasileira. Outros optaram por permanecer isolados, abrigados em refúgios naturais, de difícil acesso como regiões montanhosas ou interfluxos de rios, ou, ainda, fugindo quando encontram sinais da presença dos brancos. Estima-se que 53 (?) grupos ainda vivem de forma isolada, longe de contato permanente ou regular com não-índios. A FUNAI (Fundação Nacional do índio) confirmou a existência de apenas 12 desses grupos. Pelo menos 31 deles encontram-se dentro de terras indígenas demarcadas ou com algum grau de reconhecimento pelos órgãos federais. As referências sobre esses grupos, praticamente todos na região amazônica, foram listadas através de relatórios técnicos da FUNAI e informações de índios, missionários, antropólogos, indigenistas e de moradores regionais.
Situação quanto ao Evangelho:
Não alcançadas........................................................................................................75
Alcançadas só por Missões Católicas.....................................................................45
Alcançadas só por leigos...........................................................................................4
Alcançadas só com Tradução....................................................................................2
Alcançadas só com Missões......................................................................................2
Alcançadas insuficientemente..................................................................................30
Alcançadas satisfatoriamente...................................................................................70
Alcançadas e com liderança autóctone.......................................................................8
Situação indeterminada...............................................................................................5
Tribos alcançadas e com liderança autóctone:
Wai-Wai, Hixkariana, Sataré-Mawé, Baniwa, Makuxi, Xavante, Terena e Tikuna. 
As Tribos Indígenas Brasileiras e a Tradução da Bíblia
Alvos de Tradução (análise lingüística no começo ou em processo ou tradução em andamento)........................................................................................................................50
Possuem o NovoTestamento...................................................................................33
Reconhecidamente carentes de tradução..................................................................26
Possivelmente carentes de tradução (faltam dados precisos suficientes).................97
Possivelmente carentes de nova versão em português..............................................35
Estatística comparativa das tribos indígenas brasileiras – 1995 a 2000
 1995 1997 2000
População total 250.000 280.000 315.000
Tribos com mais de 20.000 pessoas 1 2 3
Tribos com menos de 100 pessoas 73 72 71
Tribos sem presença missionária evangélica 139 126 120
Tribos com o Novo Testamento em sua própria língua
 23 26 33
Tribos razoavelmente bem servidas por missionários
 53 63 74

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